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Aula 04 Farmacologia, Toxicologia e Farmacognosia p/ Perito Polícia Federal (Área 14 - Farmácia) Professor: Wagner Bertolini PERITO CRIMINAL CARGO: FARMÁCIA Teoria e exercícios Prof. WAGNER LUIZ Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 1 de 40 AULA: DROGAS QUE ATUAM NO SNC parte 1. SUMÁRIO PÁGINA 1. Conversa com o concursando 01 2. Drogas que atuam no SNC parte 1 02 3. DEPRESSORES DO SNC 10 1. Conversa com o concursando Olá queridos alunos. Hoje veremos as drogas que agem no Sistema Nervoso Central. Você sabe que este assunto será visto em diferentes aulas. Teremos hoje a parte inicial em que veremos alguns conceitos e as drogas depressoras do SNC. Na próxima aula teremos as demais drogas, com destaque para os estimulantes e perturbadores do SNC. As questões ficarão para a próxima aula. Hoje vamos começar a estudar as drogas que agem no Sistema Nervoso Central (que daqui para a frente escreverei apenas SNC, combinado?). A minha formação acadêmica não permite ter domínio sobre todos os assuntos aqui apresentados. Por isso, recorri a livros, sites da internet, artigos científicos, etc para produção desta aula e a de toxicologia. Parte do material recorri à minha memória e conhecimento. O assunto é de extrema complexidade para ser tratado em apenas poucas aulas. Também não julgo inteligente estudar livros enormes, pois, muitos detalhes não caem nos concursos e, assim, seria perda de tempo. Então, qual meu conselho? PERITO CRIMINAL CARGO: FARMÁCIA Teoria e exercícios Prof. WAGNER LUIZ Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 2 de 40 Leia as aulas com atenção, estude com concentração e faça seu resumo pessoal. Depois, faça MUITOS exercícios. Daí, você terá a certeza que o que aparece nas provas é repetição de mesmos pontos abordados no edital. Isto dará confiança para sua preparação. Então, faça e refaça as questões, depois de certo intervalo de tempo (ou seja: uns dez a vinte dias refaça as questões). Julgo ser uma excelente forma de memorização, sem ter que decorar. Grande abraço e bons estudos. 2. DROGAS QUE ATUAM NO SNC Hoje iremos ver algo mais sobre as drogas. Mas, o que vem a ser droga? Já vimos anteriormente e você já deve ter se cansado de ouvir. Mas, eis que tenho um outro conceito: A origem da palavra droga vem da palavra droog (holandês antigo) que significa folha seca. Isto porque, antigamente, a maioria dos medicamentos era à base de vegetais (Olha a origem dos fármacos, há tempos atrás). Veremos que droga é o termo a que nos referimos a qualquer substância que seja capaz de modificar a função dos organismos vivos, resultando em mudanças fisiológicas ou de seu comportamento. PERITO CRIMINAL CARGO: FARMÁCIA Teoria e exercícios Prof. WAGNER LUIZ Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 3 de 40 Muitos de vocês já ouviram falarem psicotrópicos, certo? Alguns que fizeram a faculdade se recordarão de medicamentos controlados, em sua maioria. Como estamos falando de SNC você bem conhece sua localização principal: na sua cachola, na sua cuca. Então, os psicotrópicos são as drogas que atuam no SNC. Poxa, que palavrão é este professor? Pra você que é farmacêutico não é palavrão, mas, para um leigo provavelmente seria. Porém, percebo que muitos alunos conhecem a palavra mas não sabem a sua formação e significado etimológico. Então, vamos ver isso. A palavra psicotrópico é formada pelos seguintes termos: -Psico - palavra grega que significa psiquismo (o que sentimos, fazemos, pensamos). -Trópico - relaciona-se com tropismo (ter atração por). -Psicotrópico- atração pelo psiquismo. -Droga psicotrópica: é aquela que atua sobre o cérebro, alterando de alguma forma o psiquismo. Podemos ter um outro conceito: drogas psicotrópicas são aquelas que atuam sobre nosso cérebro, alterando de alguma maneira o nosso psiquismo. Mas estas alterações não são sempre no mesmo sentido e direção, dependem do tipo de droga que foi usada. O medicamento ou fármaco, como vimos anteriormente, é a droga que atuando em organismos vivos, provoca efeitos benéficos ou úteis. O que chamamos de tóxico é a droga que, administrada em organismos vivos, produz efeitos nocivos. E pior de tudo é que muitas vezes o indivíduo busca o consumo de substancias tóxicas por causa dos efeitos nocivos ou sem finalidade terapêutica. São substâncias utilizadas para produzir alterações, mudanças, nas sensações, no grau de consciência e no estado emocional. PERITO CRIMINAL CARGO: FARMÁCIA Teoria e exercícios Prof. WAGNER LUIZ Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 4 de 40 As alterações causadas por essas substâncias variam de acordo com as características da pessoa que as usa, qual droga é utilizada e em que quantidade, o efeito que se espera da droga e as circunstancias em que esta é consumida. São aquelas que "agem no Sistema Nervoso Central (SNC) produzindo alterações de comportamento, humor e cognição, possuindo grande propriedade reforçadora (o camarada quer repetir o uso) sendo, portanto, passíveis de auto-administração" (uso não sancionado pela Medicina). Em outras palavras, estas drogas levam à dependência. Abaixo segue uma figura que indica as diferentes regiões do SNC. Voce não precisa decorar esta imagem, mas, se precisar consultá-la fique à vontade. Classificação das drogas quanto ao seu modo de ação: efeito no cérebro PERITO CRIMINAL CARGO: FARMÁCIA Teoria e exercícios Prof. WAGNER LUIZ Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 5 de 40 A) Depressoras As drogas depressoras também podem ser chamadas de Psicolépticas. As drogas de ação central deixam o camarada mais lento, lesado, pois, diminui a atividade do cérebro. Podem apresentar, também, alguma propriedade analgésica (diminuem a dor). São exemplos delas o álcool; os soníferos ou hipnóticos (destaque para os benzodiazepínicos, que atuam como tranquilizantes ou calmantes, geralmente); os ansiolíticos; os opiáceos (e opiódides), narcóticos, e os inalantes ou solventes. Depressores da Atividade do SNC (Sistema Nervoso Central): - álcool - soníferos ou hipnóticos (drogas que promovem o sono): barbitúricos, alguns benzodiazepínicos - ansiolíticos (acalmam, inibem a ansiedade): benzodiazepínicos como, por exemplo, diazepam, lorazepam, etc. - opiáceos ou narcóticos (aliviam a dor e dão sonolência), como morfina, heroína, codeína, ziperol, meperidina ,etc. - inalantes ou solventes (colas, tintas, removedores, lança-perfume, etc). B) Estimulantes Estes podem também ser chamados de psicoanalépticos, noanalépticos, timolépticos. Estes causam aumento da atividade cerebral. E este aumento reflete no aumento da vigília, da atenção, aceleração do pensamento e euforia. Então, os usuários se mais ativos, mais 'ligados', agitados. PERITO CRIMINAL CARGO: FARMÁCIA Teoria e exercícios Prof. WAGNER LUIZ Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 6 de 40 Alguns atletas usam algumas destas tais substâncias para melhorarem seu desempenho físico. Esta prática é considerada doping e é considerada como uma ação ilícita, cabendo penalidades a estes indivíduos, quando flagrados em testes. Estimulantes da Atividade do SNC: - fumo (tabaco) (nicotina) - esteroides anabolizantes - anorexígenos (diminuem a fome). As principais drogas pertencentes a essa classificação são as anfetaminas. Exemplo.: dietilpropiona, fenproporex, inibex etc - cocaína, crack (que é o resíduo da cocaína, digamos assim) e a devastadora merla (que é resíduo do crack). PERITO CRIMINAL CARGO: FARMÁCIA Teoria e exercícios Prof. WAGNER LUIZ Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 7 de 40 C) Perturbadoras (alucinógenas) Você pode encontrar alguns nomes para estes camaradas. O que considero o mais correto é chamá-los de psicoDISlépticos, pois, causam a despersonalização do indivíduo. Uma DISfiguração mental do sujeito. Outros nomes que podem aparecer são: psicoticomiméticos, psicodélicos, psicometamórficos. Estas substancias estão relacionadas à produção de quadros de alucinação ou ilusão (e isto é muito perigoso. Muitas vezes estas alucinações podem levar o indivíduo a cometer crimes ou suicídiR��SRLV��HVWmR�HP�XP�³RXWUR� PXQGR´�H�SRGHP�WHU�VHQWLPHQWRV�GH�VHUHP�SHUVHJXLGRV��DWDFDGRV��HWF� Sua percepção sensorial muda e pode mudar muito. Estas drogas não aceleram ou lentificam o SNC. O que acaba ocorrendo é uma mudança qualitativa. O cérebro passa a funcionar fora do seu normal e sua atividade fica perturbada. O cérebro passa a funcionar fora de seu normal, e a pessoa fica com a mente perturbada. Dentre estas drogas podemos citar a maconha, o LSD (ácido lisérgico), a mescalina (extraída de um cacto), a psilocibina (alguns tipos de cogumelos), alguns anticolinérgicos, o extase (agora se escreve assim), etc. PERITO CRIMINAL CARGO: FARMÁCIA Teoria e exercícios Prof. WAGNER LUIZ Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 8 de 40 Os anticolinérgicos, tanto de origem vegetal como os sintetizados no laboratório, atuam principalmente produzindo delírios e alucinações. São comuns as descrições pelas pessoas intoxicadas de se sentirem perseguidas, de verem pessoas e bichos, etc. Os efeitos são bastante intensos, podendo durar até três dias. A ação de cada psicotrópico depende de vários fatores. Entre estes podemos citar o tipo de droga (se é estimulante, depressora ou perturbadora), da via de administração (se inalada, injetada, fumada, cheirada), da quantidade de droga (e de seu grau de pureza, em alguns casos), do tempo e da frequência de uso, da qualidade da droga, da absorção e da eliminação da droga pelo organismo, da associação com outras drogas, do contexto social e, também, das condições psicológicas e físicas do indivíduo. Alguns indivíduos podem se encontrar em um estágio fisiológico já alterado e a droga pode potencializar seu efeito. Perturbadores da Atividade do SNC: 1. de origem vegetal: �PHVFDOLQD��GR�FDFWR�PH[LFDQR� �7+& (da maconha e haxixe) �SVLORFLELQD��GH�FHUWRV�FRJXPHORV� �OtULR�RX�WURPEHWHLUD�RX�]DEXPED�RX�VDLD�EUDQFD 2. de origem sintética: PERITO CRIMINAL CARGO: FARMÁCIA Teoria e exercícios Prof. WAGNER LUIZ Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 9 de 40 �/6'-25 �HFWDV\ �DQWLFROLQpUJLFRV��$UWDPH��%HQW\O� Vamos começar a estudar nesta aula algumas destas drogas. Na aula seguinte finalizaremos este assunto. Então, vou seguir a ordem da classificação: começarei a falar das drogas depressoras. Não pense que elas são de toda mal, mas, que apresentam finalidades terapêuticas muito importantes. Não associe à doença depressão. Nesta, o camarada já está deprimido. Aqui, vamos ver drogas que tem por finalidade dar uma diminuída no estado de excitação da pessoa. Vamos falar um pouco do GABA Vários aminoácidos têm efeitos excitatórios ou inibitórios sobre o sistema nervoso. O gama-aminobutirato, um derivado de aminoácido, também chamado de 4-aminobutirato (GABA) é um inibidor bem-conhecido da transmissão pré-sináptica no SNC e também na retina. A formação do GABA ocorre por descarboxilação do glutamato catalisada pela glutamato descarboxilase (GAD). A GAD está presente em muitas terminações no cérebro assim como as células b do pâncreas. Os neurônios que secretam GABA são chamados de GABAergicos. O GABA exerce seus efeitos através da ligação de dois receptores distintos, GABA-A e GABA-B. Os receptores GABA-A formam um canal Cl-. A ligação do GABA aos receptores GABA-A aumenta a condutância de Cl- dos neurônios pré- sinápticos (hiperpolarização). Os receptores GABA-B estão acoplados a uma proteína G intracelular e agem aumentando a condutância de um canal associado K+. PERITO CRIMINAL CARGO: FARMÁCIA Teoria e exercícios Prof. WAGNER LUIZ Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 10 de 40 Esquema de uma sinapse gabaérgica e do metabolismo do GABA DEPRESSORES DO SNC Você já deve ter ouvido falar em sedativos. Sedativo é o nome que se dá aos medicamentos capazes de diminuir a atividade de nosso cérebro, principalmente quando ele está num estado de excitação acima do normal. O termo sedativo é sinônimo de calmante ou sedante. A) BARBITÚRICOS Um dos primeiros fármacos desta classe foram os barbitúricos. Eles foram muito empregados, porém, foram rapidamente substituídos pelos benzodiazepínicos. Por que motivo eles foram quase que banidos (alguns ainda são empregados, mas, não tanto como antigamente)? Os barbitúricos rescritos como sedativos induzem ao sono, por diminuir a atividade do cérebro. A sua duração limitada, aliada à dependência física e PERITO CRIMINAL CARGO: FARMÁCIA Teoria e exercícios Prof. WAGNER LUIZ Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 11 de 40 psíquica, levam o usuário a usar doses cada vez maiores para obtenção dos efeitos originais (tolerância). Mas aqui temos um problema: doses maiores, entretanto, causam depressão, amnésia e confusão mental, podendo bloquear os centros nervosos responsáveis pela circulação e pela respiração, o que determina a morte. Essas mortes podem acontecer quando o consumidor esquece que tomou um comprimido e toma outro ou quando o barbitúrico é tomado com álcool, o que potencializa os seus efeitos. Muitas pessoas cometeram suicídio desta forma. Então em decorrência do considerável risco de tolerância e dependência psíquica e física, os barbitúricos são vendidos exclusivamente com receita médica. Mesmo assim, há uma tendência entre os médicos em usá-los apenas como auxiliares no tratamento de doenças mentais e em casos de risco de enfarte ou outras doenças agravadas por tensões nervosas. Como toda situação de tolerância quando a pessoa já está dependente dos barbitúricos e cessa seu consumo, passa a ter o que chamamos de síndrome de abstinência, que é uma situação que acomete o indivíduo, variando entre insônia rebelde, irritação, agressividade, delírios, ansiedade, angústia, até convulsões generalizadas. A síndrome de abstinência, obrigatoriamente, tratamento médico e hospitalização, pois há perigo da pessoa vir a falecer. Existe uma situação em que o sedativo é capaz de diminuir a dor ele recebe o nome de analgésico. Em outra situação temos casos em que o sedativo é capaz de combater a insônia, produzindo sono. Neste caso, costumamos chama-lo de hipnótico (Hipnos é o deus do sono, na mitologia. Irmão de Morpheu, que era associado à morte. Ambos seriam irmãos) ou sonífero. Quando um calmante tem o poder de atuar mais sobre estados exagerados de ansiedade, ele é denominado de ansiolítico (observe a formação da palavra: ansio, de ansiedade; lítico, de lise, referente ao rompimento da ansiedade. Dá-lhe unha roída e tiques nervosos, eheheheh). PERITO CRIMINAL CARGO: FARMÁCIA Teoria e exercícios Prof. WAGNER LUIZ Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 12 de 40 Existem algumas drogas que são capazes de acalmar o cérebro hiperexcitado dos epilépticos (a convulsão é uma descarga elétrica descontrolada e exagerada no cérebro). São as drogas antiepilépticas ou anticonvulsivantes, capazes de minimizar as convulsões destes indivíduos. Em decorrência das características acima mencionadas dos barbitúricos, estes foram substituídos pelos benzodiazepínicos. B) BENZODIAZEPÍNICOS (BDZ) Os benzodiazepínicos são usados como ansiolíticos e hipnóticos. Estas substâncias foram empregadas inicialmente no manejo de animais perigosos ²leões e tigres² e o excelente resultado que se obteve ao moderar o comportamento de ansiedade destes animais ante a proximidade do homem fez-se pensar em sua possível aplicação clínica em humanos. Largamente consumidos em todo o mundo em quantidades crescentes Situações comuns de uso de sedativos: tensão emocional, tensão crônica, hipertensão, controle de convulsões, adjuvantes de anestesia. Situações comuns uso hipnóticos: combate a diversos tipos de insônia. Um dos líderes de venda do mercado farmacêutico na história da medicina (Valium) (chegou a atingir venda anual superior a US$21 bilhões) Qual o mecanismo de ação dos BDZ? PERITO CRIMINAL CARGO: FARMÁCIA Teoria e exercícios Prof. WAGNER LUIZ Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 13 de 40 Atuam no sistema de transmissão Gabaérgico (receptores GABAa) facilitando a ação deste. Como este receptor tem por finalidade inibir o SNC esse efeito inibitório, provocará um efeito depressor que se caracteriza por diminuir a ansiedade; indução do sono; relaxamento muscular; redução do estado de alerta. PAM PARAMPAMPAM PAMPAM.... Que seria isto professor? Veja que os nomes deles terminam, em sua grande maioria, em _AM. Vejam: (triazolam, midazolam, zolpidem, lorazepam, alprazolam, nitrazepam, diazepam, clordiazepóxido, flurazepam, e clonazepam). Esses medicamentos não exercem efeitos antidepressivos. Como curiosidade, vou contar a vocês que alguns malas (malandros, bandidos, ladrões) usam estes medicamentos para praticarem furtos. Certa vez em Franca-SP um mala fez amizade com um porteiro de um hotel durante sua estadia de alguns dias por lá. Certo dia ele colocou um tipo de BDZ (benzodiazepínico) na bebida e deu para o porteiro. O camarada pegou no sono, perdeu estado de alerta e... o cara pegou as chaves dos apartamentos e furtou vários aparelhos de TV, objetos, etc e vazou. Quem usa tais medicamentos tem restrições para dirigir por certo tempo do dia ou mesmo tipos de funções profissionais. São úteis e fundamentais em alguns casos, quando o SNC das pessoas está IXQFLRQDQGR�³PXLWR�DFLPD�GR�QRUPDO´��FRPR�QDV�LQV{QLDV�H�QRV�H[FHVVRV� de ansiedade. Precisa destes carinhas para dar uma maneirada no ritmo. Muito importante: mecanismo de ação. O aumento na condutância dos íons de cloreto, induzido pela interação dos benzodiazepínicos com o GABA, assume a forma de um aumento na frequência de abertura dos canais. PERITO CRIMINAL CARGO: FARMÁCIA Teoria e exercícios Prof. WAGNER LUIZ Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 14 de 40 Afetam principalmente o sistema límbico (unidade responsável pelas emoções). O GABA é o principal neurotransmissor inibitório do cérebro. E ao se ligar aos seus receptores, aumenta a frequência de abertura dos canais de cloreto (Cl-). A entrada de cloreto no neurônio ocasiona a sua hiperpolarização com consequente queda da excitabilidade celular. Existem subtipos do receptor GABAa em diferentes regiões do cérebro, que diferem na sua sensibilidade aos benzodiazepínicos. Os benzodiazepínicos ansiolíticos são agonistas nesse local regulador. PERITO CRIMINAL CARGO: FARMÁCIA Teoria e exercícios Prof. WAGNER LUIZ Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 15 de 40 Um fato muito curioso se observa para alguns pouco BDZ, como o flumazenil é que estes, são antagonistas e impedem as ações dos benzodiazepínicos ansiolíticos. O flumazenil pode ser usado no caso de superdosagem de benzodiazepínicos (importante para reverter situações de suicídio com BDZ), e para reverter a ação sedativa dos benzodiazepínicos administrados durante um caso de anestesia. O flumazenil não antagoniza a ação dos barbitúricos e do etanol. Os BDZ têm um efeito sedativo-hipnótico dependo da dose utilizada. Como o aumento progressivo da dose os efeitos são: sono, inconsciência, anestesia cirúrgica, coma e, por fim, a depressão fatal da regulação respiratória e cardiovascular. O coma só ocorre em doses muito elevadas, e a ocorrência de depressão respiratória fatal é muito difícil. Ainda em doses terapêuticas os BDZ têm a capacidade de dilatar os vasos coronarianos; já em doses altas pode também bloquear a transmissão neuromuscular. Os barbitúricos foram substituídos pelos BDZ, pois, eram muito perigosos devido à pequena janela terapêutica que apresentavam e pela facilidade em viciar, causar dependência. Como curiosidade e antecipando uma informação vale lembrar que o álcool aproveita estes mesmos receptores benzodiazepínicos do GABA, por não dispor de receptores próprios. Esta condição de similaridade faz com que os benzodiazepínicos sejam usados para minorar o sofrimento da abstinência quando se interrompe o hábito de beber (cara, que bacana.... se livra do vício do álcool, mas, corre o risco de ficar dependente de BDZ). PERITO CRIMINAL CARGO: FARMÁCIA Teoria e exercícios Prof. WAGNER LUIZ Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 16 de 40 Os vários benzodiazepínicos comercializados são classificados quanto ao seu tempo de ação em longo, médio e curto prazo. Os benzodiazepínicos de curto prazo possuem uma ação sobre a estrutura do sono e são comercializados como medicamentos hipnóticos ou soníferos, sendo frequente o seu uso por alcoolistas, cujo sono é prejudicado pela ação inibidora do álcool sobre a serotonina. A ação dos benzodiazepínicos sobre o sono se faz pelo reforço nos estágios chamados REM, que correspondem aos períodos de sonhos, mas reduzem os estágios não REM, sem sonhos, que são justamente os estágios restauradores dos neurônios em suas atividades. Esta ação parece contribuir para um prejuízo na memória, já afetada pela ação do benzodiazepínico sobre o hipocampo. Esses sedativos bloqueiam a entrada dos inibidores do nucleus accumbens, aumentando a liberação de dopamina e promovendo uma sensação de euforia. Os benzodiazepínicos reforçam a ação depressora do álcool, constituindo uma associação merecedora de maior atenção por suas consequências clínicas e comportamentais. A dependência aos benzodiazepínicos processa-se por períodos variados de tempo de uso, podendo ser muito rápida (desde sete dias, como num caso apresentado; até cerca de um ano. Porém, de modo geral nós podemos situar o seu início entre dois ou três meses de tratamento findos os quais, já se deve pensar seriamente na sua interrupção). Além da dependência, o seu uso abusivo pode ocasionar problemas como o da memória, já referido, problemas psicomotores, problemas quanto ao tempo de reação aos estímulos, velocidade e processamento de informações, estado de vigilância e muitos outros, comuns às outras drogas depressivas do SNC. Os benzodiazepínicos são ativos por via oral e diferem principalmente quanto à sua duração de ação. Os agentes de ação curta (lorazepam e temazepam) são utilizados como pílulas para dormir. PERITO CRIMINAL CARGO: FARMÁCIA Teoria e exercícios Prof. WAGNER LUIZ Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 17 de 40 Alguns agentes de ação prolongada (diazepam e clordiazepóxido) são convertidos em metabólitos ativos de ação prolongada (convertidos em nordazepam). Os benzodiazepínicos são relativamente seguros em superdosagem. Suas principais desvantagens consistem em interação com álcool, efeitos prolongados de ressaca e desenvolvimento de dependência. Em virtude dos sintomas físicos da abstinência (aumento da ansiedade, tremor e vertigem), os pacientes têm dificuldade em abandonar o uso dos benzodiazepínicos. Além disso, eles se ligam fortemente às proteínas plasmáticas e muitos se acumulam gradualmente na gordura corporal, em virtude da sua elevada solubilidade lipídica. Os principais efeitos colaterais dos BZD consistem em sonolência, confusão, amnésia e comprometimento da coordenação motora. Quando os benzodiazepínicos são administrados juntamente com outros depressores do SNC (álcool e anticonvulsivantes), o resultado consiste em aumento dos efeitos sedativos e depressores do SNC, incluindo perda da consciência, diminuição da coordenação muscular, depressão respiratória e até a morte. Os benzodiazepínicos são os medicamentos que mais se prescreve nestes tempos. Isto decorre do fato das pessoas viverem sob intensa carga de tensão do mundo atual. Alguns BDZ ANSIOLÍTICOS Alprazolam (Xanax) Diazepam (Valium) Lorazepam (Ativan) Sedativo-hipnóticos Temazepam (Restoril) PERITO CRIMINAL CARGO: FARMÁCIA Teoria e exercícios Prof. WAGNER LUIZ Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 18 de 40 Triazolam (Halcion) Anticonvulsantes Clonazepam (Klonopin) Clorazepate (Tranxene) Anestésico Midazolam (Versed) BDZ e a gravidez A mulher grávida ou que planeja engravidar deve saber que os BDZ podem afetar o bebê. O uso desses medicamentos durante a gravidez podem fazer com que o recém-nascido apresente sinais de abstinência. Os BDZ também podem ser passados através do leite materno, por isso seu uso na gravidez deve ser cuidadoso. Vou citar aqui algumas curiosidades: Ainda existem exemplos de indicação dos BDZ para as moças sorrirem mais (pois a tensão evita o riso), ou para evitarem as rugas, que envelhecem (pois a ansiedade faz as pessoas franzirem a testa, criando rugas). Levantamento sobre o uso não médico de drogas psicotrópicas por estudantes em dez capitais brasileiras, em 1997 => os ansiolíticos, em terceiro lugar na preferência geral; sendo esse uso muito mais intenso nas meninas do que nos meninos Associações Opioides O uso de BDZ pelos usuários de opioides é frequente, já que esta combinação pode potencializar os efeitos reforçadores destes. Os usuários crônicos de heroína relatam que os BDZ costumam contrabalançar o PERITO CRIMINAL CARGO: FARMÁCIA Teoria e exercícios Prof. WAGNER LUIZ Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 19 de 40 fenômeno da tolerância ao diminuir a quantidade necessária de opiaceos para atingir os efeitos desejados Cocaína 2V�%'=��DOSUD]RODP�H�ORUD]HSDP��SRGHP�UHGX]LU�R�³FUDVKLQJ´�TXH�RFRUUH� após o uso de grande quantidade de cocaína. Alguns usuários usam os BDZ (triazolam) para tratar a insônia que acompanha a abstinência da cocaína ÁLCOOL Estima-se que 21% dos alcoolistas fazem uso crônico de BDZ ao perceberem como são agradáveis os seus efeitos farmacológicos. Outra forma comum de associação de BDZ com drogas depressoras do SNC �SDUWLFXODUPHQWH� R� HWDQRO�� p� D� REWHQomR� PDLV� UiSLGD� GRV� ³HIHLWRV� UHIRUoDGRUHV´�� R� TXH� SRGH� VHU� H[WUHPDPHQWH� SHULJRVR�� GHYLGR� DR� sinergismo dessas duas substâncias psicoativas. Os alcoolistas também costumam abusar dos BDZ para aliviar a síndrome de abstinência alcoólica RX�³UHVVDFD´�GR�GLD�DQWHULRU� Outros fazem uso dos ansiolíticos para criarem um estado de intoxicação sem a presença desagradável do hálito etílico Alucinógenos e Psicoestimulantes Os usuários de drogas de abuso (principalmente, os psicoestimulantes, o LSD e outros alucinógenos) costumam consumir BDZ para atenuar os sintomas desagradáveis da síndrome de abstinência. Vou colocar aqui algumas informações estruturais dos BDZ PERITO CRIMINAL CARGO: FARMÁCIA Teoria e exercícios Prof. WAGNER LUIZ Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 20 de 40 Vejamos algumas informações adicionais: Estas substâncias apresentam maior seletividade de efeito, com isso, maior eficácia e menor toxicidade. Além disso, gera menor dependência. Contudo, há um efeito colateral importante, a amnésia retrógrada, que leva ao uso FULPLQRVR�GHVWD�VXEVWkQFLD��QR�FKDPDGR�³ERD�QRLWH�FLQGHUHOD´� Talvez o mais conhecido medicamento deste grupo seja o Diazepan®. Sua vida-média é bastante longa (até 4 dias no SNC), apresentando metabólito ativo. Estruturas químicas dos principais BDZ PERITO CRIMINAL CARGO: FARMÁCIA Teoria e exercícios Prof. WAGNER LUIZ Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 21 de 40 Metabolismo dos BDZ PERITO CRIMINAL CARGO: FARMÁCIA Teoria e exercícios Prof. WAGNER LUIZ Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 22 de 40 C) ÁLCOOL (ETANOL) Você deve conhecer muitas pessoas que são chegadas numa birita, numa FDFKDoD��HP�HQFKHU�D�FDUD�GH�DOHJULD���HVWRX� IDODQGR�GRV�³FKHJDGRV´�GH� garçons. Do tiozinho que manda todas (vodka, uísque ou água de coco, pra ele tanto faz, eheheh). Muitos de nós devemos ter algum familiar que consideramos uma cobra de farmácia (vice no álcool, entendeu?). Acredito que toda família tem ao menos uma figura assim. Mas, na nossa sociedade achamos bonito beber. Parece que é status social. Porém, especialistas em dependência química garantem que o maior problema do Brasil não são as drogas ilícitas, como maconha e cocaína, mas o álcool. O álcool causa sérias lesões funcionais e orgânicas. Ele afeta o funcionamento dos rins, fígado, coração e cérebro, provocando lesões significantes. Um dos maiores problemas do álcool é o uso por gestantes. A mulher alcoólatra, mesmo que pare de beber na gravidez, se tiver feito uso do álcool três meses antes da fertilização do óvulo, poderá comprometer a inteligência, o desenvolvimento motor, o peso e até provocar má formações genéticas no feto. PERITO CRIMINAL CARGO: FARMÁCIA Teoria e exercícios Prof. WAGNER LUIZ Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 23 de 40 Além do fato de estar associado a inúmeros casos de acidentes fatais no trânsito, além do desgaste familiar e social do indivíduo. Você deve saber que o termo Alcoolismo é a intoxicação crônica repetida de que resultam consequências físicas, psíquicas e sociais. Em outras palavras, ³Alcoolismo é a perda da liberdade de beber´� Estatísticas mostram que o alcoolismo é a principal causa de acidentes automobilísticos, é responsável por acidentes no trabalho, faltas no trabalho, lesões neurológicas graves e desnutrição. A interrupção da ingestão de álcool pode levar à síndrome de abstinência. Por que isto ocorre? Porque a p e s s o a fica viciada e se parar abruptamente de consumir a marvada, apresenta síndrome de abstinência, com queda de pressão, taquicardia, alterações físicas, sudorese, distúrbios gastrointestinais e, em alguns casos, até convulsões. O grau de comprometimento pode levar a outras doenças, entre elas a cirrose. Muitos alcoólatras morrem desta decorrência. Além do fato de ser porta de entrada para o consumo de drogas. É fácil entender a atração do álcool sobre muitas pessoas, ainda mais quando nos referimos aos jovens (principalmente aos mais tímidos ou inseguros). Vejamos o motivo disto: o etanol (álcool etílico) utilizado nas bebidas, é uma substância depressora do SNC, que altera o comportamento do indivíduo mesmo quando usado em pequenas doses. Ele ³PRVWUD�VHX�HIHLWR�HP�HVWiJLRV�GLVWLQWRV��(P�Xm primeiro momento, em quantidades reduzidas, o álcool inibe a censura interna, derrubando o autocontrole e a autocrítica. É a fase em que o bebedor fica ³alegriQKR´ e falante, falando mais do que a boca suporta. Pessoas inseguras, tímidas, angustiadas ou ansiosas, muitos jovens descobrem logo que uma latinha de cerveja é uma válvula de escape para chegar na sua pretendente (no caso dos meninos) e perdem a timidez H�FULDP�FRUDJHP�DGLFLRQDO�SDUD�³FKHJDU´�QD�³PLQD´�H�FRLVDV�H�WDO� Porém, após esta fase (e principalmente se o consumo prosseguir além de uma baixa dose ingerida) teremos a fase de depressão do SNC. PERITO CRIMINAL CARGO: FARMÁCIA Teoria e exercícios Prof. WAGNER LUIZ Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 24 de 40 Então, é comum termos no Brasil um grande consumo de álcool e de viagra (pois, o álcool leva à dificuldade de ereção, nos homens, percebeu?). Nos primeiros momentos após a ingestão de álcool, podem aparecer os efeitos estimulantes como euforia, desinibição e loquacidade (maior facilidade para falar). Com o passar do tempo, começam a aparecer os efeitos depressores como falta de coordenação motora, descontrole e sono. Quando o consumo é muito exagerado, o efeito depressor fica exacerbado, podendo até mesmo provocar o estado de coma. Os efeitos do álcool variam de intensidade de acordo com as características pessoais. Por exemplo, uma pessoa acostumada a consumir bebidas alcoólicas sentirá os efeitos do álcool com menor intensidade, quando comparada com uma outra pessoa que não está acostumada a beber. Um outro exemplo está relacionado a estrutura física; uma pessoa com uma estrutura física de grande porte terá uma maior resistência aos efeitos do álcool. O consumo de bebidas alcoólicas também pode desencadear alguns efeitos desagradáveis, como enrubecimento da face, dor de cabeça e um mal-estar geral. Esses efeitos são mais intensos para algumas pessoas cujo organismo tem dificuldade de metabolizar o álcool. Os orientais, em geral, têm uma maior probabilidade de sentir esses efeitos. O álcool difere da maioria das outras drogas psicoativas por não possuir receptores específicos. Ele inibe os receptores NMDA do glutamato, consequentemente reduzindo a sua ação excitadora. Ao mesmo tempo ele ativa os receptores GABAA os quais, abrindo os canais de cloro, diminuem o ritmo dos pulsos elétricos chamados potenciais de ação, deprimindo o funcionamento do neurônio e causando, desde um efeito sedativo, até um estado de embriaguez, com redução do nível de consciência. O álcool também bloqueia a ação dos íons cálcio na liberação PERITO CRIMINAL CARGO: FARMÁCIA Teoria e exercícios Prof. WAGNER LUIZ Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 25 de 40 de neurotransmissores estimulantes. O seu efeito sedativo manifesta-se, inicialmente, por relaxamento e desinibição, diminuindo também a sensação de medo e punição. A sensação de euforia proporcionada pelo álcool provém da sua ação ativadora sobre os receptores dopamínicos existentes no nucleus accumbens. Essa ação já tinha sido evidenciada anteriormente em roedores, mas só recentemente pode ser provada com evidências no homem, com o advento de técnicas avançadas (Boileau). Age também sobre os receptores dopamínicos pré-frontais alterando, a curto e longo prazo, as seguintes funções dessa região cerebral: O uso abusivo de álcool também pode reduzir os níveis de serotonina no SNC, e esta redução tem dado margem a numerosos trabalhos relacionados às depressões clínicas e também a atos de violência ocasionalmente verificados sob seu efeito. Quando se instala a dependência em um alcoólico, ele buscará desesperadamente a bebida para não padecer dos efeitos, tais quais: Tremores: constituem um flagelo para os alcoólicos porque, além de denunciá-los flagrantemente da sua condição, limitam o uso das suas mãos, às vezes até mesmo para segurar o copo da bebida que lhe quebrará o jejum, aliviando também os outros sinais de abstinência. Não só as mãos tremem, pode tremer o corpo todo. Náuseas: estas se apresentam logo ao despertar e impedem uma higiene bucal conveniente. Talvez o alcoólatra não chegue a vomitar porque aprende contornar certas situações perigosas, como um desjejum adequado, isto é, muito reduzido ou ausente. Sudorese: a transpiração excessiva dá ao alcoólatra uma sensação de pele úmida, como se diz, um "suor frio", que vai melhorando na medida em que ele vai entrando na sua rotina abitual. PERITO CRIMINAL CARGO: FARMÁCIA Teoria e exercícios Prof. WAGNER LUIZ Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 26 de 40 Irritabilidade: em sua residência, o alcoólatra pode demonstrar-se irritado com seus familiares ou simplesmente com o ambiente doméstico. Um leve toque de campainha será suficiente para abalá-lo. Em um grau mais acentuado de dependência a sua perturbação de humor poderá atingir patamares mais elevados, apresentando transtorno de ansiedade e depressão. Na esfera psíquica esses sintomas contribuem de forma muito significativa para aumentar o consumo de álcool. Convulsões: o limiar para convulsões fica rebaixado nos casos de uso abusivo tanto de álcool como de cocaína, tornando os seus usuários vulneráveis a episódios convulsivos, principalmente nos períodos de abstinência ou de diminuição dos níveis orgânicos de álcool ou da frequência do uso da substância. Delirium tremens: é um quadro grave que pode assumir aspectos dramáticos, afetando os bebedores com longa história de uso que por qualquer motivo interrompam ou diminuam significativamente a ingestão de álcool. O DT costuma acometer os alcoolistas após uns poucos dias (média de 3 a 6 dias) de abstinência. Ele se manifesta por rebaixamento da consciência, confusão mental, alucinações principalmente sensoriais como a visão, e mesmo a sensação de contato com aranhas ou outros animais (sempre miniaturizados), tremores, transpiração e muitas vezes, febre. Essa sintomatologia leva o paciente a uma desorientação no tempo e no espaço. É comum uma interação do paciente com a sua alucinação, conferindo-lhe uma sensação de pavor que aumenta ainda mais os seus tremores. O paciente precisa ser contido na cama para evitar que se debata ou saia correndo, transtornado pelas suas alucinações. Não vou discutir todos os aspectos sociais decorrentes do consumo de álcool. Todos já devem ter um bom conhecimento a este respeito. PERITO CRIMINAL CARGO: FARMÁCIA Teoria e exercícios Prof. WAGNER LUIZ Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 27 de 40 D) OPIÓIDES E OPIÁCEOS Existem diferenças entre estes termos. Vamos a elas: Opióides = que produz efeitos semelhantes aos da morfina. Opiáceos: compostos puros derivados do ópio. Fármacos sintéticos semelhantes à morfina. Sinonímia Hipnoanalgésicos, analgésicos narcóticos, analgésicos fortes, morfinosímiles. O termo narcótico, em sua acepção médica, se refere ao ópio e aos derivados de ópio ou a seus sucessores sintéticos. Enquadram-se neste grupo as substâncias que deprimem o sistema nervoso central (cérebro e medula), provocando sonolência e bloqueando os impulsos de dor, fome e sede, bem como o impulso sexual. Entre os narcóticos, destacam-se o ópio, um suco espesso retirado da papoula (uma planta cultivada na Ásia), e seus derivados, como a morfina, a codeína, e a heroína, chamados coletivamente opiáceos. Existem drogas sintéticas com ação semelhante à dos opiáceos, chamadas opióides: meperidina, propoxifeno, metadona, ziperol. Os narcóticos são indispensáveis na prática da medicina: são os agentes mais eficazes, até agora conhecidos, para o alívio da dor intensa. São empregados, também, para suprimir a tosse e controlar a diarreia. Com a devida orientação médica, os narcóticos são administrados por via oral ou por via intramuscular. Como drogas de abuso, no entanto, podem ser cheirados, fumados ou auto-administrados por vias mais diretas através de injeções sub-cutâneas �³bolha dérmica´) e endovenosas �³pico´�. O alívio do sofrimento, quer de origem física ou psicológica, pode resultar num estado de euforia de curta duração. Os efeitos iniciais, no entanto, são, na maioria das vezes, desagradáveis. Os narcóticos tendem a induzir a contração das pupilas e redução da visão, juntamente com a PERITO CRIMINAL CARGO: FARMÁCIA Teoria e exercícios Prof. WAGNER LUIZ Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 28 de 40 sonolência, apatia, diminuição da atividade física e prisão de ventre. Uma dose mais elevada pode induzir o sono, porém existe a grande possibilidade de náusea, vômitos e depressão respiratória. Enquanto no Oriente e o ópio é fumado desde longa data, no Ocidente é mais frequente o consumo de heroína através de injeções na veia. Muito poderosas como analgésicos, essas drogas são usadas para fins médicos, em pessoas com câncer em fase terminal, queimaduras profundas e extensas ou em intervenções cirúrgicas. Como provocam diminuição dos impulsos nervosos que chegam ao cérebro, produzem relaxamento muscular, reduzem a tensão nervosa e as preocupações, conduzindo ao entorpecimento e inatividade. Os narcóticos sendo usados através de injeções dentro das veias, ou em doses maiores por via oral podem causar grande depressão respiratória e cardíaca. A pessoa perde a consciência, fica de cor meio azulada porque a respiração fica muito fraca e a pressão arterial cai a ponto de o sangue não circular direito: é o estado de coma, que se não for atendido pode levar à morte. Além disso, como muitas vezes o uso é feito por injeção, com frequência os dependentes acabam também por pegar infecções como hepatite e AIDS. Outro problema com estas drogas é a facilidade com que elas levam à dependência psíquica, seguida de dependência física, ficando as mesmas como o centro da vida das vítimas, e quando estes dependentes, por qualquer motivo, param de tomar a droga, ocorre um violento e doloroso processo de abstinência, com náuseas, vômitos, diarreia, câimbras musculares, cólicas intestinais, lacrimejamento, corrimento nasal, etc, que pode durar até 8-12 dias. Narcóticos de Origem Natural: 1. MORFINA: é o principal componente do ópio, com um grau de concentração que varia de 4 a 21%, e é uma das drogas mais eficazes que PERITO CRIMINAL CARGO: FARMÁCIA Teoria e exercícios Prof. WAGNER LUIZ Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 29 de 40 se conhece para o alívio da dor. É comercializada sob a forma de cristais brancos, tabletes hipodérmicos e preparados injetáveis. Seu uso lícito se restringe primordialmente a hospitais. A morfina é inodora, tem sabor amargo e se torna escura com o tempo. Pode ser administrada por via subcutânea, intramuscular ou endovenosa, sendo que essa última via é usada com maior frequência pelos viciados. O usuário desenvolve rapidamente a tolerância e a dependência psíquica seguida de física. Apenas uma pequena parte da morfina obtida do ópio é utilizada para fins médicos. A maior parte é convertida em codeína e, secundariamente, em hidromorfona. 2. CODEÍNA: esse alcalóide é encontrado no ópio em concentrações que variam de 0,7 a 2,5%. Foi isolada pela primeira vez em 1832, como uma impureza em um lote de morfina. Embora ocorra em forma natural, a maior parte da codeína é produzida a partir da morfina, apesar de produzir menos analgesia, sedação e depressão respiratória, se comparada à morfina. É largamente distribuída em produtos de duas espécies gerais. A codeína para o alívio de dor moderada pode ser apresentada sob a forma de tabletes de codeína ou ser combinada com outras substâncias, tais como a aspirina ou o Tylenol. A codeína é apresentada, também, em menor escala, sob a forma injetável para o alívio da dor. É o narcótico de origem natural mais amplamente empregado na clínica médica. Essa droga inibe o centro da tosse no cérebro, mesmo que haja um estímulo para ativá-lo, além de agirem em outros centros cerebrais, por isso são utilizados na fabricação de xaropes e gotas para tosse. Com a codeína a pessoa sente menos dor (analgésico), pode ficar sonolenta e ter a pressão do sangue, o número de batimentos cardíacos e a respiração diminuídos. A codeína leva rapidamente o organismo a um estado de tolerância e, quando tomada em doses maiores do que a PERITO CRIMINAL CARGO: FARMÁCIA Teoria e exercícios Prof. WAGNER LUIZ Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 30 de 40 terapêutica, produz uma acentuada depressão das funções cerebrais. Como consequência, a pessoa fica apática, a pressão do sangue cai muito, o coração funciona com grande lentidão e a respiração torna-se muito fraca. A pessoa fica fria e meio azulada (cianose) por respiração deficiente, podendo ficar em estado de coma e morrer. Após instalado o vício, a tendência é aumentar a dose diária. Se as pessoas viciadas deixam de tomar a droga, aparecem os sintomas da chamada síndrome de abstinência, cujos sintomas mais comuns são calafrios, câimbras, cólicas, nariz escorrendo, lacrimejamento, inquietação, irritabilidade e insônia. Os xaropes e gotas à base de codeína só podem ser vendidos nas farmácias com a apresentação de receita médica, que fica retida para posterior controle. Infelizmente há farmácias desonestas que vendem ³por baixo do SDQR´ como forma de ganhar mais dinheiro. Narcóticos Semi-sintéticos: 1. HEROÍNA: A heroína pura é um pó branco, de sabor amargo, derivado da morfina. A heroína ilícita se apresenta em uma variedade de cores, desde a branca até a parda escura por causa das impurezas deixadas no processo de fabricação ou pela presença de aditivos, tais como corantes de alimentos, chocolate em pó, amido, leite em pó, quinino ou açúcar mascavo. A heroína pura é raramente vendida nas ruas. Um ³papelote´ , no jargão do submundo da droga (uma unidade de dose única de heroína) pode pesar 100 g e conter apenas 5% de heroína. Considerada uma das drogas mais devastadoras - usá-la três vezes é o suficiente para causar dependência física, além de produzir tolerância acentuada em curto espaço de tempo, a heroína passou a preocupar os especialistas brasileiros em 1990. Foi quando os traficantes do Cartel de Cali começaram a cultivar, na Colômbia, a flor de papoula. Até então, a maior parte da produção Mundial vinha do Oriente, de países como a Tailândia e o Afeganistão, a preços PERITO CRIMINAL CARGO: FARMÁCIA Teoria e exercícios Prof. WAGNER LUIZ Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 31 de 40 exorbitantes. Um dos fatores por que a heroína tem número restrito de usuários é o preço. Embora a produção do pó custe apenas 10 centavos por grama, ela obedece rigorosamente à lei de oferta e procura. Como os viciados fazem qualquer coisa pelo produto, na Europa ele pode custar até 400 dólares o grama. Nos Estados Unidos, por conta da produção colombiana, o preço chegou a cair para 40 dólares. No Brasil, a dose custa até 300 reais, mas os especialistas avisam que o preço está baixando, o que é um perigo. É um indício de que há disposição dos traficantes de popularizar o consumo. Injetar o pó diluído na veia é o método preferido dos viciados, pois assim não se perde nenhum miligrama da substância. Mas também há quem prefira aspirá-la pelo nariz, como se faz com a cocaína ou fumá-la. A heroína, mais difícil de diluir em água do que drogas como a cocaína, costuma entupir as veias e provocar inflamação nos vasos sanguíneos. Injeções frequentes no mesmo lugar podem inutilizar as veias, obrigando o viciado a recorrer a quaisquer vasos sanguíneos disponíveis no corpo. Injetada na corrente sanguínea, a droga leva menos de um minuto para chegar ao cérebro, onde dispara a produção de endorfinas, substâncias que regulam as sensações de prazer. Sob o efeito da droga, o sistema nervoso central é levado a trabalhar lentamente, gerando sensação de relaxamento no corpo. Em caso de ³overdosH´� o usuário morre de parada cardiorrespiratória. Com o uso contínuo de heroína, o organismo deixa de produzir espontaneamente endorfinas e, na ausência da droga, entra em colapso. É a chamada síndrome de abstinência, onde o mais suave estímulo físico é interpretado como dor, o estômago e o intestino entram em pane, causando dores abdominais, diarreia e vômito. O coração e a respiração ficam acelerados e acontecem convulsões. Preocupado com a chegada da droga no Brasil, o Ministério da Saúde liberou no país a produção de metadona, a única substância conhecida que pode aliviar a síndrome de abstinência dos dependentes de heroína (mais conhecida aqui como ³brown sugar´ ou açúcar mascavo). PERITO CRIMINAL CARGO: FARMÁCIA Teoria e exercícios Prof. WAGNER LUIZ Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 32 de 40 A metadona é uma droga de feito analgésico cuja principal função é controlar a dor em pacientes com câncer. Em países como os Estados Unidos, porém, ela já tem como aplicação principal o tratamento dos viciados. Narcóticos sintéticos: Em contraste com os produtos farmacêuticos derivados direta ou indiretamente de narcóticos de origem natural, os narcóticos sintéticos são produzidos inteiramente dentro do laboratório. A busca ininterrupta de um produto que retenha as propriedades analgésicas da morfina, porém isento dos perigos consequentes de tolerância e de dependência, ainda não foi capaz de produzir uma droga que não seja suscetível ao abuso. Há duas drogas em disponibilidade e que são amplamente usadas: meperidina e metadona. 1. MEPERIDINA: A meperidina é o primeiro narcótico sintético. É quimicamente diferente da morfina, porém se assemelha à mesma em seu efeito analgésico. É provavelmente a droga mais amplamente utilizada para o alívio desde a dor moderada até a intensa. Pode ser adquirida em sua forma pura bem como em produtos que contêm outros ingredientes medicinais, e é administrada por via oral ou injeções, sendo que este último método é o que mais se abusa. A tolerância e a dependência se desenvolvem com o uso crônico, e as doses elevadas podem resultar em convulsões ou morte. 2. METADONA: Foi sintetizada por cientistas alemães durante a segunda Guerra Mundial por causa da falta de morfina. Embora quimicamente diferente da morfina ou da heroína, a metadona produz os mesmos efeitos. Introduzida nos Estados Unidos em 1947 como um analgésico e distribuída com nomes tais como Amidone, Dolophine e Methadone, tornou-se PERITO CRIMINAL CARGO: FARMÁCIA Teoria e exercícios Prof. WAGNER LUIZ Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 33 de 40 largamente empregada na década de 1960, no tratamento de viciados em entorpecentes. Seus efeitos se diferem dos apresentados pela morfina por apresentarem uma duração mais prolongada, atingindo até 24 horas, o que permite a administração de apenas uma dose diária nos programas de desintoxicação de heroína e de manutenção do tratamento. Além disso, a eficácia da metadona é quase igual quando administrada por via oral ou injeção. Todavia, podem se desenvolver a tolerância e a dependência física e psíquica e os sintomas de abstinência, embora evoluam mais lentamente e sejam menos intensos, são mais prolongados. Os seus efeitos resultam da interação da substância com os receptores opiácios que existem em várias áreas do SNC, incluindo a área tegmentar ventral, no Circuito de Recompensa. O organismo sintetiza os seus próprios opiácios, como as encefalinas e as endorfinas. Os neurotransmissores podem ter mensageiros intermediários para o desempenho das suas funções, e os opiáceos interferem no desempenho de alguns desses mensageiros. Assim como o álcool, eles limitam bastante a entrada de cálcio nos neurônios, impedindo uma transmissão satisfatória de sinais pelos neurotransmissores. RECEPTORES OPIÓIDES Localizações (entre outras): SNC. Trato GENITOURINÁRIO Trato GI AÇÃO TIPO DE RECEPTOR Mu ��Nj�� 6LJPD���į�� .DSSD���lj�� Analgesia Supra-espinhal +++ - - Espinhal ++ ++ + PERITO CRIMINAL CARGO: FARMÁCIA Teoria e exercícios Prof. WAGNER LUIZ Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 34 de 40 Periférica ++ - ++ Depressão respiratória +++ ++ - Constrição pupilar ++ - + Redução da motilidade GI ++ ++ + Euforia +++ - - Disforia - - +++ Sedação ++ - ++ Dependência física +++ - + CLASSIFICAÇÃO DOS FÁRMACOS Agonistas puros Maioria dos fármacos semelhantes à morfina. $OWD�DILQLGDGH�SHORV�UHFHSWRUHV�Nj�H�PDLV�EDL[D�SHORV�GHPDLV� Agonistas - antagonistas Nalorfina = agonista parcial = ação agonista e antagonista. 3HQWD]RFLQD�p�XP�DJRQLVWD�GH�UHFHSWRUHV�Nj�H�DJRQLVWDV�SDUFLDLV�QRV�RXWURV� Antagonistas Naloxona e naltrexona. AGONISTAS OPIÓIDES Morfina 0HFDQLVPR�GH�DomR��DJRQLVWD�GR�UHFHSWRU�Nj����DILQLGDGH�SHORV�RXWURV� Farmacocinética Vias de administração VO: absorção lenta e irregular (dor crônica) Preparações de liberação lenta. Efeito de 1ª passagem EV e IM = dores agudas e severas. PERITO CRIMINAL CARGO: FARMÁCIA Teoria e exercícios Prof. WAGNER LUIZ Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 35 de 40 Intratecal: produz analgesia eficaz. Analgesia controlada pelo paciente. Meia-vida: 3 a 4h. Metabolização HEPT.: conjugação com glucuronídeo. Metabólito ATIVO: morfina 6-glicuronídeo. Excreção - Renal: cuidado com os estados de falência renal. - Biliar: parte = REABSORÇÃO. Efeitos farmacológicos - Componente psicológico da dor (sistema límbico). - Euforia. - Pacientes acostumados com a dor crônica ֜ agitação. ֳ da resposta à ֱ da PCO2. ֳ do reflexo da tosse. -Náuseas e vômitos (ZQD) - 40% dos pacientes que tomam morfina (1ªx). - 0LRVH��HVWLPXODomR�GR�Q~FOHR�RFXORPRWRU��Nj�H�lj�� ֱ tônus e ֳ a motilidade GI = constipação. CONTRAÇÃO Ves. Bil. + constrição do esfíncter ֙ CÁLCULOS. LIBERAÇÃO de histamina pelos mastócitos. Hipotensão e bradicardia (DOSES ELEVADAS). EFEITO imunossupressor = LONGO PRAZO. Efeitos adversos e contra-indicações Tolerância Dentro de 12 a 24 h da administração. Analgesia, emese, euforia e depressão respiratória = MAIS AFETADOS. Ações constipantes e constritoras da pupila = MENOS AFETADOS. PERITO CRIMINAL CARGO: FARMÁCIA Teoria e exercícios Prof. WAGNER LUIZ Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 36 de 40 Dependência FÍSICA ؆ síndrome de abstinência Gripe severa com bocejos, dilatação pupilar, febre, sudorese, piloereção, náusea, diarréia e insônia. Agitação e angústia extremas e FORTE DESEJO pelo opiáceo PSICOLÓGICA = Compulsão pelo fármaco. Recem Nascido = baixa capacidade de conjugação. NÃO utilizar durante o parto. Asmáticos Cólicas biliares Doses excessivas agudas: coma e depressão respiratória. Codeína Derivado da morfina Analgésico para dores moderadas (cefaléia e lombalgia) Antitussígeno 20% da potência menores efeitos colaterais MESMO grau de depressão respiratória. Efeito constipante pronunciado. Meperidina ou petidina Muito semelhante à morfina AGITAÇÃO e NÃO sedação. Ação ANTIMUSCARÍNICA Tempo de ação mais curto Metabolização hepática N-desmetilação ֲ norpetidina = alucinógeno e convulsivante. Excreção NÃO depende de conjugação = PARTO. PERITO CRIMINAL CARGO: FARMÁCIA Teoria e exercícios Prof. WAGNER LUIZ Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 37 de 40 Fentanil Alta potência. Meia-vida de 1 a 2h. Vias: endovenosa, epidural e transdérmica. Dor aguda Anestesia Derivados: Alfentanil, Sufentanil e Remifentanil. AGONISTAS-ANTAGONISTAS OPIÓIDES Butorfanol Metabolização: hepática. Excreção: renal (metabólitos inativos). Efeitos farmacológicos Produz analgesia até certo ponto, não adiantando aumentar a dose. NÃO ocorre depressão respiratória. Usos terapêuticos 5HYHUVmR�GRV�HIHLWRV�Nj�� Analgésico para dores moderadas. No pós-operatório. Antitussígeno. ANTAGONISTAS OPIÓIDES Naloxona Duração do efeito: 2 a 4h. Vias de administração: EV Uso clínico Na reversão dos efeitos depressivos dos opióides RN cujas mães receberam OPIÓIDES. PERITO CRIMINAL CARGO: FARMÁCIA Teoria e exercícios Prof. WAGNER LUIZ Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 38 de 40 E) INALANTES Inalantes: Agentes anestésicos, lança-perfumes, solventes, cola de sapateiro, combustíveis e outras substâncias voláteis de uso industrial. Ativam os receptores GABAA e desativam os receptores NMDA do glutamato, donde o seu efeito depressor. Possuem efeitos indiretos que ativam a dopamina. Produzem inicialmente euforia com rebaixamento das inibições, seguindo-se de excitação e perda da coordenação motora, desorientação, visão turva com alterações na percepção de cores, distorção no sentido de tempo- espaço, vertigens, enjôos, inquietação, apagamentos. Os inalantes possuem potencial de dependência, gerando tolerância e sofrimentos de abstinência. A palavra solvente significa substância capaz de dissolver coisas e inalante é toda substância que pode ser inalada, isto é, introduzida no organismo através da aspiração pelo nariz ou boca. Via de regra, todo o solvente é uma substância altamente volátil, isto é, se evapora muito facilmente sendo daí que pode ser facilmente inalada. Outra característica dos solventes ou inalantes é que muitos deles (mas não todos) são inflamáveis, isto é, pegam fogo facilmente. Um número enorme de produtos comerciais, como esmaltes, colas, tintas, thinners, propelentes, gasolina, removedores, vernizes, etc, contém estes solventes. Eles podem ser aspirados tanto involuntariamente (por exemplo, trabalhadores de indústrias de sapatos ou de oficinas de pintura, o dia inteiro expostos ao ar contaminado por estas substâncias) ou voluntariamente (por exemplo, a criança de rua que cheira cola de sapateiro; o menino que cheira em casa acetona ou esmalte, ou o estudante que cheira o corretivo Carbex, etc). Todos estes solventes ou inalantes são substâncias pertencentes a um grupo químico chamado de hidrocarbonetos, tais como o tolueno, xilol, n- hexana, acetato de etila, tricloroetileno, etc. Para exemplificar, eis a composição de algumas colas de sapateiro vendidas no Brasil: Cascola - PERITO CRIMINAL CARGO: FARMÁCIA Teoria e exercícios Prof. WAGNER LUIZ Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 39 de 40 mistura de tolueno + n-hexano; Patex Extra - mistura de tolueno + acetato de etila + aguarrás mineral; Brascoplast - tolueno + acetato de etila + "solvente para borracha". No ano de 1991 uma fábrica de cola do interior do Estado de São Paulo fez ampla campanha publicitária afirmando que finalmente havia fabricado uma cola de sapateiro "sem ser tóxica e que não produzia vício", porque não continha Tolueno. Foi um comportamento muito errado desta indústria, desonesto mesmo, dado que a tal cola ainda continha o solvente n-hexano que é sabidamente bastante tóxico. Um produto muito conhecido no Brasil é o "cheirinho" ou "loló" ou ainda o "cheirinho da loló". Este é um preparado clandestino (isto é, fabricado não por um estabelecimento legal, mas sim por pessoal do submundo), à base de clorofórmio mais éter e utilizado só para fins de abuso. Mas já se sabe que quando estes "fabricantes" não encontram uma daquelas duas substâncias eles misturam qualquer outra coisa em substituição. Assim, em relação ao cheirinho da loló não se sabe bem a sua composição, o que complica quando se tem casos de intoxicação aguda por esta mistura. Ainda, é importante chamar a atenção para o lança-perfume. Este nome designa inicialmente aquele líquido que vem em tubos e que se usa em carnaval; é a base de cloreto de etila ou cloretila e sendo proibido a sua fabricação no Brasil ela só aparece nas ocasiões de carnaval, contrabandeada de outros países sul-americanos. Mas cada vez mais o nome lança-perfume está também sendo utilizado para designar o "cheirinho da loló"; por exemplo, os meninos de rua de várias capitais brasileiras já usam estes dois nomes - cheirinho e lança - para designar a mistura de clorofórmio e éter. Efeitos no cérebro O início dos efeitos, após a aspiração, é bastante rápido - de segundos a minutos no máximo - e em 15-40 minutos já desaparecem; assim o usuário repete as aspirações várias vezes para que as sensações durem mais tempo. PERITO CRIMINAL CARGO: FARMÁCIA Teoria e exercícios Prof. WAGNER LUIZ Prof. Wagner Luiz www.estrategiaconcursos.com.br Página 40 de 40 Os efeitos dos solventes vão desde uma estimulação inicial seguindo-se uma depressão, podendo também aparecer processos alucinatórios. Vários autores dizem que os efeitos dos solventes (qualquer que seja ele) lembram aqueles do álcool sendo, entretanto, que este último não produz alucinações, fato bem descrito para os solventes. Dentre esses efeitos dos solventes o mais predominante é a depressão. Entretanto os principais efeitos dos solventes são caracterizados por uma depressão do cérebro. De acordo com o aparecimento dos efeitos após inalação de solventes, eles foram divididos em quatro fases: A primeira fase: é a chamada fase de excitação e é a desejada, pois a pessoa fica eufórica, aparentemente excitada, ocorrendo tonturas e perturbações auditivas e visuais. Mas pode também aparecer náuseas, espirros, tosse, muita salivação e as faces podem ficar avermelhadas. Segunda fase: a depressão do cérebro começa a predominar, com a pessoa ficando em confusão, desorientada, voz meio pastosa, visão embaçada, perda do autocontrole, dor de cabeça, palidez; a pessoa começa a ver ou ouvir coisas. Terceira fase: a depressão se aprofunda com redução acentuada do alerta, incoordenação ocular (a pessoa não consegue mais fixar os olhos nos objetos), incoordenação motora com marcha vacilante, a fala "enrolada", reflexos deprimidos; já pode ocorrer evidentes processos alucinatórios. Quarta fase: depressão tardia, que pode chegar à inconsciência, queda da pressão, sonhos estranhos, podendo ainda a pessoa apresentar surtos de convulsões ("ataques"). Esta fase ocorre com frequência entre aqueles cheiradores que usam saco plástico e após um certo tempo já não conseguem afastá-lo do nariz e assim a intoxicação torna-se muito perigosa, podendo mesmo levar ao coma e morte. Bons estudos!!! Até a próxima aula. Prof. Wagner
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