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Aula 15
Direito Constitucional p/ TRE-PE (Analista Judiciário - Área Judiciária)
Professores: Nádia Carolina, Ricardo Vale
Direito Constitucional – TRE-PE 
Profa. Nádia Carolina / Prof. Ricardo Vale 
 
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AULA 15: DIREITO CONSTITUCIONAL 
 
Sumário: 
Ordem Econômica e Financeira ...................................................................... 1 
1- Introdução: ............................................................................................ 1 
2- Fundamentos e Princípios gerais da Ordem econômica: ......................... 2 
3- Política Urbana: .................................................................................... 19 
4- Política agrícola, fundiária e a reforma agrária: .................................... 23 
5- Sistema Financeiro Nacional: ................................................................ 27 
Questões Comentadas ................................................................................. 28 
Lista de Questões ........................................................................................ 34 
Gabarito ...................................................................................................... 37 
 
Ordem Econômica e Financeira 
1- Introdução: 
A ordem econômica consiste em um conjunto de normas que regulam o 
sistema econômico do País, definindo, dentre outros pontos, a forma de 
intervenção do Estado na economia. 
A disciplina constitucional da ordem econômica forma aquilo que a doutrina 
denomina “Constituição econômica”, que, nas palavras do Prof. Uadi 
Lammêgo Bulos, “consiste em um microssistema normativo, integrado à 
própria carta constitucional positiva, em cujo esteio erigem-se normas e 
diretrizes constitucionais que disciplinam, juridicamente, a macroeconomia”.1 
Há que se destacar, ainda, que a “Constituição econômica” não se esgota no 
texto constitucional: ela também se manifesta por meio de normas 
infraconstitucionais. É a partir disso que se pode fazer a distinção entre 
Constituição econômica material (núcleo essencial de normas que regem o 
sistema econômico, quer constem ou não do texto constitucional) e 
Constituição econômica formal (normas que regem o sistema econômico e 
que estão positivadas no texto constitucional, ainda que não dotadas de 
relevância material).2 
A constitucionalização da ordem econômica foi um movimento que ganhou 
força com a Primeira Guerra Mundial. Em virtude daquele conflito, o 
 
1 BULOS, Uadi Lammêgo. Curso de Direito Constitucional, 6a edição. Ed. Saraiva. São 
Paulo: 2011, pp. 1490. 
∋
! CUNHA JÚNIOR, Dirley da. Curso de Direito Constitucional, 6ª edição. Ed. Juspodium. 
Salvador: 2012, p. 1276 – 1277. !
Direito Constitucional – TRE-PE 
Profa. Nádia Carolina / Prof. Ricardo Vale 
 
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Estado teve que assumir um papel mais ativo na regulação da economia, o que 
se acentuou ainda mais com a Crise da bolsa de Nova York (1929) e com a 
Segunda Guerra Mundial. 
Constata-se que a inserção da ordem econômica nos textos constitucionais foi 
uma das características da transição do Estado liberal para o Estado 
social. O Estado liberal era eminentemente não intervencionista; o Estado 
social, por sua vez, é marcado pela maior atuação governamental, seja 
intervindo na economia, seja ofertando prestações positivas em favor dos 
indivíduos. Dessa forma, a constitucionalização da ordem econômica é 
resultado do aparecimento da ideia de Estado de bem-estar social. 
No Brasil, a Constituição de 1934 foi a primeira a trazer em seu texto a 
disciplina da ordem econômica, o que se deveu à forte influência da 
Constituição alemã de Weimar (1919). Destaque-se que a Carta de 1934 
também tratou com pioneirismo a disciplina da ordem social, que está 
intimamente relacionada à ordem econômica. 
Na CF/88, a ordem econômica e financeira é dividida da seguinte forma: 
- Princípios Gerais da Ordem econômica (art. 170 – art. 181) 
- Política Urbana (art. 182 – art. 183) 
- Política agrícola e fundiária e a reforma agrária (art. 184 – art. 191) 
- Sistema Financeiro Nacional (art. 192) 
Essas normas, que consubstanciam a chamada “Constituição econômica”, 
podem ser classificadas, segundo a doutrina do Prof. José Afonso da Silva, 
como elementos socioideológicos. São elementos socioideológicos o 
conjunto de normas que refletem a existência do Estado social, 
intervencionista, prestacionista. 
 
2- Fundamentos e Princípios gerais da Ordem econômica: 
2.1- Princípios constitucionais da ordem econômica: 
A doutrina considera que a Constituição Federal de 1988, ao tratar da ordem 
econômica, estabeleceu princípios e soluções um tanto quanto 
contraditórios. Ao mesmo tempo em que consagra a liberdade de iniciativa, a 
CF/88 busca, em diversos momentos regulamentar a atividade econômica. 
Assim, liberalismo e intervencionismo se alternam na formulação dos 
princípios da ordem econômica, o que demonstra o resultado consensual de 
Direito Constitucional – TRE-PE 
Profa. Nádia Carolina / Prof. Ricardo Vale 
 
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um debate entre as diversas correntes que participaram da formulação da 
CF/88.3 
Segundo o art. 170, CF/88, a ordem econômica, fundada na valorização do 
trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos 
existência digna, conforme os ditames da justiça social. Por meio desse 
dispositivo, a CF/88 consagra a existência de uma economia de mercado, de 
índole capitalista. Isso fica claro ao estabelecer-se que o fundamento da ordem 
econômica é a livre iniciativa; com efeito, a livre iniciativa é característica 
central do sistema capitalista. 
Ao mesmo tempo, percebe-se que o art. 170, CF/88, estabeleceu que a 
finalidade da ordem econômica é promover a existência digna de todos, 
conforme os ditames da justiça social. Nesse sentido, busca-se compatibilizar 
o desenvolvimento econômico com o princípio da dignidade da pessoa 
humana. 
Os princípios constitucionais da ordem econômica são os seguintes: 
a) Soberania nacional. A soberania é um dos fundamentos da 
República Federativa do Brasil (art. 1º, I). Aqui, ela aparece no sentido 
de “soberania econômica”. Com isso, o legislador constituinte quis deixar 
claro que o Brasil deve buscar o seu desenvolvimento e evitar a situação 
de dependência em relação aos países industrializados. 
b) Propriedade privada. A propriedade privada dos meios de produção 
é a grande característica do sistema econômico capitalista. 
c) Função social da propriedade. O direito à propriedade não é 
absoluto; em outras palavras, a propriedade é garantida, desde que 
cumpra sua função social. Nos termos do art. 5º, XXIII, “a propriedade 
atenderá a sua função social”. 
d) Livre concorrência. A livre concorrência é um princípio que deriva 
do princípio da livre iniciativa. Ao estabelecer a livre concorrência como 
um princípio geral da ordem econômica, a CF/88 reconhece, 
implicitamente, a tese de que mercados competitivos geram maior 
eficiência econômica, possibilitando maior bem-estar e qualidade de vida 
aos cidadãos. 
Destaque-se, entretanto, que, embora o legislador constituinte tenha 
optado pela livre concorrência, esta não é absoluta. O Estado possui 
diversas formas de intervenção na economia. A intervenção estatal 
pode ser direta (como no caso de monopólios em setores estratégicos) 
ou indireta (através da regulação econômica).%
! MORAES, Alexandre de. Constituição do Brasil Interpretada e Legislação 
Constitucional, 9ª edição. São Paulo Editora Atlas: 2010, pp. 1875-1877. !
Direito Constitucional – TRE-PE 
Profa. Nádia Carolina / Prof. Ricardo Vale 
 
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Em consonância com o princípio da livre concorrência, o art. 173, § 4º, 
dispõe que “a lei reprimirá o abuso do poder econômico que vise à 
dominação dos mercados, à eliminação da concorrência e ao aumento 
arbitrário dos lucros.” Perceba que a livre concorrência é a regra geral 
na ordem econômica do Estado brasileiro, admitindo-se a intervenção 
estatal para reprimir condutas anticoncorrenciais, caracterizadas 
pelo abuso do poder econômico. 
Segundo o STF, os regimes jurídicos sob os quais, em regra, são 
prestados os serviços públicos importam em que essa atividade seja 
desenvolvida sob privilégio, inclusive o da exclusividade. Por esse 
motivo, o privilégio de entrega de correspondência da ECT (Empresa de 
Correios e Telégrafos) não violaria a proteção à livre concorrência4. 
 
A jurisprudência do STF nos traz alguns entendimentos 
importantes relacionados à proteção da livre 
concorrência. Destacamos os seguintes: 
1) Súmula Vinculante nº 49: Ofende o princípio da livre 
concorrência lei municipal que impede a instalação de 
estabelecimentos comerciais do mesmo ramo em 
determinada área. 
Dessa forma, será inconstitucional lei municipal que 
proíba dos estabelecimentos comerciais do mesmo ramo 
de se instalarem em uma determinada área. 
2) Ao debater a aprovação da Súmula Vinculante nº 49, 
os Ministros do STF deixaram claro que esta deveria ser 
encarada como um princípio geral, não devendo se 
aplicar a todos os casos. 
Nesse sentido, o STF reconhece a constitucionalidade 
de lei municipal que fixa distanciamento mínimo entre 
postos de revenda de combustíveis, por motivo de 
segurança.5 
3) “O princípio da livre iniciativa não pode ser invocado 
para afastar regras de regulamentação do mercado e de 
defesa do consumidor."6 Esse entendimento deriva da 
lógica de que não há princípios absolutos em nosso 
ordenamento jurídico. Assim, regras de regulamentação 
do mercado e de defesa do consumidor não violam a livre 
iniciativa. 
 
((
!ADPF 46, Rel. Min. Marco Aurélio, 05.08.2009. 
)
!RE 566.836, Rel. Min. Cármen Lúcia. 27.11.2008. 
∗
!RE 349.686, Rel. Min. Ellen Gracie, 14.06.2005. 
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e) Defesa do consumidor. A ordem econômica tem como finalidade 
assegurar a todos uma existência digna; dito de outra maneira, ela visa 
garantir a dignidade da pessoa humana. É justamente nesse contexto 
que se busca assegurar a defesa do consumidor, que é a parte 
hipossuficiente em uma relação de consumo. 
f) Busca do pleno emprego. Conforme já comentamos, a ordem 
econômica tem como um de seus fundamentos a valorização do trabalho 
humano. Nesse sentido, a busca do pleno emprego é diretriz 
constitucional que tem como objetivo assegurar que toda a força de 
trabalho disponível seja utilizada na atividade econômica. 
g) Redução das desigualdades sociais e regionais. Nos termos do 
art. 3º, III, um dos objetivos fundamentais da República Federativa do 
Brasil é “erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as 
desigualdades sociais e regionais”. 
h) Defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento 
diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços e de 
seus processos de elaboração e prestação. 
i) Tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte 
constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e 
administração no País. Esse tratamento diferenciado se materializa no 
art. 179, CF/88: 
Art. 179. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios 
dispensarão às microempresas e às empresas de pequeno porte, 
assim definidas em lei, tratamento jurídico diferenciado, visando a 
incentivá-las pela simplificação de suas obrigações 
administrativas, tributárias, previdenciárias e creditícias, ou 
pela eliminação ou redução destas por meio de lei. 
 
O Prof. José Afonso da Silva chama de princípios de 
integração os seguintes princípios da ordem 
econômica: 
a) defesa do consumidor; 
b) defesa do meio ambiente; 
c) redução das desigualdades sociais e regionais; 
d) busca do pleno emprego. 
Essa denominação se deve ao fato de que esses 4 
(quatro) princípios têm como objetivo resolver os 
problemas da marginalização regional ou social. 
Direito Constitucional – TRE-PE 
Profa. Nádia Carolina / Prof. Ricardo Vale 
 
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Há que se mencionar também o que estabelece o art. 170, parágrafo único, 
CF/88. Segundo esse dispositivo, é assegurado a todos o livre exercício de 
qualquer atividade econômica, independentemente de autorização de 
órgãos públicos, salvo nos casos previstos em lei. Trata-se do princípio da 
liberdade de exercício de atividade econômica. 
Todos esses princípios devem ser interpretados em conjunto, em harmonia, 
evitando contradições aparentes entre si. Neles, verifica-se que o constituinte 
adotou o modelo capitalista, porém não se esqueceu da finalidade da 
ordem econômica: assegurar a todos a existência digna, conforme os ditames 
da justiça social. 
 
(TRE-MA – 2015) A defesa do meio ambiente, inclusive com 
tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental dos 
produtos e serviços, constitui princípio que orienta a atividade 
econômica. 
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SOBERANIA NACIONAL 
PROPRIEDADE PRIVADA 
FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE 
LIVRE CONCORRÊNCIA 
DEFESA DO CONSUMIDOR 
BUSCA DO PLENO EMPREGO 
REDUÇÃO DAS DESIGUALDADES REGIONAIS E SOCIAIS 
DEFESA DO MEIO AMBIENTE, INCLUSIVE MEDIANTE 
TRATAMENTO DIFERENCIADO CONFORME O IMPACTO 
AMBIENTAL DOS PRODUTOS E SERVIÇOS E DE SEUS 
PROCESSOS DE ELABORAÇÃO E PRESTAÇÃO 
TRATAMENTO FAVORECIDO PARA AS EMPRESAS DE PEQUENO 
PORTE CONSTITUÍDAS SOB AS LEIS BRASILEIRAS E QUE 
TENHAM SUA SEDE E ADMINISTRAÇÃO NO PAÍS 
Direito Constitucional – TRE-PE 
Profa. Nádia Carolina / Prof. Ricardo Vale 
 
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Comentários: 
O art. 170, VI, CF/88, prevê que é princípio da ordem 
econômica a defesa do meio ambiente, inclusive mediante 
tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental dos 
produtos e serviços e de seus processos de elaboração e 
prestação. Questão correta. 
(TRT 8a Região – 2015) Não poderá a lei dispensar às 
microempresas e às empresas de pequeno porte tratamento 
jurídico diferenciado, sob pena de violar o princípio da 
igualdade, exceto se, em se tratando de empresas de 
pequeno porte, estas forem constituídas sob as leis 
brasileiras. 
Comentários: 
O art. 179, CF/88, prevê que os entes federativos (União, 
Estados, Distrito Federal e Municípios) poderão dispensar 
tratamento jurídico diferenciado às microempresas e às 
empresas de pequeno porte. Não há que se falar em violação 
ao princípio da igualdade. Questão errada. 
(MPE-SP – 2015) A ordem econômica nacional tem por 
finalidade assegurar a todos existência digna, conforme os 
ditames da justiça social. 
Comentários: 
A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho e da 
livre iniciativa, tem por fim assegurar atodos uma existência 
digna. Questão correta. 
 
2.2- Investimentos estrangeiros no Brasil: 
A disciplina dos investimentos estrangeiros no Brasil está prevista no art. 172, 
CF/88: 
Art. 172. A lei disciplinará, com base no interesse nacional, os 
investimentos de capital estrangeiro, incentivará os reinvestimentos e 
regulará a remessa de lucros. 
A regulação do investimento estrangeiro é corolário do princípio da 
soberania nacional. Note que a CF/88 não impede o ingresso de capital 
estrangeiro no País; ao contrário, ela permite que sejam feitos 
investimentos estrangeiros, uma vez que estes podem funcionar como 
importante instrumento para o desenvolvimento econômico nacional. 
Direito Constitucional – TRE-PE 
Profa. Nádia Carolina / Prof. Ricardo Vale 
 
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A legislação ordinária irá, portanto, disciplinar os investimentos de capital 
estrangeiro, incentivar os reinvestimentos e regular a remessa de lucros 
para o exterior. 
 
(TRE-MA – 2015) São livres os investimentos de capital 
estrangeiro no país, bem como a remessa de lucros ao 
exterior. 
Comentários: 
Não se pode dizer que são livres os investimentos de capital 
estrangeiro no país e a remessa de lucros ao exterior. A lei 
regulamentará essas matérias. Questão errada. 
 
2.3 – Empresa nacional x Empresa estrangeira: 
A Emenda Constitucional nº 06/1995, a fim de incentivar a realização de 
investimentos estrangeiros no País, acabou com a distinção entre empresa 
brasileira de capital nacional e empresa brasileira de capital estrangeiro. 
Agora, só há que se diferençar a empresa brasileira da empresa estrangeira. 
E qual o conceito de empresa brasileira? 
Empresa brasileira é aquela constituída sob as leis brasileiras e que 
tenha sua sede e administração no País. Assim, não interessa se o capital é 
nacional ou estrangeiro; caso a empresa seja constituída sob as leis brasileiras 
e tenha sede e administração em nosso território, ela será considerada uma 
empresa brasileira. 
 
2.3- Atuação estatal no domínio econômico: 
Embora a Constituição Federal de 1988 tenha estabelecido que a livre iniciativa 
é um princípio geral da ordem econômica, desenhou-se, paralelo a isso, um 
modelo de Estado intervencionista. A doutrina considera que há 3 (três) 
formas de intervenção estatal na economia:7 
 
a) Intervenção direta. 
 
&
!CUNHA JÚNIOR, Dirley da. Curso de Direito Constitucional, 6ª edição. Ed. Juspodium. 
Salvador: 2012, p. 1280. !
Direito Constitucional – TRE-PE 
Profa. Nádia Carolina / Prof. Ricardo Vale 
 
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A intervenção direta do Estado fica caracterizada quando o Estado explora 
diretamente uma atividade econômica. Trata-se de situação excepcional, 
regulada no art. 173, CF/88: 
Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a 
exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será 
permitida quando necessária aos imperativos da segurança 
nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em 
lei. 
O art. 173 consagra, assim, o princípio da subsidiariedade na atuação 
direta do Estado na economia, ou seja, este somente atuará quando o setor 
privado não tiver capacidade ou interesse de atuar em determinado setor 
econômico ou, ainda, por imperativos de segurança nacional ou relevante 
interesse coletivo. 
 
É bastante comum que as bancas examinadoras digam que o 
Estado somente pode explorar diretamente atividade 
econômica em caso de imperativo de segurança nacional ou 
de relevante interesse público. Isso está ERRADO! 
Com base no art. 173, que ressalva “os casos previstos na 
Constituição”, é possível afirmar que os imperativos da 
segurança nacional e o relevante interesse coletivo não são 
os únicos casos em que o Estado poderá explorar 
diretamente atividade econômica. Há outros casos 
previstos na CF/88, como as atividades submetidas ao regime 
de monopólio da União (art. 177). 
Essa atuação direta do Estado no domínio econômico é feita por meio das 
empresas públicas e das sociedades de economia mista exploradoras de 
atividades econômicas. Cabe destacar que, nos termos do art. 173, § 2º, “as 
empresas públicas e as sociedades de economia mista não poderão gozar de 
privilégios fiscais não extensivos às do setor privado”. Observe que essa 
é uma regra válida apenas para as empresas públicas e sociedades de 
economia mista exploradoras de atividades econômicas. Não alcança, portanto, 
as empresas públicas e sociedades de economia mista prestadoras de serviços 
públicos. 
A CF/88 prevê a elaboração de um estatuto jurídico para as empresas 
públicas e sociedades de economia mista exploradoras de atividade 
econômica: 
§ 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da 
sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que explorem 
atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de 
prestação de serviços, dispondo sobre: 
I - sua função social e formas de fiscalização pelo Estado e pela 
sociedade; 
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II - a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, 
inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e 
tributários; 
III - licitação e contratação de obras, serviços, compras e alienações, 
observados os princípios da administração pública; 
IV - a constituição e o funcionamento dos conselhos de administração e 
fiscal, com a participação de acionistas minoritários; 
V - os mandatos, a avaliação de desempenho e a responsabilidade dos 
administradores. 
Note que esse dispositivo se refere às empresas públicas e sociedades de 
economia mista exploradoras de atividades econômicas em sentido 
estrito. Não trata das empresas públicas e sociedades de economia mista 
prestadoras de serviços públicos. Destaque-se que essas pessoas jurídicas em 
regra são alcançadas por todas as normas constitucionais aplicáveis à 
Administração Pública. Entretanto, possuem algumas características 
próprias do setor privado, devido à “sujeição ao regime jurídico próprio das 
empresas privadas”, conforme previsto pela Carta Magna. 
 
(TRT 21a Região – 2015) É possível afirmar que as 
empresas públicas e sociedades de economia mista poderão 
gozar de privilégios fiscais não extensivos ao setor privado. 
Comentários: 
Pegadinha! As sociedades de economia mista e empresas 
públicas prestadoras de serviço público poderão gozar de 
privilégios fiscais não extensivos ao setor privado. Questão 
correta. 
(TRE-MA – 2015) A exploração direta de atividade 
econômica pelo Estado será permitida em casos de interesse 
financeiro que justifique a concessão de privilégios fiscais não 
extensivos ao mercado. 
Comentários: 
A exploração direta de atividade econômica pelo Estado será 
permitida apenas em razão de imperativos de segurança 
nacional ou relevante interesse coletivo. Questão errada. 
(TRF 1a Região – 2015) O Estado não pode explorar, de 
forma direta ou indireta, atividade econômica, salvo em caso 
de necessidade relativa à segurança nacional, mediante 
prévia autorização do Congresso Nacional. 
Comentários: 
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Dois erros: 
1) Não há necessidade de autorização doCongresso Nacional 
para que possa ocorrer a exploração direta de atividade 
econômica pelo Estado. 
2) A exploração direta de atividade econômica pelo Estado 
também poderá ocorrer em razão de relevante interesse 
coletivo. 
Questão errada. 
(MPDFT – 2015) O art. 173 da Constituição dispõe que 
“ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a 
exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será 
permitida quando necessária aos imperativos de segurança 
nacional ou relevante interesse coletivo, conforme definidos 
em lei". Esse dispositivo constitucional consagra o princípio da 
subsidiariedade. 
Comentários: 
É isso mesmo! O art. 173, CF/88, consagra o princípio da 
subsidiariedade. Questão correta. 
 
b) Intervenção indireta. 
A intervenção indireta na economia fica caracterizada quando o Estado assume 
o papel de agente normativo e regulador da atividade econômica. O 
fundamento da intervenção indireta é o art. 174, CF/88: 
Art. 174. Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o 
Estado exercerá, na forma da lei, as funções de fiscalização, incentivo e 
planejamento, sendo este determinante para o setor público e indicativo 
para o setor privado. 
§ 1º - A lei estabelecerá as diretrizes e bases do planejamento do 
desenvolvimento nacional equilibrado, o qual incorporará e 
compatibilizará os planos nacionais e regionais de desenvolvimento. 
§ 2º - A lei apoiará e estimulará o cooperativismo e outras formas de 
associativismo. 
§ 3º - O Estado favorecerá a organização da atividade garimpeira em 
cooperativas, levando em conta a proteção do meio ambiente e a 
promoção econômico-social dos garimpeiros. 
§ 4º - As cooperativas a que se refere o parágrafo anterior terão 
prioridade na autorização ou concessão para pesquisa e lavra dos 
recursos e jazidas de minerais garimpáveis, nas áreas onde estejam 
Direito Constitucional – TRE-PE 
Profa. Nádia Carolina / Prof. Ricardo Vale 
 
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atuando, e naquelas fixadas de acordo com o art. 21, XXV, na forma da 
lei. 
Quando o Estado intervém indiretamente na economia, ele exerce três 
funções: i) fiscalização; ii) incentivo e; iii) planejamento. 
A fiscalização é atividade tipicamente estatal, que engloba o poder 
regulamentar, a investigação e aplicação de sanções. Como exemplo da 
atividade de fiscalização estatal, podemos citar o art. 173, § 4º e § 5º: 
§ 4º - A lei reprimirá o abuso do poder econômico que vise à dominação 
dos mercados, à eliminação da concorrência e ao aumento arbitrário dos 
lucros. 
§ 5º - A lei, sem prejuízo da responsabilidade individual dos dirigentes 
da pessoa jurídica, estabelecerá a responsabilidade desta, sujeitando-a 
às punições compatíveis com sua natureza, nos atos praticados contra a 
ordem econômica e financeira e contra a economia popular. 
Como se pode perceber, esses dois dispositivos são normas de eficácia 
limitada, dependentes de regulamentação por lei para que produzam todos os 
seus efeitos. 
Para dar efetividade a esses dispositivos constitucionais, foi editada a Lei nº 
12.529/2011, que estrutura o Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência 
(SBDC) e dispõe sobre a prevenção e a repressão às infrações contra a 
ordem econômica, orientada pelos ditames constitucionais de liberdade de 
iniciativa, livre concorrência, função social da propriedade, defesa dos 
consumidores e repressão ao abuso do poder econômico. A Lei nº 12.529/2011 
também prevê a atuação do CADE (Conselho Administrativo de Defesa 
Econômica) no controle das práticas anticoncorrenciais. 
O incentivo, por sua vez, é a atuação estatal no sentido de estimular 
determinados setores da economia. É a atividade de fomento estatal, que se 
evidencia no art. 174, §§ 2º, 3º e 4º (estímulo ao cooperativismo) e art. 179 
(estímulo às microempresas e empresas de pequeno porte). 
Por último, cabe tratar sobre a função de planejamento, que é 
determinante para o setor público e indicativo para o setor privado. 
Segundo o art. 174, § 1º, CF/88, “a lei estabelecerá as diretrizes e bases do 
planejamento do desenvolvimento nacional equilibrado, o qual incorporará e 
compatibilizará os planos nacionais e regionais de desenvolvimento”. 
 
(TJ-AL – 2015) Como agente normativo e regulador da 
atividade econômica, o Estado exercerá, na forma da lei, as 
funções de fiscalização, incentivo e planejamento. 
Comentários: 
Segundo o art. 174, CF/88, o Estado exercerá, na forma da 
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lei, as funções de fiscalização, incentivo e planejamento. 
Questão correta. 
(TJ-AL – 2015) O planejamento exercido como função do 
Estado é determinante para o setor público e para o setor 
privado. 
Comentários: 
O planejamento é determinante para o setor público e 
indicativo para o setor privado. Questão errada. 
(TRF 1a Região – 2015) A CF prevê expressamente a edição 
de lei que reprima o abuso do poder econômico que vise à 
dominação dos mercados, à eliminação da concorrência e ao 
aumento arbitrário dos lucros. 
Comentários: 
O art. 173, § 4º, CF/88, prevê que “a lei reprimirá o abuso do 
poder econômico que vise à dominação dos mercados, à 
eliminação da concorrência e ao aumento arbitrário dos 
lucros”. Questão correta. 
 
c) Intervenção mediante a instituição de monopólios. 
O art. 177, CF/88, prevê que determinadas atividades serão exploradas sob o 
regime de monopólio. Veja sua redação: 
Art. 177. Constituem monopólio da União: 
I - a pesquisa e a lavra das jazidas de petróleo e gás natural e outros 
hidrocarbonetos fluidos; 
II - a refinação do petróleo nacional ou estrangeiro; 
III - a importação e exportação dos produtos e derivados básicos 
resultantes das atividades previstas nos incisos anteriores; 
IV - o transporte marítimo do petróleo bruto de origem nacional ou de 
derivados básicos de petróleo produzidos no País, bem assim o 
transporte, por meio de conduto, de petróleo bruto, seus derivados e gás 
natural de qualquer origem; 
V - a pesquisa, a lavra, o enriquecimento, o reprocessamento, a 
industrialização e o comércio de minérios e minerais nucleares e seus 
derivados, com exceção dos radioisótopos cuja produção, 
comercialização e utilização poderão ser autorizadas sob regime de 
permissão, conforme as alíneas b e c do inciso XXIII do caput do art. 21 
desta Constituição Federal. 
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§ 1º A União poderá contratar com empresas estatais ou privadas a 
realização das atividades previstas nos incisos I a IV deste artigo 
observadas as condições estabelecidas em lei. 
A atividades a serem exploradas sob o regime de monopólio são apresentadas, 
no dispositivo supratranscrito, em rol exaustivo (lista “numerus clausus”). 
Todas elas foram atribuídas exclusivamente à União. 
É necessário enfatizar, todavia, o seguinte: 
a) As atividades descritas nos incisos I a IV podem ter seu exercício 
contratado, pela União, com empresas estatais ou privadas, observadas 
as condições estabelecidas em lei. 
b) As atividades previstas no inciso V, relacionadas aos radioisótopos, 
poderão ser autorizadas sob o regime de permissão, segundo as regras do 
art. 21, XXIII: 
- sob regime de permissão, são autorizadas a comercialização e a 
utilização de radioisótopos para a pesquisa e usos médicos, agrícolas 
e industriais; 
- sob regime de permissão, são autorizadas a produção, comercializaçãoe utilização de radioisótopos de meia-vida igual ou inferior a duas 
horas. 
Trata-se de regra que visa flexibilizar o controle da União, que passa a se 
limitar a casos muito específicos, de modo a permitir o avanço das 
pesquisas em medicina nuclear. A submissão ao regime de permissão 
garantirá o necessário controle da referida atividade pelo Poder Público. 
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2.4- Serviços Públicos: 
Inicialmente, é importante destacar que a Constituição Federal e a legislação 
infraconstitucional não estabelecem o conceito de serviço público. No 
entanto, é possível afirmar que o Estado é o titular exclusivo dos serviços 
públicos. Assim, nenhum serviço público será livre à iniciativa privada. 
O art. 175 versa sobre a prestação de serviços públicos pelo Estado, que 
pode ser feita direta ou indiretamente (sob o regime de concessão ou 
permissão). 
Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob 
regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a 
prestação de serviços públicos. 
Parágrafo único. A lei disporá sobre: 
I - o regime das empresas concessionárias e permissionárias de serviços 
públicos, o caráter especial de seu contrato e de sua prorrogação, bem 
como as condições de caducidade, fiscalização e rescisão da concessão 
ou permissão; 
II - os direitos dos usuários; 
III - política tarifária; 
IV - a obrigação de manter serviço adequado. 
A prestação direta de um serviço público é aquela realizada pelo próprio 
Estado, por meio de seus órgãos ou entidades da administração indireta. Já a 
prestação indireta é a realizada por particulares, mediante delegação 
estatal, sob o regime de concessão ou permissão. 
SOB REGIME DE 
PERMISSÃO, SÃO 
AUTORIZADAS... 
A 
COMERCIALIZAÇÃO 
E A UTILIZAÇÃO DE 
RADIOISÓTOPOS... 
PARA PESQUISA 
PARA USOS 
MÉDICOS, 
AGRÍCOLAS E 
INDUSTRIAIS 
A PRODUÇÃO, 
COMERCIALIZAÇÃO 
E UTILIZAÇÃO DE 
RADIOISÓTOPOS... 
DE MEIA-VIDA 
IGUAL OU 
INFERIOR A DUAS 
HORAS 
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A titularidade do serviço público será sempre do Poder 
Público. A execução do serviço público é que poderá ser 
delegada a um particular, sob o regime de concessão ou 
permissão. 
Os conceitos de “concessão” e de “permissão” estão previstos no art. 2º, da 
Lei nº 8.987/1995: 
a) Concessão de serviço público: delegação de sua prestação, feita 
pelo poder concedente, mediante licitação, na modalidade de 
concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio de empresas que demonstre 
capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco e por prazo 
determinado. 
b) Permissão de serviço público: a delegação, a título precário, 
mediante licitação, da prestação de serviços públicos, feita pelo poder 
concedente à pessoa física ou jurídica que demonstre capacidade para 
seu desempenho, por sua conta e risco. 
Na concessão, a delegação do serviço público não poderá ser feita a 
pessoa física, mas somente a pessoa jurídica ou consórcio de empresas, 
devendo ser precedida de licitação na modalidade de concorrência. Além 
disso, a concessão é feita por prazo determinado e não possui caráter 
precário. 
Na permissão, a delegação do serviço público poderá ser feita tanto a pessoa 
física quanto a pessoa jurídica. Também é precedida de licitação, mas não 
há previsão de qual modalidade deverá ser usada. Além disso, possui caráter 
precário, podendo ser revogada a qualquer tempo. 
Em ambos os casos (concessão e permissão), o particular será responsável 
pela execução do serviço público por sua conta e risco, sendo 
remunerado por tarifas cobradas diretamente dos usuários do serviço. 
A delegação de serviço público, seja por concessão ou permissão, deverá ser 
sempre precedida de licitação, nos termos do art. 175, caput. Nesse 
sentido, o STF declarou a inconstitucionalidade de lei estadual que pretendia 
prorrogar contratos administrativos indefinidamente (ADI nº 3521). 
Há previsão constitucional (art. 175, parágrafo único) para a edição de lei 
que disponha sobre o regime das concessionárias e permissionárias de serviços 
públicos, os direitos dos usuários, a política tarifaria e a obrigação de manter 
serviço adequado. Trata-se de lei de normas gerais de caráter nacional 
(aplicável à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios), já 
editada: a Lei 8.987/1995. Destaque-se, ainda, que há outras leis de 
abrangência nacional que também tratam de serviços públicos, a exemplo da 
Lei 9.074/1995 e da Lei 11.079/2004. 
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Aprofundando no tema, é importante que você saiba que, além da permissão e 
da concessão, também é possível a prestação indireta de serviços públicos 
por meio de autorização (art. 21, XII, CF). Esta, ao contrario da permissão e 
da concessão, dispensa procedimento de licitação, de forma geral. 
 
(TRT 21a Região – 2015) Incumbe ao Poder Público, na 
forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou 
concorrência, sempre através de licitação, a prestação de 
serviços públicos. 
Comentários: 
Segundo o art. 175, CF/88, incumbe ao Poder Público, na 
forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou 
permissão, sempre através de licitação, a prestação de 
serviços públicos. Questão errada. 
 
2.5- Exploração de Recursos minerais e potenciais de energia 
hidráulica: 
A exploração de recursos minerais e de potenciais de energia hidráulica é 
regulada pelo art. 176, CF/88. Esse dispositivo deixa bastante claro que a 
propriedade do solo não se confunde com a propriedade dos recursos 
minerais e dos potenciais de energia hidráulica. 
A LEI 
ORDINÁRIA 
REGULADORA 
DOS 
SERVIÇOS 
PÚBLICOS 
DEVERÁ 
DISPOR 
SOBRE: 
O REGIME DAS EMPRESAS CONCESSIONÁRIAS 
E PERMISSIONÁRIAS DE SERVIÇOS PÚBLICOS, 
O CARÁTER ESPECIAL DE SEU CONTRATO E DE 
SUA PRORROGAÇÃO, BEM COMO AS 
CONDIÇÕES DE CADUCIDADE, FISCALIZAÇÃO E 
RESCISÃO DA CONCESSÃO OU PERMISSÃO 
OS DIREITOS DOS USUÁRIOS 
A POLÍTICA TARIFÁRIA 
A OBRIGAÇÃO DE MANTER SERVIÇO 
ADEQUADO 
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A propriedade dos recursos minerais e dos potenciais de energia 
hidráulica será sempre da União, por força do que determina o art. 20, VIII 
e IX, CF/88. A propriedade do solo, por sua vez, pode ser de um particular ou 
mesmo do Poder Público. Isso é exatamente o que dispõe o art. 176, caput: 
Art. 176. As jazidas, em lavra ou não, e demais recursos minerais e os 
potenciais de energia hidráulica constituem propriedade distinta da do 
solo, para efeito de exploração ou aproveitamento, e pertencem à União, 
garantida ao concessionário a propriedade do produto da lavra. 
 
A pesquisa e a lavra de recursos minerais e o aproveitamento dos 
potenciais de energia hidráulica somente poderão ser efetuados mediante 
autorização ou concessão da União, no interesse nacional, por brasileiros 
ou empresa constituída sob as leis brasileiras e que tenha sua sede e 
administração no País, na forma da lei. Assim, a União delega essas atividades 
a um particular (minerador), o qual é denominado de concessionário. 
O concessionário realizaráa pesquisa e a lavra dos recursos minerais e ficará 
com a propriedade do produto da lavra. Nada mais natural! Segundo o 
Ministro Eros Grau, “a concessão seria materialmente impossível sem que o 
proprietário se apropriasse do produto da exploração da jazida”.8 Como 
contrapartida, o concessionário (mineradora) deverá recolher uma 
compensação financeira, nos termos do art. 20, § 1º: 
Art. 20. (...) 
§ 1º - É assegurada, nos termos da lei, aos Estados, ao Distrito Federal 
e aos Municípios, bem como a órgãos da administração direta da União, 
participação no resultado da exploração de petróleo ou gás natural, de 
recursos hídricos para fins de geração de energia elétrica e de outros 
recursos minerais no respectivo território, plataforma continental, mar 
territorial ou zona econômica exclusiva, ou compensação financeira por 
essa exploração. 
A CF/88 também assegura ao proprietário do solo participação nos 
resultados da lavra, na forma e nos valor que dispuser a lei. É o que dispõe 
o art. 176, § 2º, CF/88: 
Art. 176 (...) 
§ 2º - É assegurada participação ao proprietário do solo nos resultados 
da lavra, na forma e no valor que dispuser a lei. 
Para finalizar, vejamos o que dispõem os § 3º e § 4º, do art. 176: 
 
+
! In: CANOTILHO, J.J. Gomes; MENDES, Gilmar Ferreira; SARLET, Ingo Wolfgang; STRECK, 
Lenio Luiz. Comentários à Constituição do Brasil. Ed. Saraiva, São Paulo: 2013, pp. 1850. !
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§ 3º - A autorização de pesquisa será sempre por prazo determinado, e 
as autorizações e concessões previstas neste artigo não poderão ser 
cedidas ou transferidas, total ou parcialmente, sem prévia anuência do 
poder concedente. 
§ 4º - Não dependerá de autorização ou concessão o aproveitamento do 
potencial de energia renovável de capacidade reduzida. 
Suponha que em um sítio exista uma pequena cachoeira com capacidade para 
gerar energia elétrica suficiente para atender a família que ali vive. Nesse 
caso, por se tratar de aproveitamento de potencial de energia renovável de 
capacidade reduzida, não será necessária concessão ou autorização. 
 
2.6 – Ordenação dos Transportes / Incentivo ao Turismo / Requisição 
de documentos: 
Segundo o art. 178, a lei disporá sobre a ordenação dos transportes 
aéreo, aquático e terrestre, devendo, quanto à ordenação do transporte 
internacional, observar os acordos firmados pela União, atendido o princípio 
da reciprocidade. 
Cabe destacar que a atual redação do art. 178 é fruto da EC nº 07/1995, que 
realizou mudanças substanciais nesse dispositivo. Uma das alterações de maior 
destaque foi a extinção da exclusividade das embarcações brasileiras na 
navegação de cabotagem. 
O art. 180, CF/88, por sua vez, dispõe que a União, os Estados, o Distrito 
Federal e os Municípios promoverão e incentivarão o turismo como fator 
de desenvolvimento social e econômico. Trata-se de norma programática, que 
estabelece uma diretriz para todos os entes federativos. 
Por fim, mencionamos o art. 181, CF/88, que trata da requisição de 
documentos por autoridades estrangeiras. Segundo esse dispositivo, o 
atendimento de requisição de documento ou informação de natureza 
comercial, feita por autoridade administrativa ou judiciária estrangeira, a 
pessoa física ou jurídica residente ou domiciliada no País dependerá de 
autorização do Poder competente. 
 
3- Política Urbana: 
Segundo o art. 182, “caput”, da Carta Magna, a política de 
desenvolvimento urbano será executada pelo Poder Público municipal, 
devendo obedecer diretrizes gerais fixadas em lei federal, de caráter nacional. 
O objetivo da política de desenvolvimento urbano é ordenar o pleno 
desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem-estar de seus 
habitantes. 
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O instrumento básico da política de desenvolvimento urbano é o Plano 
Diretor, que deve ser aprovado pela Câmara Municipal. Cabe destacar que, 
segundo a CF/88, o Plano Diretor é obrigatório para cidades com mais de 
20.000 habitantes. 
A política de desenvolvimento urbano também se apoia na exigência de que a 
propriedade cumpra a sua função social. É o que dispõe o art. 182, § 2º, 
segundo o qual “a propriedade urbana cumpre sua função social quando 
atende às exigências fundamentais de ordenação da cidade expressas no plano 
diretor”. Recorde-se que o direito de propriedade, garantido pelo art. 5º, 
XXII, é norma constitucional de eficácia contida e, portanto, está sujeito à 
atuação restritiva, por parte do Poder Público. Assim como todos os direitos 
fundamentais, não é absoluto: a Constituição exige que a propriedade cumpra 
sua função social (art. 5º, XXIII). 
A Constituição Federal abre a possibilidade para que seja realizada a 
desapropriação de imóveis urbanos. Segundo o art. 182, § 3º, as 
desapropriações de imóveis urbanos serão feitas com prévia e justa 
indenização em dinheiro. Essa é a regra geral! 
No entanto, existem casos em que a desapropriação não ocorrerá com 
indenização em dinheiro: 
a) O art. 182, § 4º, CF/88 estabelece que o Poder Público Municipal 
poderá exigir que o proprietário do solo urbano não edificado, 
subutilizado ou não utilizado promova seu adequado aproveitamento, sob 
pena de sanções sucessivas. 
§ 4º - É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei 
específica para área incluída no plano diretor, exigir, nos termos da 
lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado, 
subutilizado ou não utilizado, que promova seu adequado 
aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de: 
I - parcelamento ou edificação compulsórios; 
II - imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana 
progressivo no tempo; 
III - desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida 
pública de emissão previamente aprovada pelo Senado Federal, 
com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e 
sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros 
legais. 
O inciso III prevê a chamada desapropriação-sanção, que é uma clara 
consequência do descumprimento da função social da propriedade. A 
indenização não será em dinheiro, mas em títulos da dívida pública de 
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emissão previamente previamente aprovada pelo Senado, com prazo de 
resgate de até 10 (dez) anos. 
b) O art. 243, CF/88 estabelece a chamada desapropriação confiscatória, 
que foi objeto de relevante alteração promovida pela EC nº 81/2014. Segundo 
esse dispositivo, “as propriedades rurais e urbanas de qualquer região do 
País onde forem localizadas culturas ilegais de plantas psicotrópicas ou a 
exploração de trabalho escravo na forma da lei serão expropriadas e 
destinadas à reforma agrária e a programas de habitação popular, sem 
qualquer indenização ao proprietário e sem prejuízo de outras sanções 
previstas em lei, observado, no que couber, o disposto no art. 5º”. 
Como se pode verificar, no caso da desapropriação confiscatória, não haverá 
qualquer indenização ao proprietário. A propriedade, seja ela urbana ou 
rural, será expropriada e destinada à reforma agrária e a programas de 
habitação popular. Destaque-se que são dois os motivos que levam à 
desapropriação confiscatória: i) culturas ilegais de plantas psicotrópicas 
e; ii) exploraçãode trabalho escravo. Antes da EC nº 81/2014, apenas era 
motivo para a desapropriação confiscatória a existência de culturas ilegais de 
plantas psicotrópicas. 
... 
Ainda sobre a política urbana, temos que mencionar o art. 183, CF/88, que 
trata da chamada usucapião constitucional do imóvel urbano. 
Art. 183. Aquele que possuir como sua área urbana de até 
duzentos e cinquenta metros quadrados, por cinco anos, 
ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia 
ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja 
proprietário de outro imóvel urbano ou rural. 
1º - O título de domínio e a concessão de uso serão conferidos ao 
homem ou à mulher, ou a ambos, independentemente do estado 
civil. 
§ 2º - Esse direito não será reconhecido ao mesmo possuidor mais 
de uma vez. 
§ 3º - Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião. 
A usucapião constitucional do imóvel urbano, também chamada de usucapião 
pró-moradia, consiste na aquisição do domínio de área urbana por aquele 
que tenha tido sua posse durante um certo período de tempo. Os requisitos 
para que o usucapião pró-moradia se efetive são os seguintes: 
a) Área urbana de até 250 metros quadrados; 
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b) Posse ininterrupta durante 5 anos, sem qualquer oposição. 
Segundo o STF, o tempo de posse anterior à promulgação da 
Constituição de 1988 não se inclui na contagem desse prazo quinquenal.9 
c) Utilização para moradia própria ou da família. 
Cabe destacar que, para usufruir desse direito, o indivíduo não poderá ser 
proprietário de nenhum outro imóvel urbano ou rural. Além disso, não é 
possível a usucapião de imóveis públicos. 
 
(Procurador de Salvador – 2015) A política de 
desenvolvimento urbano, executada pelo município, deve 
obedecer às diretrizes gerais fixadas em lei nacional, sem 
prejuízo da competência das câmaras municipais para editar o 
plano diretor do município. 
Comentários: 
É isso mesmo! A política de desenvolvimento urbano é 
conduzida pelo Município, devendo obedecer às diretrizes 
gerais fixadas em lei nacional. A competência para editar o 
Plano Diretor é das Câmaras Municipais. Questão correta. 
(MPE-SP – 2015) Os imóveis públicos não podem ser 
adquiridos por usucapião, salvo quando não atenderem às 
exigências fundamentais de ordenação da cidade expressas 
no plano diretor. 
Comentários: 
Segundo o art. 183, § 3º, “os imóveis públicos não serão 
adquiridos por usucapião”. Não há qualquer ressalva a isso. 
Questão errada. 
(MPE-SP – 2015) O plano diretor, aprovado pela Câmara 
Municipal, obrigatório para cidades com mais de vinte mil 
habitantes, é o instrumento básico da política de 
desenvolvimento e de expansão urbana; a propriedade 
urbana cumpre sua função social quando atende às exigências 
fundamentais de ordenação da cidade expressas no plano 
diretor. 
Comentários: 
 
,
!RE 206.659, Min. Rel. Galvão, DJ de 6.2.1998; RE 191.603, Min. Rel. Marco Aurélio, 
DJ de 28.8.1998; RE 187.913, Min. Rel. Néri, DJ de 22.5.1998; RE 214.851, Min. Rel. 
Moreira Alves, DJ de 8.5.1998; RE 217.414, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, j. 
11.12.1998, DJ de 26.3.1999. 
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O Plano Diretor é obrigatório para cidades com mais de 
20.000 habitantes, devendo ser aprovado pela Câmara 
Municipal. A propriedade urbana cumpre sua função social 
quando atender às exigências previstas no Plano Diretor. 
Questão correta. 
 
4- Política agrícola, fundiária e a reforma agrária: 
Esse assunto foi resultado de grandes confrontos à época da elaboração da 
Constituição Federal de 1988. De um lado, havia os “sem terra”; do outro, os 
grandes proprietários de terra (os ruralistas). Como resultado, os dispositivos 
constitucionais que tratam da política agrícola e fundiária e da reforma agrária 
refletem interesses variados.10 
A política agrícola, fundiária e a reforma agrária são tratadas nos arts. 184 a 
191 da Carta Magna. Em essência, todos esses dispositivos têm como fim 
último garantir que a propriedade atenda a sua função social. 
Para sistematizar o nosso estudo, vamos falar, separadamente, sobre cada um 
desses três temas: i) política agrícola; ii) política fundiária e; iii) reforma 
agrária. 
a) A política agrícola está intimamente relacionada à política econômica. 
Trata-se, na verdade, de importante vertente desta, buscando orientar as 
atividades agropecuárias com o objetivo de promover o desenvolvimento e 
o bem-estar da comunidade rural. 
Segundo o art. 187, CF/88, a política agrícola será planejada e executada 
na forma da lei, com a participação efetiva do setor de produção, 
envolvendo produtores e trabalhadores rurais, bem como dos setores de 
comercialização, de armazenamento e de transportes, levando em conta, 
especialmente: 
- Os instrumentos creditícios e fiscais; 
- Os preços compatíveis com os custos de produção e a garantia de 
comercialização; 
- O incentivo à pesquisa e à tecnologia; 
- A assistência técnica e extensão rural; 
- O seguro agrícola; 
 
10 BULOS, Uadi Lammêgo. Curso de Direito Constitucional, 6a edição. Ed. Saraiva. 
São Paulo: 2011, pp. 1511. 
Direito Constitucional – TRE-PE 
Profa. Nádia Carolina / Prof. Ricardo Vale 
 
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- O cooperativismo; 
- A eletrificação rural e irrigação; 
- A habitação para o trabalhador rural. 
Incluem-se no planejamento agrícola as atividades agroindustriais, 
agropecuárias, pesqueiras e florestais (art. 187, § 1º, CF). Além disso, 
serão compatibilizadas as ações de política agrícola e de reforma agrária (art. 
187, § 2º, CF). 
b) A política fundiária, por sua vez, é o que determina o destino das terras 
públicas e devolutas no Brasil. Essa destinação deve ser compatível com a 
política agrícola e com o plano nacional de reforma agrária (art. 188, “caput”, 
CF). Por terras devolutas entende-se aquelas que, não sendo próprias nem 
aplicadas a algum uso público federal, estadual territorial ou municipal, não se 
incorporaram ao domínio privado (art. 5º, Decreto-Lei 9.760 de 1946). Trata-
se de terras pertencentes ao Estado brasileiro, mesmo não estando destinadas 
a nenhum uso público. 
Dispõe a Constituição (art. 188, § 1º, CF) que a alienação ou a concessão, a 
qualquer título, de terras públicas com área superior a 2.500 hectares a 
pessoa física ou jurídica, ainda que por interposta pessoa, dependerá de 
prévia aprovação do Congresso Nacional. Excetuam-se dessa regra (art. 
188, § 2º, CF) as alienações ou as concessões de terras públicas para fins de 
reforma agrária. 
Segundo o art. 190, CF/88, a lei regulará e limitará a aquisição ou o 
arrendamento de propriedade rural por pessoa física ou jurídica 
estrangeira e estabelecerá os casos que dependerão de autorização do 
Congresso Nacional. 
Ainda no que tange à política fundiária, cabe fazer menção à usucapião 
constitucional rural, também denominado usucapião pro labore. 
Art. 191. Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou 
urbano, possua como seu, por cinco anos ininterruptos, sem 
oposição, área de terra, em zona rural, não superior a cinquenta 
hectares, tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua família, 
tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a propriedade. 
Parágrafo único.Os imóveis públicos não serão adquiridos por 
usucapião. 
Esse instituto é chamado “usucapião pro labore” porque seu título deriva do 
fato de a área ter adquirido produtividade em virtude do trabalho do 
usucapiente ou de seus familiares. Aplica-se exclusivamente às áreas rurais 
não superiores a 50 hectares. 
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Cabe enfatizar que a Carta Magna exige que o beneficiário não seja 
proprietário nem de imóvel rural, nem de imóvel urbano. Busca-se, com isso, 
que apenas os hipossuficientes sejam beneficiados por esse tipo de usucapião. 
Um importante requisito para que seja usufruída a usucapião constitucional 
rural é a posse da área rural durante 5 (cinco) anos ininterruptos, sem 
oposição. Por fim, os imóveis públicos não podem ser adquiridos por 
usucapião. 
c) A reforma agrária, a seu turno, é um instrumento da política agrícola e 
fundiária por meio do qual o Estado intervém na economia agrícola a fim de 
promover a repartição da propriedade fundiária. Nesse sentido, o art. 
184, CF/88 determina que a União poderá realizar desapropriação por 
interesse social, para fins de reforma agrária, do imóvel rural que não estiver 
cumprindo a sua função social. 
Art. 184. Compete à União desapropriar por interesse social, para 
fins de reforma agrária, o imóvel rural que não esteja cumprindo 
sua função social, mediante prévia e justa indenização em títulos 
da dívida agrária, com cláusula de preservação do valor real, 
resgatáveis no prazo de até vinte anos, a partir do segundo ano de 
sua emissão, e cuja utilização será definida em lei. 
§ 1º - As benfeitorias úteis e necessárias serão indenizadas em 
dinheiro. 
§ 2º - O decreto que declarar o imóvel como de interesse social, 
para fins de reforma agrária, autoriza a União a propor a ação de 
desapropriação. 
§ 3º - Cabe à lei complementar estabelecer procedimento 
contraditório especial, de rito sumário, para o processo judicial de 
desapropriação. 
§ 4º - O orçamento fixará anualmente o volume total de títulos da 
dívida agrária, assim como o montante de recursos para atender ao 
programa de reforma agrária no exercício. 
§ 5º - São isentas de impostos federais, estaduais e municipais as 
operações de transferência de imóveis desapropriados para fins de 
reforma agrária. 
A desapropriação por interesse social, para fins de reforma agrária, não será 
feita mediante indenização em dinheiro. A indenização ao proprietário 
será em títulos da dívida agrária, com cláusula de preservação do valor real, 
resgatáveis no prazo de até 20 (vinte) anos, a partir do segundo ano de sua 
emissão, e cuja utilização será definida em lei. Por outro lado, as benfeitorias 
úteis e necessárias feitas no imóvel rural serão indenizadas em dinheiro. 
 
A desapropriação por interesse social, para fins de reforma 
agrária, é competência da União. Já a desapropriação de 
imóvel urbano é competência dos Municípios. 
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Conforme comentamos, a desapropriação para fins de reforma agrária ocorrerá 
quando o imóvel rural não estiver cumprindo a sua função social. É aí 
que vem uma importante pergunta: quando é que se considera que a função 
social foi cumprida? 
A resposta está no art. 186, CF/88. Segundo esse dispositivo, a função social é 
cumprida quando a propriedade rural atende, simultaneamente, segundo 
critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos: 
- aproveitamento racional e adequado; 
- utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do 
meio ambiente; 
- observância das disposições que regulam as relações de trabalho; 
- exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos 
trabalhadores. 
Uma vez atendidos esses requisitos, a propriedade rural estará cumprindo sua 
função social e, portanto, não poderá ser objeto de desapropriação. 
A Constituição Federal também protegeu outros imóveis rurais da 
desapropriação. Vejamos o art. 185, CF/88: 
Art. 185. São insuscetíveis de desapropriação para fins de reforma 
agrária: 
I - a pequena e média propriedade rural, assim definida em lei, 
desde que seu proprietário não possua outra; 
II - a propriedade produtiva. 
Parágrafo único. A lei garantirá tratamento especial à 
propriedade produtiva e fixará normas para o cumprimento dos 
requisitos relativos a sua função social. 
Note que a pequena e a média propriedade rural são insuscetíveis de 
desapropriação para fins de reforma agrária, desde que o seu proprietário 
não possua outra. Caso ele possua outra, será possível a desapropriação. 
Também é insuscetível de desapropriação para fins de reforma agrária a 
propriedade produtiva. Perceba que o grande foco das desapropriações para 
reforma agrária são as grandes propriedades e as propriedades improdutivas. 
 
(TRF 1a Região – 2015) A CF prevê que tanto a 
desapropriação por interesse social quanto a desapropriação 
por necessidade ou utilidade pública seja feita somente 
mediante justa e prévia indenização em dinheiro. 
Comentários: 
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Há casos previstos na CF/88 nos quais a desapropriação 
não será feita mediante indenização em dinheiro. É o 
caso da desapropriação por interesse social para fins de 
reforma agrária. Nessa situação, a indenização em títulos da 
dívida agrária. Questão errada. 
(TRT 21a Região – 2015) A propriedade produtiva é 
insuscetível de desapropriação, desde que seu proprietário 
não possua outra. 
Comentários: 
As propriedades produtivas são insuscetíveis de 
desapropriação, sem qualquer ressalva. Questão errada. 
(MPE-SP – 2015) A média propriedade rural, assim definida 
em lei, desde que seu proprietário não possua outra, é 
insuscetível de desapropriação para fins de reforma agrária. 
Comentários: 
Segundo o art. 185, I, CF/88, são insuscetíveis de 
desapropriação, para fins de reforma agrária, a pequena e 
média propriedade rural, assim definida em lei, desde que 
seu proprietário não possua outra. Questão correta. 
 
5- Sistema Financeiro Nacional: 
A Emenda Constitucional no 40 de 29 de maio de 2003 suprimiu todos os 
incisos, alíneas e parágrafos constantes da redação original do art. 182, CF, 
mas não lhe alterou o conteúdo de maneira substancial. Após a redação 
dada pela referida emenda, o capítulo da Constituição referente ao Sistema 
Financeiro Nacional passou a se resumir ao seguinte dispositivo: 
Art. 192. O sistema financeiro nacional, estruturado de forma 
a promover o desenvolvimento equilibrado do País e a servir 
aos interesses da coletividade, em todas as partes que o 
compõem, abrangendo as cooperativas de crédito, será 
regulado por leis complementares que disporão, inclusive, 
sobre a participação do capital estrangeiro nas instituições que 
o integram. 
A Constituição reserva a leis complementares a disciplina da matéria. Atente 
para o fato de que várias leis complementares poderão dispor sobre a 
matéria, não havendo restrição a uma só lei. 
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Questões Comentadas 
1. (CESPE / TJ-PB – 2015) Será materialmente inconstitucional, por 
ofender o princípioda livre concorrência, lei municipal que, a pretexto 
de realizar zoneamento urbano, estabeleça distância mínima de 
quinhentos metros entre uma farmácia e outra. 
Comentários: 
A Súmula Vinculante nº 49 estabelece que “ofende o princípio da livre 
concorrência lei municipal que impede a instalação de estabelecimentos 
comerciais do mesmo ramo em determinada área”. Assim, será 
inconstitucional a lei municipal que estabeleça distância mínima de 500 metros 
entre uma farmácia e outra. Questão correta. 
2. (CESPE / TJDFT – 2014) Constitui princípio constitucional da 
ordem econômica o tratamento favorecido para todas as empresas 
constituídas sob as leis brasileiras, com sede e administração no 
Brasil. 
Comentários: 
É princípio constitucional da ordem econômica o “tratamento favorecido para 
as empresas de pequeno porte constituídas sob as leis brasileiras e que 
tenham sua sede e administração no País”. Portanto, a questão está errada. 
3. (CESPE / CADE – 2014) Os valores sociais da livre iniciativa e a 
livre iniciativa são princípios da República Federativa do Brasil; o 
primeiro é um fundamento, e o segundo, um princípio geral da 
atividade econômica. 
Comentários: 
É isso mesmo! Os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa são um 
fundamento da República Federativa do Brasil. Por sua vez, a livre iniciativa 
(livre concorrência) é princípio geral da ordem econômica (art. 170, IV). 
Questão correta. 
4. (CESPE / TJ-SE – 2014) A CF prevê a possibilidade de exploração 
direta de atividade econômica pelo Estado somente no caso de 
imprescindibilidade à segurança nacional. 
Comentários: 
O Estado pode explorar diretamente atividade econômica quando for 
necessário aos imperativos de segurança nacional ou a relevante 
interesse coletivo. Também é admitida a exploração direta de atividade 
econômica pelo Estado em outros casos previstos na Constituição. Dessa 
forma, a imprescindibilidade à segurança nacional não é a única hipótese em 
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que se autoriza a atuação direta do Estado na atividade econômica. Questão 
errada. 
5. (CESPE / MPE-AC – 2014) Em razão do regime de livre mercado 
estabelecido na CF, é vedado ao Estado explorar diretamente atividade 
econômica. 
Comentários: 
Segundo o art. 173, “ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a 
exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida 
quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante 
interesse coletivo, conforme definidos em lei”. Assim, é possível, em alguns 
casos, que o Estado explore diretamente atividade econômica. Questão errada. 
6. (CESPE / TRF 2ª Região - 2013) A proteção à livre concorrência é 
um dos princípios orientadores da ordem econômica, e, segundo 
entendimento do STF o privilégio de entrega de correspondência da 
ECT — empresa pública — viola tal princípio. 
Comentários: 
É o contrário! Para o STF, por se tratar de um serviço público, a atividade de 
entrega de correspondência pode, sim, ser desenvolvida com exclusividade 
pela ECT. Não há violação á livre concorrência. Questão incorreta. 
7. (CESPE / Banco da Amazônia - 2012) Conforme previsto na CF, o 
Estado, quando atua como agente normativo e regulador, exerce as 
funções de fiscalização, planejamento e participação no mercado. 
Comentários: 
Segundo o art. 174, “caput”, da CF/88, quando o Estado atua como agente 
normativo e regulador, exerce as funções de fiscalização, incentivo e 
planejamento. Questão incorreta. 
8. (CESPE / Banco da Amazônia - 2012) O princípio da livre 
concorrência garante aos agentes econômicos a segurança de que o 
Estado não poderá impedi-los de atuar livremente no mercado. 
Comentários: 
O Estado pode, sim, impedir que agentes econômicos atuem livremente no 
mercado, para coibir o abuso do poder econômico que vise à dominação dos 
mercados, à eliminação da concorrência e ao aumento arbitrário dos lucros. 
Nesse sentido, foi criado o CADE, a fim de exercer o controle sobre a atuação 
econômica das pessoas jurídicas. Questão incorreta. 
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9. (CESPE / Banco da Amazônia - 2012) Ao planejar a atividade 
econômica, o Estado deve, conforme previsão constitucional, observar 
o princípio da livre iniciativa, atuando apenas de forma indicativa para 
o setor privado. 
Comentários: 
De fato, a livre iniciativa é um dos fundamentos da RFB, que deve ser 
observado pelo Estado ao planejar a atividade econômica (art. 1º, IV, CF). 
Esse planejamento é determinante para o setor público e indicativo para o 
setor privado (art. 174, “caput”, CF). Questão correta. 
10. (CESPE / AGU - 2012) A atuação do Estado como agente 
normativo e regulador da atividade econômica compreende, entre 
outras funções, a de planejamento, que é determinante tanto para o 
setor público quanto para o setor privado. 
Comentários: 
O planejamento é determinante para o setor público e indicativo para o 
privado (art. 174, “caput”, CF). Questão incorreta. 
11. (CESPE / AGU - 2012) As empresas públicas e as sociedades de 
economia mista, dadas as suas especificidades, beneficiam-se de 
determinados privilégios fiscais não atribuídos às empresas privadas. 
Comentários: 
Determina o art. 173, § 2º, CF/88, que as empresas públicas e as sociedades 
de economia mista não poderão gozar de privilégios fiscais não extensivos às 
do setor privado. Questão incorreta. 
12. (CESPE / AGU - 2012) Como forma de estímulo à atração de 
investimentos de capital estrangeiro, a CF veda a regulação da 
remessa de lucros. 
Comentários: 
Não há vedação à remessa de lucros. A Constituição apenas determina que 
esta deverá ser regulada por lei (art. 172). Questão incorreta. 
13. (CESPE / AGU - 2012) A CF prevê áreas em que a exploração 
direta de atividade econômica pela União é feita por meio de 
monopólio. 
Comentários: 
Isso ocorre, de fato, na Constituição, em seu art. 177. Questão correta. 
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14. (CESPE / TJ-AC - 2012) Estão sujeitas ao regime jurídico próprio 
das empresas privadas, quanto aos direitos e obrigações trabalhistas e 
tributários, as empresas públicas e as sociedades de economia mista 
que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de 
bens, mas não as que prestam serviços. 
Comentários: 
Determina o art. 173, § 1º, CF/88, que a lei estabelecerá o estatuto jurídico 
da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias 
que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens 
ou de prestação de serviços, dispondo sobre a sujeição ao regime jurídico 
próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, 
comerciais, trabalhistas e tributários. O erro do enunciado é dizer que não se 
sujeitam a esse regime as prestadoras de serviços. Questão incorreta. 
15. (CESPE / TJ-AC - 2012) A CF estabelece o monopólio da União na 
pesquisa e lavra das jazidas de petróleo e gás natural, permitindo, 
entretanto, a contratação de empresas estatais e privadas para a 
realização dessas atividades, observadas as condições estabelecidas 
em lei. 
Comentários: 
É o que determina o art. 177, I c/c § 1o, da CF. Questão correta. 
16. (CESPE / TCU - 2011) De acordo com a CF, constituem monopólio 
da União a pesquisa,a comercialização e a lavra das jazidas de 
petróleo e gás natural. 
Comentários: 
Isso se aplica à pesquisa e a lavra das jazidas de petróleo e gás natural (art. 
177, I, CF), mas não à sua comercialização. Questão incorreta. 
17. (CESPE / TRF 5ª Região - 2011) Ao prever o princípio do pleno 
emprego na CF, o legislador pretendeu defender a absorção da força 
de trabalho a qualquer custo, sem se preocupar com a dignidade da 
pessoa humana. 
Comentários: 
A busca do pleno emprego deve estar em consonância com a dignidade da 
pessoa humana, fundamento da RFB (art. 1º, III, CF). Questão incorreta. 
18. (CESPE / TRF 5ª Região - 2011) A atividade normativa e 
reguladora do Estado exercida por meio da intervenção na atividade 
econômica compreende as funções de fiscalização, participação e 
incentivo. 
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Comentários: 
Segundo o art. 174, “caput”, da Constituição, como agente normativo e 
regulador da atividade econômica, o Estado exercerá, na forma da lei, as 
funções de fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este determinante 
para o setor público e indicativo para o setor privado. Questão incorreta. 
19. (CESPE / TRF 5ª Região - 2011) O monopólio estatal na refinação 
do petróleo nacional impede a contratação, pela União, de empresa 
privada para a realização dessa atividade. 
Comentários: 
Não há tal impedimento, conforme art. 177, § 1º, da Constituição, desde que 
observadas as condições estabelecidas em lei. Questão incorreta. 
20. (CESPE / TRF 5ª Região - 2011) O planejamento da atividade 
econômica pelo Estado, na nova ordem constitucional econômica, é 
sempre indicativo para o setor privado, em harmonia com o princípio 
da livre iniciativa. 
Comentários: 
É o que determina o art. 174, “caput”, da Constituição. Questão correta. 
21. (CESPE / MPS - 2010) Constitui monopólio da União a refinação 
de petróleo nacional ou estrangeiro. 
Comentários: 
É o que versa o art. 177, II, da CF/88. Questão correta. 
22. (CESPE / MPS - 2010) As empresas públicas e as sociedades de 
economia mista não podem gozar de privilégios fiscais não extensivos 
às empresas do setor privado. 
Comentários: 
Trata-se da literalidade do art. 173, 2º, da Constituição. Questão correta. 
23. (CESPE / OAB - 2010) O aproveitamento do potencial de energia 
renovável de capacidade reduzida depende de autorização do Estado. 
Comentários: 
Segundo o § 4º do art. 176 da Constituição, não dependerá de autorização 
ou concessão o aproveitamento do potencial de energia renovável de 
capacidade reduzida. Questão incorreta. 
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24. (CESPE / TJ-SE – 2014) A desapropriação, pela União, de imóvel 
rural que não atenda a sua função social, para a realização de reforma 
agrária, depende de prévia indenização em dinheiro. 
Comentários: 
A desapropriação por interesse social, para fins de reforma agrária, de imóvel 
que não esteja atendendo a sua função social, é feita mediante prévia e justa 
indenização em títulos da dívida agrária. A indenização não é em dinheiro. 
Questão errada. 
25. (CESPE / TJ-PI - 2012) A política de desenvolvimento urbano 
deve ficar a cargo do município, a partir de diretrizes comuns fixadas 
por lei federal. 
Comentários: 
É o que determina o art. 182, “caput”, da Constituição. A política de 
desenvolvimento urbano será executado pelo Município. As diretrizes, por sua 
vez, são fixadas em lei federal, de caráter nacional. Questão correta. 
26. (CESPE / TJ-PI - 2012) A alienação ou concessão, a qualquer 
título, de terras públicas rurais, independentemente da dimensão, a 
pessoa física ou jurídica depende de prévia aprovação do Congresso 
Nacional. 
Comentários: 
Isso só se aplica a terras públicas com área superior a dois mil e 
quinhentos hectares, excetuadas as concessões de terras públicas para fins 
de reforma agrária. Questão incorreta. 
27. (CESPE / BRB - 2010) Considere que a União desaproprie por 
interesse social, para fins de reforma agrária, determinado imóvel 
rural localizado no estado do Mato Grosso, que não esteja cumprindo 
sua função social. Nessa situação, todas as benfeitorias do imóvel 
deverão ser indenizadas mediante títulos da dívida agrária. 
Comentários: 
Apenas as benfeitorias úteis e necessárias deverão ser indenizadas, o que 
deverá se dar em dinheiro (art. 184, § 1º, CF). Questão incorreta. 
 
 
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Lista de Questões 
1. (CESPE / TJ-PB – 2015) Será materialmente inconstitucional, por 
ofender o princípio da livre concorrência, lei municipal que, a pretexto 
de realizar zoneamento urbano, estabeleça distância mínima de 
quinhentos metros entre uma farmácia e outra. 
2. (CESPE / TJDFT – 2014) Constitui princípio constitucional da 
ordem econômica o tratamento favorecido para todas as empresas 
constituídas sob as leis brasileiras, com sede e administração no 
Brasil. 
3. (CESPE / CADE – 2014) Os valores sociais da livre iniciativa e a 
livre iniciativa são princípios da República Federativa do Brasil; o 
primeiro é um fundamento, e o segundo, um princípio geral da 
atividade econômica. 
4. (CESPE / TJ-SE – 2014) A CF prevê a possibilidade de exploração 
direta de atividade econômica pelo Estado somente no caso de 
imprescindibilidade à segurança nacional. 
5. (CESPE / MPE-AC – 2014) Em razão do regime de livre mercado 
estabelecido na CF, é vedado ao Estado explorar diretamente atividade 
econômica. 
6. (CESPE / TRF 2ª Região - 2013) A proteção à livre concorrência é 
um dos princípios orientadores da ordem econômica, e, segundo 
entendimento do STF o privilégio de entrega de correspondência da 
ECT — empresa pública — viola tal princípio. 
7. (CESPE / Banco da Amazônia - 2012) Conforme previsto na CF, o 
Estado, quando atua como agente normativo e regulador, exerce as 
funções de fiscalização, planejamento e participação no mercado. 
8. (CESPE / Banco da Amazônia - 2012) O princípio da livre 
concorrência garante aos agentes econômicos a segurança de que o 
Estado não poderá impedi-los de atuar livremente no mercado. 
9. (CESPE / Banco da Amazônia - 2012) Ao planejar a atividade 
econômica, o Estado deve, conforme previsão constitucional, observar 
o princípio da livre iniciativa, atuando apenas de forma indicativa para 
o setor privado. 
10. (CESPE / AGU - 2012) A atuação do Estado como agente 
normativo e regulador da atividade econômica compreende, entre 
outras funções, a de planejamento, que é determinante tanto para o 
setor público quanto para o setor privado. 
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11. (CESPE / AGU - 2012) As empresas públicas e as sociedades de 
economia mista, dadas as suas especificidades, beneficiam-se de 
determinados privilégios fiscais não atribuídos às empresas privadas. 
12. (CESPE / AGU - 2012) Como forma de estímulo à atração de 
investimentos de capital estrangeiro, a CF veda a regulação da 
remessa de lucros. 
13. (CESPE / AGU - 2012) A CF prevê áreas em que a exploração 
direta de atividade econômica pela União é feita por meio de 
monopólio. 
14. (CESPE / TJ-AC - 2012) Estão sujeitas

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