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Aula extra Administração Pública (parte de Dir Administrativo) p/ TRE-PE - Téc Judiciário - Área Administrativo Professor: Daniel Mesquita Direito Administrativo ʹ TREPE ʹ Técnico. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 14 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 130 Twitter: @danielmqtdanielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita 7) REFERÊNCIAS 128 1) � �������� Nesta aula, abordaremos a matéria ³Convênio e termos similares.´. Acrescentei todas as questões que encontrei sobre o tema. Não se esqueça que, ao final, você terá um resumo da aula e as questões tratadas ao longo dela. Use esses dois pontos da aula na véspera da prova! Chega de papo, vamos a luta! 2) �² Di Pietro define convênio como a ³IRUPD�GH�DMXVWH� HQWUH� R� 3RGHU� Público e entidades públicas ou privadas para a realização de objetivos GH�LQWHUHVVH�FRPXP��PHGLDQWH�P~WXD�FRODERUDomR�´� Dessa definição chega-se à conclusão de que num convênio ambas as partes possuem interesses comuns. Como assim professor? Meu caro, no convênio,as partes que celebram o ajuste querem a mesma coisa. Por exemplo: o município de Orizona-GO quer construir uma estação de tratamento de esgoto, a FUNASA quer promover o saneamento básico no Brasil. Se preenchidos os requisitos legais e normativos, Orizona-GO e FUNASA podem celebrar um convênio para executar a obra da estação de tratamento. Em decorrência dessas metas institucionais comuns, ambas as partes colaboram. Diversa é a situação num contrato administrativo, onde o poder público quer realizar uma obra, por exemplo, e o contratado quer receber o dinheiro pela realização da obra (o contratado não tem interesse no Direito Administrativo ʹ TREPE ʹ Técnico. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 14 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 7 de 130 Twitter: @danielmqtdanielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita b) são firmados entre pessoas JUDICIÁRIAs, hipótese e m que há obrigatoriedade de autorização legislativa, sob pena de nulidade de pleno direito, porquanto são instrumentos utilizados para realização de transferências voluntárias. c) podem ser firmados entre pessoas JUDICIÁRIAs, hipó tese em que poderá haver necessidade de autorização legislativa, como requisito de validade do ajuste, e entre pessoas de direito público e entidades privadas, desde que, nessa última hipótese, não haja repasse de recursos públicos. d) podem ser firmados entre pessoas JUDICIÁRIAs, ou entre estas e entidades privadas, havendo, neste último caso, interesses contrapostos, razão pela qual há necessidade de autorização legislativa e, no primeiro, interesses paralelos e comuns necessários para desenvolvimento de atividades de competência comum definidas no artigo 23 da Constituição Federal. e) podem ser firmados entre pessoas JUDICIÁRIAs, ou entre estas e entidades privadas, para realização de objetivos de interesse comum, mediante mútua colaboração, independentemente de autorização legislativa. Letra (A) Para que haja repasse de verbas não previstas na lei orçamentária, é necessária autorização legislativa. Letra (B) Não depende de autorização legislativa. Logo a alternativa está errada. Letra (C) Poderá haver repasse de recursos públicos, todavia depende de autorização legislativa. Letra (D) Não depende de autorização legislativa. Logo a alternativa está errada. Letra (E) Correta, uma vez que ajustes podendo ser firmados entre pessoas JUDICIÁRIAs, hipótese em que poderá, ou seja, não será obrigatório entre pessoas de direito público e entidades privadas, desde que, nessa última hipótese, não haja repasse de recursos públicos. Direito Administrativo ʹ TREPE ʹ Técnico. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 14 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 8 de 130 Twitter: @danielmqtdanielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita Gabarito ± E. 2.1 Portaria Interministerial MPOG/MF/CGU nº 507/2011 2.1.1. Disposições gerais Depois de uma boa noção sobre os convênios vamos aprofundar um pouco os nossos estudos sobre o tema, comentando a Portaria Interministerial MPOG/MF/CGU nº 507/2011, queregula os convênios, os contratos de repasse e os termos de cooperação celebrados pelos órgãos e entidades da Administração Pública Federal com órgãos ou entidades públicas ou privadas sem fins lucrativos para a execução de programas, projetos e atividades de interesse recíproco, que envolvam a transferência de recursos financeiros oriundos do Orçamento Fiscal e da Seguridade Social da União. Perceba que essa portaria se aplica aos convênios, aos contratos de repasse e aos termos de cooperação. Perceba também que um convênio pode ser celebrado com entidade privada, mas esta deve ser sem fins lucrativos. Alguns conceitos são dados pela Portaria 507/2011para melhor compreensão sobre o tema: concedente órgão ou entidade da administração pública federal, direta ou indireta, responsável pela transferência dos recursos financeiros e pela descentralização dos créditos orçamentários destinados à execução do objeto do convênio; Direito Administrativo ʹ TREPE ʹ Técnico. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 14 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 14 de 130 Twitter: @danielmqtdanielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita Vocês estão percebendo que o convênio é ótimo para o convenente, pois ele receberá o dinheiro da União e realizará uma obra de seu interesse. Os atos e os procedimentos relativos à formalização, execução, acompanhamento, prestação de contas e informações acerca de tomada de contas especial dos convênios e termos de parceria serão realizados no Sistema de Gestão de Convênios e Contratos de Repasse - SICONV, aberto à consulta pública, por meio do Portal dos Convênios. Esse sistema centraliza e registra todas as operações ocorridas nos convênios celebrados. E as entidades privadas, professor? Também devem utilizar o SICONV quando celebrarem convênios ou contratos de repasse com a Administração Federal? Sim meu caro, nos termos do art. 3º do Decreto nº 6.170, as entidades privadas sem fins lucrativos que pretendam celebrar convênio ou contrato de repasse com órgãos e entidades da administração pública federal deverão realizar cadastro prévio no Sistema de Gestão de Convênios e Contratos de Repasse ± SICONV. Enquanto estiver válido o cadastramento, a entidade privada poderá celebrar convênios ou contratos de repasse. Por isso, os órgãos e entidades da administração pública federal deverão registrar e manter atualizada no SICONV relação de todas as entidades privadas sem fins lucrativos aptas a receber transferências voluntárias de recursos por meio de convênios, contratos de repasse e termos de parceria. As exigências mínimas para se fazer o cadastramento são as seguintes: x cópia do estatuto social atualizado da entidade; x relação nominal atualizada dos dirigentes da entidade, com Cadastro de Pessoas Físicas - CPF; Direito Administrativo ʹ TREPE ʹ Técnico. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 14 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 15 de 130 Twitter: @danielmqtdanielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: DanielMesquita x declaração do dirigente da entidade: (a) acerca da não existência de dívida com o Poder Público, bem como quanto à sua inscrição nos bancos de dados públicos e privados de proteção ao crédito; e (b) informando se os dirigentes ocupam cargo ou emprego público na administração pública federal; x prova de inscrição da entidade no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas - CNPJ; x prova de regularidade com as Fazendas Federal, Estadual, Distrital e Municipal e com o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS, na forma da lei; e x comprovante do exercício nos últimos três anos, pela entidade privada sem fins lucrativos, de atividades referentes à matéria objeto do convênio ou contrato de repasse que pretenda celebrar com órgãos e entidades da administração pública federal. Com relação a esse último requisito, importante destacar que a celebração de convênio ou termo de parceria com entidades privadas sem fins lucrativos será condicionada à apresentação pela entidade do comprovante do exercício, nos três anos anteriores à celebração do convênio, de atividades referentes à matéria objeto da parceria. Essa comprovação poderá ser efetuada mediante a apresentação de instrumentos similares firmados com órgãos e entidades da Administração Pública, relatórios de atividades desenvolvidas, declarações de conselhos de políticas públicas, secretarias municipais ou estaduais responsáveis pelo acompanhamento da área objeto da parceria, dentre outras. Esses e todos os demais documentos relacionados ao convênio deverão ser mantidos pelo convenente pelo prazo de 10 (dez) anos, contados da data em que foi aprovada a prestação de contas. Porém na hipótese de digitalização, os documentos originais serão conservados em Direito Administrativo ʹ TREPE ʹ Técnico. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 14 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 16 de 130 Twitter: @danielmqtdanielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita arquivo, pelo prazo de 5 (cinco) anos do julgamento das contas dos responsáveis concedentes e contratantes pelo Tribunal de Contas da União, findo o qual poderão ser incinerados mediante termo No portal dos convênios federais, há uma lista com todas as entidades privadas aptas a celebrar convênios. Caso você tenha interesse, segue o link da lista: https://www.convenios.gov.br/siconv/participe/ListarParticipesCom Habilitacoes/ListarParticipesComHabilitacoes.do?exibeFiltro=false Vimos acima que a União não é o obrigada a celebrar convênios, mas ela e os demais órgãos e entidades da Administração Pública Federal que pretenderem executarprogramas, projetos e atividades que envolvam transferências de recursos financeiros deverão divulgar anualmente no SICONV a relação dos programas a serem executados de forma descentralizada e, quando couber, critérios para a seleção do convenente. A relação dos programas será divulgada em até 60 (sessenta) dias após a sanção da Lei Orçamentária Anual. Essa divulgação é essencial para atender o princípio da publicidade, uma vez que as entidades interessadas já terão, de antemão, conhecimento de quais programas a Administração Federal desejará executar ao longo do ano por meio de convênios e contratos de repasse. E o que deverá conter nessa relação dos programas, professor? x a descrição dos programas; x as exigências, padrões, procedimentos, critérios de elegibilidade e de prioridade, estatísticas e outros elementos que possam auxiliar a avaliação das necessidades locais; e x tipologias e padrões de custo unitário detalhados, de forma a orientar a celebração dos convênios. Direito Administrativo ʹ TREPE ʹ Técnico. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 14 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 18 de 130 Twitter: @danielmqtdanielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita 2.1.2. Competências e responsabilidades A Portaria Interministerial 507 prevê as atribuições do concedente e do convenente. As principais atribuições do concedente são: 9 monitoramento, acompanhamento e fiscalização do convênio, além da avaliação da execução e dos resultados; 9 análise de enquadramento e seleção das propostas apresentadas pelos órgãos ou entidades da administração pública, direta ou indireta, de qualquer esfera de governo, consórcio público ou entidade privada sem fins lucrativos, com vistas à celebração de convênio; 9 descentralização dos créditos orçamentários e financeiros a favor do convenente. 9 operacionalização da execução dos programas, projetos e atividades, mediantedivulgação de atos normativos e orientações aos convenentes; análise e aprovação da documentação; celebração dos convênios decorrentes das propostas selecionadas; verificação de realização do procedimento licitatório pelo convenente; 9 execução orçamentária e financeira necessária aos convênios, providenciando os devidos 9 registros nos sistemas da União, além de comunicar às câmaras municipais e assembléias legislativas da assinatura do termo e da liberação de recursos financeiros que tenham efetuado, a qualquer título, para os municípios, no prazo de dois dias úteis, contado da data da liberação, em conformidade com a Lei nº 9.452, de 1997; 9 acompanhamento e ateste da execução do objeto conveniado, assim como verificação da regular aplicação das parcelas de recursos, condicionando sua liberação ao cumprimento de metas previamente estabelecidas; 9 análise e aprovação da prestação de contas dos recursos aplicados; Direito Administrativo ʹ TREPE ʹ Técnico. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 14 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 19 de 130 Twitter: @danielmqtdanielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita Perceba que a atividade do concedente está intimamente ligada ao controle. Isso porque, é o concedente quem libera o recurso. Por isso, ele deve monitorar todas as fases para se cientificar de que a seleção da entidade convenente obedeceu aos requisitos legais e constatar que o convenente obedeceu a Lei n. 8666/93 na aplicação dos recursos. Não se esqueça de que a liberação dos recursos fica condicionada ao cumprimento de metas previamente estabelecidas. Por outro lado, asatribuições do convenente, se descumpridas,imporá a ele a prestação de esclarecimentos perante o concedente. Caso o concedente aceite os esclarecimentos fará constar nos autos do processo a justificativa prestada e dará ciência à Controladoria-Geral da União. Em sequencia, ao tomar conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade, dela dará ciência aos órgãos de controle e, havendo fundada suspeita de crime ou de improbidade JUDICIÁRIA, cientificará o Ministério Público. Professor e quais são essas atribuições dadas ao convenente? 9 Encaminhar à concedente suas propostas, na forma e prazos estabelecidos; 9 Definir por etapa/fase a forma de execução, direta ou indireta, do objeto conveniado; 9 Elaborar os projetos técnicos relacionados ao objeto pactuado, reunir toda documentação jurídica e institucional necessária à celebração do convênio, de acordo com os normativos do programa, bem como apresentar documentos de titularidade dominial da área de intervenção, licenças e aprovações de projetos emitidos pelo órgão ambiental competente, órgão ou entidade da esfera municipal, estadual, do Distrito Federal ou federal e concessionárias de serviços públicos, conforme o caso, e nos termosda legislação aplicável; 9 Executar e fiscalizar os trabalhos necessários à consecução do objeto pactuado no convênio, observando prazos e custos, designando profissional Responsabilidade Técnica - ART; Direito Administrativo ʹ TREPE ʹ Técnico. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 14 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 20 de 130 Twitter: @danielmqtdanielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita 9 Exercer, na qualidade de contratante, a fiscalização sobre o contrato administrativo de execução ou fornecimento - CTEF; A fiscalização que deve ser exercida pelo convenente é a prevista na Lei nº 8.666, de 1993, com a finalidade de verificar o cumprimento das disposições contratuais, técnicas e JUDICIÁRIAs em todos os seus aspectos. Para que essa fiscalização seja possível, o convenente deverá: a) Manter profissional ou equipe de fiscalização constituída de profissionais habilitados e com experiência necessária ao acompanhamento e controle das obras e serviços; b) Apresentar ao concedente a Anotação de Responsabilidade Técnica - ART da prestação de serviços de fiscalização a serem realizados, quando se tratar de obras e serviços de engenharia; e c) Verificar se os materiais aplicados e os serviços realizados atendem os requisitos de qualidade estabelecidos pelas especificações técnicas dos projetos de engenharia aprovados; 9 Assegurar, na sua integralidade, a qualidade técnica dos projetos e da execução dos produtos e serviços conveniados; 9 Selecionar as áreas de intervenção e os beneficiários finais em conformidade com as diretrizes estabelecidas pela concedente, podendo estabelecer outras que busquem refletir situações de vulnerabilidade econômica e social, informando a concedente sempre que houver alterações; Perceba que pode sim haver a alteração dos beneficiários finais pelo convenente, desde que o concedente seja informado das modificações. 9 Realizar, sob sua inteira responsabilidade, o processo licitatório nos termos da Lei nº 8.666, de 1993, e demais normas pertinentes à matéria, assegurando a correção dos procedimentos legais, a suficiência do projeto básico, da planilha orçamentária discriminativa do percentual de Bonificação e Despesas Indiretas - BDI utilizado e o respectivo detalhamento de sua composição, por item de orçamento ou Direito Administrativo ʹ TREPE ʹ Técnico. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 14 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 21 de 130 Twitter: @danielmqtdanielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita conjunto deles, e a disponibilidade de contrapartida, quando for o caso, sempre que optar pela execução indireta de obras e serviços, ressalvada a exceção contida no art. 57 desta Portaria. Perceba que não há licitação para que o concedente escolha a entidade convenente, mas para que o convenente gaste o dinheiro recebido por meio de convênio ele deve realizar licitação, nos termos da Lei n. 8666/93. Em outras palavras: se o município de Apucarana celebra convênio com a União e recebe R$ 1 milhão para construir uma estação de tratamento de água, não haverá licitação prévia para que a União escolha o município de Apucarana, mas quando este município estiver realizando o objeto do convênio e for contratar a empresa que executará a obra, ele deve realizar o procedimento licitatório e seguir a Lei 8.666/93. 9 Estimular a participação dos beneficiários finais na elaboração e implementação do objeto do convênio, bem como na manutenção do patrimônio gerado por estes investimentos; 9 No caso dos entes municipais e do Distrito Federal, notificar os partidos políticos, os sindicatos de trabalhadores e as entidades empresariais com sede no município ou Distrito Federal quando ocorrer a liberação de recursos financeiros pelo concedente, como forma de incrementar o controle social, em conformidade com a Lei nº 9.452, de 1997, facultada a notificação por meio eletrônico; 9 Operar, manter e conservar adequadamente o patrimônio público gerado pelos investimentos decorrentes do convênio, após a execução do convênio; 9 Prestar contas dos recursos transferidos pela concedente destinados à consecução do objeto do convênio; 9 Fornecer à concedente, a qualquer tempo, informações sobre as ações desenvolvidas para viabilizar o acompanhamento e avaliação do processo; Direito Administrativo ʹ TREPE ʹ Técnico. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 14 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 23 de 130 Twitter: @danielmqtdanielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita atividades mediante a divulgação de atos normativos e orientações. (2) Convenente ( ) Definir por etapa/fase a forma de execução do objeto conveniado. ( ) Exercer, na qualidade de contratante, a fiscalização sobre o contrato administrativo de execução ou fornecimento ± CTEF ( ) Monitoramento, acompanhamento e fiscalização do convênio. ( ) Avaliação da Execução e dos resultados do convênio. As colunas acima trazem uma série de atribuições decorrentes das normas estampadas na Portaria MP/MF/ CGU n. 507/2011 e a relação dos partícipes incumbidos de tais atribuições. Correlacione as colunas para, ao final, assinalar a opção que contenha a sequência correta para a coluna II. a) 1 / 2 / 1 / 2 / 2 b) 2 / 2 / 2 / 1 / 1 c) 1 / 2 / 2 / 1 / 1 d) 1 / 1 / 2 / 1 / 2 Direito Administrativo ʹ TREPE ʹ Técnico. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 14 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 24 de 130 Twitter: @danielmqtdanielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita e) 2 / 1 / 1 / 2 / 1 Conforme a portaria 507/2011, em seus artigos 5º e 6º, são competência do convenente e do concedente: Art. 5º Ao concedente caberá promover: I - a gestão dos programas, projetos e atividades, mediante: a) monitoramento, acompanhamento e fiscalização do convênio, além da avaliação da execução e dos resultados; II - a operacionalização da execução dos programas, projetos e atividades, mediante: a) divulgação de atos normativos e orientações aos convenentes; Art. 6º Ao convenente compete: II - definir por etapa/fase a forma de execução, direta ou indireta, do objeto conveniado; IX - exercer, na qualidade de contratante, a fiscalização sobre o contrato administrativo de execução ou fornecimento ± CTEF *DEDULWR��/HWUD�³F´� 2.1.3. Chamamento público Para a celebração dos instrumentos regulados pela Portaria Interministerial 507 com entes públicos, o órgão ou entidade da Administração Pública Federal poderá, com vista a selecionar projetos e órgãos ou entidades públicas que tornem mais eficaz a execução do objeto, realizar chamamento público no SICONV, que deverá conter, no mínimo: Direito Administrativo ʹ TREPE ʹ Técnico. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 14 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 25 de 130 Twitter: @danielmqtdanielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita a) A descrição dos programas a serem executados de forma descentralizada; e b) Os critérios objetivos para a seleção do convenente ou contratado, com base nas diretrizes e nos objetivos dos respectivos programas. Preste atenção��HVVH�³SRGHUi´�YDOH�TXDQGR�R�DMXVWH�VHUi�Felebrado comórgão ou entidade pública. Agora vamos falar dos convênios e contratos de repasse com entidades privadas sem fins lucrativos. Aqui surge a seguinte pergunta: Professor, eu aprendi que a Administração deve se guiar pelo princípio da impessoalidade. Estou vendo nesta aula que o poder público pode celebrar convênios ou contratos de repasse com empresas privadas sem fins lucrativos. Como é que a Administração observará o princípio da impessoalidade na hora de celebrar convênios com essas entidades? Vamos lá! Para que haja a observância do princípio da impessoalidade, o Decreto nº 6.170/07 determina a realização de um chamamento público ou um concurso de projetos prévio, visando à seleção de projetos ou entidades que tornem mais eficaz o objeto do ajuste, ou seja, o órgão concedente deve realizar um procedimento prévio para analisar qual projeto ou entidade privada vai executar melhor o objeto do convênio. A esse chamamento público deverá ser dada publicidade pelo prazo mínimo de 15 (quinze) dias, especialmente por intermédio da divulgação na primeira página do sítio oficial do órgão ou entidade concedente, bem como no Portal dos Convênios. O Decreto nº 6.170/07 determina que o chamamento público estabeleça critérios objetivos para selecionar a entidade sem fins lucrativos que tenha qualificação técnica e capacidade operacional para a gestão do convênio. Em razão disso, a Portaria Interministerial nº 507 trouxe o seguinte comando: Direito Administrativo ʹ TREPE ʹ Técnico. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 14 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 27 de 130 Twitter: @danielmqtdanielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita máximo de cento e oitenta dias consecutivos e ininterruptos, contados da ocorrência da emergência ou calamidade, vedada a prorrogação da vigência do instrumento; x para a realização de programas de proteção a pessoas ameaçadas ou em situação que possa comprometer sua segurança; ou x nos casos em que o projeto, atividade ou serviço objeto do convênio ou contrato de repasse já seja realizado adequadamente mediante parceria com a mesma entidade há pelo menos cinco anos e cujas respectivas prestações de contas tenham sido devidamente aprovadas. Para que fique mais claro pra você, poderá ser dispensado o chamamento público em casos de emergência ou calamidade pública, para programas de proteção a pessoas ameaçadas e quando o objeto do convênio já esteja sendo realizado adequadamente com a mesma entidade há pelo menos 5 anos. Para que você se familiarize com esse tema, nesse link você encontra um exemplo de edital de chamamento público: https://www.convenios.gov.br/siconv/ListarChamamentoPublico/Lis taDeChamamentoVerAnexos.do?idPrograma=21738 2.1.4. Protocolo de intenções O protocolo de intenções nada mais é do que instrumento com objetivo de reunir vários programas e ações federais a serem executados de forma descentralizada (ou seja, por meio de convênios, contratos de repasse etc), devendo o objeto desses programas ser descrito detalhada e objetivamente, com todas as atividades a serem realizadas com os recursos federais. Direito Administrativo ʹ TREPE ʹ Técnico. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 14 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 28 de 130 Twitter: @danielmqtdanielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita Os órgãos e entidades da administração pública federal que decidirem implementar programas em um único objeto deverão formalizar protocolo de intenções, que conterá, entre outras, as seguintes cláusulas: 1. Descrição detalhada do objeto, indicando os programas por ele abrangidos; 2. Indicação do concedente responsável pelo protocolo; 3. O montante dos recursos que cada órgão ou entidade irá repassar; 4. Definição das responsabilidades dos partícipes, inclusive quanto ao acompanhamento e fiscalização na forma prevista nesta Portaria; e 5. A duração do ajuste. 2.1.5. Consórcios públicos Os consórcios públicos são constituídos por entidades políticas (União, Estados, DF e Municípios), nos moldes da Lei n. 11.107/05. Esses entes se unem para constituir uma pessoa jurídica com personalidade jurídica própria, para promover a gestão associada de serviços públicos. O ente criado (o consórcio público) pode ter personalidade jurídica de direito público (no caso de constituir associação pública, atendendo a lei interna de cada entidade pública que constitui o consórcio) ou de direito privado (atendendo aos requisitos da legislação civil). Para o regramento dos convênios e contratos de repasse, os consórcios públicos têm preferência. Isso porque, a Portaria Interministerial 507 determina que os órgãos e entidades da Administração Pública Federal deverão dar preferência às transferências voluntárias para Estados, Distrito Federal e Municípios cujas ações sejam desenvolvidas por intermédio de consórcios públicos. Direito Administrativo ʹ TREPE ʹ Técnico. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 14 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 29 de 130 Twitter: @danielmqtdanielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita Contudo, a simples celebração de um consórcio não revoga as exigências da entidade convenente para a celebração de um convênio. Pelo contrário. Para que haja a celebração do convênio com consórcio público para a transferência de recursos da União, todos os entes consorciados devem atender às exigências legais aplicáveis. Se um dos entes consorciados não estiver com sua situação regular, não será celebrado o convênio ou contrato de repasse com o consórcio. Essa é a situação I. Por outro lado, numa situação II, é possível que apenas um Estado ou um Município seja o convenente e que o objeto do convênio seja executado por meio de consórcio público do qual faça parte esse Estado ou Município. Nesse caso,o Estado ou o Município é o convenente e o convênio indica o consórcio público, que tem personalidade jurídica própria, como responsável pela execução, sem prejuízo das responsabilidades dos convenentes. Você percebeu a diferença: na situação I, o convênio é celebrado entre a União e o consórcio (que tem personalidade jurídica própria e é formado por Estados e/ou municípios). Na situação II, o convênio é celebrado entre a União e o Estado/Município, mas no convênio é indicado o consórcio como responsável pela execução do objeto do ajuste. 2.1.6. Credenciamento, proposta de trabalho e cadastramento Para apresentar proposta de trabalho com vistas a celebrar um convênio, o interessado deverá estar credenciado no SICONV. O credenciamento será realizado diretamente no SICONV e conterá, no mínimo, as seguintes informações: I - nome, endereço da sede, endereço eletrônico e número de inscrição no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas - CNPJ, bem como Direito Administrativo ʹ TREPE ʹ Técnico. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 14 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 30 de 130 Twitter: @danielmqtdanielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita endereço residencial do responsável que assinará o instrumento, quando se tratar de instituições públicas; e II - razão social, endereço, endereço eletrônico, número de inscrição no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas - CNPJ, transcrição do objeto social da entidade atualizado,relação nominal atualizada dos dirigentes da entidade, com endereço, número e órgão expedidor da carteira de identidade e CPF de cada um deles, quando se tratar das entidades privadas sem fins lucrativos. O proponente credenciado manifestará seu interesse em celebrar convênios ou contratos de repasse mediante apresentação de proposta de trabalho no SICONV, em conformidade com o programa e com as diretrizes disponíveis no sistema, que conterá, no mínimo: Descrição do objeto a ser executado; Justificativa contendo a caracterização dos interesses recíprocos, a relação entre a proposta apresentada e os objetivos e diretrizes do programa federal e a indicação do público alvo, do problema a ser resolvido e dos resultados esperados; Estimativa dos recursos financeiros, discriminando o repasse a ser realizado pelo concedente e a contrapartida prevista para o proponente, especificando o valor de cada parcela e do montante de todos os recursos, na forma estabelecida em lei; Previsão de prazo para a execução; e Informações relativas à capacidade técnica e gerencial do proponente para execução do objeto. Perceba que os requisitos não são muitos nem tampouco detalhados. e� QHFHVViULR� DSHQDV� ³GHVFULomR´�� ³MXVWLILFDWLYD´�� ³HVWLPDWLYD´� H� ³SUHYLVmR´��,VVR�SRUTXH��QD�SURSRVWD�GH�WUDEDOKR��R�yUJmR��HQWLGDGH�RX� pessoa privada sem fins lucrativos apenas manifesta interesse em firmar um convênio ou contrato de repasse com a União. Direito Administrativo ʹ TREPE ʹ Técnico. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 14 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 31 de 130 Twitter: @danielmqtdanielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita 9RFr� SHUFHEHUi� TXH� R� ³3ODQR� GH� 7UDEDOKR´� WUD]� UHTXLVitos mais específicos e detalhados, pois na fase do plano de trabalho o convênio já recebeu o aceite do concedente. Recebida a proposta de trabalho no SICONV, o concedente (que liberará os recursos) promoverá a análise da proposta e pode aceitá-la ou recusá-la. No caso de aceitação, o concedente realizará o pré-empenhoe informará ao proponente das exigências e pendências verificadas. O convenente, por outro lado, deverá atender as exigências para efetivação do cadastro e incluirá o Plano de Trabalho no SICONV. No caso de recusa do plano de trabalho, o concedente registrará o indeferimento no SICONV e comunicará ao proponente o indeferimento da proposta. Aqui passamos a trilhar o caminho após o credenciamento, a apresentação da proposta de trabalho e a aceitação. O próximo passo para o interessado credenciado que recebeu a aceitação de sua proposta de trabalho é o seu cadastramento. O cadastramento dos proponentes que compõem a Administração Pública será realizado perante o próprio concedente ou nas unidades cadastradoras do Sistema de Cadastro Unificado de Fornecedores ± SICAF. A validade do cadastramento é de um ano. Para a realização do cadastramento das entidades privadas sem fins lucrativos será exigido: I - cópia do estatuto ou contrato social registrado no cartório competente e suas alterações; II - relação nominal atualizada dos dirigentes da entidade, com Cadastro de Pessoas Físicas - CPF; III - declaração do dirigente máximo da entidade acerca da inexistência de dívida com o Poder Público e de inscrição nos bancos de dados públicos ou privados de proteção ao crédito; Direito Administrativo ʹ TREPE ʹ Técnico. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 14 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 32 de 130 Twitter: @danielmqtdanielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita IV - declaração da autoridade máxima da entidade informando que nenhuma das pessoas relacionadas relação nominal atualizada dos dirigentes da entidade é agente político de Poder ou do Ministério Público, tanto quanto dirigente de órgão ou entidade da administração pública, de qualquer esfera governamental, ou respectivo cônjuge ou companheiro, bem como parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o segundo grau; V - prova de inscrição da entidade no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas - CNPJ pelo prazo mínimo de 3 (três) anos, quando vier a celebrar o instrumento; VI - prova de regularidade com as Fazendas Federal, Estadual, do Distrito Federal e Municipal e com o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS, na forma da lei; e VII - comprovante do exercício nos últimos 3 (três) anos, pela entidade privada sem fins lucrativos, de atividades referentes à matéria objeto do convênio ou contrato de repasse que pretenda celebrar com órgãos e entidades da administração pública federal. A comprovação deverá ser aprovada pelo órgão ou entidade da administração pública federal responsável pela matéria objeto do convênio ou contrato de repasse que se pretenda celebrar. Os órgãos e entidades da administração pública federal deverão registrar e manter atualizada no SICONV relação de todas as entidades privadas sem fins lucrativos aptas a receber transferências voluntárias de recursos por meio de convênios e termos de parceria. Serão consideradas aptas as entidades privadas sem fins lucrativos cujas exigências previstas no cadastramento tenham sido aprovadas pelo órgão ou entidade da administração pública federal. As informações prestadas no credenciamento e no cadastramento devem ser atualizadas pelo convenente até que sejam exauridas todas as obrigações referentes ao convênio. Direito Administrativo ʹ TREPE ʹ Técnico. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 14 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 33 de 130 Twitter: @danielmqtdanielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita 2.1.7. Contrapartida Você que é um aluno antenado, observou que na proposta de WUDEDOKR�GHYH�FRQVWDU�D�³FRQWUDSDUWLGD�SUHYLVWD�SDUD�R�SURSRQHQWH´� O que é isso professor? Não é o concedente que arruma todo o dinheiro para a execução da obra, serviço ou a compra do bem? Não, meus caros, o concedente entra com a maior parte dos recursos, mas os convênios também podem prever investimentos por parte do concedente. É a famosa contrapartida. Na Portaria Interministerial nº 507, a contrapartida não é obrigatória. A contrapartida, quando houver, poderá ser prestada atendida por meio de recursos financeiros ($) ou até mesmo por meio de bens (p. ex: imóvel de propriedade do município convenente) ou serviços, se economicamente mensuráveis (p. ex: instalação, pelo convenente, de rede elétrica rural em programa de eletrificação da União). Quando financeira, a contrapartida deverá ser depositada na conta bancária específica do convênio em conformidade com os prazos estabelecidos no cronograma de desembolso. Devendo ser comprovada por meio de previsão orçamentária. A contrapartida por meio de bens e serviços deve ter a sua aceitação pelo concedente fundamentada e deve ser economicamente mensurável. 2.1.8. Plano de trabalho Após o credenciamento, a apresentação da proposta de trabalho, a aceitação e paralelamente ao cadastramento, o convenente deve encaminhar ao concedente (ex: Ministério das Cidades, Ministério da Saúde, FUNASA, FUNAI, INCRA etc.) um plano de trabalho. Esse plano de trabalho deverá ter as seguintes informações: x Razões que justifiquem a celebração do convênio; Direito Administrativo ʹ TREPE ʹ Técnico. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 14 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br34 de 130 Twitter: @danielmqtdanielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita x Descrição completa do objeto a ser executado; x Descrição das metas a serem atingidas;; x Definição das etapas ou fases da execução; x Plano de aplicação dos recursos a serem desembolsados pelo concedente e a contrapartida financeira do proponente, se for o caso. x Cronograma de execução do objeto e cronograma de desembolso. Perceba que todos os elementos do Plano de Trabalho estão relacionados à efetiva execução do objeto do convênio. Mas, atenção, nesse momento ainda não há convênio celebrado, há apenas a edição de um documento que especifica como será executado o convênio caso ele seja celebrado. O Plano de Trabalho será analisado quanto à sua viabilidade e adequação aos objetivos do programa e, no caso das entidades privadas sem fins lucrativos, será avaliada sua qualificação técnica e capacidade operacional para gestão do instrumento, de acordo com critérios estabelecidos pelo órgão ou entidade repassador de recursos. Se houver impropriedade no Plano de Trabalho, o proponente deve ser comunicado para que possa corrigir a inconsistência no prazo previamente assinalado pelo concedente. Se o proponente não observar o prazo, deve ser considerado que o mesmo desistiu do processo. É possível a realização de ajustes no projeto de execução do objeto do convênio ao longo de sua execução, uma vez que, numa obra, podem advir fatos imprevistos. Nessa hipótese, os ajustes realizados durante a execução do objeto integrarão o Plano de Trabalho, desde que submetidos e aprovados previamente pela autoridade competente. Outro documento indispensável que o pretenso convenente deve elaborar antes da efetiva celebração do convênio é o projeto básico ou o termo de referência. Direito Administrativo ʹ TREPE ʹ Técnico. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 14 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 35 de 130 Twitter: @danielmqtdanielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita Vimos no início de nossa aula que o projeto básico é o conjunto de elementos necessários e suficientes, com nível de precisão adequado, para caracterizar a obra ou serviço, ou complexo de obras ou serviços, elaborado com base nas indicações dos estudos técnicos preliminares, que assegurem a viabilidade técnica e o adequado tratamento do impacto ambiental do empreendimento, e que possibilite a avaliação docusto da obra ou serviço de engenharia e a definição dos métodos e do prazo de execução. O termo de referência, por outro lado, é o documento apresentado quando o objeto do convênio, contrato de repasse ou termo de cooperação envolver aquisição de bens ou prestação de serviços, que deverá conter elementos capazes de propiciar a avaliação do custo pela Administração, diante de orçamento detalhado, considerando os preços praticados no mercado da região onde será executado o objeto, a definição dos métodos e o prazo de execução do objeto. Veja que a Portaria fala em projeto básico quando o objeto do convênio é uma obra ou um serviço de engenharia, que demandam estudos técnicos para a análise da viabilidade técnica e dos custos, e que fala em termo de referência quando o objeto envolver aquisição de bens ou prestação de serviços simples, de fácil avaliação dos custos por meio de orçamentos detalhados. ATENÇÃO!!! A regra, como vimos, é que o projeto básico ou o termo de referência sejam apresentados antes da celebração do convênio, mas a Portaria admite a sua exigência posterior à celebração, desde que a liberação da primeira parcela dos recursos seja condicionada à apresentação do projeto básico ou do termo de referência. Nessa hipótese, o projeto básico ou o termo de referência deverá ser apresentado no prazo fixado no instrumento de convênio, prorrogável uma única vez por igual período, a contar da data da celebração, conforme a complexidade do objeto. Esse prazo, contudo, não pode passar de 18 meses da celebração, já considerada a prorrogação. Direito Administrativo ʹ TREPE ʹ Técnico. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 14 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 36 de 130 Twitter: @danielmqtdanielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita OUTRA ATENÇÃO! Interessante notar que, muito embora a liberação dos recursos esteja condicionada à apresentação do projeto básico, a Portaria autoriza, em seu art. 37, § 7º, a liberação de recurso em montante específico para custear a elaboração do projeto básico ou termo de referência, desde que esse custo esteja previsto no Plano de Trabalho. OUTRA ATENÇÃO!!! Não é sempre que o projeto básico ou o termo de referência é exigido como condição para a celebração de um convênio. Ele pode ser dispensado nos casos em que o objeto é padronizado. Mas quem vai autorizar essa dispensa é a autoridade competente do concedente, em despacho motivado. Por fim, quanto à esse ponto, vale destacar que os vícios sanáveis do projeto básico serão comunicados ao convenente, que deverá saná- los no prazo estabelecido pelo concedente. Se não respeitado esse prazo ou se o projeto básico ou o termo de referência não for aprovado, considera-se extinto o convênio. 2.1.9. Composição de preços A Portaria Interministerial 507/11 trouxe um capítulo específico para tratar da composição do preço para a contratação de obras e serviços de engenharia executados com recursos do orçamento da União. Isso porque, a elaboração do projeto básico, como vimos acima, fica por conta da entidade convenente, ou seja, da entidade que receberá os recursos e executará a obra ou o serviço de engenharia com o dinheiro da União. Assim, diante de sua distância do planejamento e da execução da obra, a Portaria resolveu instituir um critério de aceitabilidade e de precificação das obras inseridas em propostas de trabalhos apresentadas pelos interessados em se tornarem convenente. Direito Administrativo ʹ TREPE ʹ Técnico. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 14 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 37 de 130 Twitter: @danielmqtdanielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita De todas as regras complexas desse capítulo da Portaria, que escapam do conhecimento do operador do direito e se inserem na seara da contabilidade e da engenharia, você deve ter em mente as seguintes regras: x O custo global orçado pelo convenente não poderá ultrapassar o custo global de referência; x O preço de referência é o parâmetro de admissibilidade do concedente para aprovação do preço orçado e do contratado. x O custo de referência será obtido a partir de composições de custos unitários, previstas no projeto, menores ou iguais à mediana de seus correspondentes no Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil - SINAPI, mantido e divulgado, na internet, pela Caixa Econômica Federal, e, no caso de obras e serviços rodoviários, à tabela do Sistema de Custos de Obras Rodoviárias - SICRO. Uma IMPORTANTE regra escondida nesse tópico da Portaria não pode passar desapercebido por você. A situação normal, que ocorre ordinariamente é a seguinte. O município B deseja construir uma escola e não tem dinheiro. Ela então busca a União para celebrar um convênio. Após o cumprimento de todas as formalidades que estamos estudando hoje, o município B assina o convênio e recebe o repasse da União. Com o dinheiro na mão, o município B abre uma licitaçãopara a execução da obra da construção da escola. Para regular essa situação normal, a Portaria afirma, em seu art. 35, que os editais de licitação para consecução do objeto conveniado somente poderão ser publicados no Diário Oficial da União após a assinatura do respectivo convênio e aprovação do projeto técnico pelo concedente. Contudo, aqui é que o seu concorrente vai escorregar, a Portaria prevê, em seu art. 36, que poderá ser aceita licitação realizada Direito Administrativo ʹ TREPE ʹ Técnico. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 14 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 43 de 130 Twitter: @danielmqtdanielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita financeiros. A liberação destes deve seguir, rigorosamente, o cronograma de desembolso previsto no convênio. Outra regra que destacamos dos parágrafos do art. 38 é a que define não ser aplicável aos convênios celebrados com entidades privadas sem fins lucrativos, as seguintes exigências: 9 Demonstração do exercício da Plena Competência Tributária; 9 Regularidade Previdenciária; 9 regularidade quanto à Prestação de Contas de Recursos Federais Recebidos Anteriormente, mediante consulta (a) ao Subsistema TRANSFERÊNCIAS do Sistema de Administração Financeira do Governo Federal - SIAFI, e (b) ao SICONV; 9 regularidade em relação à Adimplência Financeira em Empréstimos e Financiamentos concedidos pela União; 9 aplicação mínima de recursos na área da Educação; 9 aplicação mínima de recursos na área da Saúde; 9 publicação do Relatório de Gestão Fiscal - RGF, no prazo de até 30 dias após o encerramento de cada quadrimestre ou semestre, a ser apresentado a gestor de órgão ou entidade concedente; 9 inexistência de vedação ao recebimento de transferência voluntária por descumprimento dos seguintes limites da Lei de Responsabilidade Fiscal; 9 encaminhamento das Contas Anuais (Demonstrativos Contábeis citados na Lei nº 4.320, de 17 de março de 1964), para a consolidação das contas dos Entes da Federação relativas ao exercício anterior. Uma outra importante regra do art. 38 é a que define ser condição para a celebração de convênios, a existência de dotação orçamentária específica no orçamento do concedente, a qual deverá ser evidenciada no instrumento, indicando-se a respectiva nota de empenho. Direito Administrativo ʹ TREPE ʹ Técnico. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 14 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 44 de 130 Twitter: @danielmqtdanielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita Mas as exigências para a celebração de um convênio não param por aí. Você pensou que ia ser fácil a União distribuir bilhões de reais sem um controle? Nada disso, o art. 39 da Portaria Interministerial nº 507 ainda prevê que, para a celebração do convênio é necessário: 1. Cadastro do convenente atualizado no SICONV - Portal de Convênios no momento da celebração (já vimos); 2. Plano de Trabalho aprovado (já vimos); 3. Licença ambiental prévia, quando o convênio envolver obras, instalações ou serviços que exijam estudos ambientais, na forma disciplinada pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA; e 4. Comprovação do exercício pleno dos poderes inerentes à propriedade do imóvel, mediante certidão emitida pelo cartório de registro de imóveis competente, quando o convênio tiver por objeto a execução de obras ou benfeitorias no imóvel (já vimos); Ocorre que, com relação ao número 4, muitas vezes o convenente não tem a certidão que comprove o pleno exercício dos poderes inerentes à propriedade do imóvel onde será executada a obra objeto do convênio. Nessa hipótese, o que fazer? Ciente dessa dificuldade, a Portaria autorizou a apresentação de outros documentos. Poderá ser aceita declaração do Chefe do Poder Executivo, sob as penas do art. 299 do Código Penal, de que o convenente é detentor da posse da área objeto da intervenção, quando se tratar de área pública, devendo a regularização formal da propriedade ser comprovada até o final da execução do objeto do convênio. Outra hipótese autorizada pela Portaria para substituir a certidão de propriedade é, em razão do interesse público ou social e condicionada à garantia subjacente de uso pelo prazo mínimo de 20 (vinte) anos, a apresentação do seguinte: Direito Administrativo ʹ TREPE ʹ Técnico. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 14 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 45 de 130 Twitter: @danielmqtdanielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita I - comprovação de ocupação regular de imóvel: a) em área desapropriada por Estado, por Município, pelo Distrito Federal ou pela União, com sentença transitada em julgado no processo de desapropriação; b) em área devoluta; c) recebido em doação: d) que, embora ainda não haja sido devidamente consignado no cartório de registro de imóveis competente, pertence a Estado que se instalou em decorrência da transformação de Território Federal, ou mesmo a qualquer de seus Municípios, por força de mandamento constitucional ou legal; e) pertencente a outro ente público que não o proponente, desde que a intervenção esteja autorizada pelo proprietário, por meio de ato do chefe do poder executivo ou titular do órgão detentor de delegação para tanto; f) que, independentemente da sua dominialidade, esteja o imóvel inserido em Zona Especial de Interesse Social ± ZEIS; g) objeto de sentença favorável aos ocupantes, transitada em julgado, proferida em ação judicial de usucapião ou concessão de uso especial para fins de moradia; e h) tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - IPHAN, desde que haja aquiescência do Instituto. II - contrato ou compromisso irretratável e irrevogável de constituição de direito real sobre o imóvel, na forma de cessão de uso, concessão de direito real de uso,concessão de uso especial para fins de moradia, aforamento ou direito de superfície; ou III ± comprovação de ocupação da área objeto do convênio: a) por comunidade remanescente de quilombos, b) por comunidade indígena, mediante documento expedido pela Fundação Nacional do Índio - FUNAI. Direito Administrativo ʹ TREPE ʹ Técnico. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 14 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 46 de 130 Twitter: @danielmqtdanielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita Uma informação para você não esquecer: Será obrigatória a estipulação do destino a ser dado aos bens remanescentes do convênio. E o que vem a ser bens remanescentes? São aqueles equipamentos e materiais permanentes adquiridos com recursos do convênio necessários à consecução do objeto, mas que não se incorporam a este. 2.1.11. Formalização do instrumento Vamos falar agora da formalização do instrumento, ou seja, das cláusulas que devem ter no termo de convênio. O preâmbulo do instrumento conterá a numeração sequencial no SICONV. O teor do instrumento deverá conter as seguintes cláusulas: o objeto e seus elementos característicos, em consonância com o Plano de Trabalho, que integrará o termo celebrado independentemente de transcrição; as obrigações de cada um dos partícipes; a contrapartida, quando couber, e a forma de sua aferição quando atendida por meio de bens e serviços; as obrigações do interveniente, quando houver; a vigência,fixada de acordo com o prazo previsto para a consecução do objeto e em função das metas estabelecidas; a obrigação de o concedente prorrogar "de ofício" a vigência do instrumento antes do seu término, quando der causa a atraso na liberação dos recursos, limitada a prorrogação ao exato período do atraso verificado; a prerrogativa do órgão ou entidade transferidor dos recursos financeiros assumir ou transferir a responsabilidade pela execução do Direito Administrativo ʹ TREPE ʹ Técnico. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 14 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 47 de 130 Twitter: @danielmqtdanielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita objeto, no caso de paralisação ou da ocorrência de fato relevante, de modo a evitar sua descontinuidade; a classificação orçamentária da despesa, mencionando se o número e data da Nota de Empenho ou Nota de Movimentação de Crédito e declaração de que, em termos aditivos, indicar-se-ão os créditos e empenhos para sua cobertura, de cada parcela da despesa a ser transferida em exercício futuro; o cronograma de desembolso conforme o Plano de Trabalho, incluindo os recursos da contrapartida pactuada, quando houver; a obrigatoriedade de o convenente ou contratado incluir regularmente no SICONV as informações e os documentos exigidos por esta Portaria, mantendo-o atualizado; a obrigatoriedade de restituição de recursos, nos casos previstos nesta Portaria; no caso de órgão ou entidade pública, a informação de que os recursos para atender às despesas em exercícios futuros, no caso de investimento, estão consignados no plano plurianual ou em prévia lei que os autorize; a obrigação do convenente de manter e movimentar os recursos na conta bancária específica do convênio ou contrato de repasse em instituição financeira controlada pela União, quando não integrante da conta única do Governo Federal; a definição, se for o caso, do direito de propriedade dos bens remanescentes na data da conclusão ou extinção do instrumento, que, em razão deste, tenham sido adquiridos, produzidos, transformados ou construídos, respeitado o disposto na legislação pertinente; a forma pela qual a execução física do objeto será acompanhada pelo concedente, inclusive com a indicação dos recursos humanos e tecnológicos que serão empregados na atividade ou, se for o caso, a indicação da participação de órgãos ou entidades previstos no § 2° do art. 67 desta Portaria; Direito Administrativo ʹ TREPE ʹ Técnico. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 14 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 48 de 130 Twitter: @danielmqtdanielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita O livre acesso dos servidores dos órgãos ou entidades públicas concedentes e os do controle interno do Poder Executivo Federal, bem como do Tribunal de Contas da União aos processos, documentos, informações referentes aos instrumentos de transferências regulamentados por esta Portaria, bem como aos locais de execução do objeto; a faculdade dos partícipes rescindirem o instrumento, a qualquer tempo; a previsão de extinção obrigatória do instrumento em caso de o Projeto Básico não ter sido aprovado ou apresentado no prazo estabelecido, quando for o caso; A indicação do foro para dirimir as dúvidas decorrentes da execução dos convênios, contratos ou instrumentos congêneres, estabelecendo a obrigatoriedade da prévia tentativa de solução JUDICIÁRIA com a participação da Advocacia-Geral da União, em caso de os partícipes serem da esfera federal, administração direta ou indireta, nos termos do art. 11 da Medida Provisória nº 2.180-35, de 24 de agosto de 2001; A obrigação de o convenente ou o contratado inserir cláusula nos contratos celebrados para execução do convênio ou contrato de repasse que permitam o livre acesso dos servidores dos órgãos ou entidades públicas concedentes, bem como dos órgãos de controle, aos documentos e registros contábeis das empresas contratadas, na forma do art. 56 desta Portaria; A sujeição do convênio ou contrato de repasse e sua execução às normas do Decreto nº 6.170, de 25 de julho de 2007, bem como do Decreto nº 93.872, de 23 de dezembro de 1986, e a esta Portaria; A previsão de, na ocorrência de cancelamento de Restos a Pagar, que o quantitativo possa ser reduzido até a etapa que apresente funcionalidade; Direito Administrativo ʹ TREPE ʹ Técnico. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 14 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 49 de 130 Twitter: @danielmqtdanielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita A forma de liberação dos recursos ou desbloqueio, quando se tratar de contrato de repasse; A obrigação de prestar contas dos recursos recebidos no SICONV; O bloqueio de recursos na conta corrente vinculada, quando se tratar de contrato de repasse; A responsabilidade solidária dos entes consorciados, nos instrumentos que envolvam consórcio público; e O prazo para apresentação da prestação de contas. A celebração do convênio será precedida de análise e manifestação conclusiva pelos setores técnico e jurídico do órgão ou da entidade concedente, segundo suas respectivas competências, quanto ao atendimento das exigências formais, legais e constantes desta Portaria. Assinarão, obrigatoriamente, o convênio ou contrato de repasse os partícipes e o interveniente, se houver. Os convênios com entidades privadas sem fins lucrativos deverão ser assinados pelo Ministro de Estado ou pelo dirigente máximo da entidade da administração pública federal concedente, essas autoridades não poderão delegar a competência de suas assinaturas. Uma observação foi feita: A eficácia de convênios, acordos, ajustes ou instrumentos congêneres fica condicionada à publicação do respectivo extrato no Diário Oficial da União, que será providenciada pelo concedente, no prazo de até 20 (vinte) dias a contar de sua assinatura.Somente deverão ser publicados no Diário Oficial da União os extratos dos aditivos que alterem o valor ou ampliem a execução do objeto, vedada a alteração da sua natureza, quando houver, respeitado o prazo de 20 dias. Aos atos de celebração, alteração, liberação de recursos, acompanhamento e fiscalização da execução e a prestação de contas dos convênios será dada publicidade em sítio eletrônico específico denominado Portal dos Convênios. Direito Administrativo ʹ TREPE ʹ Técnico. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 14 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 52 de 130 Twitter: @danielmqtdanielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita Internet poderá ser suprida com a inserção de link na página oficial do órgão ou entidade convenente que possibilite acesso direito ao Portal de Convênios. 2.1.13. Da liberação dos recursos A liberação de recursos obedecerá ao cronograma de desembolso previsto no Plano de Trabalho e guardará consonância com as metas e fases ou etapas de execução do objeto do instrumento. Muito cuidado para o disposto no art. 55 da Portaria Interministerial nº 507/11, para recebimento de cada uma das parcelas dos recursos, o convenente deverá: x comprovar o cumprimento da contrapartida pactuada; x atender às exigências para contratação e pagamento previstas nos arts. 56 a 64 da Portaria que, em suma, exigem cotação prévia de preços por meio doSICONV para as convenentes pessoas jurídicas de direito privado sem fins lucrativos e a observância das Leis nºs 10.520/02 (aquisição de bens comuns) e 8.666/93 para as convenentes da Administração Pública; e x estar em situação regular com a execução do Plano de Trabalho. Os recursos serão depositados e geridos na conta bancária específica do convênio exclusivamente em instituições financeiras controladas pela União e, enquanto não empregados na sua finalidade, serão obrigatoriamente aplicados: I - em caderneta de poupança de instituição financeira pública federal, se a previsão de seu uso for igual ou superior a um mês; e II - em fundo de aplicação financeira de curto prazo, ou operação de mercado aberto lastreada em título da dívida pública, quando sua Direito Administrativo ʹ TREPE ʹ Técnico. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 14 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 53 de 130 Twitter: @danielmqtdanielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita utilização estiver prevista para prazos menores. Nesse caso, os rendimentos das aplicações financeiras somente poderão ser aplicados no objeto do convênio, estando sujeitos às mesmas condições de prestação de contas exigidas para os recursos transferidos. Dessa forma, as receitas oriundas dos rendimentos da aplicação no mercado financeiro não poderão ser computadas como contrapartida devida pelo convenente. Olha que curioso: As referidas contas serão isentas da cobrança de tarifas bancárias. Nos instrumentos regulados pela Portaria, cuja duração ultrapasse um exercício financeiro (plurianualidade), deverá ser indicado o crédito e respectivo empenho para atender à despesa no exercício em curso, bem como cada parcela da despesa relativa à parte a ser executada em exercício futuro, mediante registro contábil, esse registro acarretará a responsabilidade de o concedente incluir em suas propostas orçamentárias dos exercícios seguintes a dotação necessária à execução do convênio. Os contratos celebrados entre o convenente e os terceiros que executarão o objeto do contrato (ex: empreiteira contratada para construir a estação de tratamento de esgoto objeto do convênio) e cujo valor será custeado com os recursos de convênios ou contratos de repasse deverão conter cláusula que obrigue o contratado a conceder livre acesso aos documentos e registros contábeis da empresa, referentes ao objeto contratado, para os servidores dos órgãos e entidades públicas concedentes e dos órgãos de controle interno e externo. 2.1.14. Da contratação por entidades privadas sem fins lucrativos Direito Administrativo ʹ TREPE ʹ Técnico. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 14 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 56 de 130 Twitter: @danielmqtdanielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita 2.1.15. Da contratação por órgãos e entidades da Administração Pública Neste tópico, você aprenderá como o município ou o Estado que celebrou o convênio com a União vai gastar o dinheiro. Aqui você já tem uma boa idéia do que acontece: a obrigatoriedade da licitação (regras gerais da Lei n. 8666/93), afinal de contas, a contratação será realizada com dinheiro público. Para aquisição de bens e serviços comuns, será obrigatório o uso da modalidade pregão (Lei nº 10.520/02), sendo utilizada preferencialmente a sua forma eletrônica. A inviabilidade da utilização do pregão na forma eletrônica deverá ser devidamente justificada pela autoridade competente do convenente. Tudo deve ser registrado no SICONV: as atas e as informações sobre os participantes e respectivas propostas das licitações, bem como as informações referentes às dispensas e inexigibilidades. Por fim, observamos que, caso o convenente tenha que promover a execução do convênio por meio de parceria com entidade sem fins lucrativos, ele deve selecionar essa entidade por meio da sistemática do chamamento público que vimos acima. 2.1.16. Dos pagamentos Quanto aos pagamentos, os recursos deverão ser mantidos na conta bancária específica do convênio e somente poderão ser utilizados para pagamento de despesas constantes do Plano de Trabalho ou para aplicação no mercado financeiro. Os recursos destinados à execução de contratos de repasse deverão ser mantidos bloqueados em conta específica, somente sendo liberados, na forma ajustada, após verificação da regular execução do objeto pela mandatária. Direito Administrativo ʹ TREPE ʹ Técnico. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 14 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 57 de 130 Twitter: @danielmqtdanielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita Excepcionalmente, mediante mecanismo que permita a identificação pelo banco, poderá ser realizado uma única vez no decorrer da vigência do instrumento o pagamento a pessoa física que não possua conta bancária, observado o limite de R$ 800,00 (oitocentos reais) por fornecedor ou prestador de serviço.Preste atenção: em hipótese excepcional, é possível realizar pagamento com recursos do convênio a pessoa física sem conta bancária! Para obras de engenharia com valor superior à R$ 10.000.000,00 (dez milhões de Reais) poderá haver liberação do repasse de recursos para pagamento de materiais/equipamentos postos em canteiro, que tenham peso significativo no orçamento da obra conforme disciplinado pelo concedente. 2.1.17. Acompanhamento e fiscalização Quanto ao acompanhamento e fiscalização, a execução será acompanhada e fiscalizada de forma a garantir a regularidade dos atos praticados e a plena execução do objeto, respondendo oconvenente pelos danos causados a terceiros, decorrentes de culpa ou dolo na execução do convênio. Os agentes e também a entidade contratante ou interveniente que fizerem parte do ciclo de transferência de recursos são responsáveis, para todos os efeitos, pelos atos que praticarem no acompanhamento e fiscalização da execução do convênio. Os processos, documentos ou informações referentes à execução de convênio não poderão ser sonegados aos servidores dos órgãos e entidades públicas concedentes e dos órgãos de controle interno do Poder Executivo Federal e externo da União. Assim, o município que pega o dinheiro para executar o convênio deve abrir as suas portas para a Direito Administrativo ʹ TREPE ʹ Técnico. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 14 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 58 de 130 Twitter: @danielmqtdanielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita fiscalização da União (para o seu controle interno e para o controle externo exercido pelo TCU). Se houver embaraço à fiscalização, o servidor responsável ficará sujeito à responsabilização JUDICIÁRIA, civil e pena l. No acompanhamento e fiscalização do objeto serão verificados: I - a comprovação da boa e regular aplicação dos recursos, na forma da legislação aplicável; II - a compatibilidade entre a execução do objeto, o que foi estabelecido no Plano de Trabalho, e os desembolsos e pagamentos, conforme os cronogramas apresentados; III - a regularidade das informações registradas pelo convenente no SICONV; e IV - o cumprimento das metas do Plano de Trabalho nas condições estabelecidas. A execução e o acompanhamento da implementação de obras não enquadradas no conceito de pequeno valor, ou seja, aquelas obrasde valor igual ou superior a R$ 750 mil, deverá ser realizado por regime especial de execução, disciplinado pelo concedente, que deverá prever: I-estratificação das formas de acompanhamento por faixa de valor do convênio; II - requisitos e condições técnicas necessárias para aprovação dos projetos de engenharia; III - elementos mínimos a serem observados na formação dos custos do objeto do convênio; IV - mecanismos e periodicidade para aferição da execução das etapas de obra; e V - dispositivos para verificação da qualidade das obras. Professor, é possível a suspensão da liberação dos recursos pelo concedente? É sim, meu caro aluno, se houver irregularidades no uso dos recursos ou pendências de ordem técnica, o concedente comunicará ao Direito Administrativo ʹ TREPE ʹ Técnico. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 14 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 60 de 130 Twitter: @danielmqtdanielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita No concernente a prestação de contas, o órgão ou entidade que receber recursos, estará sujeito a prestar contas da sua boa e regular aplicação, devendo observar o prazo para apresentação das prestações de contas será de ate60 (sessenta) dias após o encerramento da vigência ou a conclusão da execução do objeto, o que ocorrer primeiro. Quando a prestação de contas não for encaminhada no prazo estabelecido no convênio, o concedente estabelecerá o prazo máximo de 30 (trinta) dias para sua apresentação, ou recolhimento dos recursos, incluídos os rendimentos da aplicação no mercado financeiro, atualizados monetariamente e acrescidos de juros de mora, na forma da lei. Para os convênios em que não tenha havido qualquer execução física, nem utilização dos recursos, o recolhimento à conta única do Tesouro deverá ocorrer sem a incidência dos juros de mora. Se, ao término do prazo estabelecido, o convenente não apresentar a prestação de contas nem devolver os recursos, o concedente registrará a inadimplência no SICONV por omissão do dever de prestar contas e comunicará o fato ao órgão de contabilidade analítica a que estiver vinculado, para fins de instauração de tomada de contas especial sob aquele argumento eadoção de outras medidas para reparação do dano ao erário, sob pena de responsabilização solidária. Os saldos financeiros remanescentes, inclusive os provenientes das receitas obtidas nas aplicações financeiras realizadas, não utilizadas no objeto pactuado, serão devolvidos à entidade ou órgão repassador dos recursos, no prazo estabelecido para a apresentação da prestação de contas. A devolução prevista será realizada observando-se a proporcionalidade dos recursos transferidos e os da contrapartida previstos na celebração independentemente da época em que foram aportados pelas partes. Direito Administrativo ʹ TREPE ʹ Técnico. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 14 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 62 de 130 Twitter: @danielmqtdanielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita dos valores da conta vinculada do Contrato de Repasse, até a regularização da pendência. A utilização dos recursos em desconformidade com o Contrato de Repasse ensejará obrigação do convenente devolvê-los devidamente atualizados, conforme exigido para a quitação de débitos para com a Fazenda Nacional, com base na variação da Taxa Referencial do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia - SELIC, acumulada mensalmente, até o último dia do mês anterior ao da devolução dos recursos, acrescido esse montante de 1% (um por cento) no mês de efetivação da devolução dos recursos à Conta Única do Tesouro. Para fins de efetivação da devolução dos recursos à União, a parcela de atualização referente à variação da SELIC será calculada proporcionalmente à quantidade de dias compreendida entre a data da liberação da parcela para o convenente e a data de efetivo crédito, na Conta Única do Tesouro, do montante devido pelo convenente. O concedente notificará o convenente cuja utilização dos recursos transferidos for considerada irregular, para que apresente justificativa no prazo de 30 (trinta) dias. Caso não aceitas as razões apresentadas pelo convenente, o concedente fixará prazo de 30 (trinta) dias para a devolução dos recursos, findo o qual encaminhará denúncia ao Tribunal de Contas da União. 2.1.20. Da denúncia e da rescisão O convênio poderá ser denunciado a qualquer tempo, ficando os partícipes responsáveis somente pelas obrigações e auferindo as vantagens do tempo em que participaram voluntariamente da avença, não sendo admissível cláusula obrigatória de permanência ou sancionadora dos denunciantes. Direito Administrativo ʹ TREPE ʹ Técnico. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 14 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 63 de 130 Twitter: @danielmqtdanielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita Quando da conclusão, denúncia, rescisão ou extinção do convênio, os saldos financeiros remanescentes, inclusive os provenientes das receitas obtidas das aplicações financeiras realizadas, serão devolvidos à entidade ou órgão repassador dos recursos, no prazo improrrogável de trinta dias do evento, sob pena da imediata instauração de tomada de contas especial do responsável, providenciada pela autoridade competente do órgão ou entidade titular dos recursos. Em sendo evidenciados pelos órgãos de controle ou Ministério Publico vícios insanáveis que impliquem nulidade da licitação realizada, adotar as medidas JUDICIÁRIAs necessárias à recomposição do erário no montante atualizado da parcela já aplicada, o que pode incluir a reversão da aprovação da prestação de contas e a instauração de Tomada de Contas Especial, independentemente da comunicação do fato ao Tribunal de Contas da União e ao Ministério Público. E quais são os motivos para a rescisão do convênio? São eles: I - o inadimplemento de qualquer das cláusulas pactuadas; II - constatação, a qualquer tempo, de falsidade ou incorreção de informação em qualquer documento apresentado; e III - a verificação que qualquer circunstância que enseje a instauração de tomada de contas especial. 2.1.21. Tomada de contas especial A rescisão do convênio, quando resulte dano ao erário, enseja a instauração de tomada de contas especial. Professor e o que vem a ser Tomada de Contas Especial? A Tomada de Contas Especial é um processo devidamente formalizado, dotado de rito próprio, que objetiva apurar os fatos, identificar os responsáveis e quantificar o dano causado ao Erário, visando ao seu imediato ressarcimento. Direito Administrativo ʹ TREPE ʹ Técnico. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 14 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 64 de 130 Twitter: @danielmqtdanielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita A instauração de Tomada de Contas Especial ensejará: x a inscrição de inadimplência do respectivo instrumento no SICONV, o que será fator restritivo a novas transferências de recursos financeiros oriundos do Orçamento Fiscal e da Seguridade Social da União mediante convênios, contratos de repasse e termos de cooperação. x o registro daqueles identificados como causadores do dano ao erário na conta "DIVERSOS RESPONSÁVEIS" do SIAFI. No caso da apresentação da prestação de contas ou recolhimento integral do débito imputado, antes
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