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CCJ0051-WL-B-PA-11-TP Argumentação-74677

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Título 
Teoria e Prática da Argumentação Jurídica 
Número de Aulas por Semana 
 
Número de Semana de Aula 
11 
Tema 
Desenvolvimento da fundamentação e da conclusão no texto jurídico 
Objetivos 
- Produzir fundamentação e conclusão do texto jurídico -argumentativo. 
Estrutura do Conteúdo 
1. Desenvolvimento da fundamentação e da conclusão do texto jurídico. 
2. IdenƟficação e uso dos elementos consƟtuƟvos do texto argumentaƟvo. 
Aplicação Prática Teórica 
A argumentação jurídica, para ter sucesso, deve recorrer a estratégias que expressem a interpretação sobre uma questão do Direito que se desenvolve em um contexto 
espacial e temporal. Portanto, antes de argumentar, é necessário que se proceda a um planejamento, considerando -se os contextos, os fatos, as provas e os indícios extraídos do 
caso concreto, sustentando-se sempre nas fontes do Direito.   Torna-se necessário, também, ter em mente os prováveis argumentos do opositor, a fim de neutralizá -los. 
Após a análise minuciosa do caso concreto, são escolhidos os recursos argumentaƟvos para a produção do texto jurídico. Assim, o texto será construído não insƟnƟva e 
espontaneamente, mas apoiado em um planejamento, a fim de manter a unidade e a coerência necessárias ao convencimento. Somente com organização é possível traçar estratégias 
persuasivas capazes de fazer com que a tese defendida seja aceita. 
  
  
QUESTÃO DISCURSIVA 
Analise os elementos consƟtuƟvos da argumentação jurídica que seguem e escreva a fundamentação e a conclusão perƟnentes. Para que se compreenda a importância 
das disciplinas de Português Jurídico para o Exame das OAB, transcrevemos a ?grade de comentários? uƟlizada pelos examinadores. Atente para os critérios a serem comentados. 
Dos seis existentes, quatro são trabalhados diretamente por nossas disciplinas. 
  
1. Adequação da Peça ao problema apresentado: 
2. Raciocínio jurídico: 
3. Fundamentação e sua consistência: 
4. Capacidade de interpretação e exposição: 
5. Correção gramaƟcal: 
6. Técnica profissional: 
  
Situação de conflito 
  
Pedro foi denunciado, pelo Promotor de JusƟça da comarca de São Paulo, de subtrair, em 1º de julho de 2009, a importância de R$ 360,00 em dinheiro de Antônio, uƟlizando-
se de um revólver de brinquedo. 
  
Tese 
O réu deve ser condenado pela práƟca do crime de roubo qualificado. 
  
Contextualização do real 
Fatos favoráveis à tese: 
- O Juiz ouviu o réu no dia 5 de setembro de 2009, ocasião em que confessou, com detalhes, a práƟca delituosa, descrevendo a víƟma e afirmando que o dinheiro fora uƟlizado na 
compra de drogas. 
- O réu afirmou, ainda, que havia sido internado várias vezes para tratamento de desintoxicação. 
- O réu foi preso em flagrante, com R$ 360,00 no bolso, a duas quadras do local do crime, por um policial à paisana, por estar em ?aƟtude suspeita?. 
- A víƟma garante que o réu tem o mesmo porte İsico de quem o abordou no ato delituoso e usava roupas semelhantes, calça jeans e camiseta branca. 
  
Fatos contrários à tese: 
- Na referida oiƟva com o juiz, o réu não estava acompanhado de seu defensor. 
- A víƟma, ao ser ouvida, confirmou o fato e afirmou que não viu o rosto do autor do crime porque estava encoberto e, por isso, não Ɵnha condições de reconhecê-lo com segurança. 
- - Dois policiais afirmaram que ouviram a víƟma gritando que havia sido roubada, mas nada encontraram no local do crime. 
  
Para a produção do que se pede, caso julgue necessário, uƟlize as polifonias: 
  
LEGISLAÇÃO 
Roubo 
Art. 157, CP - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à 
impossibilidade de resistência: 
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 10 (dez) anos, e multa. 
  
§ 1° - Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída a coisa, emprega violência contra pessoa ou grave ameaça, a fim de assegurar a impunidade do crime ou a detenção da 
coisa para si ou para terceiro. 
  
Roubo qualificado 
§ 2° - A pena aumenta -se de um terço até metade: 
I - se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma; 
II - se há o concurso de duas ou mais pessoas; 
III - se a víƟma está em serviço de transporte de valores e o agente conhece tal circunstância; 
IV - se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior; 
V - se o agente mantém a víƟma em seu poder, restringindo sua liberdade. 
  
§ 3° Se da violência resulta lesão corporal grave, a pena é de reclusão, de cinco a quinze anos, além da multa; se resulta morte, a reclusão é de vinte a trinta anos, sem prejuízo da 
multa. 
  
Art. 261, CPP - Nenhum acusado, ainda que ausente ou foragido, será processado ou julgado sem defensor. 
Parágrafo único. A defesa técnica, quando realizada por defensor público ou daƟvo, será sempre exercida através de manifestação fundamentada. 
  
DOUTRINA 
Cancelada a súmula nº 174 do Superior Tribunal de JusƟça[1] 
Agravação da pena em face do emprego de arma de brinquedo 
na execução do crime de roubo 
  
Nos termos do art. 157, § 2.º, I, do Código Penal, a pena deve ser agravada de um terço até metade "se a violência ou grave ameaça é exercida com emprego de arma". 
E quando se trata de arma de brinquedo ("arma finta")? 
Há duas orientações: 
1ª) o emprego de arma de brinquedo não agrava a pena do roubo : RT, 580/464, 591/360 e 667/305; JTACrimSP, 76/283, 72/23, 73/222, 75/54 e 202 e 99/275; STF, HC n. 
69.515, 1.ª Turma, rel. Min. Sepúlveda Pertence, DJU, 12.3.1993, p. 3561; RT, 705/416; 
2ª) o roubo é agravado : RTJ, 106/838, 109/285, 91/179, 95/299 e 103/443; RJTJSP, 14/488 e 40/367; RT, 540/419, 553/349, 555/377, 576/480, 588/439 e 592/434; 
JTACrimSP, 66/257, 67/258, 69/242 e 79/447; Justitia, 105/181; JTJ, 164/321. Era a orientação da Súmula n. 174 do STJ: 
"No crime de roubo, a inƟmidação feita com arma de brinquedo autoriza o aumento da pena". 
Sempre entendemos que o emprego de arma de brinquedo não aumenta a pena do crime de roubo, respondendo o sujeito pelo Ɵpo simples, sendo inadequada a Súmula n. 
174. Nossa argumentação se fundamenta no sistema da Ɵpicidade. O CP somente agrava a pena do delito quando o sujeito emprega arma . Revólver de brinquedo não é arma
(1). Logo, 
o fato é aơpico diante da circunstância. Caso contrário, por coerência, o porte de revólver de brinquedo consƟtuiria o crime do art. 10, caput, da Lei n. 9.437, de 20.2.1997 (porte 
ilegal de arma de fogo). Se, no roubo, configura a circunstância "arma", por que não consƟtuiria a elementar do crime especial? Como disse o Ministro Sepúlveda Pertence no HC n. 
69.515, julgado pela 1.ª Turma do STF, em 1.º.12.1992, "a melhor doutrina tem oposto críƟca demolidora" à tese de que o roubo, na espécie, é circunstanciado(2). 
A Terceira Seção do STJ, no REsp n. 213.054, de São Paulo, em 24.10.2001, relator o Ministro José Arnaldo da Fonseca, decidiu cancelar a Súmula n. 174, considerando que 
o emprego de arma de brinquedo, embora não descaracterize o crime, não agrava o roubo, uma vez que não apresenta real potencial ofensivo. Ficou assentado que a incidência da 
referida circunstância de exasperação da pena: 
1º) fere o princípio consƟtucional da reserva legal (princípio da Ɵpicidade); 
2º) configura bis in idem ; 
3º) deve ser apreciada na sentença final como critério direƟvo de dosagem da pena (circunstância judicial do art. 59 do CP); 
4º) lesa o princípio da proporcionalidade
(3). 
De notar-se que a decisão apenas cancelou a referida Súmula, não havendo impedimento a que juízes e tribunais ainda conƟnuem adotando a segunda orientação, que 
determina o agravamento da pena. Além disso, há o perigo de que, cancelada a mencionada Súmula, venham a reconhecer, no roubo agravado pelo concurso de pessoas, o concurso 
material entre esse Ɵpo e o crime de uƟlização de arma de brinquedona execução do fato (art. 10, § 1.º, II, da Lei n. 9.437/97). Se isso ocorrer, teremos a seguinte situação: se os 
assaltantes empregarem arma verdadeira , a pena mínima abstrata será de 5 anos e 4 meses de reclusão (art. 157, § 2. º, I e II, do CP); se roubarem com revólver de brinquedo , 
aplicando-se a regra do concurso material, a pena mínima abstrata será maior, qual seja, 6 anos e 4 meses de privação da liberdade (5 anos e 4 meses pelo roubo agravado pelo 
concurso de pessoas e 1 ano pelo crime da lei especial). Então, se os assaltantes receberem a mensagem, irão usar somente armas verdadeiras. 
  
  
A Lei 10.826/2003[2] 
A única disciplina jurídica que possui a nova Lei de Armas sobre o brinquedo perigoso é o art. 26, no qual prescreve que:  "São vedadas a fabricação, a venda, a 
comercialização e a importação de brinquedos, réplicas e simulacros de armas de fogo, que com elas se possam confundir". 
Com isso chega -se a seguinte conclusão: é proibida a práƟca de atos comerciais tendo por objeto arma de brinquedo que possa ser confundida com arma de fogo. Logo, se 
for comeƟdo algum crime com a uƟlização de arma de brinquedo, o agente só responderá pelo crime que efeƟvamente cometer, não podendo a uƟlização da arma de brinquedo ser 
objeto de elementar ou circunstância do crime. 
A falta de técnica legislaƟva para a elaboração da Lei está muito aquém do aclamado pela sociedade. Explico. 
Se o legislador proibiu a práƟca empresarial de arma de brinquedo é porque esta possui uma lesividade considerada. Então, porque não impor uma sanção própria como 
fez a revogada Lei? 
Chega -se ao absurdo de se proibir a práƟca de comércio com a arma de brinquedo e ser totalmente livre a sua uƟlização na práƟca de crimes. Seria o mesmo que 
considerar proibida a venda de entorpecente e ser liberado o seu uso. 
  
JURISPRUDÊNCIA 
  
2006.0000.0945-8/0 - APELAÇÃO CRIME ? Tribunal de JusƟça do Ceará 
Data Protocolo: 14/02/2006 
Data Distribuição: 02/05/2006 
Órgão Julgador: 1ª CÂMARA CRIMINAL 
Relator: Des. FRANCISCO HAROLDO R. DE ALBUQUERQUE 
Ementa: APELAÇÃO CRIMINAL. ROUBO DUPLAMENTE QUALIFICADO. AUTORIA DO CRIME COMPROVADA. ABSOLVIÇÃO INVIÁVEL. PARTICIPAÇÃO DE MENOR IMPORTÂNCIA. 
DESCLASSIFICAÇÃO PARA A FORMA TENTADA. INVIÁVEL. INEXISTÊNCIA DE CONCURSO MATERIAL. INOCORRÊNCIA. DIMINUIÇÃO DE PENA. IMPOSSIBILIDADE. DECOTE DE QUALIFICADORA. 
ARMA DE BRINQUEDO. PROVIMENTO PARCIAL. I - Inviável a absolvição pleiteada, quando as provas coletadas durante a instrução, especialmente os depoimentos testemunhais e as 
declarações das víƟmas, comprovam, sem eiva de dúvidas, que o apelante cometeu os crimes pelos quais foi condenado. II - Não se pode considerar como sendo de menor 
importância a parƟcipação do acusado que, empunhando a arma do crime, anunciou o assalto. III - A consumação do crime de roubo se dá no momento em que o agente, mediante 
violência ou grave ameaça, reƟra o bem da posse do ofendido, embora tenha sido logo após devolvido. IV - O acusado, mediante duas ações disƟntas, ocorridas em ruas e horários 
diversos, cometeu dois crimes de roubo, o que se amolda, perfeitamente, no conceito de concurso material, definido no art. 69 do Código Penal. V  - Não se reputa severa a pena 
aplicada no mínimo legal, quando presentes as circunstâncias do art. 59 do código repressivo. VI  - O emprego de arma de brinquedo não qualifica o crime de roubo, devendo ser 
reƟrada dita qualificadora, sem alterar, contudo, a pena fixada, haja vista que o juiz sentenciante, pela incidência de duas qualificadoras, estabeleceu o aumento mínimo de 1/3. VII 
- Apelo parcialmente provido, apenas para decotar a qualificadora do emprego de arma, mantendo-se inalterada, entretanto, a pena aplicada. 
  
Tribunal de JusƟça de Pernambuco 
Nº Processo         213992002 
Acórdão                0431882003 
Relator                  NELMA SARNEY COSTA 
Data                       25/02/2003 00:00:00 
Órgão                    SÃO LUÍS 
Processo               APELAÇÃO CRIMINAL 
Ementa                  Apelação criminal. Crime de roubo. Defesa pleiteia desclassificação para o crime de furto, dado a inexistência de potencialidade lesiva na arma de brinquedo. 
Inadmissibilidade. Desclassificação para crime para modalidade tentada. Procedência. Pena definiƟva não superior a dois anos. Concessão da suspensão condicional da pena. I - a 
uƟlização de simulacro de arma de fogo, quando causa inƟmidação à víƟma, é meio idôneo para a caracterização da vis compulsiva e, conseqüentemente, do crime de roubo. II - 
para a consumação do delito de roubo, assim, como no de furto, é necessário que haja inversão do ơtulo da posse da res furtiva. Tendo sido, os agentes, presos por populares 
quando tentavam fugir com a coisa subtraída, interrompido está o  iter criminis, restando configurado apenas o delito na sua forma tentada. III- presentes os pressupostos da 
suspensão condicional do processo impõe -se a sua concessão. IV  - recurso parcialmente provido à unanimidade. 
  
Tribunal de JusƟça do Rio de Janeiro 
2007.001.62394 - APELACAO 
DES. ELTON LEME - Julgamento: 30/01/2008 - DECIMA SETIMA CAMARA CIVEL 
TROCA DE BEBES DURANTE AS PRIMEIRAS HORAS DE VIDA 
PRIMEIRO ALEITAMENTO REALIZADO POR MAE DIVERSA 
MA PRESTACAO DE SERVICOS 
DANO MORAL 
REDUCAO DO VALOR 
AÇÃO INDENIZATÓRIA. RESPONSABILIDADE OBJETIVA DE ESTABELECIMENTO HOSPITALAR. TROCA DE BEBÊS DURANTE AS PRIMEIRAS HORAS DE VIDA. PRIMEIRO ALEITAMENTO REALIZADO 
POR MÃE DIVERSA. DANOS MORAIS CONFIGURADOS. REDUÇÃO DO QUANTUM INDENIZATÓRIO. 1. A troca de bebês nas primeiras horas de vida, que acarretou o primeiro aleitamento 
por mães diversas, não deixa dúvida acerca do serviço defeituoso prestado pelo estabelecimento hospitalar que, por isso, responde pelos danos morais causados aos respecƟvos 
pais. 2. Não obstante haja diferenças na percepção do vício do serviço pelos pais dos bebês, não há moƟvos plausíveis para arbitrar valores diferenciados, eis que a intensidade da 
mácula moral não se aufere por fórmulas matemáƟcas, mas decorre da análise circunstanciada e equilibrada do episódio lesivo como um todo. 3. Danos morais que devem ser 
reduzidos à luz dos critérios da razoabilidade e da proporcionalidade. 4. Recurso parcialmente provido.  
  
Tribunal de JusƟça do Rio de Janeiro 
2007.001.28856 - APELACAO - 1ª Ementa 
DES. ADEMIR PIMENTEL - Julgamento: 22/08/2007 - DECIMA TERCEIRA CAMARA CIVEL 
ACAO DE INDENIZACAO POR ATO ILICITO 
TROCA DE CRIANCAS EM MATERNIDADE 
MORTE DE UMA DAS CRIANCAS 
DANO MORAL 
PRINCIPIO DA PRESERVACAO DA SOCIEDADE EMPRESARIAL 
Processual Civil. Ação para reparação de danos morais por ato ilícito. Criança trocada na maternidade e que se constatou haver falecido, quando da troca promovida em sede 
judicial. Ao invés do filho querido, uma cerƟdão de óbito."Daminum in re ipsa ". Valor indenizatório que, ao lado do aspecto reparatório, deve atender aos aspectos pedagógicos da 
condenação, sem, contudo, colocar em risco a saúde financeira da insƟtuição. Parcial provimento ao primeiro e improvimento ao segundo recurso. I- Indiscuơvel a culpa de 
estabelecimento hospitalar que em maternidade troca os bebês nascidos, cabendo -lhe responder pelo ato negligente de seus prepostos; II- Ainda que a morte do bebê não decorra de 
ato do nosocômio, a troca ocorrida reƟrou dos verdadeiros pais a oportunidade de conviver nas poucas horas de vida, com o filho querido. Afagar-lhe, beijar-lhe a face gélida e lhe 
dar um sepulcro como eles, verdadeiros pais, gostariam de dar. Não que aqueles que o deƟnham Ɵvessem agido culposamente e não lhe tenha dado sepulcro digno; III- A "via crucis" 
experimentada pelos Autores, principalmente a mãe se submetendo à humilhação de exames de DNA em face da dúvida da paternidade, culminou com o triste desenlace: quando da 
troca entregaram um filho e receberam no lugar de seu filho uma cerƟdão de óbito; IV- "Damnum in re ipsa ",cujo valor indenizatório, sem se afastar dos aspectosda reparação, deve 
atender aos princípios pedagógicos da condenação, a tentaƟva de, através de condenações significaƟvas, se evitarem novos sofrimentos para aquelas mães que trazem ao mundo 
filhos queridos. Contudo, esse valor não pode traduzir risco à sobrevivência da insƟtuição; V- Parcial provimento ao primeiro e improvimento ao segundo recurso. 
 
[1] Texto de Damásio de Jesus. Disponível em <http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=2590>. Acesso em: 20 de novembro de 2008. 
[2] Disponível em: < http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=7474>. Acesso em: 20 de novembro de 2008. 
Plano de Aula: Teoria e Prática da Argumentação Jurídica 
TEORIA E PRÁTICA DA ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA
Estácio de Sá Página 1 / 3
Título 
Teoria e Prática da Argumentação Jurídica 
Número de Aulas por Semana 
 
Número de Semana de Aula 
11 
Tema 
Desenvolvimento da fundamentação e da conclusão no texto jurídico 
Objetivos 
- Produzir fundamentação e conclusão do texto jurídico -argumentativo. 
Estrutura do Conteúdo 
1. Desenvolvimento da fundamentação e da conclusão do texto jurídico. 
2. IdenƟficação e uso dos elementos consƟtuƟvos do texto argumentaƟvo. 
Aplicação Prática Teórica 
A argumentação jurídica, para ter sucesso, deve recorrer a estratégias que expressem a interpretação sobre uma questão do Direito que se desenvolve em um contexto 
espacial e temporal. Portanto, antes de argumentar, é necessário que se proceda a um planejamento, considerando -se os contextos, os fatos, as provas e os indícios extraídos do 
caso concreto, sustentando-se sempre nas fontes do Direito.   Torna-se necessário, também, ter em mente os prováveis argumentos do opositor, a fim de neutralizá -los. 
Após a análise minuciosa do caso concreto, são escolhidos os recursos argumentaƟvos para a produção do texto jurídico. Assim, o texto será construído não insƟnƟva e 
espontaneamente, mas apoiado em um planejamento, a fim de manter a unidade e a coerência necessárias ao convencimento. Somente com organização é possível traçar estratégias 
persuasivas capazes de fazer com que a tese defendida seja aceita. 
  
  
QUESTÃO DISCURSIVA 
Analise os elementos consƟtuƟvos da argumentação jurídica que seguem e escreva a fundamentação e a conclusão perƟnentes. Para que se compreenda a importância 
das disciplinas de Português Jurídico para o Exame das OAB, transcrevemos a ?grade de comentários? uƟlizada pelos examinadores. Atente para os critérios a serem comentados. 
Dos seis existentes, quatro são trabalhados diretamente por nossas disciplinas. 
  
1. Adequação da Peça ao problema apresentado: 
2. Raciocínio jurídico: 
3. Fundamentação e sua consistência: 
4. Capacidade de interpretação e exposição: 
5. Correção gramaƟcal: 
6. Técnica profissional: 
  
Situação de conflito 
  
Pedro foi denunciado, pelo Promotor de JusƟça da comarca de São Paulo, de subtrair, em 1º de julho de 2009, a importância de R$ 360,00 em dinheiro de Antônio, uƟlizando-
se de um revólver de brinquedo. 
  
Tese 
O réu deve ser condenado pela práƟca do crime de roubo qualificado. 
  
Contextualização do real 
Fatos favoráveis à tese: 
- O Juiz ouviu o réu no dia 5 de setembro de 2009, ocasião em que confessou, com detalhes, a práƟca delituosa, descrevendo a víƟma e afirmando que o dinheiro fora uƟlizado na 
compra de drogas. 
- O réu afirmou, ainda, que havia sido internado várias vezes para tratamento de desintoxicação. 
- O réu foi preso em flagrante, com R$ 360,00 no bolso, a duas quadras do local do crime, por um policial à paisana, por estar em ?aƟtude suspeita?. 
- A víƟma garante que o réu tem o mesmo porte İsico de quem o abordou no ato delituoso e usava roupas semelhantes, calça jeans e camiseta branca. 
  
Fatos contrários à tese: 
- Na referida oiƟva com o juiz, o réu não estava acompanhado de seu defensor. 
- A víƟma, ao ser ouvida, confirmou o fato e afirmou que não viu o rosto do autor do crime porque estava encoberto e, por isso, não Ɵnha condições de reconhecê-lo com segurança. 
- - Dois policiais afirmaram que ouviram a víƟma gritando que havia sido roubada, mas nada encontraram no local do crime. 
  
Para a produção do que se pede, caso julgue necessário, uƟlize as polifonias: 
  
LEGISLAÇÃO 
Roubo 
Art. 157, CP - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à 
impossibilidade de resistência: 
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 10 (dez) anos, e multa. 
  
§ 1° - Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída a coisa, emprega violência contra pessoa ou grave ameaça, a fim de assegurar a impunidade do crime ou a detenção da 
coisa para si ou para terceiro. 
  
Roubo qualificado 
§ 2° - A pena aumenta -se de um terço até metade: 
I - se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma; 
II - se há o concurso de duas ou mais pessoas; 
III - se a víƟma está em serviço de transporte de valores e o agente conhece tal circunstância; 
IV - se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior; 
V - se o agente mantém a víƟma em seu poder, restringindo sua liberdade. 
  
§ 3° Se da violência resulta lesão corporal grave, a pena é de reclusão, de cinco a quinze anos, além da multa; se resulta morte, a reclusão é de vinte a trinta anos, sem prejuízo da 
multa. 
  
Art. 261, CPP - Nenhum acusado, ainda que ausente ou foragido, será processado ou julgado sem defensor. 
Parágrafo único. A defesa técnica, quando realizada por defensor público ou daƟvo, será sempre exercida através de manifestação fundamentada. 
  
DOUTRINA 
Cancelada a súmula nº 174 do Superior Tribunal de JusƟça[1] 
Agravação da pena em face do emprego de arma de brinquedo 
na execução do crime de roubo 
  
Nos termos do art. 157, § 2.º, I, do Código Penal, a pena deve ser agravada de um terço até metade "se a violência ou grave ameaça é exercida com emprego de arma". 
E quando se trata de arma de brinquedo ("arma finta")? 
Há duas orientações: 
1ª) o emprego de arma de brinquedo não agrava a pena do roubo : RT, 580/464, 591/360 e 667/305; JTACrimSP, 76/283, 72/23, 73/222, 75/54 e 202 e 99/275; STF, HC n. 
69.515, 1.ª Turma, rel. Min. Sepúlveda Pertence, DJU, 12.3.1993, p. 3561; RT, 705/416; 
2ª) o roubo é agravado : RTJ, 106/838, 109/285, 91/179, 95/299 e 103/443; RJTJSP, 14/488 e 40/367; RT, 540/419, 553/349, 555/377, 576/480, 588/439 e 592/434; 
JTACrimSP, 66/257, 67/258, 69/242 e 79/447; Justitia, 105/181; JTJ, 164/321. Era a orientação da Súmula n. 174 do STJ: 
"No crime de roubo, a inƟmidação feita com arma de brinquedo autoriza o aumento da pena". 
Sempre entendemos que o emprego de arma de brinquedo não aumenta a pena do crime de roubo, respondendo o sujeito pelo Ɵpo simples, sendo inadequada a Súmula n. 
174. Nossa argumentação se fundamenta no sistema da Ɵpicidade. O CP somente agrava a pena do delito quando o sujeito emprega arma . Revólver de brinquedo não é arma
(1). Logo, 
o fato é aơpico diante da circunstância. Caso contrário, por coerência, o porte de revólver de brinquedo consƟtuiria o crime do art. 10, caput, da Lei n. 9.437, de 20.2.1997 (porte 
ilegal de arma de fogo). Se, no roubo, configura a circunstância "arma", por que não consƟtuiria a elementar do crime especial? Como disse o Ministro Sepúlveda Pertence no HC n. 
69.515, julgado pela 1.ª Turma do STF, em 1.º.12.1992, "a melhor doutrina tem oposto críƟca demolidora" à tese de que o roubo, na espécie, é circunstanciado(2). 
A Terceira Seção do STJ, no REsp n. 213.054, de São Paulo, em 24.10.2001, relator o Ministro José Arnaldo da Fonseca, decidiu cancelar a Súmula n. 174, considerando que 
o emprego de arma de brinquedo, embora não descaracterize o crime, não agrava o roubo, uma vez que não apresenta real potencial ofensivo. Ficou assentado que a incidência dareferida circunstância de exasperação da pena: 
1º) fere o princípio consƟtucional da reserva legal (princípio da Ɵpicidade); 
2º) configura bis in idem ; 
3º) deve ser apreciada na sentença final como critério direƟvo de dosagem da pena (circunstância judicial do art. 59 do CP); 
4º) lesa o princípio da proporcionalidade
(3). 
De notar-se que a decisão apenas cancelou a referida Súmula, não havendo impedimento a que juízes e tribunais ainda conƟnuem adotando a segunda orientação, que 
determina o agravamento da pena. Além disso, há o perigo de que, cancelada a mencionada Súmula, venham a reconhecer, no roubo agravado pelo concurso de pessoas, o concurso 
material entre esse Ɵpo e o crime de uƟlização de arma de brinquedo na execução do fato (art. 10, § 1.º, II, da Lei n. 9.437/97). Se isso ocorrer, teremos a seguinte situação: se os 
assaltantes empregarem arma verdadeira , a pena mínima abstrata será de 5 anos e 4 meses de reclusão (art. 157, § 2. º, I e II, do CP); se roubarem com revólver de brinquedo , 
aplicando-se a regra do concurso material, a pena mínima abstrata será maior, qual seja, 6 anos e 4 meses de privação da liberdade (5 anos e 4 meses pelo roubo agravado pelo 
concurso de pessoas e 1 ano pelo crime da lei especial). Então, se os assaltantes receberem a mensagem, irão usar somente armas verdadeiras. 
  
  
A Lei 10.826/2003[2] 
A única disciplina jurídica que possui a nova Lei de Armas sobre o brinquedo perigoso é o art. 26, no qual prescreve que:  "São vedadas a fabricação, a venda, a 
comercialização e a importação de brinquedos, réplicas e simulacros de armas de fogo, que com elas se possam confundir". 
Com isso chega -se a seguinte conclusão: é proibida a práƟca de atos comerciais tendo por objeto arma de brinquedo que possa ser confundida com arma de fogo. Logo, se 
for comeƟdo algum crime com a uƟlização de arma de brinquedo, o agente só responderá pelo crime que efeƟvamente cometer, não podendo a uƟlização da arma de brinquedo ser 
objeto de elementar ou circunstância do crime. 
A falta de técnica legislaƟva para a elaboração da Lei está muito aquém do aclamado pela sociedade. Explico. 
Se o legislador proibiu a práƟca empresarial de arma de brinquedo é porque esta possui uma lesividade considerada. Então, porque não impor uma sanção própria como 
fez a revogada Lei? 
Chega -se ao absurdo de se proibir a práƟca de comércio com a arma de brinquedo e ser totalmente livre a sua uƟlização na práƟca de crimes. Seria o mesmo que 
considerar proibida a venda de entorpecente e ser liberado o seu uso. 
  
JURISPRUDÊNCIA 
  
2006.0000.0945-8/0 - APELAÇÃO CRIME ? Tribunal de JusƟça do Ceará 
Data Protocolo: 14/02/2006 
Data Distribuição: 02/05/2006 
Órgão Julgador: 1ª CÂMARA CRIMINAL 
Relator: Des. FRANCISCO HAROLDO R. DE ALBUQUERQUE 
Ementa: APELAÇÃO CRIMINAL. ROUBO DUPLAMENTE QUALIFICADO. AUTORIA DO CRIME COMPROVADA. ABSOLVIÇÃO INVIÁVEL. PARTICIPAÇÃO DE MENOR IMPORTÂNCIA. 
DESCLASSIFICAÇÃO PARA A FORMA TENTADA. INVIÁVEL. INEXISTÊNCIA DE CONCURSO MATERIAL. INOCORRÊNCIA. DIMINUIÇÃO DE PENA. IMPOSSIBILIDADE. DECOTE DE QUALIFICADORA. 
ARMA DE BRINQUEDO. PROVIMENTO PARCIAL. I - Inviável a absolvição pleiteada, quando as provas coletadas durante a instrução, especialmente os depoimentos testemunhais e as 
declarações das víƟmas, comprovam, sem eiva de dúvidas, que o apelante cometeu os crimes pelos quais foi condenado. II - Não se pode considerar como sendo de menor 
importância a parƟcipação do acusado que, empunhando a arma do crime, anunciou o assalto. III - A consumação do crime de roubo se dá no momento em que o agente, mediante 
violência ou grave ameaça, reƟra o bem da posse do ofendido, embora tenha sido logo após devolvido. IV - O acusado, mediante duas ações disƟntas, ocorridas em ruas e horários 
diversos, cometeu dois crimes de roubo, o que se amolda, perfeitamente, no conceito de concurso material, definido no art. 69 do Código Penal. V  - Não se reputa severa a pena 
aplicada no mínimo legal, quando presentes as circunstâncias do art. 59 do código repressivo. VI  - O emprego de arma de brinquedo não qualifica o crime de roubo, devendo ser 
reƟrada dita qualificadora, sem alterar, contudo, a pena fixada, haja vista que o juiz sentenciante, pela incidência de duas qualificadoras, estabeleceu o aumento mínimo de 1/3. VII 
- Apelo parcialmente provido, apenas para decotar a qualificadora do emprego de arma, mantendo-se inalterada, entretanto, a pena aplicada. 
  
Tribunal de JusƟça de Pernambuco 
Nº Processo         213992002 
Acórdão                0431882003 
Relator                  NELMA SARNEY COSTA 
Data                       25/02/2003 00:00:00 
Órgão                    SÃO LUÍS 
Processo               APELAÇÃO CRIMINAL 
Ementa                  Apelação criminal. Crime de roubo. Defesa pleiteia desclassificação para o crime de furto, dado a inexistência de potencialidade lesiva na arma de brinquedo. 
Inadmissibilidade. Desclassificação para crime para modalidade tentada. Procedência. Pena definiƟva não superior a dois anos. Concessão da suspensão condicional da pena. I - a 
uƟlização de simulacro de arma de fogo, quando causa inƟmidação à víƟma, é meio idôneo para a caracterização da vis compulsiva e, conseqüentemente, do crime de roubo. II - 
para a consumação do delito de roubo, assim, como no de furto, é necessário que haja inversão do ơtulo da posse da res furtiva. Tendo sido, os agentes, presos por populares 
quando tentavam fugir com a coisa subtraída, interrompido está o  iter criminis, restando configurado apenas o delito na sua forma tentada. III- presentes os pressupostos da 
suspensão condicional do processo impõe -se a sua concessão. IV  - recurso parcialmente provido à unanimidade. 
  
Tribunal de JusƟça do Rio de Janeiro 
2007.001.62394 - APELACAO 
DES. ELTON LEME - Julgamento: 30/01/2008 - DECIMA SETIMA CAMARA CIVEL 
TROCA DE BEBES DURANTE AS PRIMEIRAS HORAS DE VIDA 
PRIMEIRO ALEITAMENTO REALIZADO POR MAE DIVERSA 
MA PRESTACAO DE SERVICOS 
DANO MORAL 
REDUCAO DO VALOR 
AÇÃO INDENIZATÓRIA. RESPONSABILIDADE OBJETIVA DE ESTABELECIMENTO HOSPITALAR. TROCA DE BEBÊS DURANTE AS PRIMEIRAS HORAS DE VIDA. PRIMEIRO ALEITAMENTO REALIZADO 
POR MÃE DIVERSA. DANOS MORAIS CONFIGURADOS. REDUÇÃO DO QUANTUM INDENIZATÓRIO. 1. A troca de bebês nas primeiras horas de vida, que acarretou o primeiro aleitamento 
por mães diversas, não deixa dúvida acerca do serviço defeituoso prestado pelo estabelecimento hospitalar que, por isso, responde pelos danos morais causados aos respecƟvos 
pais. 2. Não obstante haja diferenças na percepção do vício do serviço pelos pais dos bebês, não há moƟvos plausíveis para arbitrar valores diferenciados, eis que a intensidade da 
mácula moral não se aufere por fórmulas matemáƟcas, mas decorre da análise circunstanciada e equilibrada do episódio lesivo como um todo. 3. Danos morais que devem ser 
reduzidos à luz dos critérios da razoabilidade e da proporcionalidade. 4. Recurso parcialmente provido.  
  
Tribunal de JusƟça do Rio de Janeiro 
2007.001.28856 - APELACAO - 1ª Ementa 
DES. ADEMIR PIMENTEL - Julgamento: 22/08/2007 - DECIMA TERCEIRA CAMARA CIVEL 
ACAO DE INDENIZACAO POR ATO ILICITO 
TROCA DE CRIANCAS EM MATERNIDADE 
MORTE DE UMA DAS CRIANCAS 
DANO MORAL 
PRINCIPIO DA PRESERVACAO DA SOCIEDADE EMPRESARIAL 
Processual Civil. Ação para reparação de danos morais por ato ilícito. Criança trocada na maternidade e que se constatou haver falecido, quando da troca promovida em sede 
judicial. Ao invés do filho querido, uma cerƟdão de óbito."Daminum in re ipsa ". Valor indenizatório que, ao lado do aspecto reparatório, deve atender aos aspectos pedagógicos da 
condenação, sem, contudo, colocar em risco a saúde financeira da insƟtuição. Parcial provimento ao primeiro e improvimento ao segundo recurso. I- Indiscuơvel a culpa de 
estabelecimento hospitalar que em maternidade troca os bebês nascidos, cabendo -lhe responder pelo ato negligente de seusprepostos; II- Ainda que a morte do bebê não decorra de 
ato do nosocômio, a troca ocorrida reƟrou dos verdadeiros pais a oportunidade de conviver nas poucas horas de vida, com o filho querido. Afagar-lhe, beijar-lhe a face gélida e lhe 
dar um sepulcro como eles, verdadeiros pais, gostariam de dar. Não que aqueles que o deƟnham Ɵvessem agido culposamente e não lhe tenha dado sepulcro digno; III- A "via crucis" 
experimentada pelos Autores, principalmente a mãe se submetendo à humilhação de exames de DNA em face da dúvida da paternidade, culminou com o triste desenlace: quando da 
troca entregaram um filho e receberam no lugar de seu filho uma cerƟdão de óbito; IV- "Damnum in re ipsa ",cujo valor indenizatório, sem se afastar dos aspectos da reparação, deve 
atender aos princípios pedagógicos da condenação, a tentaƟva de, através de condenações significaƟvas, se evitarem novos sofrimentos para aquelas mães que trazem ao mundo 
filhos queridos. Contudo, esse valor não pode traduzir risco à sobrevivência da insƟtuição; V- Parcial provimento ao primeiro e improvimento ao segundo recurso. 
 
[1] Texto de Damásio de Jesus. Disponível em <http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=2590>. Acesso em: 20 de novembro de 2008. 
[2] Disponível em: < http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=7474>. Acesso em: 20 de novembro de 2008. 
Plano de Aula: Teoria e Prática da Argumentação Jurídica 
TEORIA E PRÁTICA DA ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA
Estácio de Sá Página 2 / 3
Título 
Teoria e Prática da Argumentação Jurídica 
Número de Aulas por Semana 
 
Número de Semana de Aula 
11 
Tema 
Desenvolvimento da fundamentação e da conclusão no texto jurídico 
Objetivos 
- Produzir fundamentação e conclusão do texto jurídico -argumentativo. 
Estrutura do Conteúdo 
1. Desenvolvimento da fundamentação e da conclusão do texto jurídico. 
2. IdenƟficação e uso dos elementos consƟtuƟvos do texto argumentaƟvo. 
Aplicação Prática Teórica 
A argumentação jurídica, para ter sucesso, deve recorrer a estratégias que expressem a interpretação sobre uma questão do Direito que se desenvolve em um contexto 
espacial e temporal. Portanto, antes de argumentar, é necessário que se proceda a um planejamento, considerando -se os contextos, os fatos, as provas e os indícios extraídos do 
caso concreto, sustentando-se sempre nas fontes do Direito.   Torna-se necessário, também, ter em mente os prováveis argumentos do opositor, a fim de neutralizá -los. 
Após a análise minuciosa do caso concreto, são escolhidos os recursos argumentaƟvos para a produção do texto jurídico. Assim, o texto será construído não insƟnƟva e 
espontaneamente, mas apoiado em um planejamento, a fim de manter a unidade e a coerência necessárias ao convencimento. Somente com organização é possível traçar estratégias 
persuasivas capazes de fazer com que a tese defendida seja aceita. 
  
  
QUESTÃO DISCURSIVA 
Analise os elementos consƟtuƟvos da argumentação jurídica que seguem e escreva a fundamentação e a conclusão perƟnentes. Para que se compreenda a importância 
das disciplinas de Português Jurídico para o Exame das OAB, transcrevemos a ?grade de comentários? uƟlizada pelos examinadores. Atente para os critérios a serem comentados. 
Dos seis existentes, quatro são trabalhados diretamente por nossas disciplinas. 
  
1. Adequação da Peça ao problema apresentado: 
2. Raciocínio jurídico: 
3. Fundamentação e sua consistência: 
4. Capacidade de interpretação e exposição: 
5. Correção gramaƟcal: 
6. Técnica profissional: 
  
Situação de conflito 
  
Pedro foi denunciado, pelo Promotor de JusƟça da comarca de São Paulo, de subtrair, em 1º de julho de 2009, a importância de R$ 360,00 em dinheiro de Antônio, uƟlizando-
se de um revólver de brinquedo. 
  
Tese 
O réu deve ser condenado pela práƟca do crime de roubo qualificado. 
  
Contextualização do real 
Fatos favoráveis à tese: 
- O Juiz ouviu o réu no dia 5 de setembro de 2009, ocasião em que confessou, com detalhes, a práƟca delituosa, descrevendo a víƟma e afirmando que o dinheiro fora uƟlizado na 
compra de drogas. 
- O réu afirmou, ainda, que havia sido internado várias vezes para tratamento de desintoxicação. 
- O réu foi preso em flagrante, com R$ 360,00 no bolso, a duas quadras do local do crime, por um policial à paisana, por estar em ?aƟtude suspeita?. 
- A víƟma garante que o réu tem o mesmo porte İsico de quem o abordou no ato delituoso e usava roupas semelhantes, calça jeans e camiseta branca. 
  
Fatos contrários à tese: 
- Na referida oiƟva com o juiz, o réu não estava acompanhado de seu defensor. 
- A víƟma, ao ser ouvida, confirmou o fato e afirmou que não viu o rosto do autor do crime porque estava encoberto e, por isso, não Ɵnha condições de reconhecê-lo com segurança. 
- - Dois policiais afirmaram que ouviram a víƟma gritando que havia sido roubada, mas nada encontraram no local do crime. 
  
Para a produção do que se pede, caso julgue necessário, uƟlize as polifonias: 
  
LEGISLAÇÃO 
Roubo 
Art. 157, CP - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à 
impossibilidade de resistência: 
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 10 (dez) anos, e multa. 
  
§ 1° - Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída a coisa, emprega violência contra pessoa ou grave ameaça, a fim de assegurar a impunidade do crime ou a detenção da 
coisa para si ou para terceiro. 
  
Roubo qualificado 
§ 2° - A pena aumenta -se de um terço até metade: 
I - se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma; 
II - se há o concurso de duas ou mais pessoas; 
III - se a víƟma está em serviço de transporte de valores e o agente conhece tal circunstância; 
IV - se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior; 
V - se o agente mantém a víƟma em seu poder, restringindo sua liberdade. 
  
§ 3° Se da violência resulta lesão corporal grave, a pena é de reclusão, de cinco a quinze anos, além da multa; se resulta morte, a reclusão é de vinte a trinta anos, sem prejuízo da 
multa. 
  
Art. 261, CPP - Nenhum acusado, ainda que ausente ou foragido, será processado ou julgado sem defensor. 
Parágrafo único. A defesa técnica, quando realizada por defensor público ou daƟvo, será sempre exercida através de manifestação fundamentada. 
  
DOUTRINA 
Cancelada a súmula nº 174 do Superior Tribunal de JusƟça[1] 
Agravação da pena em face do emprego de arma de brinquedo 
na execução do crime de roubo 
  
Nos termos do art. 157, § 2.º, I, do Código Penal, a pena deve ser agravada de um terço até metade "se a violência ou grave ameaça é exercida com emprego de arma". 
E quando se trata de arma de brinquedo ("arma finta")? 
Há duas orientações: 
1ª) o emprego de arma de brinquedo não agrava a pena do roubo : RT, 580/464, 591/360 e 667/305; JTACrimSP, 76/283, 72/23, 73/222, 75/54 e 202 e 99/275; STF, HC n. 
69.515, 1.ª Turma, rel. Min. Sepúlveda Pertence, DJU, 12.3.1993, p. 3561; RT, 705/416; 
2ª) o roubo é agravado : RTJ, 106/838, 109/285, 91/179, 95/299 e 103/443; RJTJSP, 14/488 e 40/367; RT, 540/419, 553/349, 555/377, 576/480, 588/439 e 592/434; 
JTACrimSP, 66/257, 67/258, 69/242 e 79/447; Justitia, 105/181; JTJ, 164/321. Era a orientação da Súmula n. 174 do STJ: 
"No crime de roubo, a inƟmidação feita com arma de brinquedo autoriza o aumento da pena". 
Sempre entendemos que o emprego de arma de brinquedo não aumenta a pena do crime de roubo, respondendo o sujeito pelo Ɵpo simples, sendo inadequada a Súmula n. 
174. Nossa argumentação se fundamenta no sistema da Ɵpicidade. O CP somente agrava a pena do delito quando o sujeito emprega arma . Revólver de brinquedo não é arma
(1). Logo, 
o fato é aơpico diante da circunstância. Caso contrário, por coerência, o porte de revólver de brinquedo consƟtuiria ocrime do art. 10, caput, da Lei n. 9.437, de 20.2.1997 (porte 
ilegal de arma de fogo). Se, no roubo, configura a circunstância "arma", por que não consƟtuiria a elementar do crime especial? Como disse o Ministro Sepúlveda Pertence no HC n. 
69.515, julgado pela 1.ª Turma do STF, em 1.º.12.1992, "a melhor doutrina tem oposto críƟca demolidora" à tese de que o roubo, na espécie, é circunstanciado(2). 
A Terceira Seção do STJ, no REsp n. 213.054, de São Paulo, em 24.10.2001, relator o Ministro José Arnaldo da Fonseca, decidiu cancelar a Súmula n. 174, considerando que 
o emprego de arma de brinquedo, embora não descaracterize o crime, não agrava o roubo, uma vez que não apresenta real potencial ofensivo. Ficou assentado que a incidência da 
referida circunstância de exasperação da pena: 
1º) fere o princípio consƟtucional da reserva legal (princípio da Ɵpicidade); 
2º) configura bis in idem ; 
3º) deve ser apreciada na sentença final como critério direƟvo de dosagem da pena (circunstância judicial do art. 59 do CP); 
4º) lesa o princípio da proporcionalidade
(3). 
De notar-se que a decisão apenas cancelou a referida Súmula, não havendo impedimento a que juízes e tribunais ainda conƟnuem adotando a segunda orientação, que 
determina o agravamento da pena. Além disso, há o perigo de que, cancelada a mencionada Súmula, venham a reconhecer, no roubo agravado pelo concurso de pessoas, o concurso 
material entre esse Ɵpo e o crime de uƟlização de arma de brinquedo na execução do fato (art. 10, § 1.º, II, da Lei n. 9.437/97). Se isso ocorrer, teremos a seguinte situação: se os 
assaltantes empregarem arma verdadeira , a pena mínima abstrata será de 5 anos e 4 meses de reclusão (art. 157, § 2. º, I e II, do CP); se roubarem com revólver de brinquedo , 
aplicando-se a regra do concurso material, a pena mínima abstrata será maior, qual seja, 6 anos e 4 meses de privação da liberdade (5 anos e 4 meses pelo roubo agravado pelo 
concurso de pessoas e 1 ano pelo crime da lei especial). Então, se os assaltantes receberem a mensagem, irão usar somente armas verdadeiras. 
  
  
A Lei 10.826/2003[2] 
A única disciplina jurídica que possui a nova Lei de Armas sobre o brinquedo perigoso é o art. 26, no qual prescreve que:  "São vedadas a fabricação, a venda, a 
comercialização e a importação de brinquedos, réplicas e simulacros de armas de fogo, que com elas se possam confundir". 
Com isso chega -se a seguinte conclusão: é proibida a práƟca de atos comerciais tendo por objeto arma de brinquedo que possa ser confundida com arma de fogo. Logo, se 
for comeƟdo algum crime com a uƟlização de arma de brinquedo, o agente só responderá pelo crime que efeƟvamente cometer, não podendo a uƟlização da arma de brinquedo ser 
objeto de elementar ou circunstância do crime. 
A falta de técnica legislaƟva para a elaboração da Lei está muito aquém do aclamado pela sociedade. Explico. 
Se o legislador proibiu a práƟca empresarial de arma de brinquedo é porque esta possui uma lesividade considerada. Então, porque não impor uma sanção própria como 
fez a revogada Lei? 
Chega -se ao absurdo de se proibir a práƟca de comércio com a arma de brinquedo e ser totalmente livre a sua uƟlização na práƟca de crimes. Seria o mesmo que 
considerar proibida a venda de entorpecente e ser liberado o seu uso. 
  
JURISPRUDÊNCIA 
  
2006.0000.0945-8/0 - APELAÇÃO CRIME ? Tribunal de JusƟça do Ceará 
Data Protocolo: 14/02/2006 
Data Distribuição: 02/05/2006 
Órgão Julgador: 1ª CÂMARA CRIMINAL 
Relator: Des. FRANCISCO HAROLDO R. DE ALBUQUERQUE 
Ementa: APELAÇÃO CRIMINAL. ROUBO DUPLAMENTE QUALIFICADO. AUTORIA DO CRIME COMPROVADA. ABSOLVIÇÃO INVIÁVEL. PARTICIPAÇÃO DE MENOR IMPORTÂNCIA. 
DESCLASSIFICAÇÃO PARA A FORMA TENTADA. INVIÁVEL. INEXISTÊNCIA DE CONCURSO MATERIAL. INOCORRÊNCIA. DIMINUIÇÃO DE PENA. IMPOSSIBILIDADE. DECOTE DE QUALIFICADORA. 
ARMA DE BRINQUEDO. PROVIMENTO PARCIAL. I - Inviável a absolvição pleiteada, quando as provas coletadas durante a instrução, especialmente os depoimentos testemunhais e as 
declarações das víƟmas, comprovam, sem eiva de dúvidas, que o apelante cometeu os crimes pelos quais foi condenado. II - Não se pode considerar como sendo de menor 
importância a parƟcipação do acusado que, empunhando a arma do crime, anunciou o assalto. III - A consumação do crime de roubo se dá no momento em que o agente, mediante 
violência ou grave ameaça, reƟra o bem da posse do ofendido, embora tenha sido logo após devolvido. IV - O acusado, mediante duas ações disƟntas, ocorridas em ruas e horários 
diversos, cometeu dois crimes de roubo, o que se amolda, perfeitamente, no conceito de concurso material, definido no art. 69 do Código Penal. V  - Não se reputa severa a pena 
aplicada no mínimo legal, quando presentes as circunstâncias do art. 59 do código repressivo. VI  - O emprego de arma de brinquedo não qualifica o crime de roubo, devendo ser 
reƟrada dita qualificadora, sem alterar, contudo, a pena fixada, haja vista que o juiz sentenciante, pela incidência de duas qualificadoras, estabeleceu o aumento mínimo de 1/3. VII 
- Apelo parcialmente provido, apenas para decotar a qualificadora do emprego de arma, mantendo-se inalterada, entretanto, a pena aplicada. 
  
Tribunal de JusƟça de Pernambuco 
Nº Processo         213992002 
Acórdão                0431882003 
Relator                  NELMA SARNEY COSTA 
Data                       25/02/2003 00:00:00 
Órgão                    SÃO LUÍS 
Processo               APELAÇÃO CRIMINAL 
Ementa                  Apelação criminal. Crime de roubo. Defesa pleiteia desclassificação para o crime de furto, dado a inexistência de potencialidade lesiva na arma de brinquedo. 
Inadmissibilidade. Desclassificação para crime para modalidade tentada. Procedência. Pena definiƟva não superior a dois anos. Concessão da suspensão condicional da pena. I - a 
uƟlização de simulacro de arma de fogo, quando causa inƟmidação à víƟma, é meio idôneo para a caracterização da vis compulsiva e, conseqüentemente, do crime de roubo. II - 
para a consumação do delito de roubo, assim, como no de furto, é necessário que haja inversão do ơtulo da posse da res furtiva. Tendo sido, os agentes, presos por populares 
quando tentavam fugir com a coisa subtraída, interrompido está o  iter criminis, restando configurado apenas o delito na sua forma tentada. III- presentes os pressupostos da 
suspensão condicional do processo impõe -se a sua concessão. IV  - recurso parcialmente provido à unanimidade. 
  
Tribunal de JusƟça do Rio de Janeiro 
2007.001.62394 - APELACAO 
DES. ELTON LEME - Julgamento: 30/01/2008 - DECIMA SETIMA CAMARA CIVEL 
TROCA DE BEBES DURANTE AS PRIMEIRAS HORAS DE VIDA 
PRIMEIRO ALEITAMENTO REALIZADO POR MAE DIVERSA 
MA PRESTACAO DE SERVICOS 
DANO MORAL 
REDUCAO DO VALOR 
AÇÃO INDENIZATÓRIA. RESPONSABILIDADE OBJETIVA DE ESTABELECIMENTO HOSPITALAR. TROCA DE BEBÊS DURANTE AS PRIMEIRAS HORAS DE VIDA. PRIMEIRO ALEITAMENTO REALIZADO 
POR MÃE DIVERSA. DANOS MORAIS CONFIGURADOS. REDUÇÃO DO QUANTUM INDENIZATÓRIO. 1. A troca de bebês nas primeiras horas de vida, que acarretou o primeiro aleitamento 
por mães diversas, não deixa dúvida acerca do serviço defeituoso prestado pelo estabelecimento hospitalar que, por isso, responde pelos danos morais causados aos respecƟvos 
pais. 2. Não obstante haja diferenças na percepção do vício do serviço pelos pais dos bebês, não há moƟvos plausíveis para arbitrar valores diferenciados, eis que a intensidade da 
mácula moral não se aufere por fórmulas matemáƟcas, mas decorre da análise circunstanciada e equilibrada do episódio lesivo como um todo. 3. Danos morais que devem ser 
reduzidos à luz dos critérios da razoabilidade e da proporcionalidade. 4. Recurso parcialmente provido.  
  
Tribunal de JusƟça do Rio de Janeiro 
2007.001.28856 - APELACAO - 1ª Ementa 
DES. ADEMIR PIMENTEL - Julgamento: 22/08/2007 - DECIMA TERCEIRA CAMARA CIVEL 
ACAO DE INDENIZACAO POR ATO ILICITO 
TROCA DE CRIANCASEM MATERNIDADE 
MORTE DE UMA DAS CRIANCAS 
DANO MORAL 
PRINCIPIO DA PRESERVACAO DA SOCIEDADE EMPRESARIAL 
Processual Civil. Ação para reparação de danos morais por ato ilícito. Criança trocada na maternidade e que se constatou haver falecido, quando da troca promovida em sede 
judicial. Ao invés do filho querido, uma cerƟdão de óbito."Daminum in re ipsa ". Valor indenizatório que, ao lado do aspecto reparatório, deve atender aos aspectos pedagógicos da 
condenação, sem, contudo, colocar em risco a saúde financeira da insƟtuição. Parcial provimento ao primeiro e improvimento ao segundo recurso. I- Indiscuơvel a culpa de 
estabelecimento hospitalar que em maternidade troca os bebês nascidos, cabendo -lhe responder pelo ato negligente de seus prepostos; II- Ainda que a morte do bebê não decorra de 
ato do nosocômio, a troca ocorrida reƟrou dos verdadeiros pais a oportunidade de conviver nas poucas horas de vida, com o filho querido. Afagar-lhe, beijar-lhe a face gélida e lhe 
dar um sepulcro como eles, verdadeiros pais, gostariam de dar. Não que aqueles que o deƟnham Ɵvessem agido culposamente e não lhe tenha dado sepulcro digno; III- A "via crucis" 
experimentada pelos Autores, principalmente a mãe se submetendo à humilhação de exames de DNA em face da dúvida da paternidade, culminou com o triste desenlace: quando da 
troca entregaram um filho e receberam no lugar de seu filho uma cerƟdão de óbito; IV- "Damnum in re ipsa ",cujo valor indenizatório, sem se afastar dos aspectos da reparação, deve 
atender aos princípios pedagógicos da condenação, a tentaƟva de, através de condenações significaƟvas, se evitarem novos sofrimentos para aquelas mães que trazem ao mundo 
filhos queridos. Contudo, esse valor não pode traduzir risco à sobrevivência da insƟtuição; V- Parcial provimento ao primeiro e improvimento ao segundo recurso. 
 
[1] Texto de Damásio de Jesus. Disponível em <http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=2590>. Acesso em: 20 de novembro de 2008. 
[2] Disponível em: < http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=7474>. Acesso em: 20 de novembro de 2008. 
Plano de Aula: Teoria e Prática da Argumentação Jurídica 
TEORIA E PRÁTICA DA ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA
Estácio de Sá Página 3 / 3

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