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Mútuo e comodato

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Conceito
Flávio Tartuce: negócio jurídico pelo qual uma pessoa entrega uma coisa a outra, de forma gratuita, obrigando-se esta a devolver a coisa emprestada ou outra de mesma espécie.
Espécies
Há duas espécies de empréstimo contempladas pelo direito contratual brasileiro:
a) comodato: empréstimo de bens infungíveis e inconsumíveis.
b) mútuo: empréstimo de bens fungíveis e consumíveis.
Mútuo e comodato
1
Classificação
O contrato de empréstimo é:
a) gratuito (exceção: mútuo feneratício – art. 591, CC/2002);
b) unilateral;
c) típico (artigos 579 a 592, CC/2002);
d) não solene;
e) real (antes da tradição pode haver promessa de comodato ou promessa de mútuo – contrato preliminar);
f) comutativo.
Mútuo e comodato
 
Conceito e características
Art. 579. O comodato é o empréstimo gratuito de coisas não fungíveis. Perfaz-se com a tradição do objeto.
Maria Helena Diniz: contrato unilateral, a título gratuito, pelo qual alguém entrega a outrem coisa (imóvel ou móvel) infungível, para ser usada temporariamente e depois restituída.
Comodato (empréstimo de uso)
São características elementares do contrato de comodato: 
A) Gratuidade 
A gratuidade faz parte do próprio conceito legal de comodato, inexistindo, por isso, comodato oneroso. É possível a existência de comodato modal (com encargo).
COMODATO MODAL OU COM ENCARGOS. NAO DESCARACTERIZA O COMODATO O PAGAMENTO DE ENCARGOS QUE RECAEM SOBRE O IMOVEL, COMO OS RELATIVOS A IMPOSTOS E PRESTACOES DEVIDAS A AGENTE FINANCEIRO, VISTO QUE ADMITIDO O COMODATO MODAL EM NOSSO DIREITO. RECURSO IMPROVIDO. (TJRS, Apelação Cível Nº 193194180, Terceira Câmara Cível, Tribunal de Alçada do RS, Relator: Luiz Otávio Mazeron Coimbra, Julgado em 01/12/1993)
Comodato (empréstimo de uso)
	São características elementares do contrato de comodato:
B) Infungibilidade do bem
Em caráter de exceção, o comodato pode recair sobre bens fungíveis e consumíveis. É o chamado comodato ad pompam vel ostentationem.
 C) Tradição do bem
D) Temporariedade
 
Comodato (empréstimo de uso)
Sujeitos
- Comodante: aquele que empresta o bem. É o possuidor indireto.
- Comodatário: aquele que recebe o bem emprestado. É o possuidor direto.
Comodato (empréstimo de uso)
Restrições
O art. 580 do Código Civil determina que as pessoas que exercem função de administração de bens não poderão dar em comodato os bens que estão sob sua administração (como, por exemplo, curadores e tutores em relação aos bens de seus curatelados e tutelados), a não ser através de autorização judicial específica para esse fim.
Comodato (empréstimo de uso)
Conteúdo
A) Obrigação de fazer: guarda e conservação da coisa durante a vigência do contrato e restituição ao término do mesmo, sob pena de responsabilidade por perdas e danos e possibilidade de resolução contratual por inadimplemento.
B) Obrigação de não fazer: não desviar o uso do bem, conforme a finalidade convencionalmente estabelecida ou decorrente da natureza da coisa, também sob pena de responsabilidade por perdas e danos e possibilidade de resolução contratual por inadimplemento.
Comodato (empréstimo de uso)
Ao comodatário cabem as despesas ordinárias relativas ao uso e gozo do bem (art. 584 CC/02) o bem, tais como IPTU (comodato de imóvel), gasolina (comodato de carro) ou vacinação (comodato de animal). As despesas extraordinárias devem ser pagas pelo comodante. Regras referentes às benfeitorias e posse de boa e de má fé (arts. 1.219 a 1.222, CC/02).
Obs: essas regras podem ser alteradas pela autonomia privada.
A responsabilidade do comodatário pela perda/deterioração do bem depende de sua culpa, com exceção do preceituado no art. 583, CC/2002.
Comodato (empréstimo de uso)
NÃO RESTITUIÇÃO
Findo o comodato, se o comodatário não restituir o bem, as conseqüências são as seguintes:
- estará caracterizado esbulho possessório, podendo o comodante ajuizar ação de reintegração de posse para recuperar a coisa;
- os riscos pela perda/deterioração da coisa serão de responsabilidade do comodatário, ainda que os danos decorram de caso fortuito ou força maior, a não ser que ocorra a hipótese descrita na parte final do art. 399, CC/2002;
- a posse do comodatário passará a ser injusta e de má-fé, e, consoante a parte final do art. 582, CC/02, o comodante pode cobrar aluguel até que o bem seja restituído. O aluguel pena será fixado unilateralmente pelo comodante, podendo ser revisto pelo juiz caso o valor seja abusivo (princípio da boa-fé objetiva). A cobrança do aluguel-pena não converte o comodato em locação. 
Comodato (empréstimo de uso)
PRAZO DE DURAÇÃO:
A) DETERMINADO;
B) INDETERMINADO
Comodato (empréstimo de uso)
Comodato simultâneo
Art. 585. Se duas ou mais pessoas forem simultaneamente comodatárias de uma coisa, ficarão solidariamente responsáveis para com o comodante.
Comodato (empréstimo de uso)
Conceito e características
Art. 586. O mútuo é o empréstimo de coisas fungíveis. O mutuário é obrigado a restituir ao mutuante o que dele recebeu em coisa do mesmo gênero, qualidade e quantidade.
Roberto Senise Lisboa: contrato por meio do qual uma pessoa (o mutuário) obtém de outra (o mutuante) a transferência provisória de um bem fungível e consumível.
Mútuo (empréstimo de consumo) 31.10.2012
São características elementares do contrato de mútuo:
A) Transferência da propriedade;
Carlos Roberto Gonçalves: constitui empréstimo para consumo, pois o mutuário não é obrigado a devolver o mesmo bem, do qual se torna dono (pode consumi-lo, aliená-lo, abandoná-lo, p.ex.), mas sim coisa da mesma espécie.
Mútuo (empréstimo de consumo)
São características elementares do contrato de mútuo:
B) Fungibilidade e consuntibilidade do bem;
C) Temporariedade
Mútuo (empréstimo de consumo)
Sujeitos e legitimidade
Os sujeitos do mútuo são:
A) Mutuante: aquele que empresta. Deve ser o proprietário do bem, já que o mútuo é um contrato translativo da propriedade.
B) Mutuário: aquele que recebe o bem para consumo. Tem o dever de restituir não o bem que recebeu, mas sim outro da mesma espécie e na mesma quantidade.
Mutuário menor de 18 anos: em regra, em conformidade com o art. 588, CC/2002, o mútuo feito a menor de 18 anos, sem a devida representação ou assistência, é obrigação natural (inclusive para os fiadores), exceto as hipóteses contempladas no art. 589:
- se a pessoa, de cuja autorização necessitava o mutuário para contrair o empréstimo, o ratificar posteriormente. 
Esta regra só se aplica aos menores relativamente incapazes.
- se o menor, estando ausente essa pessoa, se viu obrigado a contrair o empréstimo para os seus alimentos habituais.
- se o menor tiver ganhos com o seu trabalho. Mas, em tal caso, a execução do credor não lhe poderá ultrapassar as forças.
Importante: conflito aparente entre o art. 589, III, e o art. 5°, parágrafo único, V (emancipação), ambos do CC/2002.
- se o empréstimo se reverteu em benefício do menor.
- se o menor obteve o empréstimo maliciosamente.
Esta regra só se aplica ao menor relativamente incapaz (art. 180, CC/2002).
Mútuo (empréstimo de consumo)
Mútuo e exceção de inseguridade
Art. 590. O mutuante pode exigir garantia da restituição, se antes do vencimento sofrer notória mudança em sua situação econômica. 
Aplicação da regra da exceção de contrato não cumprido a contrato unilateral.
Mútuo (empréstimo de consumo)
Mútuo feneratício
Art. 591. Destinando-se o mútuo a fins econômicos, presumem-se devidos juros, os quais, sob pena de redução, não poderão exceder a taxa a que se refere o art. 406, permitida a capitalização anual.
Mútuo feneratício é o mútuo oneroso. No mútuo oneroso, o mutuário deve restituir não apenas a mesma espécie e mesma quantidade do bem emprestado, mas também os juros (presumidos quando o mútuo tiver finalidade econômica), que são remuneração pela utilização da coisa alheia. O mútuo feneratício, a despeito de parte minoritária da doutrina (a exemplo de Maria Celina Bodin de Moraes e Pontes de Miranda), é contrato unilateral, pois institui obrigações a apenas uma das partes contratantes (o mutuário).
Mútuo (empréstimo de consumo)
PrazosArt. 592. Não se tendo convencionado expressamente, o prazo do mútuo será:
I – até a próxima colheita, se o mútuo for de produtos agrícolas, assim para consumo como para semeadura;
II – de 30 (trinta) dias, pelo menos, se for de dinheiro;
III – do espaço de tempo que declarar o mutuante, se for de qualquer outra coisa fungível.
Obs: razoabilidade na fixação do prazo na hipótese do inciso III.
Mútuo (empréstimo de consumo)

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