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Curso on-line de Direito Penal para AFT

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CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL - AFRFB 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 
 
 
1
CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL PARA AFT 
PROFESSOR PEDRO IVO 
AULA 06 – CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO 
PÚBLICA – PARTE II 
 
Olá, Pessoal! 
 
Hoje daremos continuidade aos crimes contra a Administração Pública e, 
diferentemente da aula passada em que falamos de delitos cometidos por 
funcionários contra o poder público, trataremos agora dos atos ilegais praticados 
por PARTICULARES contra a Administração. 
No final da aula, após o conhecimento das figuras típicas, veremos algumas 
particularidades referentes a TODOS os crimes contra a Administração. 
Sendo assim, reforce bem os conceitos aprendidos na última aula para não 
confundir com os delitos que aqui serão apresentados e esteja preparado para os 
exercícios (50) que abrangerão TODOS os crimes contra a Administração Pública. 
 
Vamos começar! 
 
Bons estudos!!! 
 
***************************************************************** 
6.1 DOS CRIMES PRATICADOS POR PARTICULAR CONTRA A 
ADMINISTRAÇÃO EM GERAL 
 
O título XI do Código Penal traz em seu capítulo I a previsão dos delitos 
praticados por funcionários públicos contra a Administração, os quais já foram 
estudados na aula passada. 
Obviamente que apenas tipificar condutas de FUNCIONÁRIOS não protege o 
normal funcionamento da máquina administrativa. Sendo assim, no capítulo II o 
legislador inseriu os delitos que podem ser praticados por PARTICULARES contra 
a Administração. 
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Dito isto, podemos afirmar que o funcionário público não poderá ser enquadrado 
nos crimes do segundo capítulo? 
Claro que não, pois as denominações “crimes praticados por funcionários” e 
“crimes praticados por particular“ foram utilizadas pelo legislador para diferenciar 
o delito próprio, que exige uma qualidade especial, do comum, que pode ser 
praticado por qualquer pessoa, inclusive pelo funcionário que age como 
particular. 
 
 6.1.1 USURPAÇÃO DE FUNÇÃO PÚBLICA 
 
Usurpar é derivado do latim USURPARE, que significa apossar-se sem ter 
direito. Usurpar a função pública é, portanto, exercer ou praticar ato de uma 
função que não lhe é devida. Encontra previsão no Código Penal nos seguintes 
termos: 
 
Art. 328 - Usurpar o exercício de função pública: 
Pena - detenção, de três meses a dois anos, e multa. 
 
 6.1.1.1 CARACTERIZADORES DO DELITO 
 
• SUJEITOS DO DELITO: 
 
1. SUJEITO ATIVO: É crime comum, podendo ser cometido por 
qualquer pessoa, inclusive por funcionário que exerce função que 
não lhe compete. 
2. SUJEITO PASSIVO: É o ESTADO. 
 
• ELEMENTOS: 
 
1. OBJETIVO: É elementar do tipo: 
• Usurpar (o exercício de função pública) � Neste ponto, cabe 
um importante comentário. Imagine que Tício, particular, diz 
para todos os seus amigos e familiares que exerce 
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determinada função pública. Podemos dizer que ele comete o 
delito em tela? 
A resposta é NEGATIVA, pois o entendimento majoritário é 
o de que para ocorrer usurpação o particular deve realizar ao 
menos um ato oficial. 
2. SUBJETIVO: 
• Dolo (Exige-se o dolo para a caracterização do crime); 
 
• CONSUMAÇÃO E TENTATIVA 
 
1. O crime é consumado com a prática do primeiro ato de ofício, 
independentemente do resultado, ou seja, não importando se o 
exercício da função usurpada é gratuito ou oneroso. 
2. É admissível a tentativa. 
 
• TIPO QUALIFICADO 
 
Encontra previsão no parágrafo único do artigo 328, ocorrendo se o 
agente obtém vantagem moral ou material em razão da usurpação. 
Veja: 
 
Art. 328 [...] 
Parágrafo único - Se do fato o agente aufere vantagem: 
Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa. 
 
 6.1.2 RESISTÊNCIA 
 
Imagine que Tício está estudando para fazer prova para Auditor Fiscal e, após 
a sua aprovação, é designado pelo seu superior para fazer uma diligência em 
determinada empresa. 
Você acha que existe alguma empresa que ADORA receber a visita de um 
órgão fiscalizador? É claro que não! Exatamente por isso, o CP tenta 
resguardar os agentes do poder público da conduta de quem, mediante 
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VIOLÊNCIA FÍSICA ou GRAVE AMEAÇA, tenta impedir a execução de ato 
legítimo. 
Observe o artigo 329: 
 
Art. 329 - Opor-se à execução de ato legal, mediante violência ou 
ameaça a funcionário competente para executá-lo ou a quem lhe 
esteja prestando auxílio: 
Pena - detenção, de dois meses a dois anos. 
 
 6.1.2.1 CARACTERIZADORES DO DELITO 
 
• SUJEITOS DO DELITO: 
 
1. SUJEITO ATIVO: É crime comum, podendo ser cometido por 
qualquer pessoa. Regra geral, é cometido pela pessoa a quem se 
dirige o ato, mas nada impede que seja cometido por terceiros. É o 
caso, por exemplo, do particular que vai ser preso e sua família 
tenta impor resistência. 
2. SUJEITO PASSIVO: É o ESTADO. 
 
• ELEMENTOS: 
1. OBJETIVO: É elementar do tipo: 
• Opor-se (mediante violência ou ameaça); 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
OBSERVAÇÕES: 
 
• A VIOLÊNCIA DEVE SER DIRIGIDA AO FUNCIONÁRIO. SE FOR 
DIRIGIDA A ALGUMA “COISA” NÃO CARACTERIZA O DELITO. 
EXEMPLO: OS FAMILIARES DO PRESO QUEBRAM O VIDRO DO 
CARRO DA POLÍCIA. 
• PERCEBA QUE O TIPO LEGAL NÃO FALA EM “GRAVE AMEAÇA”, 
MAS SOMENTE EM AMEAÇA. DESTA FORMA, QUALQUER 
AMEAÇA, MESMO QUE BRANDA, ORAL OU POR ESCRITO, 
CARACTERIZA O CRIME. 
 
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2. SUBJETIVO: 
• Dolo de agir com violência ou ameaçar; e 
• Finalidade de impedir ato funcional. 
 
3. NORMATIVO: 
• No tipo há dois elementos normativos necessários para a 
caracterização do crime: O ato deve ser "legal" e cometido 
por “funcionário competente” para a execução do ato. 
Assim, se a resistência é oposta contra um ato legal que é 
executado por servidor incompetente, o fato é atípico. 
 
• CONSUMAÇÃO E TENTATIVA 
 
1. É delito formal, consumando-se no momento da violência ou 
ameaça. 
2. É admissível a tentativa. 
 
• TIPO QUALIFICADO 
 
Normalmente a resistência não impede o poder público de agir, somente 
dificulta a ação. Caso o ato não seja realizado em virtude da resistência, 
incide a qualificadora do parágrafo 1º do artigo 329: 
 
Art. 329 
§ 1º - Se o ato, em razão da resistência, não se executa: 
Pena - reclusão, de um a três anos. 
 
• CONCURSO DE CRIMES 
 
Na aula anterior, tratamos de alguns crimes que apresentavam o chamado 
caráter subsidiário, ou seja, o agente só seria incriminado caso não 
houvesse tipo mais grave. 
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Com relação à resistência, isto não ocorre. Se da violência advêm uma 
lesão corporal ou até mesmo um homicídio, responde o agente por LESÃO 
CORPORAL + RESISTÊNCIA OU HOMICÍDIO+ RESISTÊNCIA. Observe 
o disposto sobre o tema no CP: 
 
Art. 329 [...] 
§ 2º - As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das 
correspondentes à violência. 
 
Para este caso, em que as penas de todos os crimes são aplicadas 
cumulativamente, o Direito Penal dá o nome de CONCURSO MATERIAL. 
 
 6.1.3 DESOBEDIÊNCIA 
 
Encontra previsão no artigo 330 do CP nos seguintes termos: 
 
 Art. 330 - Desobedecer a ordem legal de funcionário público: 
 Pena - detenção, de quinze dias a seis meses, e multa. 
 
Quanto a este delito, o CP é bem claro ao dizer que ele é caracterizado pelo 
não cumprimento de ordem LEGAL do funcionário público. Vamos analisá-lo: 
 
 6.1.1.1 CARACTERIZADORES DO DELITO 
 
• SUJEITOS DO DELITO: 
 
1. SUJEITO ATIVO: É crime comum, podendo ser cometido por 
qualquer pessoa, inclusive por funcionário, desde que o objeto da 
ordem não esteja relacionado com suas funções. 
E se estiver relacionado com as funções? 
Neste caso, não há que se falar em desobediência, podendo 
ocorrer, por exemplo, o delito de prevaricação. 
2. SUJEITO PASSIVO: É o ESTADO. 
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• ELEMENTOS: 
1. OBJETIVO: É elementar do tipo: 
• Desobedecer (ordem legal de funcionário público). 
2. SUBJETIVO: 
• Dolo � É necessário que o indivíduo saiba que tem o dever 
de cumprir e esteja consciente de que não esta cumprindo. 
 
• CONSUMAÇÃO E TENTATIVA 
1. O crime é consumado com a ação ou omissão do desobediente. 
2. É admissível a tentativa. 
 
6.1.4 DESACATO 
 
Este é o delito que encontramos escrito em papéis colados na parede da 
maioria dos órgãos que atendem público. 
Encontra previsão no artigo 331 do CP nos seguintes termos: 
 
 Art. 331 - Desacatar funcionário público no exercício da função 
ou em razão dela: 
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa. 
 
 
Tutela-se a Administração Pública no que concerne à dignidade, ao prestígio e 
ao respeito devidos aos seus agentes no exercício da função. 
 
 
 
 
 
 
NO CRIME DE DESACATO, O FUNCIONÁRIO PÚBLICO DEVE ESTAR NO 
EXERCÍCIO DA FUNÇÃO; OU, AINDA QUE FORA DO EXERCÍCIO, A OFENSA 
DEVE SER FEITA EM RAZÃO DA FUNÇÃO. É O CASO, POR EXEMPLO, DO 
PARTICULAR QUE ENCONTRA UM JUIZ EM UM SUPERMERCADO E DIZ: 
“JUIZ É TUDO LADRÃO, INCLUSIVE VOCÊ”. 
 
NO DESACATO, A OFENSA NÃO PRECISA SER PRESENCIADA POR OUTRAS 
PESSOAS. 
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Eu vou 
desviar, mas 
já consumou 
o desacato!! 
 6.1.4.1 CARACTERIZADORES DO DELITO 
 
• SUJEITOS DO DELITO: 
1. SUJEITO ATIVO: É crime comum, podendo ser cometido por 
qualquer pessoa. Há uma divergência doutrinária e jurisprudencial 
muito grande sobre quando um funcionário público pode cometer 
desacato. Não vou esmiuçar o tema, pois é informação inútil para 
você. Para sua PROVA, o funcionário público pode cometer o 
delito de desacato quando na posição de PARTICULAR. 
2. SUJEITO PASSIVO: É o ESTADO. 
 
• ELEMENTOS: 
1. OBJETIVO: É elementar do tipo: 
• Desacatar (funcionário público no exercício da função) � O 
desacato pode ser por gestos, gritos, agressões etc. É 
indispensável, entretanto, que o fato seja cometido na 
presença do sujeito passivo. Não há desacato na ofensa por 
carta, telefone, televisão etc., podendo ocorrer o delito de 
injúria. 
 
 
 
 
2. SUBJETIVO: 
• Dolo 
 
• CONSUMAÇÃO E TENTATIVA 
1. O crime é consumado com o ato ofensivo. 
2. Segundo doutrina majoritária, NÃO é admissível a tentativa. 
3. Alguns autores dizem ser possível a tentativa, como no caso de um 
indivíduo que joga alguma coisa em um funcionário público e erra. 
Mas, repetindo, para A SUA PROVA siga a doutrina majoritária e 
afirme que não é admissível a figura tentada do delito. 
 
O DESACATO É UM CRIME FORMAL E, CONSEQUENTEMENTE, 
INDEPENDE SE O FUNCIONÁRIO SENTIU-SE OFENDIDO OU NÃO. 
BASTA QUE A CONDUTA SEJA CAPAZ DE CAUSAR DANO À SUA HONRA 
PROFISSIONAL. 
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6.1.5 TRÁFICO DE INFLUÊNCIA 
 
É o delito praticado por particular contra a Administração Pública, no qual 
determinada pessoa, usufruindo de sua influência sobre ato praticado por 
funcionário público no exercício de sua função, solicita, exige, cobra ou obtêm 
vantagem ou promessa de vantagem para si ou para terceiros. 
Apresenta a seguinte redação típica: 
 
Art. 332 - Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem, 
vantagem ou promessa de vantagem, a pretexto de influir em ato 
praticado por funcionário público no exercício da função: 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. 
 
Para ficar mais claro, podemos dizer que este delito caracteriza uma forma de 
fraude, em que o sujeito, alegando ter prestígio junto a funcionário público, 
engana a vítima através da promessa de poder alterar algum ato praticado 
pelo poder público. 
A expressão “a pretexto” significa “com a desculpa”, no sentido de que o 
agente FAZ UMA SIMULAÇÂO. 
“Mas, professor... E se ele realmente tiver prestígio frente ao funcionário 
público?” 
Mesmo assim, persiste o delito, pois o que caracteriza o tráfico de influência é 
a FRAUDE, ou seja, ele promete que vai influenciar ato com a idéia de não 
fazer nada. 
 
 6.1.5.1 CARACTERIZADORES DO DELITO 
 
• SUJEITOS DO DELITO: 
 
1. SUJEITO ATIVO: É crime comum, podendo ser cometido por 
qualquer pessoa. 
2. SUJEITO PASSIVO: É o ESTADO. 
 
• ELEMENTOS: 
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1. OBJETIVO: São elementares do tipo: 
• Solicitar; 
• Exigir; 
• Cobrar; 
• Obter; 
2. SUBJETIVO: 
• Dolo; 
• A expressão “para si ou para outrem”. 
 
• CONSUMAÇÃO E TENTATIVA 
 
1. No verbo obter, trata-se de CRIME MATERIAL e a consumação 
ocorre no momento em que o sujeito obtém a vantagem (ou a 
promessa). Nos verbos solicitar, exigir e cobrar temos o CRIME 
FORMAL e a consumação opera-se com a simples ação do sujeito. 
2. É admissível a tentativa. 
 
• CAUSA DE AUMENTO DE PENA 
 
A pena é aumentada se o agente alega ou insinua que a vantagem 
também é destinada ao funcionário público. 
Sabe aqueles “flanelinhas” que querem exigir valores (vantagem) para 
que possamos estacionar? Imagine que um deles fale para você: 
“Mano, aqui num pode para não... Mas, nois têm contexto com os pulicia 
e eles libera o local em troca de um dinheiro” (Obs: Copiei exatamente a 
fala...com uns “pequenos” errinhos gramaticais). 
Neste caso, é tráfico de influência com causa de aumento de pena. 
 
Art. 332 
[...] 
Parágrafo único - A pena é aumentada da metade, se o agente alega 
ou insinua que a vantagem é também destinada ao funcionário. 
VANTAGEM OU PROMESSA 
DE VANTAGEM 
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 6.1.6 CORRUPÇÃO ATIVA 
 
Na aula passada, tratamos de um importante delito chamado corrupçãopassiva. Você lembra? Claro que sim!!! Sobre ele dispõe o CP: 
 
Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou 
indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas 
em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal 
vantagem 
 
Perceba que na corrupção passiva o funcionário SOLICITA OU RECEBE 
vantagem. Diferentemente, na corrupção ativa o PARTICULAR OFERECE OU 
PROMETE vantagem. Observe: 
 
Art. 333 - Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário 
público, para determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de 
ofício: 
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. 
 
 6.1.6.1 CARACTERIZADORES DO DELITO 
 
• SUJEITOS DO DELITO: 
 
1. SUJEITO ATIVO: É crime comum, podendo ser cometido por 
qualquer pessoa, inclusive por funcionário público, desde que não 
aja nesta qualidade. 
2. SUJEITO PASSIVO: É o ESTADO. 
 
• ELEMENTOS: 
 
1. OBJETIVO: São elementares do tipo: 
• Oferecer (vantagem indevida); 
• Prometer; 
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Sendo assim, inexiste delito no caso de ausência de oferta ou 
promessa de vantagem. Exemplo: Se Tício pede a Mévio 
(Funcionário Público) que passe seu processo na frente sem 
oferecer qualquer vantagem, obviamente não é crime. 
Mas e se o funcionário EXIGE vantagem? É corrupção passiva ou 
ativa? 
Nem um nem outro!!! É o delito de CONCUSSÃO que já vimos aula 
passada: 
 
Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou 
indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, 
mas em razão dela, vantagem indevida. 
 
 
 
 
 
 
2. SUBJETIVO: 
• Dolo; 
• A expressão “para determiná-lo a praticar, omitir ou retardar 
ato de ofício”. 
Se inexistir qualquer dos dois elementos, o fato é ATÍPICO. 
 
 
 
 
 
3. NORMATIVO: 
• Encontra-se na expressão “indevida”, referindo-se à 
vantagem. 
 
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• CONSUMAÇÃO E TENTATIVA 
1. O crime é FORMAL e consuma-se no momento em que o 
funcionário público toma conhecimento da oferta ou promessa. 
2. É admissível a tentativa. 
 
• TIPO QUALIFICADO 
 
Art. 333 
[...] 
Parágrafo único - A pena é aumentada de um terço, se, em razão da 
vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou omite ato de ofício, 
ou o pratica infringindo dever funcional. 
 
 
 
 
 
 
 
 6.1.7 CONTRABANDO E DESCAMINHO 
 
O art. 334 do Código Penal menciona os crimes de contrabando e descaminho: 
 
Art. 334 Importar ou exportar mercadoria proibida ou iludir, no todo 
ou em parte, o pagamento de direito ou imposto devido pela 
entrada, pela saída ou pelo consumo de mercadoria: 
 Pena - reclusão, de um a quatro anos. 
 
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Embora eles estejam no mesmo artigo, são crimes distintos e quase sempre 
confundidos. Vamos compreender a diferenciação: 
Contrabando é a entrada ou saída de produto proibido ou que atente contra a 
saúde ou a moralidade. Já o descaminho é a entrada ou saída de produtos 
permitidos, mas sem passar pelos tramites burocráticos / tributários devidos. 
Por exemplo, se alguém traz uma televisão ou filmadora do Paraguai sem 
pagar os tributos devidos, o crime não é de contrabando, mas de descaminho. 
Diferentemente, se alguém traz cigarros do Paraguai (produto cuja importação 
é proibida pela lei brasileira) ou armas e munições (produtos que só podem 
ser importados se o governo autorizar), o crime é de contrabando. 
Sendo assim, diferentemente do que normalmente escutamos na televisão, as 
famosas sacoleiras não cometem o crime de contrabando, mas de descaminho. 
 
 6.1.7.1 CARACTERIZADORES DO DELITO 
 
• SUJEITOS DO DELITO: 
 
1. SUJEITO ATIVO: É crime comum, podendo ser cometido por 
qualquer pessoa. 
Quanto ao funcionário público, aqui temos que ter uma GRANDE 
atenção: Se este participa do fato com INFRAÇÃO DE DEVER 
FUNCIONAL, comete o delito do artigo 318 que tratamos aula 
passada: 
 
Art. 318 - Facilitar, com infração de dever funcional, a 
prática de contrabando ou descaminho 
 
Diferentemente, se não afronta dever funcional, responde por 
contrabando ou descaminho. 
 
2. SUJEITO PASSIVO: É o ESTADO. 
 
• ELEMENTOS: 
 
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1. OBJETIVO: São elementares do tipo: 
• Importar / Exportar (mercadoria proibida � Contrabando) 
• Iludir (o pagamento de tributo exigido � Descaminho) 
2. SUBJETIVO: 
• Dolo; 
 
• CONSUMAÇÃO E TENTATIVA 
 
1. Se a mercadoria deu entrada ou saída pela alfândega, a 
consumação ocorre no momento em que a mercadoria é liberada. 
Se a conduta é interrompida e não ocorre a liberação, há tentativa. 
Se a mercadoria entra por outro local que não pela aduana, 
consuma-se o delito no momento da entrada em território 
nacional. 
2. É admissível a tentativa. 
 
• TIPO QUALIFICADO 
 
O parágrafo 3º do artigo 334 amplia a pena caso o delito seja cometido 
via transporte aéreo. Observe: 
 
Art. 334 
[...] 
§ 3º - A pena aplica-se em dobro, se o crime de contrabando ou 
descaminho é praticado em transporte aéreo. 
 
A idéia da qualificadora é dar um tratamento especial a este meio de 
transporte que acaba por dificultar a fiscalização. 
Faz-se mister destacar que só incide o aumento de pena quando o 
transporte aéreo é clandestino. Se o indivíduo pratica contrabando 
embarcando na TAM ou na GOL, por exemplo, não há que se falar em 
tipo qualificado. 
 
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• CONTRABANDO OU DESCAMINHO POR ASSIMILAÇÃO 
Caro aluno, este item praticamente não é exigido em prova. Desta 
forma, vou tratá-lo de uma maneira geral, não sendo necessário 
“perder” muito tempo com este item. 
De acordo com o parágrafo 1º do artigo 334: 
 
Art. 334 
[...] 
§ 1º - Incorre na mesma pena quem: 
a) pratica navegação de cabotagem, fora dos casos permitidos em 
lei; 
 
 
 
 
 
 
b) pratica fato assimilado, em lei especial, a contrabando ou 
descaminho; 
 
 
 
 
c) vende, expõe à venda, mantém em depósito ou, de qualquer 
forma, utiliza em proveito próprio ou alheio, no exercício de 
atividade comercial ou industrial, mercadoria de procedência 
estrangeira que introduziu clandestinamente no País ou importou 
fraudulentamente ou que sabe ser produto de introdução 
clandestina no território nacional ou de importação fraudulenta por 
parte de outrem; 
 
 
 
Cabotagem é a navegação realizada entre portos interiores do 
país pelo litoral ou por vias fluviais. A cabotagem se contrapõe à 
navegação de longo curso, ou seja, aquela realizada entre 
portos de diferentes nações. 
A alínea “b” é um exemplo da chamada norma penal em branco. 
Ela depende de leis especiais que NÃO CAEM NA SUA PROVA!!! 
O indivíduo que pratica contrabando e depois é surpreendidovendendo a mercadoria, não responde por dois delitos, mas 
somente pelo contrabando ou descaminho. 
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d) adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio ou alheio, no 
exercício de atividade comercial ou industrial, mercadoria de 
procedência estrangeira, desacompanhada de documentação legal, 
ou acompanhada de documentos que sabe serem falsos. 
 
 
 
 
 
 
Por fim, o parágrafo 2º estende o conceito de atividade comercial nos 
seguintes termos: 
 
§ 2º - Equipara-se às atividades comerciais, para os efeitos deste 
artigo, qualquer forma de comércio irregular ou clandestino de 
mercadorias estrangeiras, inclusive o exercido em residências. 
 
6.1.8 INUTILIZAÇÃO DE EDITAL OU SINAL 
 
Visando mais uma vez à proteção da Administração Pública, o legislador fez 
constar no Código Penal que constitui crime: 
 
Art. 336 - Rasgar ou, de qualquer forma, inutilizar ou conspurcar 
edital afixado por ordem de funcionário público; violar ou inutilizar 
selo ou sinal empregado, por determinação legal ou por ordem de 
funcionário público, para identificar ou cerrar qualquer objeto: 
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa. 
 
 
 
 
 
Esta última alínea trata da receptação de mercadorias objeto do 
contrabando. Se o sujeito agiu dolosamente, responde pelo 
delito de contrabando e descaminho. Se culposamente, incide 
nas penas de receptação culposa. 
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Conforme deixa claro o supracitado artigo, o tipo prevê duas figuras: 
 
• INUTILIZAÇÃO DE EDITAL; 
• INUTILIZAÇÃO DE SELO OU SINAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 6.1.8.1 CARACTERIZADORES DO DELITO 
 
• SUJEITOS DO DELITO: 
 
1. SUJEITO ATIVO: É crime comum, podendo ser cometido por 
qualquer pessoa, inclusive por funcionário que exerce função que 
não lhe compete. 
2. SUJEITO PASSIVO: É o ESTADO. 
 
• ELEMENTOS: 
 
1. OBJETIVO: São elementares do tipo: 
• Rasgar; 
• Inutilizar; 
• Conspurcar. 
 
DICIONÁRIO DO CONCURSEIRO 
 
EDITAL ��� GENERICAMENTE, EDITAL É UMA PUBLICAÇÃO PARA 
CONHECIMENTO DE TERCEIROS. A FINALIDADE É TORNAR PÚBLICO 
DETERMINADO FATO OU ATO, SEJA POR CAUTELA, SEJA POR PUBLICIDADE 
OU SEJA PARA CUMPRIR UM REQUISITO LEGAL. OS EDITAIS SÃO 
PUBLICADOS NA IMPRENSA E TAMBÉM SÃO AFIXADOS (EM PORTAS OU 
CORREDORES) NA REPARTIÇÃO OU SEÇÃO RELACIONADA AO TEMA DO 
EDITAL. 
 
SELO OU SINAL ��� É O MEIO UTILIZADO PARA IDENTIFICAR OU FECHAR 
QUALQUER COISA (MÓVEL OU IMÓVEL). 
EDITAL 
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• Violar; 
• Inutilizar. 
2. SUBJETIVO: 
• Dolo; 
 
• CONSUMAÇÃO E TENTATIVA 
 
1. Consuma-se o delito com o ato de rasgar, inutilizar, conspurcar ou 
violar. 
2. Trata-se de CRIME MATERIAL e admite a tentativa. 
 
6.9.1 SUBTRAÇÃO OU INUTILIZAÇÃO DE LIVRO OU 
DOCUMENTO 
 
Vimos na aula passada o delito de extravio, sonegação ou inutilização de livro 
ou documento, tipificado da seguinte forma: 
 
Art. 314 - Extraviar livro oficial ou qualquer documento, de que tem 
a guarda em razão do cargo; sonegá-lo ou inutilizá-lo, total ou 
parcialmente. 
 
Do supra artigo fica óbvio, então, a preocupação do legislador em tutelar, 
frente à atuação funcional, a guarda de livros oficiais ou documentos públicos. 
No mesmo sentido, o Código Penal vem aumentar a tutela sobre livros e 
documentos, estendendo também aos particulares nos seguintes termos: 
 
Art. 337 - Subtrair, ou inutilizar, total ou parcialmente, livro oficial, 
processo ou documento confiado à custódia de funcionário, em 
razão de ofício, ou de particular em serviço público: 
Pena - reclusão, de dois a cinco anos, se o fato não constitui crime 
mais grave. 
SELO OU SINAL 
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 6.1.9.1 CARACTERIZADORES DO DELITO 
• SUJEITOS DO DELITO: 
 
1. SUJEITO ATIVO: É crime comum, podendo ser cometido por 
qualquer pessoa. Se cometido por funcionário público, conforme já 
vimos, incide o tipo especial do artigo 314; 
2. SUJEITO PASSIVO: É o ESTADO. 
 
• ELEMENTOS: 
 
1. OBJETIVO: São elementares do tipo: 
• Subtrair; 
• Inutilizar. 
 
2. SUBJETIVO: 
• Dolo; 
 
• CONSUMAÇÃO E TENTATIVA 
1. O crime é consumado com a subtração ou efetivação da 
inutilização. 
2. Trata-se de crime material e admite a tentativa. 
 
6.3 CONSIDERAÇÕES FINAIS SOBRE OS CRIMES CONTRA A 
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
 
6.3.1 CONCURSO DE PESSOAS 
 
Imagine que Tício, funcionário público, pratica o delito de peculato junto com 
Mévio, que não faz parte do quadro da Administração. Poderá Mévio, sendo 
particular, responder pelo citado crime (PECULATO)? 
LIVRO OFICIAL / PROCESSO / DOCUMENTO 
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A resposta é positiva, pois na hipótese de concurso de pessoas, a elementar 
“funcionário público” é comunicável, desde que cumprido um requisito 
essencial: É necessário que o terceiro (particular) tenha conhecimento de que 
pratica o delito juntamente com um funcionário público. Observe o disposto 
sobre o tema no Código Penal: 
 
Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de 
caráter pessoal, salvo quando elementares do crime. 
 
Para exemplificar, imagine que Caio é convidado por Tício, funcionário público, 
para cometer um furto. Sem saber da qualidade especial de Tício, Caio pratica 
o delito. Nesta situação, responderá Tício por peculato-furto e Caio por furto. 
É importante ressaltar que não há necessidade de que o terceiro conheça 
EXATAMENTE o que o funcionário público faz, ou seja, aqui vale o dolo 
eventual, bastando que saiba que o “companheiro do delito”, também 
chamado executor primário, exerce serviço de natureza pública. 
 
6.3.2 APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA AOS DELITOS 
FUNCIONAIS 
 
O Direito Penal surge para tutelar bens jurídicos importantes para a sociedade. 
Sabemos que existe, por exemplo, o crime de furto a fim de resguardar o 
patrimônio das pessoas. 
Dito isto, imagine que Tício está passando ao lado de uma construtora quando 
avista um saco cheio de pregos (mais precisamente 100000 pregos). 
Inconformado com um pedaço de carne que havia permanecido em local 
indevido desde o almoço (eu sei... o exemplo não é dos melhores...), resolve 
pegar 01(UM) prego do saco a fim de utilizá-lo como instrumento de limpeza 
dental. 
Neste caso, em sua opinião, Tício deveria ser preso (não estou falando do ato 
de limpar o dente com pregos, mas sim o de pegar o prego, ok?)? 
Independentemente da sua resposta, é claro que não é para estes casos 
ínfimos que o Direito Penal existe. Sendo assim, para evitar situações 
absurdas, surge o princípio da insignificância que é utilizado pela 
jurisprudência em diversos casos. 
Surge, entretanto, dúvida quanto à possibilidade da aplicabilidade do princípio 
da insignificânciaaos crimes cometidos contra a administração pública, e os 
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não adeptos defendem que a tipificação de tais delitos não visa resguardar 
somente o patrimônio, mas também a moral da administração. 
Independentemente de qualquer DIVERGÊNCIA doutrinária, para sua PROVA, 
adote o seguinte entendimento: 
 
 
 
 
 
 
Agora, vamos resumir o que vimos: 
 
RESUMO DA MATÉRIA APRESENTADA 
 
CRIME CONDUTA CONSUMAÇÃO TENTATIVA 
USURPAÇÃO DE 
FUNÇÃO PÚBLICA 
 
Usurpar o exercício de função 
pública. 
Se do fato o agente aufere 
vantagem � Tipo qualificado. 
O crime é consumado com 
a prática do primeiro ato 
de ofício, independente do 
resultado, ou seja, não 
importando se o exercício 
da função usurpada é 
gratuito ou oneroso. 
 
RESISTÊNCIA 
Opor-se à execução de ato 
legal mediante violência ou 
ameaça à funcionário 
competente para executá-lo 
ou a quem lhe esteja 
prestando auxílio. 
Se o ato, em razão da 
resistência, não se executa � 
Tipo qualificado. 
É delito formal, 
consumando-se no 
momento da violência ou 
ameaça. 
 
ÉÉ PPOOSSSSÍÍVVEELL AA AAPPLLIICCAAÇÇÃÃOO DDOO PPRRIINNCCÍÍPPIIOO DDAA 
IINNSSIIGGNNIIFFIICCÂÂNNCCIIAA AAOOSS CCRRIIMMEESS FFUUNNCCIIOONNAAIISS.. 
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DESOBEDIÊNCIA 
Desobedecer à ordem legal de 
funcionário público. 
O crime é consumado com 
a ação ou omissão 
(omissivo próprio) do 
desobediente. 
 
DESACATO 
Desacatar funcionário público 
no exercício da função ou em 
razão dela. 
O crime é consumado com 
o ato ofensivo. 
 
 
TRÁFICO DE 
INFLUÊNCIA 
Solicitar, exigir, cobrar ou 
obter, para si ou para outrem, 
vantagem ou promessa de 
vantagem, a pretexto de 
influir em ato praticado por 
funcionário público no 
exercício da função. 
A pena é aumentada da 
metade se o agente alega ou 
insinua que a vantagem é 
também destinada ao 
funcionário. 
No verbo obter, trata-se 
de CRIME MATERIAL e a 
consumação ocorre no 
momento em que o sujeito 
obtém a vantagem (ou a 
promessa). 
Nos verbos solicitar, exigir 
e cobrar, temos o CRIME 
FORMAL e a consumação 
opera-se com a simples 
ação do sujeito. 
 
CORRUPÇÃO ATIVA 
 
Oferecer ou prometer 
vantagem indevida a 
funcionário público, para 
determiná-lo a praticar, omitir 
ou retardar ato de ofício. 
A pena é aumentada de um 
terço se, em razão da 
vantagem ou promessa, o 
funcionário retarda ou omite 
ato de ofício ou o pratica 
infringindo dever funcional. 
O crime é FORMAL e 
consuma-se no momento 
em que o funcionário 
público toma 
conhecimento da oferta ou 
promessa. 
 
 
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CONTRABANDO OU 
DESCAMINHO 
Importar ou exportar 
mercadoria proibida ou iludir, 
no todo ou em parte, o 
pagamento de direito ou 
imposto devido pela entrada, 
pela saída ou pelo consumo 
de mercadoria. 
Se a mercadoria deu 
entrada ou saída pela 
alfândega, a consumação 
ocorre no momento em 
que a mercadoria é 
liberada. Se a conduta é 
interrompida e não ocorre 
a liberação, há tentativa. 
Se a mercadoria entra por 
outro local que não pela 
aduana, consuma-se o 
delito no momento da 
entrada em território 
nacional. 
 
INUTILIZAÇÃO DE 
EDITAL OU DE 
SINAL 
Rasgar ou, de qualquer 
forma, inutilizar ou 
conspurcar edital afixado por 
ordem de funcionário público; 
violar ou inutilizar selo ou 
sinal empregado, por 
determinação legal ou por 
ordem de funcionário público 
para identificar ou cerrar 
qualquer objeto. 
Trata-se de CRIME 
MATERIAL. Consuma-se o 
delito com o ato de rasgar, 
inutilizar, conspurcar ou 
violar. 
 
SUBTRAÇÃO OU 
INUTILIZAÇÃO DE 
LIVRO OU 
DOCUMENTO 
Subtrair ou inutilizar, total ou 
parcialmente, livro oficial, 
processo ou documento 
confiado à custódia de 
funcionário em razão de ofício 
ou de particular em serviço 
público. 
O crime é consumado com 
a subtração ou efetivação 
da inutilização. 
 
 
 
 
 
 
 
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********************************************************************************************************** 
 
FUTURO (A) APROVADO (A), 
 
Mais uma etapa completada. Aqui finalizamos o tema CRIMES CONTRA A 
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA e, para complementar, nada mais importante do que 
muita prática. 
Sendo assim, seguem 50 exercícios para você se divertir e consolidar de vez o 
aprendizado. 
Procure fazer primeiro a lista com as questões SEM O GABARITO apresentada no 
final da aula e, depois, confira suas respostas. 
 
Abraços e bons estudos, 
 
Pedro Ivo 
 
"A vitória pertence ao mais perseverante.” 
(Napoleão Bonaparte) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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EXERCÍCIOS 
 
1. (ESAF / AFT / 2010) Os fins da Administração Pública resumem-se em 
um único objetivo: o bem comum da coletividade administrativa. Toda 
atividade deve ser orientada para este objetivo; sendo que todo ato 
administrativo que não for praticado no interesse da coletividade será 
ilícito e imoral. Assim, temos no Código Penal o título XI – Dos crimes 
contra a Administração Pública. Analise a conduta abaixo, 
caracterizando-a com um dos tipos de crime contra a Administração 
Pública. 
Sebastião, policial militar, exige dinheiro de Caio, usuário de maconha, 
para que este não seja preso. Caio, com medo da função de policial 
exercida pelo funcionário público militar, dá R$ 4.000,00 (quatro mil 
reais) a Sebastião, conforme exigido por ele. Com base nessa informação 
e na legislação penal especial , é correto afirmar que: 
a) Sebastião comete o crime de corrupção ativa. 
b) Sebastião comete o crime de prevaricação. 
c) Sebastião comete o crime de excesso de exação. 
d) Sebastião comete o crime de concussão. 
e) Sebastião comete o crime de patrocínio infiel. 
 
GABARITO: D 
COMENTÁRIOS: No caso apresentado pela questão, Sebastião EXIGE dinheiro 
de Caio. Ao realizar esta conduta comete o crime de concussão e, portanto, está 
correta a alternativa “D”. 
A concussão encontra-se prevista no art. 316 do Código Penal e caracteriza-se, 
justamente, pela EXIGÊNCIA de vantagem indevida. Observe o texto legal: 
 
Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, 
ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão 
dela, vantagem indevida. 
 
2. (ESAF / AFRFB / 2009) À luz da aplicação da lei penal, julgue as 
afirmações abaixo relativas ao fato de Marcos, funcionário público 
concursado, ao chegar na sua nova repartição, pegar computador da sua 
sala de trabalho e levar para casa junto com a impressora e resmas de 
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papel em uma sacola grande com o fim de usá-los em casa para fins 
recreativos: 
 
I. Na hipótese, Marcos comete crime contra a Administração Pública. 
II. Marcos comete crime contra a Administração da Justiça. 
III. Marcos comete o crime de peculato-furto, previsto no § 1º do art. 312 do 
Código Penal Brasileiro, pois se valeu da facilidade que proporciona a qualidade 
de funcionário. 
IV. Marcos não cometeria o crime de peculato, descrito no enunciado do 
problema, se o entregasse para pessoa da sua família utilizar, pois o peculato 
caracteriza-se pelo proveito próprio dado ao bem. 
a) Todas estão incorretas. 
b) I e III estão corretas. 
c) I e IV estão corretas. 
d) Somente I está correta. 
e) II e IV estão corretas. 
 
 
GABARITO: D 
COMENTÁRIOS: Analisando as assertivas: 
Assertiva I � Está correta, pois, no caso apresentado, Marcos comete o delito de 
PECULATO. Trata-se de um crime contra a Administração Pública que se encontra 
previsto no “caput” do artigo 312 do Código Penal: 
 
Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro 
bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou 
desviá-lo, em proveito próprio ou alheio 
 
Assertiva II � Está incorreta, pois, conforme apresentado acima, Marcos comete 
crime contra a Administração Pública e não contra a Administração da Justiça. 
Assertiva III � Para a configuração do peculato-furto o agente não detém a 
posse da coisa (valor, dinheiro ou outro bem móvel) em razão do cargo que 
ocupa, mas sua qualidade de funcionário público propicia facilidade para a 
ocorrência da subtração devido ao trânsito que mantém no órgão público em que 
atua ou desempenha suas funções (STF, HC 86.717/DF, DJ 22.08.2008). 
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Como na situação apresentado Marcos detêm a posse dos bens, está incorreta a 
assertiva. 
Assertiva IV � Está incorreta, pois para a caracterização do crime de peculato é 
irrelevante se o desvio foi para o bem do próprio indivíduo ou alheio. Tal 
ensinamento é encontrado no final do já apresentado art. 312. 
 
Como somente a assertiva I está correta, a resposta da questão é a alternativa 
“d”. 
 
3. (CESGRANRIO / Advogado - BNDES / 2006) Sobre o delito "peculato", 
assinale a afirmação correta. 
A) O peculato não admite a figura da tentativa. 
B) O funcionário público que desvia dinheiro, mas que possui créditos reais contra 
a Administração Pública, não comete peculato. 
C) O funcionário público que se apropria de bens do Estado com a intenção de 
posterior devolução comete peculato. 
D) O peculato-apropriação se distingue do peculato-desvio pela presença do dolo 
como elemento subjetivo do tipo penal. 
E) Na figura do peculato-desvio, a consumação ocorre no momento em que o 
agente obtém o proveito próprio ou alheio. 
 
GABARITO: C 
COMENTÁRIOS: Analisando as alternativas: 
Alternativa “A” � Incorreta � O peculato admite tentativa, salvo na figura 
culposa. 
Alternativa “B” � Incorreta � A existência de “créditos” não descaracteriza o 
peculato. 
Alternativa “C” � Correta � Trata-se do peculato desvio. 
Alternativa “D” � Incorreta � Tanto o peculato apropriação quanto o desvio tem 
como elemento subjetivo o dolo. 
Alternativa “E” � Incorreta � A consumação do peculato independe da obtenção 
do proveito. 
 
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4. (CESGRANRIO / Investigador - PC-RJ / 2006) Pratica o crime de 
prevaricação, previsto no art. 319 do Código Penal, o agente que: 
A) patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração 
pública, valendo-se da qualidade de funcionário. 
B) retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo 
contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento 
pessoal. 
C) exigir para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da 
função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida. 
D) solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda 
que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem 
indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem. 
E) solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem, vantagem ou 
promessa de vantagem, a pretexto de influir em ato praticado por funcionário 
público no exercício da função. 
 
GABARITO: B 
COMENTÁRIOS: Questão simples que exige o conhecimento do tipo penal 
relativo à prevaricação. Relembre: 
Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de 
ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para 
satisfazer interesse ou sentimento pessoal 
 
5. (FUNIVERSA / Delegado - PC-DF / 2009) Se Marcos exigiu de Maria o 
pagamento de um tributo que ele sabia ser indevido, ele cometeu o crime 
de: 
a) concussão. 
b) peculato mediante erro de outrem. 
c) excesso de exação. 
d) violência arbitrária. 
e) prevaricação. 
 
GABARITO: C 
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COMENTÁRIOS: Marcos exigiu de Maria o pagamento de um tributo que ele 
sabia ser indevido, cometendo, portanto, a conduta prevista no artigo 316, § 1º, 
que trata do crime de denominado excesso de exação: 
 
Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, 
ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão 
dela, vantagem indevida: 
§ 1º - Se o funcionário exige tributo ou contribuição social que sabe 
ou deveria saber indevido, ou, quando devido, emprega na 
cobrança meio vexatório ou gravoso, que a lei não autoriza. 
 
6. (FUNIVERSA / Agente de Polícia - PC-DF / 2009) Quando um 
funcionário público deixa de praticar ou retarda ato de ofício, com 
infração de dever funcional, cedendo à influência de outrem, ele pratica o 
crime de: 
a) corrupção passiva. 
b) condescendência criminosa. 
c) advocacia administrativa. 
d) concussão. 
e) prevaricação. 
 
GABARITO: A 
COMENTÁRIOS: Questão maliciosa que leva o candidato a marcar 
PREVARICAÇÃO pelas palavras "retardar e deixar de praticar". Para não errar, 
deve-se ter atenção no final da questão que menciona "CEDENDO À INFLUÊNCIA 
DE OUTREM", e não por "INTERESSE OU SENTIMENTO PESSOAL". 
Cabe relembrar que a prevaricação não se confunde com a corrupção passiva 
privilegiada (§2º do art. 317). Nesta, o funcionário atende ao pedido ou influência 
de outrem. Naquela (prevaricação) não há tal pedido ou influência, pois o agente 
busca satisfazer interesse ou sentimento pessoal 
 
7. (CESGRANRIO / Oficial de Justiça - TJ-RO / 2008) O Oficial de Justiça 
Mévio, para cumprir uma diligência determinada pelo Juiz, resolveu usar 
serviço particular de transporte, gastando a quantia de R$ 100,00 (cem 
reais) de seu próprio dinheiro. Como a diligência atendia a pedido da 
empresa “X Importadoras de Vinhos Ltda.”, parte autora do processo, 
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resolveu solicitar a ela reembolso, apresentando o comprovante da 
despesa pessoal. A empresa,então, propõe o ressarcimento em produto 
objeto de sua atividade, entregando-lhe um vinho francês raríssimo, cujo 
valor era bem superior ao gasto pelo servidor público. A esse respeito, é 
correto afirmar que Mévio 
(A) praticou o crime de corrupção passiva, ao solicitar o reembolso, independente 
de ter recebido o vinho. 
(B) cometeu o crime de excesso de exação, pois deveria ter solicitado reembolso 
ao Estado. 
(C) cometeu apenas irregularidade administrativa, ao solicitar o reembolso, pois 
não pedia qualquer vantagem, sendo ilícita criminalmente a conduta de ter 
recebido o vinho. 
(D) cometeu o crime de concussão, ao solicitar o reembolso, consumado quando 
recebeu o vinho. 
(E) cometeu o crime de corrupção passiva, ao solicitar o reembolso, sendo o 
recebimento do vinho mero exaurimento do delito. 
 
GABARITO: C 
COMENTÁRIOS: É necessário muito cuidado neste tipo de questão. No caso da 
solicitação de reembolso, por não se tratar de solicitação de VANTAGEM, temos 
mera irregularidade administrativa. Diferentemente, no caso do vinho, o 
funcionário recebe vantagem indevida e, neste caso, temos a caracterização de 
ilícito penal. 
 
8. (CESGRANRIO / Advogado - Casa da Moeda / 2009) Servidor público 
de instituição previdenciária introduz dados falsos no sistema de dados 
do Instituto, com o intuito de outorgar benefício previdenciário a quem 
não preencheu os requisitos legais, tendo recebido soma em dinheiro 
para realizar o ato. Após investigações policiais, o referido servidor veio 
a ser denunciado pela prática de crime contra a Administração Pública. 
Qual dos seguintes crimes foi cometido pelo servidor? 
a) Assédio moral 
b) Extravio de documento. 
c) Furto de informações. 
d) Inserção de dados falsos em sistema de informações. 
e) Prevaricação. 
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GABARITO: D 
COMENTÁRIOS: Questão fácil que exige do candidato o conhecimento do delito 
previsto no art. 313-A do Código Penal. Relembre: 
 
Art. 313-A. Inserir ou facilitar, o funcionário autorizado, a inserção 
de dados falsos, alterar ou excluir indevidamente dados corretos 
nos sistemas informatizados ou bancos de dados da Administração 
Pública com o fim de obter vantagem indevida para si ou para 
outrem ou para causar dano. 
 
9. (FCC / AUDITOR - TCE – SP / 2008 - Adaptada) O crime de advocacia 
administrativa previsto no art. 321 do Código Penal: 
A)exige que o sujeito ativo seja advogado. 
B)ocorre unicamente no caso de o agente patrocinar, direta ou indiretamente, 
interesse privado perante a administração fazendária, valendo-se da qualidade de 
funcionário público. 
C)consuma-se o delito com a realização do primeiro ato de patrocínio, 
independentemente da obtenção do resultado pretendido. 
D)ocorre no caso de o agente patrocinar, direta ou indiretamente, interesse 
privado perante a Administração, dando causa à instauração de licitação ou à 
celebração de contrato, cuja invalidação vier a ser decretada pelo Poder 
Judiciário. 
E)exige que o interesse patrocinado seja ilegítimo. 
 
GABARITO: C 
COMENTÁRIOS: Relembrando, o crime de advocacia administrativa está 
presente no Código Penal nos seguintes termos: 
 
Art. 321 - Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado 
perante a administração pública, valendo-se da qualidade de 
funcionário 
. 
Alternativa “A” � A advocacia administrativa é crime próprio, podendo ser 
praticado por funcionário público. Embora pareça pelo nome, não tem nenhuma 
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relação com o exercício da advocacia (realizada pelo profissional da área de 
Direito). 
Alternativa “B” � O artigo 321 abrange toda a administração pública e não 
apenas a administração fazendária. 
Alternativa “C” � É a alternativa correta. Mais uma vez o quadro resumo do final 
da aula é suficiente para que você acerte a questão. Como vimos, a advocacia 
administrativa consuma-se com a realização do primeiro ato de patrocínio, 
independentemente da obtenção do resultado pretendido. 
Alternativa “D” � Essa alternativa está incorreta e trata de um delito novo criado 
pelo examinador, mas não da advocacia administrativa. 
Alternativa “E” � O delito de advocacia administrativa independe se o interesse 
patrocinado é legítimo ou ilegítimo. Caso ilegítimo, o crime é qualificado. 
 
10. (FCC / ISS–SP / 2007) A conduta do funcionário público que, em 
razão da função exercida, solicita vantagem indevida, sem, contudo, 
chegar a recebê-la, caracteriza, em tese, 
A) tentativa de corrupção passiva. 
B) tentativa de concussão. 
C) corrupção passiva consumada. 
D) corrupção ativa consumada. 
E) concussão consumada. 
 
GABARITO: C 
COMENTÁRIOS: Mais uma vez a banca tenta ser capciosa para derrubar o 
candidato, mas na prova é você que vai derrubá-la! Observe que no quadro 
resumo dos delitos que a corrupção passiva é crime Formal e o delito se consuma 
no momento em que a solicitação chega ao conhecimento do terceiro. Sendo 
assim, independe se a vantagem indevida foi ou não recebida. 
 
11. (FCC / ISS-SP / 2007) Admite a modalidade culposa: 
A) a concussão. 
B) a prevaricação. 
C) a corrupção passiva. 
D) o peculato. 
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E) o falso testemunho. 
 
GABARITO: D 
COMENTÁRIOS: Caro aluno...Outra questão de prova e outra questão que exige 
o simples conhecimento de que somente o PECULATO admite a modalidade 
culposa. Sendo assim, no local onde você estiver agora, repita bem alto: 
SOMENTE O PECULATO ADMITE A MODALIDADE CULPOSA!!! 
 
12. (FCC / Analista Judiciário – TRT / 2004) Plínio, vendedor ambulante, 
aproveitando-se de um descuido do motorista de um veículo da 
Prefeitura Municipal de sua cidade, subtraiu a quantia de R$ 5.000,00, 
referente à arrecadação municipal do dia que estava sendo levada para 
ser depositada na conta corrente da municipalidade. Em tal situação, é 
correto afirmar que Plínio 
A) não cometeu o crime de peculato doloso, porque não era funcionário público 
para efeitos criminais. 
B) cometeu o crime de peculato por erro de outrem, porque se aproveitou da 
negligência do motorista do veículo. 
C) praticou o delito de peculato-furto, porque subtraiu valores em dinheiro 
pertencentes à municipalidade. 
D) cometeu o delito de peculato culposo, porque foi negligente em não deduzir 
que o dinheiro poderia pertencer à municipalidade. 
E) praticou o delito de peculato doloso, porque se apropriou de bem móvel 
público. 
 
GABARITO: A 
COMENTÁRIOS: O peculato é um crime próprio no qual se exige a qualidade de 
funcionário público. No caso em questão, Plínio NÃO É FUNCIONÁRIO PÚBLICO, 
portanto, não há que se falar em peculato. 
 
13. (ESAF / PGE – MA / 2003) Para efeitos penais, considera-se 
funcionário público quem exerce: 
A) cargo ou emprego público, mas não função pública transitória. 
B) cargo, emprego ou função pública, ainda que sem remuneração. 
C) emprego ou função pública, mas não cargo público remunerado. 
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D) cargo, empregoou função pública, desde que remunerados. 
E) cargo ou função pública, mas não emprego público transitório. 
 
GABARITO: B 
COMENTÁRIOS: Nos termos do caput do artigo 327, considera-se funcioário 
público quem exerce: 
 
1- CARGO 
2- EMPREGO 
3- FUNÇÃO PÚBLICA 
 
 
14. (ESAF / PGE – MA / 2003) O funcionário que patrocina interesse 
privado perante a administração pública, valendo-se de sua qualidade, 
comete o crime de: 
A) tráfico de influência. 
B) exploração de prestígio. 
C) concussão. 
D) advocacia administrativa. 
E) condescendência criminosa. 
 
GABARITO: D 
COMENTÁRIOS: Falou em PATROCINAR interesse privado...Falou em 
ADVOCACIA ADMINISTRATIVA. 
 
15. (CESPE / TJ – SE / 2004) Assinale a alternativa correta. 
A) Para efeitos penais, funcionário público é aquele que exerce cargo público 
remunerado, não sendo assim considerados aqueles que exercem emprego ou 
função pública. 
B) O funcionário público que se apropria de dinheiro, valor ou qualquer outro bem 
móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, responde 
por crime de prevaricação. 
TRANSITÓRIA OU NÃO. 
COM OU SEM REMUNERAÇÃO. 
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C) O funcionário público que exige, para si ou para outrem, vantagem indevida, 
direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em 
razão dela, responde por crime de concussão. 
D) Solicitação de vantagem indevida feita por funcionário público, para si ou para 
outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, 
mas em razão dela, corresponde ao crime de excesso de exação. 
E) O funcionário público que retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de 
ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, com o intuito de satisfazer 
sentimento ou interesse pessoal, responde por crime de condescendência 
criminosa. 
 
GABARITO: C 
COMENTÁRIOS: Vamos analisar as alternativas. 
Alternativa “A” � Já vimos exaustivamente que o conceito de funcionário público 
para fins penais abrange cargo, emprego e função. 
Alternativa “B” � Responde por peculato e não por prevaricação. 
Alternativa “C” � Corresponde à exata definição da concussão. 
Alternativa “D” � Solicitar vantagem...Corrupção passiva e não excesso de 
exação. 
Alternativa “E” � Trata da prevaricação e não da condescendência criminosa. 
 
16. (FCC / TJ – PA / 2009) Quem patrocinar, direta ou indiretamente, 
interesse privado perante a administração pública, valendo-se da 
qualidade de funcionário público, 
A) responderá no máximo por crime culposo. 
B) não pratica nenhuma infração, se advogado. 
C) pratica o crime de Advocacia Administrativa. 
D) não pratica nenhum crime, posto que tinha pleno conhecimento da legalidade 
do ato. 
E) não responderá pela prática se ocupante de cargo de comissão ou função de 
direção. 
 
GABARITO: C 
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COMENTÁRIOS: Mais uma sobre a advocacia administrativa. Falou em 
partrocinar, falou em advocacia administrativa. 
 
17. (CESPE / JUIZ – TRT / 2005) Augusto, servidor autárquico, 
alardeando prestígio, visando a obter vantagem econômica (dinheiro), 
convence Bernardo a entregar-lhe determinada quantia, a pretexto de 
influenciar um determinado funcionário da justiça, no exercício da 
função, a deferir a pretensão exposta. Na hipótese, a conduta de Augusto 
configura: 
A) peculato mediante erro de outrem. 
B) crime de corrupção ativa. 
C) crime de corrupção passiva. 
D) advocacia administrativa. 
E) crime de tráfico de influência. 
 
GABARITO: E 
COMENTÁRIOS: No caso em questão, Augusto tenta obter vantagem sob o 
pretexto de influenciar atos de servidores públicos. Claramente, comete o delito 
de tráfico de influência, tipificado no artigo 332 do Código Penal. Observe: 
 
Art. 332 - Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem, 
vantagem ou promessa de vantagem, a pretexto de influir em ato 
praticado por funcionário público no exercício da função. 
 
18. (OAB-MG / OAB-MG / 2005) Quanto ao tipo subjetivo do crime de 
resistência, é incorreto afirmar que: 
A) É o dolo, a vontade livre e consciente de se opor à execução do ato. 
B) É o dolo, a vontade de não obedecer a ordem legal do funcionário público. 
C) É necessário que o agente tenha consciência de que está resistindo a ato legal 
do funcionário. 
D) O erro quanto à legalidade do ato, ainda que culposo, exclui o dolo. 
E) N.R.A. 
 
GABARITO: B 
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COMENTÁRIOS: A vontade de não obedecer à ordem legal do funcionário 
público caracteriza o crime de desobediência e não de resistência. Observe: 
 
Resistência: Art. 329 - Opor-se à execução de ato legal, mediante 
violência ou ameaça a funcionário competente para executá-lo ou a 
quem lhe esteja prestando auxílio 
 
Desobediência: Art. 330 - Desobedecer a ordem legal de funcionário 
público 
 
O tipo subjetivo do delito de resistência é o dolo, não sendo admitido a 
modalidade culposa por ausência de previsão legal. Desta forma, é necessário 
que o agente tenha consciência de que está resistindo à ordem legal de 
funcionário público. 
Havendo erro quanto à legalidade do ato, o dolo será excluído. 
 
19. (OAB – SP / 2005) O funcionário que deixa de responsabilizar 
subordinado que cometeu infração no exercício do cargo, comete crime 
de: 
A) prevaricação. 
B) omissão funcional criminosa. 
C) condescendência criminosa. 
D) advocacia administrativa. 
E) N.R.A 
 
GABARITO: C 
COMENTÁRIOS: Essa questão poderia deixar dúvidas, pois a banca não cita que 
o superior deixou de responsabilizar o funcionário por indulgência. Sendo assim, 
poderiamos pensar também no delito de prevaricação. 
Ela já apareceu mais de uma vez em prova e o entendimento sempre foi o 
mesmo. Sendo assim, para a SUA PROVA PENSE o seguinte: 
SE O EXAMINADOR TRATAR DE MANEIRA GENÉRICA NA EXPRESSÃO: “ DEIXA DE 
RESPONSABILIZAR SUBORDINADO” É CASO DE CONDESCENDÊNCIA 
CRIMINOSA. 
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Art. 320 - Deixar o funcionário, por indulgência, de responsabilizar 
subordinado que cometeu infração no exercício do cargo ou, quando 
lhe falte competência, não levar o fato ao conhecimento da 
autoridade competente: 
 
“Mas professor!!! Não caberia recurso?” 
Sim, eu até concordo que sim, mas se a banca vai aceitar ou não o recurso é 
outra história. Melhor não arriscar e garantir os pontos... 
 
20. (FCC / OAB – ES / 2005) Paulo foi surpreendido por um Policial 
Rodoviário dirigindo seu veículo em excesso de velocidade, conforme 
constatado por radar. Ao ser abordado, Paulo ofereceu ao Policial a 
quantia de R$ 50,00 (cinqüenta reais) para convencê-lo a deixar de 
lavrar a multa correspondente à infração praticada. Paulo cometeu crime 
de: 
A) corrupção passiva. 
B) corrupção ativa. 
C) concussão. 
D) exploração de prestígio. 
E) N.R.A. 
 
GABARITO: B 
COMENTÁRIOS: Questão relativamente fácil. O importante é nãoconfundir a 
corrupção passiva com a corrupção ativa, que abaixo reproduzo: 
 
Art. 333 - Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário 
público, para determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício 
 
21. (FCC / TRE – MG / 2005) Adônis, valendo-se da qualidade de servidor 
público, vinha patrocinando, diretamente, interesses particulares do 
casal Perseu e Afrodite junto ao Ministério das Comunicações; Apolo, 
também servidor público, vinha retardando, indevidamente, a prática de 
suas atribuições, para satisfazer interesses pessoais de ordem 
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patrimonial e moral. Nesse caso, Adônis e Apolo devem responder, 
respectivamente, pelos crimes de: 
A) concussão e peculato. 
B) corrupção passiva e condescendência criminosa. 
C) advocacia administrativa e prevaricação. 
D) exercício funcional ilegalmente prolongado e prevaricação. 
E) condescendência criminosa e corrupção passiva. 
 
GABARITO: C 
COMENTÁRIOS: Vamos analisar a situação descrita pela questão: 
Adônis vinha patrocinando interesse privado... � Advocacia administrativa. 
 
Art. 321 - Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado 
perante a administração pública, valendo-se da qualidade de 
funcionário 
 
Apolo vinha retardando indevidamente para satisfazer interesse pessoal... � 
Prevaricação. 
 
Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de 
ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer 
interesse ou sentimento pessoal 
 
22. (FCC / TRE – RN / 2005) Também ocorre o crime de corrupção 
passiva quando o funcionário público: 
A) recebe, para si, diretamente, ainda que fora da função, mas em razão dela, 
vantagem indevida. 
B) exige, para outrem, indiretamente, antes de assumir sua função, mas em 
razão dela, vantagem indevida. 
C) desvia, em proveito próprio, qualquer dinheiro ou valor público de que tem a 
posse em razão do cargo. 
D) se apodera, em proveito de terceiro, de dinheiro ou valor, embora não tenha a 
posse deles, valendo-se de sua função pública. 
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E) oferece vantagem indevida a outro servidor público para determiná-lo a 
praticar ou omitir ato de ofício. 
GABARITO: A 
COMENTÁRIOS: O delito de corrupção passiva encontra-se definido no artigo 
317 nos seguintes termos: 
Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou 
indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas 
em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal 
vantagem 
 
Vamos, com base no disposto, analisar as alternativas: 
 
Alternativa “A” � Está correta. Também configura a corrupção passiva quando o 
indivíduo recebe, para si, ainda que fora da função, mas em razão dela, 
vantagem indevida. 
Alternativa “B” � NÃO É EXIGIR!!! É SOLICITAR OI RECEBER!!! 
Alternativa “C” � Trata do Peculato-Desvio. 
Alternativa “D” � Verbo apoderar não configura corrupção passiva. Como já 
vimos, é SOLICITAR ou RECEBER. 
Alternativa “E” � Oferecer vantagem é corrupção ativa e não passiva. 
 
23. (FCC / TRE – RN / 2005) "A", diretor-financeiro de órgão do Tribunal 
Regional Eleitoral, esqueceu de trancar a porta do cofre dessa repartição. 
"B", analista judiciário, do mesmo Tribunal, valendo-se do livre acesso ao 
local, percebeu o ocorrido e aproveitou para subtrair certa quantia em 
dinheiro, destinada ao pagamento de serviços em geral. Nesse caso, "A" 
e "B", respondem, respectivamente, pelos crimes de: 
A) furto culposo e peculato-desvio. 
B) peculato mediante erro de outrem e furto. 
C) peculato culposo e peculato-furto. 
D) apropriação culposa e apropriação indébita. 
E) peculato administrativo e peculato-apropriação. 
 
GABARITO: C 
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COMENTÁRIOS: 
“A” deixou a porta aberta. Foi negligente. Responderá, assim, por peculato-
culposo. 
“B”, embora não tendo a posse do dinheiro, valor ou bem, o subtrai, em proveito 
próprio, valendo-se de facilidade que lhe proporciona a qualidade de funcionário. 
Responderá por peculato-furto. 
 
24. (CESPE / Promotor MPE – MG / 2005) Sobre os crimes contra a 
administração pública: 
A) o gari que recebe dinheiro do particular, agradecido, no período de natal 
comete crime. 
B) o estagiário do juiz que exige vantagem indevida de acusado comete 
corrupção passiva. 
C) o particular que paga dinheiro ao funcionário que anteriormente o exige 
comete corrupção. 
D) o funcionário público que indiretamente exige vantagem comete crime de 
corrupção ativa. 
E) o particular que oferece vantagem a funcionário pelo trabalho já realizado não 
comete crime. 
 
GABARITO: E 
COMENTÁRIOS: Vamos analisar as alternativas: 
 
Alternativa “A” � Trata da situação em que o funcionário recebe determinado 
valor, no natal, como forma de agradecimento. Nesta situação, não há qualquer 
delito, tendo em vista que não é uma vantagem ilícita. 
Alternativa “B” � Se há EXIGÊNCIA, não é corrupção passiva e sim concussão!!! 
Alternativa “C” � O particular só comete o delito de corrupção (ativa) quando: 
Art. 333 - Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário 
público, para determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício 
Alternativa “D” � NOVAMENTE O VERBO EXIGIR!!! Exigir é concussão e não 
corrupção!!! 
Alternativa “E” � Perfeito. A tipificação só existe para o caso em que a vantagem 
é oferecida para ato ainda não praticado. 
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25. (CESPE / Promotor MPE – MG / 2005) Um oficial de justiça não 
promove o despejo de pessoa pobre, no prazo estabelecido pelo juiz no 
mandado, por ficar com pena de seus filhos menores que ficariam na rua. 
Depois de alguns dias, após constatar que a pessoa providenciou abrigo 
para seus filhos, o oficial cumpre o mandado. Considerando o não 
cumprimento do mandado no prazo estabelecido, o promotor acusa o 
oficial por crime de desobediência. No caso, a acusação: 
A) deve ser acolhida, pois houve a intenção de contrariar o mandado do juiz. 
B) está errada, porque a ordem do juiz é injusta e não deve ser cumprida. 
C) está correta, pois o oficial não pode alterar o prazo conferido pelo juiz. 
D) está errada, porque no caso o oficial não pode cometer desobediência. 
E) não deve ser acolhida, se provada a inexigibilidade de conduta diversa. 
 
GABARITO: D 
COMENTÁRIOS: A acusação está completamente errada. O crime de 
desobediência só pode ser cometido por PARTICULAR e não por funcionário 
público no exercício da função. 
No caso em tela, caso verificado o dolo, a denúncia poderia operar-se por 
prevaricação, no sentido de atender à sentimento pessoal. 
 
26. (FCC / TRT / 2005) Zeus, Apolo e Macabeus são Oficiais de Justiça. 
Zeus exigiu do réu de uma ação de despejo a quantia de R$ 2.000,00 
para não proceder a sua citação. Apolo solicitou do réu de outra ação de 
despejo a quantia de R$ 1.000,00 para não proceder a sua citação. E 
Macabeus, tendo em vista que o réude uma ação de despejo era seu 
EXIGIR É 
CONCUSSÃO E 
NÃO 
CORRUPÇÃO!!! 
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amigo, retardou, por vários meses, a sua citação. Nesses casos, Zeus, 
Apolo e Macabeus cometeram, respectivamente, crimes de: 
A) concussão, corrupção passiva e prevaricação. 
B) corrupção passiva, concussão e prevaricação. 
C) prevaricação, concussão e corrupção passiva. 
D) prevaricação, corrupção passiva e concussão. 
E) concussão, prevaricação e corrupção passiva. 
 
GABARITO: A 
COMENTÁRIOS: 
Zeus exigiu...Concussão; 
Apolo solicitou vantagem...Corrupção Passiva; 
Macabeus retardou...Prevaricação. 
 
27. (FCC / TRT / 2005) Afrodite, ao ingressar na Biblioteca Pública 
Municipal de sua cidade deixou sua bolsa no guarda volumes anexo à 
portaria. Enquanto consultava livros, Ísis, funcionária pública municipal, 
bibliotecária, responsável pelo referido guarda volumes, abriu a bolsa de 
Afrodite e subtraiu para si a quantia de R$ 100,00. Com tal 
procedimento, Ísis cometeu crime de: 
A) prevaricação. 
B) peculato culposo. 
C) peculato mediante erro de outrem. 
D) excesso de exação. 
E) peculato doloso. 
 
GABARITO: E 
COMENTÁRIOS: Esse tipo de questão muitas vezes confunde o candidato. 
Perceba que no caso em tela a bibliotecária, funcionária pública municipal, 
apropria-se de dinheiro particular de que tem posse em razão do cargo. Sendo 
assim, comete peculato doloso. 
 
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Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou 
qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a 
posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou 
alheio 
28. (FCC / Analista Judiciário – TRT / 2004) Mário é funcionário público 
municipal, exercendo suas funções no setor de cobrança do Imposto 
Predial e Territorial Urbano. Luís não pagou o tributo referente à sua 
residência, apesar de várias vezes notificado. Em vista disso, objetivando 
cobrar esse tributo devido ao erário público municipal, Mário mandou 
confeccionar e pendurou na via pública, defronte à residência de Luís, 
várias faixas dizendo que Luís era caloteiro e não pagava os impostos 
devidos à Prefeitura. Assim procedendo, Mário 
A) praticou delito de concussão. 
B) não praticou crime contra a administração pública. 
C) praticou delito de prevaricação. 
D) cometeu crime de exercício funcional ilegalmente prolongado. 
E) cometeu crime de excesso de exação. 
 
GABARITO: E 
COMENTÁRIOS: Mário empregou meios vexatórios para exigir o tributo, logo, 
cometeu excesso de exação. 
 
29. (FCC / Analista Judiciário – TRT / 2004) Pedro, médico, foi perito 
judicial numa ação judicial e solicitou R$ 3.000,00 ao advogado do autor 
para apresentar laudo favorável ao seu cliente. O advogado pagou a 
quantia solicitada, mas Pedro apresentou laudo totalmente contrário à 
pretensão do autor. Nesse caso, Pedro 
A) não cometeu crime contra a administração pública, porque não é funcionário 
público. 
B) cometeu crime de concussão, porque formulou solicitação de vantagem 
indevida. 
C) cometeu crime de corrupção passiva, porque solicitou vantagem ilícita em 
razão de sua função. 
D) não cometeu crime contra a administração pública, porque não apresentou o 
laudo falso que havia prometido. 
E) cometeu crime de prevaricação, porque praticou indevidamente ato de ofício. 
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GABARITO: C 
COMENTÁRIOS: Caro(a) aluno(a), para responder a esta questão é necessário 
fazer uma pergunta: Quando consuma-se o delito de corrupção passiva? 
Resposta: Trata-se de crime Formal e o delito se consuma no momento em que a 
solicitação chega ao conhecimento do terceiro. Sendo assim, é totalmente 
irrelevante se ele cumpriu o avençado ou não. Solicitou vantagem indevida, 
cometeu corrupção passiva. 
 
30. (FCC / Analista Judiciário – TRT / 2004) Maria é sub-chefe de um 
Departamento da Prefeitura Municipal de sua cidade e descobriu que uma 
funcionária, subordinada sua, havia desviado valores em dinheiro da 
municipalidade em proveito próprio. Como sabia que essa funcionária 
passava por dificuldades financeiras e como não tinha competência para 
puni-la, ficou penalizada e não adotou nenhuma providência, tendo o fato 
sido descoberto em auditoria realizada um ano depois. Nesse caso, Maria 
A) não cometeu crime contra a administração pública, porque não tinha 
competência para punir a funcionária que cometeu a infração. 
B) cometeu crime de condescendência criminosa, pois deixou de levar o fato ao 
conhecimento da autoridade competente. 
C) cometeu crime de prevaricação, pois deixou de praticar ato de ofício por 
sentimento pessoal. 
D) cometeu crime de peculato doloso, porque, mesmo sabendo do desvio de 
valores, deixou de responsabilizar a funcionária que cometeu a infração. 
E) cometeu crime de peculato culposo, porque, por negligência e omissão, 
possibilitou a concretização do desvio. 
 
GABARITO: B 
COMENTÁRIOS: Na aula tratamos de uma importante palavra relacionada com 
um delito: o termo “indulgência”, lembra-se? 
Eu disse que: 
 
A EXPRESSÃO ‘‘POR INDULGÊNCIA” SIGNIFICA QUE O SUPERIOR 
HIERÁRQUICO DEIXA DE AGIR POR TOLERÂNCIA, CLEMÊNCIA, 
BRANDURA ETC. 
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Esta expressão relaciona-se com o delito de condescendência criminosa tipificado 
no CP nos seguintes termos: 
 
Art. 320 - Deixar o funcionário, por indulgência, de responsabilizar 
subordinado que cometeu infração no exercício do cargo ou, quando 
lhe falte competência, não levar o fato ao conhecimento da 
autoridade competente. 
 
No caso em questão, Maria não toma nenhuma providência por clemência. Sendo 
assim, caracteriza o delito de condescendência criminosa. 
 
31. (FCC / Analista Judiciário – TRT / 2004) Aldo é alto funcionário 
público da Secretaria da Fazenda do Estado e, valendo-se do prestígio de 
seu cargo, procurou funcionário da Prefeitura Municipal de sua cidade e 
solicitou que desse andamento rápido ao processo de aprovação da 
planta de reforma de sua residência. Nessa situação, Aldo 
A) cometeu crime de prevaricação, porque praticou ato de ofício irregular para 
atender a interesse pessoal. 
B) cometeu crime de advocacia administrativa, porque patrocinou interesse 
privado perante a administração pública. 
C) praticou crime de concussão, porque, em razão de seu cargo na área estadual, 
seu pedido implicou verdadeira exigência. 
D) não cometeu crime contra a administração pública, porque não patrocinou 
interesse alheio privado perante a administração pública. 
E) praticou delito de excesso de exação, porque se excedeu nos limites das suas 
funções públicas. 
 
GABARITO: D 
COMENTÁRIOS: Essa questão normalmente também confunde os candidatos. 
Perceba o que dispõe o Código Penal sobre o delito de advocacia administrativa: 
Art. 321 - Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado 
perante a administração pública, valendo-se da qualidade de 
funcionário 
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