Buscar

CCJ0014-WL-B-AMRP-02-Teoria Geral dos Contratos

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 6 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 6 páginas

Prévia do material em texto

DIREITO CIVIL III 
PATRICIA ESTEVES DE MENDONÇA 
AULA 2 
 
Teoria Geral dos Contratos 
 
Conteúdo Programático desta aula: 
 Evolução Histórica 
 Plano de existência; validade e eficácia; 
 Princípios Contratuais 
 
Evolução Histórica 
• Direito Romano – convenção era gênero e contrato e pacto eram 
espécies 
• Código Napoleônico – art. 1101, também considerava contrato espécie 
• Código Civil Alemão – considerava contrato como espécie de negócio 
jurídico 
 
Condições de validade dos contratos 
Quanto à validade, os contratos seguem os mesmos requisitos do art. 104, CC: 
Art. 104. A validade do negócio jurídico requer: 
I - agente capaz; 
II - objeto lícito, possível, determinado ou determinável; 
III - forma prescrita ou não defesa em lei. 
 
OBS: Os contratos, enquanto negócios jurídicos que são, desdobram-se 
em três planos distintos: existência, validade e eficácia 
 
Os Princípio Contratuais 
a) Princípio da Autonomia de vontade e consensualismo; 
- dirigismo contratual; 
- reequilíbrio da balança contratual; 
- hipossuficiente; 
- limite e condições através de normas de ordem pública; 
- não pode haver interpretação absoluta 
 
b) Princípio da força obrigatória do contrato 
- o contrato faz lei entre as partes - pacta sunt servanda; não se presta o 
caráter absoluto; mecanismos jurídicos de regulação do equilíbrio contratual 
OBS: Teoria da Imprevisão - rebus sic stantibus; teoria da onerosidade 
excessiva; revisão ou resolução do contrato. 
 
Art. 478. Nos contratos de execução continuada ou diferida, se a prestação de 
uma das partes se tornar excessivamente onerosa, com extrema vantagem 
para a outra, em virtude de acontecimentos extraordinários e imprevisíveis, 
poderá o devedor pedir a resolução do contrato. Os efeitos da sentença que a 
decretar retroagirão à data da citação. 
Art. 479. A resolução poderá ser evitada, oferecendo-se o réu a modificar 
eqüitativamente as condições do contrato. 
Art. 480. Se no contrato as obrigações couberem a apenas uma das partes, 
poderá ela pleitear que a sua prestação seja reduzida, ou alterado o modo de 
executá-la, a fim de evitar a onerosidade excessiva. 
 
c) Princípio da relatividade subjetiva dos efeitos dos contratos (entre partes ); 
- Efeitos entre as partes; oponibilidade relativa ( versus erga omnes ) 
OBS: exceção: estipulação em favor de terceiros (prestação em benefício 
de terceiro) e contrato com pessoa a declarar ( promessa de prestação 
por terceiro); relativização do princípio 
d) Princípio da função social do contrato 
- Subordinação do contrato ao interesse social da coletividade; 
- aspecto intrínseco – entre as partes, boa-fé objetiva e lealdade negocial; 
tratamento idôneo entre as partes; trato ético e leal; deveres jurídicos gerais de 
cunho patrimonial e dever jurídico colateral ou anexo decorrente deste esforço 
socializante; 
- aspecto extrínseco- em face da coletividade, impacto eficial na sociedade; 
instrumento de desenvolvimento social e de circulação de riquezas; dever de 
informação, confidencialidade, assistência, lealdade –princípio da dignidade da 
pessoa humana; 
O contrato não pode mais ser entendido como mera relação individual; por 
outro lado não se pode aniquilar os princípios da autonomia da vontade ou do 
pacta sunt servanda; trata-se de temperá-los à luz do bem comum; 
Função social do contrato – efeito de impor limites a liberdade de contratar em 
prol do bem comum; 
“Art. 421 CC A liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da 
função social do contrato.” 
 
e) Princípio da Boa-Fé objetiva; 
- Princípio de substrato moral - Boa fé subjetiva – estado de ânimo ou espírito 
do agente sem ter ciência do vício. 
- Boa-fé objetiva – natureza de princípio jurídico, regra de comportamento, de 
fundo ético e exigibilidade jurídica; cláusula geral; espera-se que a outra parte 
aja conforme o contrato, lealdade contratual; comportamento comum ao 
homem médio; liga-se à eticidade. 
Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do 
contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé. 
 
A boa-fé objetiva também pode incidir sobre os 
elementos da obrigação, podendo elastecer, bem como reduzir o seu conteúdo, 
gerando com isso quatro institutos na sua efetiva aplicabilidade: 
1- Supressio - Para a sua configuração, necessário se faz que decorra 
lapso temporal sem o exercício do respectivo direito, bem como que haja 
desequilíbrio na relação contratual, justificando manter o statuo quo 
contratual 
2- - Surrectio - enquanto o primeiro reduz, este amplia o conteúdo 
obrigacional. Para a configuração do surrectio deve ter decorrido certo 
lapso de tempo que, durante seu percurso, tenha fomentado situação 
jurídica que seja igual ao direito subjetivo que irá formar, bem como não 
poderá haver previsão legal que proíba a surrectio. 
3- Tu quoque - significa “tu também”. A esse cabe afirmar que a parte não 
pode cobrar aquilo que ela própria descumpriu. Evidencia os deveres 
anexos que devem ser considerados entre os contratantes, não cabendo 
aos mesmos se beneficiarem de sua própria torpeza, situação não 
aceitável na esfera jurídica 
4- “Venire contra factum próprium”- tratase da circunstância de um sujeito 
de direito buscar favorecer em processo judicial, assumindo conduta que 
contradiz outra que a precede no tempo e assim constitui um proceder 
injusto e portanto, inadmissível. 
5- O “duty to mitigate the loss” - “Pode o credor ser instado a diminuir o 
próprio prejuízo” 
 
Boa-fé objetiva e sua tríplice função 
1- função interpretativa 
2- criação de deveres anexos 
3- controle do abuso de direito 
 
Caso concreto 01 
FRANCISCO FARIAS celebrou contrato de promessa de compra e venda de 
imóvel residencial, localizado em Belém Pará, com ANTÔNIA ALMEIDA em 20 
de maio de 2008, no qual o promitente vendedor comprometia-se a transferir a 
propriedade do imóvel em questão em março de 2010, quando a promitente 
compradora terminaria de pagar o valor ajustado em R$ 360.000,00. No prazo 
previsto contratualmente, ANTÔNIA foi providenciar a transferência da 
propriedade do imóvel aos promitentes compradores, tendo sido informada 
pelo Cartório de Registro de Imóveis que, dentre os encargos da transferência, 
havia um referente a um ônus real que incidia sobre o imóvel (enfiteuse), que 
deveria ser pago a Coden, pagamento sem o qual não poderia ser feita a 
escritura pública de propriedade do imóvel. O funcionário do Cartório informou 
a ANTÔNIA que o pagamento relativo a esse ônus real, pela lei, cabia ao atual 
proprietário, ou seja, ao promitente vendedor, mas que no contrato assinado 
entre as partes poderia conter estipulação em sentido diverso. ANTÔNIA, que 
em momento algum foi informada desse ônus real, procurou FRANCISCO e 
comunicou que esse pagamento deveria ser feito. FRANCISCO também 
revelou desconhecimento desse ônus e alegou que, de acordo com a cláusula 
sétima do instrumento público de promessa de compra e venda, quem deveria 
pagar o valor era ANTÔNIA. É importante destacar duas cláusulas do contrato 
em questão: 
Cláusula terceira: Que possuindo ele PROMITENTE VENDEDOR o imóvel 
descrito nas cláusulas anteriores, livre e desembaraçado de quaisquer ônus 
legais, convencionais, encargos, judiciais ou extrajudiciais, foro, pensão ou 
hipoteca, bem como quite de impostos e taxas, assim prometem vendê-lo, 
como prometido, tem o PROMITENTE COMPRADOR, que por sua vez 
promete comprá-lo, de conformidade com o preço e condições seguintes. 
Cláusula sétima: Todas as despesas com a eventual legalização desta 
Promessa de Compra e Venda e com a legalização da Escritura Definitiva de 
Compra e Venda serão de total e exclusiva responsabilidadedo PROMITENTE 
COMPRADOR, salvo comissão de corretagem. 
Considerando o contexto acima descrito e tomando por parâmetro a teoria 
geral dos contratos, responda JUSTIFICADA E FUNDAMENTADAMENTE: 
A) Explique o princípio da boa-fé objetiva e sua tríplice função. 
B) À luz da boa-fé objetiva, quem deve efetuar o pagamento decorrente do 
ônus real do imóvel? Utilize a(s) função(ões) da boafé objetiva existente(s) no 
caso. 
 
Questão objetiva 01 
(AGU – procurador 2007) No campo das obrigações e dos contratos, várias 
novas teorias têm sido delineadas pela doutrina e pela jurisprudência. A esse 
respeito, julgue os itens que se seguem. 
1. A partir do princípio da função social, tem-se estudado aquilo que se 
convencionou chamar de efeitos externos do contrato, que constituem uma 
releitura da relatividade dos efeitos dos contratos. 
2. Segundo a doutrina contemporânea, o aforismo turpitudinem suam allegans 
non auditor não se confunde com a vedação do venire contra factum proprium; 
enquanto o primeiro objetiva reprimir a malícia e a má-fé, o segundo busca 
tutelar a confiança e as expectativas de quem confiou na estabilidade e na 
coerência alheias. 
 
Questão objetiva 02 
O enunciado 169, da III Jornada de Direito Civil, que dispõe que o princípio da 
boa-fé objetiva deve levar o credor a evitar o agravamento do próprio prejuízo 
leva em consideração o instituto do(a): 
A) tu quoque. 
B) venire contra factum proprium. 
C) duty to mitigate the loss. 
D) supressio. 
E) surrectio.

Outros materiais