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Aula 67 - Direito Empresarial - Aula 02

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Direito Empresarial para Auditor Fiscal da Receita Federal 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Gabriel Rabelo – Aula 02 
 
Prof. Gabriel Rabelo www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 48 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
APRESENTAÇÃO ............................................................................................................................................ 2 
QUESTÕES DA CGU ..................................................................................................................................... 3 
TÓPICOS DA AULA DE HOJE ..................................................................................................................... 6 
SOCIEDADES PERSONIFICADAS ............................................................................................................ 6 
SOCIEDADE EM NOME COLETIVO .......................................................................................................... 7 
SOCIEDADE EM COMANDITA SIMPLES ................................................................................................ 9 
SOCIEDADES COOPERATIVAS ............................................................................................................... 11 
SOCIEDADES SIMPLES ............................................................................................................................. 13 
DAS FORMAS ADOTADAS PELAS SOCIEDADES SIMPLES ........................................................... 14 
REGISTRO DAS SOCIEDADES SIMPLES E NOME UTILIZADO ................................................... 14 
O CONTRATO SOCIAL DAS SOCIEDADES SIMPLES ...................................................................... 15 
MODIFICAÇÃO DO CONTRATO SOCIAL ............................................................................................. 16 
SÓCIOS DA SOCIEDADE SIMPLES ....................................................................................................... 16 
SÓCIO REMISSO ......................................................................................................................................... 17 
RESPONSABILIDADE DOS SÓCIOS NAS SOCIEDADES SIMPLES ............................................ 18 
CESSÃO DE QUOTAS NAS SOCIEDADES SIMPLES ........................................................................ 20 
DISTRIBUIÇÃO DE LUCROS NAS SOCIEDADES SIMPLES .......................................................... 20 
FILIAIS, SUCURSAIS OU AGÊNCIAS DAS SOCIEDADES SIMPLES .......................................... 21 
ADMINISTRAÇÃO DA SOCIEDADE SIMPLES .................................................................................... 21 
DELIBERAÇÕES DOS SÓCIOS ................................................................................................................ 24 
DISSOLUÇÃO DA SOCIEDADE SIMPLES ............................................................................................ 25 
QUESTÕES COMENTADAS ....................................................................................................................... 26 
QUESTÕES COMENTADAS NESTA AULA ............................................................................................ 43 
GABARITO DAS QUESTÕES COMENTADAS NESTA AULA ........................................................... 48 
 
AULA 02: 4. SOCIEDADES PERSONIFICADAS - TIPOS 
CONTRATUAIS MENORES. SOCIEDADE SIMPLES. SOCIEDADE 
COOPERATIVA. 
Direito Empresarial para Auditor Fiscal da Receita Federal 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Gabriel Rabelo – Aula 02 
 
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APRESENTAÇÃO 
 
Olá, meus amigos. Como estão?! 
 
Sejam bem-vindos a mais uma aula de DIREITO EMPRESARIAL para o 
concurso de AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL. 
 
Agradeço, novamente, a todos por estarem em mais um encontro conosco, 
depositando confiança neste humilde trabalho. 
 
Relembremos o nosso edital, já deixando grifados os pontos vistos nas 
primeiras aulas: 
 
DIREITO COMERCIAL: 1. Empresa. Empresário. Estabelecimento. 2. 
Microempresa e empresa de pequeno porte (Lei Complementar nº 123/2006). 
3. Prepostos. Escrituração. 4. Conceito de sociedades. Sociedades não 
personificadas e personificadas. Sociedade simples. 5. Sociedade limitada. 
Sociedades por ações. Sociedade cooperativa. Operações societárias. Dissolução 
e liquidação de sociedades. 6. Recuperação judicial e extrajudicial. Falência. 
Classificação creditória. 7. Nota promissória. Cheque. Duplicata. 
 
Hoje, veremos: 
 
Aula 02: (11/05/2012). 4. Sociedades personificadas - tipos contratuais 
menores. Sociedade simples. Sociedade cooperativa. 
 
Vamos aos trabalhos? Temos muito assunto pela frente! 
 
Deixamos nosso e-mail, para dúvidas: 
 
gabrielrabelo@estrategiaconcursos.com.br 
 
Quaisquer dúvidas, por favor, enviem, estamos à disposição. 
 
Forte abraço! 
 
Gabriel Rabelo 
Direito Empresarial para Auditor Fiscal da Receita Federal 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Gabriel Rabelo – Aula 02 
 
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QUESTÕES DA CGU 
 
Pessoal, na data de 17 de junho de 2012, a ESAF realizou o concurso para 
Analista de Finanças e Controle, da Controladoria Geral da União. A nossa 
disciplina, direito empresarial, foi cobrada. 
 
Veremos, ao longo do curso, todas as questões desta prova. 
 
Do conteúdo que já vimos até agora, a seguinte questão nos interessa (tomem 
como questão desafio): 
 
(ESAF/Analista de Finanças e Controle/AFC/CGU/2012) A respeito do 
empresário e da empresa individual de responsabilidade limitada, assinale a 
opção correta. 
 
a) Enquanto a empresa individual de responsabilidade limitada pode adotar 
firma ou denominação, o empresário pode valer-se apenas de denominação. 
b) A empresa individual de responsabilidade limitada e o empresário 
devidamente registrados são, para todos os efeitos, pessoas jurídicas. 
c) A pessoa natural que constituir empresa individual de responsabilidade 
limitada somente poderá figurar em uma única empresa dessa modalidade. 
d) Independentemente de registro na junta comercial, o empresário, cuja 
atividade rural constitua sua principal profissão, não pode requerer recuperação 
judicial. 
e) Aplicam-se à empresa individual de responsabilidade limitada, no que 
couber, as regras previstas para as sociedades simples. 
 
Comentários 
 
No direito empresarial, devemos distinguir a figura do empresário individual da 
figura da sociedade empresária. 
 
O empresário atua sozinho, enquanto que a sociedade é formada por um 
conjunto de sócios que, juntos, decidem explorar algum empreendimento. 
 
O empresário individual atua por sua conta e risco, enquanto pessoa física, isto 
é, não possui personalidade jurídica. 
 
Em nosso curso, vimos que as principais distinções entre empresário individual 
e sociedade empresária são: 
 
EMPRESÁRIO INDIVIDUAL SOCIEDADE EMPRESÁRIA 
Pessoa física 
Pessoa jurídica (não se confunde 
com os sócios - estes mantêm 
relação com a sociedade) 
Direito Empresarial para Auditor Fiscal da Receita Federal 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Gabriel Rabelo – Aula 02 
 
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Patrimônio pessoal confunde-se com 
o empresarial. Não há separação. 
Patrimônio próprio, diferente do dos 
sócios. 
A pessoa física responde pelos 
direitos e obrigações. 
Responsabilidade pessoal e ilimitada 
do empresário. 
A pessoa jurídica responde pelosdireitos e obrigações. Não há 
responsabilidade pessoal dos sócios, 
em regra. 
 
Todavia, o ordenamento jurídico criou recentemente a figura do empresário 
individual de responsabilidade limitada. Esta é uma nova figura. O empresário 
individual de responsabilidade limitada - EIRELI, instituído com a Lei 
12.441/2011, que modificou o Código Civil. Disse, em aula, que este tema 
certamente seria cobrado! E foi! 
 
E o que vem a ser o EIRELI?! A definição do que é o empresário individual de 
responsabilidade limitada consta do artigo 980-A do Código Civil. 
 
DEFINIÇÃO 
 
A empresa individual de responsabilidade limitada será constituída por uma 
única pessoa titular da totalidade do capital social, devidamente integralizado, 
que não será inferior a 100 (cem) vezes o maior salário-mínimo vigente no 
País. 
 
Portanto, trata-se de uma única pessoa cujo capital “social” não será inferior a 
100 vezes o salário mínimo vigente. 
 
O empresário individual de responsabilidade limitada não responderá com a 
totalidade de seu patrimônio pessoal pelas obrigações sociais, mas apenas com 
aquilo que afetar às atividades empresariais. 
 
Outro aspecto importante é que a Lei 12.441 conferiu PERSONALIDADE 
JURÍDICA AO EIRELI. O empresário individual cuja responsabilidade não é 
limitada não possui personalidade jurídica. 
 
GRAVE-SE!!! 
 
EMPRESÁRIO INDIVIDUAL “SIMPLES”  NÃO POSSUI PERSONALIDADE 
JURÍDICA, RESPONSABILIDADE ILIMITADA. 
EMPRESÁRIO INDIVIDUAL DE RESPONSABILIDADE LIMITADA  
POSSUI PERSONALIDADE JURÍDICA, RESPONSABILIDADE LIMITADA. 
 
Vamos às assertivas. 
 
a) Enquanto a empresa individual de responsabilidade limitada pode 
adotar firma ou denominação, o empresário pode valer-se apenas de 
denominação. 
 
Direito Empresarial para Auditor Fiscal da Receita Federal 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Gabriel Rabelo – Aula 02 
 
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Nome empresarial é o nome adotado pela pessoa física ou jurídica para o 
exercício da atividade por ele desenvolvida e por cujo meio se identifica. Dessa 
forma, tal como o nome civil está para a pessoa física, o nome empresarial está 
para o empresário. 
 
O empresário individual atua sob firma ou razão individual, cuja composição 
constitui-se do nome civil, completo ou abreviado, aditando-lhe, se quiser, 
designação mais precisa de sua pessoa ou atividade. Exemplo de firma 
individual: Gabriel Rabelo – Conveniência. 
 
Veja o teor do CC: Art. 1.156. O empresário opera sob firma constituída por seu 
nome, completo ou abreviado, aditando-lhe, se quiser, designação mais precisa 
da sua pessoa ou do gênero de atividade. 
 
O empresário individual de responsabilidade limitada, por seu turno, pode atuar 
sob firma ou denominação social, como prescreve o Código Civil: 
 
Art. 980-A. § 1º O nome empresarial deverá ser formado pela inclusão da 
expressão "EIRELI" após a firma ou a denominação social da empresa individual 
de responsabilidade limitada. (Incluído pela Lei nº 12.441, de 2011) (Vigência) 
 
Item, portanto, incorreto. 
 
b) A empresa individual de responsabilidade limitada e o empresário 
devidamente registrados são, para todos os efeitos, pessoas jurídicas. 
 
O item está incorreto. O empresário individual é pessoa física. Já o empresário 
individual de responsabilidade limitada é pessoa jurídica. Segundo o Código 
Civil: 
 
Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado: 
 
VI - as empresas individuais de responsabilidade limitada. (Incluído pela Lei nº 
12.441, de 2011) (Vigência) 
 
c) A pessoa natural que constituir empresa individual de 
responsabilidade limitada somente poderá figurar em uma única 
empresa dessa modalidade. 
 
Este é o nosso gabarito. Segundo o Código Civil: 
 
Art. 980-A. § 2º A pessoa natural que constituir empresa individual de 
responsabilidade limitada somente poderá figurar em uma única empresa dessa 
modalidade. (Incluído pela Lei nº 12.441, de 2011) (Vigência) 
 
Direito Empresarial para Auditor Fiscal da Receita Federal 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Gabriel Rabelo – Aula 02 
 
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d) Independentemente de registro na junta comercial, o empresário, 
cuja atividade rural constitua sua principal profissão, não pode 
requerer recuperação judicial. 
 
O item está incorreto. Segundo o Código Civil: 
 
Art. 971. O empresário, cuja atividade rural constitua sua principal profissão, 
pode, observadas as formalidades de que tratam o art. 968 e seus parágrafos, 
requerer inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva 
sede, caso em que, depois de inscrito, ficará equiparado, para todos os 
efeitos, ao empresário sujeito a registro. 
 
Ainda, nos termos da Lei 11.101/2005: 
 
Art. 1o Esta Lei disciplina a recuperação judicial, a recuperação extrajudicial 
e a falência do empresário e da sociedade empresária, doravante 
referidos simplesmente como devedor. 
 
Portanto, uma vez registrado na Junta Comercial, poderá o rural requerer a sua 
recuperação judicial. 
 
e) Aplicam-se à empresa individual de responsabilidade limitada, no 
que couber, as regras previstas para as sociedades simples. 
 
Este item, por fim, erra, já que ao EIRELI aplica-se, no que couber, as 
disposições das sociedades limitadas. 
 
Gabarito  C. 
 
 
TÓPICOS DA AULA DE HOJE 
 
Da aula de hoje, vocês aprenderão basicamente o seguinte: 
 
Aula 02: (19/06/2012). 4. Sociedades personificadas - tipos contratuais 
menores. Sociedade simples. Sociedade cooperativa. 
 
As assertivas extraídas do conteúdo da aula de hoje, em provas, são quase que 
sempre repetidas. Portanto, fixaremos o que é essencial, arrematando com 
questões comentadas. 
 
SOCIEDADES PERSONIFICADAS 
 
Passaremos a falar agora sobre as sociedades personificadas. Começando pelos 
tipos societários mais simples. 
 
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Prof. Gabriel Rabelo – Aula 02 
 
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SOCIEDADE EM NOME COLETIVO 
 
Como de praxe, passemos às disposições do Código Civil sobre a sociedade em 
nome coletivo... 
 
CAPÍTULO II - DA SOCIEDADE EM NOME COLETIVO 
 
Art. 1.039. Somente pessoas físicas podem tomar parte na sociedade em 
nome coletivo, respondendo todos os sócios, solidária e ilimitadamente, 
pelas obrigações sociais. 
 
Parágrafo único. Sem prejuízo da responsabilidade perante terceiros, podem os 
sócios, no ato constitutivo, ou por unânime convenção posterior, limitar entre si 
a responsabilidade de cada um. 
 
Art. 1.040. A sociedade em nome coletivo se rege pelas normas deste Capítulo 
e, no que seja omisso, pelas do Capítulo antecedente. 
 
Art. 1.041. O contrato deve mencionar, além das indicações referidas no art. 
997, a firma social. 
 
Art. 1.042. A administração da sociedade compete exclusivamente a sócios, 
sendo o uso da firma, nos limites do contrato, privativo dos que tenham os 
necessários poderes. 
 
Art. 1.043. O credor particular de sócio não pode, antes de dissolver-se a 
sociedade, pretender a liquidação da quota do devedor. 
 
Parágrafo único. Poderá fazê-lo quando: 
 
I - a sociedade houver sido prorrogada tacitamente; 
II - tendo ocorrido prorrogação contratual, for acolhida judicialmente oposição 
do credor, levantada no prazo de noventa dias, contado da publicação do ato 
dilatório. 
 
Art. 1.044. A sociedade se dissolve de pleno direito por qualquerdas causas 
enumeradas no art. 1.033 e, se empresária, também pela declaração da 
falência. 
 
A principal característica da sociedade em nome coletivo é a 
RESPONSABILIDADE ILIMITADA dos sócios que a compõem. Explique-se 
melhor este ponto. 
 
Primeiro, a responsabilidade sobre os sócios recai, obviamente, somente depois 
de esgotados os meios de cobrança do capital social, isto é, do patrimônio 
social. 
 
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Segundo, o contrato social pode (segundo o artigo 1.039, parágrafo único) 
limitar a responsabilidade de cada um. Essa limitação, contudo, só será válida 
para a relação entre os sócios. 
 
Os sócios continuarão a responder ilimitadamente perante terceiros, sendo que 
a limitação da responsabilidade será apurada em eventual ação de regresso. 
 
Essa é a inteligência do artigo 1.039 do Código Civil, que passamos: 
 
Art. 1.039. Somente pessoas físicas podem tomar parte na sociedade em nome 
coletivo, respondendo todos os sócios, solidária e ilimitadamente, pelas 
obrigações sociais. 
 
Parágrafo único. Sem prejuízo da responsabilidade perante terceiros, podem os 
sócios, no ato constitutivo, ou por unânime convenção posterior, limitar entre si 
a responsabilidade de cada um. 
 
Vamos exemplificar. 
 
A, B e C são sócios de determinada sociedade em nome coletivo, cujo capital 
social monta a R$ 100.000,00. Suponha que os sócios tenham firmado contrato 
que estabeleça a responsabilidade da seguinte forma: 50% para A, 30% para B 
e 20% para C. O credor Y tem um montante de R$ 200.000,00 de crédito 
vencido. Ingressou então em juízo para proceder à cobrança. 
 
Esgotado o patrimônio da sociedade, os R$ 100.000,00, teremos um saldo a 
pagar a Y no valor de R$ 100.000,00 ainda. Poderá ele proceder à cobrança de 
TODO o valor do sócio A, por exemplo. A limitação de responsabilidade tem 
efeitos interna corporis. Todavia, como A responde tão-somente pela fração de 
50% dos prejuízos, poderá reaver o restante em ação de regresso contra B e C. 
É só isso! 
 
Outro aspecto importante das sociedades em nome coletivo, previsto no caput 
do artigo 1.039 é que somente pessoas físicas podem integrar o seu quadro 
societário! Grave-se: 
 
SÓCIOS DA SNC  SOMENTE PESSOAS FÍSICAS! 
 
Vejamos uma questão sobre o assunto: 
 
(Cespe/Juiz Substituto/TJ-SE/2008) As atuais sociedades em nome coletivo, 
cuja origem remonta à Idade Média, podem ser constituídas por pessoas físicas 
ou jurídicas, respondendo todos os sócios solidariamente pelas obrigações 
sociais. 
 
A sociedade em nome coletivo realmente provém da Idade Média. Sua origem 
se deu no meio familiar daquela época em que as pessoas se associavam para o 
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Prof. Gabriel Rabelo – Aula 02 
 
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exercício de suas atividades e o patrimônio da sociedade se confundia com dos 
membros da família. Todos respondiam pelas dívidas da sociedade. 
 
A segunda asserção na questão se encontra incorreta, posto que a sociedade 
em nome coletivo só pode ser constituída por pessoas físicas. 
 
Chovem questões sobre este assunto. Vejamos mais uma, para fechar (item 
correto): (FGV/Fiscal de Rendas/RJ/2008) Nas sociedades em nome coletivo, os 
sócios somente podem ser pessoas naturais, com responsabilidade solidária e 
ilimitada pelas obrigações sociais. 
 
A sociedade em nome coletivo é uma sociedade de pessoas, que depende do 
consentimento dos outros sócios para que estranhos entrem no quadro social. 
Esquematizemos o seguinte: 
 
ESQUEMA PARA A PROVA 
 
Sociedades em nome coletivo e sociedades em comandita simples  
Sociedades de Pessoas. 
Sociedade Limitada  Pode ser sociedade de pessoa ou de capital. 
Sociedade anônima e em comandita por ações  Sempre sociedades de 
capital. 
 
Aplicam-se às SNC as normas das sociedades simples, subsidiariamente. 
 
Outro aspecto deveras importante é que a Lei de Falência (Lei 11.101/05) diz 
que: 
 
Art. 81. A DECISÃO QUE DECRETA A FALÊNCIA DA SOCIEDADE COM 
SÓCIOS ILIMITADAMENTE RESPONSÁVEIS TAMBÉM ACARRETA A 
FALÊNCIA DESTES, que ficam sujeitos aos mesmos efeitos jurídicos 
produzidos em relação à sociedade falida e, por isso, deverão ser citados para 
apresentar contestação, se assim o desejarem. 
 
 
SOCIEDADE EM COMANDITA SIMPLES 
 
Falemos agora sobre a sociedade em comandita simples. 
 
CAPÍTULO III - DA SOCIEDADE EM COMANDITA SIMPLES 
 
Art. 1.045. Na sociedade em comandita simples tomam parte sócios de duas 
categorias: os comanditados, pessoas físicas, responsáveis solidária e 
ilimitadamente pelas obrigações sociais; e os comanditários, obrigados 
somente pelo valor de sua quota. 
 
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Parágrafo único. O contrato deve discriminar os comanditados e os 
comanditários. 
 
Art. 1.046. Aplicam-se à sociedade em comandita simples as normas da 
sociedade em nome coletivo, no que forem compatíveis com as deste Capítulo. 
Parágrafo único. Aos comanditados cabem os mesmos direitos e obrigações dos 
sócios da sociedade em nome coletivo. 
 
Art. 1.047. Sem prejuízo da faculdade de participar das deliberações da 
sociedade e de lhe fiscalizar as operações, não pode o comanditário praticar 
qualquer ato de gestão, nem ter o nome na firma social, sob pena de ficar 
sujeito às responsabilidades de sócio comanditado. 
 
Parágrafo único. Pode o comanditário ser constituído procurador da sociedade, 
para negócio determinado e com poderes especiais. 
 
Art. 1.048. Somente após averbada a modificação do contrato, produz efeito, 
quanto a terceiros, a diminuição da quota do comanditário, em conseqüência de 
ter sido reduzido o capital social, sempre sem prejuízo dos credores 
preexistentes. 
 
Art. 1.049. O sócio comanditário não é obrigado à reposição de lucros recebidos 
de boa-fé e de acordo com o balanço. 
 
Parágrafo único. Diminuído o capital social por perdas supervenientes, não pode 
o comanditário receber quaisquer lucros, antes de reintegrado aquele. 
 
Art. 1.050. No caso de morte de sócio comanditário, a sociedade, salvo 
disposição do contrato, continuará com os seus sucessores, que designarão 
quem os represente. 
 
Art. 1.051. Dissolve-se de pleno direito a sociedade: 
I - por qualquer das causas previstas no art. 1.044; 
II - quando por mais de cento e oitenta dias perdurar a falta de uma das 
categorias de sócio. 
 
Parágrafo único. Na falta de sócio comanditado, os comanditários nomearão 
administrador provisório para praticar, durante o período referido no inciso II e 
sem assumir a condição de sócio, os atos de administração. 
 
Na sociedade em comandita simples temos duas qualidades de sócios: 
 
1) Os sócios comanditários têm responsabilidade limitada em relação às 
obrigações contraídas pela sociedade empresária, respondendo apenas pela 
integralização das cotas subscritas. Contribuem apenas com o capital subscrito, 
não contribuindo de nenhuma outra forma para o funcionamento da 
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Prof. Gabriel Rabelo – Aula 02 
 
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empresa, ficando alheios, inclusive, da administração da mesma. 
Podem, todavia, exercer as atribuições de fiscalização. 
 
2) Os sócios comanditados contribuem com capital e trabalho, além de 
serem responsáveis pela administração da empresa. Sua 
responsabilidade perante terceiros é ilimitada, devendo saldar as obrigações 
contraídas pela sociedade. 
 
OS SÓCIOS COMANDITADOS DEVEM SER OBRIGATORIAMENTE 
PESSOAS FÍSICAS. 
 
Sócios Comanditados  Somente pessoas físicas (Responsabilidade ilimitada). 
Sócios Comanditários  Pessoas físicas ou jurídicas (Responsabilidade 
limitada). 
 
IMPORTANTE! A firma ou razão social da sociedade somente pode conter 
nomes de sócios comanditados, sendo que a presença do nome de sócio 
comanditário faz presumi-lo comanditado, passando a responder de forma 
ilimitada. É essa a conclusão à luz do art. 1.157 do CC: 
 
Art. 1.157. A sociedade em que houver sócios de responsabilidade ilimitada 
operará sob firma, na qual somente os nomes daqueles poderão figurar, 
bastando para formá-la aditar ao nome de um deles a expressão "e companhia" 
ou sua abreviatura. 
 
O Código atribui aos comanditados as mesmas características concernentes aos 
sócios da sociedade em nome coletivo (CC, art. 1.046, parágrafo único). 
 
Esse assunto já foi abordado pela FCC, como se segue (item incorreto): 
 
(Procurador Municipal de Manaus/2006/FCC) Com relação à sociedade em 
comandita simples, de acordo com o Código Civil, é correto afirmar que aos 
comanditários cabem os mesmos direitos e obrigações dos sócios da sociedade 
em nome coletivo. 
 
Como a função precípua do comanditário é contribuir para a formação do capital 
social, sua prestação pode se dar em dinheiro ou em bens, mas não em 
serviços. 
 
O comanditário não pode praticar atos de gestão da sociedade, apenas de 
fiscalização. Essa regra, todavia, não é absoluta. O parágrafo único do artigo 
1.047 permite que o comanditário seja constituído procurador da sociedade, 
para negócio determinado e com poderes especiais. 
 
 
SOCIEDADES COOPERATIVAS 
 
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Teoria e exercícios comentados 
Prof. Gabriel Rabelo – Aula 02 
 
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As cooperativas têm seu regramento básico na Lei 5.764/71. A Constituição 
Federal assegurou o direito ao cooperativismo ao estatuir que sua criação 
independe de autorização estatal, bem como vedou que o Estado interferisse 
em seu funcionamento. 
 
Lembre-se de que a sociedade cooperativa será sempre considerada sociedade 
simples, independentemente de seu objeto (CC, art. 982, parágrafo único). 
 
O Código Civil também trata do assunto em seus artigos 1.093 a 1.096. No 
caso de omissão da legislação do Código Civil, bem como da Lei 5.764/71, 
aplicam-se os dispositivos do Código Civil previstos para as sociedades simples. 
 
Decorem os artigos abaixo, principalmente o artigo 1.094: 
 
CÓDIGO CIVIL 
 
CAPÍTULO VII - DA SOCIEDADE COOPERATIVA 
 
Art. 1.093. A sociedade cooperativa reger-se-á pelo disposto no presente 
Capítulo, ressalvada a legislação especial. 
 
Art. 1.094. São características da sociedade cooperativa: 
 
I - variabilidade, ou dispensa do capital social; 
II - concurso de sócios em número mínimo necessário a compor a 
administração da sociedade, sem limitação de número máximo; 
III - limitação do valor da soma de quotas do capital social que cada sócio 
poderá tomar; 
IV - intransferibilidade das quotas do capital a terceiros estranhos à sociedade, 
ainda que por herança; 
V - quorum, para a assembléia geral funcionar e deliberar, fundado no número 
de sócios presentes à reunião, e não no capital social representado; 
VI - direito de cada sócio a um só voto nas deliberações, tenha ou não capital a 
sociedade, e qualquer que seja o valor de sua participação; 
VII - distribuição dos resultados, proporcionalmente ao valor das operações 
efetuadas pelo sócio com a sociedade, podendo ser atribuído juro fixo ao capital 
realizado; 
VIII - indivisibilidade do fundo de reserva entre os sócios, ainda que em caso de 
dissolução da sociedade. 
 
Art. 1.095. Na sociedade cooperativa, a responsabilidade dos sócios pode ser 
limitada ou ilimitada. 
 
§ 1o É limitada a responsabilidade na cooperativa em que o sócio responde 
somente pelo valor de suas quotas e pelo prejuízo verificado nas operações 
sociais, guardada a proporção de sua participação nas mesmas operações. 
 
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§ 2o É ilimitada a responsabilidade na cooperativa em que o sócio responde 
solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais. 
 
Art. 1.096. No que a lei for omissa, aplicam-se as disposições referentes à 
sociedade simples, resguardadas as características estabelecidas no art. 1.094. 
 
O primeiro aspecto digno de nota é que elas independem de capital social para 
funcionarem, posto que ele é dispensado ou variável (CC, art. 1.094, I). Se 
existir capital social, não há necessidade de alteração no estatuto social para 
que se proceda ao seu aumento ou diminuição. 
 
Com efeito, uma vez que o capital social é dispensado, podemos dizer que os 
sócios podem perfeitamente contribuir tão-somente com prestação de serviços. 
 
Outra regra importante é a insculpida no inciso IV, do artigo 1.094, que prega a 
intransferibilidade das quotas do capital a terceiros estranhos à sociedade, 
ainda que por herança. Tal asserção faz com as cooperativas sejam 
classificadas como SOCIEDADES DE PESSOAS. 
 
Cumpre, por fim, salientar, que, nas cooperativas a responsabilidade dos sócios 
pode ser limitada ou ilimitada. 
 
A FCC já andou abordando este aspecto do seguinte modo (item incorreto): 
 
(DPE SP/2006/FCC) De acordo com o Código Civil, na sociedade cooperativa a 
responsabilidade dos sócios é sempre limitada. 
 
Outro ponto de importante destaque é o de que os sócios só podem ter direito a 
um voto nas deliberações sociais, independentemente da quantidade capital 
social que possuam e, também, de a cooperativa tê-lo. Vejam que a FCC 
abordou este tema do seguinte modo: 
 
(OAB ES/2005/FCC) Na sociedade cooperativa cada sócio tem direito a um só 
voto nas deliberações, tendo ou não capital a sociedade, e qualquer que seja o 
valor de sua participação. 
 
SOCIEDADES SIMPLES 
 
Pois bem, já vimos os primeiros tipos societários existentes no direito 
societário, como as sociedades em comum, em conta de participação, 
sociedades em comandita simples, sociedades em nome coletivo e sociedades 
cooperativas. 
 
Passaremos agora a outro tipo deveras importante, a saber, as sociedades 
simples. 
 
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Já dissemos aqui também que as sociedades simples são basicamente 
aquelas que não exploram o seu objeto social nos termos do artigo 966 
do Código Civil. Exemplificamos, com o artigo 966 parágrafo único do Código 
Civil, que fala sobre as sociedades formadas por profissionais intelectuais, de 
natureza científica, literária ou artística. Por exemplo, uma sociedade de 
médicos, arquitetos, dentistas, artistas. A condição, contudo, é que o exercício 
da profissão não configureelemento de empresa. 
 
Vimos também que outro exemplo clássico de sociedade simples é a sociedade 
cooperativa, independentemente do objeto exercido (CC, art. 982, parágrafo 
único). 
 
Além destas, não podemos nos olvidar da sociedade de advogados e da 
sociedade rural, desde que opte por registro no Cartório de Pessoas Jurídicas. 
 
DAS FORMAS ADOTADAS PELAS SOCIEDADES SIMPLES 
 
A sociedade simples pode ser organizada segundo as regras que lhe são 
próprias, estatuídas nos artigos 997 a 1.038 do Código Civil. 
 
Caso não queira, poderá também se registrar como sociedade limitada, 
sociedade em nome coletivo e sociedade em comandita simples. 
 
GRAVE-SE!!! SOCIEDADES SIMPLES PODEM ADOTAR AS REGRAS QUE 
LHES SÃO PRÓPRIAS NO CÓDIGO CIVIL OU CONSTITUIR NA FORMA DE 
SOCIEDADE LIMITADA, EM NOME COLETIVO OU EM COMANDITA 
SIMPLES. 
 
Se uma questão de prova perguntar o se as sociedades simples podem adotar 
qualquer tipo societário específico das sociedades empresárias, responda com 
um sonoro não. E por quê? Pois as sociedades simples não podem se revestir 
sob a forma de sociedades por ações. As sociedades por ações, lembrem-se, 
são sempre sociedades empresárias (CC, art. 982, parágrafo único). 
 
Este item foi indagado no concurso para Auditor do TCM RJ, realizado em 2008, 
pela FGV, com a seguinte assertiva (item incorreto): 
 
(FGV/Auditor/TCM-RJ/2008) As sociedades simples podem adotar qualquer tipo 
societário específico das sociedades empresárias. 
 
Estudaremos aqui, basicamente, as sociedades simples em sua forma pura. O 
tema se encontra haurido nos artigos 997 a 1.038 do Código Civil. 
 
REGISTRO DAS SOCIEDADES SIMPLES E NOME UTILIZADO 
 
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As sociedades simples devem ser registradas no Registro Civil de Pessoas 
Jurídicas do local da sede, como se depreende do já visto artigo 1.150 do 
Código Civil: 
 
Art. 1.150. O empresário e a sociedade empresária vinculam-se ao Registro 
Público de Empresas Mercantis a cargo das Juntas Comerciais, e a SOCIEDADE 
SIMPLES AO REGISTRO CIVIL DAS PESSOAS JURÍDICAS, o qual deverá 
obedecer às normas fixadas para aquele registro, se a sociedade simples adotar 
um dos tipos de sociedade empresária. 
 
A espécie de nome empresarial utilizado é a denominação – não se baseando 
em nome civil, mas, sim, em nome fantasia – acrescida da expressão S/S ou 
a razão social, baseando-se, neste caso, no nome dos sócios. 
 
O CONTRATO SOCIAL DAS SOCIEDADES SIMPLES 
 
As sociedades simples possuem natureza contratual. Esse contrato social deve 
ser ESCRITO, e pode ser particular ou público. 
 
Uma vez assinado a sociedade deverá requerer a inscrição do contrato social no 
Registro Civil das Pessoas Jurídicas do local de sua sede, em um prazo de 30 
DIAS (CC, art. 998). O contrato deve estar autenticado e, havendo procurador, 
deverá constar também a procuração (CC, art. 998, parágrafo 1º). 
 
Algumas cláusulas são essenciais que constem do contrato social. Essas 
cláusulas estão elencadas no artigo 997 do Código Civil, que transcrevemos: 
 
Art. 997. A sociedade constitui-se mediante contrato escrito, particular ou 
público, que, além de cláusulas estipuladas pelas partes, mencionará: 
 
I - nome, nacionalidade, estado civil, profissão e residência dos sócios, se 
pessoas naturais, e a firma ou a denominação, nacionalidade e sede dos sócios, 
se jurídicas; 
II - denominação, objeto, sede e prazo da sociedade; 
III - capital da sociedade, expresso em moeda corrente, podendo compreender 
qualquer espécie de bens, suscetíveis de avaliação pecuniária; 
IV - a quota de cada sócio no capital social, e o modo de realizá-la; 
V - as prestações a que se obriga o sócio, cuja contribuição consista em 
serviços; 
VI - as pessoas naturais incumbidas da administração da sociedade, e seus 
poderes e atribuições; 
VII - a participação de cada sócio nos lucros e nas perdas; 
VIII - se os sócios respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações 
sociais. 
 
Estudemos algumas dessas características amiúde. 
 
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MODIFICAÇÃO DO CONTRATO SOCIAL 
 
O contrato social, obviamente, pode ser alterado pelos sócios. Essa 
modificação, contudo, tem um quórum mínimo para que seja realizada. Senão 
vejamos. 
 
Art. 999. As modificações do contrato social, que tenham por objeto matéria 
indicada no art. 997, dependem do consentimento de todos os sócios; as 
demais podem ser decididas por maioria absoluta de votos, se o contrato não 
determinar a necessidade de deliberação unânime. 
 
Parágrafo único. Qualquer modificação do contrato social será averbada, 
cumprindo-se as formalidades previstas no artigo antecedente. 
 
Portanto, se as modificações do contrato se referirem às matérias do artigo 
997, devem ter o consentimento de todos os sócios. Ao revés, se não versarem, 
devem ter o consentimento da maioria absoluta dos votos. 
 
Frise-se que este quórum é expresso em termos de capital social, e não em 
número de sócios. 
 
SÓCIOS DA SOCIEDADE SIMPLES 
 
Observando-se o artigo 997, inciso I, percebe-se de plano que os sócios de uma 
sociedade simples poderão ser PESSOAS FÍSICAS ou PESSOAS JURÍDICAS. 
 
Art. 997. A sociedade constitui-se mediante contrato (...) que mencionará: 
 
I - nome, nacionalidade, estado civil, profissão e residência dos sócios, se 
pessoas naturais, e a firma ou a denominação, nacionalidade e sede dos sócios, 
se jurídicas; 
 
Esses sócios passam a integrar a sociedade mediante a contribuição de capital 
social. Segundo o inciso III do artigo 997, o contrato deverá mencionar o 
capital da sociedade, expresso em moeda corrente, podendo compreender 
qualquer espécie de bens, suscetíveis de avaliação pecuniária. Assim, quaisquer 
espécies de bens que sejam suscetíveis de avaliação pecuniária podem integrar 
a sociedade. 
 
O contrato social deve mencionar o que cada sócio vai entregar para a 
sociedade e como vai fazê-lo (CC, art. 997, IV). O CÓDIGO PERMITE QUE 
NAS SOCIEDADES SIMPLES OS SÓCIOS INTEGRALIZEM SUA PARTE ATÉ 
MESMO COM PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS (CC, art. 997, V), regra 
diametralmente oposta àquela vigente para as sociedades limitadas. 
 
A ESAF argüiu este assunto no concurso para Auditor Fiscal do Trabalho, em 
2006, com a seguinte redação (item correto): 
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(ESAF/AFT/2006) A sociedade simples, regida pelas disposições do art. 997 e 
seguintes do Código Civil - Lei n. 10.406/02 - caracteriza-se por permitir 
combinar sócios que contribuem serviços com os que aportam capitais. 
 
IMPORTANTÍSSIMO!!!! 
 
Sociedades simples  Pode ter sócio com prestação de serviço. 
Sociedade limitada  Não pode ter sócio que contribua tão-somente 
com prestação de serviços. 
 
As obrigações dos sócios começam imediatamente com o contrato, se este não 
fixar outra data, e terminam quando, liquidada a sociedade, se extinguirem as 
responsabilidades sociais (CC, art. 1.001). 
 
Como dito, a integralização do capital social pode ser feita através de dinheiro, 
créditos, bens ou serviços. Se feita em benso sócio responderá pela evicção, 
indenização e custas judiciais que dela decorram. Evicção é o desapossamento 
do bem por causa jurídica. Se o bem for reivindicado por terceiro, 
posteriormente à integralização, por direito anterior a ela (integralização) este 
responderá pelos danos sofridos pela sociedade (CC, artigo 1.005). 
 
Assim, se transfiro à sociedade um carro que é pleiteado em uma ação judicial 
e, posteriormente à integralização, este veículo deva ser retirado da sociedade, 
pois a decisão foi desfavorável, responderei pelo valor do automóvel. 
 
O sócio, cuja contribuição consista em serviços, não pode, salvo convenção em 
contrário, empregar-se em atividade estranha à sociedade, sob pena de ser 
privado de seus lucros e dela excluído (CC, art. 1.006). 
 
SÓCIO REMISSO 
 
O sócio remisso é que aquele que, após firmar o compromisso de integralizar 
fração do capital social, não o fez, ficando então em débito com a sociedade. 
 
Art. 1.004. Os sócios são obrigados, na forma e prazo previstos, às 
contribuições estabelecidas no contrato social, e aquele que deixar de fazê-lo, 
nos trinta dias seguintes ao da notificação pela sociedade, responderá perante 
esta pelo dano emergente da mora. 
 
Parágrafo único. Verificada a mora, poderá a maioria dos demais sócios preferir, 
à indenização, a exclusão do sócio remisso, ou reduzir-lhe a quota ao montante 
já realizado, aplicando-se, em ambos os casos, o disposto no § 1o do art. 
1.031. 
 
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Antes de qualquer sanção, é necessário que se faça PRÉVIA COMUNICAÇÃO 
(prazo de 30 dias para adimplir a obrigação, a partir da notificação), como se 
extrai do artigo 1.004, par. único, do CC. 
 
Findo o prazo sem adimplemento pode a pessoa jurídica: 
 
1) requerer indenização pelos danos emergentes de mora; 
2) reduzir a quota ao montante já integralizado; 
3) tomar para si, ou transferir a terceiros a quota não integralizada, excluindo o 
sócio remisso, devolvendo eventual contribuição já efetuada, descontado o que 
se deve à sociedade. 
 
Fica assim: 
 
 
RESPONSABILIDADE DOS SÓCIOS NAS SOCIEDADES SIMPLES 
 
Imaginemos o seguinte exemplo, extraído do concurso para Juiz do TRT/RO, de 
2005, FCC. Em uma sociedade simples formada por três sócios que subscrevem 
cotas iguais de R$ 1.000,00 (mil reais), e que, não possuindo mais patrimônio 
próprio, assume uma dívida de R$ 30.000,00 (trinta mil reais), o patrimônio 
pessoal de cada um dos sócios responde em caráter subsidiário pela dívida da 
sociedade, observada a proporcionalidade de R$ 10.000,00 (dez mil reais) para 
cada um, salvo cláusula de responsabilidade solidária. 
 
A responsabilidade dos sócios nas sociedades simples está tratada em diversos 
artigos do Código Civil. Senão vejamos. 
 
Segundo o artigo 997, 
 
Art. 997. A sociedade constitui-se mediante contrato escrito, particular ou 
público, que, além de cláusulas estipuladas pelas partes, mencionará: 
 
VIII - se os sócios respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações 
sociais. 
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E mais... 
 
Art. 1.023. Se os bens da sociedade não lhe cobrirem as dívidas, respondem os 
sócios pelo saldo, na proporção em que participem das perdas sociais, salvo 
cláusula de responsabilidade solidária. 
 
Art. 1.024. Os bens particulares dos sócios não podem ser executados por 
dívidas da sociedade, senão depois de executados os bens sociais. 
 
Portanto, interpretando harmonicamente os dispositivos, teremos a seguinte 
situação: 
 
1) Os bens da sociedade são suficientes para pagamento das dívidas? Sim? Ok! 
Tudo resolvido (CC, art. 1.024). 
2) Acabaram os bens da sociedade e ainda perduram dívidas. O que fazer? 
Aplica-se o artigo 1.023. Como cada sócio subscreveu uma cota de R$ 
1.000,00, assim, todos participam de forma igual das perdas e ganhos sociais. 
Assim, a dívida de R$ 30.000,00 deverá ser dividida entre os três, constituindo-
se três frações no valor de R$ 10.000,00. 
3) Se houvesse cláusula de responsabilidade solidária, a dívida poderia ser 
cobrada de qualquer um deles, ao qual caberia a restituição do valor pago em 
excesso a sua proporção do capital social, em ação de regresso. 
4) Se houvesse cláusula que previsse que os sócios não responderiam 
subsidiariamente, a responsabilidade estaria limitada ao montante do capital 
social. 
 
Vamos esquematizar? 
 
 
 
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Repito. A responsabilidade dos sócios na sociedade simples pode ser limitada ou 
ilimitada. Explique-se. Quando da contratação de uma sociedade simples, os 
sócios possuem a faculdade de escolher se assumirão, ou não, responsabilidade 
subsidiária pelas dívidas contraídas em nome da sociedade. 
 
Não assumindo, podemos dizer que estabelecida está a responsabilidade 
limitada. Contudo, sendo silente o contrato social, os sócios de uma sociedade 
simples responderão subsidiária e ilimitadamente pelas obrigações contraídas. 
 
 
CESSÃO DE QUOTAS NAS SOCIEDADES SIMPLES 
 
NAS SOCIEDADES SIMPLES É POSSÍVEL A CESSÃO DAS QUOTAS 
SOCIAIS, DESDE QUE HAJA CONCORDÂNCIA DOS DEMAIS SÓCIOS E 
QUE SEJA AVERBADO O RESPECTIVO REGISTRO. 
 
Assim, para que um sócio de uma sociedade simples ceda sua parte do capital 
social a outro sócio precisará da anuência dos demais, além do registro no 
Cartório de Pessoas Civis. Isso por que as SOCIEDADES SIMPLES TÊM 
NATUREZA DE SOCIEDADES DE PESSOAS. 
 
Essa assertiva já foi cobrada no concurso para Juiz Substituto do TJ MT 2008, 
com a seguinte redação (item correto): As sociedades simples têm natureza de 
sociedades de pessoas. 
 
Ademais, responderá por DOIS ANOS, frente à sociedade e terceiros, pelas 
obrigações que tinha à época como sócio. 
 
Art. 1.003. A cessão total ou parcial de quota, sem a correspondente 
modificação do contrato social com o consentimento dos demais sócios, não 
terá eficácia quanto a estes e à sociedade. 
 
Parágrafo único. Até dois anos depois de averbada a modificação do contrato, 
responde o cedente solidariamente com o cessionário, perante a sociedade e 
terceiros, pelas obrigações que tinha como sócio. 
 
 
 
 
 
 
 
 
DISTRIBUIÇÃO DE LUCROS NAS SOCIEDADES SIMPLES 
 
Segundo o Código Civil: 
 
Cessão de capital de uma 
sociedade simples 
Depende de anuência dos demais 
sócios e de averbação 
Cedente responde com cessionário 
pelo prazo de 2 anos 
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Art. 997. A sociedade constitui-se mediante contrato escrito, particular ou 
público, que, além de cláusulas estipuladas pelas partes, mencionará: 
 
VII - a participação de cada sócio nos lucros e nas perdas; 
 
Portanto, pela inteligência do artigo supra, vejam que cabe ao contrato social 
estipular a participação de cada um dos sócios nos lucros e nas perdas, a forma 
como se dará. 
 
Contudo, segundo o mesmo codex,se não houver estipulação no contrato 
social, aplicar-se-á o seguinte: 
 
Art. 1.007. Salvo estipulação em contrário, o sócio participa dos lucros e das 
perdas, na proporção das respectivas quotas, mas aquele, cuja contribuição 
consiste em serviços, somente participa dos lucros na proporção da média do 
valor das quotas. 
 
Ressalte-se, ainda, que, embora a distribuição de lucros se dê da forma como 
estipular o contrato social, nenhum dos sócios poderá ser excluído da sua 
distribuição. 
 
Art. 1.008. É nula a estipulação contratual que exclua qualquer sócio de 
participar dos lucros e das perdas. 
 
 
FILIAIS, SUCURSAIS OU AGÊNCIAS DAS SOCIEDADES SIMPLES 
 
É plenamente possível que as sociedades simples instituam sucursais, filiais ou 
agências. 
 
A sociedade simples que instituir sucursal, filial ou agência na circunscrição de 
outro Registro Civil das Pessoas Jurídicas, neste deverá também inscrevê-la, 
com a prova da inscrição originária (CC, art. 1.000). 
 
Em qualquer caso, a constituição da sucursal, filial ou agência deverá ser 
averbada no Registro Civil da respectiva sede (CC, art. 1.000, parágrafo único). 
 
 
ADMINISTRAÇÃO DA SOCIEDADE SIMPLES 
 
A administração das sociedades simples está prevista nos artigos 1.010 a 1.021 
do Código Civil. Um belo conceito para o assunto foi explorado na prova para 
Fiscal de Rendas do Estado do RJ, em 2008, (item correto): São os 
administradores da sociedade que, no dia-a-dia, expõem sua vontade, 
por terem poderes gerenciais. 
 
Segundo o nosso já propalado artigo 997: 
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Art. 997. A sociedade constitui-se mediante contrato escrito, particular ou 
público, que, além de cláusulas estipuladas pelas partes, mencionará: 
 
VI - as pessoas naturais incumbidas da administração da sociedade, e seus 
poderes e atribuições; 
 
O primeiro aspecto que merece destaque é o fato de a sociedade simples não 
poder ser administrada por pessoa jurídica, já que o inciso 997 faz expressa 
referência às pessoas naturais. 
 
Antes de iniciarmos o estudo da administração das SS, faz-se necessário dizer 
uma decorrência lógica trazida pelo Código Civil aos administradores, que diz: 
 
Art. 1.011. O administrador da sociedade deverá ter, no exercício de suas 
funções, o cuidado e a diligência que todo homem ativo e probo costuma 
empregar na administração de seus próprios negócios. 
 
Em tempo, não confudamos os administradores de uma sociedade simples com 
o seu quadro societário. 
 
Os administradores podem ser apenas pessoas físicas. Contudo o quadro 
societário pode ser composto por pessoas físicas e jurídicas. Vejam essa 
questão cobrada no concurso para OAB/MG, em 2005: 
 
(OAB/MG/2005) As sociedades simples são um tipo de sociedade personificada, 
uma vez que seus sócios são necessariamente pessoas físicas. 
 
Ora, o item se encontra errado. 
 
De acordo com o Código Civil: 
 
Art. 1.011. § 1o Não podem ser administradores, além das pessoas impedidas 
por lei especial, os condenados a pena que vede, ainda que temporariamente, o 
acesso a cargos públicos; ou por crime falimentar, de prevaricação, peita ou 
suborno, concussão, peculato; ou contra a economia popular, contra o sistema 
financeiro nacional, contra as normas de defesa da concorrência, contra as 
relações de consumo, a fé pública ou a propriedade, enquanto perdurarem os 
efeitos da condenação. 
 
Ainda, os administradores de uma sociedade simples podem ou não ser 
sócios. GRAVEM! Os administradores de uma sociedade simples podem ou não 
ser sócios. 
 
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Art. 1.010. Quando, por lei ou pelo contrato social, competir aos sócios decidir 
sobre os negócios da sociedade, as deliberações serão tomadas por maioria de 
votos, contados segundo o valor das quotas de cada um. 
 
Ou seja, para a tomada de decisões leva-se em conta a maioria do capital social 
e não da quantidade de sócios. 
 
Nem todos os sócios de uma sociedade simples são considerados 
administradores. A estes (sócios não-administradores) fica afastado, em regra, 
o poder decisório. Por isso, o contrato social deve mencionar os sócios (pessoas 
naturais) a quem incumbirá o exercício da administração (CC, art. 997, VI). 
Contudo, a administração da sociedade, nada dispondo o contrato social, 
compete separadamente a cada um dos sócios (CC, art. 1.013). 
 
Continuemos a falar sobre os administradores. 
 
Art. 1.002. O sócio não pode ser substituído no exercício das suas funções, sem 
o consentimento dos demais sócios, expresso em modificação do contrato 
social. 
 
Conjuguemos esse dispositivo com o art. 1.019, cujo teor é o que se segue: 
 
Art. 1.019. São irrevogáveis os poderes do sócio investido na administração por 
cláusula expressa do contrato social, salvo justa causa, reconhecida 
judicialmente, a pedido de qualquer dos sócios. 
 
Concluímos que para retirar administrador sócio investido na administração dos 
exercícios de suas funções seria necessária a aprovação dos demais, fato que 
só seria possível se o próprio sócio administrador votasse a favor de sua 
destituição. Veja, contudo, que o próprio artigo 1.019 prevê a possibilidade de 
retirada por justa causa. 
 
Ao revés, se os poderes de administração forem conferidos a sócio por ato 
separado, ou a qualquer um que não seja sócio, ainda que no próprio contrato 
social, eles serão revogáveis a qualquer tempo. Essa revogação é feita por 
maioria absoluta. 
 
Art. 1.019, parágrafo único. São revogáveis, a qualquer tempo, os poderes 
conferidos a sócio por ato separado, ou a quem não seja sócio. 
 
Como visto, o administrador pode ser nomeado por ato separado. 
 
Art. 1.012. O administrador, nomeado por instrumento em separado, deve 
averbá-lo à margem da inscrição da sociedade, e, pelos atos que praticar, antes 
de requerer a averbação, responde pessoal e solidariamente com a sociedade. 
 
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Ainda, 
 
Art. 1.014. Nos atos de competência conjunta de vários administradores, torna-
se necessário o concurso de todos, salvo nos casos urgentes, em que a omissão 
ou retardo das providências possa ocasionar dano irreparável ou grave. 
 
Assim, se determinada providência tiver de ser inadiavelmente tomada na 
ausência de um sócio para que não haja prejuízos irreparáveis a sociedade, 
poderão os outros sócios fazê-lo. 
 
Sendo o contrato social silente, os administradores podem praticar todos os 
atos pertinentes à gestão da sociedade, salvo a venda ou a oneração de 
imóveis, haja vista que dependem da decisão da maioria dos sócios, exceto, 
neste caso, se a operação com imóveis constituir o próprio objeto da sociedade 
(art. 1.015). 
 
Pois bem, se os administradores agirem com excesso de poderes, a sociedade 
pode opor esse argumento a terceiros que a acionem para se ressarcirem de 
eventuais danos, de modo a se eximir de indenizar os prejudicados. Haverá, 
assim, responsabilidade pessoal do administrador. 
 
Todavia, para que essa teoria ultra vires ocorra, a sociedade deve provar aocorrência de pelo menos uma das seguintes hipóteses, previstas no artigo 
1.015, par. único do CC: 
 
- Que a limitação de poderes do administrador estava inscrita ou averbada no 
registro próprio da sociedade, situação em que os terceiros não poderão alegar 
desconhecimento da exata extensão dos poderes do administrador; 
- Que foi provado que os terceiros conheciam a limitação de poderes, ainda que 
não averbada; ou 
- Que a transação entre os terceiros e a sociedade configurava operação 
nitidamente estranha aos negócios da sociedade. 
 
 
DELIBERAÇÕES DOS SÓCIOS 
 
No dia a dia, as decisões relativas ao objeto social são tomadas pelos 
administradores, como, por exemplo, compra de matéria-prima, contratação de 
empregados, assinatura de contratos de prestação de serviços. 
 
Contudo, em alguns casos, mais complexos ou relevantes para o andamento da 
sociedade, há necessidade de que as decisões sejam tomadas por deliberação 
social. 
 
Art. 1.010. Quando, por lei ou pelo contrato social, competir aos sócios decidir 
sobre os negócios da sociedade, as deliberações serão tomadas por maioria de 
votos, contados segundo o valor das quotas de cada um. 
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§ 1o Para formação da maioria absoluta são necessários votos correspondentes 
a mais de metade do capital. 
 
Assim, frise-se as votações sociais levam em conta a porção do capital social e 
não o número de sócios. 
 
Apenas se houver empate na votação é que prevalecerá a maior quantidade de 
sócios. E, mesmo assim, persistindo o empate, a decisão caberá ao juiz. 
 
Art. 1.010. § 2o Prevalece a decisão sufragada por maior número de sócios no 
caso de empate, e, se este persistir, decidirá o juiz. 
 
Pergunta interessante é se os sócios de serviços participam das deliberações 
sociais. Vejam que o artigo 1.010 diz que: Salvo quando a lei exigir a 
unanimidade, as deliberações serão tomadas por maioria dos votos, 
contados segundo o valor das quotas de cada um (CC, art. 1.010). 
 
Ora, o sócio de serviços não possui quotas de capital, logo não participa das 
decisões quando o Código se contenta com a maioria absoluta do capital (art. 
1.010 do NCC). 
 
Veja como este tema foi cobrado no concurso para Auditor Fiscal do Trabalho, 
pela ESAF, em 2006 (item incorreto): 
 
(ESAF/AFT/2006) A sociedade simples, regida pelas disposições do art. 997 e 
seguintes do Código Civil - Lei n. 10.406/02 - caracteriza-se por garantir a 
todos os sócios participação nas deliberações sociais. 
 
 
 
DISSOLUÇÃO DA SOCIEDADE SIMPLES 
 
A dissolução não somente possui a propriedade de desmanchar ou romper todo 
vínculo jurídico que unia as coisas ou pessoas, anteriormente, como desobriga, 
todas as pessoas envoltas no ato ou no contrato dos compromissos, que 
possam vir, desde que não tenham qualquer dependência com a situação 
desfeita, pela ruptura, que a dissolução ocasiona. 
 
A dissolução de uma sociedade simples pode ocorrer em duas searas: 
 
a) judicial; e 
b) extrajudicial. 
 
As causas extrajudiciais são as previstas no artigo 1.033 do Código. Já as 
judiciais vêm logo em seguida, arroladas no artigo 1.034, que citamos: 
 
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Art. 1.033. Dissolve-se a sociedade quando ocorrer: 
 
I - o vencimento do prazo de duração, salvo se, vencido este e sem oposição de 
sócio, não entrar a sociedade em liquidação, caso em que se prorrogará por 
tempo indeterminado; 
II - o consenso unânime dos sócios; 
III - a deliberação dos sócios, por maioria absoluta, na sociedade de prazo 
indeterminado; 
IV - a falta de pluralidade de sócios, não reconstituída no prazo de cento e 
oitenta dias; 
V - a extinção, na forma da lei, de autorização para funcionar. 
 
Parágrafo único. Não se aplica o disposto no inciso IV caso o sócio 
remanescente, inclusive na hipótese de concentração de todas as cotas da 
sociedade sob sua titularidade, requeira no Registro Público de Empresas 
Mercantis a transformação do registro da sociedade para empresário individual, 
observado, no que couber, o disposto nos arts. 1.113 a 1.115 deste Código. 
(Incluído pela lei Complementar nº 128, de 2008) 
 
Art. 1.034. A sociedade pode ser dissolvida judicialmente, a requerimento de 
qualquer dos sócios, quando: 
I - anulada a sua constituição; 
II - exaurido o fim social, ou verificada a sua inexeqüibilidade. 
 
Nas sociedades de prazo determinado, para que haja dissolução é 
necessário consenso unânime dos sócios. Nas de prazo indeterminado é 
imprescindível o voto da maioria absoluta dos sócios (CC, art. 1.033, II e 
III). 
 
 
 
 
 
QUESTÕES COMENTADAS 
 
 
1. (Procurador Municipal de Manaus/2006/FCC) Com relação à sociedade em 
comandita simples, de acordo com o Código Civil, é correto afirmar que: 
 
a) os comanditados, pessoas físicas, são responsáveis subsidiariamente e 
limitadamente pelas obrigações da empresa. 
b) pode o comanditário ser constituído procurador da sociedade, para negócio 
determinado e com poderes especiais. 
c) os comanditários, pessoas físicas, são responsáveis solidariamente e 
ilimitadamente pelas obrigações sociais. 
Dissolução 
Sociedades 
Simples 
Sociedade prazo determinado 
 Consenso unânime 
Sociedade prazo 
indeterminado  Maioria 
absoluta 
 
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d) não pode o comanditado praticar qualquer ato de gestão, nem ter o nome na 
firma social, sem prejuízo da faculdade de participar das deliberações da 
sociedade. 
e) aos comanditários cabem os mesmos direitos e obrigações dos sócios da 
sociedade em nome coletivo. 
 
Comentários 
 
Item a: Errado. Na sociedade em comandita simples tomam parte sócios de 
duas categorias: os comanditados, pessoas físicas, responsáveis solidária e 
ilimitadamente pelas obrigações sociais; e os comanditários, obrigados somente 
pelo valor de sua quota (CC, art. 1.045). 
 
Item b: Correto. Pode o comanditário ser constituído procurador da sociedade, 
para negócio determinado e com poderes especiais (CC, art. 1.047, parágrafo 
único). 
Item c: Errado. Na sociedade em comandita simples tomam parte sócios de 
duas categorias: os comanditados, pessoas físicas, responsáveis solidária e 
ilimitadamente pelas obrigações sociais; e os comanditários, obrigados somente 
pelo valor de sua quota (cc, art. 1.045). 
 
Item d: Errado. Sem prejuízo da faculdade de participar das deliberações da 
sociedade e de lhe fiscalizar as operações, não pode o comanditário (e não 
comanditado como propôs a questão) praticar qualquer ato de gestão, nem ter 
o nome na firma social, sob pena de ficar sujeito às responsabilidades de sócio 
comanditado (CC, art. 1.047). 
 
Item e: Errado. Aos comanditados cabem os mesmos direitos e obrigações dos 
sócios da sociedade em nome coletivo (CC, art. 1.046, parágrafo único). 
 
Gabarito  B. 
 
2. (FCC/Auditor Fiscal/ISS SP/2007) A sociedade personificada, própria de 
atividades empresariais e em que todos os sócios são solidariamente e 
ilimitadamente responsáveis pelas dívidas sociais é denominada sociedade 
 
a) de capital eindústria. 
b) simples. 
c) em comandita simples. 
d) em comum. 
e) em nome coletivo. 
 
Comentários 
 
Segundo o artigo 1.039 do Código Civil: 
 
Somente pessoas físicas podem tomar parte na sociedade em nome 
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coletivo, respondendo todos os sócios, solidária e ilimitadamente, pelas 
obrigações sociais. 
 
O gabarito, portanto, é a letra e. 
 
A sociedade de capital e indústria foi extinta do ordenamento jurídico. 
 
Gabarito  E. 
 
 
3. (ESAF/AFT/2006) As sociedades cooperativas 
 
a) caracterizam-se por serem de natureza mutualística. 
b) têm capital fixo ou variável. 
c) não têm capital, pois usam os bens dos seus cooperados. 
d) são consideradas sociedades empresárias para todos os fins de direito. 
e) podem operar exclusivamente na atividade agrícola e agropecuária. 
 
Comentários 
 
Essa questão foi anulada pela banca em gabarito definitivo. A ESAF não 
publicou o motivo pelo qual houve anulação. Entretanto, a letra “a” foi dada 
como incorreta preliminarmente. Motivo pelo qual defendemos a tese de que 
para a ESAF não é a cooperativa considerada como de caráter mutualístico. 
 
A letra b foi o gabarito da questão (gabarito preliminar). Todavia, as 
cooperativas possuem capital variável (CC, art. 1.094, I), o que tornou a 
questão também incorreta. 
 
Cremos que o pensamento do examinador, ao elaborar a questão, fora o 
seguinte: o capital das cooperativas é variável porque a cada saída de sócio ele 
pode levar consigo o seu capital, ou seja, o capital varia frequentemente. E o 
fato de haver a possibilidade de cooperativa sem capital social pode indicar um 
capital fixo, "fixo em $0,00". 
 
Contudo, refutamos dessa tese, uma vez que se o capital é zero, ele, na 
verdade, não existe, não podendo ser fixo. Esse, cremos, foi o motivo da 
anulação da questão. 
 
A letra c está incorreta. A cooperativa pode ou não ter capital social. 
 
A letra d também está incorreta, uma vez que as cooperativas são consideradas 
sociedades simples. 
 
A letra e também está incorreta. No que se refere ao objeto, elas podem ser de 
diversas espécies, como as cooperativas de crédito, agrícolas e de trabalho. 
 
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Gabarito  B. 
 
 
4. (OAB ES/2005/FCC) Assinale a assertiva correta sobre as sociedades 
cooperativas. 
 
a) Na sociedade cooperativa cada sócio tem direito a um só voto nas 
deliberações, tendo ou não capital a sociedade, e qualquer que seja o valor de 
sua participação. 
b) Na sociedade cooperativa cada sócio terá direito a voto proporcionalmente à 
sua participação no capital da sociedade. 
c) Na sociedade cooperativa não é dispensável o capital social. 
d) Na sociedade cooperativa a responsabilidade dos sócios não poderá ser 
limitada. 
 
Comentários 
 
a) CORRETO. Art. 1.094, Código Civil: São características da sociedade 
cooperativa o direito de cada sócio a um só voto nas deliberações, tenha ou não 
capital a sociedade, e qualquer que seja o valor de sua participação. 
 
b) ERRADO. Art. 1.094, VI, Código Civil: São características da sociedade 
cooperativa o direito de cada sócio a um só voto nas deliberações, tenha ou não 
capital a sociedade, e qualquer que seja o valor de sua participação. 
 
c) ERRADO. Artigo 1.094, I, Código Civil: São características da sociedade 
cooperativa a variabilidade, ou dispensa do capital social. 
 
e) ERRADO. A responsabilidade dos sócios pode ser limitada ou ilimitada (CC, 
art. 1.095). De qualquer forma, essa responsabilidade será subsidiária (art. 13, 
Lei 5.764/71). 
 
Gabarito  A. 
 
 
5. (ESAF/Auditor Fiscal da Receita Estadual do Ceará/1998) Têm 
responsabilidade subsidiária e solidária os sócios: 
 
a) comanditados, nas sociedades em comandita. 
b) comanditários, nas sociedades em comandita. 
c) ocultos, nas sociedades em conta de participação. 
d) de indústria, nas sociedades de capital e indústria. 
e) gerentes, nas sociedades por quotas de responsabilidade limitada. 
 
Comentários 
 
O gabarito da questão é a letra a, como já falado anteriormente. 
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Gabarito  A. 
 
 
6. (CESPE/JUIZ FEDERAL TRF 5.ª REGIÃO/2006) Três irmãos são sócios de 
determinada sociedade em nome coletivo. Lana, administradora, contraiu 
consideráveis dívidas em nome da sociedade, sem o consentimento dos demais 
irmãos sócios. Nessa situação, sendo a responsabilidade de Lana solidária e 
ilimitada, ela pode responder pelas referidas dívidas com suas quotas, mesmo 
antes de executados os bens da sociedade. 
 
Comentários 
 
Com base no que já dissemos, qual o gabarito? Isso! Incorreto. Por quê? Vamos 
lá, repitamos: A principal característica da sociedade em nome coletivo é a 
responsabilidade ilimitada dos sócios que a compõem, após esgotados os 
meios de cobrança do capital social. 
 
A execução de Lana só poderá ocorrer depois de esgotados os bens da 
sociedade, face ao benefício de ordem conferido às sociedades em geral pelo 
artigo 1.024 do Código Civil, in fine: 
 
Art. 1.024. Os bens particulares dos sócios não podem ser executados por 
dívidas da sociedade, senão depois de executados os bens sociais. 
 
Vejam que a questão não disse que houve qualquer desvio de conduta por 
parte de Lana, sendo incabível, pois, em se falar em teoria dos atos ultra vires 
ou desconsideração da personalidade jurídica. 
 
Gabarito  Errado. 
 
 
7. (ESAF/MTE/AFT/2003) Ao instituir a sociedade simples, o Novo Código Civil 
 
a) adotou uma forma societária de estrutura menos complexa, própria para a 
microempresa. 
b) determinou que ela não pode ter filiais ou agências. 
c) estabeleceu que o excesso de poderes dos administradores pode ser oposto 
contra terceiro, provando-se que a limitação era conhecida deste. 
d) permitiu que os poderes conferidos aos administradores pelo contrato social, 
poderão ser alterados por voto de dois terços dos sócios. 
e) impediu que os bens particulares dos sócios possam ser executados por 
dívidas sociais, exceto os créditos trabalhistas e fiscais. 
 
Comentários 
 
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A letra a está incorreta. Nada se pode afirmar sobre a estrutura das sociedades 
simples, se mais “simples” ou complexa que os tipos previstos para o exercício 
de empresa. A diferença se dá no regime jurídico aplicável e na forma de 
exercício de uma atividade, não na complexidade da sociedade em si. 
 
A natureza das sociedades simples é contratual, de acordo com o artigo 997 do 
CC, desenvolvem atividades de natureza científica, literária ou artística, que não 
são consideradas empresariais, salvo se o exercício dessas atividades constituir 
elemento de empresa, conforme visto na aula anterior. 
 
Nos trinta dias subsequentes à sua constituição, a sociedade deverá requerer 
a inscrição do contrato social no Registro Civil das PessoasJurídicas do local de 
sua sede. 
 
Podem, sim, as sociedades simples instituir sucursal, filial ou agência na 
circunscrição de outro Registro Civil das Pessoas Jurídicas, a sociedade simples 
deverá inscrevê-la neste registro, com a prova da inscrição originária da sede. E 
a constituição da sucursal, filial ou agência deverá ser averbada no Registro 
Civil da respectiva sede (art. 1.000). 
 
Art. 1.000. A sociedade simples que instituir sucursal, filial ou agência na 
circunscrição de outro Registro Civil das Pessoas Jurídicas, neste deverá 
também inscrevê-la, com a prova da inscrição originária. 
 
A letra b também está incorreta. Próximo item. 
 
Letra c: c) estabeleceu que o excesso de poderes dos administradores pode ser 
oposto contra terceiro, provando-se que a limitação era conhecida deste. 
 
Gravemos o seguinte para a prova: sendo o contrato social silente, os 
administradores podem praticar todos os atos pertinentes à gestão da 
sociedade, salvo a venda ou a oneração de imóveis, haja vista que dependem 
da decisão da maioria dos sócios, exceto, neste caso, se a operação com 
imóveis constituir o próprio objeto da sociedade (art. 1.015). 
 
Pois bem, se os administradores agirem com excesso de poderes, a sociedade 
pode opor esse argumento a terceiros que a acionem para se ressarcirem de 
eventuais danos, de modo a se eximir de indenizar os prejudicados. Haverá, 
assim, responsabilidade pessoal do administrador. 
 
Todavia, para que essa teoria ultra vires ocorra, a sociedade deve provar a 
ocorrência de pelo menos uma das seguintes hipóteses, previstas no artigo 
1.015, par. único do CC: 
 
- a limitação de poderes do administrador estava inscrita ou averbada no 
registro próprio da sociedade, situação em que os terceiros não poderão alegar 
desconhecimento da exata extensão dos poderes do administrador; 
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- foi provado que os terceiros conheciam a limitação de poderes, ainda que não 
averbada; ou 
- a transação entre os terceiros e a sociedade configurava operação nitidamente 
estranha aos negócios da sociedade. 
 
Portanto, a questão c está correta. 
 
A letra d está incorreta. Não existe esse quórum. Gravem: não existe quórum 
de 2/3 para as sociedades simples. As modificações do contrato social 
referentemente às matérias indicadas no artigo 997 dependem do 
consentimento unânime dos sócios (artigo 999), sendo certo que as demais 
alterações podem ser deliberadas pela maioria absoluta de votos, isto é, por 
sócios que representem mais da metade do capital social, salvo cláusula 
contratual que exija quórum superior. 
 
Por fim, a letra e é incorreta, uma vez que, se os bens da sociedade não lhe 
cobrirem as dívidas, respondem os sócios pelo saldo, na proporção em que 
participem das perdas sociais, salvo cláusula de responsabilidade solidária (CC, 
art. 1.023). 
 
Gabarito  C. 
 
 
8. (CESPE/Auditor do TCU/2007) Com relação aos tipos de sociedades, julgue 
os itens subseqüentes. 
 
Nas sociedades simples, o sócio admitido em sociedade já constituída responde 
pelo saldo das dívidas que os bens da sociedade não cobrirem, na proporção de 
sua participação das perdas sociais, salvo cláusula de responsabilidade 
solidária. 
 
Comentários 
 
O sócio, admitido em sociedade já constituída, não se exime das dívidas sociais 
anteriores à admissão (CC, art. 1.025). Se os bens da sociedade não lhe 
cobrirem as dívidas, respondem os sócios pelo saldo, na proporção em que 
participem das perdas sociais, salvo cláusula de responsabilidade solidária (CC, 
art. 1.023). Item, portanto, correto. 
 
Gabarito  Correto. 
 
 
9. (Procurador do Ministério Público do Trabalho/2007) A sociedade em nome 
coletivo é uma sociedade de: 
 
a) capital; 
b) pessoas e de capital; 
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c) de pessoas; 
d) mista; 
e) não respondida. 
 
Comentários 
 
Alguns aspectos que importam para a prova sobre a sociedades em nome 
coletivo ficaram pra trás. São eles: 
 
1) Não se admite a participação de incapazes como sócios, posto que nestas 
sociedades o sócio tem contribuição não só pessoal, mas, também, 
patrimonial, e os incapazes não podem se obrigar. 
 
2) Os sócios podem disciplinar suas relações do modo que lhe aprouverem, 
contudo, a condição é que não desnaturem o tipo escolhido (que é a própria 
SNC). 
 
3) É uma sociedade de pessoas, que depende do consentimento dos outros 
sócios para que estranhos entrem no quadro social. Esquematizemos o 
seguinte: 
 
ESQUEMA PARA A PROVA 
 
Sociedades em nome coletivo e sociedades em comandita simples  
Sociedades de Pessoas. 
Sociedade Limitada  Pode ser sociedade de pessoa ou de capital. 
Sociedade anônima e em comandita por ações  Sempre sociedades de 
capital. 
 
4) Aplicam-se às SNC as normas das sociedades simples, subsidiariamente. 
 
 
Gabarito  C. 
 
10. (CESPE/TJ SE/Juiz Substituto/2008) É imprescindível o consentimento de 
todos os sócios quando da modificação das cláusulas do contrato social de 
sociedade simples que envolva matéria atinente à participação dos mesmos nos 
lucros da sociedade. 
 
Comentários 
 
A sociedade simples é formada por contrato social, particular ou público, que 
deve ser escrito. 
 
Segundo disposição do artigo 997 do Código Civil: 
 
Art. 997. A sociedade constitui-se mediante contrato escrito, particular ou 
público, que, além de cláusulas estipuladas pelas partes, mencionará: 
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I - nome, nacionalidade, estado civil, profissão e residência dos sócios, se 
pessoas naturais, e a firma ou a denominação, nacionalidade e sede dos sócios, 
se jurídicas; 
II - denominação, objeto, sede e prazo da sociedade; 
III - capital da sociedade, expresso em moeda corrente, podendo compreender 
qualquer espécie de bens, suscetíveis de avaliação pecuniária; 
IV - a quota de cada sócio no capital social, e o modo de realizá-la; 
V - as prestações a que se obriga o sócio, cuja contribuição consista em 
serviços; 
VI - as pessoas naturais incumbidas da administração da sociedade, e seus 
poderes e atribuições; 
VII - a participação de cada sócio nos lucros e nas perdas; 
VIII - se os sócios respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações 
sociais. 
 
Art. 999. As modificações do contrato social, que tenham por objeto 
matéria indicada no art. 997, dependem do consentimento de todos os 
sócios; as demais podem ser decididas por maioria absoluta de votos, se o 
contrato não determinar a necessidade de deliberação unânime. 
 
O item, portanto, está correto. 
 
Gabarito  Correto. 
 
 
11. (CESPE/Defensor Público-CE/2008) Considere que José e João sejam os 
únicos sócios da empresa MT Produtos e Serviços S/S. e que, em razão da 
quebra da affectio societatis, José tenha decidido se retirar da sociedade. Nesse 
caso, a falta de pluralidade de sócios, se não for reconstituída no prazo de 180 
dias, acarretará a dissolução da MT Produtos e Serviços S/S. 
 
Comentários 
 
Art. 1.033. Dissolve-se a sociedade quando ocorrer:

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