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Aula 08 Roteiro de aula EXTINÇÃO NORMAL Todo contrato tem um ciclo normal: nascem, produzem efeitos e morrem. Os contratos tem como princípio sua temporalidade. Não são permitidos mais contratos eternos. Sua extinção dá-se, via de regra, pela execução. (seja instantânea, diferida ou continuada). Essa é a extinção normal dos contratos. Comprova-se pelo termo de quitação (documento que o devedor tem direito depois de ter cumprido a obrigação frente ao credor) Art. 320. A quitação, que sempre poderá ser dada por instrumento particular, designará o valor e a espécie da dívida quitada, o nome do devedor, ou quem por este pagou, o tempo e o lugar do pagamento, com a assinatura do credor, ou do seu representante. EXTINÇÃO DO CONTRATO SEM CUMPRIMENTO Algumas vezes os contratos não são cumpridos por fatores anteriores/contemporâneos ou supervenientes. Anteriores ou contemporâneos Algumas vezes os contratos são extintos por não atenderem aos requisitos básicos (capacidade, livre consentimento, objeto lícito, possível, etc) Alguns desses requisitos vão gerar uma nulidade absoluta e outros sua anulabilidade e outros ainda só comprometer sua eficácia. Teremos nulidade quando o defeito é nos elementos essenciais, com agressão a preceito de ordem pública. Anulabilidade quanto temos alguma imperfeição da vontade mas que pode ser sanado. Nos dois casos, caso não forem sanadas, teremos então extinção dos contratos , sem cumprimento, gerando, talvez, responsabilidade por perdas e danos. CLAÚSULA RESOLUTIVA Na execução do contrato, cada contraente tem a faculdade de pedir a resolução, se o outro não cumpre as obrigações acertadas. O contratante que cumpriu com sua parte, ante o inadimplemento do outro, tem o direito de resolver o contrato ou exigir-lhe o cumprimento mediante execução específica. Art. 475. A parte lesada pelo inadimplemento pode pedir a resolução do contrato, se não preferir exigir-lhe o cumprimento, cabendo, em qualquer dos casos, indenização por perdas e danos. Essa cláusula pode ser expressa (cláusula resolutiva expressa), mas se nada for dito, é um direito implícito. Art. 474. A cláusula resolutiva expressa opera de pleno direito; a tácita depende de interpelação judicial. DIREITO DE ARREPENDIMENTO Quando expressamente previsto no contrato, o arrependimento autoriza qualquer das partes a rescindir o ajuste, mediante declaração unilateral da vontade, sujeitando-se às consequências acertadas. Só haverá real direito de arrependimento no prazo convencionado ou antes da execução do contrato. O código de defesa do consumidor já dá esse direito automaticamente em todas as transações realizadas fora do estabelecimento comercial (ex., compras por internet) CAUSAS SUPERVENIENTES a) Resolução (em consequência de inadimplência voluntária, involuntária, por onerosidade excessiva) b) Resilição (pela vontade de um dos contratantes) c) Morte de um dos contratantes d) Rescisão 1) Resolução Nem sempre os contratantes conseguem cumprir a prestação avençada, em razão de questões supervenientes. A extinção mediante resolução tem como causa a inexecução ou incumprimento por um dos contratantes. É um remédio concedido à parte para romper o vínculo, mediante ação judicial. Esse inadimplemento pode ser voluntário ou involuntário Voluntário Comportamento culposo. Gera pagamento por perdas e danos e possivelmente de cláusulas penais. O devedor acionado pode apresentar várias defesas, tanto de direito material quanto de direito processual. Ex. Prescrição, perda de legitimadade, que já cumpriu, cessão de posição contratual, etc. Uma das defesas clássicas é a do Exceptio non adimpleti contractus: que não cumpriu porque o credor, que deveria cumprir antes a sua parte, não o fez. Esse incumprimento deve ser analisado como uma falta substancial. Pequenas alteração, que não prejudiquem a obrigação devem ser desconsiderados. Da Exceção de Contrato não Cumprido Art. 476. Nos contratos bilaterais, nenhum dos contratantes, antes de cumprida a sua obrigação, pode exigir o implemento da do outro. Resolução por inexecução involuntária A obrigação não foi cumprida por fatos involuntários, não imputável, como p.ex., ação de terceiros ou de acontecimentos inevitáveis, alheios a vontade dos contratantes. É o caso fortuito e a força maior. Para não gerar responsabilidade, essa impossibilidade tem que ser total e definitiva. O inadimplente, se provar essa situação, não fica responsável pelo pagamento de perdas e danos, salvo se expressamente se obrigou a ressarcir mesmo o caso fortuito ou força maior. Resolução por onerosidade excessiva Cláusula “rebus sic stantibus” Alguns fatores externos podem gerar, quando da execução, uma situação diversa da que existia no momento da celebração, onerando excessivamente o devedor. Essa é uma cláusula considerada como implícita em todos os contratos. Ou seja: nos contratos comutativos, a obrigatoriedade de seu cumprimento pressupõe a inalterabilidade da situação de fato. Pode ser utilizada por ambas as partes. Da Resolução por Onerosidade Excessiva Art. 478. Nos contratos de execução continuada ou diferida, se a prestação de uma das partes se tornar excessivamente onerosa, com extrema vantagem para a outra, em virtude de acontecimentos extraordinários e imprevisíveis, poderá o devedor pedir a resolução do contrato. Os efeitos da sentença que a decretar retroagirão à data da citação. RESILIÇÃO A resilição não nasce do incumprimento, mas unicamente da manifestação de vontade, que pode ser bilateral ou unilateral. Resilir significar voltar atrás. A resilição bilateral chama-se distrato A unilateral não é a regra e deve ser observada com muita atenção, pois é uma situação por vezes injusta. Art. 472. O distrato faz-se pela mesma forma exigida para o contrato. É a declaração de vontade das partes contratantes, no sentido oposto ao que havia gerado o vínculo. É um mútuo dissenso. Qualquer contrato pode se encerrar por distrato, uma vez que o contrato ainda não tenha se exaurido. Na maioria das vezes, não vai gerar consequências, a menos que o rompimento causou danos não aceitos ou esperados. Resilição unilateral: Art. 473. A resilição unilateral, nos casos em que a lei expressa ou implicitamente o permita, opera mediante denúncia notificada à outra parte. Parágrafo único. Se, porém, dada a natureza do contrato, uma das partes houver feito investimentos consideráveis para a sua execução, a denúncia unilateral só produzirá efeito depois de transcorrido prazo compatível com a natureza e o vulto dos investimentos. A resiliçãounilateral pode ocorrer em obrigações duradouras, onde assim ficou combinado. Ex., locações. Nesse caso podemos falar em denúncia do contrato. É um meio hábil em contratos por tempo indeterminado (precisam ser denunciados, senão, nunca acabariam) MORTE DOS CONTRATANTES Acarreta a dissolução dos contratos personalíssimos. Acaba sendo uma resilição automática, dado que o falecido era insubstituível. RESCISÃO Entre nós, rescisão é usado como sinônimo de resolução e de resilição. Deve ser usado em casos de dissolução de determinados contratos, como aqueles em que ocorreu lesão ou que foram celebrados em estado de perigo. Lesão é defeito do negócio jurídico que se configura quando uma pessoa,sob premente necessidade ou inexperiência, se obriga a prestação manifestamente desproporcional Estado de perigo é quando contrato teve motivação determinante a necessidade (conhecida pela outra parte) de salvar-se a si mesmo ou familiares de danos graves. SLIDES: https://docs.google.com/presentation/d/1_tfvUyvJ66PHvmrZk2_Sgm2a-f- FNyEGsCmImnmhKMY/editSão formas de extinção do poder familiar, EXCETO: a) morte dos pais ou do filho. b) adoção. c) maioridade. d) estabelecimento de união estável ou casamento, quanto aos filhos do relacionamento anterior Com relação ao contrato, assinale a opção correta. a) A resilição consiste na extinção do contrato por circunstância superveniente à sua formação, como, por exemplo, o inadimplemento absoluto. b) A resolução constitui a extinção do contrato por simples renúncia da parte. c) A rescisão tem origem em defeito contemporâneo à formação do contrato, e a presença do vício torna o contrato anulável ou nulo. d) O distrato constitui espécie de resolução contratual. Assinale a opção correta a respeito da transmissão e das modalidades de obrigações. a) A cessão de crédito pro soluto transfere o crédito sem que tal transferência possa significar a extinção da obrigação em relação ao devedor. b) Na obrigação de resultado, o devedor será exonerado da responsabilidade se provar que a falta do resultado previsto decorreu de caso fortuito ou força maior. c) A obrigação pura é qualificada por uma condição, termo ou encargo. d) Tratando-se de assunção de dívida, o novo devedor pode opor ao credor as exceções pessoais que competiam ao devedor primitivo. Prova: CESPE - 2009 - OAB - Exame de Ordem Unificado - 3 - Primeira Fase (Jan/2010) Disciplina: Direito Civil | Assuntos: Direito das Obrigações - Contratos ; No que se refere aos contratos, assinale a opção correta. a) Somente é lícito às partes estipular contratos tipificados no Código Civil. b) O tutor pode dar em comodato, sem autorização especial, as coisas confiadas à sua guarda, desde que o faça para atender às necessidades do tutelado. c) O mandato escrito é materializado por meio da procuração, como ocorre com o mandato judicial que o advogado recebe de seu cliente. d) Dono de hotel, por não ser considerado depositário, não responde por roubo de bagagem dos hóspedes efetuado pelos empregados dentro do estabelecimento. Prova: CESPE - 2009 - OAB - Exame de Ordem Unificado - 1 - Primeira Fase (Mai/2009) Disciplina: Direito Civil | Assuntos: Direito das Obrigações - Contratos ; De acordo com o que dispõe o Código Civil a respeito dos contratos, assinale a opção correta. a) A onerosidade excessiva, oriunda de acontecimento extraordinário e imprevisível, ainda que dificulte extremamente o adimplemento da obrigação de uma das partes em contrato de execução continuada, não enseja a revisão contratual, visto que as partes ficam vinculadas ao que foi originariamente pactuado. b) Considere que um indivíduo ofereça ao seu credor, com o consenso deste, um terreno em substituição à dívida no valor de R$ 30 mil, a título de dação em pagamento. Nessa situação, se o credor for evicto do terreno recebido, será restabelecida a obrigação primitiva com o devedor, ficando sem efeito a quitação dada, ressalvados os direitos de terceiros. c) O evicto pode demandar pela evicção, por meio de ação contra o transmitente, mesmo sabendo que a coisa adquirida era alheia ou litigiosa. d) A resilição bilateral não se submete à forma exigida para o contrato. Prova: FCC - 2008 - TCE-AL - Procurador Disciplina: Direito Civil | Assuntos: Direito das Obrigações - Contratos ; Nos contratos de execução continuada ou diferida, se a prestação de uma das partes se tornar excessivamente onerosa, com extrema vantagem para a outra, em virtude de acontecimentos extraordinários e imprevisíveis, poderá o devedor a) pedir a resolução do contrato, retroagindo os efeitos da sentença à data da citação, mas a resolução poderá ser evitada oferecendo-se o réu a modificar eqüitativamente as condições do contrato. b) pedir a revisão das cláusulas para assegurar o quanto possível o valor real da prestação, mas não poderá pedir a resolução do contrato. c) pedir a resolução do contrato, produzindo-se os efeitos da sentença a partir do trânsito em julgado, salvo se concedida pelo juiz antecipação da tutela, mas a resolução poderá ser evitada, oferecendo-se o réu a modificar eqüitativamente as condições do contrato. d) apenas pedir a resolução do contrato, mas não poderá pedir a revisão de cláusulas, ainda que para assegurar o equilíbrio das prestações. e) pedir remissão da dívida, no que exceder o valor total de seus bens, porque estará caracterizado seu estado de insolvabilidade. 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