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Curso de Avaliação do Impacto Ambiental 
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Luís D. Luís /DNAIA/MICOA/ Página 125/04/1318/04/1318/04/1326/07/1129/06/11 
O01. Introdução 
 
1.1. Problemas Ambientais 
 
A terra vive há sensivelmente 4,5 biliões de anos e a vida é um bilião de 
anos mais jovem (Corson, W., ed., 1993). No início, quando o homem existiu 
há cerca de 2 a 4 milhões de anos, os recursos naturais eram suficientes, as 
relações homem natureza eram excelentes e esta dispunha de capacidade 
suficiente para assimilar todos produtos secundários e resíduos nela 
depositados. Porém, com o crescimento rápido da população, a civilização 
crescente e a necessidade do desenvolvimento acelerado da economia das 
nações, pouco a pouco a natureza começou a não responder a ambição da 
humanidade e há evidências claras dos problemas ambientais a escala 
global. 
 
O Planeta do Ano (Planet of the Year) citado por Corson no manual global de 
ecologia, referiu que o ano de 1988 a terra falou e sua mensagem assumiu 
várias formas desde ondas de calor, seca, perdas de culturas, fogo nas 
florestas, cheias e ciclones, poluição nas praias e destruição da camada de 
ozono (Corson, W. ed., 1993). 
 
As causas para estes problemas estão relacionadas, por exemplo, na 
agricultura com a irrigação imprópria que degrada o lençol de água 
prejudicando os solos e uso de produtos químicos que poluem os cursos de 
água. O desflorestamento provoca cheias, erosão, seca, deslocamento de de 
populações e extinção de culturas. Os recursos costeiros e oceânicos estão 
afectados devido a pesca excessiva que, colapsa as áreas de pesca e 
extinção de espécies como baleias, dugongos e golfinhos. O derramamento 
de petróleo, esgoto doméstico, efluentes industriais e o desenvolvimento de 
um turismo selvagem ou pelo menos desregrado é outra causa da poluição 
da costa e dos oceanos. As reservas de água doce estão sendo poluídas com 
efluentes domésticos, industriais e produtos químicos usados na agricultura. 
Por outro lado a maior demanda de água está reduzindo reservas do lençol 
de água, o que propicia o esgotamento do recurso ou salinização dos solos. 
O consumo crescente de combustíveis fósseis contribui para a poluição do 
ar afectando a saúde pública e a estabilidade do clima. O uso de energia, o 
desflorestamento e a produção industrial contribuem em grande medida 
para a poluição do ar que está ameaçando plantas, animais e alteram o clima 
do globo: os Óxidos de nitrogénio e enxofre contribuem para chuvas ácidas. 
O Dióxido de carbono contribui para o efeito de estufa e o aquecimento da 
terra. Os Clorofluorcarbonetos afectam a camada do ozono. Da actividade 
humana são gerados resíduos e substancias nocivas a saúde humana. 
 
Os problemas ambientais acima mencionados variam desde directos como é 
o caso da poluição das águas durante as actividades de pesquisa e 
exploração de minerais e hidrocarbonetos e indirectos como as doenças 
resultantes do consumo desta água poluída. Alguns problemas ambientais 
podem ser considerados insignificantes quanto considerados para projectos 
específicos, por exemplo as pesquisas de gás natural de uma Sasol, mas 
Curso de Avaliação do Impacto Ambiental 
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Luís D. Luís /DNAIA/MICOA/ Página 225/04/1318/04/1318/04/1326/07/1129/06/11 
poderão ser significativos e cumulativos se considerarmos o conjunto de 
pesquisas como um todo a acontecerem no país. Os impactos podem ser de 
um único pais, enquanto outros podem ultrapassar fronteiras e alcançarem 
outras nações. 
 
Para a gestão destes problemas será necessário um entendimento dos 
diversos impactos ambientais. Os impactos ambientais podem variar quanto 
a natureza, magnitude, extensão, tempo, duração, probabilidade, 
reversibilidade e significância (Ridgway, B. et al.,1996). 
 
1.2. Desenvolvimento Sustentável e Avaliação do Impacto Ambiental 
 
Existe uma forte relação e dependência inevitável entre o desenvolvimento 
e a exploração dos recursos naturais. ”O ambiente é a espinha dorsal da 
economia, a fonte da sobrevivência e a fonte da riqueza de uma nação” 
(Ridgway, B. et al., 1996). A história mostra que o desenvolvimento, a 
civilização, os tempos e a cultura dos povos foi definido e determinado pela 
descoberta, exploração e uso de certos minerais, nomeadamente a Idade da 
Pedra, Idade do Bronze, Idade do Ferro, etc. Sabe – se, no entanto, que 
quanto maior e complexa a sociedade, de forma proporcional, aumenta a 
demanda dos recursos naturais, mas estes sempre permanecem um recurso 
finito ou pelo menos reduz a sua capacidade e velocidade de reposição 
(Corson, W. ed., 1993). 
 
Dada a necessidade de dar resposta os problemas ambientais é criada em 
1983, a Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento 
(CMMAD), presidido pela Primeira-ministro Norueguês, Gro Harlem 
Brudtland. Dos estudos, pesquisas e consultas a diversos níveis em 1987, é 
produzido o relatório, designado do Inglês “Our Common Future” (Nosso 
Futuro Comum), sobre a saúde ambiental do mundo e as propostas de 
solução. O relatório citado por Corson descreve o desenvolvimento 
controlado como sendo “não um estado fixo de harmonia, mas sim um 
processo de mudanças no qual a exploração dos recursos, a gestão de 
investimentos, a orientação do desenvolvimento tecnológico e as mudanças 
institucionais são compatíveis com o futuro, bem como as necessidades do 
presente” (Corson, W. ed., 1993). É neste relatório que foi definido o 
conceito desenvolvimento sustentável. 
 
O desenvolvimento sustentável é definido como sendo o desenvolvimento 
para suprir as necessidades das gerações presentes sem comprometer as 
necessidades das gerações futuras (Ridgway, B. et al.,1996). É um plano a 
longo prazo de exploração de recursos naturais incluindo recursos minerais 
e geologicos tendo em conta a sua importância para a nossa vida diária e 
admitindo a sua finidade (Corson, W. ed., 1993). Quer dizer, por exemplo, 
ao extrair minerais da prata ou de ouro ou extraindo combustiveis fosseis 
como o carvão mineral ou gás natural, para responder as necessidades da 
população actual, independentemente da sua dimensão e da dimensão das 
suas necessidades, ela deve ser feita de tal maneira que, a população de 
amanhã possa ter as reservas deste mesmo recurso disponível para 
Curso de Avaliação do Impacto Ambiental 
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responder as suas necessidades nessa altura. A história deve demonstrar 
que este recurso natural ou mineral foi pesquisado, descoberto e explorado 
no passado (de forma sustentável) e nessa altura as reservas não foram 
esgotadas pelos que a exploravam, exactamente para que nesse presente 
momento, esta geração tivesse acesso a este mesmo recurso. 
 
O desenvolvimento sustentável é reconhecer (Corson, W. ed., 1993, p.54): 
• Qualidade ambiental e desenvolvimento económico estão 
interligados, e o ambiente e a economia devem estar integrados 
desde o início dos processos de formulação de decisões. 
• Degradação ambiental está interligada com a exploração de recursos 
naturais. Por exemplo, o uso do mercúrio (metal pesado) por 
garimpeiros para a mineração significa poluição das águas, significa 
também degradação dos solos agricultáveis e sérios riscos na saúde 
da população. 
 
Assim que a população cresce, associada as pressões da industrialização, 
urbanização e o aumento do uso da base de recursos naturais, medidas 
adequadas deverão ser consideradaspara o uso prudente dos recursos 
disponíveis. As novas tecnologias e o conhecimento científico são uma das 
maneiras de compatibilizar as acções humanas e as leis naturais (Corson, W. 
ed., 1993, p.54). Porém, um dos instrumentos valiosos para uma boa gestão 
de recursos é a Avaliação do Impacto Ambiental (AIA). 
 
A AIA é um instrumento que pode prever, evitar, minimizar ou maximizar 
impactos de uma proposta de actividade, usar de forma sustentável os 
recursos reduzindo os custos do projecto e fornecer informação acerca dos 
efeitos da actividade para a tomada de decisão. 
 
A Avaliação do Impacto Ambiental pode (Ridgway, B. et al., 1996, p.67): 
• Modificar e melhorar o desenho da proposta de projecto; 
• Assegurar o uso eficiente dos recursos; 
• Melhorar os aspectos sociais relacionados com a proposta; 
• Identificar medidas para mitigar, monitorar e gerir os impactos; 
• Facilitar uma tomada de decisão informada. 
 
1.3. História de Avaliação do Impacto Ambiental 
 
O desenvolvimento económico e a crescente exploração dos recursos 
naturais, associado aos problemas ambientais na década de 50 e 60, 
começou a criar a consciência ambiental nos países desenvolvidos. 
Inicialmente, as actividades passavam por uma análise técnica e puramente 
económica de custo benefício. Porém, a experiência mostrou que a 
implantação destas actividades levantavam questionamentos sérios em 
termos ambientais que não encontravam resposta nas análises ora 
realizadas. É deste modo que, nesses países, a sociedade civil exigiu que as 
actividades de desenvolvimento tivessem em consideração os efeitos 
ambientais negativos durante a tomada de decisão. 
 
Curso de Avaliação do Impacto Ambiental 
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Esta exigência, teve o seu impacto nos Estados Unidos da América, onde os 
movimentos ambientalistas conseguiram mobilizar a população e 
persuadiram o governo a aprovar em 1969, a Lei Ambiental Federal 
“National Environmental Protection Act (NEPA)”, considerada por Canter de 
‘Uma Carta Magma do Ambiente’ (Canter, L., 1996), uma lei cujos objectivos 
e princípios asseguravam que toda actividade considerasse aspectos 
ambientais através de uma declaração das principais consequências durante 
a sua implementação. Esta avaliação deveria conter dentre outros aspectos, 
o impacto ambiental provável da actividade, os impactos ambientais que 
não podem ser evitados e as alternativas a acção proposta. Deste modo, a 
planificação dos projectos e a tomada de decisão deveria incluir aspectos 
técnicos, económicos, ambientais e sociais (Moreira Dias, I., 1993). 
 
Com a aprovação do NEPA que viria a entrar em vigor em 1970, a avaliação 
do impacto ambiental expandiu rapidamente e foi sendo aplicada em muitos 
países do mundo, sendo até exigências de agências doadoras e de 
financiamento. Por exemplo, o Canada foi o segundo país a aplicar a 
avaliação do impacto ambiental em 1973, enquanto que na Europa, a Franca 
foi o primeiro país a instituir a avaliação do impacto ambiental em 1976 
(Moreira Dias, I., 1993). 
 
As conferências internacionais foram um grande contributo para que muitos 
países avançassem rapidamente e implementassem a avaliação do impacto: 
o Clube de Roma em 1970 e a Conferência de Estocolmo em 1972, 
reconheceram a escassez de recursos naturais e a vulnerabilidade 
económica. Em 1980, o Relatório de Brundtland introduziu o conceito de 
desenvolvimento sustentável. Na Conferência do Rio em 1992, os países 
comprometeram- se, por exemplo, a preservar a Biodiversidade (Sadar, M., 
1996) 
 
Em Moçambique, os aspectos ambientais nunca mereceram alguma 
importância relevante no passado. Por exemplo, as pesquisas e exploração 
do carvão de Moatize, as pesquisas de hidrocarbonetos em Pande, Temane e 
Lago Niassa, as pedreiras e areeiros espalhados por este país, as estradas, 
pontes e outras infra-estruturas com impactos negativos sobre o ambiente, 
só para citar alguns, foram realizados sem considerar os impactos que 
advinham da sua implantação. Nessa altura, os princípios de protecção 
ambiental restringiam- se a algumas poucas áreas, que incluíam a costa, as 
florestas e a fauna bravia(MICOA, 1999). 
 
O Programa de Gestão Ambiental indica os seguintes passos da 
institucionalização da gestão ambiental em Moçambique (MICOA, 1999): 
 
• 1982: Criação da Unidade de Gestão Costeira (UGC) no antigo 
Instituto de Planeamento Físico (INPF) 
• 1985: Unidade de Gestão Costeira com apoio do PNUMA e IUCN 
propõe a criação do Conselho do Ambiente, composto por um 
Secretariado e recursos financeiros. 
Curso de Avaliação do Impacto Ambiental 
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• 1987: O Ministro dos Recursos Minerais é designado para dirigir a 
institucionalização da gestão ambiental em Moçabique. 
• 1991: Criação da Divisão do Meio Ambiente no antigo INPF 
• 1992: Criação da Comissão do Meio Ambiente após análise e 
discussão sobre o estado do ambiente e as recomendações saídas da 
Conferencia da Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e 
Desenvolvimento 
• Em 1994: Criado o Ministério para a Coordenação da Acção 
Ambiental (MICOA). 
• 1997: Aprovação da Lei do ambiente (Lei 20/97, de 29 de Dezembro) 
e o primeiro Regulamento sobre o Processo de Avaliação do Impacto 
Ambiental aprovado em 1998 e revogado para o Decreto 45/2004 
institucionalizando legalmente a Avaliação do Impacto Ambiental. 
 
Desde a sua institucionalização no mundo, a Avaliação do Impacto Ambiental 
evoluiu bastante com a reformulação do conceito ambiente, passando desde 
um instrumento que defendia uma causa puramente ecológica, onde as 
análises feitas concentravam - se bastante nos aspectos biofísicos, para uma 
análise integrada que considera todos aspectos não só biofísicos, como 
também sócio económicos e de saúde humana. 
 
2. Conceitos de Avaliação do Impacto Ambiental 
 
Um dos objectivos de AIA é determinar na fase inicial de planificação 
(estudos de pré viabilidade técnica e análise de custo beneficio), os 
potenciais efeitos das propostas de actividade sobre os meios biofísico, 
sócio – económico e na saúde humana, durante as diversas fases de 
implementação e desactivação, de modo a implementar medidas para 
evitar, minimizar os impactos negativos e maximizar os positivos e 
identificar alternativas de localização, de processo, de tecnologia ou de não 
prosseguir com a actividade. O seu propósito é avaliar o ambiente de 
inserção da actividade e as implicações sociais (negativas e positivas) de 
implementar uma determinada actividade antes das decisões serem 
irrevogáveis. Esta avaliação deve considerar os objectivos económicos da 
proposta de modo a tomar uma decisão balanceada (Sadar, M., 1996) 
 
A literatura dispõe de varias definições de AIA. Porém, para o presente 
contexto, a AIA pode ser definida como: 
 
…um processo de carácter preventivo de gestão ambiental que analisa 
todos efeitos negativos e positivos que podem resultar das diversas fases de 
implementação de uma proposta de actividade no ambiente biofísico, sócio 
económico e na saúde humana, e comunica de forma clara aos afectados, 
interessados e decisores antes que a tomada de decisão seja irrevogável. 
 
…uma actividade que identifica, prevê, interpreta e comunica informação, 
propondo medidas de evitar impactos irreversíveis, minimizar os impactos 
negativos e maximizar os positivos das propostas de desenvolvimento na 
Curso de Avaliação do Impacto Ambiental 
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saúde humana, bem estar dos ecossistemas de que depende a 
sobrevivência do homem (Sadar, M., 1996) 
 
…o exame sistemático das consequências ambientais de projectos, políticas, 
planos e programas. O seu principal objectivo é de fornecer os decisores 
um levantamento das implicações de acções alternativas antes da tomada de 
decisão (Ridgway, B. et al.,1996). 
 
De acordo com Sadar, os aspectos chave da AIA incluem por um lado, o 
exame de opções ou alternativas de levar a cabo uma actividade (incluindo 
o de não implementar) propondo recomendações de continuar, alterar ou 
abandonar se os impactos significativos não podem ser evitados. Por outro 
lado se o projecto prossegue, a AIA deve propor caminhos de evitar ou 
mitigar os impactos previstos, monitorizando ambas as previsões e medidas 
de evitar ou de mitigação, respondendo aos resultados de monitorização 
através de acções preventivas e correctivas (Sadar, M., 1996) 
 
Actividade: é qualquer acção, de iniciativa pública ou privada, relacionada 
com a utilização ou exploração de componentes ambientais, aplicação de 
tecnologias ou processos produtivos, planos, programas, actos legislativos 
ou regulamentos, que afectam ou podem afectar o ambiente. 
 
Ambiente: é o meio em que o homem e outros seres vivem e interagem 
entre si e com o próprio meio e inclui: 
• terra, água, ar, incluindo todas camadas da atmosfera 
• toda matéria orgânica e inorgânica e organismos vivos 
• todas condições sociais, económicas e culturais que afectam a vida 
das comunidades 
• os ecossistemas, a biodiversidade e suas relações ecológicas 
 
Gestão Ambiental: é o uso racional e sustentável dos recursos ou 
componentes ambientais, incluindo o reuso, a reciclagem, protecção do 
ambiente. A gestão ambiental inclui actos administrativos e legislativos, 
acções económicas, investimentos, com a finalidade de recuperar a 
qualidade do ambiente, assegurar a produtividade dos recursos e o 
desenvolvimento social (Moreira Dias, I. 1993). 
 
Poluição: é qualquer deposição, no ambiente, de substâncias ou resíduos, 
independentemente da sua forma, bem como a emissão de luz, energia, de 
tal modo e em quantidade tal, que afecta negativamente. Uma simples 
deposição não pode ser chamada de poluição, até que os limites 
permissíveis sejam ultrapassados (padrões de qualidade ambiental). 
 
Qualidade Ambiental: é o estado do ambiente, numa determinada área ou 
região, conforme é percebido objectivamente, em função da medição da 
qualidade de alguns dos seus componentes, ou mesmo subjectivamente, em 
relação a determinados atributos, nomeadamente, a beleza, o conforto, o 
bem estar, etc. (Moreira Dias, I., 1993) 
 
Curso de Avaliação do Impacto Ambiental 
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Luís D. Luís /DNAIA/MICOA/ Página 725/04/1318/04/1318/04/1326/07/1129/06/11 
Impacto Ambiental: é qualquer mudança no ambiente biofísico ou no 
ambiente sócio económico causado por uma actividade directa, do passado 
ou proposta, especialmente com efeitos na água, no ar, e na saúde das 
pessoas. 
 
Os impactos ambientais variam quanto ao tipo e natureza, magnitude, 
extensão, período, duração, incerteza (probabilidade), reversibilidade e 
significância. 
 
Tipo e natureza: os impactos podem ser no meio biofísico, social, 
económico. Podem ainda ser directos ou indirectos, cumulativos ou 
sinérgicos. 
 
Directo: quando resulta de uma simples relação de causa e efeito, também 
chamado impacto primário ou de primeira ordem. 
 
Indirecto: quando é uma relação secundária em relação a acção, ou quando 
é parte de uma cadeia de acções. 
 
Cumulativos: são os impactos obtidos da acção combinada de dois ou mais 
impactos. Aplica- se igualmente para o impacto causado por substâncias 
químicas que tem as características de se acumularem nos organismos vivos. 
 
Sinérgicos: são os impactos obtidos da acção combinada de dois ou mais 
impactos cujo efeito obtido é maior do que a soma dos efeitos individuais. 
 
Negativo: quando a acção resulta em dano da qualidade de um factor ou 
parâmetro ambiental. 
 
Positivo: quando a acção resulta na melhoria da qualidade de um factor ou 
parâmetro ambiental. 
 
Magnitude ou grandeza: é a medida da mudança de valor de um factor ou 
parâmetro ambiental, em termos quantitativos ou qualitativos, provocada 
por uma acção humana. Por exemplo, a concentração da matéria orgânica 
poderá variar de 20 mg/l para 150 ml/l devido a uma descarga de um 
efluente industrial. A magnitude nesse caso seria a diferença entre os dois 
valores. Em termos das suas consequências, os impactos podem ser 
insignificantes, quando não precisam de medidas de mitigação ou 
significantes quando necessitam de medidas de mitigação e monitorização. 
 
Extensão (espacial): os impactos podem ter efeitos locais ou poderão ter 
significância regional, transfronteiriça ou global como é o caso da emissão 
de gases com efeito de estufa (Dióxido de carbono, Metano) que contribuem 
para o aquecimento global. 
 
 
 
 
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Período (temporal): os impactos podem ser sentidos imediatamente, ou as 
evidências poderão ser verificadas depois de algum tempo. Por exemplo, a 
exposição a substancias químicas cancerígenas ou radiação poderá ser 
possível desenvolver o cancro depois de 10 a 20 anos ou mais tarde. 
 
Duração: os impactos podem variar de curto, como o ruído durante a 
construção, a permanente, como a reassentamento da população durante a 
construção da barragem de Cahora Bassa. 
 
Incerteza: os impactos poderão ambos variar na probabilidade e na 
consequência de ocorrer, por exemplo a probabilidade de um derrame de 
óleos poderá ser baixa, mas as consequências serem significantes. 
 
Reversibilidade: alguns impactos podem ser reversíveis, ou ser possível 
reabilitar depois de desactivação da actividade, enquanto outros podem ser 
irreversíveis como a exploração de recursos minerais ou hidrocarbonetos. 
 
Significância ou importância: é a ponderação do grau de significância em 
relação ao factor ambiental afectado e os outros impactos. A significância 
dos impactos nem sempre é relacionada com a sua magnitude. Por exemplo, 
uma simples perturbação de um ninho de uma espécie rara pode ser 
significante, enquanto grandes impactos poderão não necessariamente 
serem muito significantes. 
 
Pré Avaliação (Screening): avaliação inicial realizada normalmente pela 
entidade competente em AIA para decidir quais actividades susceptíveis de 
causar impactos e que necessitam de prosseguir para as fases seguintes de 
AIA ou é o processo de selecção de acções susceptíveis de causar impactos 
significativos no ambiente. 
 
Âmbito (Scoping): é o processo através do qual se seleccionam as questões 
ambientais significativas que podem ser afectadas pelos impactos 
ambientais causados pelas acções seleccionadas para a definição dos 
Termos de Referencia (TdR) que conduzirão o Estudo de Impacto Ambiental 
(EIA). 
 
Termos de Referencia (TdR): é o documento que contém os parâmetros e 
informações específicas que deverão orientar a elaboração do EIA 
 
Estudo do Impacto Ambiental (EIA): é a componente de AIA que analisa 
técnica e cientificamente as consequências que irão resultar da implantação 
de uma actividade no ambiente. 
 
Área de Influência: é o espaço geográfico directo ou indirectamente 
afectado pelos impactos de uma actividade. 
 
SituaçãoAmbiental de Referência: é o estado da qualidade das componentes 
ambientais e das suas interacções conforme se apresentam na área de 
influência de uma actividade, antes da sua implantação. 
Curso de Avaliação do Impacto Ambiental 
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Avaliação: identificação, análise e avaliação da significância dos impactos 
Mitigação: desenvolvimento de medidas para prevenir, reduzir ou 
compensar os impactos que causariam danos ao ambiente. 
 
Monitorização: verificação da implementação das medidas de mitigação se 
ocorrem de acordo com as previsões, incluindo a conformação dos 
parâmetros previstos com os limites e padrões de qualidade ambiental 
acordados e a implementação de acções correctivas onde for necessário. 
 
Plano de Gestão Ambiental: é documento que contém informação sobre 
como os proponentes se propõem a gerir os impactos, implementar as 
medidas de mitigação e o programa de monitorização dos diferentes 
aspectos e preocupações identificados durante o Estudo do Impacto 
Ambiental. São incluídos os programas de treinamento, educação ambiental, 
respostas às situações de risco e emergência. 
 
Relatório do Estudo do Impacto Ambiental (REIA): apresentação dos 
resultados da Estudo do Impacto Ambiental num formato aceitável. 
 
Participação pública: tipicamente ocorre durante a definição do âmbito e a 
revisão do Relatório de Estudo de Impacto Ambiental. Porém, pode 
acontecer noutras fases do processo. Ela pode compreender uma simples 
transmissão de informação sobre o projecto e seus impactos ou o 
envolvimento público no processo de tomada de decisão. 
 
Auditoria Ambiental: é a verificação do estado de saúde ou desempenho 
ambiental de um determinado empreendimento, realizada de forma 
sistemática, documentada e objectiva dos seus processos de controlo e 
protecção do ambiente durante as diferentes fases de implementação da 
actividade. 
 
3. Valores e Princípios de AIA 
 
3.1.Os Três Valores Centrais da AIA (Ridway, B. et al., 1996): 
• Sustentabilidade: o processo de AIA deverá resultar na salvaguarda 
do ambiente. 
• Integridade: o processo de AIA deverá conformar se ou estar de 
acordo com os limites e padrões acordados. 
• Utilidade: o processo de AIA deverá providenciar uma informação 
credível e balanceada para a tomada de decisão. 
 
3.2.Os Oito Princípios que Guiam a AIA (Ridgway, B. et al.,1996): 
• Participação: todas partes interessadas e afectadas deverão ter acesso 
ao processo de AIA a tempo e de forma adequada. 
• Transparência: todas as bases para as decisões tomadas deverão ser 
abertas e acessíveis. 
• Certeza: o processo e o período de avaliação deverá ser previamente 
acordado e seguido por todos os participantes. 
Curso de Avaliação do Impacto Ambiental 
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Luís D. Luís /DNAIA/MICOA/ Página 1025/04/1318/04/1318/04/1326/07/1129/06/11 
• Responsabilidade: os decisores são responsáveis por todas decisões 
que tomam sobre o processo de avaliação. 
• Credibilidade: a avaliação deverá ser realizada com profissionalismo 
e objectividade. 
• Custo eficácia: todo o processo de avaliação e seus resultados 
deverão assegurar a protecção ambiental no menor custo possível a 
sociedade. 
• Flexibilidade: o processo de avaliação deverá ser capaz de adaptar se 
eficaz e efectivamente com qualquer proposta ou qualquer situação 
de tomada de decisão. 
• Praticabilidade: a informação e os resultados providenciados pelo 
processo de avaliação são úteis para a tomada de decisão e 
planificação. 
 
3.3. Alguns Princípios de AIA (Ridgway, B. et al.,1996) 
 
A AIA deverá ser aplicada: 
• Para actividades susceptíveis de causar impactos significativos no 
ambiente ou adicionar os efeitos cumulativos previstos. 
• Como um instrumento primário de gestão ambiental que assegura 
que os impactos da proposta sejam minimizados, evitados ou 
reabilitados. 
• Na base de papel e responsabilidades definidas para os diferentes 
actores envolvidos no processo. 
 
A AIA deverá ser levada a cabo: 
• Durante o ciclo do projecto, no início da fase da concepção e desenho 
da actividade 
• Consistente com a aplicação de boas práticas, ciência e tecnologias 
de mitigação. 
• Participação pública e consulta às comunidades, grupos ou partes 
directamente afectadas (partes afectadas e interessadas). 
 
A AIA deverá considerar sempre que necessário: 
• Todos factores relacionados, incluindo sociais e riscos na saúde 
humana. 
• Efeitos cumulativos, a longo prazo e a larga escala 
• Alternativas de localização, tecnologias à proposta 
• Consideração da sustentabilidade incluindo produtividade de 
recursos, capacidade de assimilação e diversidade biológica 
 
A AIA deverá resultar em: 
• Informação verdadeira e apropriada da natureza, probabilidade e 
significância dos potenciais impactos, riscos e consequências da 
proposta e alternativas 
• Preparação de um relatório de estudo do impacto ambiental com 
informação clara, perceptível para a tomada decisão, incluindo 
referências das quantificações, limites fiéis das predições feitas 
Curso de Avaliação do Impacto Ambiental 
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Luís D. Luís /DNAIA/MICOA/ Página 1125/04/1318/04/1318/04/1326/07/1129/06/11 
A AIA deverá fornecer bases para: 
• Tomada de uma decisão ambientalmente sã onde os termos e as 
condições estão claramente especificadas e obrigadas. 
• Desenho, planificação e a construção de um projecto aceitável que 
alcança limites e os objectivos de gestão dos recursos 
• Acompanhamento do processo com os requisitos de monitorização, 
gestão, auditoria e avaliação baseada na significância dos impactos, 
das incertezas associadas às previsões e mitigação e oportunidades 
para melhoramentos futuros 
 
4. Benefícios, constrangimentos e demoras do processo de AIA 
 
4.1.Os benefícios de uma AIA (Ridgway, B. et al.,1996) 
 
Actividade ambientalmente sustentável em termos de melhoramento do 
desenho, localização e uso de recursos. 
A AIA possibilita a análise de possíveis alternativas do desenho, localização 
e uso de recursos. Estes aspectos melhoram a implementação da actividade. 
O melhor desenho da actividade pode minimizar doenças resultantes da sua 
implementação reduzindo custos de tratamento e compensação. 
 
Melhor cumprimento dos padrões de qualidade ambiental 
A aderência aos padrões de qualidade ambiental reduz os impactos sobre o 
ambiente e a probabilidade de multas. 
 
Salvaguarda dos custos de investimento e de operação 
Os custos poderão ser avultados se os impactos ambientais não tiverem sido 
considerados inicialmente e ser necessário alterações futuras. Isto poderá 
implicar na necessidade de alterações do projecto e aplicação de medidas 
de mitigação com custos elevados para a sua rectificação. 
 
Redução de tempo e custos para aprovação das actividades 
Se todas as preocupações ambientais tiverem sido devidamente 
consideradas antes da submissão do projecto, é improvável que a aprovação 
leve tanto tempo. 
 
Melhorada a aceitação da actividade pelo público 
Considerando que o público terá sido envolvido na fase inicial do processo, 
todas as suas preocupações teriam já sido consideradas e a actividade 
aceitável. Deste envolvimento, o público aprende sobre os impactos 
ambientais, pode influenciar a tomada de decisão e fica confidente com a 
actividade. 
 
4.2. Principais constrangimentos da AIA em MoçambiqueOs constrangimentos são vários e a lista pode ser extensiva. Porém, são 
indicados alguns constrangimentos: 
• A AIA não é integrada na fase de planificação da actividade 
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Luís D. Luís /DNAIA/MICOA/ Página 1225/04/1318/04/1318/04/1326/07/1129/06/11 
• Os EIA são documentos para formalizar o processo e obtenção da 
licença ambiental 
• Falta de coordenação inter sectorial 
• Falta de capacidade técnica para certas actividades 
• Falta de meios e recursos 
 
4.3. Algumas causas da demora do processo de AIA 
 
• A AIA começa muito tarde no ciclo da actividade 
• Os TdRs são mal esboçados e elaborados 
• A AIA não é gerida segundo o programado 
• Os REIAs são inadequados e portanto precisam ser reformulados 
• Ausência de dados técnicos 
 
5. Quando é que a AIA deve começar? 
Integração da AIA no processo de planificação 
 
A AIA pode ser integrada no processo de planificação sob diversas formas, 
designadamente sequencial, paralela e integrada. 
 
Para a forma sequencial, a AIA é realizada depois da planificação de estudos 
técnicos e económicos, enquanto na paralela, os estudos técnicos e 
económicos são realizados em paralelo. Na integrada, tanto a planificação 
técnica, económica e ambiental é realizada duma forma integrada (Sadar, 
M., 1996) 
 
6.Legislação ambiental aplicável no processo de AIA 
 
(1) Aspectos globais 
 
A AIA no geral deverá em primeiro lugar considerar os aspectos globais. 
Estes referem – se, por exemplo, as Convenções Internacionais, Protocolos e 
tratados rectificados ou assinados pelo país, que regulam assuntos 
ambientais que afectam países, regiões e o mundo inteiro. São mencionados 
no presente texto aquelas que foram julgadas relevantes, nomeadamente: 
 
(a) Convenção Quadro das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas 
 
Esta convenção preocupa- se com as actividades humanas (defrorestamento, 
exploração e o uso de energia e combustíveis fósseis, tratamento de lixos, 
etc) que aumentam os gases com efeito de estufa, que são os que absorvem 
e reemitem a radiação infravermelha, e pelo facto desse aumento estar a 
crescer o efeito de estufa natural, o que irá resultar num crescimento médio 
adicional da superficie da terra. 
 
Há muita incerteza nas previsões sobre as mudanças climáticas quanto ao 
momento da sua ocorrência e sua amplitude. 
 
Curso de Avaliação do Impacto Ambiental 
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Os mais afectados são os países com baixa altitude, os formados de 
pequenas ilhas, países com áreas costeiras baixas, áridas ou semi áridas, ou 
com áreas sujeitas a inundações, secas e desertificação, assim como os 
países em desenvolvimento com ecossistemas montanhosos frágeis. 
 
São objectivos da convenção a estabilização das concentrações na atmosfera 
desses gases a um nível que evite uma interferência antropológica perigosa 
com o sistema climático. 
 
Algumas Definições 
 
Reservatório: significa uma componente, ou componentes do sistema 
climático em que um gás com efeito de estufa, ou um seu percursor, é 
armazenado. 
 
Sumidouro: significa qualquer processo, actividade ou mecanismo que 
remove da atmosfera um gas com efeito de estufa, ou um seu percursor ou 
aerosol. 
 
Dentre várias obrigações, os países devem limitar as fontes de emissão de 
gases com efeito de estufa, desenvolver reservatórios e sumidouros desses 
gases através do conhecimento científico, tecnológico, técnico, sócio 
económico. 
 
(b) Protocolo de Quioto à Convenção Quadro das Nações Unidas sobre 
Mudanças Climáticas. 
 
Tem em vista implementar os compromissos assumidos na Convenção sobre 
as mudanças climáticas através de melhoramento de eficiências energéticas, 
protecção e melhoramento de sumidouros e reservatórios dos gases com 
efeito de estufa, formas sustentáveis da agricultura, aplicação de tecnologias 
de absorção de Dióxido de carbono e utilização de energias renováveis, 
limitar a emissão de gases com efeito de estufa (Dióxido de carbono, 
Metano, Óxido nitroso, Hidroflurocarbonetos, Perfluorcarbonetos, 
Hexafluoreto de enxofre). 
 
Dentre vários, o Protocolo tem por objectivo limitar e/ou reduzir as emissões 
de gases com efeito de estufa, através de medidas no sector do transporte e 
reduzir e/ou limitar as emissões de metano através de sua recuperação e o 
uso na gestão de residuos, bem como na produção, transporte e distribuição 
de energia. 
 
De acordo com o anexo A do protocolo, são os seguintes sectores e 
categorias de fontes de energia que merecem atenção. 
 
Combustão de combustível, emissões fugitivas de combustíveis 
(combustíveis, resíduos sólidos, petróleo e gás natural), processos 
industriais (produtos minerais, produção de metais, produção e consumo de 
halocarbonetos e de hexafluoreto de enxofre), uso de solventes e de outros 
Curso de Avaliação do Impacto Ambiental 
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Luís D. Luís /DNAIA/MICOA/ Página 1425/04/1318/04/1318/04/1326/07/1129/06/11 
produtos (gestão de estrume, cultivo do arroz, solos agrícolas, queimadas de 
savanas e resíduos agrícolas), resíduos (deposição de resíduos no solo, 
manuseamento de águas residuais, incineração de resíduos sólidos). 
 
Deste modo, toda exploração de recursos costeiros e o seu uso deverão ter 
em consideração estas obrigações. 
 
(c) Convenção sobre a Diversidade Biológica 
 
Preocupa- se com a redução da diversidade biológica e considera o seu 
valor ecológico, genético, social, económico, científico e educacional. Os 
seus objectivos são da conservação e utilização de forma sustentável. 
 
Alguns conceitos 
 
Diversidade Biologica: significa a variabilidade entre os organismos vivos 
de todas origens, incluindo, entre outros, os ecossistemas terrestres, 
marinhos e outros ecossistemas aquáticos e os complexos ecológicos dos 
quais fazem parte, compreende a diversidade dentro de cada espécie, entre 
as espécies e dos ecossistemas. 
 
Recursos biológicos: inclui recursos genéticos, organismos ou partes 
deles, populações, ou qualquer tipo de componente biótico de ecossistemas 
de valor ou utilidade actual ou potencial para a humanidade. 
 
Ecossistema: significa um complexo dinâmico de comunidades vegetais, 
animais e de organismos e o seu ambiente não vivo, interagindo como uma 
unidade funcional. 
 
Áreas protegidas: significa uma área geograficamente definida que tenha 
sido designada ou regulamentada e gerida para alcancar objectivos 
específicos de conservação. 
 
Habitat: significa o local ou o tipo de sítio onde um organismo ou população 
ocorre naturalmente, 
 
Dada a relevancia da biodiversidade, toda exploração de recursos costeiros 
e o seu uso não devem acontecer com impacto negativo a estes recursos. 
 
(d) Convenção das Nações Unidas de combate a Desertificação nos países 
afectados por seca grave e/ou desertificação, particularmente em África. 
Preocupa-se com o impacto da desertificação e da seca nos países afectados 
na Ásia e na Transcaucasia. 
 
Tem por objectivo o combate à desertificação e a mitigação dos efeitos da 
seca nos países afectados através de adopção de medidas eficazes a todos 
níveis. 
 
Formatada: Tipo de letra: Negrito
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Curso de Avaliação do Impacto Ambiental 
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Luís D. Luís /DNAIA/MICOA/ Página 1525/04/1318/04/1318/04/1326/07/1129/06/11 
Por seca entende- se o fenómeno que ocorre naturalmente, quando a 
precipitação registada e significamente inferior aos valores normais, 
provocando um sério desequilíbrio hídrico que afecta negativamente os 
sistemas de produção dependentes dos recursos da terra. 
 
Uma das causas da seca e desertificação é a degradação dos solos por 
factores naturais como os ventos e a água e por factores antropogénicos 
como a destruição da vegetação. 
 
(e) Convenção de Viena para a Protecção da Camada de Ozono 
 
� Preocupa- se com a protecção da camada do Ozono e a redução de 
substâncias que o destroem. 
� Anexos: anexo I refere- se a investigação e observações sistemáticas 
relativamente às alterações das quantidades de radiações 
ultravioletas com efeitos biológicos (raios UV-B), as modificações na 
distribuição vertical do ozono que pode alterar o perfil da 
temperatura da atmosfera, com consequências no tempo e no clima. A 
relação entre a exposição e o desenvolvimento do cancro da pele 
� Substâncias de origem natural e antropogénica que se pensa que têm 
um potencial para modificar as propriedades químicas e físicas da 
camada do ozono: Monóxido e Dióxido de carbono, Metano, espécies 
de hidrocarbonetos sem metano, Óxidos de nitrogénio (N2O, NOx), 
compostos de Cloro que actuam como ClOx: alquenos totalmente 
halogenados (CCl4, CFC3(CFC-11), alquenos parcialmente 
halogenados (CH3Cl, CH3CCl3), compostos de bromo que actuam 
como BOx: alquenos totalmente halogenados (CF3Br), o hidrogénio e 
a água. 
 
Protocolo de Montreal sobre as substâncias que destroem a camada do 
Ozono. Preocupa- se em proteger a camada do ozono através de medidas 
preventivas do controlo e redução das emissões. 
 
(f) Resolução no 18/96, de 26 de Novembro: Convenção de Basileia sobre o 
Controlo do movimento transfronteiriço de resíduos perigosos e sua 
eliminação 
 
Preocupa- se com o tráfico ilícito transfronteiriço de resíduos perigosos para 
os países sem capacidade para o seu tratamento e deposição segura com 
todos constituindo um atentado para o ambiente e para a saúde pública. 
 
O objectivo geral da Convenção é de proteger a saúde e o ambiente 
resultante dos efeitos adversos da geração, movimento transfronteiriço e 
gestão de resíduos perigosos. Os dois pilares da convenção são o sistema 
para o movimento transfronteiriço de lixos e a gestão segura de resíduos. 
 
A convenção define as categorias de lixos considerados perigosos e as 
características de risco para que sejam considerados perigosos de acordo 
com os anexos I e III respectivamente. 
Curso de Avaliação do Impacto Ambiental 
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Luís D. Luís /DNAIA/MICOA/ Página 1625/04/1318/04/1318/04/1326/07/1129/06/11 
Alguns resíduos abrangidos pela convenção incluem- se os de óleos 
minerais, resíduos a base de alcatrão, resíduos de natureza explosiva, 
resíduos contendo metais pesados como o Chumbo, Arsénio, Cádmio, 
Mercúrio, compostos inorgânicos de fluor, etc. 
 
(2) Leis 
 
(a) Lei do ambiente (20/97, de 01 de Outubro) 
Tem como objecto a definição das bases legais para uma utilização e gestão 
correctas do ambiente e suas componentes, com vista a materialização de 
um sistema de desenvolvimento sustentável. Um dos princípios e a utilização 
e gestão raccionais das componentes ambientais, com vista a promoção da 
melhoria da qualidade de vida dos cidadãos e a manutenção da 
biodiversidade e ecossistemas. 
 
Artigo 9: Proibe poluir no território Moçambicano 
� Proibido de poluir os solos, as águas, a atmosfera de qualquer 
substâncias tóxicas bem como a prática de actividades que acelerem 
a erosão, desflorestamento ou qualquer outra forma de degradação 
ambiental 
� Proíbe a exportação de resíduos perigosos 
 
Artigo 12: Protecção da biodiversidade 
� Proibe todas actividades que atentem contra a conservação, 
reprodução, qualidade e quantidade de recursos biológicos, 
especialmente os ameaçados de extinção. 
 
Artigo 15: Licenciamento ambiental 
� Todas actividades que pela sua natureza são susceptíveis de causar 
danos no ambiente devem possuir uma licença ambiental 
� A licença será emitida com base na avaliação do impacto 
ambiental(AIA). 
 
Artigo 16: Avaliação do Impacto Ambiental 
� A AIA tem como base no estudo do impaco ambiental (EIA) realizada 
por entidades credenciadas pelo governo 
� Preve legislação específica para os procedimentos 
 
Artigo 17: Conteúdo mínimo do EIA 
 
(b) Lei de Águas (Lei 16/91, de 3 de Agosto) 
 
Artigo 51 
 
Contaminação entende- se como a acção ou o efeito de introduzir materiais, 
formas de energia ou a criação de condições que, directa ou indirectamente, 
impliquem uma alteração prejudicial da sua qualidade em relação aos usos 
posteriores ou a sua função. 
 
Curso de Avaliação do Impacto Ambiental 
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Luís D. Luís /DNAIA/MICOA/ Página 1725/04/1318/04/1318/04/1326/07/1129/06/11 
Artigo 53: Actividades interditas 
 
Sao interditas 
� Efectuar descargas directa ou indirectamente que contaminem as 
águas 
� Acumular resíduos sólidos, desperdícios ou quaisquer outras 
substâncias que contaminem as águas 
� Actuar sobre o meio físico ou biótico afecto a água de modo a 
degrada- lo 
� Exercer, nas zonas de protecção estabelecidas, quaisquer actividades 
que possam envolver perigo de contaminação ou degradação do 
domínio público. 
 
Artigo 54: Prevenção e controlo 
� Toda a actividade susceptível de provocar contaminação ou 
degradação do domínio público hídrico e em particular o despejo de 
águas residuais, dejectos ou outras substâncias nas águas de domínio 
público fica dependente de autorização especial e o pagamento de 
uma taxa. 
 
Artigo 55: Responsabilidade do poluidor 
� Quem poluir responsabiliza- se a custear as despesas de reconstituir o 
dano causado além de outras penalizações 
 
Artigo 58: Protecção dos solos 
 
� Fora das áreas de protecção da natureza, nos terrenos inclinados 
próximos das fontes, de cursos de águas ou de se previna ou combata 
a erosão, fica dependente de prévia autorização. 
 
Artigo 61: Tratamento prévio de águas residuais 
� As águas residuais não poderão ser evacuadas sem tratamento prévio 
quando, no estado bruto, possam afectar o bom funcionamento da 
rede pública de saneamento ou das instalações de depuração. 
 
(c) Lei de Minas (Lei 14/2003, de 26 de Julho) 
O capítulo II indica os títulos e as autorizações para a prospecção, pesquisa e 
exploração de recursos minerais, os prazos, as condições de atribuição e os 
direitos dos titulares. O capítulo III descreve os impostos e encargos 
financeiros dos titulares. O capitulo V descreve a gestão ambiental de uma 
actividade mineira: os instrumentos de gestão ambiental, a classificação 
ambiental das actividades mineiras, normas de gestão ambiental, etc. 
 
Artigo 15 
� O início de qualquer trabalho de desenvolvimento ou de mineração 
na área para a qual a concessão mineira é atribuida está sujeita: a 
licença ambiental e autorização do uso e aproveitamento da terra 
� Os proponentes devem cumprir com as exigências de protecção, 
gestão e restauração ambiental nos termos da legislação em vigor 
Curso de Avaliação do Impacto Ambiental 
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Luís D. Luís /DNAIA/MICOA/ Página 1825/04/1318/04/1318/04/1326/07/1129/06/11 
 
Artigo 35: Principiosde gestão ambiental da actividade mineira 
� A actividade mineira deve ser exercida em conformidade com as leis 
e os regulamentos pertinentes ao uso e aproveitamento de recuros 
minerais, bem como a protecção e preservação do ambiente, 
incluindo os aspectos sociais, económicos e culturais, em vigor 
Artigo 36: instrumentos de gestão ambiental 
� Avaliação do impacto ambiental 
� Programa de gestão ambiental 
� O plano de gestão ambiental 
� O programa de monitorização ambiental 
� O programa de encerramento da mina 
� A auditoria ambiental 
� O programa de controlo de situação de risco e emergência 
 
Artigo 37: Classificação ambiental das actividades mineiras 
� Nivel I: as operações de pequela escala levadas a cabo por indivíduos 
ou cooperativas, bem como a prospecção e pesquisas que não 
involvam métodos mecanizados 
� NivelI: extracção de materiais de construção (pedreiras e areeiros) e 
prospecção e pesquisas que involvam equipamento mecanizado 
� Nivel III: não incluidas nos níveis anteriores e que involvam 
equipameno mecanizado 
 
Artigo 38: Normas de Gestão Ambiental 
� A gestão ambiental rege- se pelas normas básicas de gestão 
ambiental para as actividades de nível I, plano de gestão ambiental 
para o nível II e estudo do impacto ambiental para as actividades de 
nível III 
� As actividades de nível II estão sujeitas a aprovação do plano de 
gestão ambiental pela entidade competente 
� O processo de avaliação do impacto ambiental será regido por 
regulamentação especifica. 
 
(d) Lei de Florestas e Fauna Bravia (Lei 10/99, de 12 de Julho) 
Artigo 10: zona de protecção 
� As zonas de protecção são as áreas territoriais delimitadas, 
representativas do património natural nacional, destinadas a 
conservação da biodiversidade e de ecossistemas frágeis ou de 
espécies animais ou vegetais. 
� Zonas de protecção: parques nacionais, reservas nacionais e zonas de 
uso e de valor histórico cultural 
 
(f) Lei de Petróleos (Lei 3/2001, de 21 de Fevereiro) 
 
Artigo 23: Protecção e segurança ambiental 
� Os titulares dos direitos de pesquisa e produção de petróleo devem 
assegurar que não haja danos ou destruições ecológicas, devendo 
Curso de Avaliação do Impacto Ambiental 
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submeter para aprovação os respectivos estudos do impacto 
ambiental. 
� Evitar a destruição de terrenos, do lençol freático, árvores, culturas, 
edifícios ou outras infraestruturas e bens. 
� Limpar os locais após o termo das operações petrolíferas e cumprir 
com os requisitos para a restauração do ambiente 
 
(3) Regulamentos 
 
(a) Decreto 45/2004, de 29 de Setembro (Regulamento sobre o Processo de 
Avaliação do Impacto Ambiental) 
 
O Artigo 3, categoriza as actividades de acordo com os níveis de avaliação a 
que devem ser submetidos e o Artigo 5, refere- se as actividades que estão 
isentas da realização de um EIA. 
 
O capítulo II aborda a Avaliação do Impacto Ambiental: (1) a instrução do 
processo (Artigo 6), (2) a pré- avaliação (Artigo 7), (3) os critérios de 
avaliação (Artigo 8), (4) a comissão técnica de Avaliação (Artigo 9), (5) o 
estudo de pré- vialidade e definição do âmbito (Artigo 10, (6) Termos de 
Referência (Artigo 11), (7) Estudo do impacto Ambiental (Artigo 12), (8) 
Estudo Ambiental Simplificado (Artigo 13), (9) Processo de participação 
pública (Artigo 14), (10) Revisão do Estudo de Pré- Viabilidade Ambiental e 
Definição do Âmbito (Artigo 15), (11) Revisão do REIA (Artigo 16), (12) 
Revisão do Estudo Ambiental Simplificado e (13) prazo para comunicação 
dos resultados. 
 
O capitulo III refere- se ao licenciamento ambiental e a caducidade e 
validade da licença ambiental. 
 
O capítulo IV indica a necessidade de registo de consultores, sua 
responsabilidade bem como a responsabilidade dos proponentes. 
 
� Artigo 6: Instrução do processo: o início do processo de AIA começa 
com a apresentação ao MICOA da descrição da intenção da 
actividade, sua justificação, o ambiente de inserção e as etapas de 
realização do AIA. 
� Artigo 7: Pré –avaliação: o MICOA de acordo com a natureza da 
actividade e o meio de inserção, faz a verificação do enquadramento 
da actividade nas listas A, B ou C dos anexos do regulamento. 
� Artigo 10: Estudo de Pré -Viabilidade Ambiental e Definição do 
Âmbito: caso o MICOA constate que a actividade enquadra- se nas 
categorias B e A, a actividade prossegue com a elaboração dos 
termos de referência para os estudos respectivos, designadamente 
EAS ou EIA para a tomada de decisão. Para os de categoria C emite- 
se a declaração de isenção. 
� Artigo 12: Estudo do Impacto Ambiental: aprovados os Termos de 
Referência pelo MICOA, os proponentes prosseguem com a 
Curso de Avaliação do Impacto Ambiental 
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Luís D. Luís /DNAIA/MICOA/ Página 2025/04/1318/04/1318/04/1326/07/1129/06/11 
realização do EIA, cujo relatório deve ser submetido para aprovação 
pelo MICOA depois do processo de revisão. 
� Artigo 16: Revisão do Estudo do Impacto Ambiental: O relatório do 
EAS e do EIA são revistos por uma Comissão Técnica Provincial e 
Nacional, respectivamente. 
� Artigo 19: concluida a revisão e verificada a viabilidade ambiental da 
activiadade é emitida a respectiva licença ambiental. 
� Artigo 21: O estudo do impacto ambiental e realizado por consultores 
ambientais credenciados pelo MICOA. 
� Artigo 22: os consultores ambientais respondem civil e criminalmente 
pelas informações prestadas nos EIA. 
� Artigo 24: Fiscalização: o MICOA realizará inspecções e auditorias 
ambientais para verificar a conformação da actividade com a 
legislação e aderência das condições da aprovação da actividade. 
� Os anexos: o anexo I refere- se as actividades de categoria A, anexo 
II, as actividades de categoria B, o anexo III, as actividades de 
categoria C. O anexo IV apresenta a informação prelimnar que os 
proponentes deverão apresentar na instrução do processo para a pré 
– avaliação 
 
Decreto 42/2008, de 04 de Novembro, que altera os Artigos 5, 15, 18, 20, 24 
e 28 do Decreto 45/2005, de 29 de Setembro 
 
Artigo 5, atribui competências ao MICOA (DPCAs) a revisão do Plano de 
Gestão Ambiental aos projectos de minérios classificados como de nível II, 
no âmbito do Regulamento Ambiental da Actividade Mineira. 
 
O Artigo 20, aborda matérias relacionadas com a caducidade das licenças: o 
numero 2 preve que os proponentes possam renovar sua licença para as 
actividades licenciadas e não implantadas ate noventa dias antes do termo 
da valiadade. Os numeros 4 e 5, relacionam- se com a valiade da licença por 
apenas cinco anos, o pagamento de taxas adicionais no acto da renocavao e 
a necessidade de actualização do respectivo PGA. 
 
O Artigo 24, prevê a necessidade de apresentação de um PGA para as 
actividades auditadas que sejam classificadas como de categoria B. 
 
O Artigo 25, incrementa as taxas de licenciamento e a necessidade de 
pagamento para a aquisição da ficha de informação preliminar e a mudança 
do nome para os projectos ja aprovados. 
 
(b) Decreto 32/2003, de 12 de Agosto (Regulamento Relativo ao Processo de 
Auditorias ambientais) 
O Artigo 4, fala do objecto da auditoria ambiental, Artigo 5, as 
competências, Artigo 6, auditoria pública, Artigo 7, Auditoria Privada, Artigo 
10, relatório de uma auditoria ambiental, Artigo 11, auditores ambientais e 
Artigo 12, licenciamento de auditores que queiram exercer esta actividade 
em Moçambique. 
 
Curso de Avaliação do Impacto Ambiental 
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(c) Decreto 18/2004, de 02 de Julho (Regulamento sobre Padrões de 
Qualidade Ambiental e de Emissão de efluentes) 
O capitulo II refere- se a qualidade do ar relativo a as emissões industriais, 
fontes móveis. O capítulo III indica a qualidade da água, sua categoria em 
função dos seus usos, os parâmetros da água para diversas funções. 
Enquanto o capitulo IV refere- se a qualidade dos solos e o capitulo V refere- 
se a emissão dos ruídos. Os anexos dão os números ou níveis permissíveis 
de descargas. 
 
(d) Decreto 08/2003, de 18 de Fevereiro (Regulamento sobre a Gestão de 
Lixos Bio médicos) 
O capítulo II descreve a composição de um plano de gestão de lixos 
biomédicos e as obrigações das unidades hospitalares, institutos de 
investigação e empresas que manuseiam lixo biomédico. O capítulo III 
descreve as maneiras que os diversos lixos gerados devem ser segregados 
e armazenados. Enquanto o capítulo IV descreve as formas de transporte, 
tratamento e deposição 
 
(e) Decreto 13/2000, de 15 de Julho (Regulamento sobre a Gestão de 
Resíduos) 
� O Artigo 5 classifica os resíduos e os Artigo 6, descreve as categorias 
de lixos. O Artigo 7 descreve a composição de um plano de gestão de 
resíduos e o Artigo 8, os métodos de deposição, aproveitamento ou 
valorização. O Artigo 9 especifica as obrigações das entidades que 
manuseiam resíduos e o Artigo 10 refere- se a necessidade de 
licenciamento ambiental de todas instituições envolvidas na gestão de 
lixos. 
 
� O capítulo II fala da gestão de resíduos não perigosos e o capítulo III 
da gestão de resíduos perigosos. 
 
� Os anexos: anexo I, apresenta a informação requerida para os 
proponentes que queiram autorização para a construção de aterros, o 
anexo III, relaciona- se com o pedido de autorização para outras 
operações de gestão de resíduos, o anexo III refere- se as 
características perigosas. O anexo IV é relativo a categoria de 
residuos perigosos, anexo V: a identificação de resíduos perigosos, 
anexo VI, as operações de eliminação de resíduos. 
 
(f) Decreto 11/2006, de 15 de Junho: Regulamento sobre a Inspecção 
Ambiental 
� Artigo 1: Fiscaliza os licenciamentos e as auditorias realizadas e o 
cumprimento das medidas de mitigação propostas no âmbito do 
processo de AIA. 
� Artigo 8: Actuação: em caso de qualquer transgressão, os inspectores 
podem proceder o levantamento do auto de notícia, prazos para o seu 
cumprimento e notificação ao infractor. 
� Artigo 11: Correcções de irregularidades: os inspectores fixarão os 
prazos para a reparação das irregularidades. Decorrido o prazo 
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realizar- se- á uma nova inspecção e caso se detecte a permanência 
da irregularidade, proceder- se –á a aplicação da multa. 
� Artigo 20: Agravação das multas: atenuação e agravamento em função 
da reacção do infractor. 
 
7. Arranjos Institucionais para implementação do processo de avaliação 
do impacto ambienal 
 
A entidade competente para implementar e gerir o processo de avaliação 
do impacto ambiental em Moçambique é o MICOA. Neste ministério, 
existem oito direcções nacionais: Direcção Nacional de Avaliação do 
Impacto Ambiental (DNAIA), Direcção Nacional de Gestão Ambiental 
(DNGA), Direcção Nacional de Planeamento e Ordenamento Territorial 
(DNPOT) e Direcção Nacional de Promoção Ambiental (DNPA), Direcção 
Nacional de Planificação (DNP), Direcção Nacional dos Recursos Humanos 
(DNRH), Direcção de Administração e Finanças (DAF), Direcção de 
Cooperação. Um Gabinete Jurídico, a Inspecção Geral e Gabinete do 
Ministro. 
 
A Direccao Nacional de Avaliação do Impacto Ambiental(DNAIA) tem dois 
departamento, o de licenciamento ambiental, que lida com matérias 
relacionadas com a pré avaliação, revisão de projectos, termos de 
referência e relatórios de estudos de impacto ambiental incluindo o registo 
de consultores ambientais e consultas públicas. Por outro lado, existe o 
departamento de auditoria ambiental, que se responsabiliza em acompanhar 
a operação das actividades implantadas para verificar a conformação com a 
legislação ambiental em vigor e a aderência às condições de aprovação 
ambiental. 
 
As convenções e protocolos ambientais estão enquadradas no MICOA nas 
várias direcções responsabilizadas aos técnicos responsáveis de ligação, os 
chamados de pontos focais das convenções. 
 
8. O processo de Avaliação do Impacto Ambiental 
 
O processo de AIA compreende as seguintes fases principais: a pré - 
avaliação (screening), definição do âmbito (scoping), avaliação, mitigação, 
elaboração do relatório, revisão do relatório, participação pública, tomada 
de decisão, monitorização e auditoria. 
 
8.1. Pré- Avaliação (screening) 
 
Entende- se por pré -avaliação, a fase do processo de AIA, pelo qual se 
seleccionam as actividades que necessitam ou não de um Estudo de Impacto 
Ambiental (EIA) bem como o nível de sua avaliação, quer seja completo ou 
simplificado. Esta fase envolve o julgamento sobre os impactos esperados 
de uma proposta serem ou não significativos sobre o ambiente de 
implantação. 
 
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A pré- avaliação é importante porque algumas actividades identificadas não 
possuem impactos significativos sobre o ambiente, e portanto podem ser 
implantadas, enquanto outras possuem impactos significativos sobre o 
ambiente biofísico, social, cultural e saúde humana. 
 
Esta fase deve ser realizada bem cedo do início do ciclo de desenvolvimento 
da proposta para que os proponentes estejam informados das suas 
obrigações e dos passos a seguir. 
 
Os métodos para a pré- avaliação podem compreender uma avaliação caso 
por caso por parte dos decisores, um exame inicial do ambiente, o uso de 
uma lista mandatária de actividades e a lista de exclusão de actividades. 
 
Em Moçambique e de acordo com o Regulamento sobre o Processo de 
Avaliação do Impacto Ambiental (Decreto 45/2004, de 29 de Setembro, 
artigo 7) a pré- avaliação tem início após a instrução do processo, onde os 
proponentes (donos da actividade ou seus representantes) submetem ao 
MICOA (Direcções Provinciais) a proposta da actividade que compreende: 
1. Descrição da actividade, 2. Justificativa da actividade, 3. Enquadramento 
legal da actividade, 4. Descrição do ambiente da área de implantação da 
actividade, 5. Proposta das Etapas de realização de AIA e 6. Ficha de 
informação ambiental preliminar, que constitui o anexo IV do RAIA. 
 
A pré- avaliação e efectuada com base: 
 
1. Na análise da informação constante do Artigo 6 
2. Critérios de avaliação do Artigo 8 
3. Conhecimento prévio do local de implantação da actividade 
4. Consulta dos anexos I, II e III sobre a categorização da actividade 
 
Da pré- avaliação são tomadas as decisões seguintes: 
 
1. As actividades que cabem no anexo I são submetidos a Estudo do 
Impacto Ambiental (EIA) completo 
2. Os projectos que cabem no anexo II são submetidos a Estudo 
Ambiental Simplificado (EAS) 
3. Os que constam do anexo III são isentos de EIA e EAS. 
4. As actividades que não cabem tanto nos anexos I e III são 
automaticamente consideradas de categoria B, ou seja, enquadradas 
no anexo II. 
5. São isentas de qualquer estudo (EIA e EAS) as actividades imediatas 
que visem fazer faceas situações de emergência derivadas de 
desastres naturais e as que constituem segredo do estado para a 
defesa nacional. 
6. Da pré- avaliação poderá resultar na rejeição da actividade para o 
ambiente proposto 
 
 
 
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Para as actividades que não cabem nos casos acima mencionados deverão 
passar por uma avaliação caso a caso tendo em conta as características da 
actividade e seus potenciais impactos, a área de inserção, as preocupações 
públicas com relação a actividade e às políticas de gestão ambiental e 
outros requisitos aplicáveis. 
 
Os critérios para a pré- avaliação devem considerar as características da 
actividade e do ambiente receptor bem como as directivas, os 
regulamentos, a legislação e politicas ambientais aplicáveis. 
 
Resumindo, da pré- avaliação poderá resultar na rejeição da actividade, 
isenção, determinação do tipo de avaliação a realizar, ou seja, EAS para as 
actividades de categoria B e EIA para as actividades de categoria A. Para os 
casos, os proponentes devem apresentar ao MICOA após pré- avaliação os 
Estudo de Pré- viabilidade Ambiental e Definição de Âmbito (EPDA) e os 
respectivos Termos de Referência (TdR) para aprovação. A rejeição pode 
resultar quando as políticas de gestão ambiental ditam para tal decisão ou há 
conflitos de interesse. 
 
Questões para discussão: 
1. Quais os benefícios e desvantagens das listas mandatárias no caso de 
Moçambique? 
 
2. Quais são os critérios que deverão determinar se um determinada 
actividade realiza ou não um EIA? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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8.2. Definição do Âmbito (Scoping) 
 
A definição do âmbito é um processo interactivo entre o público, o governo 
e os proponentes, por serem estes os principais actores do processo, que 
atribuem importância diferente aos mesmos factores ambientais. A definição 
do âmbito refere- se ao processo de identificação dos limites do EIA, ou seja 
o seu conteúdo especifico e os impactos que necessitam ser investigados 
com detalhes. Sao incluidos na definição do âmbito, as questões e 
preocupações importantes que se levantam da implantação da actividade, a 
informação necessária para a tomada de decisão relativamente aos efeitos 
da actividade e os factores significativos afectados a serem considerados. 
 
Para o efeito, vários são os metodos que podem ser usados na definição do 
âmbito, dentre eles a (1) identificação de preocupações científicas e das 
comunidades em relação a proposta da actividade, (2) avaliação dessas 
preocupações para determinar as questões significantes para o Estudo do 
Impacto Ambiental (e eliminação das questões insignificantes) e (3) a 
organização e comunicação dessa informação para apoiar a análise das 
questões e tomada de decisão. 
 
A fase de definição do âmbito serve para facilitar a realização do EIA, 
focando para as questões chave, preocupações e alternativas que 
necessitam de investigação adicional, reduzindo assim as deficiências dos 
estudos, o tempo para a sua elaboração e aprovação, poupando dinheiro, 
evitando a colecta excessiva de dados ou omissão de informação relevante. 
 
Da definição do âmbito deve resultar na identificação de alternativas 
razoáveis e práticas, informação disponível aos potenciais afectados e as 
alternativas, identificação de possíveis efeitos da proposta no ambiente e 
alternativas, identificação de possíveis efeitos na população e as previsões 
das mudanças ambientais, o entendimento dos valores da qualidade 
ambiental que poderá ser afectada e alternativas, avaliação de 
preocupações expressas e possíveis efeitos ambientais para determinar a 
necessidade ou não de investigação adicional. Ainda resultam desta fase, a 
definição dos limites de qualquer avaliação no tempo e no espaço, a 
determinação da natureza de qualquer avaliação, dos seus métodos 
analíticos e procedimentos de consulta e o estabelecimento dos termos de 
referência para o EIA. 
 
A definição do âmbito deve considerar a proposta, a localização da 
actividade, possíveis alternativas, impactos prováveis, as maneiras que os 
potenciais impactos devem ser mitigados e geridos. Deve ainda considerar 
a área geográfica, o período para a análise dos impactos, as metodologias, 
as fontes de informação e as lacunas, propostas para as consultas públicas, o 
tempo para a realização do EIA 
 
O Regulamento sobre o Processo de Avaliação do Impacto, no seu Artigo 10º 
numero 2, apresenta os conteúdos dos Estudos de Pré- Viabilidade 
Ambiental e Definição do Âmbito, nomeadamente um sumario executivo, 
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Identificação e endereço dos proponentes, a equipe multidisciplinar 
responsável pelos EIA, a área de influência da actividade, a descrição da 
actividade, das acções previstas e alternativas, do ambiente de inserção da 
actividade, a avaliação das questões fatais, os potenciais impactos e os 
aspectos a serem investigados no EIA. 
 
Questões para discussão 
 
1. Descrever o papel dos diferentes intervenientes na definição do 
âmbito: 
• Do proponente 
• Da autoridade competente de AIA 
• De outras agências 
• Dos consultores ambientais 
• Dos afectados 
• Das comunidades 
 
2. Quais são as alternativas que deveriam ser consideradas para uma 
determinada actividade 
 
3. Descreva a informação que deveria ser incluída nos Termos de 
Referência para o EIA. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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8.3. Avaliação 
 
A pré -avaliação determina se uma proposta necessita ou não de um estudo, 
enquanto que a definição do âmbito identifica as questões importantes para 
investigação detalhada no estudo do impacto ambiental, garantindo que o 
tempo e dinheiro não são gastos em questões irrelevantes. 
 
Na avaliação ocorre a maior parte do trabalho de avaliação dos impactos e 
compreende três principais tarefas: 
 
1. Identificação adicional e os detalhes dos impactos, refinando o 
entendimento quanto a natureza dos impactos, impactos directos, 
indirectos, impactos cumulativos e outros impactos e as suas causas. 
 
2. Análise detalhada dos impactos para determinar a sua natureza, 
magnitude, extensão e efeitos. 
 
3. Julgamento da significância dos impactos (quer seja ou não 
importante e as medidas para a sua mitigação) 
 
A avaliação deve ser devidamente planificada e gerida de forma correcta 
para que os resultados esperados sejam devidamente alcançados. Para tal, 
as seguintes fases são importantes considerar (1) a metodologia para a 
planificação e condução do EIA, (2) o desenvolvimento da proposta, (3) a 
formação da equipa interdisciplinar, (4) a selecção do líder da equipe 
interdisciplinar, (5) a gestão geral do EIA, e (6) controlo fiscal. 
 
8.3.1. A metodologia para a planificação e condução do EIA: 
Dez passos para esta fase (Canter,1996) 
 
a) As necessidades e descrição da actividade 
Este passo deve considerar (1) a descrição técnica da actividade, sua 
funcionalidade e operação, (2) a proposta de localização e sua justificação, 
(3) o cronograma das acções de construção e operação, (4) as necessidades 
de recursos naturais durante a fase de operação incluindo usos da terra e da 
água, emissões atmosféricas, descarga de efluentes, resíduos geridos e 
necessidades de sua deposição, (5) as necessidades actuais da actividade 
para a localização proposta, incluindo as necessidades de habitação, 
controlo de cheias, desenvolvimento industrial, etc (6) alternativas que terão 
sido consideradas para a localização, desenho, medidas de controlo da 
poluição, etc. 
 
b) Colecta de informação institucional 
A informação institucional refere- se por exemplo as leis, os regulamentos e 
políticas relacionados com os aspectos biofísicos, culturais, sócio 
económicos. A fase de definição do âmbito pode ser uma boa maneira para 
identificação desta informação e os locais onde ela pode ser encontrada. 
Lembrem- se que na fase de scoping há consultas que devem ser realizadas 
com instituições públicas [do governo a nível local, provincial e nacional], 
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privadas incluindo o público e as comunidades afectadas. Nestas consultas 
pode ser identificada toda regulamentação que seja importante considerar. 
Estes documentos por exemplo, podem ser encontrados em papel ou na 
forma electrónica na Imprensa Nacional ou nas instituições públicas e seus 
sites. Igualmente existem CDs e manuais com compilação de informação 
sobre a maior parte de legislação em vigor. Esta informação ajuda (1) a 
interpretar as condições da situação de referência e (2) a fornecer as bases 
para interpretar os impactos previstos da actividade. 
 
c)Identificação dos potenciais impactos 
A identificação antecipada dos impactos gerais da proposta da actividade 
ajuda a focalizar as etapas seguintes do EIA com mais precisão. Alguns 
impactos poderão já ter sido identificados durante a fase de definição do 
âmbito. Assim, esta etapa consiste na revisão bibliográfica, uso de listagens, 
redes e matrizes, métodos de identificação de impactos que veremos 
adiante com mais detalhes. A bibliografia, as leis e os regulamentos 
disponíveis poderão ser uma fonte de informação. Porem, a ausência de 
dados disponíveis pode contribuir para o insucesso dessa etapa. 
 
d) Descrição do ambiente afectado 
Esta fase permite a identificação selectiva das condições da situação de 
referência nas fases subsequentes. As possíveis fontes de dados são os EIAs 
disponíveis de actividades em implementação, os mapas cartográficos sobre 
diversas componentes ambientais, o banco de dados sobre inventário de 
emissões, etc 
 
e) Predição dos impactos 
Esta constitui o passo mais difícil da avaliação. A predição dos impactos 
pretende referir- se a quantificação dos impactos antecipados nas diversas 
componentes ambientais afectadas. As modelações matemáticas, os testes 
laboratoriais, as analogias de projectos similares poderão ser usadas nesta 
fase de avaliação. As dificuldades desta etapa relacionam- se com os 
impactos não conhecidos, as variabilidades ambientais, a resiliência e 
inexistência de modelos que poderiam ser aplicados para a sua predição. 
Por outro lado, por causa dos custos implicados para a predição de certos 
impactos, os profissionais involvidos preferem para o efeito usar seu 
julgamento. Por outro lado, os impactos poderão ser previstos através da 
análise de risco com as seguintes vantagens: (1) pensamento integrado dos 
riscos associados [dose resposta e avaliação da exposição], (2) focalizar na 
redução das actividades de risco como minimização dos lixos, prevenção da 
poluição e medição de mitigação, e (3) inclusão de medidas para responder 
a situações de emergência e acidentes associada a perturbação ambiental. 
 
f) Avaliação dos impactos 
Esta avaliação refere – se a interpretação da significância da mudança 
antecipada. Por exemplo, o julgamento profissional em biologia, 
significância poderia referir – se a perda de habitat e biodiversidade, 
enquanto o publico pode delinear certos recursos importantes para uma 
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certa área. Contudo, os padrões de qualidade são um critério que deve ser 
usado nesta fase. 
 
g) Mitigação dos impactos 
A mitigação dos impactos significa a avaliação das potenciais medidas de 
mitigação. São incluídas as medidas para evitar impactos por não levar a 
cabo certas acções, minimização de impactos limitando o nível de sua 
magnitude, rectificação de impactos através de reabilitação ou restauração 
do ambiente afectado, redução ou eliminação de impactos por preservação 
das operações de manutenção durante a duração da acção e compensação 
pelo impacto substituindo os recursos ambientais. 
 
h)Escolha da proposta dentre alternativas disponíveis 
Alternativa e um princípio fundamental de uma AIA. As alternativas podem 
ser limitadas, porém, as alternativas disponíveis devem ser consideradas. 
 
I) Elaboração do relatório 
A escrita de um relatório deve ser de tal maneira que os capítulos focam 
aspectos essências do EIA, seja perceptível e claro para um não especialista 
na área. A lei do ambiente, o Regulamento sobre o processo de AIA e 
Directiva Geral para EIA apresenta um formato que deve ser seguido para a 
elaboração dos REIAs. 
 
j)Planificação e implementação do programa de monitorização 
Esta fase será muito importante para as actividades com consequências 
negativas para o ambiente. Para o efeito, e muito importante manter a 
situação de referência. 
 
8.3.2. Desenvolvimento da proposta 
 
Para esta segunda etapa deve ser preparado um cronograma de acções 
sequenciadas para o EIA e o respectivo orçamento. Os custos de um EIA 
variam em função da sua complexidade, natureza, características do 
ambiente de inserção da actividade entre outros aspectos. Os custos devem 
incluir as etapas, as viagens de campo, os honorários dos técnicos 
envolvidos, a calendarização das actividades. De notar que os custos podem 
subir quando (1) haver necessidade de extensão do período para a recolha 
adicional de dados e informação, (2) mudança do desenho da actividade, (3) 
necessidade de conduzir estudos da situação de referencia, (4) há 
controvérsias ou conflitos de interesse e, (5) descoberta de fatalidades ou 
riscos que impeçam a implementação da actividade. 
 
8.3.3. Formação da equipe interdisciplinar 
 
A equipe que vai conduzir a avaliação deve ser interdisciplinar ao invés de 
multidisciplinar, pois esta ultima denota que os indivíduos versados em 
diferentes matérias trabalham juntos sem interligação específica 
previamente estabelecida. 
 
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Uma equipe interdisciplinar para a condução de um EIA deve ser a entidade 
temporária indicada e estabelecida para alcançar um propósito identificado, 
o de conduzir um EIA de uma proposta de actividade. 
 
8.3.4. Selecção de um líder da equipe interdisciplinar 
 
O líder de uma equipe interdisciplinar orienta a equipa para alcançar de 
uma tarefa e um propósito - o sucesso