Buscar

Abuso sexual

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Abuso sexual 
Menina de 9 anos estuprada por padrasto é submetida a aborto em Recife
Publicada em 04/03/2009 às 17h20m
Leonardo Guandeline, O Globo; pe360graus.com 
SÃO PAULO e RECIFE - A menina de 9 anos abusada pelo padrasto em Alagoinha, em Pernambuco, e grávida de gêmeos, realizou aborto na manhã desta quarta-feira na Maternidade Cisam, vinculada à Universidade de Pernambuco, no Recife. Segundo o diretor médico Sérgio Cabral, responsável pelo procedimento, os dois fetos já foram expelidos. A equipe médica realizou ainda uma curetagem. Segundo Cabral, o aborto em caso de estupro é legal. O padrasto da criança, Jailson José da Silva, confessou o crime, e está preso na Delegacia de Pesqueira, no agreste pernambucano. 
- O risco maior seria ela de ela continuar essa gravidez. Uma criança de 9 anos não tem ainda seus órgãos formados. Se tudo correr bem, ela deve ter alta ainda esta semana - afirmou o médico. 
" A lei humana contraria a lei de Deus, que é contra a morte "
�
A menina deu entrada na Maternidade às 19h de terça, depois de a família ter pedido alta do Instituto Materno Infantil Professor Fernando Figueira (IMIP). A mãe da menina teve de assinar um termo de responsabilidade para retirar a criança, que vinha sendo preparada para o aborto desde sábado. 
A gestação estava na 15ª semana - uma gravidez completa tem cerca de 40 semanas. 
A Igreja Católica, que tentou impedir o aborto e ameaçou ir à Justiça, lamentou que o procedimento tenha sido realizado. 
- Nós, ministros da Igreja Católica, temos obrigação de proclamar as leis de Deus. Nesses casos, os fins não justificam os meios e a lei humana contraria a lei de Deus, que é contra a morte - disse o arcebispo de Olinda e Recife Dom José Cardoso Sobrinho 
A Igreja Católica tinha expectativa de que a gravidez da criança fosse mantida. Nesta terça, o arcebispo Dom José Cardoso Sobrinho tentou convencer os pais da menina a rever o aborto. O pai biológico dela, Erivaldo Francisco dos Santos, queria que as crianças nascessem. 
A mãe da menina, no entanto, estava irredutível e sequer quis conversar com o arcebispo. 
Rilane Dueire, advogada da arquidiocese, afirmou que a menina queria os bebês e teria se prontificado a cuidar deles junto com a irmã mais velha, de 14 anos. 
Para o arcebispo, a violência sofrida pela menina não justificaria o aborto. 
- A menina engravidou de maneira totalmente injusta, mas devemos salvar vidas. A igreja sempre condenou e vai continuar condenando o aborto - disse. 
" O risco maior seria ela de ela continuar essa gravidez "
�
O Instituto Materno-Infantil Professor Fernando Figueira (IMIP), do Recife, informou que a menina deixou o hospital sem fazer o aborto à revelia da instituição. A menina tem 1,33m, pesa 36 kg e mantinha uma gravidez de alto risco. Segundo o hospital, o procedimento não foi feito antes porque não houve consenso entre os pais da criança. 
O aborto recebeu apoio de organizações não-governamentais de defesa da mulher, como os grupos SOS Corpo e Curumim. 
Para a coordenadora do Grupo Curumim, Paula Viana, não havia mais tempo a esperar. 
- Cada dia que passava, o risco era maior, a menina se sentia mal e já apresentava outras complicações. Tinha que ser feita uma intervenção médica imediata - afirmou. 
O procedimento de aborto terminou por volta de meio dia. De acordo com os médicos, correu tudo bem e a criança deve receber alta nesta quinta-feira. 
Gravidez e abuso descobertos após dores 
A gravidez só foi descoberta depois que a criança se queixou de dores e foi levada pela mãe à Casa de Saúde São José, no último dia 25 de fevereiro. 
De acordo com a polícia, a mãe não sabia dos abusos sofridos pela filha, que só teria contado sobre o caso depois da descoberta da gravidez por conta das dores. A menina contou à polícia que sofria violência sexual desde os 6 anos. 
Jaílson José da Silva, o padrasto, confessou o abuso à polícia e contou que abusava sexualmente também da irmã da vítima, uma adolescente de 14 anos portadora de deficiência física. Ele foi preso um dia antes, quando se preparava para fugir para a Bahia. 
O médico José Severiano Cavalcanti afirmou que a mãe da menina contou que ela tinha menstruado há apenas quatro meses e depois não mais. 
- Desconfiei de gravidez, fiz os exames físicos e a ultra-som e confirmei a gravidez de gêmeos no quarto mês - afirmou. 
A mãe dela, Esmeralda Aparecida, diz que nunca desconfiou de nada. 
- Ele a tratava sempre muito bem, eu não ia achar que era por mal - disse.
http://oglobo.globo.com/pais/cidades/mat/2009/03/04/menina-de-9-anos-estuprada-por-padrasto-submetida-aborto-em-recife-754680349.asp

Outros materiais