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AUTORA: Profª Dra Lourdes Isabel Velho do Amaral 2011 CITOCININAS Desde o início do século passado já se especulava que a atividade mitótica nos meristemas era regulada por fatores endógenos. Em 1913, Haberlandt observou que o tecido vascular de várias plantas estimulava a divisão celular em tubérculos de batata. Nos anos 40 Overback detectou atividade mitótica (citocinese) em explantes tratados com endosperma de coco imaturo. Nas décadas de 40 e 50 Skoog e colaboradores demonstraram que extrato de fungo e AIA combinados induziam divisão celular continuada em fumo. Este mesmo grupo foi o responsável pelo isolamento da primeira citocinina (a cinetina). A cinetina foi isolada a partir de DNA autoclavado de esperma de arenque. Mas esta citocinina não ocorre em plantas. Outras fontes naturais de citocininas são a água de coco, extrato de malte e extrato de fungo. Além das plantas e dos fungos, todos os outros organismos também possuem citocininas, desde bactérias até animais. Ttambém são encontradas no tRNA de muitos procariotos e eucariotos. O nome citocinina se origina de citocinese que em grego significa divisão celular. Estruturalmente as citocininas são derivativos das purinas, com substituições no nitrogênio 6 (N6) e compõem-se de uma cadeia principal formada pela adenina (uma base nitrogenada) e por uma cadeia lateral, que pode ser um composto isoprenóide (importante classe de compostos secundários, também conhecidos por terpenos ou compostos terpenóides) ou um composto aromático (geralmente pertencente a outra importante classe de compostos secundários os fenóis). O isoprenóide pode ser o isopentenil (composto de 5 carbonos) ou seus derivativos. O composto aromático pode ser o benzeno ou seus derivativos. Assim, dependendo da cadeia lateral, as citocininas que ocorrem nas plantas podem ser de dois tipos, as citocininas isoprenóides e as citocininas aromáticas. Entre as citocininas isoprenóides podemos citar a trans-zeatina (tZ), a N6-(∆2-isopentenil) adenina (iP) e a dihidrozeatina (DZ). Entre as citocininas aromáticas podemos citar a benziladenina (BA) e as topolinas (orto-topolina, meta- topolina, orto-metoxitopolina e meta-metoxitopolina). O nome topolina deriva da palavra tcheca “topol” (o nome popular de Populus, uma árvore da região temperada). AUTORA: Profª Dra Lourdes Isabel Velho do Amaral 2011 As citocininas isoprenóides são muito mais comuns em plantas, e sua abundância relativa é muito superior à das citocininas aromáticas, mas estas últimas já foram encontradas em muitas espécies de plantas, incluindo Populus (uma árvore da região temperada) e Arabidopsis (Strnad,1997; Sakakibara 2006), embora ainda não se possa afirmar que ocorram em todas as plantas. As citocininas naturais (trans-zeatina (tZ), cis-zeatina (cZ), isopentenil adenina (iP) e diidrozeatina (DZ) diferem entre si nA cadeia lateral isoprenóide, em relação à estrutura, hidroxilação e posição estereoisomérica e saturação da cadeia. Existem muitas substâncias que possuem atividade de citocininas, mas que não ocorrem naturalmente, as citocininas sintéticas. Entre elas podemos citar o thidiazuron (TDZ) que é uma feniluréia. O TDZ é muito utilizado em fruticultura para estimular o aumento do tamanho de frutos de kiwi, maçã e uva, além do seu papel de regulador de crescimento em cultura de tecidos vegetais. Síntese das citocininas: As citocininas podem ser sintetizadas por via direta (síntese de novo) ou indireta (metabolismo do tRNA). A cadeia principal origina-se do AMP (nas bactérias) e o ADP ou o ATP (nas plantas). A cadeia lateral presente nas citocininas isoprenóides pode ser sintetizada no citoplasma pela Via do Ácido Mevalônico (MVA) ou nos plastídeos pela via do metil eritritol-P (MEP), sendo incorporada à cadeia lateral pela enzima chave isopentenil transferase (IPT). Até o ano 2001 se pensava que a biossíntese da cadeia lateral nas plantas seguisse os mesmos passos daquela elucidada para bactérias como Agrobacterium tumefasciens. Entretanto com o trabalho de Kakimoto ficou claro que a enzima IPT (adenosina fosfato isopentenil transferase) utiliza em plantas preferencialmente ATP ou ADP e não o AMP como a IPT das bactérias faz. O primeiro passo é a incorporação do DMAPP (dimetilalil difosfato) no ATP ou ADP pela enzima IPT. O produto inicial da incorporação é um iP nucleotídeo, como o iP ribosídeo5´trifosfato (iPRTP) ou iP ribosídeo 5´difosfato (iPRDP). Os iP nucleotídeos são convertidos em tZ nucleotídeos pelas citocromo P450 monoxigenases. Para se tornarem biologicamente ativos os iP e tZ nucleotídeos são convertidos em nucleobases por desfosforilação pela enzima nucleotidase e desribosilação pela enzima nucleosidase. Uma segunda via de ativação envolve a enzima citocinina nucleosídeo 5´monofosfato fosforibohydrolase (LOG). AUTORA: Profª Dra Lourdes Isabel Velho do Amaral 2011 Hirose et al 2007 Hirose et al 2007Hirose et al 2007 A rota para formação de cis-zeatina (cZ) envolve a adição de DMAPP ao tRNA pela tRNA-IPT, formando nucleotídeos tipo cZRMP, também ativado pela LOG ou pelas nucleotidase/nucleosidase. O status nutricional é muito importante na expressão gênica para produção de cks. O NO3-, bem como o SO4-2 e o PO4-3 induzem a biossíntese de cks, via regulação da enzima chave a IPT e o NO3- regula positivamente os genses dos transportadores de NO3-, SO4-2 e PO4-3. Por outro lado, altos níveis de cks inibem a expressão desses genes dos transportadores. A cadeia lateral benzênica das citocininas aromáticas, provavelmente tenha origem no metabolismo dos compostos fenólicos. As citocininas presentes nas plantas ocorrem também na forma de nucleosídeos tipo ribosídeos ou nucleotídeos tipo ribotídeos. AUTORA: Profª Dra Lourdes Isabel Velho do Amaral 2011 Além disso, ocorre muitas interconversões entre as citocininas. Por exemplo, a iP (isopenteniladenina) sofre hidroxilação para formar a tZ (trans-zeatina), que pode sofre redução (com gasto de energia) para formação de DZ (diidrozeatina). O balanço das citocininas ativas nas células é determinado pelas taxas de biossíntese, formação e liberação de conjugados (citocininas ligadas e inativas), interconversões e pela taxa degradação. Formação de conjugados A formação de conjugados (citocininas ligadas) nas células ocorre rapidamente, bem como uma rápida conversão em nucleotídeos ou nucleosídeos. Assim o fluxo metabólico da CK nucleotídeos em bases nitrogenadas é provavelmente circular. A taxa e o tipo de conjugado dependem do órgão, estádio fisiológico e condições ambientais. Os conjugados são os glicosídeos, as citocininas-aminoácidos e os ribosídeos, embora estes últimos não sejam estritamente formas conjugadas. Muitos conjugados apresentam considerável atividade biológica. TIPO DE CONJUGADO AGENTE DE LIGAÇÃO COM 1. Citocinina-N-ribosídeo e citocinina-N-ribosídeo-5'-P N-9 2. Citocinina-N-glicosídeo N-3, N-7, N-9 3. Citocinina-O-glicosídeo O-4' 4. Ribosilcitocinina glicosídeo N-9, O-4' 5. Citocinina-aminoácido N-3, N-9 Peres & Kerbauy 2004 AUTORA: Profª Dra Lourdes Isabel Velho do Amaral 2011 A inativação ocorre principalmente via CK-aminoácido, especialmente Alanina. Principalmente N-9: 9-alanilzeatina e 9-alanildiidrozeatina. Os conjugados são prontamente convertidos em base livre (2iP; zeatina; diihidrozeatina). Função dos conjugados: a. Forma de translocação. As formas ribosídicas não são consideradas efetivamente como conjugados. Mas como elas são encontradas no xilema são consideradas formas de transporte. b. Proteção. Os conjugados CK-N-glicosídeoparecem ser formas irreversíveis de conjugação. O conjugado CK-N(7)-glicosídeo impede a degradação por CKs oxidases. c. Armazenamento. Os O-glicosídeos são menos estáveis e podem ser hidrolisados por β- glicosidases, por isso são moléculas de armazenamento. Elas se acumulam em altos níveis nas folhas e sementes. Esta forma de conjugado é compartimentalizado nos vacúolos, devido à presença de β-glicosidases no citoplasma. A degradação irreversível das citocininas isoprenóides ocorre pela remoção da cadeia lateral de 5C por citocininas oxidases/desidrogenases (CKXs), tendo como produto de degradação a adenina. Se for zeatina ribosídeo, teremos a adenosina. A adenina, produto da degradação das citocininas livres, pode ser reutilizada para síntese de RNA ou o anel de purina da adenina pode ser oxidado sucessivamente até ácido úrico e uréia. CK adenina + 3-metil-2-butenal Adenina ácido úrico e uréia Uréia NH4+ + CO2 CK oxidase urease Peres & Kerbauy 2004 AUTORA: Profª Dra Lourdes Isabel Velho do Amaral 2011 Locais de síntese: Tecidos com alta atividade meristemática, como câmbio, ápices vegetativos, especialmente ápice de raiz. Em plântulas o local primário de síntese é o ápice da raiz sendo que praticamente não há síntese no meristema apical do caule. A síntese também ocorre em folhas jovens, em sementes em desenvolvimentos e em frutos imaturos. A concentração varia de 0,01 a 1,0 µM, dependendo do tecido, órgão, estádio de desenvolvimento e fatores ambientais. Transporte Ocorre tanto no floema como no xilema. Neste último a translocação se dá principalmente na forma tZ e de conjugados do tipo nucleosídeo (tZR). Isto significa que as citocininas produzidas nas raízes são principalmente tZ e tZR. O transporte de tZ e tZR, via xilema, da raiz para a parte aérea ocorre por sinal dos ramos. As formas iP e iPR são produzidas principalmente nas folhas, durante o crescimento ativo, mas na parte aérea a distribuição é local. As citocininas permeáveis vindas de solutos extracelulares (inclusive xilema e floema), são as citocininas base lipofílicas como a N6-benziladenina (BAP) e a N6-[∆2- isopentenil]adenina (2iP) e ribosídeos. Na célula, as citocininas são convertidas metabolicamente a citocininas nucleotídeos polares, N- e O-glicosídeos. Modo de ação: as citocininas como os outros hormônios participam na transcrição gênica e tradução de proteínas. As citocininas exercem efeito na pós-transcrição de mRNA, tornando-o mais estável e pós-tradução. Exemplo: durante a síntese das proteínas do LHCII. Além disso, estimula a síntese de outras proteínas do cloroplasto codificadas pelo núcleo. Induz também a síntese de NR (nitrato redutase). Para que haja ação hormonal é necessária a presença de receptores. Estes podem ser de dois tipos: 1. Receptor tipo esteróide: receptor citosólico que migra para o núcleo. 2. Receptor de membrana. No caso das citocininas o receptor está localizado na membrana plasmática. A ligação com o hormônio desencadeia uma série de eventos (cascata de transdução do sinal) que envolve proteínas no citoplasma (fatores de transcrição) que se direcionam para o núcleo, ligando-se ao DNA promovendo a ativação de genes específicos. As citocininas requerem cálcio, como mensageiro secundário, durante o processo de transdução do sinal. Na ausência de cálcio, as citocininas não conseguem induzir ramos em cultura de tecidos. Além disso, ionóforos de cálcio substituem as citocininas na formação de AUTORA: Profª Dra Lourdes Isabel Velho do Amaral 2011 ramos, quando culturas de tecidos são suplementadas por cálcio exógeno. Ionóforos são moléculas que facilitam o movimento de íons através da membrana plasmática. Passos na sinalização por CKs 1. Ligação da CK aos receptores como as proteínas quinases híbridas (AHKs) e também CRE (receptor de resposta à CK);2. Fosforilação e translocação de AHPs para o núcleo. AHPs são proteínas histidina cuja ativação ocorre por fosforilação; 3. Ativação da transcrição de ARRs. ARRs são reguladores de resposta nucleares que podem ativar e ou reprimir a transcrição gênica; 4. Feedback negativo através dos produtos dos genes induzíveis pelos ARRs. Efeitos fisiológicos As citocininas e auxinas jogam um papel chave na regulação da divisão celular in vivo e promovem divisão celular em culturas de células e tecidos. O efeito depende do grau de diferenciação das células tratadas. Em células não diferenciadas (não organizadas) estimula a proliferação. Já em células meristemáticas com rápida divisão, ela induz a um retardamento da divisão. As possíveis explicações para esta diferença de resposta seriam os sítios que controlam a divisão se alteram durante a diferenciação ou a sensibilidade hormonal destes sítios muda com a diferenciação. A regulação do ciclo celular na transição da fase G1 para S é induzida pelo complexo ativo CDK/a-CYC/D3. Auxinas aumentam o conteúdo de quinase a (CDK/a) e Citocininas modulam a ciclina do tipo D3 (CYC/D3);O ponto de regulação específico dentro do ciclo celular que é influenciado por citocinina é a fase G2. Bruno Müller, et al. Bruno Müller, et al. Science 318, 68 (2007) AUTORA: Profª Dra Lourdes Isabel Velho do Amaral 2011 As citocininas causam mobilização de nutrientes como açúcares e aminoácidos, para regiões onde elas estão em maior concentração. Este processo de mobilização origina uma nova relação fonte-dreno. As citocininas agem sobre duas proteínas envolvidas no estabelecimento de drenos: a invertase e o transportador de hexose. A sacarose transportada pelo floema é descarregada para o apoplasto através de transportador de sacarose. No apoplasto, a invertase quebra a sacarose em frutose e glicose, que a seguir são transportados através do transportador de hexose para as células do dreno. As citocininas, assim como as auxinas promovem expansão celular, só em folhas e cotilédones, mas inibem expansão de caule e raízes. Outro processo importantíssimo das citocininas está no retardamento da senescência. As citocininas do retardamento da senescência são zeatina ribosideo e diidrozeatina ribosídeo transportadas para as folhas via xilema. Este conhecimento é utilizado com propósitos comerciais para manter os produtos agrícolas verdes por mais tempo durante o transporte. Na maturação dos cloroplastos os principais fatores são citocininas, luz, nutrição e desenvolvimento. As citocininas regulam a síntese de proteínas e pigmentos fotossintéticos. Na luz induz a transformação de proplastídeos em cloroplastos e biossíntese de clorofilas. No escuro em etioplastos. As citocininas atuam nos processos de fotomorfogênese, agindo sobre o fitocromo, fotorreceptor envolvido no processo. As citocininas impedem que a forma ativa do fitocromo II (Phy B) reverta para a forma inativa ao absorver luz vermelho-extremo. O efeito das citocininas no desestiolamento (inibição do crescimento no escuro) e diferenciação dos cloroplastos são mediados pelo fitocromo. No controle da dominância apical os principais hormônios são as auxinas, as citocininas e as estrigolactonas. As auxinas do ápice inibem o desenvolvimento de gemas laterais, mas altos níveis de citocininas nesses órgãos induzem a quebra de dominância. As auxinas vindas do ápice bloqueiam a IPT (isopentenil transferase) e ativam a CKO na região nodal, mantendo baixo o conteúdo de citocininas nessa região. As estrigolactonas também mantêm a dominância apical e a regulaçãode sua síntese está ligada ao conteúdo de auxinas. Na expansão de folhas e cotilédones de dicotiledôneas, as citocininas atuam, conferindo extensibilidade às paredes celulares, de maneira semelhante ao que ocorre em presença de auxinas, porém sem crescimento ácido. Em cotilédones somente as citocininas, pois nem auxinas nem giberelinas causam expansão. Em suma citocininas promovem expansão celular em folhas e cotilédones, mas inibem expansão de caule e raízes. As plantas transgênicas que produzem altas concentrações de citocininas apresentam as seguintes características: Os meristemas apicais produzem mais folhas, que possuem um alto conteúdo de clorofila e são muito mais verdes. Além disso, ramos adventícios podem se formar de nervuras e pecíolos de folhas não feridas, a senescência da folha é retardada e a dominância AUTORA: Profª Dra Lourdes Isabel Velho do Amaral 2011 apical é muito reduzida. Os entrenós são muito curtos e as plantas atrofiadas. O enraizamento de estacas é reduzido e o crescimento das raízes também. FORMAÇÃO DE TUMORES (GALHAS): Em plantas os principais patógenos galhadores são o Agrobacterium tumefasciens (induz calo), o Agrobacterium rhizogenes (induz raiz) e o Corynebacterium fascians. Durante a infecção por Agrobacterium tumefasciens as células da planta incorporam DNA bacteriano em seus cromossomos. Linhagens virulentas possuem um plasmídeo (DNA circular extracromossômico) grande não essencial para a bactéria. Mas possuem genes para a bactéria sobreviver em ambientes especiais. Um pedaço de Ti-plasmídeo é incorporado em DNA nuclear do hospedeiro é o T-DNA. O T-DNA possui genes para a síntese de trans-zeatina, auxina e opinas (compostos raros nitrogenados). As opinas não são sintetizadas por plantas saudáveis. As opinas podem ser utilizadas pela bactéria como fonte de nitrogênio. Exemplos de opinas (octopina, nopalina). O T-DNA possui gene ipt que codifica para a síntese de isopentenil transferase (quadro 1) e dois genes para conversão de trp em AIA (quadro 2). Os genes do T-DNA não são expressos na bactéria, pois só as células vegetais possuem os promotores. Os teratomas (Tumores T-DNA): Podem ser: a. Parcialmente diferenciados em raízes (“rooty”): altos níveis de auxinas e baixos níveis de citocininas. Ocorre uma mutação em um dos genes ipt para a síntese de zeatina. b. Parcialmente diferenciados em ramos (“shooty”): baixos níveis de auxinas e altos níveis de citocininas. HABITUAÇÃO: Em cultura de tecidos pode ocorrer o fenômeno denominado habituação. Este fenômeno ocorre quando calos são subculturados por um longo período, tonando-se autônomos em termos de hormônio (auxinas ou citocininas). Com relação às citocininas, Isto ocorre porque os calos: 1. Adquirem a capacidade de sintetizar citocininas. IPP + ATP/ADP ∆2-IPP ribotídeo Trp IAM AIA Camila Realce AUTORA: Profª Dra Lourdes Isabel Velho do Amaral 2011 2. A taxa de destruição de citocininas é reduzida 3. Aumenta a sensibilidade do tecido às citocininas. A habituação é dependente do tecido que deu origem ao calo. Por exemplo: 1. Medula de fumo: dependente de CKs, mas pode ser habituado. 2. Córtex de fumo: são autônomos. Requerem somente auxinas exógenas. 3. Folha de fumo: totalmente dependente. Não pode ser habituado. BALANÇO HORMONAL Auxinas: as auxinas e citocininas interagem em muitos processos. Como por exemplo, divisão celular, dominância apical, senescência de folhas entre outros. Na divisão celular auxinas e citocininas controlam a atividade das ciclinas que regulam o ciclo celular. Na dominância apical as auxinas e as estrigolactonas inibem a síntese de citocininas nas gemas laterais. Etileno: auxinas e citocininas em concentrações muito altas inibem marcadamente o crescimento de órgãos vegetais, ao induzirem a síntese de etileno ao agir sobre a enzima ACC sintase. Na inibição caulinar o efeito das citocininas parece ser sinergístico, uma vez que o etileno exógeno aplicado nas mesmas concentrações endógenas não apresenta o mesmo nível de resposta. Mas no processo de senescência estes dois hormônios são fortemente antagônicos. As citocininas inibindo fortemente a senescência e o etileno promovendo. Ácido abscísico: O ABA possui efeito antagônico ao das citocininas no ciclo celular. O ABA inibe regiões de duplicação de DNA enquanto que as citocininas induzem duplicação do material genético. Brassinoesteróides: Os brassinoesteróides antagonizam os efeitos de luz das citocininas. BIBLIOGRAFIA Annual Review of Plant Physiology and Plant Molecular Biology. (1962-2008). Annual Reviews, Palo Alto, California. Davies, P.J. 2007. Plant hormones biosynthesis, signal transduction, action!. Dordrecht: Kluwer. Fosket, D.E. 1994. Plant growth and development: A molecular approach. Academic Press. Camila Realce Camila Realce Camila Realce Camila Realce AUTORA: Profª Dra Lourdes Isabel Velho do Amaral 2011 Hopkins, W.G. 1999. Introduction to plant physiology. John Wiley & Sons, Inc. New York. Kerbauy, G.B. 2004. Fisiologia vegetal. Editora Guanabara Koogan, Rio de Janeiro. Mohr, H. and Schopfer, P. 1995. Plant physiology. Springer, London. Osborne, D.J. and McManus, M.T. 2005. Hormones, signals and target cells in plant development. Cambridge University Press, New York. Taiz, L. and Zeiger, E. 2004. Fisiologia vegetal. Artmed Editora. Porto Alegre. Müller, B. and Sheen, J. 2007. Advances in Cytokinin Signaling. Science 318: 68-69.
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