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Falência completo_Claudio Calo modificada

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Falência – Cláudio Calo Ano 2005 / 2006 / 2007
Bibliografia
Cláudio Calo não indica nenhum destes livros, mas é o que há no mercado por hora. E é o que os examinadores estão lendo.
Trajano Valverde, atualizado por Paulo Penalva Santos e desembargador Penalva Santos. Ainda não está atualizado, mas Cláudio Calo gosta do livro.
José da Silva Pacheco
Rubens Requião – era a melhor obra. Nada impede que se estude pelo livro do Requião antigo, até porque a maior diferença na nova lei de falências é o instituto da recuperação. 
Jorge Lobo – está coordenando obra em que várias pessoas escreveram artigos sobre a lei de falências. É professor sério e competente, mas Cláudio Calo não conhece a obra.
Comentários à Lei de Falências do Fábio Ulhoa Coelho – já está no mercado. É razoável. Tem posições conflitantes com o MP. Praticamente quer anular o MP em termos de falência. Para ele o MP só deveria atuar após a sentença que decreta a falência e ainda assim a atuação deve ser a mínima possível, só quando a lei prevê. Já existe orientação do PGJ do RJ editou recomendação para que os promotores da massas falidas ou com atribuição junto às Varas de Falências atuem em todas as etapas e feitos falimentares. É a orientação institucional.
Volume III do curso de direito comercial Fábio Ulhoa Coelho – a parte de falências está atualizada. É razoável. A lei de falências não está comentada artigo por artigo oq eu é bom porque a análise da lei artigo por artigo dificulta o entendimento do leitor porque é uma lei mais moderna, mas do ponto de vista topográfico está mal organizada. É difícil achar os dispositivos legais, não tem sistemática alguma. É melhor estudar por temas, tomando por base o programa, para entender a matéria de maneira sistemática.
Waldo Fazzio Jr – com algumas posições o Cláudio Calo concorda, com outras não. Sistematizou o livro por temas. É razoável também.
Legislação da Mônica Gusmão – é legislação seca, com quadro comparativo. É boa para estudar em casa, mas não é boa para a prova. Está bem sistematizada.
Legislação RT – é seqüencial e indica os dispositivos relacionados com a lei anterior. Explica como consultar a obra.
Comentários à Lei de Falências de Manuel Justino Bezerra Plínio – magistrado de SP. Tem vícios também. Por exemplo, apesar de reconhecer que na falência há SEMPRE interesse público, admite que em algumas hipóteses o MP não atue por ausência de interesse público (é contraditório!).
Rubens A. Machado – foi presidente da OAB de SP.
Artigos no site www.amperj.org.br.
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 Considerações Preliminares
Rio, 05/08/2005 – 1ª aula
Em matéria de falências também é necessária atualização também na parte tributária. A lei complementar n.º 118 objetivou adaptar o CTN à nova lei de falências. Alterou o quadro geral de credores e alterou até o CC/02�. Toda matéria tributária tem que ser alterada por lei complementar. A lei de falências não poderia ter alterado o CTN porque é ordinária.
É preciso ter muito cuidado com os artigos que circulam na Internet porque existe muita coisa ruim. 
A legislação é basicamente o decreto-lei n.º 7661/45 e a lei n.º 11101/05 (trata também da recuperação). A lei n.º 11101 entrou em vigor dia 09 de junho de 2005. 
O art. 192 da Lei n.º 11101 é muito polêmico porque prevê que a referida lei não se aplica aos processos de falência ou concordata ajuizados anteriormente ao início de sua vigência e serão concluídos nos termos do decreto-lei n.º 7661. Ajuizamento é quando se faz o pedido. Só há falência no sentido jurídico quando houver sentença que a decrete. Enquanto não houver sentença, fala-se tão-somente em insolvência. A decretação de falência transforma o estado econômico no estado jurídico. Enquanto há apenas requerimento o requerido não é falido, não há massa falida. Antes o requerido é insolvente.
Se interpretarmos o dispositivo literalmente, se o pedido for ajuizado antes da entrada em vigor da Lei n.º 11101, a lei aplicável à hipótese é o decreto-lei n.º 7661. Se entrar com o pedido de falência antes da entrada em vigor da Lei n.º 11101, a lei aplicável é o decreto-lei n.º 7991. Nada impede (art. 192, parágrafo único) que se a concordata requerida se transforme em recuperação, no entanto. Mas em princípio a falência será regida pelo decreto-lei n.º 7661.
A Mônica Gusmão, no entanto, tem entendido que não é do ajuizamento, as falências decretadas antes da vigência da Lei n.º 11101 devem ser reguladas pelo decreto-lei n.º 7661. Não leva em consideração a data do ajuizamento e sim a data da quebra. A interpretação não está errada. É só analisar um caso prático. A Lei n.º 11101 entrou em vigor em 09 de junho de 2005. Digamos que em 06 de junho de 2005 (3 dias antes da vigência da Lei n.º 11101) alguém ajuizou requerimento falimentar. Os autos foram conclusos em 20 de junho de 2005, bem após a vigência da Lei n.º 11101, embora o pedido tenha sido feito antes do início da vigência da lei nova. 
A lei nova é um pouco melhor que o decreto-lei n.º 7661. Mas, por exemplo, no decreto-lei n.º 7661 o prazo para se defender, porque antes do procedimento falimentar há uma fase cognitiva, era de 24 horas, enquanto na lei atual o prazo para contestar é de 10 dias. Então a Lei n.º 11101 seria melhor para o requerido. Na lei anterior as hipóteses que permitiam o depósito elisivo� eram mais restritas. Na lei atual as hipóteses foram ampliadas. Hoje existe a recuperação que é um plano que se apresenta para pagamento das dívidas (foi o que a Varig fez) que não existia antes. O juiz não pode decretar a falência, tem que analisar o plano de recuperação. Se conferirmos interpretação muito restritiva se a falência for requerida no dia 06 de junho de 2005, o requerido não poderá se valer de nenhum destes benefícios. 
É uma posição legalista ao extremo. Cláudio Calo aplicaria a nova lei, porque esta deve ser analisada de acordo não com os princípios da falência, mas sim com os princípios informadores da edição da lei, de acordo com o porquê da criação da lei (ratio). O art. 192 da Lei n.º 11101 terá que ser mitigado. O decreto-lei n.º 7661 foi editado em 1945 sob a égide do CPC de 1939 que já objeto de reformas.
 
O decreto-lei n.º 7661 tem uma visão extremamente liquidatária, não observa a função social. Não é uma interpretação contra legem, porque o dispositivo tem que se adequar aos princípios (art. 5º da LICC – o juiz ao aplicar a lei tem que atender à função social). O art. 47 da Lei n.º 11101 estabelece que a lei observa à função social. O art. 192 deve ser interpretado de forma teleológica, sistemática.
O art. 4º da Lei n.º 11101, que determinava a participação ministerial em todos os atos e feitos que envolviam a massa falida (art. 210 do decreto-lei n.º 7661), foi vetado, mas deve ser analisada a razão do veto. Foi alegada que o MP exerce função muito importante e tem mais com que se preocupar do que com as falências, tem outras funções mais importantes para desempenhar. Ao mesmo tempo, foi alegado que se o MP atuasse poderia haver um retardo na prestação jurisdicional. Ocorre que em muitos casos há interesse público evidente. É o caso do requerimento de falência da VARIG, por exemplo. 
Outra alteração importante é que foi extinto o inquérito judicial. O inquérito agora é policial e quem atua é a PIP (Promotoria de Investigação Penal). Antes quem atuava era o promotor de massas falidas e a competência para receber a denúncia era do juízo da Vara de Falências. Agora a competência é do juízo criminal. Cláudio Calo sustenta em artigo que a atribuição criminal não seja da PIP e permaneça com o promotor da massa falida, orientando a que se altere o CODJERJ para conferir competência criminal à massa falida. O juiz da Vara Empresarial é muito mais capacitado para analisar os crimes falimentares do que um juiz de Vara Criminal. Cláudio Calo acha que a orientação dentro do MP é que aatribuição permaneça com o promotores das massas falidas, até porque já foi feito no que se refere ao meio-ambiente�. A Secretaria de Segurança Pública, através de Resolução, conferiu atribuição à Delegacia Especializada de Defraudações para os inquéritos policiais falimentares.
 Princípios informadores da Nova Lei de Falências
Recuperação da Empresa Viável
Está relacionado à função social. É recuperação apenas da empresa viável porque senão em todas as hipóteses vamos entender que é caso de recuperação. A expressão empresa tem que ser usada no sentido técnico-funcional: é a atividade econômica organizada. Sustenta-se a continuidade do empreendimento. O princípio também é chamado de Preservação/Recuperação da Empresa ou Continuidade do Negócio. Até porque o empreendimento pode prosseguir com outro sujeito. 
A lei prevê alguns meios de recuperação, no art. 50. Este rol é exemplificativo. Recuperar a empresa não é recuperar a pessoa jurídica e sim a atividade econômica. E só tem que ser objeto de recuperação a empresa viável e a viabilidade deverá ser analisada no caso concreto. Não existe fórmula para avaliar a viabilidade. Irá depender do empreendimento, a situação, o estágio em que está o empreendimento etc. Se for muito custoso, poderá haver inviabilidade para a recuperação e a sociedade não irá suportar um ônus excessivo à toa. Recupera o que é passível de recuperação. Caso contrário ocorrerá a falência.
Por exemplo, recuperar a VARIG será um custo enorme para a sociedade, irá gerar um ônus tributário e na verdade quem suporta este ônus no final é a sociedade. Então para recupera-la é necessário analisar se é passível de recuperação, a importância da empresa na sociedade etc. A VARIG é tão importante que dá impressão de que não é nem privada e por isso é importante recupera-la. O Presidente conseguiu incluir pouco antes da publicação da lei, um artigo importante que permite a recuperação da companhias aéreas, por causa da VARIG. O decreto-lei n.º 7661 só permitia a falência.
 
O art. 47 traz a função social da empresa. O próprio legislador traz a função social. Qual é a função social na manutenção da empresa viável? Qual é a função social na continuidade do negócio? É manter os empregos e de forma indireta a subsistência de famílias. É importante para a economia manter a fonte produtora de riquezas, serviços. Por exemplo: a manutenção de um curso jurídico� é importante para os empregados porque dele retiram sua subsistência, mas é importante também para os alunos porque confere mais opções. A concorrência é saudável. É importante para o locador do prédio. É importante para o Fisco que recolhe ISS. É importante para os empresários satélites (outros empresários que ficam ao redor, realizando suas atividades�). A função social visa manter esta estrutura, estrutura descrita no art. 47.
Separação dos Conceitos de Empresário e Empresa
A lei de falências separa o conceito de empresário do de empresa. Seguindo a mesma orientação do CC/02, a lei de falências chama de empresário o empresário individual e quando se refere à sociedade, pessoa jurídica, está se referindo à sociedade empresária (vide art. 1º correspondente ao art. 3º do decreto-lei n.º 7661). Cláudio Calo, no entanto, quando se referir a empresário estará abrangendo tanto o individual quanto à sociedade empresária.
O art. 1º da Lei n.º 11101 está tratando da legitimação passiva. A falência é instituto destinado ao empresário e o conceito de empresário se busca no CC/02. O requerido na falência não é a empresa, e sim o empresário individual ou a sociedade empresária. Quando a Lei n.º 11101 usa a expressão empresa, o faz no seu sentido técnico. A recuperação, no entanto, não é do empresário e sim da empresa.
Art. 1º c/c art. 47 da Lei n.º 11101 c/c art. 966, 982 e 1142 do CC/02.
O art. 966 do CC/02 conceitua o empresário. O art. 982 do CC/02 cuida da sociedade empresária e o art. 1142 do CC/02, que é o mais interessante de todos, cuida do estabelecimento, do fundo de comércio. Este último artigo diferencia bem empresa de empresário (ou sociedade empresária). Empresário é o sujeito e empresa é atividade.
Extinção da Empresa Inviável
Decorre do princípio da Recuperação da Empresa Viável. Ou seja, aquela que não for passível de recuperação, que não for viável, não terá possibilidade de se recuperar. Esta idéia está no art. 53, inc. II da Lei n.º 11101�. O plano de recuperação tem que trazer demonstração de viabilidade econômica. Se não demonstrar a viabilidade a falência será decretada.
Proteção aos Créditos Trabalhistas
A Lei n.º 11101 trouxe também esta proteção. Esta idéia pode ser encontrada nos art. 83, inc. I e 151 da Lei n.º 11101. Existe muita chance de cair na prova quadro geral de credores. 
O art. 83 cuida da classificação dos créditos, ou seja da ordem de classificação dos créditos. O inc. I do dispositivo traz novidade (c/c 186 do CTN): limitação dos créditos trabalhistas a 150 salários mínimos. O limite só existe para os créditos trabalhistas, não existe para créditos decorrentes de acidente de trabalho quando decorre de culpa ou dolo do empregador (vide art. 7º, XXVIII da CF/88). A razão de limitar a 150 salários mínimos é abranger o maior número possível de empregados e até mesmo outros credores, para evitar que os salários dos grandes executivos esgotasse os recursos da falência. Se o empregado tiver que receber 200 salários mínimos, irá receber 150 como crédito privilegiado e os outros 50 como crédito quirografário. O saldo é quirografário (vide art. 83, inc. VI, b).
Numa primeira leitura do art. 83 pode parecer que o credor trabalhista é o primeiro a receber, mas existem credores que irão receber na frente. Outros valores serão pagos antes dos créditos trabalhistas, por exemplo, os créditos previstos no art. 151 da Lei n.º 11101. A ratio deste dispositivo é a natureza alimentar destes créditos. Os primeiros créditos a serem pagos são os do art. 151. Waldo Fazzio Jr. e Manuel Justino Bezerra Filho entendem desta forma. Havendo disponibilidade, estes créditos tem que ser pagos logo.
Há quem coloque ainda os créditos do art. 86, caput e parágrafo único antes do rol do art. 83, que é decorrente do que tem que ser restituído. É algo que estava com o falido, mas não lhe pertencia e que foi arrecado, porque o administrador� tem que arrecadar tudo que estava em poder do falido. Enquanto não ajuizar ação de restituição, estes bens, inclusive, podem ser alienados. Se já foi alienado, haverá restituição em dinheiro. As restituições serão efetuadas após o pagamento dos créditos do art. 151.
O art. 84 trata dos encargos e dívidas da massa e são chamados de créditos extraconcursais que não entram na falência (que é um concurso de credores). São os créditos, por exemplo, imprescindíveis para o andamento do processo, ou para pagamento das remunerações do administrador etc. Os créditos extraconcursais serão pagos com precedência sobre os mencionados no art. 83. Serão pagos após o art. 151 e 86 e antes do art. 83. Atente-se que isto não é pacífico! É o posicionamento de Waldo Fazzio Jr. e Manuel Justino Bezerra Filho.
Há quem entenda que antes do art. 151, ainda, seriam pagos os créditos do art. 150 até porque, topograficamente, teriam sido tratados anteriormente. O art. 150 cuida das despesas cujo pagamento é indispensável à própria administração da falência, para o andamento da falência, tão logo haja disponibilidade em caixa. Há quem entenda que este privilégio não prevalece porque a natureza do crédito do art. 151 é alimentar. Este entendimento é complicado porque cada vez mais os créditos do art. 83 vão descendo. O tributarista vai complicar tudo porque a lei complementar n.º 118 não prevê isto e estas previsões estão em lei ordinária. A lei complementar n.º 118 faz uma ressalva além da que já existia: o crédito tributário perde (em preferência) para o crédito trabalhista (já era assim) e para o credor com garantia real. É uma visão tributarista e tem que haver análise da Bancaque está questionando a respeito. De toda sorte ainda há proteção ao credor trabalhista.
Participação Ativa dos Credores na Falência e Recuperação
A lei quis que os credores participassem mais ativamente na Falência e isso se dá principalmente através de dois órgãos: a Assembléia de Credores e o Comitê de Credores. Um é obrigatório e o outro é facultativo, mas também há polêmica.
A Assembléia de Credores será o órgão de deliberação. Assim, por exemplo, no caso da VARIG, a Assembléia de Credores é o órgão que vai ou não aprovar o plano de recuperação. Já o Comitê de Credores (que nem sempre existe) é o órgão fiscalizador e é constituído pela Assembléia. Fiscaliza o administrador judicial. Este, além de ser fiscalizado pelo juiz e pelo MP também o será pelo Comitê (vide art. 26 e 27 da Lei n.º 11101). O art. 26 cuida da forma de composição do Comitê. Já o art. 27 cuida das atribuições do Comitê. Se se observar, tanto na falência como na recuperação, há muito o que fiscalizar. 
Os art. 35 e seguintes da Lei n.º 11101 cuidam da Assembléia Geral de Credores. Terá como função principal deliberar. É a Assembléia que vai aprovar ou rejeitar eventual plano de recuperação, é o órgão que vai constituir o Comitê de Credores etc. Enfim, é um órgão deliberativo.
Juízes e promotores têm que sempre privilegiar a participação ativa dos credores na falência e recuperação, apesar de que na prática haverá dificuldade para a atuação destes órgãos. Cláudio Calo não sabe se vai funcionar.
Economia, Celeridade e Eficiência Processual 
Está previsto no art. 75, parágrafo único da Lei n.º 11101. Tem que haver remissão à EC n.º 45. Para Cláudio Calo era desnecessário vir expresso, mas no Brasil tudo tem que estar na lei. A rapidez tem que ocorrer dentro do possível, da razoabilidade. Ninguém irá procrastinar o processo, mas tem que haver diminuição no número de recursos para que efetivamente o processo seja mais rápido. É lógico que a prestação jurisdicional tem que ser rápida. Justiça lenta não é justiça. Mas a justiça rápida também pode gerar injustiça.
O art. 207, parágrafo único do decreto-lei n.º 7661 previa que quando o agravo de instrumento era interposto era conferido à cada parte 10 minutos para defesa oral. A atual lei silenciou quanto à sustentação oral, no entanto. Ainda é cabível? Já existem duas posições. Há quem entenda que se a lei atual omitiu é porque não quer mais conferir a possibilidade de sustentação oral. Se entendesse que era o caso de haver sustentação oral, a previsão deveria ser expressa. Até porque irá sustentar oralmente o que já consta no processo. No entanto, tem que se levar em conta que a sentença que decreta a falência é gravíssima e enseja inúmeros efeitos (quanto à pessoa do devedor, quanto aos bens, quanto aos contratos do devedor, quanto aos bens de terceiros em poder do falido, quanto aos credores etc.), então seria importante haver sustentação oral para que se chamasse atenção a algum ponto importante que foi objeto do recurso, até porque o recurso não tem efeito suspensivo, em regra. Se adotarmos o princípio da economia, da celeridade, será sustentado sempre a impossibilidade de manifestação oral nos autos. O que é mais importante: assegurar a celeridade ou a ampla defesa? Porque na sustentação oral, o recorrente pode invocar ponto que mereça atenção especial. Tem que haver ponderação de interesses. O Regimento Interno do TJ de SP prevê a sustentação oral. O art. 7º da lei da OAB prevê que os advogados terão possibilidade de sustentação oral em qualquer recurso, mas este dispositivo está com a eficácia suspensa, por força de ADIn.
Tratamento Simplificado na Recuperação do Microempresário e Empresário de Pequeno Porte
Este princípio está localizado nos art. 70 a 72 da Lei n.º 11101. A própria CF/88 já prevê isso. O tratamento do Microempresário e do Empresário de Pequeno Porte tem que ser simplificado e tem que sempre os beneficiar. A lei, então, prevê um plano especial de recuperação para o microempresário e empresário de pequeno porte (art. 70, § 1º). 
Os diplomas que cuidam do microempresário (ME) e empresário de pequeno porte (EPP) são a lei n.º 9841 (art. 2º), a lei n.º 9317 e o CC/02 (art. 970 c/c 1179, § 2º). O conceito do ME e do EPP está no art. 2º da lei n.º 9841, que é denominada Estatuto do Microempresário. A lei n.º 9317 é a lei que cuida do sistema SIMPLES, que é faculdade conferida ao ME e ao EPP que preencha seus requisitos. O conceito de ME e EPP não está na lei n.º 9317. A lei n.º 9317 define o sistema de pagamento de tributos por parte do ME e do EPP, mas só podem optar pelo SIMPLES, o ME e o EPP que atendam aos requisitos da lei do SIMPLES.
O ME é a pessoa física ou jurídica cuja receita bruta anual é igual ou menor que R$ 244.000,00 (o valor não está atualizado). Em 31 de março de 2004 o Presidente alterou o valor através do Decreto n.º 50128, para R$ 433.755,14. Já o EPP é a pessoa física ou jurídica cuja receita bruta anual é maior que R$ 244.000,00 e menor ou igual a R$ 1.200.000,00 (valores foram atualizados para R$ 433.755,14 e R$ 2.133.222,00, respectivamente pelo Decreto n.º 50128). Ambos terão o tratamento simplificado da Lei n.º 11101.
Pergunta: o pequeno empresário, previsto no art. 970 do CC/02, poderá ter tal tratamento? A figura que o CC/02 traz é diferente do das Lei n.º 9841.
Rio, 12/08/05 – 2ª aula
2.8		Maximização (ou valorização) dos ativos
Quando da decretação da falência, o administrador vai arrecadar todos os bens em poder do falido (e não todos os bens do falido), consoante art.108 LF/05 (art.39 LF/45). Isso porque, no momento da decretação da falência, haverá bens em poder do falido que não serão de sua propriedade e mesmo assim serão arrecadados.
Esses bens arrecadados pelo administrador serão alienados. Logo, se ninguém reivindicar a restituição do bem, comprovando a titularidade, o bem poderá ser alienado.
A lei prevê que a disponibilidade do bem somente será suspensa quando alguém ajuizar o pedido de restituição.
Portanto, o pedido de restituição suspende a disponibilidade do bem até o trânsito em julgado (art.91 LF/05).
Quando a coisa, em poder do falido, for alienada, restará ao proprietário requerer o equivalente em dinheiro.
Um dos efeitos da sentença que decreta a falência é a arrecadação dos bens em poder do falido e esses bens serão arrecadados para formar uma massa falida de bens.
Portanto, verifica-se que a falência serve para que os bens em poder do falido sejam arrecadados, formando uma massa falida (objetiva), possibilitando que os credores ingressem no processo falimentar, com tratamento paritário, formando uma massa falida (subjetiva).
Diante dessa visão resumida do processo falimentar, verifica-se que, na falência, o juiz , promotor ou administrador judicial� devem buscar a maximização ou valorização do ativo.
Isso porque, logo após a arrecadação dos bens em poder do falido (art.108 LF/05), com a juntada do respectivo auto ao processo de falência, será iniciada a realização do ativo �(art.139 LF/05).
Isso é uma novidade, pois na antiga lei havia três fases distintas: fase de conhecimento, fase executiva propriamente dita e fase liqüidatória. Salvo casos excepcionais, somente na terceira fase ocorria a alienação dos bens para satisfazer os credores.
Com a nova lei de falência, logo após a arrecadação dos bens, será iniciada a realização do ativo (liquidação, apuração do ativo). Essa nova regra tem por escopo a maximização (ou valorização) do ativo, pois se a providência não for imediata, poderá haver a desvalorização dos bens arrecadados.
Obs.	É importante que se diga que a falência continua tendo três fases, porém a alienação dos bens arrecadados poderá ser feita logo na primeira fase, quando os bens arrecadados estão mais valorizados.
2.9		Agravamento da situação penal do falido
O prof. Cláudio Calo não é favorável a LF regular a matéria de direito penal. Para ele bastaria uma reforma no CP, acrescentando a regulamentação falimentar.Porém, o legislador manteve a penalização na lei de falência e, dessa vez, unificou a parte penal e processual penal num único capítulo.
Na LF/05 surgiram novas condutas típicas (novos crimes), ao mesmo tempo, as penas foram agravadas.
Existe apenas uma conduta tipificada como infração penal de menor potencial ofensivo, que é a prevista no art.178 (omissão dos documentos contábeis obrigatórios), sendo processada e julgada no Juizado Especial Criminal.
A maioria dos crimes tem pena mínima de 2 (dois) anos de reclusão. O único crime que tem pena de detenção é o do art.178, visto acima.
O crime do art.176 (exercício ilegal de atividade) prevê a pena mínima de 1 (um) ano, não sendo infração de menor potencial ofensivo, pois a pena máxima é de 4 (quatro) anos, mas caberá a suspensão condicional do processo (art.89 JECrim).
Dentro da regra do CPP, o procedimento seria o ordinário. Porém, dentro da idéia de celeridade, o legislador optou pelo procedimento sumário, independente de ser detenção ou reclusão (art.185 LF/05).
Esse art.185 LF/05 traz uma polêmica:
Há entendimento de que esse processo penal da lei de falência não teria rito - Paulo Rangel pensa assim;
Há quem entenda que esse artigo é inconstitucional – Renato Flávio Marcão – Fundamento: porque o rito sumário, em regra diminui a ampla defesa do réu, uma vez que esse procedimento é menos extenso que o ordinário e como a LF/05 tem mais crimes apenados com reclusão, haveria um prejuízo na sua defesa�;
Há quem defenda que esse artigo é constitucional - Cláudio Calo e Antônio José – havendo apenas uma impropriedade, pois o legislador citou alguns artigos do CPP que já estão revogados (arts.531/537). O Antônio José fundamenta sua posição demonstrando que os crimes de tráfico, equiparado a hediondo, possuem um procedimento extremamente concentrado e nem por isso é considerado inconstitucional.
Voltando ao Princípio do agravamento da situação penal do falido, verifica-se que a LF/05 trouxe a novatio legis incriminadora, além de estender o prazo prescricional�.
O alargamento do prazo prescricional é muito relevante, pois, na vigência da LF/45, era muito comum o crime falimentar prescrever, pois o STF, à época, determinou que a prescrição da pretensão punitiva do crime falimentar era de dois anos da data que deveria encerrar o processo falimentar, logo, na prática o prazo era de quatro anos, a contar da sentença.
Com o advento da LF/05, a prescrição passou a ser contada como no Código Penal, vale dizer, começará a correr do dia da decretação da falência, da concessão da recuperação judicial ou da homologação do plano de recuperação extrajudicial (art.182). E o prazo prescricional será o previsto no art.109 CP.
Além disso, a decretação da falência do devedor interrompe a prescrição quando sua contagem tenha se iniciado com a concessão da recuperação judicial ou com a homologação do plano de recuperação extrajudicial (art.182, pu).
Verifica-se que a LF/05 trouxe uma causa interruptiva da prescrição (art.117 CP).
Com isso, verifica-se que a tendência será a diminuição da prescrição, pois além das penas terem se agravado, utilizar-se-á o art.109 CP para calcular o prazo prescricional, não sendo mais o prazo fixo de dois anos (previsto na LF/45).
Pergunta de aluno: As Súmulas do STF ainda se aplicam às falências antigas?
Nessa fase de transição, se a nova lei é mais grave, deve-se aplicar os princípios informadores da lei penal no tempo, qual seja: irretroatividade maléfica, ultra-atividade benéfica etc. Não podemos esquecer que o sistema penal brasileiro é pró-réu.
Pergunta de aluno: No caso do art.178 LF/05, que é o único caso de infração de menor potencial ofensivo, quem será competente para processar e julgar o crime, o juízo da vara criminal ou o juízo da vara empresarial?
Não obstante existir controvérsia quanto à competência para processar e julgar o crime de falência, na hipótese do art.178 a competência é absoluta e constitucional do JECrim.
A lei infraconstitucional pode ampliar o conceito de infração de menor potencial ofensivo, mas não pode alterar a competência do JECrim. Nada impede que se admita tipos despenalizadores da Lei 9099/95 a determinados crimes que não são considerados infrações de menor potencial ofensivo (ex. CTB, estatuto do idoso�).
Portanto, toda infração penal de menor potencial ofensivo terá competência constitucional prevista no JECrim. 
Tema 3:	Crises na empresa
Inicialmente, vale esclarecer que sempre que o prof. Cláudio Calo se referir à “empresa” estará falando em sentido técnico (= atividade).
A atividade econômica da sociedade pode estar em crise.
Na antiga lei de falência, qualquer crédito não cumprido , independente do valor, motivava o pedido de falência com fundamento na impontualidade. 
Porém, na Espanha já se falava que a falência do devedor empresário só deverá ocorrer quando a sua empresa (= atividade econômica) estiver em estado crítico, ou seja, em situação de crise econômico-financeira, que é mais sério que uma simples impontualidade de um pequeno crédito.
E é esse o novo entendimento do Direito brasileiro, previsto na LF/05, no seu art.47.
As crises da empresa podem ser:
Financeira – decorre de falta de liquidez (capital de giro). A crise financeira pode ensejar a falência, mas se houver viabilidade econômica, será afastada.
Ex. Curso Máster recebeu o pagamento do módulo em cheques pós-datados, mas em decorrência da má-administração passa por uma crise, que, no caso em tela, é financeira, uma vez que há viabilidade no exercício da empresa. Caso a falência seja requerida (créditos acima de 40 salários mínimos), o Curso Máster poderá afastá-la negociando os cheques pós-datados, através de desconto bancário ou fatorização (factoring), e satisfazendo o crédito dos seus credores.
A crise financeira pode gerar uma falência, mas não necessariamente, pois se houver um lastro que viabilize a atividade econômica.
 A falta de liquidez gera impontualidade, que é uma causa de pedir na falência (art.94, I LF/05 e art.1º LF/45).
Na antiga lei de falência, o crédito de qualquer valor ensejava o pedido de falência por impontualidade.
A novidade é que a LF/05 passou a limitar o pedido de falência a soma de valor equivalente a 40 (quarenta) salários mínimos�. Logo, consagrou-se o princípio de que o direito falimentar não deve intervir em valores insignificantes.
Será possível o litisconsórcio ativo, isto é, não será necessário que o crédito de 40 salários mínimos seja apenas de um credor, outros poderão se unir e juntos formarem o valor mínimo necessário para poder requerer a falência (art.94,§1º LF/05).
Econômica – quando ocorre a falta de faturamento (capital de giro), decorre de uma retração (recessão) econômica.
Ex.A falta de consumidores numa loja; a falta de alunos no Curso Máster – o curso faturava cem mil reais todo o mês, depois seu faturamento passa a diminuir em decorrência da diminuição de alunos.
A crise econômica também pode gerar a falência, pois a sociedade não esta tendo receita, mas sua despesa continua (luz, locação, salário de empregados etc.).
Portanto a crise econômica pode decorrer de vários fatores: má administração; questões políticas, falta de atualização tecnológica etc.
A crise econômica é a mais grave, podendo desencadear a crise financeira e patrimonial.
Patrimonial – leva em consideração o patrimônio da sociedade.
O patrimônio leva em consideração o que o empresário individual tem de ativo, passivo, créditos e direitos. Passivo são dívidas e obrigações.
A crise patrimonial gera a insolvência, que tem seu conceito previsto no art.748 CPC.
Quando o empresário individual está no estado crítico, sob o aspecto patrimonial, significa que o seu passivo está superior ao ativo.
Insolvência econômica (ou real) = passivo > ativo
Como já dito, o art.748 CPC trata da insolvência processual civil, ou seja, o devedor não empresário está sujeito à insolvênciaprocessual civil. 
Só que para ocorrer a ação de execução por quantia certa em face do devedor insolvente, o CPC exige que o devedor esteja com o passivo efetivamente superior ao ativo. Caso contrário, irá para a execução por quantia certa singular em face de devedor solvente.
Essa insolvência é chamada pela doutrina de insolvência econômica, ou real, ou definitiva.
Para a falência, o procedimento é diferente, pois se o devedor empresário estiver em crise patrimonial (insolvência real), sua falência será decretada.
Porém, o direito falimentar brasileiro se contenta com a insolvência jurídica (ou provisória ou presumida ou insolvabilidade). 
Por óbvio a insolvência real é mais gravosa, gerando a falência; mas será possível haver falência sem a insolvência real, bastando a insolvência jurídica.
Às vezes o empresário individual tem o seu ativo maior que o seu passivo, logo, economicamente estará solvente, mas, ainda assim, poderá ter sua falência requerida e decretada.
Isso ocorre porque o empresário individual poder ter determinado comportamento, nas suas atividades negociais, que faz com que o legislador falimentar presuma sua insolvência.
A insolvência falimentar pode ser decretada (causa de pedir da falência):
Impontualidade (art.94,I LF/05 e 1º LF/45) – é uma causa de pedir, pois o empresário individual pode ter três coberturas e dez carros, porém, se tiver uma dívida de 100 mil reais e não tiver dinheiro para pagar a dívida na data do vencimento, será impontual, o que possibilitará o requerimento de falência.
Esse devedor está economicamente solvente, mas diante de sua impontualidade de 100 mil reais poderá ter sua falência decretada. E, se não conseguir dinheiro para depositar a quantia devida no curso do processo, terá sua falência decretada, não obstante sua solvência econômica. Isso porque há a insolvência presumida.
Importante: o credor de crédito inferior a 40 salários mínimos não pode requerer a falência, tendo como causa de pedir a impontualidade do art.94,I LF/05, para evitar que a falência seja usada indevidamente como meio de cobrança.
Para que o credor de crédito inferior a 40 salários mínimos possa requerer a falência do devedor deverá primeiro executá-lo singularmente. Caso a execução reste frustrada, será possível requerer a falência do devedor.
Execução frustrada (art.94,II LF�/05 e 2º,I LF/45) – essa é a hipótese em que o credor, com crédito inferior a 40 salários mínimos, pode requerer a falência do devedor, pois já buscou em juízo a execução singular.
Atos de falência (art.94,III LF/05 e 2º, II/VIII LF/45) – quando o devedor pratica determinados atos que levam à conclusão de que ele está insolvente.
Temos como exemplo o trespasse, que é quando o empresário transfere o fundo empresarial sem que os credores consintam e sem reservar dinheiro ou bens suficientes para satisfazer seus credores.
Nesses casos, o credor, mesmo com crédito inferior a 40 salários mínimos, poderá requerer a falência do devedor (art.94,II,”c”)
Auto falência (art.105 LF/05 e 8º LF/45) – quando o devedor vai a juízo declarando estar insolvente.
O sistema falimentar brasileiro não se contenta com um único critério que possibilite a presunção da insolvência. Na verdade, possui vários critérios que caracterizam a insolvabilidade ou a presunção de insolvência.
Tema 4:Origem etimológica
O termo “falência” deriva do verbo latino “fallere”, que possui dois sentidos: coloquial e jurídico.
A falência no sentido coloquial significa ludibriar, iludir, fraudar, enganar, não cumprir com o prometido.
A falência no sentido jurídico significa insolvência.
No início, a falência tinha um caráter pessoal e o falido tinha o conceito de pessoa inidônea (fraudador).
A liquidação da falência era realizada sobre a própria pessoa, vale dizer, o devedor respondia com sua própria vida.
Com a evolução, o devedor passou a responder pelas dívidas com o seu trabalho, tornando-se escravo de seu credor.
Finalmente, o crédito passou a ter caráter patrimonial.
Pergunta: No direito brasileiro é possível a falência de um devedor empresário solvente? Há amparo legal?
Economicamente, não será possível; mas juridicamente, sim. Logo, há possibilidade da falência de um devedor empresário solvente, pois o sistema se contenta apenas com a presunção de insolvência (ou solvabilidade).
O amparo legal se encontra no art.124 LF/05 e art.26 LF/45 (a contrário senso): “contra a massa falida incidem juros, se o ativo apurado der para pagar o principal”.
Com essa interpretação, verifica-se que se o ativo der para pagar o principal é porque o empresário está solvente economicamente (insolvente juridicamente).
Esse dispositivo visa minorar as dificuldades do devedor empresário, afastando a incidência de juros. Porém, a correção monetária incide (Lei 6899/81), pois o objetivo dessa é atualizar nominal do valor
Obs.	Só existe massa falida após a sentença que decreta a falência.
Tema 5:Conceito de falência
O prof.não utiliza mais a expressão “execução coletiva”�. 
A falência não é um processo de execução coletiva, pois apesar de haver concurso de credores, são processos diferentes.
Portanto, a melhor expressão é “processo de execução concursal”.
Conceito restritivo�:
A falência configura um processo de liquidação judicial dos bens do devedor empresário.
Conceito ampliativo: 
A falência configura um processo de execução concursal (≠ coletiva) instaurado através de requerimento de “qualquer”� credor, do próprio devedor ou de terceira pessoa (art.9º e 4º,§1º LF/45; art. 97 LF/05; art.68,§3º LSA) em que se visa buscar uma solução judicial para a situação patrimonial do devedor empresário que se encontra insolvente. Rubens Requião 
Importante:Atualmente, para que alguém vá à falência, se pressupõe que a atividade é inviável, pois se for viável, serão aplicados os institutos da recuperação extrajudicial e recuperação judicial (acabou a concordata suspensiva).
Durante o curso do processo falimentar poderá haver o “levantamento da falência”, que é quando o devedor efetua o pagamento de seus credores (art.158,I LF/05 e art.135,I LF/45).
Pergunta:Existe falência sem falido?
Sim, nos casos em que o devedor empresário individual (pessoa física) falece. Da mesma forma que a falência pode ser requerida pelo próprio cônjuge sobrevivente ou herdeiros (interesse moral).
Pergunta: Existe falência de ofício?
Pergunta: O MP tem legitimação ativa para requerer falência?
Crítica ao prof. Rubens Requião (próxima aula)
�
Rio, 19/08/05- 3a aula
Na aula passada nós vimos o conceito restritivo e o conceito ampliativo da falência, e hoje nós vamos ver as características que envolvem o processo falimentar, o que caracteriza a falência
Uma 1a característica da falência é que a falência é um processo de execução concursal. 
Não é um processo de execução coletiva como muitos falam, o termo “processo de execução concursal” é mais técnico, e há diferença entre o processo de execução concursal em relação ao processo de execução coletiva. 
Então a falência é um processo de execução concursal, e é assim, porque uma vez decretada a falência vai se estabelecer um concurso, concurso de credores, em que o devedor empresário não tem condições em princípio de pagar a todos os seus credores, e aí como ele não tem condições de pagar todos os seus credores se estabelece um concurso, nesse concurso vai se estabelecer uma ordem de pagamento, mas é um concurso de credores. Por isso o melhor termo é vc falar que é um processo de execução concursal. Concurso de credores em que daí deriva uma outra característica que muitos colocam como pressuposto falimentar, ou seja, para ter falência pressupõe que haja a pluralidade, mas essa questão é polêmica aqui. �
Como é um processo de execução concursal, como é um processo em que há o estabelecimento de um concurso de credores, (isso já foi muito falado), quando vc vai lá no art.187 do CTN diz lá quea Fazenda Pública não se sujeita a concurso de credores. 
Esse art.está dizendo que a Fazenda Pública não sofre qualquer restrição, em princípio, uma vez decretada a falência do devedor empresário-contribuinte. Se um contribuinte qualquer da Fazenda for empresário e tiver sua falência decretada, essa falência, a Fazenda, ela não se sujeita aquele concurso de credores, em que a falência é uma modalidade de concurso de credores. O que isso quer dizer? 
Uma vez decretada a falência, e tramitando o processo falimentar, a Fazenda Pública Municipal, Estadual ou Federal se ela tiver executando o contribuinte, estiver entrando com uma ação de execução fiscal, essa execução fiscal vai tramitar normalmente. Essa execução fiscal não vai sofrer, em princípio qualquer influência do processo falimentar e isso porque a Fazenda não se sujeita a concurso de credores. Então decretou a minha falência hoje, eu sou empresário individual, um contribuinte e estou inadimplente com o fisco, a Fazenda está me executando, decretou a falência hoje, a regra é que uma vez decretada a minha falência, se estabelece um concurso, vcs todos são meus credores, se alguém aqui estiver me executando singularmente vai ter que parar e vai ter que entrar nesse concurso, já a Fazenda não. 
O art.187 do CTN é bem claro, a Fazenda Pública, ela não se sujeita a concurso de credores.� 
Então é “processo de execução concursal”, porque se estabelece um concurso de credores, e os credores eles têm que concorrer à falência, eles têm que vir para a falência. 
A Fazenda é exceção, porque a lei diz no art.187 do CTN e a lei de execução fiscal também diz isso, no art.29 da lei 6.830. São situações excepcionais. Não esqueçam que até por uma questão de bom senso, que na hora de receber a Fazenda está aonde? A Fazenda Pública recebe em primeiro lugar sempre? Não. Até caiu um degrau no quadro geral de credores. Então é óbvio que se a execução fiscal estiver tramitando, vai “rolar” penhora, está tramitando tudo direitinho, penhorou o bem do contribuinte, do executado, vai a hasta pública, vai ser leiloado, vai ser objeto de praça, vai ser vendido. Foi vendido, com a venda do bem, 10 mil reais foi o produto da venda e aí o que vc vai fazer com os 10 mil reais? Vai pagar a Fazenda? Se vc pagar a Fazenda Pública o que vai acontecer? Ela não se sujeita a concurso, ela tem meio próprio para cobrar, mas ela vai receber os 10 mil reais da venda daquele produto em consequência da hasta pública? Se fizer isso vai ferrar os outros credores, porque pode ter um credor trabalhista aqui, e fora do processo falimentar a Fazenda Pública está recebendo. Se ela receber lá vai violar o princípio da paridade. 
Vai se estabelcer um concurso, se ela receber fora em cima daquele credor trabalhista, ela está prejudicando o quadro geral dos credores, e ela não pode prejudicar. Então chega em um determinado momento em que ela vai ter que parar, vendeu, o produto da venda vai para onde? A execução tramita, até pelo princípio da economia processual, que é um princípio informador da NLF, art.75, pú. Então vai tramitando normalmente, vendeu, tudo bem, os 10 mil reais vão para a massa, até porque esses 10 mil reais só vai dar para pagar o credor trabalhista. 
Então a falência se caracteriza por um processo de execução concursal porque se estabelece um concurso de credores. Evitem usar o termo “coletiva”. 
Daí deriva outra característica que é a pluralidade de credores. 
Nós vamos ver se isso pressupõe para ter falência. Para o entendimento dominante é uma característica, mas uma característica não essencial, uma característica que pode se fazer presente ou não, mas não é de suma importância, não é uma característica fundamental. 
Aqui tem autores como p.ex, o prof.Waldemar Ferreira que sustenta que é um pressuposto, mas é uma posição minoritária. Ele diz que pressupõe, para que tenha a falência tem que ter mais de um credor. Então dentro dessa idéia de que para ter falência tem que ter mais de um credor, para Waldemar Ferreira não haveria possibilidade de vc ter falência com um único credor. Essa posição não vingou. Havia uma previsão no projeto de LF no sentido de que não poderia haver falência com um único credor, mas também não passou, hoje a polêmica continua e o entendimento prevalente é que pode eventualmente ter falência com um único credor, porque pode ter gente aqui que é meu credor, mas não quis se habilitar (o seu crédito), e nem por isso vai ser desconstituído o processo falimentar.�
Então o entendimento dominante é que a pluralidade de credores, dois ou mais credores é um dado característico, mas não é necessariamente um pressuposto, para ter falência não pressupõe.
Uma 3a característica é que a falência se desenvolve de ofício. 
Isso significa que os interessados, vcs credores, o MP não têm que ficar peticionando, botando o processo para frente, “requeiro a V.Exa que faça isso, faça aquilo...”, não há necessidade de vc botar o processo para frente, porque o juiz, ele é o presidente, ele preside o processo falimentar e cabe a ele impulsionar o processo, até porque na sentença que decreta a falência, os elementos da sentença constam no art.99, IX �, o certo é que existe um elemento administrativo, ou seja, o elemento administrativo da sentença decretatória de falência é que o juiz ao decretar a falência ele vai nomear um administrador que era o antigo síndico, ele vai nomear esse administrador (depois vamos ver que pode ser esse administrador) cabendo a este impulsionar o processo, cabe a ele fazer a arrecadação, cabe ele ordenar o quadro geral dos credores, cabe ao administrador judicial fazer com que o processo ande e quem vai estar fiscalizando esse administrador judicial será o juiz, onde há uma relação de fidúcia, uma relação de confiança entre o juiz e o administrador, então é um ato muito importante esse ato de nomeação. 
Não só o juiz vai fiscalizar, o MP também vai fiscalizar, aqui não há polêmica, porque se já tem sentença, já tem falência. não há nenhuma polêmica quanto a intervenção ministerial na 2a fase da falência, ou seja, após a sentença. A polêmica é se ele pode atuar antes da sentença; depois da sentença até o FUC admite isso, que é quem está metendo paulada na intervenção do MP. 
Então os credores também fiscalizam, tem a assembléia geral de credores, tem o comitê de credores, fiscalizam a atuação do administrador, inclusive o próprio falido. O próprio falido tem interesse em fiscalizar se aquele administrador está atuando corretamente, se de repente não está sonegando algum bem e depois botar na conta do falido, então todo mundo fiscaliza o administrador judicial e o processo falimentar ele tem que se desenvolver de ofício, o processo falimentar não pode ficar parado. Se ele tem que se desenvolver de ofício, o juiz hoje mais do nunca ...olha o art.95, pú da NLF que fala do princípio da economia e da celeridade�,que também está dentro dessa característica de que a falência se desenvolve de ofício. Então se a parte interessada tiver que requerer alguma providência para o processo andar é porque o juiz está mandando mal. Dependendo do caso, há hipótese em que esse administrador pode deixar de ser administrador, ele pode ser substituído (não tem caráter de sanção) ou pode ser destituído (tem caráter de sanção). Se ele for destituído desse cargo de administrador, isso tem a ver com alguma besteira que ele fez, alguma atuação equivocada, ou às vezes até com dolo. Então a falência, ela se desenvolve se ofício.
Uma 4a característica é que a falência é um processo de execução sui generis, ela é anômala, é um processo de execução anômalo. 
Normalmente no processo de execução singular vc tem uma ação, vc entra com uma petição inicial, essa petição inicial é instruída com um título executivo judicial ou extrajudicial, vc executa, para executar, para se defender ou para nomear bens a penhora, essa é a idéia da execução singular. A falência é um processo de execução concursal e um processo de execução sui generis, e issoporque o processo falimentar, ele é composto de fases, a fase executiva, a fase de execução mesmo, propriamente dita vai ocorrer após a sentença decretatória de falência. Então esse é o 1o aspecto. 
Então é um processo de execução sui generis, e o 1o aspecto dessa anomalia (de ser um processo de execução anômalo) é que a fase executiva, ela é iniciada com uma sentença, uma sentença que decreta a falência. Então a fase executiva falimentar ela vai ser iniciada com a sentença, o que é atípico, é anômalo, porque a sentença dentro da visão do CPC é o ato que põe fim ao procedimento de 1o grau de jurisdição, o processo pode continuar no 2o grau. Aqui na falência não, aqui a sentença que decreta é o ato que vai dar início a fase executiva propriamente dita que é a 2a etapa falimentar. 
O outro aspecto sui generis do processo falimentar é que via de regra, uma execução ela pressupõe que haja título executivo judicial ou extrajudicial. A falência não, na falência pode ter execução sem título executivo. Vai ter uma fase executiva que pode executar sem haver o título executivo, pode ter mais não é imprescindível ter. 
Há várias causas de pedir na falência, vc pode requerer a falência com base na impontualidade (que é uma causa bem comum na prática) que é o art.94, I da NLF. Aqui não tem dúvidas, aqui vc tem que ter um título executivo ou judicial ou extrajudicial. No art.94, II é execução frustrada, vc tem uma certidão e requer a falência, e tem o art.94, III que diz que “será decretada a falência do devedor que pratica qualquer dos seguintes atos...”, nesse inciso III, vc não precisa ter título executivo, não precisa ter crédito vencido, vc só precisa ser credor e demonstrar sua condição de credor. Ainda que seu crédito esteja vincendo, vc não pode requerer a falência com base nisso, vc vai imputar a prática de algum ato. Imputando a prática de algum ato, ele vai se defender; se ele não conseguir se defender, o juiz vai decretar a falência. Decretando a falência, vai dar início a processo executivo, e não teve...essa fase executiva vai ser iniciada sem qualquer título, não houve título executivo e sequer pode ter o quê? Digamos que a sua dívida, ou o seu crédito vai vencer em janeiro de 2006, vc hoje requer a falência do C.Calo, e imputa ao C.Calo empresário individual a prática de um desses atos aqui taxativamente elencados no art.94, III, comprova que houve a prática do ato, vc demonstra sua legitimidade como credor, o crédito vai vencer só em 2006, a minha falência é decretada amanhã, o seu crédito ainda não venceu, mais com a falência vai vencer. Vai dar início a uma fase executiva sem ter título executivo em seu poder. 
Então pode haver a falência sem ter título executivo, então pode ter a fase executiva sem título. É uma questão anômala em um processo falimentar.
Outro aspecto que trata desse caráter sui generis da falência é que pode ser requerida pelo próprio devedor. Art.97, I c/c art.105 da NLF. O próprio devedor pode dar início ao processo falimentar. 
De acordo com o art.97 “podem requerer a falência do devedor: I- o próprio devedor na forma do disposto nos arts.105 a 107 desta lei” que é a auto-falência ou a insolvência confessada�. 
O art.105 tem um rito próprio, quando a falência não for requerida pelo devedor o rito é único, o procedimento, a forma pela qual os atos processuais vão ser praticados. Antes da atual lei vc tinha 2 ritos, dependendo da causa de pedir vc tinha rito diferentes, hoje não, hoje o rito é único, o procedimento é único, porém em se tratando de falência requerida pelo próprio devedor que é anômalo, (não é atípico porque está na lei, mas é anômalo), o rito é diferente porque a relação processual ela não é triangular, autor-juiz-réu, é o próprio autor que está requerendo a sua própria falência. Então é óbvio que não vai ter uma relação triangular, consequentemente vai ter um rito específico, um rito diferente do rito relacionado com as outras causas de pedir. Diz o art.105 que “o devedor em crise econômica –financeira que julgue não atender aos requisitos para pleitear sua recuperação judicial� deverá requerer ao juízo sua falência, expondo as razões da impossibilidade de prosseguimento da atividade empresarial, acompanhadas dos seguintes documentos”, tem que demonstrar a procedência desses documentos todos para requerer a sua própria falência, ele está confessando ao juiz que está insolvente, e não estando o pedido regularmente instruído o juiz determinará que seja emendada (art.106). A sentença que decretar a falência observará o art.99. Então obviamente tem que ter um rito completamente diferente da falência com base em outras causas de pedir, art.94, I, II, o rito é diferente.
Então o que dá esse caráter sui generis nessa execução é que pode ser requerida pelo próprio devedor, art.105 c/c art.97, I da NLF.
Outro aspecto sui generis é que na falência vc não tem penhora. A penhora é uma medida constritiva do processo de execução singular. Não existe penhora em processo de execução concursal. A Paula Tomaz entrou com um pedido de insolvência , ela não é empresária, porque em uma ação de responsabilidade civil ela foi condenada a pagar acho que 500 mil reais de danos, e ela pediu a sua própria insolvência, então é óbvio que não vai ter penhora ali, não há penhora em insolvência processual-civil como não há penhora em falência porque são modalidades de execução concursal. Tem medida constritiva, mas recai sobre todo o patrimônio, se o cara está insolvente, vai pegar todo o patrim6onio para tentar satisfazer o maior número de credores dentro de uma determinada ordem. 
Na execução singular supõe que o cara tem mais grana que dívida, então vc pode penhorar um determinado bem para satisfazer aquela dívida, aquele crédito específico. 
Então na falência não tem penhora e se estabelece aqui um princípio que é um marco característico da falência que é o princípio da paridade ou par conditio creditorium, e consta no art.126 da LF, tudo passa por aqui. 
Lembra do exemplo anterior do crédito que vai vencer em janeiro de 2006, a menina entrou com requerimento de falência em cima de mim, minha falência foi decretada, e foi dito que uma vez decretada a minha falência, vai haver o vencimento antecipado da dívida (depois vamos ver os efeitos da sentença decretatória de falência em relação aos credores). Então quem tem crédito que vai vencer em janeiro de 2006, decretada a minha falência hoje, esses créditos, o vencimento vai ser antecipado por uma razão, paridade. Por que vai vencer antecipadamente? Porque enquanto não vence vc não pode exercer o seu direito, e tem que vencer para vc poder exercer o direito, para vc se habilitar, para vc entrar no concurso. Se não vencer, se for vencer só em janeiro de 2006, a falência foi decretada em agosto de 2005, o processo está andando, os outros credores estão se habilitando, com créditos vencidos e o seu só vai vencer em janeiro de 2006, quando vc for ver em dezembro já pode ter terminado o processo falimentar, e o seu crédito ainda não venceu, os credores com créditos vencidos receberam, e vc não teve um tratamento paritário com os demais credores. então é necessário esse vecimento antecipado da dívida para que vc possa exercer o seu direito de crédito, entrar no concurso de credores, e ter um tratamento paritário. Há o dispositivo sobre o vencimento antecipado da dívida, mas em razão desse princípio que informa o sistema falimentar brasileiro, que é o princípio da paridade que está no art.126�. O vencimento antecipado da FL/45 estava no art.26, na NLF está no art.77�. 
Uma vez decretada a falência vai rolar o vencimento antecipado da dívida para os credores. então a sentença decretatória de falência ela produz esse efeito em relação aos credores, então em um capítulo da LF/45 está lá “Efeitos da sentença contra os credores”, vc procura, está lá, na NLF não, aqui está jogado, está lá na falência quando deveria estar na parte relacionada às obrigações. 
O que acontece quando há o decreto de falência?As obrigações do devedor vão vencer antecipadamente. É isso o que diz o art.77. O vencimento antecipado decorre da paridade, e isso para que vc possa exercer seu direito, senão vc não vai poder, para que vc participe do concurso, e tenha um tratamento paritário. 
Então características: 
processo de execução concursal, 
pluralidade de credores, 
se desenvolve de ofício, 
tem um caráter sui generis, não há penhora e sim um desapossamento, há a apreensão, arrecadação de todo o patrimônio em poder do devedor, em poder do falido.
OBS: A falência configura (ou se caracteriza por ser) um meio de cobrança?
Do ponto de vista coloquial a gente tem essa sensação. Vc é meu credor, credor do empresário individual C.Calo, vc tem um crédito, um cheque de 100 mil reais que voltou sem fundos, e vc quer receber essa grana. Quando vc requer a falência, há na visão individual daquele credor, coloquialmente falando, sem caráter jurídico, ele quer cobrar, ele quer receber, ele usa mão do processo falimentar, porque o processo falimentar gera um constrangimento. Então essa colega vai requerer a minha falência com base naquele cheque, vai protestar, com base no art.94, I, vai requerer a minha falência com base nesse cheque, eu vou ser citado, não para pagar, vou ser citado para me defender (antes da sentença eu vou ser citado, porque é uma fase de conhecimento) mas pode também acontecer (não é imprescindível) nesse momento eu posso exercer uma faculdade de depositar em juízo a quantia. Depositar em juízo essa quantia, me defender, e aí vai se discutir se ela tem direito para levantar a quantia depositada (não estou pagando não, estou depositando), e se eu me defender, vai se discutir se ela tem direito a levantar ou se eu tenho direito a levantar a quantia consignada em juízo. 
Então alguns autores com base nessa idéia que acontece na falência, dessa possibilidade, entendem que a falência tem um aspecto de meio de cobrança, porque se eu deposito, se eu me defendo, se vai haver discussão quem vai levantar a quantia, é porque tem um caráter de cobrança. O C.Callo discorda, ainda mais hoje diante da NLF, mais tem 2 posições. 
O C.Calo discorda ainda mais com base na NLF, porque essa posição poderia ser um pouquinho mais firme ontem, na lei de 45, porque nesta o art.1o da LF/45 não estabelecia qualquer valor para vc entrar com o requerimento de falência, vc poderia entrar com um cheque de 50 reais, com um cheque de 100 reais, qualquer valor ridículo poderia ensejar o requerimento de falência. Então até utilizava-se o processo falimentar de uma forma desvirtuada, usava-se de uma desvirtuada o processo falimentar como um meio de cobrança. Ao invés de vc executar singularmente o cidadão, vc entrava com o requerimento de falência para ver se ele fazia o depósito elisivo, mas o requerimento de falência vc não pode pedir ao juízo o depósito elisivo por parte do devedor, depósito elisivo é depósito que ilide, que afasta, vcnão pode pedir; vc vai pedir para citar, até porque esse depósito elisivo é uma faculdade. 
Com a NLF/05 a partir do momento que o art.94, I estabelece um limite, o valor tem que ser superior a 40 salários mínimos, o que o legislador está querendo no art.94, I quando há o estabelecimento desse limite de 40 salários mínimos? Ele quer evitar que o judiciário intervenha em valores insignificativos, valores ridículos, ele só quer que vc utilize o judiciário com valores de relativa significância, ou seja, ele está querendo justamente ao estabelecer um limite, um valor superior a 40 salários mínimos evitar que com um simples cheque de 100 reais vc possa requerer a falência, ou seja, está querendo evitar que se desvirtue o processo falimentar, se utilize o processo falimentar como meio de cobrança. 
Então para o C.Calo, o posicionamento de ontem que continua hoje (alguns autores continuam como o mesmo entendimento) de que a falência é um meio de cobrança� o C.Callo discorda, porque não foi essa a intenção do legislador, uma coisa é o aspecto coloquial, outra coisa é o aspecto jurídico. a falência não serve para cobrar, não é essa a intenção. Qual é a finalidade? Isso passa pelos interesses. 
Tanto tem essa idéia (de finalidade dos interesses) que o FUC coloca que na 1a fase da falência, nessa fase em que há o requerimento da falência, em que o devedor vai ser citado para se defender, podendo depositar, fazer o depósito elisivo, nessa fase, o FUC fala que o MP não atua, porque se ele acha que é um meio de cobrança, ele vai achar que está preponderando aqui o interesse privado. Se ele acha que é um meio de cobrança, vai prevalecer nessa fase da falência o interesse particular, um interesse privado, está em jogo o interesse do credor e o interesse do devedor, se é cobrança...então não há razão para o MP intervir, atuar nessa fase de conhecimento. É a posição do FUC. O C.Calo discorda completamente disso, porque vendo pela finalidade, a falência não tem essa finalidade de satisfazer um credor só. A finalidade da falência, uma delas é propiciar um concurso de credores, vai gerar um concurso porque o cara não tem condições de pagar a todos, então vamos inaugurar um concurso de credores. inaugurando um concurso de credores, esses credores vão ter que o quê? Um vai ter prioridade em cima do outro? Não, eles vão ter que ter um tratamento paritário, e justamente essa paridade é necessária em virtude da insolvência. 
Então na verdade, quando vc requer a falência, vc no seu íntimo vc pode até falar que quer receber o seu (isso todos os credores querem), mas juridicamemente falando não é isso. quando se requer a falência, vc quer “MM juz de direito, quero que V.Exa decrete a falência desse empresário, sociedade empresária, ou empresário individual, quero que V.Exa decrete a falência desse cara porque eu quero participar, inaugurar o concurso de credores, quero participar deste concurso de credores e quero ter um tratamento paritário e quero que V.Exa afasta o falido da economia”, o cara não teve a falência decretada? Ele não está com o seu crédito completamente abalado? A sua idoneidade econômica abalada? O que a lei vai fazer quando for decretada a falência? arrecada os bens do falido, ele vai perder a posse e a administração que fica com o administrador. O que está se fazendo com isso? Está se afastando o falido daquela atividade, inabilitação, art.102 da LF. O falido fica inabilitado para exercer qualquer atividade a partir do decreto falimentar, até que as suas obrigações venham ser extintas. 
Então está se afastando, essa é a finalidade da falência, conferir aos credores, inaugurar um concurso e conferir aos credores a paridade, afastar aquele cidadão (o empresário individual ou a sociedade empresária falida) do meio econômico, porque o crédito está abalado, ele não pode destruir outros credores. 
Então tecnicamente não é meio de cobrança, mas embora o FUC pense diferente, é importante vcs colocarem na prova esse posicionamento dele, colocar na prova que com a NLF o legislador falimentar veio nesse sentido, no sentido de não considerar, tanto que estabeleceu limite, e estabeleceu limite justamemte para evitar pedidos falimentares com valores insignificantes, usar a máquina judiciária para valores insignificantes, tem até um princípio chamado de minimus non curat praetor (o pretor não pode ser utilizado em questões mínimas), o poder judiciário não pode ser utilizado para questões mínimas, questões com valores insignificantes. Essa é a idéia do art.94, I. 
Então é meio de cobrança? 
Há duas posições. 
A posição minoritária, que é até mencionada é a posição do FUC, R.Requião, A.M.Valle que entendem que a falência configura um meio de cobrança, justamente em virtude da possibilidade de na fase de conhecimento, na 1a fase da falência, fase de conhecimento, o devedor ao ser citado, o depósito elisivo não está vinculado a defesa, não há condicionamento, vc pode depositar, se defender; se defender e depositar, não há uma vinculação, não há nenhuma condição, vc pode só depositar.Então eles entendem que como há a possibilidade de ocorrer o depósito elisivo que está no art.98, pú da NLF e ontem estava no art.11 &2o da LF/45, tanto que no art.11 &2o consta lá que o devedor no prazo da defesa poderá fazer o depósito elisivo, depositar o crédito “reclamado” (o crédito cobrado), daí a idéia de meio de cobrança. Ao se defender, no prazo da defesa ele pode, se quiser, depositar a quantia, o crédito que está sendo reclamado. Por isso que eles usam a idéia do meio de cobrança. 
A posição que tem prevalência na jurisprudência e na doutrina, e aqui podemos citar Waldo Fazzio Júnior, Manoel Justino Bezerra Filho é no sentido que a falência não configura um meio de cobrança, a falência não tem esta finalidade jurídica. 
Juridicamente falando ela não é um meio de cobrança, o que se quer na falência é inaugurar um concurso de credores, ou então quando vc requer a falência, vc não está requerendo para o seu crédito ser pago ali, vc está querendo que haja a inauguração através da sentença, do concurso de credores. E vc quer que seja inaugurada esse concurso de credores porque inaugurado esse concurso de credores não tem penhora, se não tem penhora, não tem prioridade. Tem que ser inaugurado o concurso de credores para que vc tenha um tratamento paritário durante todo o processo falimentar, vc quer uma paridade entre todos os credores do processo falimentar, e o MJBF ainda fala que uma vez inaugurado o processo falimentar, uma vez decretada a falência, está se querendo afastar da economia o devedor empresário, art.102 da LF/05, vc está querendo afastar esse devedor empresário, ele vai ser desapossado dos seus bens, vai perder a posse e a administração dos seus bens, art.102 da LF/05. 
OBS: “Com a NLF o art.94, I, ao contrário do art.1o da LF/45, passou a prever um limite mínimo no valor constante em um determinado título executivo, qual seja, superior a 40 salários mínimos, significando que o legislador quer que o processo falimentar não seja utilizado para valores irrisórios, insignificantes, aplicando-se o princípio de que o poder judiciário não pode ser utilizado para questões irrisórias ( minimus non curat praetor)”. 
A melhor posição para o C.Calo é a de que não configura um meio de cobrança, e a própria lei de falência de 2005 está demonstrando isso. 
Quais os interesses envolvidos na falência? A falência envolve que interesses? 
Aluno: Diz que ele tinha pedido na aula passada para lembrá-lo de falar sobre o conceito de R.Requião, a crítica sobre esse conceito.
Nós vimos o conceito restritivo, nós vimos o conceito ampliativo, e falamos que é um processo de execução concursal instaurado através de requerimento de “qualquer credor”, do próprio devedor, ou de uma 3a pessoa, art.97 NLF, e tem por finalidade buscar em juízo, buscar através do poder judiciário uma solução para a situação patrimonial do devedor empresário que se encontra no estado de insolvência, e eu ainda usei a expressão final “insolvente”, e o R.Requião usa a palavra “impontual”. A crítica que os doutrinadores fazem ao conceito de Requião, é em razão dele usar a palavra “impontualidade”, porque ele restringiu muito. Faz crer que o devedor empresário para ter a falência decretada é necessário que ele esteja sendo impontual, mas isso não é verdade, não necessariamente. Para ter falência é necessário que ele esteja insolvente e não necessariamente impontual, essa é a crítica que se faz. 
A impontualidade é um critério caracterizador da insolvência, mas não é o critério, vc pode estar insolvente e não estar impontual, vc pode estar falido e não estar impontual, e vc pode estar impontual e gerar a falência, mas não necessariamente vc vai estar insolvente, ou vc vai estar falido, impontual. O R.Requião especificou muito, ele foi muito específico, quando na verdade deveria usar a expressão mais genérica. A impontualidade é um critério que caracteriza a insolvência, mas não significa que a insolvência necessariamente vai ser caracterizada pela impontualidade. Isso tudo passa pelas causas de pedir. Vc não pode requerer a falência com base no art.94, I, impontualidade? Vc não pode requerer a falência com base no art.94, II, que é uma forma de impontualidade, execução frustrada? Vc não pode requerer a falência sem impontualidade, aquele crédito lá que venceria em janeiro de 2006, não teve impontualidade, mas por força de ato de falência? 
Então a impontualidade ela caracteriza a insolvência, mas a insolvência pode ser caracterizada sem impontualidade. Então quando ele fala em impontualidade, ele restringiu muito. Essa é a crítica que a doutrina fazem em relação a “impontualidade”do R.Requião.
Qual são os interesses envolvidos no processo falimentar?
Não há dúvidas que há o interesse privado, agora não só há o interesse privado. Há o interesses dos credores, lógico, eles querem receber os seus créditos, mas concomitantes há também o interesse público ou publicístico na falência, em todos os aspectos falimentares. 
 Há o interesse público, tanto que há uma intervenção do Estado na economia, o Estado intervém na economia porque ele quer proteger o crédito, crédito este que está abalado, ele tem interesse em proteger a economia, porque a falência de um agente econômico� abala a economia, a falência do banco Santos abala toda a economia, então tendo um crédito abalado, vem o Estado e intervém, então há o interesse público do Estado em intervir nessa falência para tentar evitar, procurar minimizar o abalo na economia. Então o Estado tem interesse, tanto que ele intervém e afasta aquele devedor empresário falido da ordem econômica, ele tem interesse em atuar para evitar, para minimizar as consequências daquela falência que abalou o crédito. Daí a razão de o MP ter que atuar, o MP é um órgão defensor da sociedade, e se há um interesse da sociedade, ou no meio social como um todo, se é uma função social e se o MP é um defensor da sociedade, não é o MP que pede, é a sociedade, não é o MP que entra com uma ACP, é a sociedade que está lá, se utilizando do MP para que este atue em seu nome.
Certamente há 2 interesses na falência, dos credores, e há o interesse publicístico, então é um interesse misto.
Natureza jurídica do instituto falimentar: 
O que a falência é para o direito? Na lei de falência além de ser uma lei especial, vc tem que ter uma visão global, vc tem que saber processo civil, processo penal, direito penal, direito civil à beça, tem que ter uma noção de direito do trabalho porque tem regras trabalhistas e de direito tributário porque tem crédito tributário. Então dentro da lei de falências, dentro do instituto falimentar não há dúvidas de que há normas de direito material, também há normas de direito processual, dentro do instituto há aspectos de direito administrativo. Qual foi o aspecto administrativo falado hoje? A nomeação do administrador. A sentença decretatória de falência ela não é uma sentença como outra qualquer, ela tem o que as outras tem, e tem um plus, tem muita coisa a mais. Ela tem relatório, fundamentação, dispositivo mais ela tem outros elementos além desses elementos normais de qualquer sentença, tem elementos cronológicos, tem elementos repressivos, e tem uma série de elementos administrativos. 
Dentro do processo falimentar o juiz exerce função jurisdicional, há a jurisdição voluntária, graciosa, há também; e há a função administrativa, o juiz vai exercer funções administrativas dentro do processo falimentar. Então na sentença há um mix de vários aspectos. Por isso “rola”uma polêmica. Qual é a natureza jurídica do instituto falimentar? 
Há quem entenda como Carvalho de Mendonça pela prevalência, de que a falência é um instituto de direito material, prevalece os aspectos de direito material sobre os aspectos de direito processual.
O C.Calo prefere a 2a posição que é sustentada por A.M.Valle, FUC, Alexandre Câmara no sentido de que a falência é um instituto de direito processual, pela prevalência das regras de direito processual, tem aspectos de direitomaterial, mas é processual. O A.C chama de instituto heterotópico (hetero= diferente, tópico= tem tópicos de direito material, prevalecendo os tópicos de direito processual), tem aspectos tópicos de direito material, porém prevalece o aspecto de direito processual. É a posição que o C.Calo acha melhor.
Há ainda uma 3a posição, com uma certa prevalência que é a posição do Manoel Justino Bezerra Filho e Waldo Fazzio Júnior, eles entendem que vai ter uma natureza mista ou híbrida, não há prevalência, os aspectos de direito material eles não se sobrepõe em relação aos aspectos de direito processual. 
Após essa polêmica ainda vem o José da Silva Pacheco questionando sobre a importância prática dessa polêmica.
Pergunta: Há importância prática nessa polêmica? 
O J.S.P entende que não há. O A.C entende que há. 
O J.S.P entende que essa polêmica é completamente inócua, não tem qualquer utilidade prática a polêmica, ele entende que essa utilidade prática só teria a época em que a CR previa a competência da União diferente da competência legislativa dos Estados, já teve época que à União competia legislar sobre direito material, e os Estados teriam que legislar sobre direito processual, cada Estado teria o seu processo. A União legislaria sobre direito material e o Estados sobre direito processual, aqui haveria importância. Se vc fixasse que a falência seria instituto de direito processual a competência legislativa seria dos Estados, agora se fosse direito material a competência seria da União. Aqui a polêmica teria utilidade. A partir do momento que a CR/88 prevê no art.22, I competência privativa da União para legislar sobre direito material e direito processual, o J.S.P ele entende que perdeu a utilidade prática desta polêmica.
Já o A.C já entende que há utilidade prática em se tratando de falência de estrangeiro. O estrangeiro pode trabalhar aqui no Brasil, ser empresário através de uma sociedade, mas é necessário, de duas uma, ou ele entra e constitui uma sociedade brasileira� (que é a sociedade que é constituída de acordo com as nossas leis, possui no Brasil o seu domicílio e também o seu principal estabelecimento, está sediada no Brasil, o seu domicílio está no Brasil, e o principal estabelecimento desse empresário tem que estar no Brasil, aí vai ser uma sociedade nacional) ou, nada impede que o estrangeiro não constitua uma sociedade brasileira; nada impede que uma sociedade estrangeira, que não se adeque ao conceito de sociedade brasileira ingresse no Brasil e queira exercer uma atividade econômica, só que por força do art.1.134 do CC qualquer que seja o objeto, qualquer que seja a atividade vai ter que ter uma autorização governamental. 
Então o estrangeiro pode atuar, mas para funcionar precisa de uma autorização governamental. O estrangeiro pode ser sócio de uma sociedade brasileira, mas para atuar a sociedade estrangeira no Brasil precisa de autorização do governo. Imagine que conseguiu, o governo deu autorização, aí teve sua falência decretada, fica insolvente, o juiz da falência lá da vara empresarial decreta a falência, qual é a lei aplicável? Percebem que a importância agora!
A.C coloca que se a falência for de um estrangeiro, empresário estrangeiro atuando no Brasil a norma de direito material é a do seu país, mas a norma processual é a nossa lei de falência, então a nossa lei tem uma prevalência processual. A norma de direito material é a do país de origem dele, mas a nossa lei de falência será aplicada, e ela será aplicada porque ela tem um caráter processual. 
A falência é uma execução, mas não confundam execução singular com a execução falimentar. 
A execução singular diz respeito ao executado solvente, ação de execução por quantia certa em face de devedor solvente, é o rito do art.646 e ss do CPC.
Já a falência trata do empresário insolvente, no mínimo um insolvente de forma presumida, se for um insolvente econômico melhor ainda, mas no mínimo uma insolvência presumida.
A execução singular pressupõe sempre a impontualidade, o cara não cumpriu a obrigação determinada naquele prazo.
Já a falência é mais que a impontualidade, é mais abrangente, ela trara da insolvência. Essa insolvência pode decorrer da impontualidade�, pode decorrer da execução frustrada� (uns colocam como modalidade de impontualidade), pode decorrer da prática de atos de falência�, e pode decorrer da própria confissão do devedor�. Então a impontualidade não é a única causa. Na execução singular tem impontualidade, a falência é insolvência,mais abrangente.
A execução singular pressupõe título executivo, a falência pode ter ou não. 
A execução singular ela é singular, singular porque ela procura beneficiar um determinado credor, o exequente. 
Já na falência caracteriza-se pela pluralidade de credores e não determinado credor,procura satisfazer credores plúrimos.
Na execução singular, a execução recai sobre bem determinado, ou determinados bens, até porque há a penhora. Essa penhora vai recai sobre determinado ou determinados bens.
Na falência recai sobre o patrimônio do devedor, todos os bens em poder do falido serão arrecados. Prestem atenção que é “em poder do falido”, não é do, são todos os bens em poder do falido, art.108 da NLF, art.39 da LF/45. Todos os bens em poder do falido serão arrecadados, então a medida constritiva não é sobre um determinado, e sim sobre o patrimônio, uma meida constritiva geral, não há penhora, há desapossamento, art. 40 da LF/45, art.108 &1o da NLF. Ele não vai perder propriedade, ele vai perder a posse e a administração, não é desapropriação, ele não perde propriedade por hora, vai perder ao final. Ele é desapossado, perdendo a posse e administração.
Se recai sobre determinado bem é porque há penhora, se recai sobre o patrimônio é porque ele é desapossado. Então daí vc extrai um princípio. Na execução singular temos o princípio da prioridade da penhora� e na execução concursal não há prioridade sobre bem algum, aqui há paridade do art.126. 
Pergunta que caiu na magistratura do Estado: Estabeleça a diferença entre os princípios da prior temporis pottior iuris e par conditio creditorium, analisando se o nosso ordenamento jurídico acolheu isso.
Os 2 princípios informam o direito brasileiro, o 1o informa a execução singular, o 2o informa a execução concursal. O 1o é o princípio da prioridade da penhora e o 2o é o princípio da paridade.
Então toda questão de penhora já sabe, colocar penhora na falência ou na insolvência processual está errado. A penhora é singular. A execução concursal trata do patrimônio. 
Existe ainda diferença entre execução concursal e execução coletiva.�
Fala-se em execução concursal porque vai se estabelecer um concurso de credores, e fala-se em execução coletiva porque esta decorre da tutela coletiva.
Há quem coloque que quando o MP vai tutelar coletivamente, vai tutelar os interesses metaindividuais ou transindividuais, que se subdividem em difusos, coletivos e individuais homogêneos, o instrumento do MP é entrar com uma ACP. Quando qualquer outro legitimado que não o MP puder também tutelar coletivamente esses interesses metaindividuais, ele entra com ações coletivas. Então há quem faça essa diferença. O certo é que tanto a ACP ou a ação coletiva vc vai dar início a um processo de conhecimento, que vai ter uma sentença condenatória. Nessa sentença condenatória, é um título executivo, vai gerar execução, gerando execução, essa execução não é concursal, tem rito diferente, tem premissas diferentes, é execução coletiva. 
Então execução coletiva é aquela que decorre da proteção a tutela coletiva. Se vc não sabe se é difuso, coletivo ou individual homogêneo e a prova não está indagando especificamente a distinção coloquem interesse meta ou transindividual, são interesses que transcendem o indivíduo, é toda uma coletividade. 
Uma colega entrou com um requerimento de falência em face do C.Callo empresário individual, concomitantemente, essa colega do lado dela tem uma ação de execução singular, execução

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