Buscar

CCJ0051-WL-A-PA-01-TP Argumentação-74675

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto


	 
			
			 Plano de Aula: Teoria e prática da Argumentação Jurídica
			 TEORIA E PR�TICA DA ARGUMENTAÇÃO JUR�DICA
			
		
		
			Título
			Teoria e prática da Argumentação Jurídica
			 
			Número de Aulas por Semana
			
				
			
			Número de Semana de Aula
			
				1
			
 
 Tema
		 A distinção entre o texto
argumentativo e o texto narrativo
		
		 Objetivos
		 
	
-
Contextualizar a disciplina Teoria e Prática
da Argumentação Jurídica como continuidade do trabalho de produção
das peças processuais iniciado na disciplina de segundo período.
-
Reconhecer as diferenças entre texto narrativo e texto argumentativo.
-
Compreender a relevância da narração para a produção da argumentação.
-
Identificar que a parte argumentativa da peça inicial refere-se ao ?Do
Direito?.
		
		 Estrutura do Conteúdo
	 
1. Tipologia Textual
1.1. texto narrativo
1.2. texto descritivo
1.3. texto dissertativo
1.4. texto injuntivo
2. Características de semelhança e de diferenciação
entre cada um dos tipos de texto
3. Tipologia textual e macro-estrutura das peças
processuais
4. Narrativa jurídica a serviço da argumentação de
teses
	
	 Aplicação Prática Teórica
 
Todo profissional do Direito,
quando descreve o tipo de atuação profissional que escolheu, associa essa
atividade à tarefa argumentativa. Os exemplos de advogados, promotores e
defensores bem sucedidos baseiam-se em uma atuação ? argumentativa ? brilhante
que convença o magistrado da necessidade de conceder a tutela jurisdicional dos
direitos daqueles que representam em juízo.
Inicialmente, é fundamental
ressaltar a ideia de que essa atuação profissional deve ser marcada pela
eficiência técnica e persuasiva, mas nunca pode perder de vista a ética e a
moral. Lembremos que antes mesmo dos sistemas jurídicos positivados, o homem deveria
pautar sua conduta pelos valores universais do que é certo e justo.
Diante desse cenário geral,
precisamos lembrar, ainda, que o papel principal do direito é compor conflitos
e que a atividade processual é marcada pelo contraditório e pela ampla defesa.
Em outras palavras, quando um
advogado atuar no Judiciário para defender os interesses de seu cliente, terá a
certeza de que está ali para ajudar na solução de um conflito social cuja
composição não foi conseguida pelas partes sem o auxílio de terceiros.
Cada um dos envolvidos na demanda enxerga os fatos de uma maneira,
ou seja, cada qual atribui aos fatos do caso concreto uma interpretação
distinta (a que mais lhe interessa).
A argumentação jurídica caracteriza-se, especialmente, por servir
de instrumento para expressar a interpretação sobre uma questão do Direito, que
se desenvolve em um determinado contexto espacial e temporal. Ao operar a
interpretação, impõe-se considerar esses contextos, ater-se aos fatos, às
provas e aos indícios extraídos do caso concreto e sustentá-la nos limites
impostos pelas fontes do Direito.
Parece claro que nenhum juiz pode apreciar um pedido sem conhecer
os fatos que lhe servem de fundamento. Conforme ressalta Fetzner[1], a
narração ganha status de maior relevância, porque serve de requisito
essencial à produção de uma argumentação eficiente. É por essa razão que se
costuma dizer que a narração está a serviço da argumentação.
Resumidamente, um profissional do Direito deve recorrer ao texto
argumentativo para defender seu ponto de vista, mas para o sucesso dessa
tarefa, precisa ter, antes, uma boa narração, na qual foram expostos os fatos
de maior relevância sobre o conflito debatido.
Para melhor compreender as características que distinguem narração
e argumentação, observe a tabela.
 
 	
 NARRAÇÃO
 
 
 
 	
 Qual o Objetivo? Expor os fatos importantes do caso concreto a ser solucionado no
 Judiciário.
 
 
 
 	
 Como o fato é tratado? Cada fato representa uma informação que compõe a
 história da lide a ser conhecida no processo.
 
 
 
 	
 Qual o tempo verbal utilizado? Pretérito ? é o mais utilizado, porque todos os fatos narrados já
 ocorreram. (Ex.: o empregado sofreu um acidente);
 Presente ? fatos que se iniciaram no passado e que perduram até o
 momento da narração. (Ex.: o empregado está sem capacidade laborativa);
 Futuro ? não é utilizado porque fatos futuros são incertos.
 
 
 
 	
 Qual a pessoa do discurso? Utiliza-se a 3ª pessoa, por traduzir a
 imparcialidade necessária à atividade jurídica.
 
 
 
 	
 Como os fatos são organizados? Os fatos são dispostos em ordem cronológica, ou
 seja, na mesma ordem em que aconteceram no mundo natural.
 
 
 
 	
 Quais seus elementos constitutivos? Uma narrativa bem redigida deve responder, sempre que
 possível, às seguintes perguntas: a) O quê? (fato gerador); b) quem?
 (partes); c) onde? (local do fato); d) quando? (momento do
 fato); e) como? (maneira como os fatos ocorreram); f) por quê? (motivações
 da lide).
 
 
 
 	
 Qual a natureza do texto? O texto narrativo tem natureza predominantemente
 informativa. Sua função persuasiva está atrelada à fundamentação.
 
 
 
 	
 Quanto à parcialidade: Uma narrativa pode ser simples (imparcial) ou
 valorada, dependendo da peça a produzir.
 
 
	
 ARGUMENTAÇÃO
 
	
 Qual o Objetivo? Defender uma tese (ponto de vista) compatível com o interesse da parte que o
 advogado representa.
 
	
 Como o fato é tratado? O fato (informação) narrado é aqui retomado com o status
 de elemento de persuasão; é um elemento de prova com o qual
 defende a tese.
 
	
 Qual o tempo verbal utilizado? Presente ? tempo verbal mais adequado para sustentar o ponto de
 vista. (Ex.: o autor deve ser indenizado por seu empregador);
 Pretérito ? deve ser usado para retomar os fatos (provas / indícios)
 relevantes da narração, com os quais defenderá a tese. (Ex.: o autor deve ser
 indenizado por seu empregador porque sofreu um acidente no local de
 trabalho);
 Futuro ? deve ser usado ao desenvolver as hipóteses
 argumentativas. (Ex.: o trabalhador deve receber o benefício do INSS, pois,
 caso contrário, não terá como se sustentar).
 
	
 Qual a pessoa do discurso? Também se utiliza a 3ª pessoa, pela mesma razão.
 
	
 Como os fatos são organizados? Os fatos e as ideias são organizados em ordem lógica,
 ou seja, da maneira mais adequada para alcançar a persuasão do auditório.
 
	
 Quais seus elementos constitutivos? Antes de redigir uma argumentação consistente, tente
 refletir sobre, pelo menos, as seguintes questões: a) Qual o fato gerador
 do conflito? b) qual a tese que será defendida? C) com que fatos
 sustentará essa tese? d) Que tipos de argumento deverá utilizar?
 
	
 Qual a natureza do texto? O texto argumentativo tem função persuasiva por
 excelência.
 
	
 Quanto à parcialidade: Não há como defender uma tese sem adotar um
 posicionamento. Toda argumentação é valorada.
 
QUESTÃO
São apresentados dois textos
adiante. Em primeiro lugar, identifique se esses textos são narrativos ou
argumentativos. Em seguida, procure justificar sua resposta por meio da cópia
de alguns fragmentos pontuais. Você pode usar como parâmetro a tabela
explicativa anterior.
 
Texto 1[1]
Não é de
hoje que eu defendo que o advogado e qualquer cidadão podem gravar as conversas
travadas em mesa de audiência, sem a necessidade de avisar aos presentes,entre
eles a pessoa do Magistrado que a preside.
Antigamente,
isso era impossível de ocorrer por conta do tamanho dos gravadores e da
necessidade de estarem próximos de quem falava para obtenção nítida da voz. Com
o desenvolvimento de novas tecnologias, são inúmeras as ?traquitanas? que
gravam voz a distância e com excelente resultado em termos de qualidade de
audição.
Não vejo e
nem nunca vi nenhuma ilicitude nisso. As audiências são públicas, quem as grava
busca o registro de tudo para sua posterior orientação e também, em eventuais
casos, para o exercício pleno da sua defesa (art.5, LV da CRFB). Filmar recai
na mesmíssima hipótese.
Hoje já
existe projeto em curso de implantação ? nas Varas que contam com processos
eletrônicos ? de se gravar a voz e filmar a imagem de todos, criando um melhor
registro ao processo e alcance de uma maior transparência e publicidade. O
saldo positivo de se gravar é proporcionar a todos os que participam daquele
momento de embate jurídico o respeito, a cordialidade, o tratamento polido,
evitar ironias, críticas pessoais, assédio processual/judicial, etc. Enfim, não
faz mal algum gravar tudo, pois quem não deve não teme. (...)
 
Texto 2[2]
O autor, de
reputação ilibada, dirigiu-se à empresa-ré a fim de adquirir automóvel novo,
para comemorar o dia dos pais vindouro, com sua esposa e filha, assinando
declaração como instrumento comprobatório do termo de responsabilidade assumido
(documento nº 137/12).
Nestes
termos, as partes combinaram, de comum acordo, que o automóvel novo estaria
disponível para o autor cinco dias depois. No entanto, para absoluta surpresa
do autor, no dia combinado o automóvel sequer havia chegado à concessionária.
Ressalta-se que o autor já havia, nesta data, entregue seu veículo à
empresa-ré, encontrando-se em situação de completo desamparo.
A esposa do
autor, neste ínterim, foi acometida de mal súbito, tendo sido o seu atendimento
prejudicado devido à demora para chegar ao hospital, já que teve de ir de táxi.
A entrada na seção do pronto-socorro do hospital foi registrada às 21 horas do
dia17 de junho de 2012, conforme documento em anexo (documento nº ___)
e, até a consumação do atendimento e respectiva medicação, suportou intensas
dores, não podendo sequer se locomover sem auxílio de terceiros.
[1] Disponível em: <http://www.trabalhismoemdebate.com.br/2012/06/advogado-pode-gravar-a-audiencia-sem-avisar-ao-juiz/>.
Acesso em: 20 jun. 2012.
[2] Disponível
em: <http://jus.com.br/revista/texto/16842/indenizacao-em-relacao-de-consumo-juizado-especial>.
Acesso em: 20 jun. 2012.
[1] CAVALIERI FETZNER,
Néli Luiza (Org. e Aut.); TAVARES, Nelson; VALVERDE, Alda. Lições de argumentação jurídica.
Rio de Janeiro: Forense, 2009, capítulo 2.

Outros materiais