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Contratos Aula 3 A PERSPECTIVA CIVIL-CONSTITUCIONAL DO CONTRATO O contrato é um instrumento de conciliação de interesses contrapostos, manejado com vistas à pacificação social e ao desenvolvimento econômico. Portanto, não pode ser um instrumento de opressão, mas sim de realização. Portanto, todo contrato deve observar uma função social. Nossa Constituição, de forma explícita, condiciona que a livre-iniciativa deve ser exercida em consonância com o princípio da função social da propriedade. (art. 170,III). Uma vez que a propriedade é o segmento estático da atividade econômica, é lógico se pensar que o seu segmento dinâmico, que é o contrato, também está submetida a função social. O contrato é um conciliador dos interesses colidentes. Um pacificador dos egoísmos em luta. Um Estado democrático, onde o contrato esteja submetido a função social, apesar de respeitar a autonomia privada, deve buscar: a)respeitar a dignidade da pessoa humana. b)admitir a relativização c)consagrar a cláusula implícita de boa fé objetiva d)respeitar o meio ambiente e)respeitar o valor social do trabalho Art. 421. A liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função social do contrato. Isso não significa uma supressão da autonomia privada, mas sim sua reeducação. Portanto, depois desses conhecimentos, poderiamos definir os contratos: Um negócio jurídico bilateral, por meio do qual as partes, visando a atingir determinados interesses patrimoniais, convergem as suas vontades, criando um dever jurídico principal (dar, fazer ou não fazer), e bem assim, deveres jurídicos anexos, decorrentes da boa-fé objetiva e do superior princípio da função social. NATUREZA JURÍDICA DO CONTRATO O contrato é um negócio jurídico. O próprio negócio jurídico é uma declaração de vontade dirigida à provocação de determinados efeitos jurídicos. Também podemos entender como todo fato jurídico consistente em declaração de vontade, a que o ordenamento jurídico atribui os efeitos designados como queridos, respeitados os pressupostos de existência, validade e eficácia, impostos pela norma jurídica que sobre ele incide. PLANOS DE EXISTÊNCIA, VALIDADE E EFICÁCIA APLICÁVEIS AO CONTRATO Óbviamente, como o contrato é um negócio jurídico, usa-se a teoria geral, já conhecida de períodos anteriores. Mas apenas a título de revisão, Existência- um negócio jurídico não surge do nada, exigindo-se um mínimo de requisitos. (p.ex., foi foi realmente dito ou escrito) Validade- se ele for existente, passamos para uma segunda avaliação: se ele não é contrário frente a alguns mandamentos legais. (p.ex.,capacidade, licitude) Eficácia: Se ele também for válido, iremos analisar os elementos acidentais (p.ex., termo, condição, encargo) DISTINÇÃO TERMINOLÓGICAS RELEVANTES Em primeiro lugar, cabe fazer a distinção entre contrato e instrumento contratual. a)contrato: é o negócio jurídico formado pela convergência de vontades contrapostas. b)instrumento contratual: é a documentação do negócio. Todo contrato é formado por preâmbulo e contexto. Preâmbulo: é sua parte introdutória, que contêm a qualificação das partes Contexto: a disposição do contrato, através de suas cláusulas. Obs: se o contrato for público, o tabelião tomará a termo a vontade das partes e recolhe essa vontade manifestada em um livro próprio. FORMA E PROVA DO CONTRATO A forma do contrato é essencialmente livre. Somos regido pelo princípio da liberdade da forma. Art. 107. A validade da declaração de vontade não dependerá de forma especial, senão quando a lei expressamente a exigir. Mas observe que existem exceções. Art. 401. A prova exclusivamente testemunhal só se admite nos contratos cujo valor não exceda o décuplo do maior salário mínimo vigente no país, ao tempo em que foram celebrados. (CPC) Art. 227. Salvo os casos expressos, a prova exclusivamente testemunhal só se admite nos negócios jurídicos cujo valor não ultrapasse o décuplo do maior salário mínimo vigente no País ao tempo em que foram celebrados. Parágrafo único. Qualquer que seja o valor do negócio jurídico, a prova testemunhal é admissível como subsidiária ou complementar da prova por escrito.
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