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Prof. Mozart Borba 
 Direito Processual Civil 31ª 
1/213 
 
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO1 
 
 
MÓDULO I – TEORIA GERAL DO PROCESSO ................................................................................................ 4 
1. NOÇÕES GERAIS SOBRE DIREITO: ............................................................................................... 4 
2. TEORIA GERAL DO PROCESSO (Intróito)........................................................................................ 4 
3. PRINCÍPIOS INFORMATIVOS OU DIRETORES DO PROCESSO ............................................................ 5 
4. JURISDIÇÃO .............................................................................................................................. 7 
5. ORGANIZAÇÃO DO PODER JUDICIÁRIO BRASILEIRO ..................................................................... 11 
6. COMPETÊNCIA: MEDIDA DA JURISDIÇÃO (TEORIA GERAL): ........................................................... 12 
7. AÇÃO...................................................................................................................................... 17 
MÓDULO II – PROCESSO E PROCESSO DE CONHECIMENTO ...................................................................... 20 
1. PROCESSO .............................................................................................................................. 20 
2. LITISCONSÓRCIO..................................................................................................................... 23 
3. ASSISTÊNCIA .......................................................................................................................... 23 
4. DAS MODALIDADES DE INTERVENÇÃO DE TERCEIROS .................................................................. 24 
5. ATOS PROCESSUAIS ................................................................................................................. 26 
 6. PRAZOS PROCESSUAIS........................................................................................................................28 
7. PROCESSO E PROCEDIMENTO .................................................................................................... 29 
8. PETIÇÃO INICIAL...................................................................................................................... 31 
9. COMUNICAÇÃO DOS ATOS PROCESSUAIS ................................................................................... 36 
 10. DEFESA DO RÉU.......................................................................................................................39 
11. REVELIA ................................................................................................................................ 42 
12. PROVIDÊNCIAS PRELIMINARES ................................................................................................ 43 
13. JULGAMENTO CONFORME O ESTADO DO PROCESSO ................................................................... 44 
14. PROVAS ................................................................................................................................ 45 
15. AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO ..................................................................................................... 51 
16. SENTENÇA (com redação dada pela Lei n° 11.232/05)................................................................. 52 
17. COISA JULGADA ..................................................................................................................... 55 
18. DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO OBRIGATÓRIO ............................................................................. 56 
MÓDULO III – SISTEMA RECURSAL .......................................................................................................... 57 
DOS RECURSOS........................................................................................................................... 57 
MÓDULO IV – AÇÃO RESCISÓRIA ............................................................................................................. 88 
AÇÃO RESCISÓRIA ....................................................................................................................... 89 
MÓDULO V – PROCESSO DE EXECUÇÃO E CUMPRIMENTO DE SENTENÇA................................................... 91 
1. INTRÓITO................................................................................................................................ 91 
2. PRINCÍPIOS INFORMATIVOS DO PROCESSO DE EXECUÇÃO: .......................................................... 93 
 
1 O conteúdo desta obra não é de autoria deste professor, mas sim uma compilação sistematizada da legislação, doutrina e 
jurisprudência pátrias, bem como a roteiros e outros esquemas de aula. 
 
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3. REQUISITOS PARA REALIZAR QUALQUER EXECUÇÃO:................................................................... 94 
4. EXECUÇÃO DEFINITIVA E PROVISÓRIA: ...................................................................................... 99 
5. LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA......................................................................................................101 
6. RESPONSABILIDADE PATRIMONIAL ...........................................................................................104 
7. DAS DIVERSAS ESPÉCIES DE EXECUÇÃO....................................................................................106 
8. DEFESA DO EXECUTADO ..........................................................................................................122 
9. SUSPENSÃO DO PROCESSO DE EXECUÇÃO.................................................................................128 
10. EXTINÇÃO DO PROCESSO DE EXECUÇÃO..................................................................................129 
11. EXECUÇÃO FISCAL (LEI Nº 6.830/80).......................................................................................129 
MÓDULO VI – PROCESSO CAUTELAR..................................................................................................... 1366 
1. INTRÓITO...............................................................................................................................136 
2. MEDIDA (PROVIDÊNCIA) CAUTELAR X PROCESSO CAUTELAR ........................................................137 
3. OBJETO..................................................................................................................................137 
4. TUTELA CAUTELAR X TUTELA ANTECIPADA .................................................................................137 
5. CARACTERÍSTICAS ..................................................................................................................137 
6. CLASSIFICAÇÃO......................................................................................................................138 
7. REQUISITOS DA TUTELA CAUTELAR.........................................................................................1388 
8. PODER GERAL DE CAUTELA ......................................................................................................1399. RELAÇÃO PROCESSUAL CAUTELAR: ...........................................................................................140 
10. DAS CAUTELARES TÍPICAS: ....................................................................................................143 
MÓDULO VII – PROCEDIMENTOS ESPECIAIS.......................................................................................... 150 
1. AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO ..................................................................................151 
2. AÇÃO DE DEPÓSITO ................................................................................................................153 
3. AÇÃO DE ANULAÇÃO E SUBSTITUIÇÃO DE TÍTULOS AO PORTADOR ...............................................154 
4. AÇÃO DE PRESTAÇÃO DE CONTAS.............................................................................................154 
5. AÇÕES POSSESSÓRIAS ............................................................................................................156 
6. AÇÃO DE NUNCIAÇÃO DE OBRA NOVA .......................................................................................157 
7. AÇÃO DE USUCAPIÃO DE TERRAS PARTICULARES .......................................................................158 
8. INVENTÁRIO E PARTILHA .........................................................................................................160 
9. EMBARGOS DE TERCEIRO (OU EMBARGOS DE SEPARAÇÃO) .........................................................162 
10. PROCEDIMENTO MONITÓRIO (PROCEDIMENTO POR INJUNÇÃO) ..................................................163 
MÓDULO VIII – DA AÇÃO DE ALIMENTOS e DOS ALIMENTOS PROVISIONAIS ........................................ 164 
1. BREVES CONSIDERAÇÕES SOBRE ALIMENTOS (DIREITO MATERIAL)..............................................164 
2. DISTINÇÕES ACERCA DOS ALIMENTOS PROVISIONAIS E PROVISÓRIOS (DIREITO INSTRUMENTAL).. 166 
3. AÇÃO DE ALIMENTOS (LEI N° 5.478/68 – LA) .............................................................................167 
4. ALIMENTOS PROVISIONAIS (ARTS. 852 A 854 DO CPC) ...............................................................171 
5. EXECUÇÃO DE ALIMENTOS (LEI N° 5.478/68 – LA; E ARTS. 732 A 735 DO CPC)..............................171 
MÓDULO IX – MANDADO DE SEGURANÇA ............................................................................................... 174 
MANDADO DE SEGURANÇA, INDIVIDUAL E COLETIVO (LEI N° 12.016/09)..........................................174 
MÓDULO X – QUADROS COMPARATIVOS DAS RECENTES ALTERAÇÕES PROCESSUAIS............................ 180 
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REFERÊNCIAS E SUGESTÕES BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................209 
1. TGP .......................................................................................................................................210 
2. PROCESSO DE CONHECIMENTO ................................................................................................210 
3. PROCESSO DE EXECUÇÃO ........................................................................................................211 
4. PROCESSO CAUTELAR..............................................................................................................211 
5. PROCEDIMENTOS ESPECIAIS ....................................................................................................211 
6. OUTROS PONTOS DE RELEVÂNCIA.............................................................................................211 
7. REFORMAS PROCESSUAIS ........................................................................................................213 
 
 
 
 
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MÓDULO I – TEORIA GERAL DO PROCESSO 
 
1. NOÇÕES GERAIS SOBRE DIREITO: 
1.1 Direito Objetivo (norma agendi) x Direito Subjetivo (facultas agendi); 
1.2 Direito Público x Direito Privado; 
1.3 Direito Material x Direito Instrumental; 
 Direito processual x direito material – dessa distinção resulta a autonomia do direito processual 
civil, até então considerado simples modo de manifestar-se do direito material (direito civil, 
direito penal, direito do trabalho, direito tributário). 
1.3.1 As normas de direito processual são, resumidamente, técnicas de solução imperativa de conflitos 
(o processo é o único caminho civilizado e permitido para se chegar à solução de conflitos de 
interesses). 
1.3.2 O Direito processual é eminentemente formal, no sentido de que define e impõe a forma como o 
juiz exerce a jurisdição, como o autor exercerá a ação, e como o réu poderá se defender do 
sujeito que o trouxe ao processo. 
1.3.3 O direito processual estabelece a forma do ato processual, mas nunca o seu conteúdo ou 
substância. As normas que fixam critérios capazes de definir a substância do ato, ou seja, qual 
dos litigantes tem direito ao bem da vida2 pretendido, são as normas de direito substancial ou 
material3. 
1.4. Direito Processual. 
 Definição – é o ramo da ciência jurídica que trata do complexo de normas e princípios 
reguladores do exercício da jurisdição, ou seja, o exercício conjugado da jurisdição pelo Estado-
juiz, da ação pelo demandante e da defesa pelo demandado. Nada diz sobre o bem da vida que é 
objeto de interesse das pessoas. É apenas instrumento a serviço do direito material. 
 
2. TEORIA GERAL DO PROCESSO (Intróito) 
2.1 Objeto – “a Teoria Geral do Processo serve para preparar os alunos para o estudo dos diversos 
ramos do direito processual mediante o estudo de seus conceitos mais gerais, colocando-se, 
assim, como uma disciplina propedêutica destinada a introduzir o estudante nos cursos que se 
seguirão sobre os diferentes direitos processuais.” 
2.2 Interesse – conflito de interesses “ocorre quando duas ou mais pessoas têm interesse pelo 
mesmo bem, que a uma só possa satisfazer, dar-se-á um conflito intersubjetivo de interesses ou 
simplesmente um conflito de interesses”. Esses conflitos se resolvem, normalmente, pela 
subordinação dos seus sujeitos às normas do ordenamento jurídico vigente. A composição 
normal dos conflitos é a espontânea submissão dos interesses ao que diz a ordem jurídica. Às 
vezes, entretanto, as partes não compõem espontaneamente esses conflitos de interesses, o que 
pode ocasionar uma imposição, por parte de um dos sujeitos, do seu interesse em prejuízo do 
interesse do outro. 
2.3 Pretensão – “É a exigência da subordinação de um interesse de outrem ao próprio”, ou ainda, 
quando o conflito dá lugar à manifestação da vontade de um dos sujeitos, de exigir a 
subordinação do interesse do outro ao próprio. 
2.4 Pretensão resistida – o sujeito do interesse oposto pode conformar-se com a subordinação, 
compondo, neste caso, o conflito pacificamente. Ou ele pode resistir à pretensão do outro e 
 
2 Bens da vida são todas as coisas, situações ou mesmo pessoas que de algum modo possam ser objetos de aspirações e de direitos. 
3 É o corpo de normas que se destinam a disciplinar diretamente as relações jurídicas referentes a bens e utilidades da vida.Rua Buenos Aires, 80, Espinheiro. Recife/PE. 
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então o conflito se dinamiza. A pretensão do sujeito de um interesse se opõe a resistência do 
sujeito de outro interesse, configurando o que a doutrina chama de lide ou litígio. 
2.5 Lide – “É o conflito de interesses qualificado pela pretensão de um dos interessados e pela 
resistência do outro. Ou ainda, o conflito de interesses qualificado por uma pretensão resistida”. 
2.6 Composição dos conflitos – autotutela (permitida só em alguns casos), autocomposição 
(desistência = renúncia à pretensão; submissão = renúncia à resistência oferecida à pretensão; 
transação = concessões recíprocas), arbitragem, e jurisdição. 
2.7 Jurisdição – “É instrumento por meio do qual os órgãos jurisdicionais atuam para pacificar as 
pessoas conflitantes, eliminando os conflitos e fazendo cumprir o preceito jurídico pertinente a 
cada caso que lhes é apresentando em busca de solução”. A jurisdição se exerce através do 
processo. 
2.8 Ação – não basta que o titular de um interesse pretenda subordinar o interesse de outrem ao 
próprio e que este outro oponha resistência. Será necessário, para que a jurisdição se exerça, 
que o primeiro manifeste por meio de um ato (ação) a vontade de exigir do obrigado aquela 
subordinação, isto é, de tornar efetivo o seu direito subjetivo. “A ação é o direito de invocar o 
exercício da função jurisdicional”. 
2.9 Processo – “É o meio ou instrumento de composição da lide”. 
2.10 Jurisdição, ação e processo – “Trinômio que compõe o fenômeno da resolução dos conflitos de 
interesses: a ação provoca a jurisdição, que se exerce através de um complexo de atos, que é o 
processo”. 
 
3. PRINCÍPIOS INFORMATIVOS OU DIRETORES DO PROCESSO 
3.1 Conceito de princípio – “Noção primeira que comanda um conjunto de regras” (George Ripert). 
“Proposição de caráter geral que informa determinado ramo do conhecimento” (Vicente Greco 
Filho). São as pilastras do edifício. 
3.2 Princípios fundamentais do processo – conforme alerta Humberto Theodoro Júnior, existem 
diversos princípios específicos que inspiram a legislação processual de nossos dias e que devem 
ser levados em consideração pelos intérpretes das normas processuais em suas aplicações 
práticas. Esses são os princípios do direito processual civil. 
3.3 Classificação dos princípios processuais segundo o modo de atuação – dividem-se em princípios 
informativos ou deontológicos e princípios fundamentais ou epistemológicos: 
3.3.1 Princípios informativos ou deontológicos – conforme Arruda Alvim, “são regras 
predominantemente técnicas e pois, desligados de maior conotação ideológica, sendo, por esta 
razão, quase universais”. “Normas ideais as quais representam uma aspiração de melhoria do 
aparelho processual e que, dotados de forte conteúdo ético, não se limitam ao campo da 
deontologia e perpassam toda a dogmática jurídica, apresentando-se ao estudioso do direito nas 
suas projeções sobre o espírito e conformação do direito positivo”. São quase axiomas4. São 
exemplos: 
a) Princípio lógico – a estruturação do processo tem de ser lógica. Os atos processuais devem se 
desencadear ordenadamente para atender um objetivo, a obtenção da sentença. Há, pois, na 
própria estrutura do sistema processual (entre as alegações e tipos de decisões possíveis), uma 
ordenação lógico-positivo-juridica das questões preliminares e de fundo. É a ordenação racional 
do processo em razão da finalidade de todos os atos voltada à solução dos conflitos de interesses 
(CPC, arts. 267 e 301). 
 
4 Premissa imediatamente evidente que se admite como universalmente verdadeira sem exigência de demonstração. 
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b) Princípio jurídico – pelo princípio jurídico, o processo tem de se submeter a um ordenamento 
preexistente, e, se este se alterar, estando em curso o processo, os atos já realizados devem ser 
respeitados (CPC, art. 1.211, segunda parte). 
c) Princípio político – postulados políticos embasam qualquer sistema processual tornando-o eficaz 
(p. ex.: sistema da unidade de jurisdição; art.5°, XXXV, CF). 
d) Princípio econômico – evidencia-se a postura do legislador no sentido de que com o mínimo de 
atividade desenvolvida se consiga o máximo de rendimento, respeitada sempre a incolumidade 
do direito à ação e à defesa e, pois, do direito material que, eventualmente, esteja subjacente. É 
o mínimo de atividade com máximo de rendimento (CPC, arts. 125, II; e 330, II; CPP, arts. 566 
e 567; bem como na CF, arts. 24, X, e 98, I). Princípio da economia processual. 
e) Princípio ético (da lealdade processual) – dever das partes de se conduzirem com lealdade e 
dignidade (CPC, arts. 14 e 18). 
3.3.2 Princípios fundamentais ou epistemológicos – “São diretrizes nitidamente inspiradas por 
características políticas, trazendo em si carga ideológica significativa, e, por isto, válidos para os 
sistemas ideologicamente afeiçoados aos princípios fundamentais que lhes correspondam”. Não 
são comuns a todos os ordenamentos jurídicos; há substrato ideológico neles, e por isto, 
admitem princípios antagônicos. Os mais importantes princípios fundamentais ou 
epistemológicos são: 
a) Princípio da igualdade processual – “as partes e os procuradores devem merecer tratamento 
igualitário, para que tenham as mesmas oportunidades de fazer valer em juízo as suas razões” 
(CPC, art. 125, inciso I). Consiste em tratar os iguais igualmente e desiguais desigualmente, 
justamente para que, supridas as diferenças, se atinja a igualdade substancial. Exceções: 
prerrogativas conferidas à alguns entes públicos (art. 188, além dos arts. 27, 511 e 816, I, do 
CPC; bem como atenuações favor rei no CPP, art. 386, inc. VI “absolvição por insuficiência de 
provas”; arts. 607 e 609 “recursos privativos da defesa”)5; 
b) Princípio da imparcialidade do juiz – o juiz não deve ter interesse pessoal em relação às partes 
em litígio, nem retirar proveito econômico dele. O juiz coloca-se entre as partes e acima delas. É 
uma garantia de justiça para as partes (CF, art. 95; bem como, art. 5º, XXXVII). 
c) Princípio da demanda (ou princípio da ação) – indica a atribuição à parte da iniciativa de 
provocar o exercício da função jurisdicional. Como a jurisdição é inerte, ela depende da iniciativa 
das partes para sua movimentação (CPC, arts. 2°, 128, 262, 294, e 460; CPP, arts. 24, 28 e 
30). Existem exceções: na execução trabalhista, art. 878 da CLT; em matéria falimentar, art. 
162 da Lei de Falências. Não se confunde com o princípio dispositivo. 
d) Princípio do impulso oficial – “é o principio pelo qual compete ao juiz, uma vez instaurada a 
relação processual (através da provocação da jurisdição pelas partes, principio da demanda), 
mover o procedimento de fase em fase, até exaurir a função jurisdicional.” Este principio garante 
a continuidade dos atos procedimentais e seu avanço em direção a decisão definitiva. Uma vez 
instaurado o processo, este não fica à mercê das partes. Inspira-se na idéia de que o Estado tem 
interesse na rápida solução das causas. Não resulta de um único artigo, mas da conjugação de 
vários (CPC, arts. 125, II; 130 e art. 235); 
e) Princípio do contraditório e da ampladefesa – o princípio do contraditório, também conhecido no 
processo civil como princípio da audiência bilateral, deve ser entendido, de um lado, pela 
necessidade de dar-se conhecimento da existência da ação e de todos os atos do processo às 
partes, e, de outro, a possibilidade das partes reagirem aos atos que lhe sejam desfavoráveis. 
“Em síntese, o contraditório é constituído por dois elementos: a) informação; b) reação (esta, 
meramente possibilitada nos casos de direitos disponíveis)”. Este princípio, para o processo 
penal, significa contraditório efetivo, real, substancial (tanto que se exige defesa técnica 
 
5 Outras situações a doutrina vem considerando inconstitucionais: é o caso dos honorários advocatícios, que podem ser fixados em 
percentagem inferior a 10%, quando for vencida a Fazenda Pública (CPC, art. 20, § 4º); do duplo grau de jurisdição obrigatório 
(CPC, art. 475); da desigualdade no processo de execução civil, em detrimento do devedor (CPC, art. 601). 
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substancial para o réu, ainda que revel - CPP, arts. 261 e 263). No entanto, no processo civil, o 
contraditório não tem essa amplitude, pois a possibilidade que se dá ao réu de manifestar-se no 
processo atende ao postulado do contraditório, não sendo necessário que de fato deduza 
resposta ou outra manifestação positiva diante do pedido do autor (CPC, art. 319 ss). Apesar da 
CF/88 ter previsto o contraditório e a ampla defesa num único dispositivo, art. 5°, inciso LV, é 
possível fazer uma distinção entre eles. 
f) Princípio dispositivo (verdade formal e verdade real) – “consiste na regra de que o juiz depende, 
na instrução da causa, da iniciativa das partes quanto às provas e as alegações em que se 
fundamentará a decisão”. Esse princípio reserva-se para a regra da iniciativa probatória da 
parte. O juiz deve decidir segundo o alegado e provado pelas partes. Princípio contrário: 
princípio da livre investigação das provas. Estão intimamente relacionados com a busca da 
verdade formal e verdade real (fática). Sustentava-se que o processo penal trabalha com a 
verdade substancial (CPP, art. 197), ao passo que o processo civil satisfazia-se com a verdade 
formal. Passou a interessar mais a forma pela qual a verdade era obtida do que se este produto 
final efetivamente representava a verdade. Há uma tendência moderna de abandonar o rigor do 
princípio dispositivo, permitindo ao juiz participar da colheita de provas necessárias ao completo 
esclarecimento da verdade6 (CPC, arts. 125, 130, 131, 330, 342 e 440; CLT, art. 765); 
g) Princípio da publicidade – consiste na necessidade de tornar público todos os atos processuais, 
mesmo para quem não seja parte no processo (liberdade de manuseio de autos e direito de 
assistir a audiências e sessões de julgamento. Justificativa: transparência no exercício da função 
jurisdicional. É a fiscalização popular sobre a obra dos magistrados, promotores e advogados. É 
um princípio constitucional: art. 5°, inciso LX, e art.93, inciso IX, da CF), somente admitindo 
limitações às partes ou aos seus procuradores, quando o interesse público o exigir: são os casos 
de segredo de justiça7 (CPC, art. 155; CPP, art. 792; CLT, art. 770). 
h) Princípio da motivação das decisões judiciais – está previsto constitucionalmente no art.93, 
inciso IX; no CPC, art.165 c/c 458; no CPP, art. 381; e na CLT, art. 832. Também está voltado 
como o da publicidade ao controle popular sobre o exercício da função jurisdicional. 
i) Princípio do duplo grau de jurisdição – “funda-se na possibilidade de a decisão de primeiro grau 
ser injusta ou errada, daí decorrendo a necessidade de permitir sua reforma em grau de 
recurso”. Este princípio não é garantido constitucionalmente de modo expresso, mas a própria 
CF incumbe-se de atribuir competência recursal a vários órgãos jurisdicionais, que são os 
tribunais (CF, art.102). Ver, ainda, art. 475 do CPC; 574 e 746 do CPP. 
 
4. JURISDIÇÃO 
 4.1 Conceito – Juris dictio = dicção do direito – “a jurisdição, portanto, é uma das funções da 
soberania do Estado. Função de poder, do Poder Judiciário. Consiste no poder de atuar o direito 
objetivo, que o próprio Estado elaborou, compondo os conflitos de interesses e dessa forma 
resguardando a ordem jurídica e a autoridade da lei”. Para Chiovenda, “o Estado moderno 
considera, pois, como sua função essencial à administração da justiça; somente ele tem o poder 
de aplicar a lei ao caso concreto, poder que se denomina jurisdição”. Ainda sobre o tema, “a 
jurisdição é, ao mesmo tempo, poder, função e atividade. Como poder é manifestação do poder 
estatal, conceituado como capacidade de decidir imperativamente e impor decisões. Como 
função, expressa o encargo que têm os órgãos estatais de promover a pacificação de conflitos 
interindividuais, mediante a realização do direito justo e através do processo. E como atividade 
ela é o complexo de atos do juiz no processo, exercendo o poder e cumprindo a função que a lei 
lhe compete”. 
4.2 Características: 
 
6 Não há lugar, na moderna cultura do processo civil de resultados, para o juiz – para atos que só observa e não interfere, nem para 
o juiz mudo, obstinadamente cuidadoso de não se desgastar e obcecado pelo temor de anunciar prejulgamentos. 
7 Obs: o CPC de 1973 estaria restringindo o direito de consultar os autos às partes e a seus procuradores no parágrafo único do art. 
155, parágrafo único? Este parágrafo deverá ser reavaliado em face da norma constitucional. 
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a) a jurisdição como “atividade provocada” – não há jurisdição sem ação. É o principio da inércia 
inicial do Judiciário, previsto no arts. 2° e 262 do CPC. “Os juízes não saem em busca das lides 
para resolvê-las, mas aguardam que os interessados - frustradas eventuais tratativas amigáveis 
- busquem espontaneamente a intervenção estatal, propondo demanda”. Exceções: caso da 
declaração judicial de falência; a previsão de que o juiz inicie de oficio o inventário (CPC, art. 
989); execução trabalhista; 
b) a jurisdição como “atividade pública” – monopólio do Poder Judiciário. É defeso ao cidadão 
exercer a autotutela. Requisito formal da jurisdição é a existência de um órgão integrante do 
Poder Judiciário; 
c) a jurisdição como “atividade substitutiva” – “se os que deveriam afirmar ou realizar determinada 
vontade concreta da lei negam-se a fazê-lo ou permanecem omissos, a atividade jurisdicional 
fará realizar, em caráter substitutivo, o mandamento legal”. Para alguns doutrinadores, não é 
tanto o caráter de substitutividade, defendida por Chiovenda, que define a jurisdição, mas seu 
caráter de imparcialidade. 
d) a jurisdição como “atividade indeclinável”, a ser exercida pelo “juiz natural” – sendo indeclinável 
a jurisdição, não poderá o juiz delegar suas atribuições ou eximir-se de julgar (art. 126 do CPC). 
O judicium é atividade absolutamente obrigatória; 
e) a coisa julgada como atributo específico da jurisdição – a eficácia vinculativa plena só é 
produzida pela atividade jurisdicional. As decisões administrativas não adquirem a imutabilidade 
decorrente da coisa julgada,pois a matéria poderá ser objeto de reexame pelo Poder Judiciário. 
A coisa julgada “é a imutabilidade dos efeitos de uma sentença, em virtude da qual nem as 
partes podem repropor a mesma demanda em juízo ou comportar-se de modo diferente daquele 
preceituado, nem os juízes podem voltar a decidir a respeito, nem o próprio legislador pode 
emitir preceitos que contrariem, para as partes, o que já ficou definitivamente julgado”. A última 
palavra cabe ao Poder Judiciário. 
4.3 Princípios inerentes à jurisdição: 
4.3.1 Princípio da investidura – corresponde à idéia de que a jurisdição só será exercida por quem 
tenha sido regularmente investido na autoridade de juiz. Juiz aposentado não pratica ato 
processual válido ou existente. 
4.3.2 Princípio do juiz natural (denominado pelos alemães de princípio do juiz legal) – assegura que 
ninguém pode ser privado de julgamento por juiz independente e imparcial, indicado pelas 
normas constitucionais e legais. São proibidos os chamados juízes ou Tribunais de exceção 
(aqueles criados ex post facto, instituídos ad hoc, como encomenda para favorecer ou prejudicar 
determinadas pessoas ou interesses). Este princípio é composto pelos incisos XXXVII, e LIII do 
art. 5°, CF. A proibição da existência e criação de tribunais de exceção é o complemento do 
princípio do juiz natural (Nelson Nery Junior). Este princípio se aplica indistintamente ao 
processo civil, ao penal e ao administrativo8. 
4.3.3 Princípio da indelegabilidade – é vedado a qualquer dos Poderes delegar atribuições, e não pode 
juiz algum, segundo seu próprio critério, delegar funções a outro órgão. Resulta de construção 
doutrinária. 
4.3.4 Princípio da inafastabilidade – garante a todos o acesso ao Poder Judiciário, o qual não pode 
deixar de atender a quem venha a juízo deduzir uma pretensão fundada no direito e pedir 
solução para ela (art. 5°, inciso XXXV). 
4.3.5 Princípio da inevitabilidade – significa que a autoridade dos órgãos jurisdicionais, sendo uma 
emanação do próprio poder estatal soberano, impõe-se por si mesma, independentemente da 
vontade das partes. 
 
8 Obs: a proibição da existência de tribunais de exceção não abrange as justiças especializadas (Justiça do Trabalho, Justiça 
Eleitoral), pois estas são previstas, antecedentemente, na Constituição, de forma abstrata e geral, para julgar matéria específica 
prevista em Lei. 
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4.4 Distinção entre o ato jurisdicional e o ato legislativo – “Enquanto no desempenho da função 
legislativa o Estado elabora as leis, normas gerais e abstratas de coexistência social, no exercício 
da jurisdição atua a lei aos casos concretos, isto é, aos conflitos de interesses ocorrentes”. O 
legislador cria o direito objetivo, a jurisdição o aplica às hipóteses ocorrentes. 
4.5 Distinção entre o ato jurisdicional e o ato administrativo – esta distinção é mais difícil de ser 
verificada, uma vez que tanto uma como a outra aplicam o direito preexistente a casos 
concretos. Mas existem alguns elementos que permitem discernir entre o ato jurisdicional e o ato 
administrativo: 
ATO JURISDICIONAL ATO ADMINISTRATIVO 
Depende de iniciativa das partes. É executado de ofício. 
O objetivo da jurisdição é a aplicação da lei ao caso 
concreto. 
A Administração deve agir “em conformidade com a 
lei”, tendo como o objetivo à promoção do bem 
comum. 
A atividade jurisdicional pressupõe como causa um 
litígio, lide. 
A atividade administrativa não tem por pressuposto 
a existência de uma lide entre as partes, visa 
apenas satisfazer necessidades individuais ou 
coletivas. 
A jurisdição é uma atividade de substituição. A atividade administrativa é originária, primária. 
A jurisdição atua sempre processualmente. A Administração geralmente age informalmente. 
O ato jurisdicional se reveste da autoridade da coisa 
julgada. 
As decisões administrativas podem ser 
reexaminadas pelo Poder Judiciário. 
 
4.6 Limites: 
4.6.1 Limites espaciais – a jurisdição é exercida nos limites territoriais do respectivo país, para decisão 
de litígios de alguma forma vinculados ao seu território. A jurisdição civil dos nossos Tribunais é 
exercida de acordo com o preceituado no arts. 88 e 89 do CPC. É possível que a lei brasileira 
admita a concorrência de jurisdições, mas, em outros casos, a jurisdição se afirma com 
exclusividade (art. 89, CPC). Essas limitações decorrem dos princípios da efetividade da decisão 
(possibilidade de executá-la) e da submissão. 
4.6.2 Limites subjetivos – a jurisdição brasileira impõe-se a todas as pessoas que se encontrem em 
território nacional, brasileiros ou estrangeiros. Entretanto, no âmbito civil, gozam de imunidades 
jurisdicionais os Estados estrangeiros, os chefes de Estado estrangeiros e os agentes 
diplomáticos, e até algumas organizações internacionais, como a ONU. Cessa a imunidade, no 
entanto, quando: 
a) há renuncia válida a ela (principio da submissão); 
b) quando o seu beneficiário é autor; 
c) quando se trata de demanda fundada em direito real sobre imóvel situado no país. 
4.7 Classificação da jurisdição 
4.7.1 Unidade da jurisdição – A jurisdição, como expressão do poder soberano do Estado, é una e 
homogênea, “qualquer que seja a natureza jurídica do conflito que deva resolver” (Frederico 
Marques, Instituições), e, a rigor, não comporta divisões, não podendo ser classificada em 
espécies. No entanto, a doutrina faz uma classificação da jurisdição em várias espécies tendo em 
vista a utilidade didática que esta divisão oferece, bem como por serem elementos úteis para o 
entendimento de vários problemas processuais, como a competência de cada órgão, graus de 
jurisdição, etc. 
4.7.2 Diversos critérios para classificações: 
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a) Pelo modo como o juiz se comporta diante do conflito: jurisdição contenciosa e voluntária – 
tanto a doutrina como o direito positivo, distinguem a jurisdição contenciosa e a jurisdição 
voluntária. Alguns dizem que a jurisdição voluntária nem seria jurisdição e nem voluntária, pois 
ao contrário da jurisdição contenciosa, naquela não haveria processo, mas simples 
procedimento; não haveria partes, mas apenas interessados; não existiria litígio (conflito de 
interesses), mas apenas uma insatisfação, um negócio ou um ato jurídico que necessitaria da 
intervenção do Judiciário para se realizar; a sentença da “jurisdição voluntária”, não produziria a 
coisa julgada material, podendo ser posteriormente modificada, em face de circunstancias 
supervenientes. Tendo em vista todas essas características, para grande parte da doutrina, a 
jurisdição voluntária não seria verdadeira jurisdição, e sim, apenas, uma atividade de índole 
meramente administrativa (seria a administração pública dos interesses privados), confiada aos 
órgãos do Poder Judiciário por razões de tradição e confiança. No entanto, para uma outra parte 
da doutrina (entre eles Salvatore Satta, Rafael de Pina, Amílcar de Castro), “a jurisdição 
voluntária é jurisdição, pois a justiça não existesomente quando há litígio, direito em conflito. 
Toda vez que o Poder Judiciário se manifesta, acerca do que lhe é levado à apreciação, está 
fazendo justiça àqueles que lhe submeteram o problema, quer litigioso ou não”. (AJURIS, 
18:90). 
b) Pelo critério de seu objeto – jurisdição penal e jurisdição civil; é comum dividir-se o exercício da 
jurisdição entre os juízes tendo em vista a natureza da pretensão a ser solucionada. Desta 
forma, fala-se em jurisdição penal, que é exercida quando o titular da ação penal (Ministério 
Público ou querelante) pretende a aplicação de sanções de natureza punitiva; e em jurisdição 
civil, que é exercida em face de pretensões não-penais (isto é, matérias de direito civil, 
administrativo, constitucional, tributário, comercial, agrário, etc.), com finalidade reparatória. 
Esta distinção, que é levada em conta pelas leis de organização judiciária ao fixarem a 
competência de varas cíveis ou criminais ou ao dividirem os tribunais em seções, atende apenas 
a uma conveniência de trabalho, pois na realidade não é possível isolar completamente uma 
relação jurídica da outra, não sendo conveniente atribuir competência civil a determinados juízes 
e penal a outros, sem deixar nenhum elo de união entre eles. Segundo CINTRA, GRINOVER, 
DINAMARCO, dentre as justiças, só a Justiça do Trabalho não tem competência penal alguma; e 
só as Justiças Militares (da União e dos Estados) não têm qualquer competência civil. Fora disso, 
as Justiças exercem igualmente competência civil e criminal (Justiça Eleitoral, Federal, Estadual); 
c) Pelo critério da posição hierárquica do órgão julgador – jurisdição inferior e superior; a jurisdição 
inferior (ou de primeira instância, juízo a quo) é aquela exercida pelos juízes de primeiro grau, 
ou seja, por aqueles que ordinariamente processam e julgam as causas originariamente, sem 
terem competência recursal alguma; é exercida pelos juízes de direito estaduais, pelos juízes 
federais e pelos juízes da jurisdição especial. Já a jurisdição superior (ou de segunda instância, 
juízo ad quem) é exercida por órgãos a que cabem os recursos contra as decisões proferidas 
pelos juízes inferiores. Desdobra-se em vários níveis: Tribunais de Justiça de cada Estado ou os 
Regionais Federais, STJ, STF e Tribunais Superiores de cada jurisdição especial. Obs.: em regra, 
os juízos de 1° grau da justiça comum são monocráticos (isto é, o julgamento é feito por um só 
juiz) e colegiados os órgãos superiores (tribunais), mas existem exceções: órgãos colegiados na 
jurisdição inferior: juntas eleitorais, conselhos de Justiça Militar, Tribunal do Júri. 
d) Pelo critério dos organismos judiciários que a exercem – jurisdição especial e comum; a doutrina 
costuma, levando em conta as regras de competência estabelecidas na própria Constituição, 
distinguir entre jurisdição especial e jurisdição comum. Alguns órgãos são considerados da 
jurisdição especial justamente porque cabe a tais justiças a apreciação de litígios fundados em 
ramos específicos do direito material, ao contrário das justiças comuns, que conhecem de 
qualquer matéria não contida na competência especialmente reservada às primeiras. A 
competência das jurisdições especiais é definida expressa e taxativamente na CF, não podendo 
uma lei ordinária restringir, nem ampliar tal competência. Fazem parte da chamada jurisdição 
especial: Jurisdição trabalhista, jurisdição eleitoral, jurisdição militar. Já no âmbito da jurisdição 
comum estão a Justiça Federal e as justiças estaduais ordinárias. No entanto, apesar da divisão, 
estas “jurisdições”, não são completamente indiferentes umas às outras, pois há circunstâncias 
em que atos processuais realizados perante uma Justiça são aproveitados em outra, como no 
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caso de remessa dos autos à Justiça competente, permanecendo com eficácia todos os atos já 
praticados na justiça incompetente (CPC, art. 113, § 2°); 
 
5. ORGANIZAÇÃO DO PODER JUDICIÁRIO BRASILEIRO9 
 Tendo em vista as classificações apresentadas, a organização do Poder Judiciário pode ser assim 
disposta: 
5.1 Jurisdição especial: 
5.1.1 Jurisdição Trabalhista – a CF deixa a critério do legislador ordinário a fixação da competência 
(art. 113), mas o art. 114 diz que compete à Justiça do Trabalho conciliar e julgar os dissídios 
individuais e coletivos entre trabalhadores e empregadores, tendo também competência para 
reclamações trabalhistas contra entes de direito público externo e da administração pública 
direita e indireta dos municípios, dos Estados, do Distrito Federal e da União. Com a EC/45 sua 
competência foi ampliada, passando a englobar, inclusive, as repercussões patrimoniais e morais 
ocasionadas por acidentes de trabalho. Os órgãos e suas composições estão disciplinados nos 
art. 111, 112, 115 e 116 da CF. A divisão judiciária trabalhista é por regiões, e a CF determina 
que haverá pelo menos um TRT em cada Estado (art. 112). Pela Emenda Constitucional n° 
24/99, os órgãos jurisdicionais de 1° grau passam a ser as varas do trabalho, ocupadas por um 
juiz singular (suprimidas as antigas Juntas de Conciliação e Julgamento e consequentemente os 
juízes classistas); 
5.1.2 Jurisdição Eleitoral – art. 118 a 121 da CF. Compete atribuições administrativas relativamente à 
organização e realização de pleitos eleitorais, bem como o julgamento de lides cíveis e criminais 
previstas em lei complementar. Sua disciplina básica é dada pela CF e pelo Código Eleitoral e leis 
que o complementam. A justiça Eleitoral brasileira é composta do Tribunal Superior Eleitoral 
(TSE, órgão de cúpula, com sede em Brasília, cabendo o exame, em última instância, das 
questões eleitorais), os Tribunais Regionais Eleitorais (cada Estado tem um, com competência 
originária e recursal, referindo-se esta aos processos já julgados pelos juízes e juntas eleitorais, 
2° grau), dos juízes eleitorais (são os próprios juízes de direito estaduais, que exercem 
jurisdição nas zonas eleitorais, que é a unidade de divisão judiciária eleitoral, tendo competência 
eleitoral civil e penal) e das juntas eleitorais (tem como missão a apuração do pleito, 
competência predominantemente administrativa, e é composta durante as eleições e integradas 
por um juiz de direito e mais dois a quatro cidadãos de notória idoneidade); 
5.1.3 Jurisdição Militar – art. 122 a 124 da CF. A esta justiça pertence o julgamento dos crimes 
militares definidos em lei, lei esta que é o Código Penal Militar (causas penais fundadas no 
direito penal militar e na Lei de Segurança Nacional). Atua no âmbito federal (através do STM e 
dos Conselhos de Justiça Militar), e é exercida por juízes militares estaduais (através dos 
Conselhos de Justiça e dos Tribunais de Justiça Militar). Nos Estados em que o efetivo da Polícia 
Militar não supere vinte mil integrantes, inexiste o Tribunal de Justiça Militar (que é o caso do 
Estado de Pernambuco), cabendo os julgamentos de segunda instância ao Tribunal de Justiça de 
cada Estado. A Justiça Militar do Estado de Pernambuco é exercida pelo auditor e Conselho de 
Justiça, na 1ª instância, e pelo Tribunal de Justiça, na 2ª instância (art. 133 do Código de 
Organização Judiciária do Estado de Pernambuco). 
5.2 Jurisdição Comum – são consideradas comuns porque conhecem de qualquer matéria não 
contida na competência especialmente reservada às Justiças Especiais (acima detalhadas). Neste 
âmbito se encontram: 
5.2.1 Justiça Federal – art. 106 a 110 da CF. É composta pelos juízes federais de 1° grau (para efeito 
de 1° grau, o território brasileiroé divido em seções judiciárias, que são agrupadas em cinco 
regiões, e correspondem a cada um dos TRF’s) e pelos Tribunais Regionais Federais (1ª Região: 
Brasília, 2ª Região: Rio de Janeiro, 3ª Região: São Paulo, 4ª Região: Porto Alegre e 5ª Região: 
Recife). Competência originária (art. 108, I, CF), e competência recursal (art. 108, II, da CF); 
 
9 Ver “Organograma do Poder Judiciário Brasileiro”. 
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5.2.2 Justiça Estadual ordinária – art. 125 a 126 da CF, Códigos de Organização Judiciária e 
Constituições Estaduais. É formada pelos juízes estaduais (também conhecidos como Juízes de 
Direito) e pelos Tribunais de Justiça, sendo um deles o Tribunal de Justiça de Pernambuco. A 
Justiça Estadual é responsável pelo julgamento de processos envolvendo questões de 
propriedade, de família, de acidentes de trânsito, de consumo, de sucessões, de falências e 
concordatas, relativas à infância e juventude, e ainda, matérias criminais, dentre outras. Na 
Justiça Estadual a maioria dos processos são propostos na 1ª Instância, onde as ações são 
decididas unicamente por um Juiz de Direito. Em caso de recurso, as ações são decididas na 2ª 
Instância, por desembargadores do Tribunal de Justiça. Os desembargadores e os juízes fazem 
parte da mesma classe: a dos magistrados. 
5.3 Superior Tribunal de Justiça – art. 104 a 105 da CF. É um órgão que exerce a chamada 
jurisdição comum, uma vez que somente lhe cabem causas regidas pelo direto comum e não as 
regidas por ramos jurídicos especiais. Pela competência que a CF lhe dá, apresenta-se como 
defensor da lei federal e unificador do direito (questões federais infraconstitucionais). 
5.4 Supremo Tribunal Federal – art. 101 a 103 da CF. Tem sede em Brasília, representa o ápice da 
estrutura judiciária nacional e se relaciona tanto com a Justiça comum como com as especiais. É 
a máxima instância de superposição em relação a todos os órgãos da jurisdição: compete-lhe a 
última palavra na solução das causas que lhe são submetidas. Exerce, principalmente, a guarda 
da Constituição. 
 
6. COMPETÊNCIA: MEDIDA DA JURISDIÇÃO (TEORIA GERAL): 
6.1 Conceito – a definição tradicional de competência é de que esta é “a medida da jurisdição”, isto 
é, “é o conjunto das atribuições jurisdicionais de cada órgão ou grupo de órgãos, estabelecidas 
pela Constituição e pela lei”. (DINAMARCO, Cândido. Instituições, p. 11). Liebman conceitua 
competência como sendo “a quantidade de jurisdição cujo exercício é atribuído a um órgão ou 
grupo de órgãos”. 
6.2 Fontes das normas sobre competência – as normas de determinação de competência encontram-
se na Constituição Federal, em Constituições Estaduais, no CPC, em leis federais não codificadas, 
nos Códigos de Organização Judiciária estaduais e nos Regimentos Internos dos Tribunais. Na CF 
está taxativamente prevista a competência dos Tribunais de superposição (STF e STJ), das 
Justiças Especiais e da Justiça Federal. Nas Constituições Estaduais e nos Códigos de 
Organização Judiciária Estaduais está disciplinada a competência dos órgãos jurisdicionais 
estaduais (como a competência originária dos tribunais locais e as regras sobre competência de 
juízo - varas especializadas, etc). No CPC (arts. 86 a 124) está a maior parte das normas de 
competência, principalmente as pertinentes à competência territorial (regras sobre o foro - 
comarcas- competentes). 
6.3 A determinação da competência – problemas a resolver: qual o caminho mental a ser feito para 
se buscar o órgão Jurisdicional competente para processar e julgar uma Ação de Indenização por 
danos morais e materiais advindos de acidente de trabalho que aconteceu numa empresa 
localizada em Olinda-PE? A determinação da competência em cada causa segue um caminho 
complexo, constituindo o que Calamandrei chamava de “concretização da jurisdição”. Faz-se 
necessário, para tanto, responder às seguintes indagações (DINAMARCO, Cândido. Instituições, 
p. 419): 
I - Para a causa hipotética em exame é originariamente competente algum dos Tribunais de 
superposição (STF, STJ) ou uma das Justiças? 
II - Não sendo originariamente competentes os tribunais de superposição, de qual das Justiças será 
a competência? 
III - No âmbito da Justiça competente, a competência é originariamente de seus Tribunais (órgãos de 
jurisdição superior) ou dos órgãos inferiores (juízos, varas)? 
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IV - Sendo competentes os órgãos inferiores, em qual lugar do território nacional situa-se o órgão 
perante o qual a causa deve ser processada - ou seja, em qual foro? 
V - Se a competência for de um foro em que existam varas especializadas (varas cíveis, da família, 
da Fazenda Pública), qual delas será a competente? 
6.4 Critérios para fixação da competência: 
6.4.1 Competência em razão da matéria – pela natureza da causa, a competência para processar e 
julgar uma determinada matéria pode ser atribuída a uma justiça especializada ou a uma justiça 
comum (federal ou estadual). Exemplo: matéria trabalhista é da competência material da Justiça 
Especial Trabalhista, CF, art. 114. Trata-se de competência absoluta. 
6.4.2 Competência em razão da pessoa – vincula-se a atributo pessoal do litigante. Leva-se em 
consideração a condição da pessoa que está no litígio. Exemplo: as causas em que for parte o 
Estado, ou autarquia estadual, cabem, na comarca da capital, às varas privativas da Fazenda 
Pública. Trata-se de competência absoluta. 
6.4.3 Competência em razão do valor da causa – compete aos Juizados Especiais Cíveis processar e 
julgar causas cíveis cujo valor sejam de até 40 salários mínimos. Já na área federal, compete ao 
Juizado Especial Federal Cível processar, conciliar e julgar causas de competência da Justiça 
Federal até o valor de sessenta salários mínimos, bem como executar as suas sentenças. As 
causas cujo valor seja maior do que os acima explicitados, a competência para processar e 
julgar as ações é da justiça comum, federal ou estadual, dependendo da matéria. 
6.4.4 Competência funcional – “quando a lei a determina automaticamente, a partir do simples fato de 
algum órgão jurisdicional ter oficiado em determinado processo com atividade que de alguma 
forma esteja interligada com essa para a qual se procura estabelecer qual o juiz competente”. 
(Dinamarco, Candido. Instituições, p. 433). É a competência decorrente do prévio exercício da 
jurisdição por determinado órgão. Leva-se em consideração a função já exercida num processo 
por um determinado juízo. Opera tanto no plano vertical como no horizontal. Por exemplo, é 
competente para processar a ação de execução de titulo judicial (sentença) o juízo que prolatou 
a sentença condenatória no processo de conhecimento. Trata-se de competência absoluta. 
6.4.5 Competência territorial ou de foro – arts. 94 a 100 do CPC. Lembrando que foro é a base 
territorial a cargo de cada órgão judiciário de qualquer grau, expressando sempre a idéia 
geográfica de território. Comarca é o foro das Justiças Estaduais, em primeiro grau de jurisdição. 
Já seção judiciária é o foro das Justiças Federais. Trata-se de competência relativa. 
6.5 Competência Absoluta eRelativa: 
6.5.1 Conceito – as regras que visam fixar ou determinar a competência de um órgão jurisdicional 
podem atender primordialmente aos interesses das partes, cabendo a estas escolherem ou 
manifestar a sua aceitação ou recusa do foro onde deve tramitar a causa, ou podem atender ao 
interesse público, sendo, portanto uma norma de ordem pública, de caráter cogente para as 
partes. Tendo em vista a “disponibilidade” ou não dessas normas, pode-se distinguir regras de 
competência absoluta (indisponível e não modificável por vontade das partes, pois prevalece o 
interesse público) e de competência relativa (disponível e modificável por vontade das partes, 
tendo em vista o interesse particular dos litigantes, quer para facilitar ao autor o acesso ao 
Judiciário, quer propiciando ao réu melhores oportunidades de defesa). Segundo Dinamarco 
(Instituições, p. 605), a ausência de dispositividade nas normas que fixam a competência 
absoluta associa-se intimamente às razões de ordem pública que motivaram sua edição - no 
caso, a conveniência da correta distribuição da Justiça, pelos critérios que sensibilizaram o 
constituinte e o legislador, levando-os a editar tais normas. A competência será absoluta quando 
fixada em razão da matéria ou da hierarquia e relativa, quando relacionada com o território ou o 
valor da causa (art. 111 do CPC). 
6.5.2 Modo como o sistema jurídico trata a competência absoluta e a relativa: 
a) Segundo Cândido Dinamarco (Instituições, p. 606), por ser da natureza das normas cogentes, as 
que ditam competências absolutas são insuscetíveis de alterações, ressalvas ou parciais 
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derrogações por qualquer ato de vontade das partes, consensual ou unilateral, por conexidade, 
ou por ausência de argüição. O caráter absoluto da competência consiste na imunidade a 
prorrogações. Já a competência relativa, tendo em vista a natureza disponível das suas normas 
fixadoras, poderá ser modificada por vontade das partes, por força da garantia constitucional da 
liberdade das partes, que poderá escolher o foro que desejar ser processado ou ajuizar ações; 
b) Modos de arguição: 
b.1) a incompetência absoluta (art. 113, CPC) poderá ser reconhecida e declarada de ofício pelo juiz, 
desde o primeiro momento que toma contato com a causa até ao momento em que se dispõe a 
sentenciar, uma vez que deverá controlar espontaneamente as normas que tratam da 
competência absoluta, por serem de ordem pública. Com ou sem alegação das partes, o juiz 
deverá pronunciar a incompetência absoluta sempre que dela se aperceber, mandando remeter 
os autos ao juízo competente. No entanto, caso haja omissão do juiz, a parte também poderá 
alegar a incompetência absoluta: o réu deverá argüí-la nos próprios autos da causa, 
precisamente nas preliminares da contestação (prazo de 15 dias), antes mesmo de atacar 
diretamente o mérito da causa. Essa argüição não provoca nenhum incidente e nem suspende o 
processo, ao contrário da argüição de incompetência relativa; 
b.2) regra de ouro da incompetência relativa resume-se ao seguinte enunciado: é vedado ao juiz 
conhecer de ofício a incompetência relativa (Súmula n° 33 do STJ), isto é, cabe necessariamente 
ao réu alegar a incompetência relativa, por meio de exceção, sob pena de não poder ser 
conhecida pelo juiz e sob pena de ser prorrogada definitivamente a competência do juízo no qual 
foi ajuizada a causa originariamente10. A exceção é um incidente ritual do processo, que se 
instaura exclusivamente mediante iniciativa da parte ré, é autuada em apenso aos autos deste, 
está sujeita ao prazo (de 15 dias, art. 297 e 305 do CPC) e tem o efeito prático, que a mera 
argüição de incompetência absoluta, nas preliminares da contestação não tem, de determinar a 
suspensão do processo ate que seja julgada (art. 306, CPC). 
c) Conseqüências do reconhecimento da incompetência: 
c.1) no caso da incompetência absoluta, o juiz, ao reconhecê-la, mandará remeter os autos ao juiz 
competente para julgar a causa, e serão considerados nulos todos os atos decisórios praticados 
pelo juiz reconhecido absolutamente incompetente; 
c.2) no caso de incompetência relativa, caso esta seja argüida pelo réu, será instaurado um incidente 
processual, chamado de exceção de incompetência, que suspenderá o processo principal, e que 
seguirá o rito previsto nos arts. 307 ao 311 do CPC, e uma vez reconhecida, o juiz remeterá os 
autos para o juízo declinado pelo réu, sendo considerado válidos todos os atos até então 
praticados. 
6.6 Princípio da “Perpetuatio Jurisdictionis” ou da perpetuação da competência – o art. 87 do CPC diz 
que a competência é determinada no momento em que a ação é proposta, não sendo mais 
alterada, ainda que se modifiquem os dados de fato ou de direito, em função dos quais se 
operou tal determinação. Assim, uma vez sendo ajuizada uma ação em Recife, porque o réu lá 
era domiciliado, é irrelevante que este venha a se transferir para São Paulo, pois o processo 
continuará sendo processado no juízo de Recife, pois já se perpetuou a competência. Desta 
forma, a causa permanecerá perante o juízo a que houver sido atribuída, ainda que o réu altere 
seu domicílio (art. 94 do CPC). As mudanças de domicílio do réu, depois de ajuizada a demanda, 
não alteram a competência, já estabilizada com a propositura da ação. No entanto, o princípio da 
perpetuação da jurisdição admite exceção nas hipóteses de competência absoluta (material ou 
 
10 Antiga exceção - respaldada pela própria jurisprudência do STJ - a Súmula n° 33, restou positivada com a Lei n° 11.280/06 que 
inseriu o parágrafo único no art. 112 do CPC, que assim dispõe: “A nulidade da cláusula de eleição de foro, em contrato de adesão, 
pode ser declarada de ofício pelo juiz, que declinará de competência para o juízo de domicílio do réu”. Com efeito, observe o 
seguinte aresto transcrito: “É possível ao juiz, considerando abusiva a cláusula de eleição de foro quando resultar manifesta 
dificuldade para a defesa do réu, notadamente nas avenças regidas pelo Código de Defesa do Consumidor, reconhecer não só a 
nulidade da referida cláusula eletiva de foro, como também, de ofício, declinar de sua competência” (STJ, 2ª Seção, CC 22.252, j. 
12.08.98, rel. Min. Barros Monteiro, DJU 05.10.98). 
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funcional), isto é, é admissível a modificação posterior da competência nos casos em que ela for 
absoluta. 
6.7 Prevenção – “É a fixação da competência de um entre os juízes igualmente competentes para 
dada causa, com exclusão dos demais” (Dinamarco, Instituições, p. 621). Pela prevenção, 
apenas um dos muitos juízos abstratamente competentes terá a competência concretizada, 
excluindo-se os demais. Prae-venire significa chegar primeiro. A regra geral é que a citação 
válida é que torna prevento o juízo (art. 219, CPC), mas, se causas conexas correm perante 
juízes com a mesma competência territorial, considera-se prevento aquele que despachou 
positivamente em primeiro lugar (art. 106, do CPC). 
6.8 Causas de prorrogação da competência: 
6.8.1 Prorrogação legal (conexão e continência) – existem alguns casos em que é admitida a 
prorrogação da competênciaem decorrência de disposição da própria lei, tendo em vista motivos 
de ordem pública. O CPC diz que haverá prorrogação legal da competência nos casos em que, 
entre duas ações, haja relação de conexidade ou continência (CPC, arts. 102-104), devendo as 
duas causas ser julgadas por um único juízo, de modo a evitar decisões contraditórias em dois 
processos distintos e para atender ao princípio da economia processual. 
a) Conexão – são consideras conexas (art. 103 do CPC) duas ou mais ações quando lhes for 
comum o objeto (ex: existe um bem que é objeto de dois conflitos de interesses diferentes) ou a 
causa de pedir (as duas ações baseiam-se nos mesmos argumentos ou fundamentos, tendo, no 
entanto, objetos diferentes)11. 
b) Continência – dá-se a continência quando entre duas ou mais ações há identidade quanto as 
partes e a causa de pedir, mas o objeto de uma, por ser mais amplo, abrange o das outras (art. 
104, CPC). 
6.8.2 Prorrogação convencional – a prorrogação voluntária da competência se dá por vontade das 
partes, que poderá ser: 
a) tácita – quando o réu não alegar a incompetência relativa no prazo de 15 dias através de 
exceção de incompetência (art. 305, CPC), o que demonstra que aceitou o foro em que foi 
originariamente proposta a ação (art. 114 do CPC – com nova redação dada pela Lei n° 
11.280/06); 
b) expressa – as partes, através de acordo expressamente formulado pelos titulares da relação 
jurídica, antes da instauração do processo, concordam em eleger um foro, trata-se da cláusula 
de eleição de foro (art. 111, CPC). 
6.9 Regras especiais de competência: 
6.9.1 Causas em que for parte a União ou os Estados 
a) União – as causas em que a União for autora serão aforadas perante a Justiça Federal, na seção 
judiciária onde tiver domicílio a outra parte; se a União for ré, poderá ser demandada ou no 
Distrito Federal ou onde for domiciliado o autor, ou ainda, na seção judiciária onde tiver ocorrido 
o ato ou fato que deu origem à demanda ou onde estiver situada a coisa litigiosa (CF, art. 109, 
§§ 1° e 2°). Se a União intervir como assistente ou opoente (ou outra forma de intervenção de 
terceiro) em demanda que esteja correndo em primeira instância perante a Justiça comum, o 
processo passa à competência da Justiça Federal (competência absoluta em razão da pessoa), e 
 
11 Súmula 235 do STJ (Conexão após a sentença): “A conexão não determina a reunião dos processos, se um deles já foi 
julgado”. Ementa: “PROCESSO CIVIL. CONFLITO POSITIVO DE COMPETÊNCIA. CONEXÃO ENTRE AÇÕES. SENTENÇA PROFERIDA EM 
UM DOS FEITOS. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 235/STJ. 1. Existindo conexão entre duas ações que tramitam perante juízos diversos, 
configurada pela identidade do objeto ou da causa de pedir, impõe-se a reunião dos processos, a fim de evitar julgamentos 
incompatíveis entre si. Não se justifica, porém, a reunião quando um dos processos já se encontra sentenciado, pois neste esgotou-
se a função jurisdicional do magistrado anteriormente prevento. Incidência da Súmula n. 235/STJ. 2. Conflito conhecido, declarando-
se competente o Juízo de Direito da 1ª Vara Cível de Amparo/SP”. (STJ, 1ª Seção, CC 47611/SP, rel. Min. Teori Albino Zavascki, j. 
13.04.05, conheceram e declararam competente a 1ª Vara do Cível de Amparo/SP, v.u., DJ 02.05.05, p. 148). 
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os autos serão remetidos ao juiz federal respectivo (Súmula 250 do STF, CPC, art. 99, parágrafo 
único), a quem compete decidir nos termos da Súmula 150 do STJ. 
a.1) Súmula 150 do STJ – “Compete à Justiça Federal decidir sobre a existência de interesse jurídico 
que justifique a presença, no processo, da União, suas autarquias ou empresas públicas”. 
a.2) Súmula 224 do STJ – “Excluído do feito o ente federal, cuja presença levará o juiz estadual a 
declinar da competência, deve o juiz federal restituir os autos e não suscitar o conflito”. 
a.3) Súmula 254 do STJ – “A decisão do Juízo Federal que exclui da relação processual ente federal 
não pode ser reexaminada no Juízo Estadual”. 
b) Estados – os Estados não possuem foro privilegiado, mas juízo privativo (varas especializadas). 
Assim, nas causas que devem correr na comarca da Capital, quando a Fazenda for autora, ré, ou 
interveniente, deverá a ação ser remetida à vara especializada – Vara da Fazenda Pública 
Estadual (caso exista na Lei de Organização Judiciária local). Entretanto, caso a demanda seja 
proposta em local diverso da capital, e nesta comarca não exista vara especializada, não 
ocorrerá deslocamento da competência12. 
6.9.2 Mandado de segurança, ação civil pública e ação popular 
a) Mandado de segurança – as regras de competência se encontram na Constituição Federal, nas 
Constituições estaduais, nos Códigos de Organização Judiciária, e nos Regimentos Internos dos 
Tribunais. Assentam-se tais regras, fundamentalmente, não na natureza da lide ou da pretensão 
deduzida no writ, mas sim em função da qualificação da autoridade coatora, se autoridade de 
nível federal, estadual ou municipal e, ainda em função da hierarquia de tal autoridade. 
b) Ação civil pública – como dispõe o art. 2° da Lei n° 7.347/85, devem ser propostas no foro do 
local onde ocorrer o dano, ou onde se teme que venha a ocorrer. Com efeito, o STJ editou a 
Súmula 183: “Compete ao Juiz Estadual, nas comarcas que não sejam sede de vara da Justiça 
Federal, processar e julgar ação civil pública, ainda que a União figure no processo”. Acontece 
que no julgamento do Conflito de Competência n° 27.676 (STJ, 1ª Seção, Emb. de Decl. No CC 
27.676, j. 08.11.2000, rel. Min. José Delgado, DJU 27.11.2000, p. 195), o STJ CANCELOU a 
Súmula 183, e passou a entender que caso a União intervenha no processo, o feito deverá se 
deslocar para a Seção Judiciária Federal mais próxima. 
c) Ação popular – nos termos do art. 5° da Lei n° 4.717/65, deve-se buscar a “origem do ato 
impugnado” para determinar qual o juízo competente para processar e julgar a ação popular. 
Assim, se o ato impugnado emana de órgão ou autoridade da União, de autarquia ou entidade 
mantida pela União, competente será a Justiça Federal, correndo a demanda no juízo federal da 
seção judiciária onde o ato foi praticado ou foram produzidos os efeitos danosos. 
6.9.3 Súmulas mais recentes sobre competência 
a) Súmula 349 do STJ: Compete à Justiça Federal ou aos juízes com competência delegada o 
julgamento das execuções fiscais de contribuições devidas pelo empregador ao FGTS. 
b) Súmula 363 do STJ: Compete à Justiça estadual processar e julgar a ação de cobrança ajuizada 
por profissional liberal contra cliente. 
c) Súmula 365 do STJ: A intervenção da União como sucessora da Rede Ferroviária Federal S/A 
(RFFSA) desloca a competência para a Justiça Federal ainda que a sentença tenha sido proferida 
por Juízo estadual. 
d) Súmula 367 do STJ: A competência estabelecida pela EC n. 45/2004 não alcança os processos já 
sentenciados. 
e) Súmula 368 do STJ: Compete à Justiça comum estadual processar e julgar os pedidos de 
retificação de dados cadastrais da Justiça Eleitoral. 
 
12 Súmula 206 do STJ: “a existência de vara privativa, instituída por lei estadual, não altera a competência territorial resultante 
das leis de processo”. 
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f) Súmula 374 do STJ: Compete à Justiça Eleitoral processar e julgar a ação para anular 
débito decorrente de multa eleitoral. 
g) Súmula 376 do STJ: Compete a turma recursal processar e julgar o mandado de segurança 
contra ato de juizado especial. 
h) Súmula 383 do STJ: A competência para processar e julgar ações conexas de interesse de menor 
é, em princípio, do foro do domicílio do detentor de sua guarda. 
i) Súmula 428 do STJ: Compete ao Tribunal Regional Federal decidir os conflitos de competência 
entre juizado especial federal e juízo federal da mesma seção judiciária. 
j) Súmula Vinculante n° 22 do STF: “A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar as 
ações de indenização por danos morais e patrimoniais decorrentes de acidente de trabalho 
propostas por empregado contra empregador, inclusive aquelas que ainda não possuíam 
sentença de mérito em primeiro grau quando da promulgação da Emenda Constitucional nº 
45/04”. 
l) Súmula Vinculante n° 23 do STF: “A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar 
ação possessória ajuizada em decorrência do exercício do direito de greve pelos trabalhadores 
da iniciativa privada”. 
6.9.4 Súmulas mais recentes alteradas/canceladas 
a) A Corte Especial cancelou o enunciado n. 348 de sua Súmula em razão da decisão do Supremo 
Tribunal Federal (STF) no RE 590.409-RS, DJe 29/10/2009, no qual o STF entendeu que 
compete ao Tribunal Regional Federal processar e julgar o conflito de competência instaurado 
entre juizado especial federal e juízo federal da mesma seção judiciária. Considerou-se o fato de 
competir ao STF a palavra final sobre competência, matéria tipicamente constitucional (art. 114 
da CF/1988). Logo em seguida, a Corte Especial aprovou a Súmula n° 428-STJ, condizente com 
esse novo entendimento. CC 107.635-PR, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 17/3/2010.13 
b) Súmula 366 do STJ: (*) - Julgando o CC 101.977-SP, na sessão de 16/09/2009, a Corte Especial 
deliberou pelo CANCELAMENTO da Súmula n. 366: “Compete à Justiça estadual processar e 
julgar ação indenizatória proposta por viúva e filhos de empregado falecido em acidente de 
trabalho”. 
 
7. AÇÃO 
7.1 Ação 
a) Conceito – conforme Humberto Theodoro Jr. “a ação é o direito a um pronunciamento estatal 
que solucione o litígio, fazendo desaparecer a incerteza ou a insegurança gerada pelo conflito de 
interesses, pouco importando qual seja a solução a ser dada pelo juiz”. 
b) Condições da ação – no nosso ordenamento jurídico, as condições da ação são três: 
possibilidade jurídica do pedido, legitimidade das partes e interesse de agir: 
b.1) Possibilidade jurídica do pedido – é a admissibilidade em abstrato do provimento pedido, isto é, 
pelo fato de incluir-se este entre aqueles que a autoridade judiciária pode emitir, não sendo 
expressamente proibido. Ou melhor, conforme Moniz de Aragão, “a possibilidade jurídica não 
 
13 Súmula 348 do STJ: “Compete ao Superior Tribunal de Justiça decidir os conflitos de competência entre juizado especial federal e 
juízo federal, ainda que da mesma seção judiciária”. Pleno do STF - Ementa: “CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA. JUIZADO 
ESPECIAL E JUÍZO FEDERAL DE PRIMEIRA INSTÂNCIA, PERTENCENTES À MESMA SEÇÃO JUDICIÁRIA. JULGAMENTO AFETO AO 
RESPECTIVO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL. JULGAMENTO PELO STJ. INADMISSIBILIDADE. RE CONHECIDO E PROVIDO. I. A 
questão central do presente recurso extraordinário consiste em saber a que órgão jurisdicional cabe dirimir conflitos de competência 
entre um Juizado Especial e um Juízo de primeiro grau, se ao respectivo Tribunal Regional Federal ou ao Superior Tribunal de 
Justiça. II - A competência STJ para julgar conflitos dessa natureza circunscreve-se àqueles em que estão envolvidos tribunais 
distintos ou juízes vinculados a tribunais diversos (art. 105, I, d, da CF). III - Os juízes de primeira instância, tal como aqueles 
que integram os Juizados Especiais estão vinculados ao respectivo Tribunal Regional Federal, ao qual cabe dirimir os 
conflitos de competência que surjam entre eles. IV - Recurso extraordinário conhecido e provido” (STF-Pleno, RE 509490-RJ, 
rel. Min. Ricardo Lewandowski, j. 26.08.09, deram provimento, v.u., DJe 28.10.09). 
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deve ser conceituada, como se tem feito com vistas à existência de uma previsão no 
ordenamento jurídico, que torne o pedido viável em tese, mas, isto sim, com vistas à 
inexistência no ordenamento jurídico, de uma previsão que o tornei inviável. Se a lei contiver um 
tal veto, será caso de impossibilidade jurídica do pedido”. 
b.2) Legitimidade das partes (ou legitimidade para agir) – para Liebman, a legitimação para agir é a 
titularidade (ativa e passiva) da ação. Quando existe coincidência entre a legitimidade do direito 
material que se quer discutir em juízo e a titularidade do direito de ação, diz-se que se trata de 
legitimação ordinária para a causa, que é a regra geral (art. 3° e 6° do CPC): aquele que se 
afirma titular do direito material tem legitimidade para discutí-lo em juízo. É a pertinência 
subjetiva da ação. A ninguém é dado pleitear, em nome próprio, direito alheio. No entanto, há 
casos em que o sistema jurídico autoriza, excepcionalmente, alguém a pleitear, em nome 
próprio, direito alheio, isto é, quando aquele que tem legitimidade para estar no processo como 
parte não é o que se afirma titular do direito material discutido em juízo: são os casos de 
legitimação extraordinária (ou substituição processual). Exemplo: marido na defesa dos bens 
dotais da mulher; Ministério Público para ajuizar ação de investigação de paternidade (art. 2°, § 
4° da LIP); ação de sindicatos na defesa dos seus associados que os autorizaram para tanto (art. 
5°, XXI, CF); 
b.3) Interesse de agir ou interesse processual – conforme ensinamentos de Nelson Nery Júnior, 
“existe interesse processual quando a parte tem necessidade de ir a juízo para alcançar a tutela 
pretendida e, ainda, quando essa tutela jurisdicional pode trazer-lhe alguma utilidade do ponto 
de vista prático. Movendo a ação errada ou utilizando-se do procedimento incorreto, o 
provimento jurisdicional não lhe será útil, razão pela qual a inadequação procedimental acarreta 
a inexistência de interesse processual.” Corroborando tal entendimento, diz Humberto Theodoro 
que “o interesse processual, a um só tempo, haverá de traduzir-se numa relação de necessidade 
e também numa relação de adequação do provimento postulado, diante de um conflito de direito 
material trazido à solução judicial.” É, portanto, a necessidade do processo + adequação do 
procedimento e do provimento judicial desejado (art. 267, I e VI e 295, V, CPC). 
c) Individualização das ações – deve-se coibir a pendência de ações iguais. Segundo o nosso CPC, 
art. 301, § 2°: “Uma ação é idêntica à outra quando tem as mesmas partes, a mesma causa de 
pedir e o mesmo pedido”. 
c.1) litispendência (ação em curso) – há litispendência quando se repete ação, que está em curso 
(art. 301, §3°). Ajuizada ação idêntica à outra que se encontra pendente – (onde já ocorreu à 
citação - art. 219, CPC - assim, ao deduzi-la dever-se-á prová-la por meio de certidão da citação 
do réu na primeira demanda, proposta no mesmo ou em outro juízo) – deve esta segunda ser 
extinta sem julgamento do mérito (art. 267, V); 
c.2) coisa julgada (ação finda) – há coisa julgada quando se repete ação que

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