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1 3.2.2 A Ferrovia ESTRUTURA DA AULA 1. Importância/Aplicação: Entender a importância da Revolução Tecnológica, logística, Ferrovia como fonte de desenvolvimento 2. Agenda: 30min: Ferrovia 30min: Abolição 30min: Imigração UNIDADE: 3. A Economia Escravista do Século XIX ASSUNTO 1: 3.2.2 A Ferrovia Cronologia Inglaterra 1814 George Stephenson cria a 1ª locomotiva 1830 George Stephenson cria a 1a linha férrea: Liverpool-Manchester Brasil 1835 - Regente Feijó proibiu uso de escravos na construção de ferrovias. 1835 – Lei n. 101 de 31 de outubro a “concessão, com privilégio pelo prazo de 40 anos, às empresas que se propusessem a construir estradas de ferro, interligando o Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Bahia.”[http://www1.dnit.gov.br/ferrovias/historico.asp] 1852 – Lei n. 641 Governo promete isenções e garantia de juros sobre capital investido para qualquer empresa nacional ou estrangeira que construísse e explorasse estrada de ferro em qualquer lugar do Brasil. 1854 – Mauá criou a “Imperial Cia. de Navegação a Vapor e Estrada de Ferro Petrópolis” Irineu Evangelista de Sousa [http://www.arroiogrande.com/baraodemaua.htm] Imperial Cia. de Navegação a Vapor e Estrada de Ferro Petrópolis http://acordamage.blogspot.com/2010/11/mage-historica-historia-da-1- ferrovia.html 2 http://www.guiadepacobaiba.xpg.com.br/fotos%20historicas.htm 3 http://www.guiadepacobaiba.xpg.com.br/fotos%20historicas.htm http://www.guiadepacobaiba.xpg.com.br/fotos%20historicas.htm Mais imagens do complexo intermodal do Barão de Mauá: http://www.guiadepacobaiba.xpg.com.br/ferrovia.htm http://www.guiadepacobaiba.xpg.com.br/fotos%20historicas.htm 1858 – Estrada de Ferro Recife - São Francisco desenvolve cidades. 1858 - E.F. D. Pedro II liga Rio de Janeiro à Queimados. Com a proclamação da República em 1889 passou a se chamar Central do Brasil. 4 As Cias. Paulistas Candido PORTINARI. “Estivador”, 1934. http://www.portinari.org.br/ 1861 inicia obras do Sistema Funicular de Paranapiacaba e 1867 inauguração da São Paulo Railway, a 1ª ferrovia paulista. 15/07/1945 a estação do Alto da Serra passou a se chamar estação Paranapiacaba. Em 13/10/1946 a SPR foi encampada pelo governo federal e passou a se chamar Estrada de Ferro Santos Jundiai. Em 1950 passou a integrar a Rede Ferroviária Federal S.A. [http://www.abpfsp.com.br/museu_ferroviario_paranapiacaba.htm]. 5 Tarsila do Amara. Estrada de Ferro Central do Brasil, 1924. 1877 os trilhos da Estrada de Ferro São Paulo (1867) se unem aos trilhos da EF D. Pedro II ligando RJ e SP. 1903 – Tratado de Petrópolis Brasil-Bolívia cria a Estrada de Ferro Madeira-Mamoré http://duparainforterimentos.blogspot.com/2009/01/estrada-de-ferro-madeira-mamore-uma.html 1905 – Noroeste: Bauru - Corumbá 1910 – existiam 20 cias de EF, na maioria capital nacional 1930 – Introdução da tração elétrica 1939 – Introdução da tração diesel-elétrica 1942 – criação da CVRD [incorporou a EF Vitória-Minas] minério de ferro de MG para Vitória 1971 FEPASA unifica Cias. Paulista, Sorocabana, Araraquara, Mogiana e São Paulo Minas 6 2004 - A RFFSA foi dissolvida de acordo com o estabelecido no Decreto nº 3.277, de 7 de dezembro de 1999, alterado pelo Decreto nº 4.109, de 30 de janeiro de 2002, pelo Decreto nº 4.839, de 12 de setembro de 2003, e pelo Decreto nº 5.103, de 11 de junho de 2004. [http://www.rffsa.gov.br/principal/historico.htm] Características Principais acionistas: Governo da Oligarquia cafeeira e Ingleses Capitais nacionais de cafeeicultores e comerciantes criaram as companhias paulistas [Paulista, Mojiana, Sorocabana (1875), Ituana, Bragantina, Rio Claro e Araraquarense e no séc XX a Noroeste] Principais linhas saiam de São Paulo-Campinas: o Companhia Paulista de Estrada de Ferro Campinas a Catanduva o Companhia Mogiana de Estrada de Ferro Campinas a Ribeirão Preto e depois Franca Com a ferrovia a cultura de café podia passar de 200 km de distância dos portos: Santos ou RJ Impactos Amplia a mobilidade espacial da população = êxodo rural e regional Candido PORTINARI. “Os Despejados”, 1934. http://www.portinari.org.br/IMGS/jpgobras/OAa_3677.JPG 7 Paradas originaram cidades = construção da malha urbana paulista. Tarsila do Amara. Estrada de Ferro Central do Brasil, 1924. 8 Oficinas foram construídas em cidades [São Paulo, Jundiaí, Campinas, Rio Claro e Sorocaba] Tarsila do Amaral, A Gare, 9 Adensamento Econômico e Populacional da Cidade de São Paulo Tarsila do Amaral, São Paulo o Centralização dos principais negócios do café o Já era centro administrativo provincial o Passou a ser morada dos Grandes Fazendeiros que podiam se deslocar para as fazendas com a ferrovia o Adensamento econômico Comércio Importação Exportação Bancos nacionais e estrangeiros Serviços urbanos: iluminação a gás, transporte por bondes de tração animal, água e esgoto e final do séc XIX telefone e energia elétrica A canadense The São Paulo Tramway, Light and Power Co. Ltd. Bondes elétricos depois energia elétrica, comprou a empresa inglesa de gás e telefonia. Depois criou a mesma empresa no RJ o Geração de emprego assalariado e qualificado 10 Candido PORTINARI. “Operário”, 1934. http://www.portinari.org.br/ Permitiu: o Urbanização da elite agrícola o o aumento do volume no transporte de café o a velocidade do transporte de café o transporte de bcnd o transporte de imigrantes para o interior paulista o ampliação da fronteira agrícola viabilizando da produção do café do Oeste Paulista o uso de m-d-o assalariada na ferroria o avanço tecnológico na logística do café (locomotiva x mula) da produção ao porto [da fazenda a Santos] o ampliação da malha urbana paulista o integração econômica do interior paulista com o litoral e outros estados via navegação costeira 11 Tarsila do Amaral, Os Operários, RESUMO: A Ferrovia foi responsável pela - urbanização - urbanização da elite dirigente, classe dominante - avanço tecnológico de logística - avanço do trabalho assalariado - avanço da malha urbana paulista - integração econômica do interior paulista com o litoral 12 ASSUNTO 1: 3.2.3 A Abolição e o Trabalho assalariado do imigrante europeu A ABOLIÇÃO o preço internacional do café produção brasileira demanda por m-de-o tráfico negreiro e compra de escravos do NE e de MG o Séc XIX: Auge da escravidão [cultura cafeeira permitia o uso de escravos] Um engenho real ocupava 150 escravos Uma fazenda de café de porte médio ocupava 500 escravos Escravo vivia em média 8 anos no Brasil o Possibilidade de econômica: demanda produção se: escravos e novas de terras o 1800 1,0 milhão de escravos o de 1800 a 1850 foram importados 500 mil escravos o 1872 1o Censo Demográfico Brasileiro: 1,5 milhão de escravos mortalidade > natalidade o 1,5 milhão escravos 500 = 3.000 fazendas médias perspectiva do futuro = abolição o O CENÁRIO DA ÉPOCA: origens teóricas do abolicionismo: Filosofia, religião e economia Luta contra o Antigo Regime: Contra o direito divino dos reis Supremacia das leis Direitos dos homens: propriedade, liberdade e igualdade Origens teóricas do abolicionismo: Crítica à idéia de escravidão como desejo divino e cristianização de infiéis Corrupção da “moral e dos bons costumes” Racionalidade econômica O abolicionismo na Inglaterra: 1807 abole tráfico em suas colônias + pressão diplomática e militar sobre países escravistas 1810 acordo para abolir gradualmente o tráfico no Brasil 1827 renovação do acordo. Brasil se compromete a abolir o tráfico em 1831 1845 Bill Aberdeen: Tráfico = pirataria Ingleses perseguiam navios até em águas brasileiras Risco compensado pelo lucro o Em 1843 um escravo custava: De 30 a 40 mil na África 140 mil no Desembarque de 500 a 700 mil para os fazendeiros O Abolicionismo no Brasil 13 1850 Lei Eusébio de Queiroz [tráfico = pirataria] compensações para fazendeiros = política migratória 1850 Lei de Terras: terras devolutas não podem ser ocupadas somente “compradas” forçar a m-de-o brasileira a trabalhar de forma assalariada possibilidade de economia de subsistência “ ocupação por ex-escravos “ acesso dos imigrantes à terra Resultado: Expropriação oferta de m-de-o Xs de escravos do NE para o SE interesse da oligarquia nordestina defender a escravidão 1865/70 Guerra do Paraguai Elite se recusava a enviar filhos para a guerra População branca livre era pequena Escravos não podiam usar armas Alforria por participar da Guerra Senhores queriam re-escravizar combatentes: Governo+movimento popular contra Urbanização + café em SP = Crescimento Econômico meios de comunicação e transporte mudanças sociais 14 indústria, classe média Decadência do Vale imigração para o café de SP assalariamento Pressões abolicionistas Medidas “Protelatórias”? 1871 Ventre Livre 1884 Sexagenário 1888 Áurea base de apoio do Imperador CONCLUSÃO: Abolição sem indenização = ↑pobreza, marginalização, favelas, excluídos. 15 ASSUNTO 2 – A IMIGRAÇÃO: O Caso do Norte da Itália Baseado em Furtado XXII e FRANZINA, Emilio. A Grande Emigração: o êxodo dos italianos do Vêneto para o Brasil. São Paulo: Editora da Unicamp, 2006. http://www.globalbridges.com.ar/wp-content/uploads/LItalia-regioni-e-citt%C3%A0.jpg 16 Os Motivos da Imigração: múltiplas causas Busca por novas oportunidades de emprego e investimento [1ª onda] Catástrofes climáticas: o chuvas de granizos, o seca o inundações o Inverno rigoroso o Desmoronamentos o Avalanches Péssimas condições higiênico-sanitárias: cólera, pelagra Colheita escassa, Baixa dos preços dos cereais e do gado devido concorrência do trigo estrangeiro Falta de emprego Carga tributária excessiva Atraso tecnológico provocando baixa produtividade, baixo retorno do I e Baixos salários Transformações capitalistas no campo Política industrial equivocada Miséria 17 A Alimentação do Camponeses Vênetos e a Pellagra “Quando hoje ficamos sabendo (...) que os camponeses vênetos eram expulsos pela fome ou pela miséria, custamos um pouco a entender (...) A idéia de que nos campos vênetos fosse possível morrer literalmente de fome ou de que a alimentação das classes rurais baixas excluísse por definição não só a carne, que era ‘um mito’, como até mesmo o pão de trigo e praticamente qualquer outro gênero que não fosse a polenta, pode-nos chocar (...) p.301 “La pellagra: troppa polenta Un malato di pellagra: dovuta al consumo eccessivo di polenta (33 chili pro capite di farina l'anno ma la media era nettamente più alta nelle regioni del nord) era la malattia delle tre D: dermatiti, diarrea, demenza. Il principale pellagrosario italiano era a Mogliano Veneto, tra Venezia e Treviso.” http://www.no-miedo.com/2010/11/litalia-povera.html 18 As origens dos fluxos migratórios (1861 – 1875) "(...) a emigração precisa ser analisada no contexto da transição de um país agrícola e pré- industrial a um estágio de relativa, e totalmente específica maturidade capitalista p. 34 (...) Vale a pena fazer, então, algumas subdivisões e distinções, tanto cronológicas como temáticas, na tentativa de situar o êxodo dos camponeses Vênetos dentro de uma moldura histórica apropriada, no intervalo de tempo que vai da anexação do Vêneto à Itália (1866) ao fim do século XIX. p. 35 É a passagem da emigração tradicional (do Risurgimento – movimento pela unificação da Itália) à emigração nova, que envolve não mais burgueses empreendedores, mas sobretudo camponeses. São os pequenos proprietários e os meeiros que partem primeiro (...) p. 36 (...) até o surgimento da verdadeira emigração de massa, o fluxo maior continuou a ser oferecido pelo componente ‘temporário’. Portanto, é importante recordar também as características de tal componente que tinha origens antigas, especialmente nas áreas de montanha do Norte da Itália (província de Bérgamo, província de Brescia, província de Belluno, planalto de Asiago, Carnia, Trentino, etc.), mas que imperceptivelmente, se modifica e se torna um elemento integrante do novo e mais complexo quadro emigratório.” A primeira fase da emigração italiana (1876 – 1886) (...) principais causas do êxodo, para o qual concorrem os esforços de um setor agrícola em crise, devido à drástica queda internacional dos preços do trigo, cujas primeiras vítimas não eram os camponeses pobres, MS os pequenos arrendatários, os pequenos proprietários, ou seja, os pequenos produtores capazes de inserir-se no mercado por si mesmos, mas incapazes, por causa da sua objetiva fragilidade, de resistir à violência das crises conjunturais. Entre 1876 e 1901, (...) emigraram da Itália quase 6 milhões de cidadãos, divididos quase igualmente entre ‘temporários’ e ‘transoceânicos’. p. 84 O êxodo dos campos e a emigração permanente de massa nos anos da disputa colonial (1887 – 1901) 19 A situação precedente, de mal-estar nos campos, foi-se transformando em estado de miséria endêmica, capaz de afligir então todos os trabalhadores agrícolas. p. 42 (...) a multiplicidade das causas (...) e que também na emigração do Vêneto assumem, às vezes, uma grande importância. (...) É o caso dos ‘granizos, a seca outros fenômenos atmosféricos em 1877 (...) ‘anos de má colheita’ (...) inundações (...) condições higiênico-sanitárias [p. 75] “A colheita escassa, a baixa dos preços dos cereais, a diminuição de valor do gado, a escassez dos salários, a suspensão dos trabalhos por causa da instabilidade da estação, o rigor do inverno,” (...) cólera, pelagra, (...) desmoronamentos e avalanches (...), altos impostos, a concorrência do trigo estrangeiro, (...) atraso tecnológico, transformações capitalistas no campo, (...) miséria p. 76 e 77. Quem eram os emigrantes? (...) Vimos que, nas suas fileiras, estavam presentes também pequenos proprietários, inquilinos e meeiros, acabando por envolver pouco a pouco todos os componentes inferiores da sociedade rural veneta. Mas o que realmente levava os camponeses à expatriação? (...) miséria, subalimentação e exploração. p 299. A casa dos camponeses vênetos "É preciso imaginar umas míseras casinhas baixas, com rachaduras, caindo aos pedaços, que deixam transparecer pelos buracos usados como janelas e pelas fissuras da parede a mais triste miséria; no interior poucos cômodos sujos aos quais se sobe por escadas que caem sob o peso do corpo, muitas vezes feitas como poleiros; as paredes revestidas de pós seculares enegrecidas pela fumaça e pela umidade da chuva que desce livrementedo telhado e se infiltra entre as pedras; o solo é, no térreo, de terra ou de pedras mal colocadas, quebradas aqui e ali, levantadas ou faltando; no andar superior formado por tábuas que balançam; as pequenas janelas freqüentemente sem as folhas de madeira são 20 fechadas por vidros quebrados ou por folhas de papel; os únicos móveis são uma ou duas camas com cavaletes, um armário e os instrumentos mais indispensáveis para a cozinha e para a agricultura; os únicos enfeites são alguns santos vermelhos e azuis (...) cada quarto serve para três ou quatro pessoas (...) [os] filhos até que não atingem a idade do casamento ou se casam realmente, dormem no mesmo quarto dos pais e frequentemente na mesma cama, e por causa disso os mistérios da geração deixam bem cedo de ser mistérios para eles! (...) a cama mais comum é um saco cheio de folha de milho e, mais raramente, de palha; quem pode põe sobre ele um colchão de lã ou de pena; a cama (quando existe) consta quase sempre de algumas tábuas colocadas transversalmente sobre dois cavaletes de madeira". [NOVELLO, L. Alpago. Monografia dei distretti di Conegliano, Ordezo e Vittorio (província di Treviso). Agia, vol. V, tomo II, Roma, 1882, p. 206-207. In FRANZINA, Emilio. A Grande Emigração: o êxodo dos italianos do Vêneto para o Brasil. São Paulo: Editora da Unicamp, 2006. P. 300.] Casa Caponesa [Contadina] - Vêneto http://www.istitutovolterra.it/800/interno.htm 21 “L'Italia di allora: miseria e fame Nella foto, una coppia di vecchi immortalata a Prato nel 1890. Secondo l'inchiesta Jacini sul mondo agricolo, pubblicata a partire dal 1880, "nelle valli delle Alpi e degli Appennini, ed anche nelle pianure, specialmente dell'Italia meridionale, e perfino in alcune provincie fra le meglio coltivate dell'Alta Italia, sorgono tuguri, ove in un'unica camera affumicata e priva di aria e di luce, vivono insieme uomini, capre, maiali e pollame. E tali catapecchie si contano forse a centinaia di migliaia".” http://www.no-miedo.com/2010/11/litalia- povera.html Os Imigrantes no Brasil o fluxo de imigrantes EuropaEUA indicava caminho para a falta de m-de-o [X de algodão = volumoso. M de manufaturas = pouco volumoso preço do frete e da passagem imigração] o ↑pobreza na Europa, ↑riqueza nos EUA, ↑Comex EUA-Europa → ↓ frete → ↑tecnologia de construção naval (vapor + aço + hélice que substitui as rodas) → ↑ porte dos navios [Titanic] → ↑velocidade, conforto e segurança Pacto Migratório: fazendeiro dava passagem e sustento por 1 ano e Imigrante dava trabalho futuro = ESCRAVIDÃO DISFARÇADA IMIGRAÇÃO o Colônias agrícolas no Sul do Brasil: [São Leopoldo, 1824] Não fundamentos econômicos [demanda urbana por alimentos] produção Regressão econômica e tecnológica do imigrante. Não atividade produtiva rentável 22 Produção para X em grandes fazendas era inacessível para colonos 1856 Revolta do Suíço Thomas Davatz na fazenda Ibicaba1 http://www.suicosdobrasil.com.br/biografias/thomas.davatz.html 1859 Alemanha proibiu imigração para o Brasil o Governo passou a financiar a passagem, o fazendeiro o sustento do primeiro ano + terras pa o colono plantar alimentos imigração o Abolição imigração 1882 – RJ, SP, MG, BA, PE e CE = 5 milhões de pessoas entre 15 e 45 anos 651 mil escravos [13%] 1,4 milhão de trabalhadores livres [29%] 1 “Esta prática, por exemplo, de “um pesos e duas medidas” foi um dos motivos das constantes queixas dos colonos sob o regime de parceria em metade do século XIX em São Paulo. É muito conhecida a experiência de parceria da Fazenda Ibicaba de propriedade do Senador Vergueiro, tanto como os conflitos que aconteceram no ano 1856 e a narração que destes fatos fez o colono de origem suíço, Thomas Davatz. Davatz queixou-se da forma em que eram pesados os alimentos dentro da fazenda. No ato da medição e peso dos alimentos não estavam presentes os colonos. Quanto ao peso, diz, “não sei se as medidas seriam insuficientes ou se a pesagem era mal feita. Sei apenas que em outras fazendas obtinham-se pesos melhores. Em 16 libras a diferença chegava a ser de uma libra.”18 Mas o problema central do contrato de parceria provavelmente estivesse na forma de fazer os cálculos da divisão dos lucros, que se baseava fundamentalmente no tipo de medição do café colhido e do café vendido em Santos.” María Verónica Secreto. Departamento de História/Universidade Federal do Ceará SEM MEDIDA: REVOLTAS NO NORDESTE CONTRA AS MEDIÇÕES IMPERIAIS. http://www.abphe.org.br/congresso2003/Textos/Abphe_2003_105.pdf 23 2,9 milhões de desocupados [58%] Por que trazer imigrante? Proximidade da abolição Seca no NE 1877 a 1879 Decadência do café no RJ e substituição do café por pastagens Sistema escravista Sistema arcaico de produção Super exploração da m-de-o Falta de acesso à saúde Disponibilidade de terras Resultado: 1) Favelamento e miséria devido: Falta de: ocupação, propriedade, fonte permanente de renda, tradição e costume do trabalho condições físicas de trabalho 2) Opção pelo Imigrante europeu devido: branco católico habituados e disciplinados ao trabalho agrícola e industrial muitos alfabetizados muitos com conhecimentos e tecnologia “Na Grã-Bretanha, por exemplo, os ministros enfatizam ininterruptamente a distinção entre ‘os que genuinamente buscam asilo’ – e têm que ser aceitos, mesmo que de extrema má vontade e sem nenhuma cerimônia de boas-vindas - e os ‘falsos’ imigrantes, que são meros ‘migrantes econômicos’ e devem ser prontamente deportados. Por outro lado, no entanto, essas autoridades deploram a escassez de médicos, enfermeiros e professores primários, e colocam anúncios pressurosos no mundo inteiro, implorando que os estrangeiros venham resgatar os serviços públicos da Grã-Bretanha, que estão desmoronando” [WHEEN, Francis. Como a Picaretagem Conquistou o Mundo. Rio de Janeiro: Editora Record, 2007.] Em 1935 Governador Armando Salles contratou empresas particulares para buscar trabalhadores em outros estados Década de 1940: mais de 400 mil vem de outros estados, a maior parte MG e Bahia 1949 – aumenta a imigração nordestina 24 CONCLUSÃO: Criação de dois sistemas econômicos 1- Arcaico de Pequenas propriedades x Grandes fazendas capitalistas 2- Disponibilidade de m-de-o qualificada, ambiciosa [trabalho = orgulho, riqueza, masculinidade, obrigação, sustento familiar] 3- Marginalização de grande parte dos ex-escravos e brancos e mestiços pobres 4- Mudança total das antigas sociedade e cultura “paulista” 5- Embranquecimento da população 6- Salto tecnológico sem necessidade de investimento prévio CURIOSIDADES Censo de 1920: 78% dos espanhóis vivem no Estado de São Paulo Cidade de São Paulo hoje: 3ª maior cidade italiana no mundo, maior japonesa fora do Japão, 3ª maior libanesa fora do Líbano, maior portuguesa fora de Portugal e maior espanhola fora da Espanha 25 “Nós, brasileiros, somos [...] Um povo mestiço na carne e no espírito, já que aqui a mestiçagem jamais foi crime ou pecado. [...] O Brasil já é a maior das nações neolatinas, pela magnitude populacional, e começa a sê-lo também por sua criatividade artística e cultural. Precisa agora sê-lo no domínio da tecnologia da futura civilização, para se fazer uma potência econômica, de progresso auto-sustentado. Estamos nos construindo na luta para florescer amanhã como uma nova civilização, mestiça e tropical, orgulhosa de simesma. Mais alegre, porque mais sofrida. Melhor, porque incorpora em si mais humanidades. Mais generosa, porque aberta à convivência com todas as raças e todas as culturas e porque assentada na mais bela e luminosa província da Terra [Ribeiro, 452 e 454].
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