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CCJ0051-WL-B-AMRP-07-Tipos de Argumento _Continuação_

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Para a semana 6, sugerimos a leitura dos capítulos 4.3.4 e 4.3.5 de FETZNER, Néli Luiza Cavalieri; 
TAVARES Jr., Nelson Carlos; VALVERDE, Alda da Graça Marques. Lições de Argumentação Jurídica. Rio 
de Janeiro: Forense, 2011. 
 
O ARGUMENTO DE OPOSIÇÃO serve ao profissional do Direito como uma estratégia discursiva 
eficiente para a redação de uma boa fundamentação. Compõe-se da introdução de uma perspectiva 
oposta ao ponto de vista defendido pelo argumentador, admitindo-o como uma possibilidade de 
conclusão, para depois apresentar, como argumento decisivo, a perspectiva contrária. 
Apoiada no uso dos conectores argumentativos concessivos e adversativos, essa estratégia 
permite antecipar as possíveis manobras discursivas que formarão a argumentação da outra parte 
durante a busca de solução jurisdicional para o conflito, enfraquecendo, assim, os fundamentos mais 
fortes da parte oposta. 
Observe os quadros abaixo: 
 
Estrutura do argumento de oposição concessiva 
Operador argumentativo 
Concessivo 
Ponto de vista contrário à tese 
defendida 
Ponto de vista favorável à tese 
defendida 
Embora ... 
 
...não exista lei que obrigue 
alguém a ser pai, nem que garanta 
reaproximações indesejadas, ... 
... a Justiça pode, sim, fazer valer o 
direito de um filho em relação aos 
cuidados paternais, por meio de 
uma reparação afetiva. 
Conector sintático que põe em 
foco a evidência contrária 
Evidência que apóia a 
argumentação contrária à tese em 
defesa 
Argumento decisivo, contrário à 
perspectiva anterior 
 
Estrutura do argumento de oposição restritiva 
Ponto de vista contrário à tese 
defendida 
Operador argumentativo 
adversativo 
Ponto de vista favorável à tese 
defendida 
Não existe lei que obrigue alguém 
a ser pai, nem que garanta 
reaproximações indesejadas, ... 
... mas ... 
 
... a Justiça pode, sim, fazer valer o 
direito de um filho em relação aos 
cuidados paternais, por meio de 
uma reparação afetiva. 
Evidência que apóia a 
argumentação contrária à tese 
em defesa 
Conector sintático que permite 
uma manobra discursiva, que 
desarticula o argumento 
introdutório 
Argumento que anula a 
proposição inicial do parágrafo, 
gerando uma quebra de 
expectativa 
 
Para ficar ainda mais clara essa estrutura, os parágrafos anteriores foram desenvolvidos. 
Compreenda que as estruturas sugeridas não são, de forma alguma, instrumentos que impedem a 
liberdade redacional do argumentador; ao contrário, a partir delas novas informações podem ser 
acrescidas – sem descaracterizar a estratégia. 
 
Argumento de oposição concessiva 
Embora haja quem argumente ser impossível pensar a afetividade como valor jurídico, pois não 
existe lei que obrigue alguém a ser pai, nem garanta reaproximações indesejadas, a Justiça pode, sim, 
fazer valer o direito de um filho em relação aos cuidados paternais, por meio de uma reparação 
afetiva. Essa reparação André Júlio deve a Alexandre, por sua luta inglória desde quase os sete anos de 
idade, a fim de reaver o afeto do pai. Falta de carinho, de atenção e de presença não se quantifica, mas 
pode ser compensada para amenizar o sofrimento de Alexandre, por ter tido um pai ausente. 
 
Também podemos redigir o argumento desta maneira: 
 
Argumento de oposição restritiva 
Há quem argumente ser impossível pensar a afetividade como valor jurídico, ou seja, que não 
existe lei que obrigue alguém a ser pai, nem garanta reaproximações indesejadas, mas a Justiça pode, 
sim, fazer valer o direito de um filho em relação aos cuidados paternais, por meio de uma reparação 
afetiva. Essa reparação André Júlio deve a Alexandre, por sua luta inglória desde quase os sete anos de 
idade, a fim de reaver o afeto do pai. Falta de carinho, de atenção e de presença não se quantifica, mas 
pode ser compensada para amenizar o sofrimento de Alexandre, por ter tido um pai ausente. 
 
 
Além do argumento de oposição, outro que também se mostra de grande eficiência na 
prática argumentativa é o ARGUMENTO DE CAUSA E EFEITO, que estabelece uma relação de 
causalidade, ou seja, são apresentadas as causas e as conseqüências jurídicas de um ato praticado.

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