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QUESTIONÁRIO FILOSOFIA II

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QUESTIONARIO FILOSOFIA II 
1. Quais as formas do Jusnaturalismo e qual a sua relação com o positivismo jurídico? 
No decorrer da história do direito, foram concebidas três formas principais do 
Jusnaturalismo. Essas correntes são: o Jusnaturalismo cosmológico, defende a existência de uma 
lei natural integrada ao ser humano por meio do instinto; o Jusnaturalismo teocrático, afirma 
que há uma lei estabelecida pela vontade divina e que esta que deveria reger todas as normas, 
essa corrente foi consolidada durante a idade média e era uma justificativa para o poder da 
Igreja; o Jusnaturalismo racional, especifica que há uma lei ditada pela razão humana e que 
todas as normas do ordenamento jurídico provem dela. 
As três correntes jusnaturalista partilham da ideia de um sistema de normas anterior e 
superior ao Estado e ao direito positivo, e, que em situações de conflito a doutrina jusnaturalista 
que deve prevalecer. Dessa forma, o Jusnaturalismo é considerado uma doutrina antiética à do 
positivismo, que alega que as leis são fundadas pelo próprio ser humano a partir de pressupostos 
jurídicos e tendem a rechaçar a noção de universalidade de justiça. 
 
2. Por que os jusnaturalista veem o direito como um sistema unitário? 
Segundo Norberto Bobbio, a unidade do direito para os Jusnaturalismo é uma unidade 
substancial ou material, ou seja, é relativa ao conteúdo das normas jurídicas. As concepções de 
moral e direito concebidas pelo Jusnaturalismo pertencem a um ordenamento estático e 
universal, onde as justificativas coercitivas vêm de princípios e universais (bem-estar, liberdade, 
felicidade...). Segundo os jusnaturalista, portanto, o direito constitui um sistema unitário, pois 
todas as suas normas podem ser deduzidas por um procedimento logico uma até a outra até que 
chegue a uma norma totalmente geral, que é a base de todo o sistema e possui um postulado 
moral. 
 
 
3. Conceitue Positivismo jurídico e discorra sobre esse tema a partir de Bobbio. 
De acordo Norberto Bobbio o positivismo é uma sistematização do saber do direito. O 
positivismo jurídico valoriza mais a forma de como a norma foi posta ao seu conteúdo, tem uma 
postura concreta ao abranger as particularidades de cada sociedade e possui três características 
fundamentais: A completude; a coerência; e a unidade. 
A completude é o aspecto que determina que as leis devem ser completas e abranger todos 
os possíveis efeitos, sem lacunas ou brechas. 
A coerência é a característica que diz que as leis devem seguir o padrão de segmento de 
cada sociedade, podendo sofrer alterações à medida em que a eficácia seja reduzida. 
A unidade afirma que universais de determinadas sociedades podem não serem eficazes em 
outras e, portanto, o positivismo busca, na sua unidade, abranger a complexidade de cada 
sociedade. 
 
4. Conceitue retorica e suas espécies. Qual a sua importância para o Direito? 
Retorica é um método de linguagem que tem a função de apresentar opiniões e argumentos 
convictos, coerentes e verossímeis. Suas formas são: material; estratégica; analítica. 
A retorica material é o primeiro nível da retorica e utiliza-se de métodos e argumentos 
baseados em fatos e registros concretos. A retorica estratégica é o segundo nível e, como o nome 
já sugere, utiliza-se de argumentos e técnicas que possuem um determinado fim. A analítica, 
terceiro nível da retorica, é ima analise geral da discussão, onde não existem exemplos práticos, 
é uma argumentação mais abrangente. 
Sua importância para o direito se dar por ser o principal artificio de concretizar as posturas 
tomadas, por ser um método de convencimento e resolução das situações-problemas. A retorica 
é a principal arma jurídica para os operadores do Direito. 
 
5. Discorra sobre a definição de justiça citando, ao menos, três concepções desenvolvidas pela 
filosofia. 
A justiça possui um conceito inteiramente subjetivo e que depende, ou não, dos valores 
morais de uma época e/ou sociedade. Para Aristóteles justiça tem um critério finalístico. Para 
ele, é justo que aquele que é beneficiado pela natureza seja compensado pela sociedade na busca 
de um determinado fim. Para os utilitaristas a justiça possui como defesa a ação para o bem 
maior. É justo a realização daquilo que leva o prazer, a felicidade, para um maior número de 
pessoas. Para Immanuel Kant, ser justo é agir com liberdade, ou seja, sem cálculos ou 
finalidades. Só é justo as ações universais. 
 
6. Segundo Kelsen, o que é normativismo jurídico? Quais as suas características? 
O Normativismo Jurídico de Kelsen é o entendimento de que o direito se restringe a norma 
posta pelo Estado e que a validade e a eficácia da norma se limita a fundamentação hierárquica. 
O Normativismo se opõe a teoria jusnaturalista, uma vez que assume uma postura de 
neutralidade ao conteúdo das normas jurídicas, isolando-as das questões filosóficas, 
sociológicas e políticas. Ele também busca dar fim aos dualismos clássicos, atribuindo à Ciência 
Jurídica um caráter positivo, onde a norma seria uma proposição hipotética atrelada a uma 
consequência coativa. 
 
7. Uma teoria é procedimental quando a adequação de uma norma ou a verdade de uma 
proposição depende se a norma ou a proposição é ou não o resultado de determinado 
procedimento. Dentro dessas teorias, Alexy detecta três direções principais, quais são elas? 
As principais direções são em relação à figura do indivíduo, dos requisitos e o caráter do 
procedimento. Uma concentra-se sobre a figura do indivíduo, tendo-o como o principal 
elemento constitutivo do procedimento. A segunda concentra-se sobre os requisitos, as 
exigências do procedimento, estabelecendo condições e limites das participações dos indivíduos 
e às formas e os atributos do que o discurso pode assumir. Já a terceira, concentra-se sobre o 
caráter do procedimento, considerando tanto os indivíduos quanto os requisitos envolvidos 
 
8. Quais os diferentes tipos de ordenamentos normativos para Kelsen? 
O ordenamento normativo, segundo Hans Kelsen, pode ser dividido em ordenamento 
estático ou ordenamento dinâmico. 
O ordenamento estático é o qual pertencem a moral e o direito jusnaturalista. Segundo os 
jusnaturalista, portanto, o direito constitui um sistema unitário, pois todas as suas normas podem 
ser deduzidas por um procedimento logico uma até a outra até que chegue a uma norma 
totalmente geral, que é a base de todo o sistema e possui um postulado moral. 
O ordenamento dinâmico é próprio do direito concebido positivamente. Segundo o 
positivismo, o direito constitui uma unidade não porque suas normas possam ser deduzidas 
logicamente uma da outra, se trata da norma que cria a suprema fonte do direito, isto é, a que 
autoriza ou legitima o supremo poder existente num dado ordenamento a produzir normas 
jurídicas. 
 
9. O que é cultura “Standard”? Qual a sua relação com o positivismo jurídico? 
A cultura “standard” pode ser entendida como um sinônimo de pragmatismo nos estudos 
jurídicos. É a banalização ou simplificação do Direito. Segundo Lenio Luiz Streck, produz uma 
doutrina empobrecida e produz um distanciamento abissal com o que se produz na academia. É 
uma cultura que possui uma indústria: a de produzir compêndios, manuais e resumos, que 
funcionam como um “monte-socorro” jurídico. 
Sua relação com o positivismo se dá no fato de que essa cultura nega que ser positivista é 
cumprir a lei nos seus mínimos detalhes e não criticar ou avaliar filosoficamente as decisões dos 
tribunais. Posiciona o positivismo como um mero exegetismo jurídico. 
 
10. O que seria “lei natural”? 
A “lei natural” é também conhecida como direito natural. O direito natural é a ideia 
universal de justiça. É o conjuntode normas e direitos que já nascem incorporados ao homem, 
como o direito à vida. É o direito concebido pelo Jusnaturalismo. Inicialmente, o direito natural, 
era definido na Era Clássica como algo próprio da natureza. Durante a Idade Média começou a 
ser definido como algo divino, por influência da Igreja. Na Modernidade passo a ser considerado 
o direito definido pela própria razão. Podemos ver os direitos naturais numa maneira positivada 
nos Direitos Humanos, que nada mais são do que os direitos básicos do homem, princípios 
fundamentais, uma justiça natural.

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