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DIREITO CONSTITUCIONAL II Aula 9- Poder Judiciário PODER JUDICIÁRIO– AULA 9 DIREITO CONSTITUCIONAL II Conteúdo Programático desta aula Organização do Poder Judiciário. Elaboração dos exercícios. PODER JUDICIÁRIO– AULA 9 DIREITO CONSTITUCIONAL II INDEPENDÊNCIA DO PODER JUDICIÁRIO GARANTIAS E VEDAÇÕES CONSTITUCIONAIS Art. 95. Os juízes gozam das seguintes garantias: I - vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será adquirida após dois anos de exercício, dependendo a perda do cargo, nesse período, de deliberação do tribunal a que o juiz estiver vinculado, e, nos demais casos, de sentença judicial transitada em julgado; II - inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, na forma do art. 93, VIII; III - irredutibilidade de subsídios, ressalvado o disposto nos arts. 37, X e XI, 39, §4º, 150, II, 153, III, e 153, §2º, I. PODER JUDICIÁRIO– AULA 9 DIREITO CONSTITUCIONAL II Parágrafo único. Aos juízes é vedado: I - exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, salvo uma de magistério; II - receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou participação em processo; III - dedicar-se à atividade político-partidária; IV - receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas, entidades públicas ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei; V - exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de decorridos três anos do afastamento do cargo por aposentadoria ou exoneração. PODER JUDICIÁRIO– AULA 9 DIREITO CONSTITUCIONAL II OBS: V. arts. 96, 97,98 e 99 da CRFB/88. PODER JUDICIÁRIO– AULA 9 DIREITO CONSTITUCIONAL II 1) Dr. “Zé do Fórum” é Advogado com 4 anos de exercício e decidiu prestar concurso público para a Magistratura de seu Estado. Ao tomar conhecimento do Edital do certame se deparou com regulamentação que confiava exclusivamente ao Presidente do Tribunal de Justiça as decisões sobre os requerimentos de inscrição, sendo que eventuais recursos seriam de competência do plenário do Tribunal. Em face do previsto na Constituição Federal e, ao final, considerando-se a participação da Ordem dos Advogados do Brasil, responda com suporte na Constituição e na jurisprudência do STF: a) Qual o cargo inicial na carreira da Magistratura? b) “Zé do Fórum” atende à exigência temporal para o certame? c) Qual o ordem a ser seguida nas nomeações dos candidatos aprovados? d) Há vício no edital do concurso? PODER JUDICIÁRIO– AULA 9 DIREITO CONSTITUCIONAL II 2) (Questão 07 – Exame 129 – Tipo 1 OABSP) O "quinto constitucional" corresponde: a) ao quórum de um quinto dos membros do Supremo Tribunal Federal, para a declaração de inconstitucionalidade das leis. b) à composição de um quinto dos Tribunais de Justiça dos Estados e os Tribunais Regionais Federais, por membros do Ministério Público e advogados. c) ao quórum de um quinto dos membros do Congresso Nacional para aprovação de Emenda à Constituição Federal. d) ao transcurso do período de um quinto da sessão legislativa, para reapresentação de novo projeto de lei arquivado por inconstitucionalidade. PODER JUDICIÁRIO– AULA 9 DIREITO CONSTITUCIONAL II 1) A questão pretende que o Estudante conheça o Direito Constitucional positivo e a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, conforme a seguir: as letras a), b),e c) merecem resposta direta com fundamento no art. 93 da CF (Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da Magistratura, observados os seguintes princípios: I ingresso na carreira, cujo cargo inicial será o de juiz substituto, mediante concurso público de provas e títulos, com a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em todas as fases, exigindo-se do bacharel em direito, no mínimo, três anos de atividade jurídica e obedecendo-se, nas nomeações, à ordem de classificação;). Portanto: a) O cargo inicial na carreira é o de juiz substituto; b) o candidato atende à exigência temporal mínima de 3 anos de atividade jurídica; e c) a ordem nas nomeações deve ser a de classificação. PODER JUDICIÁRIO– AULA 9 DIREITO CONSTITUCIONAL II Sobre a pergunta d), a resposta é afirmativa, pois há vício de inconstitucionalidade no edital ao ter desconsiderado a OAB que deve participar de todas as fases do Concurso e não permanecer afastada das decisões e recursos interpostos. ( “Lei "Concurso para a magistratura: exigência constitucional de participação da OAB 'em todas as suas fases' : consequente plausibilidade da arguição de inconstitucionalidade das normas regulamentares do certame que: (a) confiaram exclusivamente ao Presidente do Tribunal de Justiça, com recurso para o plenário deste, decidir sobre os requerimentos de inscrição; (b) predeterminaram as notas a conferir a cada categoria de títulos: usurpação de atribuições da comissão, da qual há de participar a Ordem." (ADI 2.210MC, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 2892000, Plenário, DJ de 2452002.) No mesmo sentido: ADI 2.204MC, Rel. Min. Sydney Sanches, julgamento em 8112000, Plenário, DJ de 222001.) PODER JUDICIÁRIO– AULA 9 DIREITO CONSTITUCIONAL II 2) letra b). A resposta encontra fundamento direto na carta. Assim, a CF/88 dispõe no Art. 94: Um quinto dos lugares dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais dos Estados, e do Distrito Federal e Territórios será composto de membros, do Ministério Público, com mais de dez anos de carreira, e de advogados de notório saber jurídico e de reputação ilibada, com mais de dez anos de efetiva atividade profissional, indicados em lista sêxtupla pelos órgãos de representação das respectivas classes. Parágrafo único. Recebidas as indicações, o tribunal formará lista tríplice, enviando-a ao Poder Executivo, que, nos vinte dias subsequentes, escolherá um de seus integrantes para nomeação. PODER JUDICIÁRIO– AULA 9 DIREITO CONSTITUCIONAL II Deve ser ressaltado que com "a promulgação da Emenda Constitucional 45/2004, deu-se a extensão, aos tribunais do trabalho, da regra do ‘quinto’ constante do art. 94 da Carta Federal" (ADI 3.490, Rel. Min. Marco Aurélio, julgamento em 19122005, Plenário, DJ de 742006.) todos eles, as qualificações pessoais reclamadas pelo art. 94 da Constituição (v.g. mais de dez anos de carreira no MP ou de efetiva atividade profissional na advocacia). A questão é mais delicada se a objeção do Tribunal fundar-se na carência dos atributos de ‘notório saber jurídico’ ou de ‘reputação ilibada’: a respeito de ambos esses requisitos constitucionais, o poder de emitir juízo negativo ou positivo se transferiu, por força do art. 94 da Constituição, dos Tribunais de cuja composição se trate para a entidade de classe correspondente. Essa transferência de poder não elide, porém, a possibilidade de o tribunal recusar a indicação de um ou mais dos componentes da lista sêxtupla, à falta de requisito constitucional para a investidura, desde que fundada a recusa em razões objetivas, declinadas na motivação da deliberação do órgão competente do colegiado judiciário. PODER JUDICIÁRIO– AULA 9 DIREITO CONSTITUCIONAL II Nessa hipótese ao Tribunal envolvido jamais se há de reconhecer o poder de substituir a lista sêxtupla encaminhada pela respectiva entidade de classe por outra lista sêxtupla que o próprio órgão judicial componha, ainda que constituída por advogados componentes de sextetos eleitos pela Ordem para vagas diferentes. A solução harmônica à Constituição é a devolução motivada da lista sêxtupla à corporação da qual emanada, para que a refaça, total ou parcialmente, conforme o número de candidatos desqualificados: dissentindo a entidade de classe, a ela restará questionar em juízo, na via processual adequada, a rejeição parcial ou total do tribunal competente às suas indicações." (MS 25.624, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 692006, Plenário, DJ de 19122006.)
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