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Contratos DIREITO CIVIL III TEORIA GERAL DOS CONTRATOS Ementário de temas Autonomia da Vontade e Função Social do Contrato Leitura obrigatória MARTINS-COSTA, Judith. “Reflexões sobre o princípio da função social dos contratos”, in Revista Direito GV nº 01 (maio/2005); pp. 41/66. Leituras complementares SALOMÃO FILHO, Calixto. “Função social do contrato: primeiras anotações”, in Revista de Direito Mercantil nº 132; pp. 07/24. BUENO DE GODOY, Cláudio Luiz. Função Social do Contrato. São Paulo: Saraiva, 2004; pp. 110/130. A doutrina das obrigações contratuais tem uma finalidade muito específica. Tenta caracterizar e trazer delimintações a um fenômeno social antiquíssimo, que é a negociação que o ser humano realiza entre seus pares. Os homens se vinculam de diversas formas. De alguma forma, faz parte de nossa própria natureza social. A sociedade humana, entendida como organismo, necessita desses vínculos. Assim como o corpo humano possui infinitas relações entre suas células para funcionar, a sociedade humana necessita de vínculos humanos para seu caminhar. Existe uma grande variedade de vínculos, que diferem tanto na forma quanto na força de exigibilidade. Alguns vínculos são puramente pessoais e a lei decidiu não tutelar, como p.ex., o s vínculos religiosos (obrigação de confissão entre os católicos) ou um vínculo amoroso de namoro. Já em outros vínculos, a lei decidiu criar uma força. Uma cogência dada pela lei ou pelos contratos, que assim foram manifestados. Desde os primórdios da civilização, quando abandonamos o estágio da barbárie, experimentando certo progresso espiritual e material, o contrato passou a servir, enquanto instrumento por excelência de circulação de riquezas, como a justa medida dos interesses contrapostos. O ser humano, como sua característica hedonista, tem uma forte tendência para não cumprir o que prometeu. Realizar uma obrigação, necessariamente, é um gasto de alguma espécie. Seja um gasto material (dar algo) ou gasto físico (fazer algo), intelectual, etc. Quem realiza uma obrigação gasta algo, mas ganha também algo em troca. Por sua caracterisca hedonista, o homem deseja ganhar, mas não deseja perder. Aqui nasce a necessidade dos contratos A relação de vínculos humanos, antes da teoria contratual, estava puramente baseada na violência. Entretanto, recorrer à violência para fazer cumprir vinculos estabelecidos, cria necessariamente instabilidade. A violência é filha da raiva e esta, por seu turno, tem uma tendência a cegar a razão. Na maioria das vezes a violência resvala para desproporcionalidade. Toda forma de sociedade vivenciada pela humanidade teve uma espécie de regulamento sobre obrigações. Desde comunidades indígenas muito simples a grande sociedade capitalistas, a necessidade de se assugurar vínculos humanos sempre esteve presente de alguma forma Não podemos fixar, ao longo da história, uma data específica de surgimento do contrato. O desenvolvimento jurídico é algo complexo de mesurar, já que ele varia de acordo com o poder político vigente e este também é variável. Apesar de não ser uma verdade absoluta, o Direito Romano, sempre foi uma fonte sólida e segura para vislumbrarmos a gênese da maioria dos institutos. Isso é útil, pois se quisermos entender algo profundamente, temos que entender sua história. Atribui-se a Gaio (grande jurista romano) a catalogação das fontes das obrigações, dentre as quais se incluiam os contratos. Ele assim sistematizou as fontes das obrigações: a)Contratos- Convenções, avenças firmada entre duas partes b)Quase contratos-atos humanos lícitos equiparáveis aos contratos,mas sem sua solenidade c)Delito-ilícíto dolosamente cometido, causador de prejuízo,com decorrente obrigação de reparar d)Quase delito-Ilícito culposo, com comportamentos negligentes, quem também geravam obrigação de reparar.
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