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CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL PARA AFT 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
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CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL PARA AFT 
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AULA 01 – APLICABILIDADE DA LEI PENAL 
 
Olá, Pessoal! Sejam bem vindos! 
 
Hoje trataremos de um tema importantíssimo que é questão presente em 
praticamente todas as PROVAS de Direito Penal. Estudaremos como a lei penal 
é aplicada e verificaremos como a ESAF costuma exigir o assunto em prova. 
Para começarmos esta aula, faremos uma brevíssima revisão do que foi 
analisado na aula demonstrativa. Esta revisão abrangerá apenas o tema lei 
penal, pois é necessário que o assunto esteja “fresco” em sua cabeça a fim de 
facilitar o entendimento do que está por vir. 
 
Dito isto, MOTIVAÇÃO TOTAL, pois vamos começar! 
 
Bons estudos!!! 
*************************************************************** 
RREEVVIISSÃÃOO –– MMUUIITTAA AATTEENNÇÇÃÃOO!!!!!! 
 
LEI PENAL 
CONCEITO 
A lei penal é a fonte formal imediata do Direito Penal e é classificada pela doutrina 
majoritária em incriminadora e não incriminadora. 
Dizemos “incriminadoras” aquelas que criam crimes e cominam penas. 
Dizemos “não incriminadoras” as que não criam delitos e nem cominam penas. As 
“não incriminadoras” subdividem-se em: 
• PERMISSIVAS � Autorizam a prática de condutas típicas. 
• EXCULPANTES � Estabelecem a não culpabilidade do agente ou caracterizam 
a impunidade de algum crime. 
• INTERPRETATIVAS � Explicam determinado conceito, tornando clara a sua 
aplicabilidade. 
 
 
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ANALOGIA 
A analogia jurídica consiste em aplicar a um caso não previsto pelo legislador a norma 
que rege caso análogo, semelhante. A analogia não diz respeito à interpretação 
jurídica propriamente dita, mas à integração da lei, pois sua finalidade é justamente 
SUPRIR LACUNAS DESTA. 
Classifica-se em: 
• Analogia in malam partem � É aquela em que se supre a lacuna legal com 
algum dispositivo prejudicial ao réu. Isto não é possível no nosso ordenamento 
jurídico. 
• Analogia in bonam partem � Neste caso, aplica-se ao caso omisso uma norma 
favorável ao réu. Este tipo de analogia é aceito em nosso ordenamento jurídico. 
 
LEI PENAL NO TEMPO 
A regra geral no Direito Penal é a da prevalência da lei que se encontrava em vigor 
quando da prática do fato, ou seja, aplica-se a LEI VIGENTE quando da prática da 
conduta – Princípio do “TEMPUS REGIT ACTUM” 
 
NOVATIO LEGIS INCRIMINADORA 
Novatio legis incriminadora ocorre quando um indiferente penal (conduta considerada 
lícita frente à legislação penal) passa a ser considerado crime pela lei posterior. Neste 
caso, a lei que incrimina novos fatos é IIRRRREETTRROOAATTIIVVAA, uma vez que prejudica o 
sujeito. 
 
LEI PENAL MAIS GRAVE – LEX GRAVIOR 
Aqui não temos a tipificação de uma conduta antes descriminalizada, mas sim a 
aplicação de tratamento mais rigoroso a um fato já constante como delito. Para esta 
situação também não há que se falar em retroatividade, pois, conforme já tratamos 
SE A NOVA LEI FOR MAIS GRAVE TERÁ APLICAÇÃO APENAS A FATOS 
POSTERIORES À SUA ENTRADA EM VIGOR. JAMAIS RETROAGIRÁ, CONFORME 
DETERMINAÇÃO CONSTITUCIONAL. 
 
ABOLITIO CRIMINIS 
O instituto da abolitio criminis ocorre quando uma lei nova trata como lícito fato 
anteriormente tido como criminoso, ou melhor, quando a lei nova descriminaliza fato 
que era considerado infração penal. Opera-se a EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE. 
Encontra embasamento no artigo 2º do Código Penal, que dispõe da seguinte forma: 
 
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Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar 
crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença 
condenatória. 
Segundo os princípios que regem a lei penal no tempo, a lei abolicionista ÉÉ NNOORRMMAA 
PPEENNAALL RREETTRROOAATTIIVVAA, atingindo fatos pretéritos, ainda que acobertados pelo manto da 
coisa julgada. Isto porque o respeito à coisa julgada é uma garantia do cidadão em 
face do Estado. Logo, a lei posterior só não pode retroagir se for prejudicial ao réu. 
 
LEI PENAL MAIS BENÉFICA 
A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos 
anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado. 
 
A lei mais favorável é RETROATIVA. Sendo assim, somente podemos falar em 
RETROATIVIDADE quando lei posterior for mais benéfica ao agente, em comparação 
àquela que estava em vigor quando o crime foi praticado. 
Observe: 
 
 
 
 
Cabe, por fim, ressaltar a ultratividade. 
Quando se diz que uma lei penal é dotada de ultratividade, quer-se afirmar que ela, 
apesar de não mais vigente, continua a vincular os fatos anteriores à sua saída do 
sistema. 
Assim, para a situação, em que um delito é praticado durante a vigência de uma lei 
que posteriormente é revogada por outra prejudicial ao agente, ocorrerá a 
ULTRATIVIDADE da lei. 
 
 
 
 
 
 
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1.1 APLICABILIDADE DA LEI PENAL 
 
 1.1.1 LEI PENAL TEMPORÁRIA E LEI PENAL EXCEPCIONAL 
 
Caro (a) aluno (a), vimos até agora que a lei penal retroage para beneficiar 
o réu. 
Mas imagine a seguinte situação: uma lei é editada atribuindo penalização 
de reclusão de 5 a 8 anos para os indivíduos que gastem uma quantidade 
de água superior a 300 litros por mês durante certo período de 
racionamento. Esta lei entra em vigor em 01 de janeiro de 2010 e termina 
em 31 de dezembro do mesmo ano. 
Tício, no mês de outubro do supracitado ano, durante a vigência da lei, 
gasta 500 litros de água e tal fato só é descoberto no dia 29 de dezembro, 
ou seja, dois dias antes da retirada da lei de nosso ordenamento jurídico. 
Pergunto: Para este caso, dará tempo de ele ser condenado? Caso seja 
condenado, podemos dizer que no dia 1º de janeiro teremos a abolitio 
criminis? 
Para responder a estas perguntas e evitar situações absurdas que tirariam o 
sentido de determinadas leis, dispõe o Código Penal da seguinte forma: 
 
Art. 3º - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o 
período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a 
determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
As leis excepcionais e temporárias são auto-revogáveis, ou seja, não há 
necessidade da edição de outra lei para retirá-las do ordenamento jurídico. 
É suficiente para tal o decurso do prazo ou mesmo o término de 
determinada situação. 
LEIS TEMPORÁRIAS � SÃO AQUELAS QUE TRAZEM EM SEU TEXTO O 
TEMPO DETERMINADO DE SUA VALIDADE. POR EXEMPLO, A LEI 
TERÁ VALIDADE ATÉ 15 DE NOVEMBRO DE 2012 - UM PERÍODO 
CERTO. 
LEIS EXCEPCIONAIS � SÃO AS QUE TÊM SUA EFICÁCIA VINCULADA 
A UM ACONTECIMENTO DO MUNDO FÁTICO, COMO, POR EXEMPLO, 
UMA GUERRA. NELSON HUNGRIA CITA A LEI QUE ORDENAVA QUE, 
EM TEMPO DE GUERRA, TODAS AS PORTAS DEVERIAM SER 
PINTADAS DE PRETO, OU SEJA, A GUERRA É UM PERÍODO 
INDETERMINADO, MAS, DURANTE O SEU TEMPO, CONSTITUÍA CRIME 
DEIXAR DE PINTAR A PORTA. AO TÉRMINO DA GUERRA, A LEI 
PERDERIA EFICÁCIA. 
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Para que sua aplicabilidade seja plena, o legislador percebeu ser necessária 
a manutenção de seus efeitos punitivos após sua vigência aos que 
afrontaram a norma quando vigorava. 
Desta forma, podemos afirmar que as LEIS EXCEPCIONAIS E 
TEMPORÁRIAS POSSUEM ULTRATIVIDADE, pois, conforme exposto, 
aplicam-se sempre ao fato praticado durante sua vigência. O fundamento 
da ultratividade é claro e a explicação está prevista na Exposição de Motivos 
do Código Penal, nos seguintes termos: 
 
“É especialmente decidida a hipótese da lei excepcional ou temporária, 
reconhecendo-se a sua ultra-atividade. Esta ressalva visa impedir que, 
tratando-se de leis previamente limitadas no tempo, possam ser frustradas 
as suas sanções por expedientes astuciosos no sentido do retardamento dos 
processos penais. “ 
 
Esquematizando: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 1.1.2 LEIS PENAIS EM BRANCO 
 
Para tratarmos deste tema, antes de tudo, cabe um importante 
questionamento: “O que é uma lei penal em branco?”. Vamos entender: 
Normas penais em branco são disposições cuja sanção é determinada, 
permanecendo indeterminado o seu conteúdo; sua exequibilidade depende 
do complemento de outras normas jurídicas ou da futura expedição de 
certos atos administrativos; classificam-se em: 
INÍCIO DA 
VIGÊNCIA 
ATO 
CONTRÁRIO 
À LEI 
TÉRMINO DA 
VIGÊNCIA 
LEI TEMPORÁRIA ��� PERÍODO DE VIGÊNCIA DEFINIDO 
LEI EXCEPCIONAL ��� SITUAÇÃO DE ANORMALIDADE 
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A) NORMAS PENAIS EM BRANCO EM SENTIDO LATO ��� São aquelas 
em que o complemento é determinado pela mesma fonte formal da norma 
incriminadora, ou seja, o complemento tem a mesma natureza jurídica e 
provém do mesmo órgão que elaborou a lei penal incriminadora. 
Exemplo: Observe o art. 169, parágrafo único, I, do Código Penal: 
 
Art. 169 - Apropriar-se alguém de coisa alheia vinda ao seu 
poder por erro, caso fortuito ou força da natureza: 
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa. 
Parágrafo único - Na mesma pena incorre: 
I - quem acha tesouro em prédio alheio e se apropria, no todo 
ou em parte, da quota a que tem direito o proprietário do prédio; 
(grifei). 
 
Mas o que é “tesouro”? Para a correta complementação do art. 169, 
parágrafo único, I, do CP (norma penal em branco), devemos recorrer ao 
Código Civil que em seu art. 1264 leciona que tesouro é: 
 
Art. 1.264. O depósito antigo de coisas preciosas, oculto e de 
cujo dono não haja memória [...]. 
 
Neste exemplo, temos uma LEI, editada pelo LEGISLATIVO, 
complementando norma de mesma especificação. 
 
B) NORMAS PENAIS EM BRANCO EM SENTIDO ESTRITO ��� São 
aquelas cujo complemento está contido em norma procedente de outra 
instância legislativa, ou seja, o complemento tem natureza jurídica diversa 
e emana de órgão distinto daquele que elaborou a lei penal incriminadora. 
Exemplo: Um exemplo claro são os delitos relacionados com drogas (Lei nº 
11.343/2006). Pergunto: quais são as drogas que se estiverem na mochila 
de um indivíduo são passíveis de caracterização de crime? 
Para responder a esta pergunta, será necessário consultar a portaria 
SVS/MS 344/1998, editada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária. 
Lá estão dispostas as drogas proibidas em nosso país. 
Neste caso, temos uma portaria do executivo complementando lei 
editada pelo legislativo. 
Por fim, observe o elucidativo julgado do STJ: 
 
 
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Bom, agora que você já sabe o que é uma norma penal em branco, 
podemos passar a um ponto que é muito discutido na doutrina. 
Imagine que Tício comete um delito cuja tipificação se enquadra no 
conceito de norma penal em branco. Pergunto: Uma vez alterado o 
complemento da lei penal em branco, posteriormente à realização da 
conduta criminosa e beneficiando o réu, deve operar-se a retroatividade? 
Seria o caso, por exemplo, do indivíduo que é preso por estar com drogas 
e, dois meses depois, a substância, até então proibida, é retirada da 
portaria da ANS. 
Sem entrar em divergências, vou tratar do que você deve saber para a sua 
PROVA, ok? 
O entendimento majoritário é o de que DEVE HAVER A RETROAÇÃO DA 
LEI PENAL EM BRANCO, tal qual ocorre com as demais normas. 
Cabe, entretanto, ressaltar que quando o complemento se inserir em um 
contexto de excepcionalidade, a sua modificação, ainda que benéfica ao 
réu, não pode retroagir. Trata-se, simplesmente, da aplicação do disposto 
no art. 3º do Código Penal que, como vimos, garante a ultratividade das 
leis penais excepcionais. Observe o pronunciamento do STF sobre o tema: 
 
 
 
STJ, HC 98113/MS, DJ 15.06.2009 
 
O art. 1º, I, da Lei 8.176/91, ao proibir o comércio de combustíveis em 
desacordo com as normas estabelecidas na forma da lei, é norma penal 
em branco em sentido estrito, porque não exige a complementação 
mediante lei formal, podendo sê-lo por normas administrativas 
infralegais, estas sim, estabelecidas "na forma da lei". 
OBSERVAÇÃO 
Alguns autores referem-se à chamada lei penal em branco inversa ou 
ao avesso. Trata-se de situação em que o preceito primário é completo, 
mas o secundário necessita de complementação. Neste caso, o 
complemento só pode ocorrer por lei sob pena de afronta ao princípio da 
reserva legal. 
Trata-se de uma situação bem particular e sem grande importância para 
sua PROVA. 
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1.2 CONFLITO APARENTE DE LEIS 
 
Segundo o autor Cássio Juvenal Faria em seu estudo: 
 
"Ocorre o conflito aparente de normas penais quando o mesmo fato se amolda 
a duas ou mais normas incriminadoras. A conduta, única, parece subsumir-se 
em diversas normas penais. Ou seja, há uma unidade de fato e uma 
pluralidade de normas contemporâneas identificando aquele fato como 
criminoso." 
 
Resumindo, o conflito aparente de leis penais ocorre quando a um só fato, 
aparentemente, duas ou mais leis são aplicáveis, ou seja, o fato é único, no 
entanto, existe uma pluralidade de normas a ele aplicáveis. 
Como diz a própria expressão, o conflito é aparente, pois se resolve com a 
correta interpretação da lei. Para Nélson Hungria: 
 
“Não é admissível que duas ou mais leis penais ou dois ou mais dispositivos da 
mesma lei penal se disputem, com igual autoridade, exclusiva aplicação ao 
mesmo fato. Para evitar a perplexidade ou a intolerável solução pelo bis in 
idem, o direito penal (como o direito em geral) dispõe de regras, explícitas ou 
implícitas, que previnem a possibilidade de competição em seu seio.” 
 
A doutrina, regra geral, indica 04 princípios a serem aplicados a fim de 
solucionar o conflito aparente de leis penais, são eles: 
 
 
 
STF, HC 73.168-6/SP 
 
Em princípio, o artigo 3º do Código Penal se aplica a norma penal em 
branco, na hipótese de o ato normativo que a integra ser revogado ou 
substituído por outro mais benéfico ao infrator, não se dando, portanto, a 
retroatividade. - Essa aplicação só não se faz quandoa norma, que 
complementa o preceito penal em branco, importa real modificação da 
figura abstrata nele prevista ou se assenta em motivo permanente, 
insusceptível de modificar-se por circunstancias temporárias ou 
excepcionais, como sucede quando do elenco de doenças contagiosas se 
retira uma por se haver demonstrado que não tem ela tal característica. 
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1. SUBSIDIARIEDADE; 
2. ESPECIALIDADE; 
3. CONSUNÇÃO; 
4. ALTERNATIVIDADE 
 
O conhecimento destes 04 princípios é importante para a sua PROVA e, para 
lembrá-los, observe que juntos formam a palavra SECA!!! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Vamos conhecê-los: 
 
 1.2.1 PRINCÍPIO DA ESPECIALIDADE 
 
Estabelece que a lei especial prevalece sobre a geral. Considera-se lei 
especial aquela que contém todos os requisitos da lei geral e mais alguns 
chamados especializantes. 
Exemplo: O crime de infanticídio, previsto no artigo 123 do Código Penal, 
tem um núcleo idêntico ao do crime de homicídio, tipificado pelo artigo 121, 
qual seja, “matar alguém”. Torna-se figura especial, ao exigir elementos 
diferenciadores: A autora deve ser a mãe e a vítima deve ser o próprio 
filho, nascente ou neonato, cometendo-se o delito durante o parto ou logo 
após, sob influência do estado puerperal. 
 
 
 
 
 
 
 
 ELEMENTOS COMUNS 
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 1.2.2 PRINCÍPIO DA SUBSIDIARIEDADE 
 
Subdivide-se em expresso e tácito. 
Ocorre a subsidiariedade expressa, quando a própria norma reconhecer 
seu caráter subsidiário, admitindo incidir somente se não ficar 
caracterizado o fato de maior gravidade. 
 
Como exemplo, compete citar o crime de perigo para a vida ou saúde de 
outrem (art. 132, CP): 
 
"Art. 132. Expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e 
iminente: 
 
Pena – detenção, de 3 meses a 1 ano, se o fato não constituir 
crime mais grave". (grifei) 
 
Como se retira do preceito secundário do artigo transcrito, somente "se o 
fato não constituir crime mais grave" é que a pena relativa ao delito 
descrito no art. 132 será aplicada ao agente. 
No caso da subsidiariedade tácita a norma nada diz, mas, diante do caso 
concreto, verifica-se seu caráter secundário. 
Exemplo claro é o do crime de roubo em que a vítima, mediante emprego 
de violência, é constrangida a entregar a sua bolsa ao agente. 
Aparentemente, incidem o tipo definidor do roubo (norma primária) e o do 
constrangimento ilegal (norma subsidiária), sendo que o constrangimento 
ilegal, no caso, foi apenas uma fase do roubo, além do fato de este ser 
mais grave. 
 
 1.2.3 PRINCÍPIO DA CONSUNÇÃO 
 
Conhecido também como PRINCÍPIO DA ABSORÇÃO, é um princípio 
aplicável nos casos em que há uma sucessão de condutas com existência de 
um nexo de dependência. De acordo com tal princípio, o crime mais grave 
absorve o crime menos grave. 
Ao contrário do que ocorre no princípio da especialidade, aqui não se 
reclama a comparação abstrata entre as leis penais. Comparam-se os fatos, 
inferindo-se que o mais grave consome os demais, sobrando apenas a lei 
penal que o disciplina. Mas como assim? 
Para uma melhor compreensão, pensemos, por exemplo, no crime de furto 
qualificado (art. 155, § 4º, do Código Penal). Veja: 
 
 
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Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel: 
[...] 
Furto qualificado 
§ 4º - A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o 
crime é cometido: 
I - com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da 
coisa; 
II - com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou 
destreza; 
III - com emprego de chave falsa; 
IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas. 
 
Simplesmente olhando para o tipo penal, não posso dizer que ele sofre 
consunção, pois que dele, em si, nada posso aferir quanto a sua 
correspondência íntima com outro crime. Assim, o que importa para sua 
PROVA é que ABSTRATAMENTE É IMPOSSÍVEL SABER SE UM CRIME É, 
OU NÃO, CONSUNTIVO. 
No entanto, se digo que o agente Tício, com o intuito de furtar bens de uma 
residência, escala o muro que a cerca e, utilizando-se de chave falsa, abre-
lhe a porta e penetra em seu interior, subtraindo-lhe os bens e fugindo logo 
em seguida, posso, com toda a certeza, afirmar que o princípio da 
consunção se faz presente. 
Neste caso, o furto qualificado pela escalada e pelo emprego de chave falsa 
(art. 155, § 4º, II, 3ª figura, e III, do Código Penal) ABSORVE a violação 
de domicílio qualificada (art. 150, § 1º, 1ª figura, do Código Penal), que lhe 
serviu de meio necessário. 
 
 1.2.4 PRINCÍPIO DA ALTERNATIVIDADE 
 
Ocorre quando uma norma jurídica prevê diversas condutas, 
alternativamente, como modalidades de uma mesma infração. Para estes 
casos, mesmo que o infrator cometa mais de uma dessas ‘condutas 
alternativas’, isto é, se, acaso, violar mais de um dever jurídico, será 
apenado somente uma vez. 
É comum no Direito Ambiental a norma jurídica determinar várias 
modalidades de conduta para a mesma infração. Por exemplo, o artigo 11 
do Decreto 3.179, de 21.9.1999, que regulamenta a Lei 9.605/1998, 
estabelece: 
 
“Art. 11. Matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da 
fauna silvestre, nativos ou em rota migratória, sem a devida 
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permissão, licença ou autorização da autoridade competente, ou 
em desacordo com a obtida: multa de (...).” 
 
O infrator será apenado apenas uma vez, ainda que realize diversos 
comportamentos estabelecidos na norma. Por exemplo, se a pessoa caça e 
depois mata determinado animal silvestre, sofrerá apenas uma reprimenda. 
Para ficar bem claro, vamos analisar outro exemplo: Assim dispõe o artigo 
193 da Lei 9.503, de 23.9.1997, que institui o Código de Trânsito Brasileiro: 
 
“Art. 193. Transitar com o veículo em calçada, passeios, 
passarelas, ciclovias, ciclofaixas, ilhas, refúgios, ajardinamentos, 
canteiros centrais e divisores de pista de rolamento, 
acostamentos, marcas de canalização, gramados e jardins 
públicos: Penalidade: multa (...)”. 
 
Ao menos em linhas gerais, se a pessoa transita com o veículo na calçada, 
na ciclovia e depois no acostamento, não cometerá tantas infrações quantos 
forem os deveres violados. Trata-se de ilícito administrativo de “condutas 
múltiplas” e ele sofrerá única sanção em face do princípio da 
alternatividade. 
 
Finalizando este tópico, cabe pela importância ressaltar: 
 
 
 
 
 
 
1.3 TEMPO DO CRIME 
 
Caro(a) Aluno(a), imagine que Tício atira em Mévio no dia 15 de março de 
2011, quando possuía 17 anos, 28 dias e 6 horas. Mévio é socorrido, levado ao 
hospital e vem a falecer no dia 03 de abril de 2011, em virtude dos disparos. 
Neste caso, Tício poderá ser condenado? 
Perceba que temos a ação ocorrendo em uma data (disparos) e o resultado em 
outra. Como encontrar a solução para este questionamento? 
OO CCOONNFFLLIITTOO DDEE NNOORRMMAASS ÉÉ AAPPAARREENNTTEE,, OOUU 
SSEEJJAA,, SSEEMMPPRREE PPOODDEE SSEERR SSOOLLUUCCIIOONNAADDOOAATTRRAAVVÉÉSS DDEE UUMMAA CCOORRRREETTAA IINNTTEERRPPRREETTAAÇÇÃÃOO 
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Para determinar o tempo do crime, a doutrina criminal tem apresentado três 
teorias, quais sejam, a teoria da atividade, do resultado e da ubiquidade 
(mista). 
 
Teoria da Atividade � O crime ocorre no lugar em que foi praticada a ação 
ou omissão, ou seja, a conduta criminosa. Ex.: o crime de homicídio é 
praticado no lugar em que o agente dispara a arma de fogo com a intenção de 
matar a vítima; 
 
Teoria do Resultado � O crime ocorre no lugar em que ocorreu o resultado. 
Ex.: o crime de homicídio é praticado no lugar em que a vítima morreu, ainda 
que outro tenha sido o lugar da ação; 
 
Teoria da Ubiquidade � Também conhecida por teoria mista, já que para 
esta teoria o crime ocorre tanto no lugar em que foi praticada a ação ou 
omissão (atividade) como onde se produziu, ou deveria se produzir o resultado 
(resultado). 
 
O Código Penal adota claramente, em seu artigo 4º, a TEORIA DA 
ATIVIDADE para determinar o tempo do crime. Observe: 
 
Art. 4º - Considera-se praticado o crime no momento da ação ou 
omissão, ainda que outro seja o momento do resultado 
 
Desta forma, fica claro que em nosso exemplo inicial Tício não poderá ser 
condenado com base no Código Penal, pois era menor quando da ação do 
delito. Serão cabíveis para o caso as disposições do Estatuto da Criança e do 
Adolescente. 
 
 1.3.1 EFEITOS DA TEORIA DA ATIVIDADE PARA O TEMPO DO CRIME 
 
A adoção da teoria da atividade para a determinação do tempo do crime 
apresenta algumas consequências, dentre as quais as seguintes são 
importantes para a sua PROVA: 
 
1. Aplica-se a lei em vigor ao tempo da conduta, exceto se a do 
tempo do resultado for mais benéfica. 
2. Apura-se a imputabilidade NO MOMENTO DA CONDUTA. 
 
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Antes de prosseguirmos com a próxima consequência, faz-se necessário o 
conhecimento básico de alguns conceitos: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Prosseguindo: 
 
3. Nos crimes permanentes, enquanto perdura a ofensa ao bem 
jurídico (Exemplo: extorsão mediante sequestro), o tempo do 
crime se dilatará pelo período de permanência. Assim, se o 
autor, menor, durante a fase de execução do crime vier a 
atingir a maioridade, responderá segundo o Código Penal e 
não segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente — ECA 
(Lei n. 8.069/90). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DICIONÁRIO DO CONCURSEIRO 
 
CRIME PERMANENTE � É O CRIME CUJO MOMENTO CONSUMATIVO SE 
PROLONGA NO TEMPO. EXEMPLO: CP, ART. 148 - SEQUESTRO E CÁRCERE 
PRIVADO. 
CRIME CONTINUADO � O INSTITUTO DO CRIME CONTINUADO É UMA FICÇÃO 
JURÍDICA QUE, EXIGINDO O CUMPRIMENTO DE REQUISITOS OBJETIVOS 
(MESMA ESPÉCIE, CONDIÇÕES DE TEMPO, LUGAR, MANEIRA DE EXECUÇÃO E 
OUTRAS SEMELHANTES), EQUIPARA A REALIZAÇÃO DE VÁRIOS CRIMES A UM 
SÓ. EXEMPLO: CAIXA DE SUPERMERCADO QUE, DIA APÓS DIA, E NA 
ESPERANÇA DE QUE O SEU SUPERIOR EXERÇA AS SUAS FUNÇÕES 
NEGLIGENTEMENTE, TIRA PEQUENO VALOR DIÁRIO DO CAIXA, QUE PODE 
TORNAR-SE CONSIDERÁVEL COM O PASSAR DO TEMPO. 
CRIME HABITUAL � CONSOANTE CAPEZ, "É O COMPOSTO PELA REITERAÇÃO 
DE ATOS QUE REVELAM UM ESTILO DE VIDA DO AGENTE, POR EXEMPLO, 
RUFIANISMO (CP, ART. 230), EXERCÍCIO ILEGAL DA MEDICINA; SÓ SE 
CONSUMA COM A HABITUALIDADE NA CONDUTA.” 
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4. Nos crimes continuados em que os fatos anteriores eram 
punidos por uma lei, operando-se o aumento da pena por lei 
nova, aplica-se esta última a toda unidade delitiva, desde que 
sob a sua vigência continue a ser praticado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A importantíssima súmula 711 do STF resume os itens 03 e 04. Observe: 
 
 
 
 
 
 
 
5. No Crime Habitual em que haja sucessão de leis, deve ser 
aplicada a nova, ainda que mais severa, se o agente insistir em 
reiterar a conduta criminosa. 
 
1.4 LEI PENAL NO ESPAÇO 
 
O Código Penal trata de maneira detalhada da aplicação da Lei Penal no espaço 
e, assim, torna claro para a sociedade onde as normas definidas pelo 
Legislador Brasileiro serão aplicadas. 
A REGRA para dirimir conflitos e dúvidas é a utilização do princípio da 
TERRITORIALIDADE, ou seja, aplica-se a lei penal aos crimes cometidos em 
território nacional. Tal preceito encontra-se no Código Penal, observe: 
 
CAIXA 
ROUBOU 
R$100,00 
CAIXA 
ROUBOU 
R$100,00 
CAIXA 
ROUBOU 
R$100,00 
SSÚÚMMUULLAA 771111 DDOO SSTTFF 
AA LLEEII PPEENNAALL MMAAIISS GGRRAAVVEE AAPPLLIICCAA--SSEE AAOO CCRRIIMMEE CCOONNTTIINNUUAADDOO 
OOUU AAOO CCRRIIMMEE PPEERRMMAANNEENNTTEE,, SSEE AA SSUUAA VVIIGGÊÊNNCCIIAA ÉÉ AANNTTEERRIIOORR ÀÀ 
CCEESSSSAAÇÇÃÃOO DDAA CCOONNTTIINNUUIIDDAADDEE OOUU DDAA PPEERRMMAANNÊÊNNCCIIAA.. 
 
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Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, 
tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no 
território nacional. 
 
Há exceções que ocorrem quando o brasileiro pratica crime no exterior ou um 
estrangeiro comete delito no Brasil. Fala-se, assim, que o Código Penal adotou 
o princípio da TERRITORIALIDADE TEMPERADA OU MITIGADA. 
Dito isto, vamos esmiuçar a regra e as exceções: 
 
 1.4.1 PRINCÍPIO DE TERRITORIALIDADE 
 
Em termos jurídicos, território é o espaço em que o Estado exerce sua 
soberania política. Para a sua PROVA você não precisa saber exatamente o 
que compreende o território brasileiro, bastando apenas o conhecimento do 
disposto nos parágrafos 1º e 2º do artigo 5º, que dispõe: 
 
Art. 5º [...] 
§ 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do 
território nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de 
natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que 
se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações 
brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, 
respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-
mar. 
§ 2º - É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a 
bordo de aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade 
privada, achando-se aquelas em pouso no território nacional ou 
em vôo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou 
mar territorial do Brasil. 
 
Com base nos supracitados parágrafos, imagine que Tício, brasileiro, está 
na Argentina e confere lesões corporais graves em um “Hermano”. Diante 
de tal fato, Tício, perseguido por policiais, corre para um navio da marinha 
de guerra do Brasil e o adentra. Neste caso, Tício poderá ser preso pelos 
policiais Argentinos? 
A resposta é negativa, pois o navio será considerado extensão do território 
Brasileiro e não poderá ser penetrado peles policiais Argentinos. 
Agora outra situação... Mévio, Americano, está em um cruzeiro que passará 
pelas belas praias do Rio de Janeiro. Nas proximidades de Copacabana, 
Mévio atira em Caio. Diante desta situação, o que fazer? Mévio pode ser 
preso segundoas leis brasileiras? 
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A resposta é positiva, pois, com base no parágrafo 2º do artigo 5º, para 
crimes praticados a bordo de embarcações privadas estrangeiras, 
achando-se estas em porto ou mar territorial do Brasil, aplica-se a lei 
brasileira. 
Como percebe, as regras são de fácil aplicação, mas o correto entendimento 
é fundamental para sua PROVA. 
 
 1.4.2 PRINCÍPIOS QUE MITIGAM A TERRITORIALIDADE 
 
Vimos que o Código Penal adota o princípio da territorialidade temperada ou 
mitigada por haverem exceções ao princípio da territorialidade. Vamos 
conhecê-las: 
 
 1.4.2.1 PRINCÍPIO DA NACIONALIDADE OU DA PERSONALIDADE 
 
Autoriza a submissão à lei brasileira dos crimes praticados no estrangeiro 
por autor brasileiro ou contra vítima brasileira. 
Este princípio se subdivide em outros dois: 
 
1 – Princípio da Personalidade Ativa � Só se considera a 
nacionalidade do autor do delito, ou seja, independentemente da 
nacionalidade do sujeito passivo e do bem jurídico ofendido, o agente é 
punido de acordo com a lei brasileira. 
Encontra-se disposto no art. 7.º, I, alínea “d” e II, “b” do Código Penal: 
 
Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no 
estrangeiro: 
I - os crimes: [...] 
d) de genocídio, quando o agente for brasileiro [...] 
II - os crimes: [...] 
b) praticados por brasileiro; 
 
2 - Princípio da Personalidade Passiva ��� Considera-se somente a 
nacionalidade da vítima do delito. Encontra previsão no art. 7.º, § 3º, do 
Código Penal: 
 
§ 3º - A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por 
estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as 
condições previstas no parágrafo anterior: 
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a) não foi pedida ou foi negada a extradição; 
b) houve requisição do Ministro da Justiça. 
 
 1.4.2.2 PRINCÍPIO DA DEFESA REAL OU DA PROTEÇÃO 
 
A lei penal é aplicada independente da nacionalidade do bem jurídico 
atingido pela ação delituosa, onde quer que ela tenha sido praticada e 
independente da nacionalidade do agente. O Estado protege os seus 
interesses além das fronteiras. 
Observe o preceituado no Código Penal: 
 
Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no 
estrangeiro: 
I - os crimes: 
a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República; 
b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito 
Federal, de Estado, de Território, de Município, de empresa 
pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação 
instituída pelo Poder Público; 
c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço; 
 
 1.4.2.3 PRINCÍPIO DA JUSTIÇA UNIVERSAL 
 
As leis penais devem ser aplicadas a todo e qualquer fato punível, seja 
qual for a nacionalidade do agente, do bem jurídico lesado ou posto em 
perigo e em qualquer local onde o fato foi praticado. 
A lei penal deve ser aplicada a todos os homens, independentemente do 
local onde se encontrem. 
É um princípio baseado na cooperação penal internacional e permite 
a punição, por todos os Estados, da totalidade dos crimes que forem 
objeto de tratados e de convenções internacionais. Fundamenta-se no 
dever de solidariedade na repressão de certos delitos cuja punição 
interessa a todos os povos. Exemplos: Tráfico de drogas, comércio de 
seres humanos, genocídio etc. 
Encontra previsão no art. 7º, II, “a”, do Código Penal: 
Art. 7º [...] 
[...] 
II - os crimes 
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a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir; 
 
 1.4.2.4 PRINCÍPIO DA REPRESENTAÇÃO 
 
Segundo este princípio, deve ser aplicada a lei penal brasileira aos 
crimes cometidos em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes 
ou de propriedade privada quando estiverem em território estrangeiro e 
aí não sejam julgados. Está previsto no artigo 7º, II, “c”, do Código 
Penal: 
 
Art. 7º [...] 
II - os crimes 
[...] 
c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, 
mercantes ou de propriedade privada, quando em território 
estrangeiro e aí não sejam julgados. 
 
 1.4.3 LUGAR DO CRIME 
 
Até agora falamos bastante da territorialidade, mas para sabermos se um 
delito operou-se no território Nacional precisamos aprender como 
determinar o lugar do crime. 
Quando falamos sobre o tempo do crime, ou seja, o momento em que o 
crime é cometido, tratamos de três teorias: ATIVIDADE, RESULTADO e 
MISTA ou da UBIQUIDADE. Está lembrado? 
Naquela oportunidade, afirmamos que para definir o momento do crime 
adotou-se a teoria da atividade. Portanto, tem-se como praticado o crime 
NO MOMENTO da ATIVIDADE. 
Aqui, a questão é saber ONDE se tem como cometido o delito. O problema 
é o lugar (espaço) e não o tempo. Devemos, mais uma vez, para solucionar 
qualquer conflito, recorrer às três teorias: 
 
• TEORIA DA ATIVIDADE � O CRIME É COMETIDO NO LUGAR ONDE FOI 
PRATICADA A ATIVIDADE (CONDUTA= AÇÃO OU OMISSÃO). 
• TEORIA DO RESULTADO � O LUGAR DO CRIME É ONDE OCORREU O 
RESULTADO, INDEPENDENTEMENTE DE ONDE FOI PRATICADA A CONDUTA. 
• TEORIA MISTA (OU DA UBIQUIDADE) � CONSIDERA, POR SUA VEZ, QUE O 
CRIME É COMETIDO TANTO NO LUGAR DA ATIVIDADE QUANTO NO LUGAR 
DO RESULTADO. 
 
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O Código Penal, ao tratar do tema, dispõe: 
 
Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu 
a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se 
produziu ou deveria produzir-se o resultado. 
 
O Código Penal adotou a TTEEOORRIIAA DDAA UUBBIIQQUUIIDDAADDEE, valendo ressaltar que 
na própria previsão do art. 6° do Código Penal esta incluída o lugar da 
tentativa, ou seja, "[...] onde se produziu ou deveria produzir-se o 
resultado". 
Busca-se, com a teoria mista do lugar do delito, solucionar o problema dos 
conflitos negativos de competência (Dentro do Território Nacional) e o 
problema dos crimes à distância (Brasil - Exterior), em que ação e o 
resultado se desenvolvem em lugares diversos. 
Como exemplo, podemos citar o seguinte caso: 
Imagine que Tício, residente no Brasil, envia uma carta bomba para um 
cidadão residente na Grécia (vou parar com esse negócio de citar só 
argentinos), cujo nome é Maradona. Maradona, grego, vem a falecer em 
virtude da carta. Neste caso, segundo a norma penal, o lugar do crime 
tanto pode ser o Brasil quanto a Grécia. 
Ou seja, para que o Brasil seja competente na apuração e julgamento de 
determinada infração penal, basta que porção dessa conduta delituosa 
tenha ocorrido no território nacional. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ATENÇÃO!!! 
EXISTEM ALGUMAS SITUAÇÕES PARA AS QUAIS NÃO SE APLICA A TEORIA DA 
UBIQUIDADE. A ÚNICA QUE IMPORTA PARA A SUA PROVA DIZ RESPEITO AOS 
CRIMES DOLOSOS CONTRA A VIDA, OOCCOORRRRIIDDOOSS NNOO TTEERRRRIITTÓÓRRIIOO NNAACCIIOONNAALL QUE, 
SEGUNDO PACÍFICA JURISPRUDÊNCIA, A FIM DE FACILITAR A INSTRUÇÃO 
CRIMINAL E A DESCOBERTA DA VERDADE REAL, SEGUE A TEORIA DA ATIVIDADE. 
Sendo assim, imagine que Mévio atiraem Caio em São Paulo. Este é 
socorrido e levado para um hospital no Rio de Janeiro, onde vem a falecer. 
Temos, para este caso, a atividade em São Paulo e o resultado no Rio 
de Janeiro. Pela regra geral, seriam competentes tanto o Juízo do Rio 
quanto o de São Paulo, MAAAAAS, como neste caso estamos tratando de 
crime doloso contra a vida, aplica-se a teoria da ATIVIDADE e não da 
UBIQUIDADE, sendo competente, portanto, o Juízo de São Paulo. 
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 1.4.4 EXTRATERRITORIALIDADE 
 
Extraterritorialidade é a aplicação da legislação penal brasileira aos crimes 
cometidos no exterior. 
Conforme já tratamos, justifica-se pelo fato de o Brasil ter adotado, 
relativamente à lei penal no espaço, o princípio da territorialidade mitigada, 
o que autoriza, excepcionalmente, a incidência da lei penal brasileira a 
crimes praticados fora do território nacional. 
A extraterritorialidade pode ser incondicionada ou condicionada e são estas 
duas espécies que veremos a partir de agora. Apresentarei primeiramente 
as regras gerais e depois colocarei o que é importante em um esquema, a 
fim de facilitar a assimilação. 
Observação: 
 
 
 
 
 
 
 
 1.4.4.1 EXTRATERRITORIALIDADE INCONDICIONADA 
 
Como o próprio nome diz, são hipóteses em que a lei brasileira é 
aplicada, independentemente de qualquer CONDIÇÃO. Encontra 
previsão do art. 7º, I do Código Penal, que dispõe: 
 
Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no 
estrangeiro: 
I - os crimes: 
a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República; 
b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito 
Federal, de Estado, de Território, de Município, de empresa 
pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação 
instituída pelo Poder Público; 
c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço; 
d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no 
Brasil; 
 
 
NÃO SE ADMITE A APLICAÇÃO DA LEI PENAL BRASILEIRA ÀS CONTRAVENÇÕES 
PENAIS OCORRIDAS FORA DO TERRITÓRIO NACIONAL. 
OBSERVE O DISPOSTO NA LEI DAS CONTRAVENÇÕES PENAIS: 
Art. 2º A lei brasileira só é aplicável à contravenção praticada no território 
nacional. 
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1.4.4.2 EXTRATERRITORIALIDADE CONDICIONADA 
 
Relaciona-se aos crimes indicados no art. 7°, II, e § 3°, do Código Penal. 
 
Art. 7º[...] 
II - os crimes: 
a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir; 
b) praticados por brasileiro; 
c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, 
mercantes ou de propriedade privada, quando em território 
estrangeiro e aí não sejam julgados. 
§ 3º - A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por 
estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as 
condições previstas no parágrafo anterior: 
a) não foi pedida ou foi negada a extradição; 
b) houve requisição do Ministro da Justiça. 
 
A aplicação da lei penal brasileira aos crimes cometidos no exterior se 
sujeita às condições descritas no art. 7°, § 2°, alíneas “a”, “b”, “c” e 
“d”, e § 3°, do Código Penal. 
 
§ 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende 
do concurso das seguintes condições: 
a) entrar o agente no território nacional; 
b) ser o fato punível também no país em que foi praticado; 
c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira 
autoriza a extradição; 
d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí 
cumprido a pena; 
 
Tratando-se de extraterritorialidade condicionada, a lei penal brasileira é 
subsidiária em relação aos crimes praticados fora do território nacional, 
aqui já descritos. 
 Dito tudo isto sobre a extraterritorialidade, vamos esquematizar: 
 
 
 
 
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EXTRATERRITORIALIDADE 
INCONDICIONADA 
CONDICIONADA 
HIPÓTESES: 
*CRIME CONTRA A VIDA OU A LIBERDADE DO 
PRESIDENTE DA REPÚBLICA. 
*CRIME CONTRA O PATRIMÔNIO OU A FÉ 
PÚBLICA DA ADMINISTRAÇÃO DIRETA OU 
INDIRETA. 
*CRIME CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, 
POR QUEM ESTÁ A SEU SERVIÇO. 
*CRIME DE GENOCÍDIO, QUANDO O AGENTE FOR 
BRASILEIRO OU DOMICILIADO NO BRASIL. 
CONDIÇÕES: 
*NÃO EXISTEM – O AGENTE É PUNIDO PELA LEI 
BRASILEIRA, AINDA QUE ABSOLVIDO OU 
CONDENADO NO ESTRANGEIRO. 
HIPÓTESES: 
*CRIMES QUE, POR TRATADO OU CONVENÇÃO, O 
BRASIL SE OBRIGOU A REPRIMIR. 
*CRIMES PRATICADOS POR BRASILEIRO. 
*CRIMES PRATICADOS EM AERONAVES OU 
EMBARCAÇÕES BRASILEIRAS, MERCANTES OU DE 
PROPRIEDADE PRIVADA, QUANDO EM 
TERRITÓRIO ESTRANGEIRO NÃO FOREM 
JULGADOS. 
*CRIMES PRATICADOS POR ESTRANGEIROS 
CONTRA BRASILEIROS FORA DO BRASIL, SE, 
REUNIDAS AS CONDIÇÕES: 1-NÃO FOI PEDIDA OU 
NEGADA A EXTRADIÇÃO; 2-HOUVE REQUISIÇÃO 
DO MINISTRO DA JUSTIÇA. 
CONDIÇÕES: 
*ENTRAR O AGENTE NO TERRITÓRIO NACIONAL 
*SER O FATO PUNÍVEL ONDE FOI PRATICADO 
*ESTAR O CRIME INCLUÍDO ENTRE AQUELES 
PELOS QUAIS A LEI BRASILEIRA AUTORIZA A 
EXTRADIÇÃO 
* NÃO TER SIDO ABSOLVIDO NO ESTRANGEIRO 
OU NÃO TER AÍ CUMPRIDO PENA (CUMPRIMENTO 
PARCIAL – ART. 8º DO CP) 
*NÃO TER SIDO PERDOADO NO ESTRANGEIRO OU 
EXTINTA A PUNIBILIDADE PELA LEI + FAVORÁVEL 
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1.5 CONSIDERAÇÕES FINAS 
 
 1.5.1 PENA CUMPRIDA NO ESTRANGEIRO 
 
Imaginemos que Tício cometeu um crime contra a vida da presidenta Dilma 
em solo argentino e lá foi condenado à pena de seis anos de reclusão, dos 
quais já cumpriu três anos. Durante uma rebelião, Tício foge e consegue 
chegar ao Brasil. 
Conforme já vimos, e quanto a isso não deve haver dúvidas, a sentença 
estrangeira não faz coisa julgada no Brasil. Logo, o autor da infração 
deverá ser novamente julgado. 
Pensemos que Tício foi condenado aqui no Brasil a 15 anos de reclusão. O 
que ocorrerá com aqueles três anos já cumpridos? Não valerão de nada? 
Claro que valerão. E a resposta para este questionamento está no artigo 8º 
do Código Penal, que, com base no já conhecido princípio do “ne bis in 
idem”, dispõe: 
 
Art. 8º - A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta 
no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela é 
computada, quando idênticas. 
 
SENDO ASSIM, CONCLUÍMOS QUE A PENA CUMPRIDA NO 
ESTRANGEIRO ATENUA A PENA IMPOSTA NO BRASIL PELO MESMO 
CRIME, QUANDO DIVERSAS, OU NELA É COMPUTADA QUANDO 
IDÊNTICAS. 
 
 1.5.2 EFICÁCIA DA SENTENÇA ESTRANGEIRA 
 
A sentença judicial é proferida pelo ESTADO com base na sua soberania e 
confere efeitos no local em que foi decidida. Assim, regra geral, uma 
sentença judicial brasileira vale para o Brasil, uma sentença judicial 
paraguaia vale no Paraguai, e assim por diante. 
Contudo, existem determinadas situações em que decisões judiciais de 
outras nações são recepcionadas pelo estado Brasileiro através de sua 
homologação, mediante o procedimento constitucionalmente previsto, a fimde constituí-la em título executivo com validade em território nacional. 
Encontramos as hipóteses de possibilidade de utilização da sentença 
estrangeira no art. 9º do Código Penal, que leciona: 
 
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Art. 9º - A sentença estrangeira, quando a aplicação da lei 
brasileira produz na espécie as mesmas conseqüências, pode ser 
homologada no Brasil para: 
I - obrigar o condenado à reparação do dano, a restituições e a 
outros efeitos civis; 
II - sujeitá-lo a medida de segurança. 
Parágrafo único - A homologação depende: 
a) para os efeitos previstos no inciso I, de pedido da parte 
interessada; 
b) para os outros efeitos, da existência de tratado de extradição 
com o país de cuja autoridade judiciária emanou a sentença, ou, 
na falta de tratado, de requisição do Ministro da Justiça. 
 
Diante do que vimos até agora, responda-me: Imagine que Tício foi 
condenado a determinada pena do estrangeiro. Esta sentença, seja ela qual 
for, pode ser homologada e utilizada pelo Brasil, nos termos do art. 9º? 
É claro que........NÃO!!!!! 
Observe que o artigo 9º só traz duas possibilidades de homologação, que 
são: 
 
 
 
 
 
 
A homologação de sentença estrangeira hoje é de competência do STJ 
(artigo 105, I, i, da CF). Antes da Emenda Constitucional de número 45/04, 
a competência era do STF. 
 
 1.5.3 CONTAGEM DE PRAZO 
 
O artigo 10 do Código Penal trata da contagem do PRAZO PENAL nos 
seguintes termos: 
Art. 10 - O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. 
Contam-se os dias, os meses e os anos pelo calendário comum. 
 
Vamos analisá-lo por partes: 
 
11.. OOBBRRIIGGAARR OO CCOONNDDEENNAADDOO ÀÀ RREEPPAARRAAÇÇÃÃOO DDOO DDAANNOO,, AA 
RREESSTTIITTUUIIÇÇÕÕEESS EE AA OOUUTTRROOSS EEFFEEIITTOOSS CCIIVVIISS.. 
22.. SSUUJJEEIITTÁÁ--LLOO AA MMEEDDIIDDAA DDEE SSEEGGUURRAANNÇÇAA.. 
 
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1. O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo � Imaginemos 
que determinado indivíduo é preso no dia 15 de janeiro, às 23:59h, 
após sua condenação a 01(UM) dia de prisão. Pergunto: Quando ele 
será liberado? 
Ele estará livre às 00:00h do dia 16, ou seja, ficará UM MINUTO preso 
e isto será considerado UM DIA. 
 
“Mas como assim, professor? Só um minuto???” 
 
É exatamente isso!!! 
Como o dia do começo inclui-se no cômputo do prazo e, segundo o 
artigo 11 do Código Penal, não há que se falar em frações de dia, 
teremos 1 minuto valendo 24 horas. Observe o disposto no citado art. 
11 do CP: 
 
Art. 11 - Desprezam-se, nas penas privativas de liberdade e nas 
restritivas de direitos, as frações de dia, e, na pena de multa, 
as frações de cruzeiro. (leia-se real). (grifo nosso) 
 
 
 
 
 
 
2. Contam-se os dias, os meses e os anos pelo calendário comum 
� No prazo penal, os dias, os meses e os anos são contados de 
acordo com o calendário comum, também chamado de gregoriano. 
Os meses são calculados com o número de dias característicos de 
cada um deles, e não como um período de 30 dias. Assim, se um 
indivíduo é preso por um mês em 10 fevereiro, quando será solto? Em 
9 de março. E se for preso em 10 de março? Será liberado em 9 de 
abril. Bem fácil, concorda?! 
 
Para finalizar este tópico, faz-se necessário tecer um importante 
comentário: O prazo sempre terá natureza penal quando guardar 
pertinência com o jus puniendi, ou seja, a pretensão punitiva do Estado. 
É o caso, por exemplo, da prescrição e da decadência. Como a sua 
ocorrência importa na extinção da punibilidade, está relacionada com a 
PARA CÁLCULOS EM PROVA, É IMPORTANTE OBSERVAR A SEGUINTE REGRA: 
SEMPRE DEVE SER CONSIDERADA NA OPERAÇÃO A DIMINUIÇÃO DE UM DIA EM 
RAZÃO DE SER COMPUTADO O DIA DO COMEÇO. DESTA FORMA, SE A PENA É DE 
UM ANO E TEVE INÍCIO EM 20 DE SETEMBRO DE 2009, ESTARÁ INTEGRALMENTE 
CUMPRIDA EM 19 DE SETEMBRO DE 2010. 
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contagem de prazo penal que difere do prazo processual, definido no Código 
de Processo Penal e que, obviamente, não importa para a sua PROVA. 
 
1.5.4 LEGISLAÇÃO ESPECIAL 
 
Segundo o Código Penal: 
 
Art. 12 - As regras gerais deste Código aplicam-se aos fatos 
incriminados por lei especial, se esta não dispuser de modo 
diverso. 
 
As regras gerais do Código Penal devem ser aplicadas às leis especiais 
quando estas não tratarem de modo diverso. Assim, as regras gerais do CP 
têm caráter subsidiário. Serão elas aplicadas quando a legislação especial 
não dispuser de forma diversa. 
 
************************************************************ 
Companheiros de estudos, 
 
Chegamos ao final de nossa primeira aula e agora é hora de consolidar os 
conceitos aqui aprendidos. 
Como disse, este tema é questão quase certa em sua prova e, portanto, 
não deixe pontos pendentes. 
Releia o Código Penal do artigo 1º ao 12 e pratique com os exercícios. 
 
Abraços e bons estudos, 
 
Pedro Ivo 
 
“O êxito na vida não se mede pelo que você conquistou, mas sim pelas 
dificuldades que superou no caminho.” 
 
Abraham Lincoln 
PRINCIPAIS ARTIGOS TRATADOS NA AULA 
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DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL 
 
 Lei penal no tempo 
 Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de 
considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da 
sentença condenatória. 
 Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o 
agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença 
condenatória transitada em julgado. 
 Lei excepcional ou temporária 
 Art. 3º - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de 
sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao 
fato praticado durante sua vigência. 
 Tempo do crime 
 Art. 4º - Considera-se praticado o crime no momento da ação ou 
omissão, ainda que outro seja o momento do resultado. 
 Territorialidade 
 Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e 
regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional. 
 § 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território 
nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a 
serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as 
aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, 
que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-
mar. 
 § 2º - É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo 
de aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-
se aquelas em pouso no território nacional ou em vôo no espaço aéreo 
correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil. 
 Lugar do crime 
 Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação 
ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveriaproduzir-se o resultado. 
 Extraterritorialidade 
 Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: 
 I - os crimes: 
 a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República; 
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 b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de 
Estado, de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de 
economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público; 
 c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço; 
 d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil; 
 II - os crimes: 
 a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir; 
 b) praticados por brasileiro; 
 c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de 
propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados. 
 § 1º - Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira, 
ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro. 
 § 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do 
concurso das seguintes condições: 
 a) entrar o agente no território nacional; 
 b) ser o fato punível também no país em que foi praticado; 
 c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza 
a extradição; 
 d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido 
a pena; 
 e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, 
não estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável. 
 § 3º - A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por 
estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as condições previstas 
no parágrafo anterior: 
 a) não foi pedida ou foi negada a extradição; 
 b) houve requisição do Ministro da Justiça. 
 Pena cumprida no estrangeiro 
 Art. 8º - A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil 
pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas. 
 Contagem de prazo 
 Art. 10 - O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os 
dias, os meses e os anos pelo calendário comum. 
 
 
 
 
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PONTOS PRINCIPAIS TRATADOS NA AULA 
 DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL 
 
01) Princípio da legalidade (reserva legal): não há crime sem lei que o defina; 
não há pena sem cominação legal. (AULA 00) 
02) Princípio da anterioridade: não há crime sem lei “anterior” que o defina; não 
há pena sem “prévia” imposição legal. (AULA 00) 
Eficácia Temporal da Lei Penal 
03) Tempo do crime: Tempo do crime é o momento em que ele se considera 
cometido. 
04) Teoria da atividade (art.4º): Atende-se ao momento da prática da ação (ação 
ou omissão); Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda 
que seja outro o momento do resultado. � É a teoria adotada pelo CP. 
05) Teoria do resultado: Considera o tempo do crime o momento da produção do 
resultado. 
06) Teoria mista (ubiquidade): Considera o momento da ação ou do resultado. 
 Eficácia da Lei Penal no Espaço 
07) Princípio da territorialidade: A lei penal só tem aplicação no território do 
Estado que a determinou, sem atender à nacionalidade do sujeito ativo do delito ou 
do titular do bem jurídico lesado. 
08) Princípio da nacionalidade: A lei penal do Estado é aplicável a seus cidadãos 
onde quer que se encontrem; divide-se em: 
a) Princípio da nacionalidade ativa (aplica-se a lei nacional ao cidadão que comete 
crime no estrangeiro, independentemente da nacionalidade do sujeito passivo); 
b) Princípio da personalidade passiva (exige que o fato praticado pelo nacional no 
estrangeiro atinja um bem jurídico do seu próprio Estado ou de um co-cidadão). 
09) Princípio da defesa: Leva em conta a nacionalidade do bem jurídico lesado pelo 
crime, independentemente do local de sua prática ou da nacionalidade do sujeito 
ativo. 
10) Princípio da justiça penal universal: Preconiza o poder de cada Estado de 
punir qualquer crime, seja qual for a nacionalidade do delinqüente e da vítima ou o 
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local de sua prática. 
11) Princípio da representação: Nos seus termos, a lei penal de determinado país 
é também aplicável aos delitos cometidos em aeronaves e embarcações privadas, 
quando realizados no estrangeiro a aí não venham a ser julgados. 
* O CP adotou o princípio da territorialidade como regra; os outros como exceção. 
12) Lugar do crime: Lugar do crime é o lugar onde ele se considera praticado. 
13) Teoria da atividade: De acordo com ela, é considerado lugar do crime aquele 
em que o agente desenvolveu a atividade criminosa, onde praticou os atos 
executórios. 
14) Teoria do resultado: O local do crime é o lugar da produção do resultado. 
15) Teoria da ubiquidade (art. 6º, CP): Nos termos dela, lugar do crime é aquele 
em que se realizou qualquer dos momentos do iter criminis, seja da prática dos atos 
executórios, seja da consumação. É a teoria adotada pelo Código Penal. 
16) Extraterritorialidade: ressalva a possibilidade de renúncia de jurisdição do 
Estado, mediante “convenções, tratados e regras de direito internacional”; o art. 7º 
prevê uma série de casos em que a lei penal brasileira tem aplicação a delitos 
praticados no estrangeiro. Não esqueça de rever o citado artigo. 
 Disposições Finais do Título I da Parte Geral 
17) Contagem de prazo: O art. 10 do CP estabelece regras a respeito. 
Determina a primeira regra que o dia do começo inclui-se no cômputo do prazo; 
Já a segunda determina que no prazo penal, os dias, os meses e os anos são contados 
de acordo com o calendário comum, também chamado de gregoriano. 
Os meses são calculados com o número de dias característicos de cada um deles, e 
não como um período de 30 dias. 
 
 
 
 
18) Frações não computáveis da pena: Desprezam-se, nas penas privativas de 
liberdade e nas restritivas de direito, as frações de dias e, na pena de multa, as 
PARA CÁLCULOS EM PROVA, É IMPORTANTE OBSERVAR A SEGUINTE REGRA: 
SEMPRE DEVE SER CONSIDERADA NA OPERAÇÃO A DIMINUIÇÃO DE UM DIA EM 
RAZÃO DE SER COMPUTADO O DIA DO COMEÇO. DESTA FORMA, SE A PENA É DE 
UM ANO E TEVE INÍCIO EM 20 DE SETEMBRO DE 2009, ESTARÁ INTEGRALMENTE 
CUMPRIDA EM 19 DE SETEMBRO DE 2010. 
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frações de cruzeiro (art. 11). 
19) Legislação especial: As regras gerais do CP são aplicáveis aos fatos 
incriminados por lei especial, se esta não dispõe de modo diverso; regras gerais do 
Código são as normas não incriminadoras, permissivas ou complementares, previstas 
na Parte Geral ou Especial (art. 12). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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EXERCÍCIOS 
 
1. (ESAF / AFT / 2010) Camargo, terrorista, tenta explodir agência do Banco 
do Brasil, na França. Considerando o princípio da extraterritorialidade 
incondicionada, previsto no Código Penal brasileiro, é correto afirmar que: 
 
a) Camargo só pode ser processado criminalmente na França. 
b) O Estado brasileiro não tem interesse em delitos ocorridos fora do Brasil. 
c) Caso Camargo tenha sido condenado e encarcerado na França, não poderá ser 
preso no Brasil. 
d) O fato deve ser julgado no local onde ocorreu o crime: na França. 
e) Mesmo Camargo tendo sido julgado na França, poderá ser julgado no Brasil. 
 
GABARITO: E 
COMENTÁRIOS: Questão que exige o conhecimento do art. 7º no tocante a 
extraterritorialidade. 
 
Observe que o art. 7º, I, “b”, atribui a aplicabilidade da lei brasileira aos crimes contra 
o patrimônio de sociedade de economia mista instituída pelo poder público. Assim, no 
caso em tela, mesmo Camargo tendo sido julgado na França, poderá ser julgado no 
Brasil. 
 
Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no 
estrangeiro 
I - os crimes: 
b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de 
Estado, de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de 
economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público; 
 
2. (ESAF / PGFN / 2007) À luz da aplicação da lei penal no tempo, dos 
princípios da anterioridade, da irretroatividade, retroatividade e ultratividade 
da lei penal, julgue as afirmações abaixo relativas ao fato de Mévio ter sido 
processado pelo delito de adultério em dezembro de 2004, sendo que a Lei n. 
11.106, de 28 de março de 2005, aboliu o crime de adultério: 
 
I. Caso Mévio já tenha sido condenado antes de março de 2005, permanecerá sujeito 
à pena prevista na sentença condenatória. 
II. A lei penal pode retroagir em algumas hipóteses. 
III. Caso Mévio não tenha sido condenado no primeiro grau de jurisdição, poderá 
ocorrer a extinção de punibilidade desde que a mesma seja provocada pelo réu. 
IV. Na hipótese, ocorre o fenômeno da abolitio criminis. 
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A) Todas estão corretas. 
B) Somente I está incorreta. 
C) I e IV estão corretas. 
D) I e III estão corretas. 
E) II e IV estão corretas. 
 
GABARITO: E 
COMENTÁRIOS: 
Vamos analisar as alternativas: 
Item I � Incorreto � O fato de Mévio já ter sido condenado não importa no caso em 
tela, pois, segundo o art. 2º do CP, a retroação atinge os efeitos penais da sentença 
condenatória. 
 
Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de 
considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos 
penais da sentença condenatória. 
 
Item II � Correto � Conforme estudamos exaustivamente, em alguns casos há 
possibilidade da retroação. 
 
Item III � Incorreto � Não há qualquer obrigatoriedade de provocação por parte do 
réu. Os efeitos de uma lei mais benéfica atingem AUTOMATICAMENTE os que por ela 
forem abrangidos. 
 
Item IV � Correto � O instituto da abolitio criminis ocorre quando uma lei nova trata 
como lícito fato anteriormente tido como criminoso, ou melhor, quando a lei nova 
descriminaliza fato que era considerado infração penal. 
 
3. (ESAF / MPU / 2004) Em se tratando de extraterritorialidade, pode-se 
afirmar que se sujeitam à lei brasileira, embora praticados no estrangeiro, 
 
A) os crimes contra a administração pública, por quem não está a seu serviço. 
B) os crimes de genocídio, ainda que o agente não seja brasileiro ou domiciliado no 
Brasil. 
C) os crimes praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, quando em 
território estrangeiro, mesmo que aí sejam julgados. 
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D) os crimes contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de 
Estado ou de Município. 
E) os crimes contra o patrimônio praticados contra o presidente da República. 
 
GABARITO: D 
COMENTÁRIOS: Exige o conheciento do art. 7º do CP. Vamos analisar: 
Alternativa “A” � Contraria o Art. 7º, I, “c” do CP. Veja: 
 
Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no 
estrangeiro: 
I - os crimes: 
[...] 
c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço; 
(grifei) 
 
Alternativa “B” � Contraria o Art. 7º, I, “d” do CP. Veja: 
 
Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no 
estrangeiro: 
I - os crimes: 
[...] 
d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no 
Brasil. (grifei) 
 
Alternativa “C” � Contraria o Art. 7º, II, “c” do CP. Veja: 
 
Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no 
estrangeiro: 
II - os crimes: 
c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou 
de propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não 
sejam julgados. 
 
Alternativa “D” � É a alternativa correta. É a reprodução exata do Art. 7º, I, “b” do 
CP. Veja: 
 
b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de 
Estado, de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de 
economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público 
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Alternativa “E” � Incorreta � Sujeitam-se à lei brasileira, embora praticados no 
estrangeiro, os crimes contra a liberdade ou a vida do Presidente da República. 
 
4. (ESAF / CGU / 2006) A pratica o crime às 23 horas e 32 minutos do dia 27 
de novembro. O prazo prescricional começa a fluir: 
 
A) no dia 27 de novembro. 
B) no dia 28 de novembro. 
C) no dia da instauração do inquérito policial. 
D) no dia do oferecimento da denúncia. 
E) no dia do recebimento da denúncia. 
 
GABARITO: A 
COMENTÁRIOS: Como vimos em nossa aula, o prazo prescricional segue a regra do 
prazo penal. Logo, inclui-se o dia de início, conforme regra presente no artigo 10 do 
Código Penal: 
 
Art. 10 - O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os 
dias, os meses e os anos pelo calendário comum. 
 
5. (ESAF / CGU / 2006) A lei penal aplica-se retroativamente quando: 
 
A) a contravenção penal torna-se crime. 
B) o crime torna-se contravenção penal. 
C) a pena de detenção torna-se de reclusão. 
D) a pena de multa torna-se de detenção. 
E) ocorrer a prescrição da pretensão punitiva. 
 
GABARITO: B 
COMENTÁRIOS: Vimos que a lei penal só retroage para beneficiar o réu. Sendo 
assim, dentre as alternativas apresentadas, a única em que temos uma penalização 
mais grave passando a um menor é a prevista na letra “B”. 
 
6. (FCC / Defensor Público-MA / 2009) Sobre a aplicação da lei penal e da lei 
processual penal no tempo, desde que não sejam de natureza mista, 
 
A) vigora apenas o mesmo princípio da irretroatividade. 
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B) vigora apenas o mesmo princípio da ultratividade da lei mais benéfica. 
C) vigoram princípios diferentes em relação a cada uma das leis. 
D) vigoram princípiosdiferentes em relação a cada uma das leis, salvo ultratividade 
da lei mais benéfica. 
E) vigoram os mesmos princípios da irretroatividade e da ultratividade da lei mais 
benéfica. 
 
GABARITO: C 
COMENTÁRIOS: A Constituição Federal, consagrando o princípio da retroatividade 
da norma penal mais benéfica, dispõe em seu art. 5º, XL, que a lei penal não 
retroagirá, salvo para beneficiar o réu. 
Tal princípio também está presente no parágrafo único do art. 2º do Código Penal nos 
seguintes termos: 
 
Art. 2º [...] 
Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o 
agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por 
sentença condenatória transitada em julgado. 
 
No que diz respeito às leis processuais penais, o legislador pátrio adotou o princípio do 
“tempus reget actum” que impõe a aplicação imediata das normas processuais penais, 
não havendo efeito retroativo nem para beneficiar o agente. 
Diante do exposto, pode-se afirmar que a lei penal e a processual penal possuem 
princípios diferentes no que diz respeito à aplicabilidade. 
Vale ressaltar que não é raro que as normas jurídicas possuam natureza mista, ora de 
natureza processual e ora de natureza material. Neste caso, se a norma processual 
penal possuir também caráter material penal, atribuir-se-á efeito retroativo ao 
dispositivo que for mais favorável ao réu. É o caso, por exemplo, da prescrição e da 
decadência. 
 
7. (FCC / Procurador-SP / 2008) A retroatividade de lei penal que não mais 
considera o fato como criminoso: 
 
A) exclui a imputabilidade. 
B) afasta a tipicidade. 
C) extingue a punibilidade. 
D) atinge a culpabilidade. 
E) é causa de perdão judicial. 
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GABARITO: C 
COMENTÁRIOS: O instituto da abolitio criminis surge quando uma lei nova trata 
como lícito fato anteriormente tido como criminoso ou, em outras palavras, quando a 
lei nova descriminaliza fato que era considerado infração penal. 
Quando ocorre esta situação, com base no preceituado no art. 2º do Código Penal, o 
Estado perde o direito de punir o agente, ou seja, opera-se a extinção da 
punibilidade. 
Observe o texto legal: 
 
Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de 
considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos 
penais da sentença condenatória. (grifei) 
 
8. (FCC / ISS-SP / 2007) Na contagem dos prazos penais, 
 
A) Inclui-se o dia do começo. 
B) Considera-se como termo inicial a data da intimação. 
C) Considera-se como termo inicial a data da juntada do mandado aos autos. 
D) Considera-se como termo inicial o dia seguinte ao da intimação. 
E) Descontam-se os feriados. 
 
GABARITO: A 
COMENTÁRIOS: Esta questão não apresenta muita dificuldade, pois exige apenas o 
conhecimento do disposto no artigo 10 do Código Penal, que dispõe que o prazo penal 
inclui no cômputo do prazo o dia do começo. 
 
Art. 10 - O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os 
dias, os meses e os anos pelo calendário comum. 
 
9. (FCC / SEFAZ – RO / 2006) Na definição do local onde a ação criminosa é 
desenvolvida, o ordenamento penal brasileiro abraçou a seguinte teoria: 
 
A) Da intenção 
B) Da interação 
C) Da atividade 
D) Do resultado 
E) Da ubiquidade 
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GABARITO: E 
COMENTÁRIOS: O Código Penal adota a teoria da ubiquidade quando, ao tratar do 
tema, dispõe: 
 
Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a 
ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou 
deveria produzir-se o resultado. 
 
10. (FGV / TCM - RJ / 2008) A organização não-governamental holandesa 
Expanding minds, dirigida pelo psicólogo holandês Johan Cruiff, possui um 
barco de bandeira holandesa que navega ao redor do mundo recebendo 
pessoas que desejam consumir substâncias entorpecentes que alteram a 
percepção da realidade. O prefeito de um município decide embarcar para 
fazer uso recreativo da substância Cannabis sativa, popularmente conhecida 
como maconha. Na ocasião em que ele fez uso dessa substância, o barco 
estava em alto-mar, além do limite territorial brasileiro ou de qualquer outro 
país. Sabendo que a lei brasileira pune criminalmente o consumo de 
substância entorpecente e que a maconha é considerada pela legislação 
brasileira uma substância entorpecente, ao passo que a Holanda admite esse 
consumo para fins recreativos, assinale a alternativa correta a respeito do 
crime praticado pelo prefeito. 
 
A) nenhum crime 
B) crime de consumo de substância entorpecente 
C) crime de responsabilidade 
D) improbidade administrativa 
E) crime contra a fé pública 
 
GABARITO: A 
COMENTÁRIOS: A regra, segundo o Código Penal, é a aplicação do princípio da 
territorialidade. Logo, no caso apresentado, se o navio, com bandeira holandesa, está 
em alto mar, além do limite territorial brasileiro ou de qualquer outro país, não há que 
se falar em aplicabilidade da Lei Penal Brasileira. 
 
11. (FCC / MPU / 2007) É certo que se aplica a lei brasileira aos crimes 
praticados a bordo de: 
 
A) embarcações mercantes brasileiras que estejam em mar territorial estrangeiro. 
B) embarcações mercantes brasileiras que estejam em porto estrangeiro. 
C) aeronaves mercantes brasileiras que estejam em espaço aéreo estrangeiro. 
D) aeronaves mercantes brasileiras que estejam em pouso em aeroporto estrangeiro. 
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E) embarcação estrangeira de propriedade privada que esteja em mar territorial 
brasileiro. 
 
GABARITO: E 
COMENTÁRIOS: O parágrafo 1º do artigo 5º do Código Penal considera como 
extensão do território nacional: 
 
• As embarcações e aeronaves brasileiras de natureza pública; 
• As embarcações e aeronaves brasileiras a serviço do governo brasileiro; 
• As aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade 
privada que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou 
em alto-mar. 
 
Sendo assim, segundo o CP, as embarcações e aeronaves mercantes só estarão 
sujeitas à lei brasileira se estiverem no país ou em alto-mar (ou no espaço aéreo 
correspondente), o que torna incorretas as alternativas “A”, “B”, “C” e “D”. 
Na alternativa “E” tem-se a situação em que uma embarcação estrangeira, de 
natureza privada, encontra-se em mar territorial brasileiro. Para este caso, haverá 
aplicabilidade do princípio da territorialidade e, portanto, da lei penal brasileira. 
 
12. (ESAF / AFT / 2003) A entrada em vigor de uma lei posterior que deixa 
de considerar determinado fato como criminoso exclui: 
 
A) somente a punibilidade. 
B) a ilicitude. 
C) a imputabilidade penal. 
D) somente a culpabilidade. 
E) a ilicitude, a imputabilidade penal e a culpabilidade, conforme o caso 
 
GABARITO: A 
COMENTÁRIOS: Esta questão ficará mais clara com os conhecimentos que ainda 
virão, mas desde já é importante saber que a aplicação do artigo 2º do CP é com 
relação à extinção da punibilidade da conduta, ou seja, a ocorrência de abolitio 
criminis exclui somente a punibilidade.

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