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AULAS FEB 3.2.2 e 3.2.3 ALUNOS

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1 
 
3.2.2 A Ferrovia 
ESTRUTURA DA AULA 
1. Importância/Aplicação: Entender a importância da Revolução Tecnológica, logística, Ferrovia como fonte de desenvolvimento 
2. Agenda: 
 30min: Ferrovia 
 30min: Abolição 
30min: Imigração 
UNIDADE: 3. A Economia Escravista do Século XIX 
ASSUNTO 1: 3.2.2 A Ferrovia 
Cronologia 
Inglaterra 
1814 George Stephenson cria a 1ª locomotiva 
1830 George Stephenson cria a 1a linha férrea: Liverpool-Manchester 
 
Brasil 
1835 - Regente Feijó proibiu uso de escravos na construção de ferrovias. 
1835 – Lei n. 101 de 31 de outubro a “concessão, com privilégio pelo prazo de 40 anos, às empresas que se 
propusessem a construir estradas de ferro, interligando o Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande 
do Sul e Bahia.”[http://www1.dnit.gov.br/ferrovias/historico.asp] 
1852 – Lei n. 641 Governo promete isenções e garantia de juros sobre capital investido para qualquer empresa 
nacional ou estrangeira que construísse e explorasse estrada de ferro em qualquer lugar do Brasil. 
1854 – Mauá criou a “Imperial Cia. de Navegação a Vapor e Estrada de Ferro Petrópolis” 
 
 
Irineu Evangelista de Sousa [http://www.arroiogrande.com/baraodemaua.htm] 
Imperial Cia. de Navegação a Vapor e Estrada de Ferro Petrópolis http://acordamage.blogspot.com/2010/11/mage-historica-historia-da-1-
ferrovia.html 
 
 
 2 
 
http://www.guiadepacobaiba.xpg.com.br/fotos%20historicas.htm 
 
 
 3 
 
http://www.guiadepacobaiba.xpg.com.br/fotos%20historicas.htm 
 
 
http://www.guiadepacobaiba.xpg.com.br/fotos%20historicas.htm 
 
Mais imagens do complexo intermodal do Barão de Mauá: http://www.guiadepacobaiba.xpg.com.br/ferrovia.htm 
http://www.guiadepacobaiba.xpg.com.br/fotos%20historicas.htm 
 
1858 – Estrada de Ferro Recife - São Francisco desenvolve cidades. 
1858 - E.F. D. Pedro II liga Rio de Janeiro à Queimados. Com a proclamação da República em 1889 passou a 
se chamar Central do Brasil. 
 
 4 
 
 
As Cias. Paulistas 
 
Candido PORTINARI. “Estivador”, 1934. http://www.portinari.org.br/ 
 
1861 inicia obras do Sistema Funicular de Paranapiacaba e 1867 inauguração da São Paulo Railway, a 1ª 
ferrovia paulista. 15/07/1945 a estação do Alto da Serra passou a se chamar estação Paranapiacaba. Em 
13/10/1946 a SPR foi encampada pelo governo federal e passou a se chamar Estrada de Ferro Santos Jundiai. 
Em 1950 passou a integrar a Rede Ferroviária Federal S.A. 
[http://www.abpfsp.com.br/museu_ferroviario_paranapiacaba.htm]. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 5 
 
Tarsila do Amara. Estrada de Ferro Central do Brasil, 1924. 
 
 
1877 os trilhos da Estrada de Ferro São Paulo (1867) se unem aos trilhos da EF D. Pedro II ligando RJ e SP. 
1903 – Tratado de Petrópolis Brasil-Bolívia cria a Estrada de Ferro Madeira-Mamoré 
 
 http://duparainforterimentos.blogspot.com/2009/01/estrada-de-ferro-madeira-mamore-uma.html 
1905 – Noroeste: Bauru - Corumbá 
1910 – existiam 20 cias de EF, na maioria capital nacional 
1930 – Introdução da tração elétrica 
1939 – Introdução da tração diesel-elétrica 
1942 – criação da CVRD [incorporou a EF Vitória-Minas] minério de ferro de MG para Vitória 
1971 FEPASA unifica Cias. Paulista, Sorocabana, Araraquara, Mogiana e São Paulo Minas 
 6 
 
2004 - A RFFSA foi dissolvida de acordo com o estabelecido no Decreto nº 3.277, de 7 de dezembro de 1999, 
alterado pelo Decreto nº 4.109, de 30 de janeiro de 2002, pelo Decreto nº 4.839, de 12 de setembro de 2003, e 
pelo Decreto nº 5.103, de 11 de junho de 2004. [http://www.rffsa.gov.br/principal/historico.htm] 
 
Características 
 Principais acionistas: Governo da Oligarquia cafeeira e Ingleses 
 Capitais nacionais de cafeeicultores e comerciantes criaram as companhias paulistas [Paulista, Mojiana, 
Sorocabana (1875), Ituana, Bragantina, Rio Claro e Araraquarense e no séc XX a Noroeste] 
 Principais linhas saiam de São Paulo-Campinas: 
o Companhia Paulista de Estrada de Ferro Campinas a Catanduva 
o Companhia Mogiana de Estrada de Ferro Campinas a Ribeirão Preto e depois Franca 
 Com a ferrovia a cultura de café podia passar de 200 km de distância dos portos: Santos ou RJ 
 
Impactos 
 Amplia a mobilidade espacial da população = êxodo rural e regional 
 
Candido PORTINARI. “Os Despejados”, 1934. http://www.portinari.org.br/IMGS/jpgobras/OAa_3677.JPG 
 
 
 
 
 
 
 
 7 
 Paradas originaram cidades = construção da malha urbana paulista. 
 
Tarsila do Amara. Estrada de Ferro Central do Brasil, 1924. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 8 
 Oficinas foram construídas em cidades [São Paulo, Jundiaí, Campinas, Rio Claro e Sorocaba] 
 
Tarsila do Amaral, A Gare, 
 
 
 
 
 9 
 Adensamento Econômico e Populacional da Cidade de São Paulo 
 
Tarsila do Amaral, São Paulo 
o Centralização dos principais negócios do café 
o Já era centro administrativo provincial 
o Passou a ser morada dos Grandes Fazendeiros que podiam se deslocar para as fazendas com a ferrovia 
o Adensamento econômico 
 Comércio 
 Importação 
 Exportação 
 Bancos nacionais e estrangeiros 
 Serviços urbanos: iluminação a gás, transporte por bondes de tração animal, água e esgoto e final do séc 
XIX telefone e energia elétrica 
 A canadense The São Paulo Tramway, Light and Power Co. Ltd. Bondes elétricos depois energia elétrica, 
comprou a empresa inglesa de gás e telefonia. Depois criou a mesma empresa no RJ 
o Geração de emprego assalariado e qualificado 
 
 10 
 
Candido PORTINARI. “Operário”, 1934. http://www.portinari.org.br/ 
 
 Permitiu: 
o Urbanização da elite agrícola 
o o aumento do volume no transporte de café 
o a velocidade do transporte de café 
o transporte de bcnd 
o transporte de imigrantes para o interior paulista 
o ampliação da fronteira agrícola viabilizando da produção do café do Oeste Paulista 
o uso de m-d-o assalariada na ferroria 
o avanço tecnológico na logística do café (locomotiva x mula) 
 da produção ao porto [da fazenda a Santos] 
o ampliação da malha urbana paulista 
o integração econômica do interior paulista com o litoral e outros estados via navegação costeira 
 
 11 
 
Tarsila do Amaral, Os Operários, 
 
RESUMO: A Ferrovia foi responsável pela 
- urbanização 
- urbanização da elite dirigente, classe dominante 
- avanço tecnológico de logística 
- avanço do trabalho assalariado 
- avanço da malha urbana paulista 
- integração econômica do interior paulista com o litoral 
 12 
 
ASSUNTO 1: 3.2.3 A Abolição e o Trabalho assalariado do imigrante europeu 
 A ABOLIÇÃO 
o  preço internacional do café  produção brasileira demanda por m-de-o tráfico negreiro e compra de 
escravos do NE e de MG 
o Séc XIX: 
 Auge da escravidão [cultura cafeeira permitia o uso de escravos] 
 Um engenho real ocupava 150 escravos 
 Uma fazenda de café de porte médio ocupava 500 escravos 
 Escravo vivia em média 8 anos no Brasil 
o Possibilidade de econômica: demanda  produção se: escravos e novas de terras 
o 1800  1,0 milhão de escravos 
o de 1800 a 1850 foram importados 500 mil escravos 
o 1872 1o Censo Demográfico Brasileiro:  1,5 milhão de escravos  mortalidade > natalidade 
o 1,5 milhão escravos  500 = 3.000 fazendas médias perspectiva do futuro = abolição 
 
o O CENÁRIO DA ÉPOCA: origens teóricas do abolicionismo: Filosofia, religião e economia 
 Luta contra o Antigo Regime: 
 Contra o direito divino dos reis 
 Supremacia das leis 
 Direitos dos homens: propriedade, liberdade e igualdade 
 Origens teóricas do abolicionismo: Crítica à idéia de escravidão como desejo divino e cristianização de infiéis 
 Corrupção da “moral e dos bons costumes” 
 Racionalidade econômica 
 O abolicionismo na Inglaterra: 
 1807 abole tráfico em suas colônias + pressão diplomática e militar sobre países escravistas 
 1810 acordo para abolir gradualmente o tráfico no Brasil 
 1827 renovação do acordo. Brasil se compromete a abolir o tráfico em 1831 
 1845 Bill Aberdeen: Tráfico = pirataria 
 Ingleses perseguiam navios até em águas brasileiras 
 Risco compensado pelo lucro 
o Em 1843 um escravo custava: 
 De 30 a 40 mil na África 
 140 mil no Desembarque 
 de 500 a 700 mil para os fazendeiros 
 O Abolicionismo no Brasil 
 13 
 1850 Lei Eusébio de Queiroz [tráfico = pirataria] 
 compensações para fazendeiros = política migratória 
 1850 Lei de Terras: terras devolutas não podem ser ocupadas somente “compradas” 
 forçar a m-de-o brasileira a trabalhar de forma assalariada 
  possibilidade de economia de subsistência 
  “ ocupação por ex-escravos 
  “ acesso dos imigrantes à terra 
Resultado: 
  Expropriação  oferta de m-de-o 
  Xs de escravos do NE para o SE   interesse da oligarquia nordestina defender a escravidão 
 
 
 1865/70 Guerra do Paraguai 
 Elite se recusava a enviar filhos para a guerra 
 População branca livre era pequena 
 Escravos não podiam usar armas 
  Alforria por participar da Guerra 
 Senhores queriam re-escravizar combatentes: Governo+movimento popular contra 
 Urbanização + café em SP = Crescimento Econômico 
  meios de comunicação e transporte 
 mudanças sociais 
 14 
 indústria, classe média 
 Decadência do Vale 
 imigração para o café de SP 
  assalariamento 
  Pressões abolicionistas 
 Medidas “Protelatórias”? 
 1871 Ventre Livre 
 1884 Sexagenário 
 1888 Áurea 
  base de apoio do Imperador 
 
CONCLUSÃO: 
Abolição sem indenização = ↑pobreza, marginalização, favelas, excluídos. 
 
 15 
ASSUNTO 2 – A IMIGRAÇÃO: O Caso do Norte da Itália 
Baseado em Furtado XXII e FRANZINA, Emilio. A Grande Emigração: o êxodo dos italianos do Vêneto para o Brasil. São Paulo: 
Editora da Unicamp, 2006. 
 
http://www.globalbridges.com.ar/wp-content/uploads/LItalia-regioni-e-citt%C3%A0.jpg 
 16 
Os Motivos da Imigração: múltiplas causas 
 
 Busca por novas oportunidades de emprego e investimento [1ª onda] 
 Catástrofes climáticas: 
o chuvas de granizos, 
o seca 
o inundações 
o Inverno rigoroso 
o Desmoronamentos 
o Avalanches 
 Péssimas condições higiênico-sanitárias: cólera, pelagra 
 Colheita escassa, 
 Baixa dos preços dos cereais e do gado devido concorrência do trigo estrangeiro 
 Falta de emprego 
 Carga tributária excessiva 
 Atraso tecnológico provocando baixa produtividade, baixo retorno do I e Baixos salários 
 Transformações capitalistas no campo 
 Política industrial equivocada 
 Miséria 
 17 
A Alimentação do Camponeses Vênetos e a Pellagra 
“Quando hoje ficamos sabendo (...) que os camponeses vênetos eram expulsos pela fome 
ou pela miséria, custamos um pouco a entender (...) A idéia de que nos campos vênetos 
fosse possível morrer literalmente de fome ou de que a alimentação das classes rurais 
baixas excluísse por definição não só a carne, que era ‘um mito’, como até mesmo o pão 
de trigo e praticamente qualquer outro gênero que não fosse a polenta, pode-nos chocar (...) 
p.301 
 
 
“La pellagra: troppa polenta Un malato di pellagra: dovuta al consumo eccessivo di polenta (33 chili pro capite di 
farina l'anno ma la media era nettamente più alta nelle regioni del nord) era la malattia delle tre D: dermatiti, 
diarrea, demenza. Il principale pellagrosario italiano era a Mogliano Veneto, tra Venezia e Treviso.” 
http://www.no-miedo.com/2010/11/litalia-povera.html 
 
 18 
As origens dos fluxos migratórios (1861 – 1875) 
"(...) a emigração precisa ser analisada no contexto da transição de um país agrícola e pré-
industrial a um estágio de relativa, e totalmente específica maturidade capitalista p. 34 
 
(...) Vale a pena fazer, então, algumas subdivisões e distinções, tanto cronológicas como 
temáticas, na tentativa de situar o êxodo dos camponeses Vênetos dentro de uma moldura 
histórica apropriada, no intervalo de tempo que vai da anexação do Vêneto à Itália (1866) 
ao fim do século XIX. p. 35 
 
É a passagem da emigração tradicional (do Risurgimento – movimento pela unificação da 
Itália) à emigração nova, que envolve não mais burgueses empreendedores, mas sobretudo 
camponeses. São os pequenos proprietários e os meeiros que partem primeiro (...) p. 36 
 
(...) até o surgimento da verdadeira emigração de massa, o fluxo maior continuou a ser 
oferecido pelo componente ‘temporário’. Portanto, é importante recordar também as 
características de tal componente que tinha origens antigas, especialmente nas áreas de 
montanha do Norte da Itália (província de Bérgamo, província de Brescia, província de 
Belluno, planalto de Asiago, Carnia, Trentino, etc.), mas que imperceptivelmente, se 
modifica e se torna um elemento integrante do novo e mais complexo quadro emigratório.” 
 
A primeira fase da emigração italiana (1876 – 1886) 
(...) principais causas do êxodo, para o qual concorrem os esforços de um setor agrícola em 
crise, devido à drástica queda internacional dos preços do trigo, cujas primeiras vítimas 
não eram os camponeses pobres, MS os pequenos arrendatários, os pequenos proprietários, 
ou seja, os pequenos produtores capazes de inserir-se no mercado por si mesmos, mas 
incapazes, por causa da sua objetiva fragilidade, de resistir à violência das crises 
conjunturais. 
Entre 1876 e 1901, (...) emigraram da Itália quase 6 milhões de cidadãos, divididos quase 
igualmente entre ‘temporários’ e ‘transoceânicos’. p. 84 
 
O êxodo dos campos e a emigração permanente de massa nos anos da disputa colonial (1887 – 1901) 
 19 
A situação precedente, de mal-estar nos campos, foi-se transformando em estado de 
miséria endêmica, capaz de afligir então todos os trabalhadores agrícolas. p. 42 
 
(...) a multiplicidade das causas (...) e que também na emigração do Vêneto assumem, às 
vezes, uma grande importância. (...) É o caso dos ‘granizos, a seca outros fenômenos 
atmosféricos em 1877 (...) ‘anos de má colheita’ (...) inundações (...) condições 
higiênico-sanitárias [p. 75] 
 
“A colheita escassa, a baixa dos preços dos cereais, a diminuição de valor do gado, a 
escassez dos salários, a suspensão dos trabalhos por causa da instabilidade da estação, o 
rigor do inverno,” (...) cólera, pelagra, (...) desmoronamentos e avalanches (...), altos 
impostos, a concorrência do trigo estrangeiro, (...) atraso tecnológico, transformações 
capitalistas no campo, (...) miséria p. 76 e 77. 
 
Quem eram os emigrantes? (...) Vimos que, nas suas fileiras, estavam presentes também 
pequenos proprietários, inquilinos e meeiros, acabando por envolver pouco a pouco todos 
os componentes inferiores da sociedade rural veneta. Mas o que realmente levava os 
camponeses à expatriação? (...) miséria, subalimentação e exploração. p 299. 
 
A casa dos camponeses vênetos 
"É preciso imaginar umas míseras casinhas baixas, com rachaduras, caindo aos 
pedaços, que deixam transparecer pelos buracos usados como janelas e pelas 
fissuras da parede a mais triste miséria; no interior poucos cômodos sujos aos 
quais se sobe por escadas que caem sob o peso do corpo, muitas vezes feitas 
como poleiros; as paredes revestidas de pós seculares enegrecidas pela fumaça 
e pela umidade da chuva que desce livrementedo telhado e se infiltra entre as 
pedras; o solo é, no térreo, de terra ou de pedras mal colocadas, quebradas aqui 
e ali, levantadas ou faltando; no andar superior formado por tábuas que 
balançam; as pequenas janelas freqüentemente sem as folhas de madeira são 
 20 
fechadas por vidros quebrados ou por folhas de papel; os únicos móveis são 
uma ou duas camas com cavaletes, um armário e os instrumentos mais 
indispensáveis para a cozinha e para a agricultura; os únicos enfeites são alguns 
santos vermelhos e azuis (...) cada quarto serve para três ou quatro pessoas (...) 
[os] filhos até que não atingem a idade do casamento ou se casam realmente, 
dormem no mesmo quarto dos pais e frequentemente na mesma cama, e por 
causa disso os mistérios da geração deixam bem cedo de ser mistérios para 
eles! (...) a cama mais comum é um saco cheio de folha de milho e, mais 
raramente, de palha; quem pode põe sobre ele um colchão de lã ou de pena; a 
cama (quando existe) consta quase sempre de algumas tábuas colocadas 
transversalmente sobre dois cavaletes de madeira". [NOVELLO, L. Alpago. Monografia dei distretti di 
Conegliano, Ordezo e Vittorio (província di Treviso). Agia, vol. V, tomo II, Roma, 1882, p. 206-207. In FRANZINA, Emilio. A Grande 
Emigração: o êxodo dos italianos do Vêneto para o Brasil. São Paulo: Editora da Unicamp, 2006. P. 300.] 
 
Casa Caponesa [Contadina] - Vêneto 
 
http://www.istitutovolterra.it/800/interno.htm 
 
 21 
 
“L'Italia di allora: miseria e fame Nella foto, una coppia di vecchi immortalata a Prato nel 1890. Secondo l'inchiesta 
Jacini sul mondo agricolo, pubblicata a partire dal 1880, "nelle valli delle Alpi e degli Appennini, ed anche nelle 
pianure, specialmente dell'Italia meridionale, e perfino in alcune provincie fra le meglio coltivate dell'Alta Italia, 
sorgono tuguri, ove in un'unica camera affumicata e priva di aria e di luce, vivono insieme uomini, capre, maiali e 
pollame. E tali catapecchie si contano forse a centinaia di migliaia".” http://www.no-miedo.com/2010/11/litalia-
povera.html 
 
Os Imigrantes no Brasil 
o  fluxo de imigrantes EuropaEUA indicava caminho para a falta de m-de-o [X de algodão = 
volumoso. M de manufaturas = pouco volumoso   preço do frete e da passagem  imigração] 
o ↑pobreza na Europa, ↑riqueza nos EUA, ↑Comex EUA-Europa → ↓ frete → ↑tecnologia de construção 
naval (vapor + aço + hélice que substitui as rodas) → ↑ porte dos navios [Titanic] → ↑velocidade, 
conforto e segurança 
 Pacto Migratório: 
 fazendeiro dava passagem e sustento por 1 ano e 
 Imigrante dava trabalho futuro 
 = ESCRAVIDÃO DISFARÇADA   IMIGRAÇÃO 
o Colônias agrícolas no Sul do Brasil: [São Leopoldo, 1824] 
 Não  fundamentos econômicos [demanda urbana por alimentos]   produção  Regressão 
econômica e tecnológica do imigrante. 
 Não  atividade produtiva rentável 
 22 
 Produção para X em grandes fazendas era inacessível para colonos 
 1856 Revolta do Suíço Thomas Davatz na fazenda Ibicaba1 
 
http://www.suicosdobrasil.com.br/biografias/thomas.davatz.html 
 
 1859 Alemanha proibiu imigração para o Brasil 
o Governo passou a financiar a passagem, o fazendeiro o sustento do primeiro ano + terras pa o colono 
plantar alimentos imigração 
o Abolição  imigração 
 
1882 – RJ, SP, MG, BA, PE e CE = 5 milhões de pessoas entre 15 e 45 anos 
 651 mil escravos [13%] 
 1,4 milhão de trabalhadores livres [29%] 
 
1 “Esta prática, por exemplo, de “um pesos e duas medidas” foi um dos motivos das constantes queixas dos colonos sob o regime de 
parceria em metade do século XIX em São Paulo. É muito conhecida a experiência de parceria da Fazenda Ibicaba de propriedade do 
Senador Vergueiro, tanto como os conflitos que aconteceram no ano 1856 e a narração que destes fatos fez o colono de origem suíço, 
Thomas Davatz. Davatz queixou-se da forma em que eram pesados os alimentos dentro da fazenda. No ato da medição e peso dos 
alimentos não estavam presentes os colonos. Quanto ao peso, diz, “não sei se as medidas seriam insuficientes ou se a pesagem era mal 
feita. Sei apenas que em outras fazendas obtinham-se pesos melhores. Em 16 libras a diferença chegava a ser de uma libra.”18 Mas o 
problema central do contrato de parceria provavelmente estivesse na forma de fazer os cálculos da divisão dos lucros, que se baseava 
fundamentalmente no tipo de medição do café colhido e do café vendido em Santos.” María Verónica Secreto. Departamento de 
História/Universidade Federal do Ceará SEM MEDIDA: REVOLTAS NO NORDESTE CONTRA AS MEDIÇÕES IMPERIAIS. 
http://www.abphe.org.br/congresso2003/Textos/Abphe_2003_105.pdf 
 23 
 2,9 milhões de desocupados [58%] 
Por que trazer imigrante? 
 
 Proximidade da abolição 
 Seca no NE 1877 a 1879 
 Decadência do café no RJ e substituição do café por pastagens 
 Sistema escravista 
 Sistema arcaico de produção 
 Super exploração da m-de-o 
 Falta de acesso à saúde 
 Disponibilidade de terras 
 
Resultado: 
1) Favelamento e miséria devido: 
 Falta de: 
ocupação, 
propriedade, 
fonte permanente de renda, 
tradição e costume do trabalho 
condições físicas de trabalho 
 
2) Opção pelo Imigrante europeu devido: 
branco 
católico 
habituados e disciplinados ao trabalho agrícola e industrial 
muitos alfabetizados 
muitos com conhecimentos e tecnologia 
 
“Na Grã-Bretanha, por exemplo, os ministros enfatizam ininterruptamente a distinção entre ‘os 
que genuinamente buscam asilo’ – e têm que ser aceitos, mesmo que de extrema má vontade e 
sem nenhuma cerimônia de boas-vindas - e os ‘falsos’ imigrantes, que são meros ‘migrantes 
econômicos’ e devem ser prontamente deportados. Por outro lado, no entanto, essas autoridades 
deploram a escassez de médicos, enfermeiros e professores primários, e colocam anúncios 
pressurosos no mundo inteiro, implorando que os estrangeiros venham resgatar os serviços 
públicos da Grã-Bretanha, que estão desmoronando” [WHEEN, Francis. Como a Picaretagem 
Conquistou o Mundo. Rio de Janeiro: Editora Record, 2007.] 
 
 
Em 1935 Governador Armando Salles contratou empresas particulares para buscar trabalhadores em outros 
estados 
Década de 1940: mais de 400 mil vem de outros estados, a maior parte MG e Bahia 
1949 – aumenta a imigração nordestina 
 
 24 
 
 
 
CONCLUSÃO: Criação de dois sistemas econômicos 
1- Arcaico de Pequenas propriedades x Grandes fazendas capitalistas 
2- Disponibilidade de m-de-o qualificada, ambiciosa [trabalho = orgulho, riqueza, masculinidade, 
obrigação, sustento familiar] 
3- Marginalização de grande parte dos ex-escravos e brancos e mestiços pobres 
4- Mudança total das antigas sociedade e cultura “paulista” 
5- Embranquecimento da população 
6- Salto tecnológico sem necessidade de investimento prévio 
CURIOSIDADES 
 Censo de 1920: 78% dos espanhóis vivem no Estado de São Paulo 
 Cidade de São Paulo hoje: 
 3ª maior cidade italiana no mundo, 
 maior japonesa fora do Japão, 
 3ª maior libanesa fora do Líbano, 
 maior portuguesa fora de Portugal e 
 maior espanhola fora da Espanha 
 
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“Nós, brasileiros, somos [...] Um povo mestiço na carne e no espírito, já que aqui a mestiçagem jamais 
foi crime ou pecado. [...] O Brasil já é a maior das nações neolatinas, pela magnitude populacional, e 
começa a sê-lo também por sua criatividade artística e cultural. Precisa agora sê-lo no domínio da 
tecnologia da futura civilização, para se fazer uma potência econômica, de progresso auto-sustentado. 
Estamos nos construindo na luta para florescer amanhã como uma nova civilização, mestiça e tropical, 
orgulhosa de simesma. Mais alegre, porque mais sofrida. Melhor, porque incorpora em si mais 
humanidades. Mais generosa, porque aberta à convivência com todas as raças e todas as culturas e 
porque assentada na mais bela e luminosa província da Terra [Ribeiro, 452 e 454].

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