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FUNDAMENTOS DO PROCESSO EDUCATIVO NO CONTEXTO HISTÓRICO-FILOSÓFICO
FUNDAMENTOS DO PROCESSO EDUCATIVO NO CONTEXTO HISTÓRICO-FILOSÓFICO
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Prezado(a) acadêmico(a)!
Bem-vindo à disciplina de Fundamentos do Processo Educativo no Contexto Histórico-
Filosófico! 
Nesta disciplina você contará com um Caderno de Estudos mais robusto, dividido em dois 
conjuntos de conteúdos: História da Educação (três unidades) e Filosofia da Educação (também 
três unidades), que darão suporte aos seus estudos e possibilitarão um maior aprofundamento 
do conhecimento histórico-filosófico. 
Para a realização das avaliações da disciplina será necessário estudar as unidades de 
ambos os conjuntos. Vejamos:
Na Unidade 1 de História da Educação você será convidado a conhecer as periodizações 
da história, a começar pela pré-história. Nesse contexto, conhecerá também os primeiros 
sistemas de educação, iniciando com a educação difusa, comum às comunidades ágrafas. Com 
o surgimento da escrita e a passagem da pré-história para a história, destacam-se três modelos 
de educação: a oriental, a grega e a romana. Além dos preceitos históricos, você entrará em 
contato com as contribuições pedagógicas e filosóficas dos principais pensadores da antiguidade.
Na Unidade 1 de Filosofia da Educação você será convidado a refletir sobre os 
pressupostos pedagógicos para o estudo da filosofia, discutindo questões relacionadas 
à virtualidade, hipertextualidade e auto-organização. Você discutirá também questões 
relacionadas ao conceito de filosofia, suas características, seu papel e a relação com a produção 
do conhecimento e da consciência humana. Tornará a dialogar com os principais filósofos 
gregos e suas contribuições para o universo da educação. Além disso, lhe serão apresentados 
os preceitos educacionais e filosóficos propostos por Paulo Freire.
Não esqueça que como resultado deste estudo você fará, conforme o cronograma 
da disciplina, a sua primeira avaliação. Esta avaliação é composta de uma redação que 
contempla a Unidade 1 de História da Educação e a Unidade 1 de Filosofia da Educação.
A Unidade 2 de História da Educação tem como centralidade a questão da passagem do 
cristianismo ao laicismo na educação ocidental. Nesse contexto, você conhecerá a formação do 
sistema cristão de educação da Idade Média, discutindo conceitos como preceptoria, patrística 
e escolástica, entre outros. Na Idade Moderna o que predomina são as reflexões humanistas 
sobre a educação, sendo discutidas as relações da educação com as grandes navegações, 
movimentos de reforma e contrarreforma, invenção da imprensa. Além disso, você poderá 
refletir sobre os acontecimentos históricos que levaram à formação de um sistema laico de 
educação, surgido na Idade Contemporânea. 
Na Unidade 2 de Filosofia da Educação você será conduzido pelas áreas de estudo 
FUNDAMENTOS DO PROCESSO EDUCATIVO NO CONTEXTO HISTÓRICO-FILOSÓFICO
FUNDAMENTOS DO PROCESSO EDUCATIVO NO CONTEXTO HISTÓRICO-FILOSÓFICO
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UNI
Oi!! Eu sou o UNI, você já me conhece das outras disciplinas. 
Estarei com você ao longo deste caderno. Acompanharei os seus 
estudos e, sempre que precisar, farei algumas observações. 
Desejo a você excelentes estudos! 
 UNI
da Filosofia: teoria do conhecimento, lógica, ética e estética. Assim, você refletirá sobre as 
diferentes formas de conhecer o mundo, bem como sobre a lógica e seus diferentes tipos de 
argumentação. Além disso, conhecerá algumas concepções de ética que marcaram a história 
da filosofia ocidental. Para finalizar, você será convidado a uma reflexão filosófica sobre a arte 
e sobre os dilemas da estética.
 
Ao final destas unidades você fará a sua segunda avaliação, que é uma prova composta 
de dez questões objetivas que contemplam o conteúdo tanto da Unidade 2 de História da 
Educação, como da Unidade 2 de Filosofia da Educação.
Na Unidade 3 de História da Educação você entrará em contato com a história da 
educação no Brasil. Conhecerá a educação proposta pelos jesuítas, no período colonial, bem 
como as mudanças educacionais que ocorreram após a chegada da família real ao nosso país. 
Serão apresentados a você os sistemas educacionais no primeiro e segundo reinados, bem como 
durante o período da primeira república e ditadura militar. Para finalizar, a discussão girará em 
torno da chamada nova república, ou seja, da educação no contexto atual, subsidiada pela LDB.
Na Unidade 3 de Filosofia da Educação você será convidado a refletir sobre as questões 
relacionadas à tecnologia e o ser humano, bem como sobre o trabalho ser um instrumento de 
alienação ou de humanização. Discutirá sobre o conceito de cidadania e sua evolução nos 
meandros sociais, bem como sobre os paradigmas da ciência e sua relação com a educação. 
Para finalizar, você conhecerá os preceitos da educação para o pensar e a importância dessa 
proposta educacional para a educação contemporânea.
Ao final desta unidade você fará a última avaliação da disciplina Fundamentos do 
Processo Educativo no Contexto Histórico-Filosófico, que compreende todas as unidades 
estudadas de História da Educação e de Filosofia da Educação e será composta de 15 
questões objetivas e três dissertativas.
Desejo a você, acadêmico(a), sucesso na caminhada acadêmica e profissional e um 
ótimo aproveitamento dos conteúdos desta disciplina. 
Bons estudos!
SUMÁRIO
CADERNO DE ESTUDOS DE HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO
UNIDADE 1 – PRÉ-HISTÓRIA E SOCIEDADE GRECO-ROMANA .......................... D1-1
UNIDADE 2 – DO CRISTIANISMO AO LAICISMO: A EDUCAÇÃO OCIDENTAL NA 
 IDADE MÉDIA, NA IDADE MODERNA E NA IDADE 
 CONTEMPORÂNEAB ........................................................................ D1-83
UNIDADE 3 – HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO NO BRASIL ....................................... D1-155
CADERNO DE ESTUDOS DE FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO
UNIDADE 1 – FILOSOFIA: UM CONVITE AO PENSAR ........................................... D2-1
UNIDADE 2 – ÁREAS DE ESTUDO DA FILOSOFIA .............................................. D2-63
UNIDADE 3 – TEMAS DE ESTUDO DA FILOSOFIA .............................................. D2-109
FUNDAMENTOS DO PROCESSO EDUCATIVO NO CONTEXTO HISTÓRICO-FILOSÓFICO
FUNDAMENTOS DO PROCESSO EDUCATIVO NO CONTEXTO HISTÓRICO-FILOSÓFICO
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HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO
Caderno de Estudos
Profª. Silvana Montibeller Burg
Prof. Silvio Luiz Fronza
Prof. Thiago Rodrigo da Silva
UNIASSELVI
2013
NEAD
Educação a Distância
GRUPO
CENTRO UNIVERSITÁRIO
LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, nº 1.040, Bairro Benedito
Cx. P. 191 - 89130-000 - INDAIAL/SC
Fone Fax: (047) 3281-9000/3281-9090
GRUPO
EDITORA
Copyright  UNIASSELVI 2013
Elaboração:
Profª. Silvana Montibeller Burg
Profº. Silvio Luiz Fronza
Profº. Thiago Rodrigo da Silva
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
 370.9
B954h Burg, Silvana Montibeller 
 História da educação / Silvana Montibeller Burg; Silvio Luiz Fronza; 
Thiago Rodrigo da Silva. Indaial : Uniasselvi, 2013.
 243 p. : il 
 
 ISBN 978-85-7830- 715-8
1.	 Educação – História.I. Centro Universitário Leonardo da Vinci.
www.uniasselvi.com.br
SUMÁRIO
UNIDADE 1 – PRÉ-HISTÓRIA E SOCIEDADE GRECO-ROMANA .......................... D1-1
TÓPICO 1 – HISTÓRIA E PRÉ-HISTÓRIA ................................................................ D1-3
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... D1-3
2 PERIODIZAÇÕES DA HISTÓRIA ........................................................................... D1-3
3 HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO ..................................................................................... D1-5
LEITURA COMPLEMENTAR ...................................................................................... D1-7
RESUMO DO TÓPICO 1 ............................................................................................. D1-9
AUTOATIVIDADE ..................................................................................................... D1-10
TÓPICO 2 – OS PRIMEIROS SISTEMAS DE EDUCAÇÃO .................................... D1-13
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... D1-13
2 O SISTEMA EDUCACIONAL NAS COMUNIDADES TRIBAIS ............................ D1-13
2.1 EDUCAÇÃO DIFUSA .......................................................................................... D1-14
LEITURA COMPLEMENTAR .................................................................................... D1-15
RESUMO DO TÓPICO 2 ........................................................................................... D1-17
AUTOATIVIDADE ..................................................................................................... D1-18
TÓPICO 3 – EDUCAÇÃO NA ANTIGUIDADE ORIENTAL ...................................... D1-19
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... D1-19
2 EDUCAÇÃO NA MESOPOTÂMIA ......................................................................... D1-19
3 EDUCAÇÃO NO EGITO ANTIGO ......................................................................... D1-22
4 AS CONTRIBUIÇÕES HEBRAICAS ..................................................................... D1-24
RESUMO DO TÓPICO 3 ........................................................................................... D1-27
AUTOATIVIDADE ..................................................................................................... D1-29
TÓPICO 4 – EDUCAÇÃO NA GRÉCIA ANTIGA ..................................................... D1-31
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... D1-31
2 EDUCAÇÃO NA GRÉCIA ...................................................................................... D1-35
2.1 A EDUCAÇÃO HOMÉRICA OU CAVALHEIRESCA ............................................ D1-35
2.2 A EDUCAÇÃO EM ESPARTA .............................................................................. D1-38
2.3 A EDUCAÇÃO EM ATENAS ................................................................................ D1-40
3 A FILOSOFIA GREGA ........................................................................................... D1-42
3.1 SÓCRATES ......................................................................................................... D1-42
3.2 PLATÃO ............................................................................................................... D1-44
3.3 ARISTÓTELES .................................................................................................... D1-45
3.4 ISÓCRATES ........................................................................................................ D1-47
3.5 A LITERATURA GREGA ...................................................................................... D1-48
3.5.1 A poesia ............................................................................................................ D1-48
3.5.2 O teatro ............................................................................................................. D1-49
3.5.2.1 A tragédia ....................................................................................................... D1-50
HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO iii
HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO iv
3.5.2.2 A comédia ...................................................................................................... D1-50
3.5.3 A prosa .............................................................................................................. D1-51
LEITURA COMPLEMENTAR I .................................................................................. D1-52
LEITURA COMPLEMENTAR II ................................................................................. D1-54
RESUMO DO TÓPICO 4 ........................................................................................... D1-56
AUTOATIVIDADE ..................................................................................................... D1-58
TÓPICO 5 – EDUCAÇÃO EM ROMA ....................................................................... D1-63
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... D1-63
2 EDUCAÇÃO EM ROMA ........................................................................................ D1-65
2.1 PRIMEIRA FASE DA EDUCAÇÃO EM ROMA: EDUCAÇÃO LATINA ................ D1-65
2.2 SEGUNDA FASE DA EDUCAÇÃO EM ROMA: INFLUÊNCIA HELENÍSTICA .... D1-66
2.3 TERCEIRA FASE DA EDUCAÇÃO EM ROMA: EDUCAÇÃO 
 GRECO-ROMANA ............................................................................................... D1-67
3 A FILOSOFIA E A PEDAGOGIA ROMANA .......................................................... D1-67
3.1 CÍCERO ............................................................................................................... D1-69
3.2 QUINTILIANO ...................................................................................................... D1-69
3.3 VARRÃO .............................................................................................................. D1-70
3.4 SÊNECA .............................................................................................................. D1-71
3.5 MARCO AURÉLIO ............................................................................................... D1-72
4 A QUEDA DE ROMA ............................................................................................. D1-73
5 ROMA, A EDUCAÇÃO E O CRISTIANISMO ........................................................ D1-74
RESUMO DO TÓPICO 5 ........................................................................................... D1-76
AUTOATIVIDADE ..................................................................................................... D1-78
AVALIAÇÃO .............................................................................................................. D1-82
UNIDADE 2 – DO CRISTIANISMO AO LAICISMO: A EDUCAÇÃO OCIDENTAL NA 
 IDADE MÉDIA, NA IDADE MODERNA E NA IDADE 
 CONTEMPORÂNEAB ......................................................................... D1-83
TÓPICO 1 – IDADE MÉDIA: A FORMAÇÃO DO SISTEMA CRISTÃO OCIDENTAL 
 DE EDUCAÇÃO ................................................................................... D1-85
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... D1-85
2 O MUNDO BIZANTINO .......................................................................................... D1-86
3 O MUNDO ÁRABE MUÇULMANO ....................................................................... D1-89
4 A EDUCAÇÃO NA IDADE MÉDIAOCIDENTAL ................................................... D1-91
4.1 A CAVALARIA ...................................................................................................... D1-93
4.2 PRECEPTORIA: A EDUCAÇÃO DA NOBREZA NA IDADE MÉDIA E NA IDADE 
 MODERNA .......................................................................................................... D1-94
4.3 A PATRÍSTICA ..................................................................................................... D1-94
4.4 A REFORMA EDUCACIONAL CAROLÍNGIA ...................................................... D1-96
4.5 OS MOSTEIROS E A EDUCAÇÃO MEDIEVAL: O MOVIMENTO CENOBITA E AS 
 ORDENS MENDICANTES .................................................................................. D1-97
HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO v
4.6 OS MONGES COPISTAS ................................................................................... D1-99
4.7 A ESCOLÁSTICA ................................................................................................. D1-99
4.8 O NOMINALISMO ............................................................................................. D1-100
4.9 A FORMAÇÃO DAS CIDADES E AS CORPORAÇÕES DE OFÍCIO ................. D1-101
4.10 AS UNIVERSIDADES ...................................................................................... D1-102
LEITURA COMPLEMENTAR .................................................................................. D1-103
RESUMO DO TÓPICO 1 ......................................................................................... D1-107
AUTOATIVIDADE .................................................................................................... D1-108
TÓPICO 2 – IDADE MODERNA: O FIM DA UNIDADE CRISTÃ E AS REFLEXÕES 
 HUMANISTAS SOBRE A EDUCAÇÃO ............................................. D1-109
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... D1-109
2 EDUCAÇÃO E GRANDES NAVEGAÇÕES ......................................................... D1-110
3 RENASCIMENTO E HUMANISMO: A JUNÇÃO DAS UNIVERSIDADES E DAS 
 CORPORAÇÕES DE OFÍCIO ............................................................................... D1-110
4 ALGUMAS UTOPIAS EDUCACIONAIS RENASCENTISTAS: PERSONAGENS DO 
 RENASCIMENTO E SUAS PREOCUPAÇÕES EDUCACIONAIS ....................... D1-111
5 AS GRAMÁTICAS E O DECLÍNIO DO LATIM: O RENASCIMENTO E OS 
 CONTEÚDOS EDUCACIONAIS ........................................................................... D1-113
6 REFORMA: O MODELO PROTESTANTE DE EDUCAÇÃO ............................... D1-114
7 CONTRA REFORMA: O MODELO CATÓLICO DE EDUCAÇÃO ....................... D1-117
8 FIM DO PERÍODO DE INTOLERÂNCIA- A PAX DE WETSFÁLIA ...................... D1-119
9 OS MANUAIS DE ETIQUETA: A IDEIA DE CIVILIZAÇÃO E BONS COSTUMES 
 NAS ELITES POLÍTICAS DA IDADE MODERNA .............................................. D1-120
10 A INVENÇÃO DA IMPRENSA E SEUS REFLEXOS ......................................... D1-120
11 DAS PRECEPTORIAS PARA AS ESCOLAS: TRANSFORMAÇÕES 
 EDUCACIONAIS NA IDADE MODERNA .......................................................... D1-121
12 EDUCAÇÃO REALISTA: INTELECTUAIS DA EDUCAÇÃO NO SÉCULO XVII D1-122
13 HOMENS DE FÉ E DE CIÊNCIA: A REVOLUÇÃO CIENTÍFICA DA IDADE 
 MODERNA ......................................................................................................... D1-123
LEITURA COMPLEMENTAR .................................................................................. D1-125
RESUMO DO TÓPICO 2 ......................................................................................... D1-127
AUTOATIVIDADE ................................................................................................... D1-128
TÓPICO 3 – IDADE CONTEMPORÂNEA: A FORMAÇÃO DE UM SISTEMA 
 LAICO DE ENSINO NO MUNDO OCIDENTAL ................................. D1-129
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... D1-129
2 A INDEPENDÊNCIA DOS ESTADOS UNIDOS: O SÍMBOLO DO FIM DO ANTIGO 
 SISTEMA COLONIAL E SUAS IMPLICAÇÕES COM A EDUCAÇÃO ............... D1-130
3 A REVOLUÇÃO FRANCESA: O FIM DO ANTIGO REGIME E O COMITÊ DA 
 EDUCAÇÃO PÚBLICA ........................................................................................ D1-131
4 O ILUMINISMO: O INÍCIO DO PROCESSO DE LAICIDADE NA EDUCAÇÃO 
 OCIDENTAL ......................................................................................................... D1-132
HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO vi
5 O ENSINO LAICO: MODELOS NACIONAIS DOS ESTADOS LIBERAIS ......... D1-133
6 O PROCESSO DE FORMAÇÃO DA LAICIDADE: O SURGIMENTO DE 
 INTELECTUAIS EDUCACIONAIS LEIGOS ........................................................ D1-134
7 O DESENVOLVIMENTO DE CIÊNCIAS AUXILIARES: A PSICOLOGIA E A 
 SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO ........................................................................... D1-137
7.1 A SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO ...................................................................... D1-137
7.2 A PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO ...................................................................... D1-139
8 OS CONFLITOS DA LAICIZAÇÃO ..................................................................... D1-140
9 A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL E A EDUCAÇÃO TÉCNICA ............................... D1-140
9.1 A EDUCAÇÃO TÉCNICA ................................................................................... D1-141
9.2 A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL E AS TRANSFORMAÇÕES NO ENSINO 
 UNIVERSITÁRIO ................................................................................................ D1-142
10 A EDUCAÇÃO NOS PAÍSES AUTORITÁRIOS: O COMUNISMO, O 
 NAZIFASCISMO, AS DITADURAS DE SEGURANÇA NACIONAL E SUA 
 RELAÇÃO COM OS SISTEMAS DE ENSINO .................................................. D1-143
11 O ENSINO NA PÓS-MODERNIDADE: DESAFIOS CONTEMPORÂNEOS ..... D1-144
11.1 A GLOBALIZAÇÃO DO ENSINO UNIVERSITÁRIO: UM DOS INDÍCIOS DE 
 PÓS-MODERNIDADE EDUCACIONAL ........................................................... D1-146
11.2 DO CÓDEX À TELA: ALTERAÇÕES EDUCACIONAIS NA ERA DA 
 INTERNET ....................................................................................................... D1-147
LEITURA COMPLEMENTAR .................................................................................. D1-148
RESUMO DO TÓPICO 3 ......................................................................................... D1-152
AUTOATIVIDADE ................................................................................................... D1-153
AVALIAÇÃO ............................................................................................................ D1-154
UNIDADE 3 – HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO NO BRASIL ....................................... D1-155
TÓPICO 1 – O PERÍODO COLONIAL BRASILEIRO E A COMPANHIA DE 
 JESUS ................................................................................................ D1-157
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... D1-157
2 OS JESUÍTAS E A EDUCAÇÃO NO PERÍODO COLONIAL .............................. D1-159
2.1 O MÉTODO JESUÍTICO DE ENSINO E SEU LEGADO ................................... D1-163
2.2 PADRE MANUEL DA NÓBREGA ...................................................................... D1-165
2.3 PADRE JOSÉ DE ANCHIETA ........................................................................... D1-167
3 O MARQUÊS DE POMBAL (PERÍODO POMBALINO) E A EXPULSÃO DOS 
 JESUÍTAS ............................................................................................................ D1-168
4 A VINDADA FAMÍLIA REAL PORTUGUESA PARA O BRASIL (OU PERÍODO 
 JOANINO) E AS MUDANÇAS EDUCACIONAIS ................................................. D1-170
LEITURA COMPLEMENTAR .................................................................................. D1-171
RESUMO DO TÓPICO 1 ......................................................................................... D1-173
AUTOATIVIDADE ................................................................................................... D1-175
TÓPICO 2 – A EDUCAÇÃO NO PRIMEIRO E NO SEGUNDO REINADO ............ D1-177
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... D1-177
2 O SISTEMA EDUCACIONAL NOS REINADOS .................................................. D1-179
2.1 ENSINO ELEMENTAR OU PRIMÁRIO ............................................................. D1-179
2.2 ENSINO SECUNDÁRIO .................................................................................... D1-180
2.3 ENSINO SUPERIOR ......................................................................................... D1-183
LEITURA COMPLEMENTAR .................................................................................. D1-184
RESUMO DO TÓPICO 2 ......................................................................................... D1-187
AUTOATIVIDADE ................................................................................................... D1-189
TÓPICO 3 – A EDUCAÇÃO NO PERÍODO REPUBLICANO ................................ D1-193
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... D1-193
2 A PRIMEIRA REPÚBLICA (1889-1930) E OS DESAFIOS DA EDUCAÇÃO ..... D1-197
3 A REVOLUÇÃO DE 1930 NO CAMPO EDUCACIONAL E A ERA VARGAS ..... D1-199
4 CONTEXTO DA REDEMOCRATIZAÇÃO (1945-1964) ....................................... D1-201
5 A DITADURA MILITAR (1964-1985) E A EDUCAÇÃO ....................................... D1-206
LEITURA COMPLEMENTAR .................................................................................. D1-209
RESUMO DO TÓPICO 3 .......................................................................................... D1-211
AUTOATIVIDADE ................................................................................................... D1-213
TÓPICO 4 – REDEMOCRATIZAÇÃO – NOVA REPÚBLICA 
 (1985 À ATUALIDADE) ...................................................................... D1-217
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... D1-217
2 O CONTEXTO DA EDUCAÇÃO NA NOVA REPÚBLICA ................................... D1-218
2.1.1 A LDB .............................................................................................................. D1-221
2.1.1.1 Direitos humanos na LDB ............................................................................ D1-223
2.1.1.2 História e cultura afro-brasileira e indígena na LDB .................................... D1-224
2.1.1.3 Educação ambiental na LDB ....................................................................... D1-225
LEITURA COMPLEMENTAR .................................................................................. D1-227
RESUMO DO TÓPICO 4 ......................................................................................... D1-230
AUTOATIVIDADE ................................................................................................... D1-231
AVALIAÇÃO ............................................................................................................ D1-234
REFEREÊNCIAS .................................................................................................... D1-235
HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO vii
HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO viii
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UNIDADE 1
PRÉ-HISTÓRIA E SOCIEDADE GRECO-
ROMANA
ObjETIvOS DE APRENDIzAGEM
 A partir desta Unidade você será capaz de:
	conhecer as principais divisões da História e Pré-História;
	identificar a educação informal na sociedade pré-histórica;
	analisar as primeiras formas de educação entre os mesopotâmicos 
e egípcios;
	compreender as bases do Humanismo Greco-Romano.
TÓPICO 1 – HISTÓRIA E CULTURAS ÁGRAFAS
TÓPICO 2 – OS PRIMEIROS SISTEMAS DE 
EDUCAÇÃO
TÓPICO 3 – EDUCAÇÃO NA MESOPOTÂMIA E NO 
EGITO ANTIGO
TÓPICO 4 – EDUCAÇÃO NA GRÁCIA ANTIGA
TÓPICO 5 – EDUCAÇÃO EM ROMA
PLANO DE ESTUDOS
A presente unidade de ensino está dividida em cinco tópicos 
sendo que no fim de cada um deles, você encontrará atividades que 
o(a) ajudarão a fixar os conhecimentos adquiridos.
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HISTÓRIA E PRÉ-HISTÓRIA
1 INTRODUÇÃO
TÓPICO 1
UNIDADE 1
As lutas do ser humano pela sobrevivência o levaram a enfrentar as hostilidades da 
natureza, a criação das primeiras ferramentas, depois, gradativamente, outros desafios surgiram 
culminando nas primeiras formas de comunidade. Por meio de pinturas, a princípio rudimentares, 
e outros vestígios de desenvolvimento, foi possível traçar uma História para a raça humana e 
dialogar com seus valores, crenças, hábitos e evolução. Pode-se afirmar, então, que a memória 
dos acontecimentos e das ações dos seres humanos ao longo do tempo compõe a História.
História é uma ciência humana que estuda o desenvolvimento dos seres humanos 
no tempo. Ou seja, a História analisa os processos históricos, personagens e fatos para 
poder compreender um determinado período histórico, cultura ou civilização. 
O grego Heródoto, que viveu no século V a.C. é considerado o “pai da História” e 
primeiro historiador, pois foi o pioneiro na investigação do passado para obter conhecimento 
histórico.
FONTE: Adaptado de: <http://www.suapesquisa.com/historia/conceito_historia.htm>. Acesso em: 4 
mar. 2013.
Por abranger um período de tempo muito amplo, o estudo da História foi dividido pelo 
homem em dois períodos: Pré-História e História. O próximo tópico esclarece essa distinção 
e apresenta as primeiras reflexões desse capítulo de estudo.
2 PERIODIZAÇÕES DA HISTÓRIA
A partir do momento em que a humanidade passou a estudar e tentar compreender sua 
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própria trajetória no mundo e a reconstituir a História dos antepassados, procurou organizar 
suas descobertas e dividi-las em períodos. No século XIX, acreditava-se que as sociedades só 
poderiam documentar sua História por meio da escrita (o que demonstra um sentido ideológico 
carregado de estigma), desconsiderando as imagens (pinturas), fósseis, vestígios materiais, 
relatos orais e quaisquer outros indícios de evolução do homem. Dessa forma, ao período que 
conceitua todas as atividades humanas desde sua origem (há aproximadamente cinco milhões 
de anos) até o surgimento da escrita (por volta do ano 4.000 a.C.) foi chamado de culturas 
ágrafas (alguns autores denominam o período de Pré-História). Ao período que corresponde 
à descoberta da escrita até os dias atuais denominou-se História (POMIAN, 1993). 
Essa periodização da História (convencional e arbitrária, essa divisão não é bem aceita 
por muitos historiadores) foi subdividida, pelos critérios da Arqueologia, segundo demonstra 
o quadro a seguir.
QUADRO 1 – PERIODIZAÇÃO DA HISTÓRIA E SUAS CARACTERÍSTICAS
Periodização 
da História
Subdivisões Características
Pré-História 
ou culturas 
ágrafas
Período Paleolítico 
ou Idade da Pedra 
Lascada
Embora os primeiros hominídeos tivessem surgido há 4,5 
milhões de anos, foi somente por volta de 2,5 milhões de 
anos atrás que surgiu a espécie conhecidacomo Homo 
Habilis, que foi provavelmente o primeiro hominídeo que 
fabricou ferramentas e artefatos líticos e que caracterizou 
este período pré-histórico. Vivendo em pequenos grupos, 
o homem desse período tinha costumes nômades, vivia 
da caça, pesca, coleta de frutos e fazia artes rupestres.
Período Neolítico 
ou Idade Da Pedra 
Polida
Entre o fim do período Paleolítico e o início do Neolítico, 
houve um período de transição: o período Mesolítico. A 
passagem do Mesolítico para o Neolítico deu-se entre 15 
e 10.000 a.C. Nesta fase, a Terra começava a adquirir 
suas características atuais, com o fim da última era 
glacial. No período Neolítico, o homem passou a utilizar 
ferramentas afiadas, viver de forma sedentária e praticar 
a agricultura. 
Idade dos Metais e 
o Início dos Novos 
Tempos
No fim do período Neolítico (5000-4000 a.C.) o homem 
abandonou os instrumentos de osso e pedra e passou 
a utilizar metais moles, como o cobre, que podiam ser 
trabalhados a frio. Começou a Idade dos Metais, marcada 
pelo surgimento das classes sociais, a formação de 
governos, a divisão social do trabalho, e aumento das 
produções econômicas. Quase simultaneamente, no 
Egito, surgiram os primeiros registros escritos. Nascendo, 
assim a civilização. 
História
Idade Antiga Da invenção da escrita (4.000/3.500 a.C.) até a queda do Império Romano do Ocidente (em 476).
Idade Média De 476, até a queda do Império Romano do Oriente, em 1453. 
Idade Moderna De 1453 até a Revolução Francesa, em 1789.
Idade 
Contemporânea
De 1789 à atualidade.
FONTE: Os autores com base em diferentes leituras.
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 Para analisar a Pré-História, os historiadores e arqueólogos recorrem a fontes 
materiais (ossos, ferramentas, vasos de cerâmica, objetos de pedra, fósseis); e artísticas 
(arte rupestre, esculturas, adornos). O estudo da História se atém a um conjunto maior de 
fontes para serem analisadas pelo historiador, que abrange desde livros, roupas, imagens, 
objetos materiais, registros orais, documentos, moedas, jornais, gravações etc., até a forma 
de pensar as estratégias de vida, a sociedade e a construção do conhecimento.
FONTE: Disponível em: <http://www.recantodasletras.com.br/artigos/3631825>. Acesso em: 8 mar. 
2013. 
DIC
AS!
Maiores informações sobre a periodização da História (as 
subdivisões da Pré-História e da História) e o surgimento da vida 
na Terra, podem ser obtidas na obra de Charles Darwin “A origem 
das Espécies” (1962), ou no questionamento à teoria de Darwin: 
“Evolução: uma teoria em Crise”, de Michael Denton (1986), 
ou ainda em sites relacionados aos temas, como <http://www.
lascaux.culturfr/index.php?lng=em#/em/0200.xml> ou <http://
www.historiadigital.org/historiageral /prehistoria/video-a-longa-
viagem-pelotempo/>.
Embora não seja possível desvincular a História do desenvolvimento do homem e da 
mulher de outras concepções, como suas orientações filosóficas, religiosas, sociais e políticas, 
sempre que se considera a existência de uma sociedade, por mais primitiva que seja, considera-
se também sua concepção de educação. Ela está presente em todos os momentos da História 
da humanidade (MEKSENAS, 2002). E esse será o aspecto de nosso próximo item de estudo. 
3 HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO
As conquistas do conhecimento avançaram nos últimos dois séculos, tanto quanto em 
dois milênios, e apesar dos esforços maiores ocorrerem nas áreas tecnológicas, a educação 
e suas concepções também foram beneficiadas por esse ponto de vista revolucionário. Esses 
avanços permitiram que o ser humano formulasse um parecer mais crítico acerca do processo 
educacional que acompanhou as civilizações humanas ao longo do tempo. 
A História da Educação está diretamente ligada aos primeiros registros do homem e 
às primeiras produções escritas na Terra. Por isso, embora não seja o foco desse estudo, e a 
abordagem seja superficial, é importante conhecer um pouco mais sobre essas concepções.
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No período Pré-Histórico, a humanidade registrou nas paredes rochosas das cavernas 
ou dos penhascos, pinturas e desenhos de seres humanos e animais, utilizando-se de muitos 
suportes para registrar seus conhecimentos, tais como pedras, argila, madeira, vegetais e 
compostos animais. Esses primeiros registros lineares introduziram no mundo o primeiro passo 
para a escrita. Mais tarde, as pictogravuras (descrição de imagens que servem de símbolos), 
associaram símbolos a objetos ou ideias. Assim, esses desenhos tornaram-se, aos poucos, 
ideogramas, e estes, por sua vez, escrita fonética (CARDOSO, 1981).
A escrita mais antiga de que se tem conhecimento é a cuneiforme, composta por 
sinais complexos, derivada da palavra latina “cuneus” que significa cunha, e proveniente da 
Mesopotâmia. Para escrever, utilizavam-se placas de argila ainda moles, e, com um estilete, 
faziam-se marcas em forma de cunha. Após concluir a escrita, a placa era cozida até ficar tão 
duro quanto um tijolo. Mais tarde, passaram a escrever sobre peças de marfim e pequenas 
tábuas de madeira e rapidamente a escrita exprimiu o pensamento do homem, surgindo os 
primeiros escribas (funcionários públicos, exercendo funções burocráticas) (GUARINELLO, 
2003).
O desenvolvimento do comércio facilitou a divulgação dos sistemas de escrita, que 
foram adaptados a outras línguas. Os fenícios simplificaram esses códigos, diminuindo o 
número de sinais utilizados e criando o primeiro alfabeto, com vinte e duas consoantes, que, 
mais tarde, foi adotado pelos gregos (século XI a.C., que introduziram as vogais entre os sinais 
utilizados), dando origem ao alfabeto Grego clássico e orientando a escrita da esquerda para 
a direita (POMIAN, 1993). 
A evolução da escrita, que passou a representar os sons da língua falada, baseado na 
significação, possui papel tão importante no desenvolvimento das sociedades que serve de 
parâmetro para dividir os aspectos relacionados ao desenvolvimento do ser humano: antes 
da escrita, Pré-História, e depois da escrita, História. Salienta-se, porém, que o aparecimento 
e a evolução da escrita não foi, e não é, uma característica de todas as sociedades humanas, 
considerando-se que há diversas línguas não escritas no mundo (aproximadamente 7.000). 
Questões históricas, como a estrutura da sociedade, podem explicar a ausência da escrita 
nesses idiomas (CARDOSO, 1981). 
Entretanto, falar e escrever não são a mesma coisa. Viver em sociedade requer o 
domínio da fala, e a criança em seus primeiros meses de vida já tem como instrutores as 
pessoas próximas. Por outro lado, a escrita precisa ser ensinada, geralmente em escolas, por 
pessoas que também a aprenderam. Ou seja, exige uma formalidade, e uma intencionalidade, 
uma vez que não se aprende a escrever convivendo com quem escreve. “Essa intencionalidade 
também existiu na criação das línguas escritas e em sua evolução, para acompanhar o ritmo 
das sociedades e as várias modificações que a própria língua falada foi sofrendo” (VALLE; 
PANCETTI, 2009, p. 2).
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 Assim, as concepções acerca do mundo foram sendo gravadas na História. O ser 
humano alcançou sistemas complexos de sociedade, e criou diferentes formas de transmitir 
conhecimentos a seus descendentes, estabelecendo assim o sistema educacional. A educação 
está presente em todos os momentos da História. Por mais primitiva que seja uma sociedade, 
há um momento em que ela se educa (MEKSENAS, 2002).
De acordo com Meksenas (2002, p. 19), “a educação nasce quando se transmite e se 
assegura as outras pessoas o conhecimento de crenças, técnicas e hábitos queum grupo 
social já desenvolveu, a partir de suas experiências de sobrevivência”. A História da Educação 
permite compreender como, no passado, o homem formulou as suas concepções acerca do 
conhecimento, mas essa compreensão deve estar vinculada também a outros contextos, como 
as orientações filosóficas, religiosas, sociais e políticas, pois a educação não está presente 
na história como um fato isolado. Conforme Paulo Freire (1987, p. 30): “A educação é um ato 
político, ideológico e emancipatório (ou doutrinador), que cria vínculos e compromissos com 
o futuro, de maneira a contribuir como seres humanos, que vivem e realizam suas atividades 
em sociedade”.
O tópico seguinte destacará conceitos acerca do sistema educacional ao longo de cada 
período histórico, após o surgimento da escrita, da História, e permitirá compreender a educação 
como resultado de um conjunto de situações, destacando sua importância na sociedade e na 
formação da cultura do povo.
DIC
AS!
A divisão da História da Educação em subtópicos, a partir da próxima 
etapa, contribuirá para a formação de ideias mais claras sobre as 
concepções em cada período histórico. Por isso, muita atenção e 
bons estudos. Agora, faça a leitura do texto complementar e os 
exercícios das autoatividades.
LEITURA COMPLEMENTAR
PARA QUE HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO?
António Nóvoa
Toda a acusação suscita uma defesa. Assim sendo, não espanta a proliferação de 
textos que procuram defender a história da educação. Não voltarei, agora, a essa literatura 
excessivamente autojustificativa. Mas vale a pena ensaiar quatro respostas à pergunta “Para 
que a história da Educação?”.
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Para cultivar um saudável ceticismo – Vivemos um mundo do espetáculo e da moda, 
particularmente no campo da educação. A “novidade” tende a ser vista como um elemento 
intrinsecamente positivo. Há uma inflação de métodos, técnicas, reformas, tecnologias. Mais 
do que nunca, é preciso estarmos avisados em relação a esta “novidade”, evitando o frenesi da 
mudança que serve, regra geral, para que tudo continue na mesma. A história da educação é 
dos meios mais eficazes para cultivar um saudável ceticismo, que evita a “agitação” e promove 
a “consciência crítica”. Não estou a falar de uma história cronológica, fechada no passado. 
Estou a falar de uma história que nasce nos problemas do presente e que sugere pontos de 
vista ancorados num estudo rigoroso do passado.
Para compreender a lógica das identidades múltiplas – Vivemos uma época marcada 
por fenômenos de globalização e por uma desenraizada circulação de ideias e conceitos, e ao 
mesmo tempo, por um exacerbar de identidades locais, étnicas, culturais ou religiosas. Uma 
das funções principais do historiador da educação é compreender essa lógica de “múltiplas 
identidades”, por meio da qual se definem memórias e tradições, pertenças e filiações, crenças 
e solidariedades. Pouco importa se as comunidades são “reais” ou “imaginadas”. Não há 
memória sem imaginação (e vice-versa). À história cumpre elucidar esse processo e, por esta 
via, ajudar as pessoas (e as comunidades) a darem um sentido ao seu trabalho educativo.
Para pensar os indivíduos como produtores de história – as palavras do cineasta Manuel 
de Oliveira na apresentação do seu último filme merecem ser recordadas: “O presente não 
existe sem o passado, e estamos a fabricar o passado todos os dias. Ele é um elemento de 
nossa memória, é graças a ele que sabemos quem fomos e como somos”. Nunca, como hoje, 
tivemos uma consciência tão nítida de que somos criadores, e não apenas criaturas, da história. 
A reflexão histórica, mormente no campo educativo, não serve para “descrever o passado”, mas 
sim para colocar-nos perante um patrimônio de ideias, de projetos e de experiências. A inscrição 
do nosso percurso pessoal e profissional neste retrato histórico permite uma compreensão 
crítica de “quem fomos” e de “como fomos”.
Para explicar que não há mudança sem história – o trabalho histórico é muito semelhante 
ao trabalho pedagógico. Estamos sempre a lidar com a experiência e a fabricar a memória. 
Hoje, as políticas conservadoras revestem-se de vernizes “tradicionais” ou “inovadoras”. O seu 
sucesso depende de um aniquilamento da história, por excesso ou por defeito. Por excesso, 
isto é, pela referência nostálgica ao passado, à mistificação dos valores de outrora. Por defeito, 
isto é, pelo anúncio repetido até à exaustão, de um futuro transformado em perspectiva e em 
tecnologia. Por isso, é tão importante denunciar a vã ilusão da mudança, imaginada a partir 
de um não-lugar sem raízes e sem história.
Aqui ficam quatro apontamentos, entre tantos outros, que permitem esboçar uma 
resposta à pergunta “Para que a história da Educação?”.
FONTE: NÓVOA, António. Evidentemente: história da educação. Lisboa: Edições Asa, 2005.
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RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você viu que:
•	 A História é resultado do passado, dos acontecimentos e das ações dos indivíduos ao longo 
do tempo.
•	 A Pré-História é o estudo das origens da humanidade e vai até o aparecimento da escrita; 
enquanto que a História, propriamente dita, compreende o período entre a invenção da 
escrita até a atualidade.
•	 A Pré-História divide-se em: período Paleolítico, Neolítico e Idade dos Metais. 
•	 A História divide-se em: Idade Antiga, Idade Média, Idade Moderna e Idade Contemporânea.
•	 O fato educativo está vinculado às diversas orientações filosóficas, religiosas, sociais e 
políticas.
•	 As principais razões para se estudar História da Educação citadas por Nóvoa são:
- para explicar que não há mudança sem história;
- para pensar os indivíduos como produtores da história;
- para compreender a lógica das identidades múltiplas;
- para cultivar um saudável ceticismo. 
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A partir da leitura deste tópico, responda às seguintes questões.
1 Das afirmativas que seguem, assinale aquelas que se referem ao período Paleolítico:
a) ( ) É considerado o período mais extenso da História da humanidade.
b) ( ) Este período é marcado pela utilização do cobre e do bronze.
c) ( ) Era nômade e se alimentava de produtos provenientes da caça, pesca e coleta 
de frutos.
d) ( ) Elaborou, ao fim deste período, as primeiras ferramentas de pedras.
e) ( ) As manifestações artísticas têm sua máxima representação na chamada Arte 
Rupestre, composta pelas pinturas ou desenhos realizados nas paredes e tetos das 
cavernas.
2 Sobre a Idade dos Metais, complete as lacunas com as palavras adequadas:
Classes sociais – Homem – Estado – atividades – especializados – desigualdades social
a) Com o aparecimento das ____________, desenvolveu-se a ____________, surgindo 
ricos e pobres, exploradores e explorados.
b) Com a formação do____________, organizou-se um governo para administrar a 
sociedade e controlar a força militar.
c) Com o início da mineração, o ____________ começa a fabricar as ferramentas de 
metal, tais como: facas, lanças, machados, panelas, vasos, enxadas e outros objetos.
d) Com a divisão social do trabalho, as ____________ foram sendo divididas cada vez 
mais entre os membros da sociedade, surgindo trabalhadores ____________. 
3 Assinale a alternativa correta quanto à concepção sobre a origem humana ligada à 
ciência, baseada nos estudos de Charles Darwin sobre a evolução das espécies:
a) ( ) Criacionismo
b) ( ) Neolítico
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c) ( ) Evolucionismo
d) ( ) Nomadismo
4 Use V se a alternativafor verdadeira e F se a alternativa for falsa.
a) ( ) Nomadismo é o estilo de vida que consiste em não ter moradia fixa, estando o 
ser humano em permanente deslocamento.
b) ( ) Sedentarismo é o estilo de vida que consiste em ter moradia fixa, sendo que o 
ser humano vive permanentemente em um só lugar.
c) ( ) Neolítico é o Período da Pré-História que vai de 4 milhões a 10 mil anos, 
aproximadamente. É também denominado Idade da Pedra Lascada. Nesta etapa, 
os seres humanos viviam da caça, pesca, coleta de frutos e eram nômades.
d) ( ) O bronze foi o primeiro metal utilizado pelo ser humano. De início, era martelado 
a frio, depois fundido no fogo e moldado em fôrmas de barro ou pedra.
e) ( ) As pinturas feitas nas paredes de rochas e cavernas, com reprodução de cenas 
de caça são chamadas de Pinturas Rupestres.
5 Estabeleça a diferença entre História e Pré-História.
6 A frase apresentada a seguir, está intimamente relacionada à História da Educação. 
Comente-a usando como referência o conteúdo deste tópico. Depois, compartilhe 
as ideias com seus colegas.
 “A educação é um ato político, ideológico e emancipatório (ou doutrinador), que 
cria vínculos e compromissos com o futuro, de maneira a contribuir como seres 
humanos, que vivem e realizam suas atividades em sociedade” (FREIRE, 1987, p. 
30).
7 A partir da leitura complementar deste tópico, apresente, no mínimo, quatro razões 
para se estudar História da Educação.
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OS PRIMEIROS SISTEMAS DE EDUCAÇÃO
1 INTRODUÇÃO
TÓPICO 2
O período que corresponde à Pré-História humana vai desde o surgimento do Homo 
Sapiens Sapiens, em torno de 120.000 anos atrás, até o desenvolvimento da escrita, em 
4.000 a.C. Mas, é um período demasiadamente longo e não pode ser descrito por uma única 
perspectiva. Dessa forma, para melhor definir as concepções usadas pelo homem para a 
transmissão de conhecimento aos seus descendentes utilizam-se as palavras de Iturra (1994, 
p. 40):
Todo o grupo social precisa de transmitir a sua experiência acumulada no tem-
po à geração seguinte, como condição da sua continuidade histórica. O fato 
de os membros individuais do grupo estarem sempre a renovar-se, seja pela 
morte, seja pelo nascimento, dinamiza a necessidade de que essa experiência 
acumulada, que se denomina saber e existe fora do tempo individual, fique 
organizada numa memória que permaneça no tempo histórico.
Arqueólogos e historiadores já reuniram muitas explicações acerca do desenvolvimento 
das sociedades, mais ou menos complexas, a partir da Pré-História. Não há informações precisas 
de muitos desses períodos, mas, mesmo nas comunidades primitivas com predominância da 
memória oral, havia uma organização social e hierárquica do saber, do conhecimento, e meios 
diferentes de passar esse conhecimento aos descendentes. Um pouco dessas estruturas, a 
partir das comunidades tribais, será abordada a seguir.
UNIDADE 1
2 O SISTEMA EDUCACIONAL NAS COMUNIDADES TRIBAIS
Nas culturas ágrafas, a educação dos jovens ocorria por meio da imitação das atitudes 
dos adultos, tanto nas atividades diárias, quanto nas cerimônias e rituais. “Apesar de não 
existir nessas sociedades elementos como Estado, classes sociais, escrita, comércio e escola” 
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(ITURRA, 1994, p. 36), as diferenças não permitem generalizações, tampouco que essas 
sociedades sejam avaliadas de forma etnocêntrica, ou seja, por padrões da nossa cultura. 
Deve-se avaliá-las, por conseguinte, como sociedades diferentes, e não inferiores. 
Perceba, caro acadêmico, que a família era, nesse período, o centro da educação das 
crianças, o único meio de transmissão de conhecimentos aos descendentes.
A família, em qualquer sociedade, é o primeiro lugar de socialização do in-
divíduo, onde ele aprende a reconhecer a si e aos outros, a comunicar e a 
falar, onde depois aprende comportamentos, regras, sistemas de valores, 
concepções do mundo. A família é o primeiro regulador da identidade física, 
psicológica e cultural do indivíduo e age sobre ele por meio de uma fortíssima 
ação ideológica. Esse era também o papel da família na Antiguidade, [...] mas 
sempre seguindo um modelo autoritário que vê o pai quase como um deus ex 
machina da vida familiar [...] (CAMBI, 1999, p. 80). 
Para Brandão (2007), a educação dos povos primitivos se caracteriza pelo caráter 
eminentemente oral (não há registros escritos); integral (abrange todo o saber da tribo); universal 
(todos têm acesso ao saber e ao fazer apropriados pela comunidade); religioso/mítico (presença 
de deuses e do sobrenatural em todos os aspectos da realidade vivida); e de imitação servil 
(a reprodução do saber ocorre por imitação). 
Na vida primitiva, a terra era de todos, e as gerações que iam nascendo aprendiam os 
máximos e mínimos da organização da vida natural, que, com a sua própria teoria, transformaram 
em cultura. Cada ser humano passa a ser construtor de uma parte dela com as ideias que lhe 
foram transmitidas (ITURRA, 1994).
2.1 EDUCAÇÃO DIFUSA
Segundo Ponce (2003), o fato de todos os componentes da sociedade primitiva 
terem acesso ao saber, caracteriza a educação difusa, ou seja, não há um dominador do 
conhecimento, todos aprendem por igual. O objetivo da educação difusa era ajustar a criança 
ao seu ambiente físico e social, por meio da aquisição de experiências.
Todos os agentes desta educação de aldeia criam de parte a parte as situações 
que, direta ou indiretamente, forçam iniciativas de aprendizagem e treinamento. 
Elas existem misturadas com a vida em momentos de trabalho, de lazer, de 
camaradagem ou de amor (BRANDÃO, 2007, p. 18).
Nas comunidades tribais, a educação difusa alcança os ensinamentos junto às crianças 
de modo que elas aprendam em tempo integral:
•	 Imitando os gestos dos adultos nas atividades diárias e nas cerimônias dos rituais, as 
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crianças tomam conhecimento dos mitos dos ancestrais; pois estes também imitavam a 
ação dos deuses, como nas danças antes da guerra (representando a antecipação mágica 
do sucesso); e nos desenhos feitos nas pedras (como forma antecipada de apropriação da 
caça e forma de restituir os animais à natureza).
•	 Imitando as atividades produtivas: caça, pesca, pastoreio e agricultura, as crianças aprendiam 
para a vida e por meio da vida, sem que alguém estivesse especialmente destinado à tarefa 
de ensinar; assim desenvolvia aguda percepção do mundo e aperfeiçoava suas habilidades, 
sem frequentar uma escola.
•	 Também os males que assolavam as tribos eram relacionados à vontade dos deuses, e 
essas tradições e crenças eram transmitidas oralmente às crianças, por meio da repetição, 
permitindo a coesão grupal e perpetuando os comportamentos considerados desejáveis (o 
que configurava essas comunidades como estáveis).
•	 Não eram usados castigos para trabalhar a adaptação aos usos e valores da tribo; havia, 
por parte dos adultos, tolerância em relação aos enganos dos aprendizes e respeito ao ritmo 
de aprendizagem.
Dessa forma, a identidade étnica e cultural do grupo/tribo primitiva vai sendo perpetuada 
e passando às gerações os aprendizados adquiridos quanto às artes, ritos, cultos e ofícios 
(ocupações laborais), estabelecendo um elo entre a prática e a história.
ATEN
ÇÃO!
Para aprimorar seu aprendizado sobre as primeiras concepções da 
educação, leia também o texto complementar sugerido sobre os 
ritos de iniciação e responda às autoatividades.
LEITURA COMPLEMENTAR
RITOS DE INICIAÇÃO
Júlio Cezar Melatti
Várias sociedadesindígenas marcam a passagem do jovem para a vida adulta, onde 
vai gozar da plenitude dos seus direitos, com certos ritos, chamados de iniciação, os quais 
constituem, também, ritos de passagem. 
Entre os índios Apinayé, a transformação dos meninos em guerreiros se dá em duas 
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etapas, que juntas cobrem o espaço de um ano. E cada uma dessas etapas constitui ritos 
de passagem. A primeira etapa é como que uma preparação para a segunda, a qual constitui 
realmente a passagem para a classe dos guerreiros. Não vamos descrever aqui esses ritos em 
seus detalhes por serem demasiado complexos. De qualquer modo, vamos fazer notar que as 
duas etapas citadas constituem ritos de passagem, porque podem ser divididos nas três fases 
que caracterizam esses ritos: a) separação; b) transição; e c) incorporação.
Na primeira etapa os meninos que têm por volta de quinze anos de idade são separados 
dos demais por uma cerimônia que pode ser considerada como um rito de separação. Passam 
então a serem chamados de pebkaág, isto é, “semelhantes a guerreiros”. Daí por diante, durante 
alguns meses, embora durmam em suas casas maternas, os jovens em iniciação passam 
praticamente os dias separados da aldeia: têm um acampamento próprio, um local de banho 
só para eles, um pátio deles a leste da aldeia, um caminho circular em torno da aldeia pelo 
qual vêm buscar alimento em suas casa maternas. Recebem instrução todos os dias de dois 
índios maduros. Levam uma vida à parte da dos demais moradores, vindo à aldeia quase que 
somente para dançar à noite e dormir. Tal fase é marcada pelos ritos de transição. È durante 
esse período que os jovens têm suas orelhas e seu lábio inferior perfurado para uso de batoques. 
Finalmente, depois de algum tempo são de novo trazidos à vida da aldeia por uma cerimônia 
constituída de ritos de incorporação.
A segunda etapa começa também por um rito de separação. Os jovens a partir de então 
são chamados de pemb, isto é, “guerreiros”. Nessa segunda etapa, os jovens ficam numa 
reclusão rigorosa, sendo feito para cada um deles um pequeno quarto totalmente fechado 
dentro de sua casa materna. Os jovens não devem ser vistos: ou estão em seus quartos ou, 
então, longe da aldeia. Nesta fase, seus instrutores lhes aconselham sobre como escolher e 
como tratar a esposa, como tratar seus colegas, como confeccionar seus enfeites, exortam-
nos a obedecer a seus chefes etc. Marcam essa fase os rituais de transição. Finalmente eles 
voltam outra vez à vida da aldeia através dos ritos de incorporação.
Ao serem novamente incorporados à vida da aldeia, os jovens já não são mais os 
mesmos. Já não são considerados meninos, são tratados como adultos e podem casar-se. As 
mulheres não passam por esses ritos, a não ser algumas, por privilégio especial.
FONTE: MELATTI, Júlio César. Índios do Brasil. 3 ed. São Paulo, Hucitec, 1980, p. 123-124.
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RESUMO DO TÓPICO 2
•	 As antigas sociedades, chamadas Pré-Históricas, não devem ser avaliadas de forma 
etnocêntrica, ou seja, por padrões da nossa cultura. Deve-se avaliá-las, por conseguinte, 
como sociedades diferentes, e não inferiores.
•	 A família é o primeiro lugar de socialização do indivíduo e isso também predominava na 
Pré-História ou culturas ágrafas. 
•	 De maneira geral, as sociedades tribais são predominantemente míticas e de tradição oral. 
Ou seja, para esses povos a natureza está repleta de deuses, e o sobrenatural penetra em 
todas as dependências da realidade vivida.
•	 As sociedades ágrafas ou tribais não possuíam um sistema ordenado de educação.
•	 O método de ensino, nestas sociedades, era feito por meio da educação de imitação, em 
que as crianças aprendiam as diversas atividades dos adultos, observando-os. 
•	 A educação difusa é caracterizada pelo acesso de todos os componentes da sociedade ao 
saber, ou seja, não há um dominador do conhecimento, todos aprendem por igual, por meio 
da aquisição de experiências.
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De acordo com este tópico, o objetivo da educação nos povos primitivos é 
promover o ajustamento da criança ao seu ambiente físico e social, por meio da aquisição 
da experiência de gerações passadas.
Segundo a afirmativa, responda:
1 Em sua opinião, qual é o objetivo da educação de hoje? Você concorda com esse 
objetivo? Justifique sua resposta.
2 Seria possível, hoje, utilizar o método da imitação para ensinar as crianças? Por 
quê?
3 Em sua opinião, qual é a importância de ser exemplo para as crianças?
4 Qual é o papel da família na educação atual? Comente suas expectativas a partir da 
participação familiar na construção do conhecimento. 
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EDUCAÇÃO NA ANTIGUIDADE ORIENTAL
1 INTRODUÇÃO
TÓPICO 3
A Idade Antiga, ou Antiguidade, compreende o período que vai desde a invenção da 
escrita (por volta de 4000 a.C.) até a queda do Império Romano do Ocidente (476 d.C.). A 
Idade Antiga é dividida em Antiguidade Oriental (mesopotâmios, egípcios, hebreus, fenícios e 
persas) e Antiguidade Ocidental (Grécia e Roma). As primeiras civilizações orientais surgiram 
às margens dos grandes rios: Nilo (Egito), Tigre e Eufrates (Mesopotâmia), Amarelo (China), 
Jordão (Palestina), Indo e Ganges (Índia e Paquistão); como resultado da revolução neolítica, 
e ficaram conhecidas como o “berço da civilização” (PONCE, 2003). 
A palavra Mesopotâmia significa “terra entre rios”, essa região, situada nas planícies 
dos rios Tigre e Eufrates, também chamada de Baixa Mesopotâmia, desenvolveu-se por volta 
do terceiro milênio a.C. Abrigou diferentes povos como os sumérios, acádios, babilônicos, 
assírios e caldeus, entre outros (PINSKY, 2001). 
As contribuições que os povos mesopotâmicos trouxeram para o desenvolvimento das 
sociedades e das culturas antigas são muito ricas e podem ser mais bem compreendidas a 
partir do próximo tópico.
UNIDADE 1
2 EDUCAÇÃO NA MESOPOTÂMIA
As regiões em que surgiram as primeiras civilizações ficaram conhecidas como 
Crescente Fértil, atualmente situam-se parcial ou totalmente Egito, Israel, Líbano, Jordânia, 
Síria, Turquia e Iraque. Muitas das áreas, após séculos de exploração, desapareceram e deram 
lugar a vastos desertos (PINSKY; PINSKY, 2003). O Crescente Fértil foi assim denominado por 
seu formato que lembra uma lua em quarto crescente, conforme demonstra a Figura a seguir.
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FIGURA 1 – CRESCENTE FÉRTIL
FONTE: Disponível em: <http://www.infoescola.com/geografia/crescente-fertil/>. 
Acesso em: 10 jul. 2012.
Os povos que habitaram o Crescente Fértil dominaram técnicas como: a domesticação 
dos animais, a agricultura, metalurgia, escultura e escrita (cuneiforme). 
As relações sociais comunitárias foram aos poucos substituídas pelo escravismo 
ou pela combinação deste com diferentes formas de servidão. Na Europa, esse período 
acaba com a queda do Império Romano do Ocidente, em 476. Nos outros continentes, 
várias civilizações preservam os traços da Antiguidade até o contato com os europeus, a 
partir do século XVI. 
FONTE: Disponível em: <http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/arte-na-antiguidade/antiguidade.
php>. Acesso em: 4 mar. 2013.
Foram nesses vales “entre rios” que o homem deixou de ser nômade, aprendeu a 
controlar o excesso e a falta de água, a drenar os pântanos e a construir sistemas de irrigação, 
inventou a roda, o calendário, o comércio, a escrita cuneiforme e diversas ferramentas de 
trabalho. Ali surgiram tambémas primeiras civilizações que tinham como característica principal 
a formação do Estado, e a instituição político-administrativa, determinando as normas e o modo 
de organização de cada grupo (CAMBI, 1999).
A escrita cuneiforme (talhada em argila por um estilete e depois cozida para endurecer), 
desenvolvida inicialmente pelos sumérios, e usada pelos assírios, hebreus e persas, surgiu 
ligada às necessidades de contabilização dos templos. Eles elaboraram leis e criaram 
bibliotecas. Sua escrita era ideográfica, ou seja, expressava uma ideia.
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FIGURA 2 – ESCRITA CUNEIFORME
FONTE: Disponível em: <http://icommercepage.wordpress.com/2010/09/26/a-
escrita-cuneiforme/>. Acesso em: 16 jul. 2012.
Mais tarde, os sacerdotes e escribas (encarregados da linguagem culta e da transcrição 
de hinos e livros sagrados) começaram a utilizar uma escrita convencional, que não tinha 
nenhuma relação com o objeto representado e cada sinal representava um som. Surgia assim 
a escrita fonética, que pelo menos no segundo milênio a.C., já era utilizada nos registros de 
contabilidade, rituais mágicos e textos religiosos (PINSKY, 2001). 
Das poucas informações relacionadas ao processo educacional desse período, sabe-se 
que predominava a educação doméstica, com a transmissão dos saberes e culturas passadas 
de pai para filho. Após a conquista da Babilônia pelos assírios (por volta de 1.240 a.C.) foram 
criadas escolas públicas para impor ao povo os valores e crenças dos conquistadores. Além 
da educação escolar, a educação familiar (primeiro da mãe, depois do pai) ensinava os ofícios 
(profissões) em pequenas oficinas artesanais, cujo método não era institucionalizado. Baseava-
se apenas em observar como os adultos faziam e repetir o processo. Com o passar do tempo 
surgiu a necessidade de dividir os saberes de forma a relacioná-los com o trabalho, cada vez 
mais especializado e técnico e, surge assim, a instrução superior, chamada de Casa da Vida, 
ou Universidade Palatina da Babilônia, em que se ensinavam, além da escrita, principalmente 
para estudantes vindos de famílias abastadas e que pretendiam se tornar escribas ou atender 
demandas administrativas e econômicas, sobretudo dos templos e palácios; e noções de 
aritmética, que permeavam as negociações econômicas (CAMBI, 1999).
Os mesopotâmicos não tinham uma unidade política. As terras pertenciam aos deuses 
e eram administradas por uma corporação de sacerdotes. Cada cidade controlava seu próprio 
território rural e pastoril e sua rede de irrigação. Tinham governo e burocracia próprios e eram 
independentes, chamadas de cidade-estado. Havia um poder monárquico, que por ocasião de 
guerras ou alianças entre as cidades, representava a todos, sendo o poder real caracterizado 
como de origem divina. Porém, essas alianças eram temporárias. Embora independentes 
politicamente, esses pequenos estados mesopotâmicos eram interdependentes na economia, 
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o que gerava um dinâmico processo de trocas (PINSKY, 2001). 
O desenvolvimento da antiga civilização egípcia também trouxe contribuições ao sistema 
educacional, conforme demonstra o tópico a seguir. 
3 EDUCAÇÃO NO EGITO ANTIGO
Localizada às margens do Rio Nilo, na porção nordeste do continente africano, a 
civilização egípcia foi sustentada por um sistema de servidão coletiva, sob o domínio do faraó, 
de caráter divino, considerado a encarnação de deus, o que consolidava seu poder. Na escrita, 
foram responsáveis pela evolução dos pictogramas (sinais que representavam coisas e objetos), 
e ideogramas (sugeriam ideias), e pela criação de sinais (letras) que representavam sons 
(fonemas). Organizavam-se por meio de um conjunto de comunidades patriarcais chamadas 
nomos, que eram controladas por um chefe nomarca. As terras não possuíam proprietário e 
as riquezas produzidas eram divididas coletivamente. Durante o governo do imperador Menés, 
entre 3200 a.C. e 3100 a.C., o Egito foi unificado (PINSKY; PINSKY, 2003).
Com essa mudança, os nomarcas foram transformados em funcionários imperiais 
encarregados de garantir o recolhimento dos impostos e a administração das aldeias e das 
cidades. Mas, a dissolução do Estado, a partir de invasões externas e disputas internas, 
dividiram a política do Egito em períodos distintos (conforme detalham a obra de Cambi, 1999; 
e Nunes, 1979a):
•	 Antigo Império ou Período Arcaico, composto por três dinastias, ocorreu por volta de 2300 
a.C.: O faraó e os nomos formam a unidade de organização sócio-política e as conveniências 
sociais eram muito valorizadas, com regras morais e comportamentais rigorosas. 
Os ensinamentos eram passados de pai para filho e do mestre escriba para o 
discípulo, sendo que havia sempre uma continuidade da transmissão do ensino de geração 
em geração. A autoridade dos adultos era inquestionável. 
FONTE: Disponível em: <http://www.webartigos.com/artigos/educacao-antiga-educacao-no-egito-
grecia-e-roma/22610/>. Acesso em: 5 mar. 2013. 
A educação ocorria de forma mnemônica, repetitiva, sempre baseada na escrita. O 
ensinamento voltava-se à formação do homem político, para o bem falar (retórica), depois 
para a valorização da educação, levando ainda ao saber comandar, e se subordinar para não 
sofrer castigos. Contando com um intenso artesanato, o comércio também foi uma importante 
atividade econômica no Egito Antigo.
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•	 Idade Feudal, composta por quatro dinastias, vai de 2190 a.C. a 2040 a.C.: neste período 
a preocupação dos faraós se volta à decadência da disciplina social. A educação deixa de 
ser de pai para filho e os jovens são confiados a um profissional que se dedique a educá-
los. Surge a Educação Física, que acontece no palácio ou sedes da corte, cujo principal 
esporte é a natação, e é praticada pelos filhos do rei ou jovens escolhidos por ele. A retórica 
ainda é importante. Surge a figura do escriba, perito na escrita, que além de funcionário da 
administração, se torna o mestre dos filhos do rei.
•	 Médio Império ou Período Tebano, com duas dinastias, ocorre entre os anos de 2133 a 1786 
a.C.: o uso do livro de texto ganha importância em um modelo de educação privada, de pai 
para filho ou de escriba para discípulo. A profissão de escriba ganha importância e chega a 
propiciar a ascensão social, tornando as letras mais importantes que a palavra. 
O Estado centralizado foi restabelecido pelos esforços do faraó Mentuhotep II. A 
servidão coletiva foi mais uma vez adotada, permitindo a construção de vários canais de 
irrigação e a transferência da capital para a cidade de Tebas. 
FONTE: Disponível em: <http://www.slideshare.net/historiando/o-egito-antigo-prof-nlia>. Acesso em: 5 
mar. 2013.
Mesmo sendo um período de diversas conquistas e desenvolvimento da cultura 
egípcia, o Médio Império chegou ao fim com a dominação exercida pelos hicsos.
FONTE: Disponível em: < http://www.sohistoria.com.br/ef2/egito/p2.php>. Acesso em: 8 mar. 2013.
•	 O Segundo Período Intermediário ou Época dos Hicsos (que invadiram o Egito), com cinco 
dinastias, ocorre entre 1785 a.C. e 1580 a.C.: nesse período o livro adquire vital importância 
na educação. 
Exalta-se a técnica da instrução, dando importância à habilidade manual na escrita 
e durante a primeira infância, quando a criança passa a frequentar a escola. A educação 
física se torna preparação para a guerra e é privilégio somente das classes dominantes.
FONTE: Disponível em: <http://www.webartigos.com/artigos/educacao-antiga-educacao-no-egito-
grecia-e-roma/22610/>. Acesso em: 5 mar. 2013.
•	 O Novo Império, marcado peladécima oitava dinastia, ocorreu entre 1.550 a.C. e 1.070 
a.C.: A presença dos invasores serviu para que os egípcios se unissem contra os hicsos. 
Neste período, o ensinamento ainda era valorizado. A profissão de escriba perdeu status, e 
passou a ser relacionada a pessoas de compleição frágil. A punição corporal era frequente, 
e muitas vezes acompanhada pela reclusão e pelos grilhões. Com a expulsão definitiva 
dos invasores ocorre a dominação egípcia de povos como os hebreus, fenícios e assírios. 
A expansão das fronteiras possibilitou a ampliação das atividades comercias e estabilizou o 
Estado, até a invasão dos assírios, persas, macedônios, romanos, árabes, turcos e britânicos, 
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que controlaram o Egito por mais de 2.500 anos.
•	 Período Demótico, que dura de 1069 a.C. a 333 a.C.: A retórica perde importância para 
a subordinação, valorizando-se a assimilação dos costumes, obediência e submissão. O 
objetivo educacional passa a ser o preparo das crianças para a guerra, não somente para 
obedecer a ordens, mas também para comandar.
A organização da sociedade egípcia era visivelmente rígida. O faraó ocupava o topo da 
pirâmide social, seguido pelos funcionários públicos e chefes militares, depois pelos escribas 
e comerciantes e pela população camponesa (DREGUER; TOLEDO, 2006).
As crenças egípcias estavam relacionadas à adoração de vários deuses, geralmente 
associados às forças da natureza. O politeísmo influenciou todos os demais aspectos da vida daquele 
povo, que considerava a existência de vida após a morte, o que explica a complexidade dos rituais 
funerários e a preparação dos cadáveres por meio do processo de mumificação, característicos da 
cultura egípcia. A medicina obteve grandes avanços em tratamentos para diversos males e delicadas 
intervenções cirúrgicas. As artes tinham conotação religiosa. As representações pictóricas retratavam 
deuses e a vida de alguns faraós. Na arquitetura e na engenharia destacaram-se na construção 
de pirâmides, templos e canais de irrigação. Os egípcios deixaram vasta cultura material e muitos 
registros sobre seus hábitos e costumes (BESOZZI, 2005). 
ATEN
ÇÃO!
Durante o século XIX, em meio às invasões de Napoleão ao 
Egito, uma equipe de cientistas franceses juntou várias peças 
arqueológicas de escrita hieroglífica. Em 1821, Jean Champollion 
iniciou estudos da escrita egípcia desenvolvida a partir de uma lápide 
de basalto negra conhecida como “Pedra Roseta”. A escrita egípcia 
também possibilitou a elaboração de uma literatura própria daquela 
civilização. Observou-se o desenvolvimento de textos variados, 
desde questões religiosas, até a produção de sátiras do cotidiano. 
Entre as principais produções literárias egípcias, destacam-se o 
“Livro dos Mortos” e a “Sátira das Profissões” (CAMBI, 1999).
Cabe destacar ainda, a contribuição do povo hebreu à formação da herança ocidental, 
como destaca o próximo item.
4 AS CONTRIBUIÇÕES HEBRAICAS
Os hebreus, também chamados de judeus ou israelitas, habitavam a antiga 
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Palestina (no Crescente Fértil, Antiguidade Oriental, território atual de Israel) e contribuíram 
deixando como herança para o mundo ocidental sua conduta moral e ética, que influenciou 
o surgimento de duas das principais religiões da atualidade: o judaísmo e o cristianismo.
FONTE: Adaptado de: <http://www.mundoeducacao.com.br/historiageral/judeus-na-historia.htm>. 
Acesso em: 5 mar. 2013.
A família hebraica era patriarcal, ou seja, o homem tinha autoridade sobre a esposa 
e os filhos. A educação das crianças começava por volta dos três anos, quando já sabiam 
falar, e orações e cânticos eram aprendidos por repetição. Em casa, os símbolos e práticas 
religiosas proporcionavam oportunidade de ensino, também baseados na repetição e 
memorização. O pai ensinava ao filho homem a religião, a história do povo hebreu, uma 
profissão, bem como a nadar e encontrava-lhe uma esposa. À mãe cabia ensinar suas filhas 
a serem esposas obedientes e capazes, a cozinhar, fiar, tecer, tingir, cuidar de crianças, dirigir 
escravos, triturar grãos e às vezes a trabalhar na colheita. Deviam ter boas maneiras e alto 
padrão moral. Segundo o costume da comunidade judaica, as meninas tinham oportunidades 
educacionais formais restritas e não lhes era permitido estudar a Lei. As famílias mais 
abastadas ensinavam às meninas a música, dança, leitura, escrita e a manejar pesos e 
medidas. Para o povo hebreu não havia separação entre religião e educação. 
FONTE: Adaptado de: <http://historiadaeducacao.pbworks.com/w/page/18415089/
Educa%C3%A7%C3%A3o%20Hebraica,>. Acesso em: 5 mar. 2013.
Para manter a identidade da cultura hebraica aprendiam a ler, escrever e tinham noções 
de aritmética. Os religiosos instruíam o povo nas sinagogas, papel assumido mais tarde pelos 
profetas, criticando a injustiça e a conduta social imprópria; e depois pelos escribas (doutores 
da lei) criando o complexo sistema de educação conhecido como "a tradição dos anciãos" 
(CAMBI, 1999). 
Da herança hebraica para a religião ocidental estão os mandamentos bíblicos, as 
histórias da criação e do dilúvio, o conceito de Deus como legislador e juiz, e cerca de dois 
terços do conteúdo Bíblico, além da concepção de que o mal era proveniente de Satanás. Apesar 
de terem sofrido influência das culturas que os cercavam, alguns historiadores reconhecem 
traços da cultura e das crenças babilônicas nos legados hebraicos. 
Embora desprovidos de concepções artísticas, os hebreus destacaram-se no direito, na 
literatura e na filosofia. O Código Deuteronômio era a base do Direito judaico, e pregava uma 
sociedade mais democrática e igualitária. A democracia das leis judaicas só perdia para os 
egípcios. Até o rei devia submeter-se ao Código. Já na literatura, considerada a melhor produzida 
em todo o Oriente, os hebreus deixaram à posteridade a maior parte dos livros apócrifos (de 
autoria religiosa duvidosa), contidos no Velho Testamento, e que só foram divulgados quando 
a civilização hebraica já estava quase extinta. A supremacia da literatura hebraica é o Livro de 
Jó, que descreve a luta do homem contra o destino, o debate do bem e do mal, e questiona o 
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limiar entre a vida e a morte. Muitas crônicas também datam desse período, tanto em forma de 
canto militar, profecia, poema lírico ou dramático, são repletos de ritmo, imagens concretas e 
vigor emocional. Na filosofia os hebreus destacaram-se na criação de provérbios, muitos dos 
quais reconhecidamente identificados como provindos de outras culturas que formaram o povo 
hebreu, e de obras como o livro do Antigo Testamento “Eclesiastes”, de autor desconhecido. 
As ideias desse livro determinam que o universo é uma máquina sem finalidade que marcha 
continuamente; o homem é vítima do capricho do destino; não há nada depois da morte; os 
prazeres da vida levam à desilusão quando a morte chega; os seres humanos devem ser 
moderados em seu viver.
Os fundamentos religiosos advindos dos hebraicos serviram de base para muitas teorias 
tanto políticas e éticas, quanto religiosas ao longo dos séculos, sobretudo para o cristianismo, 
que herdou desse povo muitas das concepções difundidas até os dias de hoje. 
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RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você estudou que:
•	 A Idade Antiga, ou Antiguidade, compreende o período que vai desde a invenção da escrita 
(por volta de 4000 a.C.) até a queda do Império Romano do Ocidente (476 d.C.).
•	 O nome Mesopotâmia significa “entre rios”, a região situava-se nas planícies

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