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Contratos Aula 5 Definir o instante da concretização do contrato é muito importante porque: a) a partir daí as partes não mais poderão retirar o consentimento dado; b) para a verificação da capacidade e legitimação das partes no momento de contratar; c) para definir as normas jurídicas aplicáveis às obrigações decorrentes dos contratos; d) determinar qual a autoridade competente para julgá-lo; e) responsabilizar o adquirente, nos contratos translativos de propriedade, pelas riscos e danos da coisa. MOMENTO DA FORMAÇÃO DO CONTRATO Considera-se o instante da celebração do contrato aquele no qual ocorre o encontro das declarações de vontade dos contratantes. Nos contratos celebrados entre presentes, aperfeiçoa-se o contrato no momento em que o aceitante manifesta sua aceitação. Nos contratos celebrados entre ausentes considera-se formado com a expedição da resposta favorável. Pode a declaração de vontade ser expressa ou explícita, quando as partes contratantes se utilizem de qualquer veículo para exteriorizá-lo no mundo civil, Ou silenciosa (chamamos de silêncio conclusivo). O art. 111 admite a validade do silêncio como manifestação de vontade quando as circunstâncias e os usos o autorizarem e não for necessária a declaração de vontade expressa. a) teoria da informação: o contrato está perfeito quando o proponente toma conhecimento da aceitação do oblato (não apropriada por deixar na mão do proponente a escolha do momento mais oportuno de conclusão contratual) b)teoria da recepção: entende celebrado quando o proponente recebe a resposta, mesmo que não a leia (mesmo problema anterior) c)teoria da declaração: o contrato está concluído no momento que o oblato escreve a resposta positiva.(não aceita por ser de difícil aferição) d)teoria da expedição: no instante que a aceitação é expedida (teoria atualmente aceita pelo direito brasileiro) TEMPO DO CONTRATO. Deve-se reputar celebrado no lugar onde foi proposto. (C.C. 435). Isso vai influenciar muito a questão de foro. Considerando as situações de contratantes residentes em países diversos, a lei de introdução co C.C. estabelece que a obrigação resultante do contrato reputa-se concluída no lugar em que residir o proponente. (art. 9) LUGAR O juiz tem o encargo de tentar entender a vontade emanada das partes. Duas grande teorias nasceram para resolver o problema: a) Willenstheorie (teoria da vontade) - investiga a vontade real das partes b)Erklarungstherorie (teoria da declaraçã) - o que predomina é a vontade declarada. Nosso C.C fez a opção pela vontade real das partes, mas óbvio que o que foi declarado vai influir essa busca. INTERPRETAÇÃO Nosso Direito não possui muitas regras de interpretação, falando apenas, em seu art. 112, que o contrato atenderá mais à intenção nelas consubstanciada do que ao sentido literal da linguagem. Ainda acrescentou no art. 113 que eles deverão ser interpretados segundo a boa-fé. Pothier, ajudou a criar alguns regras básicas. a) a intenção prevalece sobre o sentido gramatical b)diante de dois entendimentos, escolhe-se o que gerar melhores efeitos c) em caso de dúvida, interpreta-se contra o estipulante Quanto à tipificação legal a) Contratos típicos - São aqueles tipificados em lei, seja no Código Civil, seja em lei extravagante, como a compra e venda e a locação de imóveis, respectivamente. b) Contratos atípicos - Não se encontram tipificados em lei, como ocorre com os contratos de fidúcia, de alienação fiduciária de imóveis, de factoring etc. Regem-se pelas normas da teoria geral das obrigações, da teoria geral dos contratos e, analogicamente, pelas normas de outros contratos similares. CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS a) Puros — Denominam-se puros os contratos que, em sua essência, mantêm-se únicos, ou seja, não são fruto da combinação de outros contratos. A essa espécie pertencem a doação, o empréstimo etc. b) Mistos - São os contratos que derivam da combinação de outros contratos, como o leasing, que nada mais é que a mistura de compra e venda com locação. a) Consensuais - Consideram-se perfeitos, concluídos, isto é, celebrados, no momento em que as partes entrem em acordo. A Lei não exige forma especial para que se celebrem. Daí poderem ser verbais, escritos, mímicos, tácitos. b) Formais ou solenes — Para estes a Lei, além do consenso, ou seja, do acordo de vontades, exige também o cumprimento de solenidades especiais. P.ex.,Deve ser feitos por instrumento público, quando serão celebrados em cartório. São excepcionais, como a compra e venda de imóveis, a doação de alto valor etc. c) Reais - São aqueles que só se consideram celebrados após a traditio rei. (entrega da coisa) Realmente, só podemos falar em contrato de empréstimo após a entrega do objeto emprestado. a) Onerosos - São contratos em que ambas as partes suportam um ônus correspondente à vantagem que obtêm. Assim, na compra e venda, o comprador tem uma vantagem, qual seja, receberá o objeto, mas suportará um ônus, qual seja, deverá pagar o preço. Os contratos onerosos podem, pois, dizer-se comutativos, devido a esta reciprocidade de prestações. b) Gratuitos ou benéficos - Nos contratos gratuitos, não há qualquer ônus que corresponda à vantagem obtida. Na doação, v.g., o único ônus que há é por parte do doador, de entregar o objeto. A este ônus não corresponde nenhum outro por parte do donatário. a) Bilaterais — São também chamados de contratos sinalagmáticos, é aquele em que ambas as partes possuem direitos e deveres. Exemplificando com a compra e venda. b) Unilaterais - São os contratos em que uma das partes só tem deveres e a outra, só direitos. É o caso da doação, em que o doador só tem deveres (entregar o objeto), e o donatário só tem direitos. a) Comutativos: em que as prestações de ambas as partes são de antemão conhecidas, e guardam entre si uma relativa equivalência de valores. b) aleatórios: que a prestação de uma das partes não é precisamente conhecida e suscetível de estimativa prévia. Dependem de um acontecimento incerto. (contrato de seguro, loteria) está baseado no risco. a) imediata: é o contrato em que a solução se efetua de uma só veze por prestação única b)diferida ou retardada: é aquele em que a prestação de uma das partes não se dá de uma só vez, só se extinguindo por completo quando for realizada a última c)sucessiva: ocorrem soluções periódicas, que se renovam automaticamente enquanto não houver manifestação contrária a) individuais: se forma pelo consentimento de pessoas que são individualizadas. b)coletivo: sua celebração depende de um agrupamento de indivíduos. p.ex., convenção coletiva de trabalho. Aqueles que não resultam do livre debate entre as partes. As cláusulas e condições já foram previamente estabelecidas. Não significa que sejam necessariamente ilícitos ou de má-fé, mas como não foram fruto de uma vontade negociada, tende a conter mais cláusulas abusivas. Sua possibilidade de flexibilização é a maior entre os contratos. Como não foi fruto de uma vontade desimpedida, tente a ser relativizado com grande frequencia. Mas também devemos observar suas vantagens. Eles tornam os produtos mais baratos e acessíveis, pois o custo jurídico dos produtos também é algo que deve ser levado em consideração. Contrato de adesão
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