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Aula 05 Direito Processual Penal p/ TRE-PE (Analista Judiciário - Área Judiciária) - Com videoaulas Professor: Renan Araujo !∀#∃∀%&∋(#&)∃∗∗+,−∋(∃.,−∋/∋%#∃0(∃∋123456∋ ,.,−∀∗%,∋7+!∀)∀8#∀&∋/∋8#∃,∋7+!∀)∀8#∀,∋ %9:;<=∋9∋9>9;?≅?<:Α∋?:Β9Χ∆=Ε:Α∋ (;:ΦΓ∋#9Χ=Χ∋,;=ΗΙ:∋/∋,Ηϑ=∋3Κ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (;:ΦΓ#9Χ=Χ∋,;=ΗΙ:∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!1!()!23! AULA 05: ATOS E PRAZOS PROCESSUAIS (FORMA, TEMPO, LUGAR E NULIDADES). DAS CITAÇÕES E INTIMAÇÕES. ATOS JURISDICIONAIS. SENTENÇA PENAL (MODALIDADES, EFEITOS, ETC.). QUESTÕES E PROCESSOS INCIDENTES. SUMÁRIO ! 1. ATOS PROCESSUAIS .................................................................................... 3 1.1. Introdução ............................................................................................... 3 1.2. Forma dos atos processuais. Nulidades .................................................... 3 1.3. Tempo dos atos processuais e prazos processuais ................................... 7 1.4. Lugar dos atos processuais ...................................................................... 9 2. COMUNICAÇÃO DOS ATOS PROCESSUAIS .................................................. 10 2.1. Citações ................................................................................................. 10 2.1.1. Conceito ................................................................................................ 10 2.1.2. Citação pessoal ...................................................................................... 10 2.1.3. Modalidades especiais de citação pessoal ................................................... 12 2.1.4. Citação do acusado no estrangeiro ............................................................ 13 2.1.5. Citações em embaixadas e consulados ...................................................... 13 2.1.6. Citação ficta: por hora certa e por edital .................................................... 13 2.2. Intimações ............................................................................................. 17 2.3. Notificações ........................................................................................... 19 3. ATOS JURISDICIONAIS NO PROCESSO PENAL ........................................... 19 4. SENTENÇA ................................................................................................. 20 4.1. Requisitos formais ................................................................................. 20 4.2. Sentença penal absolutória .................................................................... 23 4.2.1. Efeitos da Sentença Penal Absolutória ....................................................... 24 4.3. Sentença penal condenatória ................................................................. 25 4.3.1. Efeitos da sentença penal condenatória ..................................................... 27 4.4. Princípio da correlação e princípio da consubstanciação ........................ 29 4.4.1. Emendatio libelli ..................................................................................... 29 4.4.2. Mutatio libelli ......................................................................................... 30 4.5. Publicação e intimação da sentença ....................................................... 32 5. QUESTÕES E PROCESSOS INCIDENTES ...................................................... 34 5.1. Exceções ................................................................................................ 34 5.1.1. Exceção de suspeição ............................................................................. 35 5.1.2. Exceção de Incompetência ....................................................................... 36 !∀#∃∀%&∋(#&)∃∗∗+,−∋(∃.,−∋/∋%#∃0(∃∋123456∋ ,.,−∀∗%,∋7+!∀)∀8#∀&∋/∋8#∃,∋7+!∀)∀8#∀,∋ %9:;<=∋9∋9>9;?≅?<:Α∋?:Β9Χ∆=Ε:Α∋ (;:ΦΓ∋#9Χ=Χ∋,;=ΗΙ:∋/∋,Ηϑ=∋3Κ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (;:ΦΓ#9Χ=Χ∋,;=ΗΙ:∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!4!()!23! 5.1.3. Exceções de litispendência e coisa julgada ................................................. 36 5.1.4. Exceção de ilegitimidade da parte ............................................................. 37 5.2. Questões prejudiciais ............................................................................. 38 5.3. Conflito de jurisdição ............................................................................. 40 5.4. Restituição de coisas apreendidas .......................................................... 40 5.5. Medidas assecuratórias .......................................................................... 42 5.6. Incidente de falsidade documental ......................................................... 45 5.7. Incidente de insanidade mental ............................................................. 45 6. RESUMO .................................................................................................... 47 7. EXERCÍCIOS DA AULA ............................................................................... 58 8. EXERCÍCIOS COMENTADOS ....................................................................... 67 9. GABARITO ................................................................................................. 89 ! Olá, meu povo! Estudando muito? Hoje vamos estudar os atos e prazos processuais (para podermos entender as NULIDADES), bem como as formas de comunicação dos atos processuais (Citações e Intimações). Veremos, ainda, a sentença penal e as questões e processos incidentes. Bons estudos! Prof. Renan Araujo !∀#∃∀%&∋(#&)∃∗∗+,−∋(∃.,−∋/∋%#∃0(∃∋123456∋ ,.,−∀∗%,∋7+!∀)∀8#∀&∋/∋8#∃,∋7+!∀)∀8#∀,∋ %9:;<=∋9∋9>9;?≅?<:Α∋?:Β9Χ∆=Ε:Α∋ (;:ΦΓ∋#9Χ=Χ∋,;=ΗΙ:∋/∋,Ηϑ=∋3Κ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (;:ΦΓ#9Χ=Χ∋,;=ΗΙ:∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!5!()!23! 1.!ATOS PROCESSUAIS 1.1.! Introdução Sabemos que o processo não é estático, ou seja, é dinâmico, de forma que é necessário que haja algum m’eio através do qual as partes e o Juiz impulsionem o processo. Isso se dá através da prática de ATOS PROCESSUAIS. Os atos processuais podem ser: Os segundos (atos do Juiz) são chamados, ainda, de ATOS JURISDICIONAIS, pois através dos atos do Juiz o Estado exerce a Jurisdição. 1.2.! Forma dos atos processuais. Nulidades Os atos processuais, em regra, não possuem forma definida. No entanto, quando a lei expressamente determinar a prática do ato processual mediante uma determinada forma, ela deve ser cumprida, sob pena de nulidade. Uma forma que está expressamente prevista no CPP para TODOS os atos processuais é a PUBLICIDADE. Todos os atos processuais devem ser públicos, nos termos do art. 792 do CPP: Art. 792. As audiências, sessões e os atos processuais serão, em regra, públicos e se realizarão nas sedes dos juízos e tribunais, com assistência dos escrivães, do secretário, do oficial de justiça que servir de porteiro, em dia e hora certos, ou previamente designados. § 1o Se da publicidade da audiência, da sessão ou do ato processual, puder resultar escândalo, inconveniente grave ou perigo de perturbação da ordem, o juiz, ou o tribunal, câmara, ou turma, poderá, de ofício ou a requerimento da parte ou do Ministério Público, determinar que o ato seja realizado a portas fechadas, limitando o número de pessoas que possam estar presentes. Percebam que essa publicidade pode ser restringida, em alguns casos, conforme preconiza o §1° do art. 792. Esse dispositivo, embora anterior à CRFB/88, instrumentaliza o disposto no art. 93, IX da nossa Carta Maior:6789 :;8<=99>6?9 6789!≅69! :6;7=9 6789!≅8!Α>?Β !∀#∃∀%&∋(#&)∃∗∗+,−∋(∃.,−∋/∋%#∃0(∃∋123456∋ ,.,−∀∗%,∋7+!∀)∀8#∀&∋/∋8#∃,∋7+!∀)∀8#∀,∋ %9:;<=∋9∋9>9;?≅?<:Α∋?:Β9Χ∆=Ε:Α∋ (;:ΦΓ∋#9Χ=Χ∋,;=ΗΙ:∋/∋,Ηϑ=∋3Κ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (;:ΦΓ#9Χ=Χ∋,;=ΗΙ:∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!Χ!()!23! IX todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) Outro requisito para a realização de determinados atos é o recolhimento das custas (valores pagos ao Judiciário em razão da prestação do serviço Jurisdicional). Porém, caso o acusado seja pobre, estará dispensado do recolhimento das custas. Nos termos do CPP: Art. 806. Salvo o caso do art. 32, nas ações intentadas mediante queixa, nenhum ato ou diligência se realizará, sem que seja depositada em cartório a importância das custas. § 1o Igualmente, nenhum ato requerido no interesse da defesa será realizado, sem o prévio pagamento das custas, salvo se o acusado for pobre. § 2o A falta do pagamento das custas, nos prazos fixados em lei, ou marcados pelo juiz, importará renúncia à diligência requerida ou deserção do recurso interposto. § 3o A falta de qualquer prova ou diligência que deixe de realizar-se em virtude do não-pagamento de custas não implicará a nulidade do processo, se a prova de pobreza do acusado só posteriormente foi feita. O CPP prevê, ainda, diversas outras regrinhas de menor importância.1 Porém, em alguns casos, mesmo diante do descumprimento da forma estabelecida em lei, alguns atos processuais podem não ter sua nulidade decretada. Isso ocorrerá quando, mesmo diante da inobservância da forma, o ato atingir sua finalidade sem causar prejuízo às partes. Trata-se do princípio do “prejuízo”, ou do “pas de nullité sans grief” (Não há nulidade sem prejuízo).2 Vejamos: Art. 563. Nenhum ato será declarado nulo, se da nulidade não resultar prejuízo para a acusação ou para a defesa. !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! 1 Art. 793. Nas audiências e nas sessões, os advogados, as partes, os escrivães e os espectadores poderão estar sentados. Todos, porém, se levantarão quando se dirigirem aos juízes ou quando estes se levantarem para qualquer ato do processo. Parágrafo único. Nos atos da instrução criminal, perante os juízes singulares, os advogados poderão requerer sentados. Art. 794. A polícia das audiências e das sessões compete aos respectivos juízes ou ao presidente do tribunal, câmara, ou turma, que poderão determinar o que for conveniente à manutenção da ordem. Para tal fim, requisitarão força pública, que ficará exclusivamente à sua disposição. Art. 795. Os espectadores das audiências ou das sessões não poderão manifestar-se. Parágrafo único. O juiz ou o presidente fará retirar da sala os desobedientes, que, em caso de resistência, serão presos e autuados. Art. 796. Os atos de instrução ou julgamento prosseguirão com a assistência do defensor, se o réu se portar inconvenientemente. 2 NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de processo penal e execução penal. 12.º edição. Ed. Forense. Rio de Janeiro, 2015, p. 769 !∀#∃∀%&∋(#&)∃∗∗+,−∋(∃.,−∋/∋%#∃0(∃∋123456∋ ,.,−∀∗%,∋7+!∀)∀8#∀&∋/∋8#∃,∋7+!∀)∀8#∀,∋ %9:;<=∋9∋9>9;?≅?<:Α∋?:Β9Χ∆=Ε:Α∋ (;:ΦΓ∋#9Χ=Χ∋,;=ΗΙ:∋/∋,Ηϑ=∋3Κ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (;:ΦΓ#9Χ=Χ∋,;=ΗΙ:∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!∆!()!23! Assim, percebam que não basta que o ato tenha sido praticado com inobservância da forma prescrita em lei para que seja declarado nulo. É necessário que dessa inobservância de forma tenha derivado algum prejuízo às partes.3 Desta forma, busca-se conservar o ato que alcançou sua finalidade sem causar prejuízo (princípio da conservação). Mas tem ainda um outro requisito: a própria parte que deu causa à nulidade não pode invocá-la, ainda que lhe tenha causado prejuízo4. Trata- se do princípio do “venire contra factum proprium”: Art. 565. Nenhuma das partes poderá argüir nulidade a que haja dado causa, ou para que tenha concorrido, ou referente a formalidade cuja observância só à parte contrária interesse. A nulidade por inobservância da forma pode ocorrer nos seguintes casos: Art. 564. A nulidade ocorrerá nos seguintes casos: (...) III - por falta das fórmulas ou dos termos seguintes: a) a denúncia ou a queixa e a representação e, nos processos de contravenções penais, a portaria ou o auto de prisão em flagrante; b) o exame do corpo de delito nos crimes que deixam vestígios, ressalvado o disposto no Art. 167; c) a nomeação de defensor ao réu presente, que o não tiver, ou ao ausente, e de curador ao menor de 21 anos; d) a intervenção do Ministério Público em todos os termos da ação por ele intentada e nos da intentada pela parte ofendida, quando se tratar de crime de ação pública; e) a citação do réu para ver-se processar, o seu interrogatório, quando presente, e os prazos concedidos à acusação e à defesa; f) a sentença de pronúncia, o libelo e a entrega da respectiva cópia, com o rol de testemunhas, nos processos perante o Tribunal do Júri; g) a intimação do réu para a sessão de julgamento, pelo Tribunal do Júri, quando a lei não permitir o julgamento à revelia; h) a intimação das testemunhas arroladas no libelo e na contrariedade, nos termos estabelecidos pela lei; i) a presença pelo menos de 15 jurados para a constituição do júri; j) o sorteio dos jurados do conselho de sentença em número legal e sua incomunicabilidade; k) os quesitos e as respectivas respostas; l) a acusação e a defesa, na sessão de julgamento; m) a sentença; n) o recurso de oficio, nos casos em que a lei o tenha estabelecido; !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! 3 Tal previsão consagra o princípio da INSTRUMENTALIDADE DAS FORMAS. 4 NUCCI, Guilherme de Souza. Op. Cit., p. 770 !∀#∃∀%&∋(#&)∃∗∗+,−∋(∃.,−∋/∋%#∃0(∃∋123456∋ ,.,−∀∗%,∋7+!∀)∀8#∀&∋/∋8#∃,∋7+!∀)∀8#∀,∋ %9:;<=∋9∋9>9;?≅?<:Α∋?:Β9Χ∆=Ε:Α∋ (;:ΦΓ∋#9Χ=Χ∋,;=ΗΙ:∋/∋,Ηϑ=∋3Κ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (;:ΦΓ#9Χ=Χ∋,;=ΗΙ:∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!Ε!()!23! o) a intimação, nas condições estabelecidas pela lei, para ciência de sentenças e despachos de que caiba recurso; p) no Supremo Tribunal Federal e nos Tribunais de Apelação, o quorum legal para o julgamento; IV - por omissão de formalidade que constitua elemento essencial do ato. Parágrafo único. Ocorrerá ainda a nulidade, por deficiência dos quesitos ou das suas respostas, e contradição entre estas. (Incluído pela Lei nº 263, de 23.2.1948) A ocorrência de algum destes vícios de forma gera a nulidade do ato. Contudo, vocês devem lembrar-se sempre da regra: não há nulidade sem prejuízo. Entretanto, aí fica a dica: vocês devem marcar como “CORRETA” a alternativa que citar algum destes incisos como causa de nulidade, mesmo sem fazer a ressalva de que haja necessidade de prejuízo, pois deve-se estar atento à LITERALIDADE DA LEI. Só se deve marcar o item como errado se houver expressa menção à necessidade de prejuízo. Pode ocorrer, em determinados casos, de mesmo não tendo sido adotada a forma legal e, mesmo tendo havido prejuízo, a nulidade não ser declarada. Isso ocorrerá sempre que se tratar de nulidade relativa, e esta não for arguida no prazo correto. Vejamos: Art. 572. As nulidades previstas no art. 564, Ill, d e e, segunda parte, ge h, e IV, considerar-se-ão sanadas: I - se não forem argüidas, em tempo oportuno, de acordo com o disposto no artigo anterior; II - se, praticado por outra forma, o ato tiver atingido o seu fim; III - se a parte, ainda que tacitamente, tiver aceito os seus efeitos. Vamos esmiuçar este artigo: Consideram-se sanadas, caso não arguidas no prazo correto, as seguintes nulidades: •! A intervenção do Ministério Público em todos os termos da ação da intentada pela parte ofendida, quando se tratar de crime de ação pública (ação penal privada subsidiária da pública); •! Os prazos concedidos à acusação e à defesa; •! A intimação do réu para a sessão de julgamento, pelo Tribunal do Júri, quando a lei não permitir o julgamento à revelia; •! A intimação das testemunhas arroladas no libelo e na contrariedade, nos termos estabelecidos pela lei; Nestes casos, estas nulidades só geraram a anulação do ato se: !∀#∃∀%&∋(#&)∃∗∗+,−∋(∃.,−∋/∋%#∃0(∃∋123456∋ ,.,−∀∗%,∋7+!∀)∀8#∀&∋/∋8#∃,∋7+!∀)∀8#∀,∋ %9:;<=∋9∋9>9;?≅?<:Α∋?:Β9Χ∆=Ε:Α∋ (;:ΦΓ∋#9Χ=Χ∋,;=ΗΙ:∋/∋,Ηϑ=∋3Κ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (;:ΦΓ#9Χ=Χ∋,;=ΗΙ:∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!Φ!()!23! !! A parte não tiver aceitado, ainda que tacitamente, os seus efeitos. !! O ato, praticado por outra forma, NÃO tiver alcançado sua finalidade. !! Tiverem sido arguidas no prazo oportuno. CUIDADO! Sobre a nulidade decorrente de inobservância da competência por prevenção, o STF editou o verbete de súmula nº 706, no sentido de se tratar de nulidade RELATIVA: Súmula 706 É relativa a nulidade decorrente da inobservância da competência penal por prevenção. Caso não tenha sido sanada a nulidade, os atos serão renovados ou retificados. Por fim, temos o princípio da CAUSALIDADE, segundo o qual a nulidade de um ato importa, ainda, na nulidade de todos os atos que dele DIRETAMENTE dependam ou sejam consequência5. O Juiz, ao declarar a nulidade, deve determinar a quais atos ela se estende: Art. 573. Os atos, cuja nulidade não tiver sido sanada, na forma dos artigos anteriores, serão renovados ou retificados. § 1o A nulidade de um ato, uma vez declarada, causará a dos atos que dele diretamente dependam ou sejam conseqüência. § 2o O juiz que pronunciar a nulidade declarará os atos a que ela se estende. 1.3.! Tempo dos atos processuais e prazos processuais Os atos processuais se praticam, em regra, EM QUALQUER DIA, segundo o CPP. Entretanto, as sessões de JULGAMENTO somente podem ocorrer em dias úteis (não podem ser marcadas para domingo ou feriado). Porém, caso tenham se iniciado em dia útil, e não tenham terminado, prosseguirão mesmo que adentrem em dias não-úteis (isso é muito comum em julgamentos do Júri, que às vezes duram 03, 04 dias). Vejamos: Art. 797. Excetuadas as sessões de julgamento, que não serão marcadas para domingo ou dia feriado, os demais atos do processo poderão ser praticados em período de férias, em domingos e dias feriados. Todavia, os julgamentos iniciados em dia útil não se interromperão pela superveniência de feriado ou domingo. Os prazos processuais são contínuos (ou seja, se contam diretamente, sem diferenciação entre dias úteis e não-úteis), e não se interrompem em férias, domingos e feriados: Art. 798. Todos os prazos correrão em cartório e serão contínuos e peremptórios, não se interrompendo por férias, domingo ou dia feriado. !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! 5 Trata-se, aqui, do que se chama de NULIDADE DERIVADA. NUCCI, Guilherme de Souza. Op. Cit., p. 771 !∀#∃∀%&∋(#&)∃∗∗+,−∋(∃.,−∋/∋%#∃0(∃∋123456∋ ,.,−∀∗%,∋7+!∀)∀8#∀&∋/∋8#∃,∋7+!∀)∀8#∀,∋ %9:;<=∋9∋9>9;?≅?<:Α∋?:Β9Χ∆=Ε:Α∋ (;:ΦΓ∋#9Χ=Χ∋,;=ΗΙ:∋/∋,Ηϑ=∋3Κ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (;:ΦΓ#9Χ=Χ∋,;=ΗΙ:∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!Γ!()!23! A referência às “férias” se faz em relação às antigas férias coletivas, hoje abolidas. Atualmente há o recesso forense, mas, na prática, todos os prazos são SUSPENSOS neste período. ATENÇÃO! Essa é a parte mais importante deste tema! A contagem dos prazos processuais penais se dá EXCLUINDO-SE O DIA DO COMEÇO E INCLUINDO-SE O DIA DO VENCIMENTO. Vejamos: Art. 798 (...) § 1o Não se computará no prazo o dia do começo, incluindo-se, porém, o do vencimento. EXEMPLO: Se José recebeu citação para apresentar resposta à acusação em 10.01.12, uma quarta-feira. Seu prazo começará a correr no dia 11.01.12, no dia seguinte ao da realização do ato (excluiu-se o dia do começo). Porém, se o dia 10.01.12 fosse uma sexta-feira, o prazo só começaria a correr na segunda-feira, dia 13.01.12, pois embora os prazos não se INTERROMPAM em domingos e feriados, eles NÃO SE INICIAM NESTAS DATAS. Caso o prazo se encerre em dia que não possua expediente forense, será prorrogado até o dia útil seguinte: Art. 798 (...) § 3o O prazo que terminar em domingo ou dia feriado considerar-se-á prorrogado até o dia útil imediato. CUIDADO! Isto só ocorre com os chamados PRAZOS PROCESSUAIS. Os prazos que, embora presentes no CPP, sejam considerados prazos MATERIAIS (referentes ao próprio Direito Material em si, o que às vezes é difícil de diferenciar) são computados de maneira diversa, incluindo-se o dia do começo e excluindo-se o do vencimento.6 Mas quando os prazos começam a correr? A partir do momento em que a parte tomar ciência da decisão que determina a prática do ato. Esse momento da ciência pode se dar através: •! De intimação. •! De audiência na qual a parte seja cientificada do ato. •! Do dia em que a parte manifestar ciência do ato nos autos. O Juiz também possui prazo para a prática dos atos processuais que lhe caibam (embora na prática...). Esses prazos, que começam a correr da data da conclusão dos autos ao gabinete do Juiz, são: !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! 6 NUCCI, Guilherme de Souza. Op. Cit., p. 931 !∀#∃∀%&∋(#&)∃∗∗+,−∋(∃.,−∋/∋%#∃0(∃∋123456∋ ,.,−∀∗%,∋7+!∀)∀8#∀&∋/∋8#∃,∋7+!∀)∀8#∀,∋ %9:;<=∋9∋9>9;?≅?<:Α∋?:Β9Χ∆=Ε:Α∋ (;:ΦΓ∋#9Χ=Χ∋,;=ΗΙ:∋/∋,Ηϑ=∋3Κ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (;:ΦΓ#9Χ=Χ∋,;=ΗΙ:∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!2!()!23! Art. 800. Os juízes singulares darão seus despachos e decisões dentro dos prazos seguintes, quando outros não estiverem estabelecidos: I - de dez dias, se a decisão for definitiva, ou interlocutória mista; II - de cinco dias, se for interlocutória simples; III - de um dia, se se tratar de despacho de expediente. § 1o Os prazos para o juiz contar-se-ão do termo de conclusão. Entretanto, em qualquer caso, podem os Juízes, declarando motivo justo, excederem estes prazos, em até o dobro (art. 800, §3° do CPP). Porém, o descumprimento dos prazos pelo Juiz, diferentemente do que ocorre com os atos da parte, não acarreta a impossibilidade de sua prática posteriormente, pois não existe “preclusão pro judicato”. Assim, o ato poderá (e deverá) ser praticado posteriormente, ainda que depois do prazo. Caso o Juiz exceda os prazos, poderá ser penalizado pelo Tribunal: Art. 801. Findos os respectivos prazos, os juízes e os órgãos do Ministério Público, responsáveis pelo retardamento, perderão tantos dias de vencimentos quantos forem os excedidos. Na contagem do tempo de serviço, para o efeito de promoção e aposentadoria, a perda será do dobro dos dias excedidos. 1.4.! Lugar dos atos processuais Os atos processuais são praticados, em regra, na sede do Juízo: Art. 792. As audiências, sessões e os atos processuais serão, em regra, públicos e se realizarão nas sedes dos juízos e tribunais, com assistência dos escrivães, do secretário, do oficial de justiça que servir de porteiro, em dia e horacertos, ou previamente designados. No entanto, nada impede que sejam realizados em outros locais, a critério do Juiz: Art. 792 (...) § 2o As audiências, as sessões e os atos processuais, em caso de necessidade, poderão realizar-se na residência do juiz, ou em outra casa por ele especialmente designada. É muito comum, por exemplo, a oitiva de testemunhas em local diverso da sede do Juízo, nos casos em que esta possua prerrogativa de ser ouvida no local que indicar. Vejamos: Art. 221. O Presidente e o Vice-Presidente da República, os senadores e deputados federais, os ministros de Estado, os governadores de Estados e Territórios, os secretários de Estado, os prefeitos do Distrito Federal e dos Municípios, os deputados às Assembléias Legislativas Estaduais, os membros do Poder Judiciário, os ministros e juízes dos Tribunais de Contas da União, dos Estados, do Distrito Federal, bem como os do Tribunal Marítimo serão inquiridos em local, dia e hora previamente ajustados entre eles e o juiz. (Redação dada pela Lei nº 3.653, de 4.11.1959) Também não serão realizados na sede do Juízo os atos que devam ser praticados em outra comarca, país ou perante o Juiz singular, caso esteja tramitando o processo no Tribunal. !∀#∃∀%&∋(#&)∃∗∗+,−∋(∃.,−∋/∋%#∃0(∃∋123456∋ ,.,−∀∗%,∋7+!∀)∀8#∀&∋/∋8#∃,∋7+!∀)∀8#∀,∋ %9:;<=∋9∋9>9;?≅?<:Α∋?:Β9Χ∆=Ε:Α∋ (;:ΦΓ∋#9Χ=Χ∋,;=ΗΙ:∋/∋,Ηϑ=∋3Κ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (;:ΦΓ#9Χ=Χ∋,;=ΗΙ:∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!13!()!23! Nesse caso será expedida carta para cumprimento do ato, podendo se tratar de carta precatória (a ser cumprida em outra comarca), rogatória (em outro país) ou de ordem (por Juiz subordinado). 2.!COMUNICAÇÃO DOS ATOS PROCESSUAIS 2.1.! Citações 2.1.1.! Conceito A citação é o ato pelo qual se chama o réu para participar do processo que em face dele foi movido.7 Trata-se da materialização suprema do princípio do contraditório e da ampla defesa. O processo só completa sua formação com a efetivação da citação. 2.1.2.! Citação pessoal A citação pessoal, em regra, se faz mediante MANDADO DE CITAÇÃO, que é um documento expedido pelo Juiz da causa, dando ciência ao réu do processo existente contra ele, e abrindo prazo para que se manifeste. Nos termos do art. 351 do CPP: Art. 351. A citação inicial far-se-á por mandado, quando o réu estiver no território sujeito à jurisdição do juiz que a houver ordenado. O MANDADO DE CITAÇÃO deverá conter algumas informações básicas, que são necessárias para que o réu seja perfeitamente cientificado da natureza do processo contra ele movido, bem como deverá cumprir algumas formalidades. Nos termos do art. 352 do CPP: Art. 352. O mandado de citação indicará: I - o nome do juiz; II - o nome do querelante nas ações iniciadas por queixa; III - o nome do réu, ou, se for desconhecido, os seus sinais característicos; IV - a residência do réu, se for conhecida; V - o fim para que é feita a citação; VI - o juízo e o lugar, o dia e a hora em que o réu deverá comparecer8; VII - a subscrição do escrivão e a rubrica do juiz. !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! 7 PACELLI, Eugênio. Curso de processo penal. 16º edição. Ed. Atlas. São Paulo, 2012, p. 601 8 Atualmente, o réu não é mais citado para comparecer à audiência, mas para apresentar resposta à acusação. Assim, estas informações passaram a ser dispensáveis no procedimento comum. Existem procedimentos especiais, contudo, que estabelecem o interrogatório do acusado como primeiro ato da instrução (ex.: Lei de Drogas). Neste caso, em já tendo sido designada audiência quando da expedição do mandado, devem constar as informações necessárias para viabilizar o comparecimento do réu. !∀#∃∀%&∋(#&)∃∗∗+,−∋(∃.,−∋/∋%#∃0(∃∋123456∋ ,.,−∀∗%,∋7+!∀)∀8#∀&∋/∋8#∃,∋7+!∀)∀8#∀,∋ %9:;<=∋9∋9>9;?≅?<:Α∋?:Β9Χ∆=Ε:Α∋ (;:ΦΓ∋#9Χ=Χ∋,;=ΗΙ:∋/∋,Ηϑ=∋3Κ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (;:ΦΓ#9Χ=Χ∋,;=ΗΙ:∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!11!()!23! Estes são os chamados requisitos INTRÍNSECOS do mandado de citação. Há, ainda, os requisitos EXTRÍNSECOS do mandado de citação, previstos no art. 357 do CPP: Art. 357. São requisitos da citação por mandado: I - leitura do mandado ao citando pelo oficial e entrega da contrafé, na qual se mencionarão dia e hora da citação; II - declaração do oficial, na certidão, da entrega da contrafé, e sua aceitação ou recusa. Perceba, caro aluno, que é necessário que o citando (o acusado) resida em local sob a Jurisdição do Juiz que está julgando a causa. Caso ele resida em outro lugar, o mandado deverá ser cumprido mediante carta precatória.9 Vejamos: Art. 353. Quando o réu estiver fora do território da jurisdição do juiz processante, será citado mediante precatória. A Carta precatória também deverá preencher alguns requisitos: Art. 354. A precatória indicará: I - o juiz deprecado e o juiz deprecante; II - a sede da jurisdição de um e de outro; III - o fim para que é feita a citação, com todas as especificações; IV - o juízo do lugar, o dia e a hora em que o réu deverá comparecer. Art. 355. A precatória será devolvida ao juiz deprecante, independentemente de traslado, depois de lançado o "cumpra-se" e de feita a citação por mandado do juiz deprecado. § 1o Verificado que o réu se encontra em território sujeito à jurisdição de outro juiz, a este remeterá o juiz deprecado os autos para efetivação da diligência, desde que haja tempo para fazer-se a citação. Vejam que, expedida a precatória, se o Juízo deprecado (o que recebeu a carta) verificar que o réu não reside na sua localidade, ELE NÃO DEVE DEVOLVER OS AUTOS AO JUIZ DEPRECANTE (o que enviou a carta), mas deve REMETER A CARTA PRECATÓRIA AO JUÍZO DO LOCAL ONDE O RÉU RESIDE, desde que haja tempo para se realizar a citação. Assim: !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! 9 PACELLI, Eugênio. Op. cit., p. 602/603 !∀#∃∀%&∋(#&)∃∗∗+,−∋(∃.,−∋/∋%#∃0(∃∋123456∋ ,.,−∀∗%,∋7+!∀)∀8#∀&∋/∋8#∃,∋7+!∀)∀8#∀,∋ %9:;<=∋9∋9>9;?≅?<:Α∋?:Β9Χ∆=Ε:Α∋ (;:ΦΓ∋#9Χ=Χ∋,;=ΗΙ:∋/∋,Ηϑ=∋3Κ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (;:ΦΓ#9Χ=Χ∋,;=ΗΙ:∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!14!()!23! Em razão disso, ou seja, em razão do fato de a carta precatória “acompanhar o citando” onde ele estiver, diz-se que a carta precatória possui caráter itinerante. A precatória, no caso de urgência, pode ser expedida por via telegráfica (Hoje quase não se aplica esta regra). Com o advento da Lei 11.419/06, passou a ser possível a realização da comunicação dos atos processuais por meio eletrônico. 2.1.3.! Modalidades especiais de citação pessoal A citação do militar deve ser feita por intermédio do respectivo chefe do serviço10, nos termos do art. 358 do CPP. Se se tratar de funcionário público, será citado pessoalmente, mas o dia e hora designados para que compareça em Juízo deverão ser comunicados (mediante notificação) ao seu chefe (art. 359 do CPP). Isso só se aplica, porém, ao militar e ao funcionário público que estejam em ATIVIDADE. Se já estão reformados ou aposentados, por exemplo, a citação seguirá a regra geral. O réu preso, entretanto, será citado PESSOALMENTE, por força do art. 360 do CPP. ATENÇÃO! O comparecimento espontâneo do acusado sana eventual nulidade ou falta da citação, desde que não tenha havido prejuízo para a defesa, nos termos do art. 570 do CPP e do entendimento consolidado do STJ.11 !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! 10 O que significa, na prática, que será feita uma requisição ao superior hierárquico do citando. PACELLI, Eugênio. Op. cit., p. 608 11 STJ - RHC n. 39.105/SC, MinistroRogerio Schietti Cruz, DJe 3/6/2014 =Η:=≅?Ιϑ8!≅6! :;=<67Κ;?6 ;Λ>!;=9?≅=!Μ6! Ν8<6Ν?≅6≅=!≅8!Α>ΟΒ8! ≅=:;=<6≅8 :;8<=≅=Π9= Θ!<?76Ιϑ8 Α>ΟΒ8!≅=:;=<6≅8! Ρ=;?Σ?<6!Τ>=!8!;Λ>! Μϑ8!;=9?≅=!Μ6! Ν8<6Ν?≅6≅= Υς!7=Ω:8!:6;6! ;=6Ν?Β6;!6!<?76Ιϑ8 ;=Ω=7= 89!6>789!68! Α>ΟΒ8!≅8!Ν8<6Ν!=Ω! 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A expedição de carta rogatória para fins de citação independe de demonstração de imprescindibilidade, ou seja, não é necessário que se demonstre a necessidade de expedição da carta rogatória, eis que a citação do acusado é, por si só, prova da indispensabilidade. Tal dispositivo só se aplica à expedição de carta rogatória para a oitiva de testemunhas (neste caso a parte que arrolar a testemunha deverá comprovar a imprescindibilidade da testemunha e arcar com os custos do envio). Por fim, não cabe expedição de carta rogatória no rito dos Juizados Especiais (rito sumaríssimo, da Lei 9.099/95).13 2.1.5.! Citações em embaixadas e consulados Tais localidades, também conhecidas como “legações estrangeiras”, são protegidas por inviolabilidade. Não são consideradas como território estrangeiro, mas gozam de inviolabilidade, ou seja, não estão submetidas às mesmas regras de livre trânsito previstas para os demais pontos do território nacional. Assim, e se for necessária a citação de alguém que resida em alguma legação estrangeira? Como fazer? Neste caso, o art. 369 do CPP expressamente determina que a citação será feita por carta rogatória. 2.1.6.! Citação ficta: por hora certa e por edital Pode ocorrer, no entanto, de o réu não ser encontrado para ser citado. Quando o réu é citado pessoalmente, diz-se que há CITAÇÃO REAL. No entanto, caso ele não seja encontrado, será procedida à sua CITAÇÃO FICTA. A citação ficta pode ser POR HORA CERTA ou POR EDITAL. !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! 12 Importante esta ressalva, pois se o acusado está no estrangeiro, mas NÃO SE SABE AO CERTO o seu endereço, deverá ser citado por edital. PACELLI, Eugênio. Op. cit., p. 609 13 STJ, RHC 10.476-SP !∀#∃∀%&∋(#&)∃∗∗+,−∋(∃.,−∋/∋%#∃0(∃∋123456∋ ,.,−∀∗%,∋7+!∀)∀8#∀&∋/∋8#∃,∋7+!∀)∀8#∀,∋ %9:;<=∋9∋9>9;?≅?<:Α∋?:Β9Χ∆=Ε:Α∋ (;:ΦΓ∋#9Χ=Χ∋,;=ΗΙ:∋/∋,Ηϑ=∋3Κ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (;:ΦΓ#9Χ=Χ∋,;=ΗΙ:∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!1Χ!()!23! A CITAÇÃO POR HORA CERTA ocorrerá sempre que, a despeito de residir no local, o réu estiver “fugindo” do oficial de Justiça, ou seja, se escondendo para não ser citado e procrastinar o processo, nos termos do art. 362 do CPP: Art. 362. Verificando que o réu se oculta para não ser citado, o oficial de justiça certificará a ocorrência e procederá à citação com hora certa, na forma estabelecida nos arts. 227 a 229 da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil. (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008). A citação por hora certa segue a regulamentação prevista para a citação no processo civil.14 Em termos objetivos, assim se desenvolve a citação por hora certa: •! Oficial de Justiça comparece por duas vezes no local indicado, sem encontrar o citando, e verifica que há suspeita de ocultação •! Diante disso, intima qualquer pessoa da família ou vizinho de que, no dia útil SEGUINTE, voltará para realizar a citação, na hora que designar (em condomínios é possível que esta intimação seja feita ao porteiro) •! No dia e hora agendados, o Oficial de Justiça retorna e, se o citando não estiver no local, dará por realizada a citação (a menos que haja motivo justificado para a ausência do citando) !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! 14 Embora o art. 362 se refira aos arts. 227 a 229, atualmente, com a vigência do NOVO CPC, tal regulamentação se encontra nos arts. 252 a 254: Art. 252. Quando, por 2 (duas) vezes, o oficial de justiça houver procurado o citando em seu domicílio ou residência sem o encontrar, deverá, havendo suspeita de ocultação, intimar qualquer pessoa da família ou, em sua falta, qualquer vizinho de que, no dia útil imediato, voltará a fim de efetuar a citação, na hora que designar. Parágrafo único. Nos condomínios edilícios ou nos loteamentos com controle de acesso, será válida a intimação a que se refere o caput feita a funcionário da portaria responsável pelo recebimento de correspondência. Art. 253. No dia e na hora designados, o oficial de justiça, independentemente de novo despacho, comparecerá ao domicílio ou à residência do citando a fim de realizar a diligência. § 1o Se o citando não estiver presente, o oficial de justiça procurará informar-se das razões da ausência, dando por feita a citação, ainda que o citando se tenha ocultado em outra comarca, seção ou subseção judiciárias. § 2o A citação com hora certa será efetivada mesmo que a pessoa da família ou o vizinho que houver sido intimado esteja ausente, ou se, embora presente, a pessoa da família ou o vizinho se recusar a receber o mandado. § 3o Da certidão da ocorrência, o oficial de justiça deixará contrafé com qualquer pessoa da família ou vizinho, conforme o caso, declarando-lhe o nome. § 4o O oficial de justiça fará constar do mandado a advertência de que será nomeado curador especial se houver revelia. Art. 254. Feita a citação com hora certa, o escrivão ou chefe de secretaria enviará ao réu, executado ou interessado, no prazo de 10 (dez) dias, contado da data da juntada do mandado aos autos, carta, telegrama ou correspondência eletrônica, dando-lhe de tudo ciência. !∀#∃∀%&∋(#&)∃∗∗+,−∋(∃.,−∋/∋%#∃0(∃∋123456∋ ,.,−∀∗%,∋7+!∀)∀8#∀&∋/∋8#∃,∋7+!∀)∀8#∀,∋ %9:;<=∋9∋9>9;?≅?<:Α∋?:Β9Χ∆=Ε:Α∋ (;:ΦΓ∋#9Χ=Χ∋,;=ΗΙ:∋/∋,Ηϑ=∋3Κ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (;:ΦΓ#9Χ=Χ∋,;=ΗΙ:∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!1∆!()!23! •! Uma vez dada por realizada a citação, o Oficial de Justiça deixará contrafé (cópia da inicial) com a pessoa da família, vizinho, porteiro, etc. •! Nos 10 dias seguintes à juntada aos autos do mandado, o Escrivão (ou Chefe de Secretaria) enviará ao citado carta, telegrama ou correspondência eletrônica, dando-lhe de tudo ciência. Entretanto, pode ocorrer de o réu não estar se escondendo, mas simplesmente NÃO RESIDIR NO LOCAL, E NÃO SER CONHECIDO SEU PARADEIRO. Neste caso, será procedida à citação ficta, na modalidade CITAÇÃO POR EDITAL. Nos termos do art. 361 e 363, §1° do CPP: Art. 361. Se o réu não for encontrado, será citado por edital, com o prazo de 15 (quinze) dias. (...) § 1o Não sendo encontrado o acusado, será procedida a citação por edital. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). O edital de citação é um documento, com informações similares às do mandado de citação, e é afixado na SEDE DO JUÍZO PROCESSANTE, pelo período fixado na Lei (no caso, 15 dias). Vejamos: Art. 365. O editalde citação indicará: I - o nome do juiz que a determinar; II - o nome do réu, ou, se não for conhecido, os seus sinais característicos, bem como sua residência e profissão, se constarem do processo; III - o fim para que é feita a citação; IV - o juízo e o dia, a hora e o lugar em que o réu deverá comparecer; V - o prazo, que será contado do dia da publicação do edital na imprensa, se houver, ou da sua afixação. Parágrafo único. O edital será afixado à porta do edifício onde funcionar o juízo e será publicado pela imprensa, onde houver, devendo a afixação ser certificada pelo oficial que a tiver feito e a publicação provada por exemplar do jornal ou certidão do escrivão, da qual conste a página do jornal com a data da publicação. ATENÇÃO! Com relação à citação por edital, temos duas regrinhas jurisprudenciais muito importantes, materializadas nos verbetes de súmula nº 351 e 366 do STF: SÚMULA 351 É NULA A CITAÇÃO POR EDITAL DE RÉU PRESO NA MESMA UNIDADE DA FEDERAÇÃO EM QUE O JUIZ EXERCE A SUA JURISDIÇÃO. Súmula 366 NÃO É NULA A CITAÇÃO POR EDITAL QUE INDICA O DISPOSITIVO DA LEI PENAL, EMBORA NÃO TRANSCREVA A DENÚNCIA OU QUEIXA, OU NÃO RESUMA OS FATOS EM QUE SE BASEIA. !∀#∃∀%&∋(#&)∃∗∗+,−∋(∃.,−∋/∋%#∃0(∃∋123456∋ ,.,−∀∗%,∋7+!∀)∀8#∀&∋/∋8#∃,∋7+!∀)∀8#∀,∋ %9:;<=∋9∋9>9;?≅?<:Α∋?:Β9Χ∆=Ε:Α∋ (;:ΦΓ∋#9Χ=Χ∋,;=ΗΙ:∋/∋,Ηϑ=∋3Κ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (;:ΦΓ#9Χ=Χ∋,;=ΗΙ:∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!1Ε!()!23! Contudo, em relação à súmula 351, firmou-se o entendimento no sentido de que se o réu está preso em local conhecido nos autos do processo, ainda que em unidade da federação diversa daquela em que corre o processo, a citação por edital não pode ser realizada: (...) 02. É ilegal a citação por edital de réu que, conquanto não estivesse preso em estabelecimento penal da unidade da federação - o que afasta a aplicação da Súmula 351 do Supremo Tribunal Federal ("é nula a citação por edital de réu preso na mesma unidade da federação em que o juiz exerce a sua jurisdição") -, tinha o paradeiro informado no processo. (...) (HC 256.981/MG, Rel. Ministro NEWTON TRISOTTO (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/SC), QUINTA TURMA, julgado em 06/11/2014, DJe 12/11/2014) Resumidamente: 1 – Réu preso em estabelecimento prisional na mesma UF – Não pode haver citação por edital. 2 – Réu preso em estabelecimento prisional em UF diversa da do Juízo em que tramita o processo – Pode ser citado por edital, DESDE QUE não se saiba seu paradeiro e tenham sido esgotados os meios para obtê-lo15. Se o Juízo conhece o local em que se encontra preso o acusado, deverá ser citado pessoalmente, por carta precatória.16 Mas e se o acusado citado por hora certa ou por edital (CITAÇÕES FICTAS) não comparecer para se defender? As consequências são distintas. Se citado por hora certa, lhe será nomeado defensor dativo (art. 362, § único do CPP). Caso seja citado por edital e não apareça para se defender, o processo ficará suspenso, suspendendo-se, também, o curso do prazo prescricional (art. 366 do CPP). Mas o prazo prescricional ficará suspenso por tempo indeterminado? A Lei nada diz a respeito. O STF possui julgados antigos no sentido de que não há prazo, ou seja, poderia ficar suspenso por prazo indeterminado. Contudo, este entendimento provavelmente irá mudar, até mesmo em razão da súmula 415 do STJ: Súmula 415 do STJ O período de suspensão do prazo prescricional é regulado pelo máximo da pena cominada. Verifica-se, portanto, que o STJ entende que o prazo prescricional pode ficar suspenso, no máximo, pelo mesmo período previsto como prazo prescricional. !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! 15 Há quem sustente que a citação do réu preso, hoje, não mais pode se dar por edital, ainda que se trate de réu preso em outra Unidade da Federação, em razão da plena possibilidade de se obter o paradeiro do réu (através do Banco Nacional de Mandados de Prisão). Nesse sentido: LIMA, Renato Brasileiro de. Manual de Processo Penal. 3º edição. Ed. Juspodivm. Salvador, 2015, p.1246/1247 16 PACELLI, Eugênio. Op. cit., p 610 !∀#∃∀%&∋(#&)∃∗∗+,−∋(∃.,−∋/∋%#∃0(∃∋123456∋ ,.,−∀∗%,∋7+!∀)∀8#∀&∋/∋8#∃,∋7+!∀)∀8#∀,∋ %9:;<=∋9∋9>9;?≅?<:Α∋?:Β9Χ∆=Ε:Α∋ (;:ΦΓ∋#9Χ=Χ∋,;=ΗΙ:∋/∋,Ηϑ=∋3Κ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (;:ΦΓ#9Χ=Χ∋,;=ΗΙ:∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!1Φ!()!23! EXEMPLO: José está sendo processado pela prática do crime de estelionato, cuja pena máxima é de cinco anos, logo, o prazo prescricional é de 12 anos. Neste caso, o prazo prescricional só poderia ficar suspenso por 12 anos. Após este lapso temporal, o prazo prescricional voltaria a correr normalmente. Quando da aplicação do art. 366, o Juiz poderá: "! Determinar a produção antecipada de provas – Com relação a este ponto, é importante ressaltar que prevalece o entendimento de que a decisão que determina a produção antecipada de provas deve ser devida e concretamente fundamentada, não podendo se basear apenas na alegação de que o decurso do tempo é prejudicial (súmula 455 do STJ17). "! Decretar a prisão preventiva – Isso não significa que teremos, aqui, uma hipótese de decretação automática da prisão preventiva. Devem estar presentes os pressupostos do art. 312 e as regras do art. 313 do CPP. Por fim, o art. 366 não se aplica aos crimes de lavagem de capitais, nos termos do art. 2º, §2º da Lei 9.613/98.18 2.2.! Intimações Diferentemente da citação, que é o ato único mediante o qual o réu é integrado ao processo, as intimações são várias durante o processo, e ocorrerão sempre que for necessário dar ciência a alguém da prática de um ato processual.19 Nos termos do art. 370 do CPP: Art. 370. Nas intimações dos acusados, das testemunhas e demais pessoas que devam tomar conhecimento de qualquer ato, será observado, no que for aplicável, o disposto no Capítulo anterior. (Redação dada pela Lei nº 9.271, de 17.4.1996) O §1° dispõe que a intimação do defensor do acusado, do advogado do querelante e do assistente será feita mediante publicação no órgão !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! 17 Súmula 455 do STJ: “A decisão que determina a produção antecipada de provas com base no artigo 366 do CPP deve ser concretamente fundamentada, não a justificando unicamente o mero decurso do tempo”. 18 Há fortes críticas doutrinárias a esta exceção. 19 Boa parte da Doutrina (Ver, por todos, Guilherme Nucci) entende que não há diferença entre os termos NOTIFICAÇÃO e INTIMAÇÃO. Para estes autores, o próprio CPP não faz uma distinção clara, de forma que poderiam ser consideradas como sinônimos. Aqueles que sustentam que há diferença afirmam que a intimação se dá para mera ciência de algo, enquanto a notificação se dá para convocar alguém a fazer algo. Contudo, como dito, o CPP não faz essa distinção. NUCCI, Guilherme de Souza. Op. Cit., p. 600 !∀#∃∀%&∋(#&)∃∗∗+,−∋(∃.,−∋/∋%#∃0(∃∋123456∋ ,.,−∀∗%,∋7+!∀)∀8#∀&∋/∋8#∃,∋7+!∀)∀8#∀,∋ %9:;<=∋9∋9>9;?≅?<:Α∋?:Β9Χ∆=Ε:Α∋ (;:ΦΓ∋#9Χ=Χ∋,;=ΗΙ:∋/∋,Ηϑ=∋3Κ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (;:ΦΓ#9Χ=Χ∋,;=ΗΙ:∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!1Γ!()!23! oficial (Diária oficial), fazendo-se menção ao nome do acusado. Ressalvo a vocês que se o acusado estiver sendo defendido pela Defensoria Pública, a intimação deverá ser feita, necessariamente, mediante entrega dos autos com vista, nos termos do que dispõe a LC 80/94 (Lei Orgânica Nacional da Defensoria Pública). Caso não haja órgão de publicação oficial (quase raro atualmente), a intimação será feita por mandado, por via postal com aviso de recebimento OU OUTRO MEIO IDÔNEO. Perceba, caro aluno, portanto, que nada impede que sejam utilizadasoutras formas de INTIMAÇÃO. Não podem ser usadas, entretanto, outras formas de CITAÇÃO. Somente aquelas! Nos casos de sujeitos processuais que sejam intimados pessoalmente (caso da Defensoria Pública, do defensor nomeado e do MP, por exemplo), a intimação pessoal DISPENSA A NECESSIDADE DE PUBLICAÇÃO NO ÓRGÃO OFICIAL, nos termos do art. 370, §3° do CPP: § 3o A intimação pessoal, feita pelo escrivão, dispensará a aplicação a que alude o § 1o. (Incluído pela Lei nº 9.271, de 17.4.1996) Lembrando que a intimação também pode ser feita por carta precatória, notadamente quando houver necessidade de oitiva de alguma testemunha que more fora da Comarca. A precatória, uma vez expedida, NÃO SUSPENDE a instrução criminal. Além disso, uma vez intimada a defesa acerca da expedição da carta precatória, é DESNECESSÁRIA nova intimação da defesa para ciência da data designada para a audiência no Juízo deprecado (súmula 273 do STJ). CUIDADO! Muito embora este seja o teor do enunciado nº 273 da súmula de jurisprudência do STJ, o STF firmou entendimento no sentido de que este enunciado não se aplica quando se trata de acusado defendido pela Defensoria Pública e há sede da Defensoria Pública no local em que se encontra o Juízo deprecado. Neste caso, considerando a enorme quantidade de assistidos da Defensoria Pública, bem como os problemas organizacionais, deve o Juízo proceder à intimação da Unidade da DP que funcione na sede do Juízo deprecado, para ciência da data da audiência: (...) Jurisprudência consolidada do Supremo Tribunal Federal – e na mesma linha a do Superior Tribunal de Justiça -, no sentido de que, intimadas as partes da expedição da precatória, a elas cabe o respectivo acompanhamento, sendo desnecessária a intimação da data designada para a audiência no Juízo deprecado. 2. Mitigação desse entendimento em relação à Defensoria Pública. As condições da Defensoria são variadas em cada Estado da Federação. Por vezes, não estão adequadamente estruturadas, com centenas de assistidos para poucos defensores, e, em especial, sem condições de acompanhar a prática de atos em locais distantes da sede do Juízo. Expedida precatória para localidade na qual existe Defensoria Pública estruturada, deve a instituição ser intimada da audiência designada para nela comparecer e defender o acusado necessitado. Não se justifica, a nomeação de defensor dativo, quando há instituição criada e habilitada à defesa do hipossuficiente. Nulidade reconhecida. 3. Recurso ordinário em habeas corpus provido. !∀#∃∀%&∋(#&)∃∗∗+,−∋(∃.,−∋/∋%#∃0(∃∋123456∋ ,.,−∀∗%,∋7+!∀)∀8#∀&∋/∋8#∃,∋7+!∀)∀8#∀,∋ %9:;<=∋9∋9>9;?≅?<:Α∋?:Β9Χ∆=Ε:Α∋ (;:ΦΓ∋#9Χ=Χ∋,;=ΗΙ:∋/∋,Ηϑ=∋3Κ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (;:ΦΓ#9Χ=Χ∋,;=ΗΙ:∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!12!()!23! (RHC 106394, Relator(a): Min. ROSA WEBER, Primeira Turma, julgado em 30/10/2012, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-027 DIVULG 07-02-2013 PUBLIC 08-02-2013) É cabível a INTIMAÇÃO por hora certa? Sim, já que o art. 370 do CPP determina a aplicação subsidiária das normas relativas às citações. ATENÇÃO! Caso o acusado, citado ou intimado pessoalmente para qualquer ato, deixar de comparecer a ele sem motivo justo, ou mudar de residência sem comunicar ao Juízo, o processo seguirá sem que seja intimado dos atos processuais seguintes (norma muito criticada pela Doutrina). 2.3.! Notificações O CPP e as leis processuais penais especiais utilizam as expressões “intimação” e “notificação” de maneira indiscriminada, ou seja, não há um rigor técnico na utilização de uma ou de outra. Do ponto de vista estritamente doutrinário, porém, existe a seguinte distinção: "! Notificação – Ciência que se dá a alguém a respeito de uma providência que por ela deve ser tomada (Ex.: notificação da testemunha para que compareça à audiência). "! Intimação – Ciência que se dá a alguém a respeito de um ato já realizado (Ex.: Intimação para ciência da sentença). Esta divisão, porém, é meramente doutrinária, porque a legislação processual não adota esse rigor técnico, ou seja, utiliza um termo no lugar de outro sem qualquer pudor. 3.!ATOS JURISDICIONAIS NO PROCESSO PENAL Os atos jurisdicionais podem ser classificados em dois grandes grupos: !! Despachos de mero expediente – Aqueles que não possuem carga decisória, servindo apenas para impulsionar o processo; !! Decisões ou sentenças em sentido amplo – Possuem carga decisória e se destinam a resolver alguma questão incidental no processo ou o próprio mérito da ação penal. O primeiro grupo não traz grandes dificuldades. O problema reside mesmo é no segundo grupo, no qual existem várias subdivisões, de forma que devemos conhecer cada uma das espécies, pois o conhecimento da natureza de uma decisão influencia em diversos aspectos, dentre eles, na caracterização do RECURSO CABÍVEL. !∀#∃∀%&∋(#&)∃∗∗+,−∋(∃.,−∋/∋%#∃0(∃∋123456∋ ,.,−∀∗%,∋7+!∀)∀8#∀&∋/∋8#∃,∋7+!∀)∀8#∀,∋ %9:;<=∋9∋9>9;?≅?<:Α∋?:Β9Χ∆=Ε:Α∋ (;:ΦΓ∋#9Χ=Χ∋,;=ΗΙ:∋/∋,Ηϑ=∋3Κ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (;:ΦΓ#9Χ=Χ∋,;=ΗΙ:∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!43!()!23! A Doutrina possui inúmeras classificações (cada autor cria uma, para vender livro ☺). Entretanto, podemos sintetizá-las da seguinte forma: Vamos, adiante, adentrar um pouco mais no estudo das SENTENÇAS. 4.!SENTENÇA 4.1.! Requisitos formais Os requisitos formais das sentenças definitivas estão previstos no art. 381 do CPP. Vejamos: Art. 381. A sentença conterá: I - os nomes das partes ou, quando não possível, as indicações necessárias para identificá-las; II - a exposição sucinta da acusação e da defesa; III - a indicação dos motivos de fato e de direito em que se fundar a decisão; IV - a indicação dos artigos de lei aplicados; V - o dispositivo; VI - a data e a assinatura do juiz. 6789!Α>;?9≅?<?8Μ6?9! ≅=9:6<Υ89!≅=!Ω=;8! =Η:=≅?=Μ7=! ≅=<?9Ξ=9!8>!9=Μ7=ΜΙ69! −,%&∋∗∃.∗+! 9=Μ7=ΜΙ69!≅=Σ?Μ?7?Ρ69! Ψ<8Μ≅=Μ6Ιϑ8!8>! 6Ζ98ΝΡ?ΙΙ68[! ≅=<?9Ξ=9! ?Μ7=;Ν8<>7Κ;?69! Ω?9769! 9?Ω:Ν=9! 7=;Ω?Μ67?Ρ69! Μϑ8Π 7=;Ω?Μ67?Ρ69! !∀#∃∀%&∋(#&)∃∗∗+,−∋(∃.,−∋/∋%#∃0(∃∋123456∋ ,.,−∀∗%,∋7+!∀)∀8#∀&∋/∋8#∃,∋7+!∀)∀8#∀,∋ %9:;<=∋9∋9>9;?≅?<:Α∋?:Β9Χ∆=Ε:Α∋ (;:ΦΓ∋#9Χ=Χ∋,;=ΗΙ:∋/∋,Ηϑ=∋3Κ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (;:ΦΓ#9Χ=Χ∋,;=ΗΙ:∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!41!()!23! A ausência de qualquer destes elementos torna viciada a sentença, sendo passível de anulação. Vamos ver um pouco sobre cada um deles: (i) Relatório – O relatório compreende os incisos I e II do art. 381 do CPP. Consiste, grosso modo, num resumo do que foi o processo até então; (ii) Fundamentação – A fundamentação é o segundo requisito, e está previsto nos incisos III e IV do art. 381. A fundamentação é mais que obrigatória, pois permite às partes (e a todos, pois o processo é público) saberem os motivos que levaram o Juiz a tomar esta ou aquela decisão. A ausência de fundamentação, inclusive, atenta contra o contraditório e a ampla defesa, pois dificulta a vida da parte prejudicada quando esta for recorrer, pois como irá fundamentar seu recurso se não souber o que fundamentou a decisão? A fundamentação é tão importante que está prevista, inclusive, na Constituição. Vejamos o que diz o art. 93, IX da Constituição: IX todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação; ∗+)(∋,−.!(∋(∋!/)0∋!12)&(∋!3.&45%567%.&∋0!&8!9:;!()!<==9> A únicasentença que é proferida sem motivação é aquela proferida nos julgamentos do Tribunal do Júri, eis que os Jurados não são obrigados a fundamentar suas decisões, pois julgam de acordo com sua íntima convicção. Isso não quer dizer que o Juiz deva, na sentença, abordar cada um dos argumentos trazidos pelas partes. Significa apenas que ele deve fundamentar claramente no que ele se baseou para tomar aquela decisão. Existe uma forma de fundamentação que a Jurisprudência vem aceitando, chamada “motivação ad relationem”, que é aquela na qual um órgão do Judiciário se remete à decisão proferida por outro para fundamentar a sua. Explico: Imaginem que o MP, inconformado com a sentença, apela. No Tribunal, o órgão colegiado que vai julgar o processo, ao proferir o acórdão, ao invés de gastar páginas e mais páginas fundamentando o acórdão (sentença proferida pelos Tribunais), apenas faz remição aos fundamentos da sentença, caso a mantenha. Isso é muito comum e aceito na Jurisprudência. (iii) Dispositivo – É a parte da sentença na qual o Juiz expressa sua decisão, condenando ou absolvendo o réu com base na fundamentação anteriormente exposta. Este requisito está previsto no inciso V do art. 381. É a parte da sentença em que há, propriamente, A DECISÃO. (iv) Autenticação – É a parte da sentença consistente na data e assinatura do Juiz (previsto no inciso VI do art. 381 do CPP). Para a Doutrina e Jurisprudência majoritária, a ausência de ASSINATURA torna a sentença inexistente. Há entendimentos em contrário, no sentido de que seria MERA IRREGULARIDADE, podendo o Juiz, posteriormente, colocar sua assinatura. A regra de que o Juiz deve rubricar todas as folhas !∀#∃∀%&∋(#&)∃∗∗+,−∋(∃.,−∋/∋%#∃0(∃∋123456∋ ,.,−∀∗%,∋7+!∀)∀8#∀&∋/∋8#∃,∋7+!∀)∀8#∀,∋ %9:;<=∋9∋9>9;?≅?<:Α∋?:Β9Χ∆=Ε:Α∋ (;:ΦΓ∋#9Χ=Χ∋,;=ΗΙ:∋/∋,Ηϑ=∋3Κ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (;:ΦΓ#9Χ=Χ∋,;=ΗΙ:∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!44!()!23! da sentença constitui mera irregularidade, caso não observada, nos termos do entendimento do STJ. Esta regrinha está prevista no art. 388 do CPP: Art. 388. A sentença poderá ser datilografada e neste caso o juiz a rubricará em todas as folhas. Toda e qualquer sentença (condenatória ou absolutória) possui um efeito inexorável, que é o de colocar um ponto final no trâmite processual NAQUELA INSTÂNCIA. Assim, podemos dizer que um efeito de toda e qualquer sentença é o ESGOTAMENTO DA INSTÂNCIA. Quando Juiz profere uma sentença ele termina sua participação no processo, não podendo modificá-la, nem mesmo para sanar nulidade absoluta (que poderia ter sido declarada ex officio). Entretanto, pode ser que o Juiz tenha trocado uma palavra, a sentença tenha um erro de digitação...esses pequenos erros, que não são relacionados ao conteúdo, à ideia da sentença, são chamados de erros materiais, e podem ser sanados pelo Juiz. O Juiz poderá, ainda, modificar a sentença após sua prolação quando da apreciação do recurso de embargos de declaração (que é dirigido ao próprio Juiz prolator da sentença e não a um órgão superior). Vejamos: Art. 382. Qualquer das partes poderá, no prazo de 2 (dois) dias, pedir ao juiz que declare a sentença, sempre que nela houver obscuridade, ambigüidade, contradição ou omissão. ATENÇÃO! Vigora no processo penal o princípio da identidade física do Juiz, que significa, basicamente, que o Juiz que presidir a instrução deverá proferir a sentença. Contudo, existem algumas ressalvas a esta regra. Segundo o STJ20, algumas situações afastam a obrigatoriedade de que o Juiz que presidiu a instrução esteja obrigado a proferir sentença, devendo ser relativizada a regra do art. 399, §2º do CPP. Isso ocorrerá nas hipóteses de Juiz: •! Promovido •! Licenciado •! Afastado •! Convocado •! Aposentado Regra da PLACA (P.L.A.C.A.)! !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! 20 Informativo 483 do STJ: “Assim, diante da ausência de outras normas específicas que regulamentem o mencionado dispositivo legal, o STJ entende dever ser admitida a mitigação do aludido princípio nos casos de convocação, licença, promoção, aposentadoria ou afastamento por qualquer motivo que impeça o juiz que presidiu a instrução a sentenciar o feito, por aplicação analógica, devidamente autorizada pelo art. 3º do CPP, da regra contida no art. 132 do CPC. Ao prosseguir o julgamento, a Turma concedeu a ordem para anular a sentença proferida contra o paciente. HC 185.859-SP, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 13/9/2011. “ !∀#∃∀%&∋(#&)∃∗∗+,−∋(∃.,−∋/∋%#∃0(∃∋123456∋ ,.,−∀∗%,∋7+!∀)∀8#∀&∋/∋8#∃,∋7+!∀)∀8#∀,∋ %9:;<=∋9∋9>9;?≅?<:Α∋?:Β9Χ∆=Ε:Α∋ (;:ΦΓ∋#9Χ=Χ∋,;=ΗΙ:∋/∋,Ηϑ=∋3Κ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (;:ΦΓ#9Χ=Χ∋,;=ΗΙ:∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!45!()!23! Além disso, se o Juiz não mais integrar os quadros do Poder Judiciário (pediu exoneração, por exemplo), obviamente que a sentença não será proferida por ele. 4.2.! Sentença penal absolutória É a sentença que julga improcedente a acusação, absolvendo o réu, por algum dos motivos do art. 386 do CPP. Vejamos: Art. 386. O juiz absolverá o réu, mencionando a causa na parte dispositiva, desde que reconheça: I - estar provada a inexistência do fato; II - não haver prova da existência do fato; III - não constituir o fato infração penal; IV – estar provado que o réu não concorreu para a infração penal; (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008) V – não existir prova de ter o réu concorrido para a infração penal; (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008) VI – existirem circunstâncias que excluam o crime ou isentem o réu de pena (arts. 20, 21, 22, 23, 26 e § 1o do art. 28, todos do Código Penal), ou mesmo se houver fundada dúvida sobre sua existência; (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008) VII – não existir prova suficiente para a condenação. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008) No primeiro caso (estar provada a inexistência do fato), o Juiz entende ter ficado evidenciado que o fato não ocorreu. No segundo caso é diferente, o Juiz verifica que NÃO FICOU PROVADA A EXISTÊNCIA DO FATO, ou seja, ele não diz que o fato não ocorreu, diz apenas que não houve prova de sua existência, de forma que não se pode condenar o réu. No terceiro caso, o fato pode ter ou não ocorrido, isso não importa. O que importa é que, em abstrato, ainda que tivesse ocorrido, ELE SERIA ATÍPICO (não tem previsão legal como crime). No quarto caso, ficou CABALMENTE PROVADO que o réu não participou da infração penal, embora esta tenha ocorrido. No quinto caso, simplesmente não ficou provada a participação do réu na infração, ou seja, ele até pode ter participado, mas o acusador NÃO CONSEGUIU PROVAR ISTO. No sexto caso que leva à absolvição, o Juiz reconhece que o fato ocorreu, o réu dele participou, o fato é TÍPICO (está previsto como crime), mas está presente uma causa excludente de ilicitude ou culpabilidade, ou, ainda, o réu agiu mediante erro de tipo ou erro de proibição. No sétimo e último caso, temos uma fundamentação “residual” para a sentença absolutória, eis que será o réu absolvido SEMPRE QUE NÃO HOUVER PROVA SUFICIENTE PARA A SUA CONDENAÇÃO. Trata-se da materialização do princípio do in dubio pro reo. !∀#∃∀%&∋(#&)∃∗∗+,−∋(∃.,−∋/∋%#∃0(∃∋123456∋ ,.,−∀∗%,∋7+!∀)∀8#∀&∋/∋8#∃,∋7+!∀)∀8#∀,∋ %9:;<=∋9∋9>9;?≅?<:Α∋?:Β9Χ∆=Ε:Α∋ (;:ΦΓ∋#9Χ=Χ∋,;=ΗΙ:∋/∋,Ηϑ=∋3Κ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (;:ΦΓ#9Χ=Χ∋,;=ΗΙ:∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!4Χ!()!23! 4.2.1.! Efeitos da Sentença Penal Absolutória Os efeitos da sentença penal condenatória podem ser principais ou secundários. Como efeito principal, temos a IMEDIATA COLOCAÇÃO do réu em liberdade, caso esteja preso.Esta previsão está contida no art. 386, § único, I do CPP. Vejamos: Parágrafo único. Na sentença absolutória, o juiz: I - mandará, se for o caso, pôr o réu em liberdade; CUIDADO! Este artigo deve ser analisado com muito cuidado. Porque motivos o réu poderia estar preso quando proferida a sentença penal? Ora, ele só poderia estar preso provisoriamente (prisão preventiva). Ora, o simples fato de sobrevir sentença absolutória (recorrível) não faz com que desapareçam os requisitos que autorizam a prisão preventiva, de forma que o réu preso só será colocado em liberdade se o Juiz entender que o fim do processo em primeiro grau extingue o requisito que autorizava sua prisão (exemplo: réu foi preso para não coagir testemunhas, logo, já tendo sido estas ouvidas, não se justifica sua prisão). Existe a figura da sentença absolutória IMPRÓPRIA. A sentença que absolve o réu tem como consequência a ausência de reflexos penais negativos. A essa sentença (normal) se dá o nome de sentença absolutória própria. Pode ocorrer, no entanto, de o réu ser absolvido, mas lhe ser imposta medida de segurança, em razão de sua periculosidade. Essa medida de segurança é aplicada quando o réu é absolvido por ser inimputável à época do fato, em razão de doença mental ou desenvolvimento mental retardado ou incompleto. Havendo a absolvição do réu em razão de sua inimputabilidade, e sendo- lhe aplicada medida de segurança, estaremos diante de uma sentença absolutória imprópria.21 Os efeitos secundários, por sua vez, estão espalhados pelo CPP. Vejamos: •! Levantamento do sequestro incidente sobre bens do acusado – Está previsto no art. 131, III do CPP. !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! 21 NUCCI, Guilherme de Souza. Op. Cit., p. 616 !∀#∃∀%&∋(#&)∃∗∗+,−∋(∃.,−∋/∋%#∃0(∃∋123456∋ ,.,−∀∗%,∋7+!∀)∀8#∀&∋/∋8#∃,∋7+!∀)∀8#∀,∋ %9:;<=∋9∋9>9;?≅?<:Α∋?:Β9Χ∆=Ε:Α∋ (;:ΦΓ∋#9Χ=Χ∋,;=ΗΙ:∋/∋,Ηϑ=∋3Κ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (;:ΦΓ#9Χ=Χ∋,;=ΗΙ:∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!4∆!()!23! •! Cancelamento da hipoteca legal e do arresto determinados sobre o patrimônio ilícito do acusado – Está previsto no art. 141 do CPP. •! Restituição integral da fiança eventualmente paga – Previsão contida no art. 337 do CPP. •! Impede a propositura de ação civil de indenização pelo fato (ação civil ex delicto) quando a absolvição: a) for fundada na presença de excludente de ilicitude; b) Ficar COMPROVADO que o réu NÃO CONCORREU PARA A PRÁTICA DO FATO ou que o FATO NÃO EXISTIU. 4.3.! Sentença penal condenatória É a sentença que reconhece a responsabilidade do réu em decorrência da infração penal, condenando-o. Exige prova CABAL (irrefutável) de que o réu tenha participado do crime, pois na dúvida o réu deve ser absolvido (in dubio pro reo). O Juiz pode CONDENAR o réu mesmo que o MP, nos crimes de ação penal pública, requeira sua absolvição. Vejamos o que dispõe o art. 385 do CPP: Art. 385. Nos crimes de ação pública, o juiz poderá proferir sentença condenatória, ainda que o Ministério Público tenha opinado pela absolvição, bem como reconhecer agravantes, embora nenhuma tenha sido alegada. Quando o Juiz profere uma sentença penal condenatória, ele deve, ao mesmo tempo: Art. 387. O juiz, ao proferir sentença condenatória: ∗?%()!≅)%!&8!ΑΑΒΧΑ∆;!()!<==Ε> I - mencionará as circunstâncias agravantes ou atenuantes definidas no Código Penal, e cuja existência reconhecer; II - mencionará as outras circunstâncias apuradas e tudo o mais que deva ser levado em conta na aplicação da pena, de acordo com o disposto nos arts. 59 e 60 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal; ∗+)(∋,−.!(∋(∋!/)0∋!≅)%!&8!ΑΑΒΧΑ∆;!()!<==Ε>Β III - aplicará as penas de acordo com essas conclusões; ∗+)(∋,−.!(∋(∋!/)0∋!≅)%!&8! ΑΑΒΧΑ∆;!()!<==Ε>Β IV - fixará valor mínimo para reparação dos danos causados pela infração, considerando os prejuízos sofridos pelo ofendido; ∗+)(∋,−.!(∋(∋!/)0∋!≅)%!&8!ΑΑΒΧΑ∆;! ()!<==Ε>Β V - atenderá, quanto à aplicação provisória de interdições de direitos e medidas de segurança, ao disposto no Título Xl deste Livro; VI - determinará se a sentença deverá ser publicada na íntegra ou em resumo e designará o jornal em que será feita a publicação (art. 73, § 1o, do Código Penal). § 1o O juiz decidirá, fundamentadamente, sobre a manutenção ou, se for o caso, a imposição de prisão preventiva ou de outra medida cautelar, sem prejuízo do conhecimento de apelação que vier a ser interposta. (Incluído pela Lei nº 12.736, de 2012) !∀#∃∀%&∋(#&)∃∗∗+,−∋(∃.,−∋/∋%#∃0(∃∋123456∋ ,.,−∀∗%,∋7+!∀)∀8#∀&∋/∋8#∃,∋7+!∀)∀8#∀,∋ %9:;<=∋9∋9>9;?≅?<:Α∋?:Β9Χ∆=Ε:Α∋ (;:ΦΓ∋#9Χ=Χ∋,;=ΗΙ:∋/∋,Ηϑ=∋3Κ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (;:ΦΓ#9Χ=Χ∋,;=ΗΙ:∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!4Ε!()!23! § 2o O tempo de prisão provisória, de prisão administrativa ou de internação, no Brasil ou no estrangeiro, será computado para fins de determinação do regime inicial de pena privativa de liberdade. (Incluído pela Lei nº 12.736, de 2012) Devo chamar a atenção de vocês para dois pontos: !! A lei 11.719/08 alterou a redação do inciso IV do art. 387, de forma que o Juiz, ao condenar o réu, fixará na sentença um VALOR MÍNIMO para a reparação do dano na esfera civil – Isso significa que a sentença condenatória PENAL pode ser EXECUTADA diretamente no Juízo Cível. Entretanto, ela só poderá ser executada no Juízo civil após o seu trânsito em julgado, pois antes disso ela não possui um dos requisitos do título executivo cível, que é a “CERTEZA”. Além disso, ela estipula um valor mínimo. Nada impede que a parte promova a ação de reparação no Juízo cível, visando à condenação do acusado a um valor maior. !! A lei 11.719/08 incluiu o § único ao art. 387, estabelecendo que quando o Juiz proferir sentença condenatória, deverá decidir acerca da prisão do réu – Ou seja, quando o Juiz profere sentença condenatória, o RÉU NÃO É AUTOMATICAMENTE PRESO. A prisão antes do trânsito em julgado é EXCEÇÃO, de forma que o Juiz, para decretar a prisão do réu, deve avaliar se estão presentes os requisitos que autorizam a decretação da prisão preventiva. Não há, portanto, um efeito automático da sentença condenatória consistente na prisão do réu. Ela será decretada somente se estiverem presentes os requisitos dos arts. 312 e 313 do CPP. O STJ, no entanto, entende que o Juiz somente poderá fixar este valor mínimo para a reparação do dano se houver pedido do interessado e se o fato for discutido no processo22, para possibilitar que o réu se defenda deste ponto específico, em homenagem ao contraditório.23 !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! 22 Com relação a este ponto, existem muitas discussões doutrinárias. PACELLI, por exemplo, defende que não há necessidade de que haja pedido de fixação do valor mínimo a título de reparação dos danos, bastando que os danos tenham sido objeto de discussão no processo (PACELLI, Eugênio. Op. cit., p. 657/658). NUCCI, por sua vez, defende que o MP não poderia, de fato, pleitear a fixação de valor mínimo para reparação dos danos, pois não teria legitimidade para tal. Contudo, para o autor, a vítima deveria ser intimada para manifestar-se quanto a este ponto (NUCCI, Guilherme de Souza. Op. Cit., p. 617). 23 (...) para que seja fixado na sentença o início da reparação civil, com base no art. 387, IV, do Código de Processo Penal, deve haver pedido expresso do ofendido ou do Ministério Público e ser possibilitado o contraditório ao réu, sob pena de violação do princípio da ampla defesa. (...) (AgRg no REsp 1383261/DF, Rel. Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, SEXTA TURMA, julgado em 17/10/2013, DJe 14/11/2013) !∀#∃∀%&∋(#&)∃∗∗+,−∋(∃.,−∋/∋%#∃0(∃∋123456∋,.,−∀∗%,∋7+!∀)∀8#∀&∋/∋8#∃,∋7+!∀)∀8#∀,∋ %9:;<=∋9∋9>9;?≅?<:Α∋?:Β9Χ∆=Ε:Α∋ (;:ΦΓ∋#9Χ=Χ∋,;=ΗΙ:∋/∋,Ηϑ=∋3Κ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (;:ΦΓ#9Χ=Χ∋,;=ΗΙ:∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!4Φ!()!23! 4.3.1.! Efeitos da sentença penal condenatória A sentença penal condenatória possui efeitos penais e extrapenais. Os efeitos penais são aqueles que produzem efeitos na esfera penal (óbvio, não?). Os efeitos penais podem ser primários ou secundários. O efeito penal primário é a PENA, ou seja, a imposição de pena criminal, eis que este é o objetivo básico e principal da condenação. Os efeitos penais podem ser, ainda, secundários. São efeitos penais secundários aqueles que, embora produzam efeitos na esfera jurídico- PENAL do indivíduo condenado, esses efeitos refletem em OUTRA RELAÇÃO JURÍDICO-PENAL. EXEMPLO: Reincidência. A sentença penal condenatória possui como efeito penal SECUNDÁRIO, gerar reincidência (e todas as suas consequências) caso o condenado seja novamente condenado dentro de um prazo previsto em lei. Trata-se de um efeito que, sem dúvida, atinge a esfera penal do indivíduo, mas NÃO NO PROCESSO EM QUE FOI PROFERIDA A SENTENÇA, mas em outro processo. Outro efeito penal secundário é a inscrição do nome do réu no rol dos culpados (após o trânsito em julgado, sempre). Os efeitos extrapenais, por sua vez, são assim chamados por afetarem diversas outras áreas do Direito (civil, administrativo, etc.). Por sua vez, dividem-se em genéricos e específicos. Os efeitos genéricos são aqueles que incidem sobre toda e qualquer condenação, estando previstos no art. 91 do CP, sendo apenas dois: Obrigação de reparar o dano e confisco: Art. 91 - São efeitos da condenação: ∗+)(∋,−.!(∋(∋!/)0∋!≅)%!&8!ΧΒ<=∆;!()!ΑΑΒΧΒΑ∆Ε9> I - tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo crime; ∗+)(∋,−.! (∋(∋!/)0∋!≅)%!&8!ΧΒ<=∆;!()!ΑΑΒΧΒΑ∆Ε9> II - a perda em favor da União, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa-fé: ∗+)(∋,−.!(∋(∋!/)0∋!≅)%!&8!ΧΒ<=∆;!()!ΑΑΒΧΒΑ∆Ε9> a) dos instrumentos do crime, desde que consistam em coisas cujo fabrico, alienação, uso, porte ou detenção constitua fato ilícito; b) do produto do crime ou de qualquer bem ou valor que constitua proveito auferido pelo agente com a prática do fato criminoso. § 1º Poderá ser decretada a perda de bens ou valores equivalentes ao produto ou proveito do crime quando estes não forem encontrados ou quando se localizarem no exterior. (Incluído pela Lei nº 12.694, de 2012) § 2º Na hipótese do § 1o, as medidas assecuratórias previstas na legislação processual poderão abranger bens ou valores equivalentes do investigado ou acusado para posterior decretação de perda. (Incluído pela Lei nº 12.694, de 2012) !∀#∃∀%&∋(#&)∃∗∗+,−∋(∃.,−∋/∋%#∃0(∃∋123456∋ ,.,−∀∗%,∋7+!∀)∀8#∀&∋/∋8#∃,∋7+!∀)∀8#∀,∋ %9:;<=∋9∋9>9;?≅?<:Α∋?:Β9Χ∆=Ε:Α∋ (;:ΦΓ∋#9Χ=Χ∋,;=ΗΙ:∋/∋,Ηϑ=∋3Κ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (;:ΦΓ#9Χ=Χ∋,;=ΗΙ:∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!4Γ!()!23! Os efeitos genéricos são automáticos, ou seja, independem de ser expressamente declarados pelo Juiz na sentença. EXEMPLO: Se o Juiz condena alguém por roubo, o dever de reparar o dano causado ocorrerá independentemente de constar na sentença esse efeito, pois é decorrência natural e automática da sentença. Já os efeitos específicos são aqueles que recaem apenas sobre condenações relativas a determinados crimes, e não a todos os crimes em geral. Estão previstos no art. 92 do CP, sendo: Art. 92 - São também efeitos da condenação:∗+)(∋,−.!(∋(∋!/)0∋! ≅)%!&8!ΧΒ<=∆;!()! ΑΑΒΧΒΑ∆Ε9> I - a perda de cargo, função pública ou mandato eletivo: ∗+)(∋,−.!(∋(∋!/)0∋!≅)%!&8! ∆Β<ΦΕ;!()!Α8Β9ΒΑ∆∆Φ> a) quando aplicada pena privativa de liberdade por tempo igual ou superior a um ano, nos crimes praticados com abuso de poder ou violação de dever para com a Administração Pública; ∗Γ&706Η(.!/)0∋!≅)%!&8!∆Β<ΦΕ;!()!Α8Β9ΒΑ∆∆Φ> b) quando for aplicada pena privativa de liberdade por tempo superior a 4 (quatro) anos nos demais casos. ∗Γ&706Η(.!/)0∋!≅)%!&8!∆Β<ΦΕ;!()!Α8Β9ΒΑ∆∆Φ> II - a incapacidade para o exercício do pátrio poder, tutela ou curatela, nos crimes dolosos, sujeitos à pena de reclusão, cometidos contra filho, tutelado ou curatelado; ∗+)(∋,−.!(∋(∋!/)0∋!≅)%!&8!ΧΒ<=∆;!()!ΑΑΒΧΒΑ∆Ε9> III - a inabilitação para dirigir veículo, quando utilizado como meio para a prática de crime doloso. ∗+)(∋,−.!(∋(∋!/)0∋!≅)%!&8!ΧΒ<=∆;!()!ΑΑΒΧΒΑ∆Ε9> Tais efeitos, por sua vez, NÃO SÃO AUTOMÁTICOS, devendo constar na sentença condenatória, sob pena de não ocorrerem. Isto está previsto no § único do art. 92 do CP: Parágrafo único - Os efeitos de que trata este artigo não são automáticos, devendo ser motivadamente declarados na sentença. ∗+)(∋,−.! (∋(∋! /)0∋! ≅)%! &8! ΧΒ<=∆;!()!ΑΑΒΧΒΑ∆Ε9> Assim, resumidamente: EFEITOS DA CONDENAÇÃO GERAIS ESPECÍFICOS •! Obrigação de reparar o dano •! Perda em favor da União dos instrumentos do crime (se seu porte for ilícito) e dos produtos ou proveitos do crime. •! Perda de cargo, função pública ou mandato eletivo (a) nos crimes praticados com abuso de poder ou violação de dever para com a Administração Pública – pena igual ou superior a 01 ano; b) Nos demais casos – pena superior a 04 anos. •! Incapacidade para o exercício do pátrio poder, tutela ou curatela, nos crimes dolosos, sujeitos à pena de reclusão, cometidos contra filho, tutelado ou curatelado. !∀#∃∀%&∋(#&)∃∗∗+,−∋(∃.,−∋/∋%#∃0(∃∋123456∋ ,.,−∀∗%,∋7+!∀)∀8#∀&∋/∋8#∃,∋7+!∀)∀8#∀,∋ %9:;<=∋9∋9>9;?≅?<:Α∋?:Β9Χ∆=Ε:Α∋ (;:ΦΓ∋#9Χ=Χ∋,;=ΗΙ:∋/∋,Ηϑ=∋3Κ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (;:ΦΓ#9Χ=Χ∋,;=ΗΙ:∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!42!()!23! •! Inabilitação para dirigir veículo, quando utilizado como meio para a prática de crime doloso. AUTOMÁTICOS NÃO SÃO AUTOMÁTICOS 4.4.! Princípio da correlação e princípio da consubstanciação O princípio da correlação (ou da congruência)24 prega que a sentença deve se amoldar ao FATO descrito na denúncia ou queixa, não podendo o Juiz decidir fora dos limites que lhe foram colocados, pois isso importaria em violação a outro princípio, o PRINCÍPIO DA INÉRCIA. Assim, é vedado ao Juiz proferir sentença ultra, citra e extra-petita. O que seriam essas sentenças? Vejamos: •! Ultra-petita – É uma sentença na qual o Juiz vai além daquilo que lhe foi pedido, julgando mais do que fora pedido (ex.: Indivíduo é acusado por um estupro e o Juiz lhe condena, também, por um roubo, que não foi narrado na inicial acusatória). •! Extra-petita – É aquela na qual o Juiz julga fato diverso do que aquele que lhe foi posto (ex.: O indivíduo é acusado por estupro e o Juiz lhe condena por roubo, deixando de apreciar o pedido de condenação pelo estupro). •! Citra-petita – Aqui o Juiz não analisa, não julga todos os FATOS narrados na inicial acusatória, deixando de apreciar algum deles (ex.: O indivíduo é acusado por um estupro e por um homicídio. O Juiz lhe condena pelo estupro, ficando silente quanto ao crime de homicídio). O princípio da congruência retira seu fundamento de outro princípio, o princípio da CONSUBSTANCIAÇÃO, segundo o qual o acusado se defende dos FATOS QUE LHE SÃO IMPUTADOS, de forma que uma sentença que extrapole estes limites, além de violar o princípio da INÉRCIA, viola, ainda, os princípios do contraditório e da ampla defesa. Existem dois institutos de direito processual penal que buscam dar efetividade a estes princípios. São eles os institutos da emendatio e da mutatio libelli. 4.4.1.! Emendatio libelli Este instituto está previsto no art. 383 do CPP, vejamos: !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! 24 Também chamado de
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