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HAYEK SEN e ROSTOW a

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HAYEK e AMARTYA SEM O DESENVOLVIMENTO COMO LIBERDADE 
 
ROSTOW: AS 5 ETAPAS DO DESENVOLVIMENTO 
 
ESTRUTURA DA AULA 
 
HAYEK, Friedrich August von. O caminho da Servidão. São Paulo: Vide Editorial, 2013. Primeira edição de 
1944: The Road to Serfdom. Chicago: University of Chicago Press. Disponível em: http://www.mises.org.br. 
ROSTOW, Walt Whitman. As etapas do desenvolvimento econômico. Rio de Janeiro: Zahar, 1974. 
SEN, Amartya. Desenvolvimento como liberdade. São Paulo: Companhia das Letras, 2010 
1. Agenda: 
 Assunto 
30min Debate A Liberdade Econômica 
30min A Curva de Kuznet 
30min Friedrich August von Hayek 
30min Friedrich August von Hayek 
Intervalo 
30min Vídeo 
30min Amartya Sem - revisão 
30min Rostow e as 5 Etapas do D 
30min 
 
 
 
 2 
 
o HAYEK e AMARTYA SEM: O DESENVOLVIMENTO COMO UMA 
CONQUISTA DA LIBERDADE 
 
O que é LIBERDADE ECONÔMICA? 
 
 
A “Liberdade” dos Liberais na visão dos .... Liberais 
 
http://www.anjou-sculpture.com/mortalslovers.php 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 3 
A “Liberdade” dos Liberais na visão dos .... Marxistas 
 
http://www.consumerfreedom.com/tag/cartoon/page/5/ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 4 
 
A “Liberdade” dos Marxistas na visão dos .... Marxistas 
 
www.theblaze.com 
 
A “Liberdade” dos Marxistas na visão dos .... Liberais 
 
http://scottthong.wordpress.com 
 
 5 
 
 
A Visão “Tradicional” de Desenvolvimento: a Curva de Kuznet 
 Crescimento e Distribuição de renda 
o Simon Kuznet (1901-1985), 
o o ―pai do PIB‖: Simon Kuznets definiu: produto, renda e despesa 
o Com base em poucos dados propôs a ―Curva em U invertida‖ [Curva de Kuznets] que procura 
mostrar que o mais provável é que a desigualdade social aumente no início da industrialização, mas 
depois recue. 
 
 
 
 Curva de Kuznets só foi desmentida em 1996 por Klaus Deininger e Lyn Squire 
 
―Comparison of the new data set with existing compilations reveals that the data assembled 
here represent an improvement in quality and a significant expansion in coverage, although 
differences in the definition of the underlying data might still affect intertemporal and 
international comparability. Based on this new data set. the authors do not find a systematic 
link between growth and changes in aggregate inequality. They do find a strong positive 
relationship between growth and reduction of poverty.‖ 
 [Deininger, Klaus and Lyn Squire, "A New Data Set Measuring Income Inequality", The World Bank 
Economic Review, 10(3): 565-91, 1996.] 
http://www-wds.worldbank.org/servlet/WDSContentServer/WDSP/IB/1996/09/01/000009265_3961214153426/Rendered/PDF/multi_page.pdf 
 
 
“Using a new and improved cross-country data set on inequality to examine the dynamics 
of growth and poverty reduction, we reached three main conclusions. First, while policymakers 
 6 
should certainly pay attention to the distribution consequences of different policy options, the 
fear that economic growth on its own will have a systematic negative effect on the distribution 
of income is unfounded. Second, unequal distribution of assets, more than of income, can be 
an impediment to rapid growth, implying that redistributive policies that enhance people’s 
access to credit markets and, thus, their ability to invest could contribute to growth. Third, 
although redistributive policies have the potential to benefit the poor both directly and 
indirectly, they will do so only if redistribution does not jeopardize investment—this may 
be one explanation for the observation that, in the past, redistributive policies such as land 
reform have often failed to help the poor. If countries want to implement redistributive 
policies, their ability to devise mechanisms that would at the same time maintain or 
increase investment incentives may well determine whether such policies help with 
poverty reduction.‖ 
[Deininger, Klaus and Lyn Squire. Economic Growth and Income Inequality: reexaminini the links. Finance & 
Development, march, 1997.] 
http://www.felagshyggja.net/deiscu.pdf 
 
 7 
 
Friedrich August von Hayek (Viena 1899 – Freiburg 1992) 
 
 
 
 
 
 
O D COMO RESULTADO DO INDIVIDUALISMO E DA LIBERDADE 
O INDIVIDUALISMO = supremacia das preferências, dotes e inclinações pessoais 
 
“Estamos rapidamente abandonando não só as ideias de Cobden e Bright, de Adam Smith 
e Hume, ou mesmo de Locke e Milton, mas também uma das características mais 
importantes da civilização ocidental que evoluiu a partir dos fundamentos lançados pelo 
cristianismo e pelos gregos e romanos. Renunciamos progressivamente não só ao 
liberalismo dos séculos XVIII e XIX, mas ao individualismo essencial que herdamos de 
Erasmo e Montagne, de Cícero e Tácito, de Péricles e Tucídides. O líder nazista que 
 8 
definiu a revolução nacional-socialista como uma contra-Renascença estava mais próximo 
da verdade do que provavelmente imaginava. Ela representou a etapa final da destruição 
da civilização construída pelo homem moderno a partir da Renascença e que era, acima 
de tudo, uma civilização individualista. O individualismo tem hoje uma conotação 
negativa e passou a ser associado ao egoísmo. Mas o individualismo a que nos referimos, 
em oposição a socialismo e a todas as outras formas de coletivismo, não está 
necessariamente relacionado a tal acepção. Só de maneira gradual, no decorrer deste 
livro, é que poderemos esclarecer a distinção entre os dois princípios opostos. Por 
enquanto podemos dizer que o individualismo, que a partir de elementos fornecidos pelo 
cristianismo e pela filosofia da antiguidade clássica pôde desenvolver-se pela primeira vez 
em sua forma plena durante a Renascença e desde então evoluiu e penetrou na chamada 
civilização ocidental, tem como características essenciais o respeito pelo indivíduo como 
ser humano, isto é, o reconhecimento da supremacia de suas preferências e opiniões na 
esfera individual, por mais limitada que esta possa ser, e a convicção de que é desejável 
que os indivíduos desenvolvam dotes e inclinações pessoais.” (HAYEK, 2013, P. 44 e 45) 
 
 A LIBERDADE POLÍTICA Resultando em DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO 
 
 
 
“A transformação gradual de um sistema hierárquico organizado em moldes rígidos num 
sistema em que os homens podiam pelo menos tentar dirigir a própria vida, tendo a 
oportunidade de conhecer e escolher diferentes formas de existência, está intimamente 
ligada ao desenvolvimento do comércio. Das cidades comerciais do norte da Itália, a nova 
concepção de vida irradiou-se, graças ao comércio, para o oeste e o norte da Europa e 
chegou, através da França e do sudoeste da Alemanha, aos Países Baixos e às Ilhas 
Britânicas, consolidando-se onde quer que não fosse sufocada pelo despotismo político. (...) 
Durante todo esse período moderno da história europeia, a tendência geral do 
desenvolvimento social era libertar o indivíduo das restrições que o mantinham sujeito a 
padrões determinados pelo costume ou pela autoridade no que dizia respeito a suas 
atividades ordinárias. A constatação de que os esforços empreendidos pelos indivíduos de 
modo espontâneo e não dirigido pela autoridade eram capazes de produzir uma complexa 
ordem de atividades econômicas só poderia ocorrer depois que esse processo de 
desenvolvimento tivesse avançado até certo ponto. A elaboração de uma tese coerente de 
defesa da liberdade econômica resultou do livre desenvolvimento das atividades 
econômicas que tinham sido um subproduto imprevisto e não planejado da liberdade 
política.” (HAYEK, 2013, p. 45) 
 
 9 
Daí aconvicção de que a liberdade individual é fundamental para o D 
 
Portanto, é preciso: 
a) conhecer muito bem o que é a “Liberdade” e como ela impulsiona o D 
 
“A atitude do liberal para com a sociedade é semelhante à do jardineiro que cuida de uma 
planta e que, a fim de criar as condições mais favoráveis ao seu crescimento, deve 
conhecer tudo o que for possível a respeito da estrutura e das funções dessa planta.” 
”Nenhum espírito sensato teria duvidado de que as regras primitivas nas quais foram 
expressos os princípios da política econômica do século XIX eram apenas o começo, de 
que ainda tínhamos muito a aprender e de que havia ainda imensas possibilidades de 
progresso no caminho que vínhamos seguindo.” (HAYEK, 2013, p. 49) 
 
b) combater o liberalismo vulgar, o esquecimento das conquistas da liberdade 
e o coletivismo [comunismo, socialismo, nazismo, hitlerismo, fascismo, estatismo, ...] 
 
“Há, em particular, enorme diferença entre criar deliberadamente um sistema no qual a 
concorrência produza os maiores benefícios possíveis, e aceitar passivamente as 
instituições tais como elas são. Talvez nada tenha sido mais prejudicial à causa liberal do 
que a obstinada insistência de alguns liberais em certas regras gerais primitivas, 
sobretudo o princípio do laissez-faire. Contudo, de certa maneira, essa insistência era 
necessária e inevitável. Diante dos inumeráveis interesses a demonstrar que certas 
medidas trariam benefícios óbvios e imediatos a alguns, ao passo que o mal por elas 
causado era muito mais indireto e difícil de perceber, apenas regras fixas e imutáveis 
teriam sido eficazes. E como se firmara uma forte convicção de que era imprescindível 
haver liberdade na área industrial, a tentação de apresentá-la como uma regra sem 
exceções foi grande demais para ser evitada.”(HAYEK, 2013, p. 48) 
 
 
A impaciência crescente em face do lento progresso da política liberal, a justa irritação 
com aqueles que empregavam a fraseologia liberal em defesa de privilégios antissociais, e 
a ilimitada ambição aparentemente justificada pela melhoria material já conquistada 
fizeram com que, ao aproximar-se o final do século, a crença nos princípios básicos do 
liberalismo fosse aos poucos abandonada. Tudo o que fora conquistado passou a ser 
considerado um bem estável, indestrutível e definitivo. Os olhos do povo fixaram-se em 
novas reivindicações, cuja rápida satisfação parecia obstada pelo apego aos velhos 
princípios. Passou-se a acreditar cada vez mais que não se poderia esperar maior 
progresso dentro das velhas diretrizes e da estrutura geral que permitira os avanços 
anteriores, mas apenas mediante uma completa reestruturação da sociedade. Já não se 
tratava de ampliar ou melhorar o mecanismo existente, mas de descartá-lo e substituí-lo 
por outro. E à medida que as esperanças da nova geração se voltavam para algo 
inteiramente novo, a compreensão e o interesse pelo funcionamento da sociedade existente 
 10 
sofreram brusco declínio. Com esse declínio, declinou também a nossa consciência de tudo 
o que dependia da existência do sistema liberal.” (HAYEK, 2013, p. 50) 
 
 
c) combater o “caminho da servidão”: 
c1) O conceito socialista de liberdade 
“No que se referia à liberdade, os fundadores do socialismo não escondiam suas intenções. 
Eles consideravam a liberdade de pensamento a origem de todos os males da sociedade do 
século XIX, e o primeiro dos planejadores modernos, Saint-Simon, chegou a predizer que 
aqueles que não obedecessem às comissões de planejamento por ele propostas seriam 
„tratados como gado‟". 
 
Foi apenas sob a influência das fortes correntes democráticas que antecederam a 
revolução de 1848 que o socialismo começou a aliar-se às forças da liberdade. Mas o novo 
"socialismo democrático" precisou de muito tempo para vencer as suspeitas despertadas 
pelos seus antecedentes. De Tocqueville, mais do que ninguém, percebeu que a 
democracia, como instituição essencialmente individualista, entrava em contradição 
frontal com o socialismo: 
 
„A democracia amplia a esfera da liberdade individual [dizia ele em 1848], o socialismo a 
restringe. A democracia atribui a cada homem o valor máximo; o socialismo faz de cada 
homem um mero agente, um simples número. Democracia e socialismo nada têm em 
comum exceto uma palavra: igualdade. Mas observe-se a diferença: enquanto a 
democracia procura a igualdade na liberdade, o socialismo procura a igualdade na 
repressão e na servidão‟. ["Discours prononcé à l'Assemblée Constituante le 12 septembre 1848 sur la question 
du droit au travail." Oeuvres complétes d'Alexis de Tocqueville, 1866, v. IX, p. 546] 
 
Para afastar essas suspeitas e atrelar a si o mais forte de todos os incentivos políticos - o 
anseio de liberdade - o socialismo começou a utilizar com maior frequência a promessa de 
uma "nova liberdade". O advento do socialismo seria um salto do reino da necessidade 
 11 
para o reino da liberdade. Ele traria a "liberdade econômica", sem a qual a liberdade 
política já obtida "de nada serviria". Somente o socialismo seria capaz de pôr termo à luta 
secular pela liberdade, na qual a conquista da liberdade política era apenas um primeiro 
passo. 
 
É importante perceber a sutil alteração de sentido a que se submeteu a palavra liberdade 
para tornar plausível este argumento. Para os grandes apóstolos da liberdade política, 
essa palavra significava que o indivíduo estaria livre da coerção e do poder arbitrário de 
outros homens, livre das restrições que não lhe deixavam outra alternativa senão obedecer 
às ordens do superior ao qual estava vinculado. Na nova liberdade prometida, porém, o 
indivíduo se libertaria da necessidade, da força das circunstâncias que limitam 
inevitavelmente o âmbito da efetiva capacidade de escolha de todos nós, embora o de 
alguns muito mais do que o de outros. Para que o homem pudesse ser verdadeiramente 
livre, o "despotismo da necessidade material" deveria ser vencido, e atenuadas "as 
restrições decorrentes do sistema econômico". 
 
Liberdade neste sentido não passa, é claro, de um sinônimo de poder ou riqueza. Contudo, 
embora a promessa dessa nova liberdade frequentemente se somasse a promessas 
irresponsáveis de um significativo aumento da riqueza material na sociedade socialista, 
não se esperava alcançar essa liberdade econômica mediante vitória tão grande sobre a 
escassez da natureza. A promessa, na realidade, significava que as grandes disparidades 
existentes na efetiva possibilidade de escolha de cada indivíduo estavam destinadas a 
desaparecer. A reivindicação da nova liberdade não passava, assim, da velha 
reivindicação de uma distribuição equitativa da riqueza. Mas o novo rótulo forneceu aos 
socialistas mais uma palavra em comum com os liberais, e eles a exploraram ao máximo. 
E, conquanto o termo fosse empregado em sentido diferente pelas duas correntes, poucos 
o notaram, e menor número ainda se perguntou se as duas formas de liberdade 
prometidas poderiam realmente harmonizar-se. Sem dúvida a promessa de maior 
liberdade tornou-se uma das armas mais eficazes da propaganda socialista, e por certo a 
convicção de que o socialismo traria a liberdade é autêntica e sincera. Mas essa convicção 
apenas intensificaria a tragédia se ficasse demonstrado que aquilo que nos prometiam 
como o caminho da liberdade era na realidade o caminho da servidão. Foi 
inquestionavelmente a promessa de maior liberdade que atraiu um número crescente de 
liberais para o socialismo e tornou-os incapazes de perceber o conflito existente entre os 
princípios do socialismo e os do liberalismo, permitindo em muitas ocasiões que os 
socialistas usurpassem o próprio nome do antigo partido da liberdade. O socialismo foiaceito pela maior parte da intelligentsia como o herdeiro aparente da tradição liberal: não 
surpreende, pois, que seja inconcebível aos socialistas a ideia de tal sistema conduzir ao 
oposto da liberdade.” (Hayek, 2013, p. 56 a 57) 
 
C2) O Método Socialista de atingir a justiça social 
 
“Antes de prosseguir na análise de nosso tema principal, resta-nos um obstáculo a 
transpor: esclarecer um equívoco responsável em grande parte pelo modo como estamos 
 12 
sendo levados a situações não desejadas por ninguém. Esse equívoco, na realidade, diz 
respeito ao próprio conceito de socialismo. Tal conceito pode significar simplesmente os 
ideais de justiça social, maior igualdade e segurança que são os fins últimos do socialismo - 
e é muitas vezes usado nesse sentido. 
 
Mas significa também o método específico pelo qual a maior parte dos socialistas espera 
alcançar esses fins, e que para muitas pessoas inteligentes são os únicos métodos pelos 
quais esses fins podem ser plena e rapidamente alcançados. Nesse sentido, socialismo 
equivale à abolição da iniciativa privada e da propriedade privada dos meios de produção, 
e à criação de um sistema de "economia planificada" no qual o empresário que trabalha 
visando ao lucro é substituído por um órgão central de planejamento.” (Hayek, 2013, p. 63) 
 
“Quase todos os pontos de divergência entre socialistas e liberais referem-se aos métodos 
comuns a todas as formas de coletivismo e não aos fins específicos para os quais os 
socialistas desejam empregá-los (...)”(Hayek, 2013, p. 65) 
 
Modelos Socialista 
 
By Campell Grant 
Liberal 
 
Objetivo justiça social 
maior igualdade 
maior segurança 
Igual 
Meios para chegar 
aos objetivos 
Fim da iniciativa privada 
Fim da propriedade 
privada dos meios de 
produção 
Planificação econômica 
estatal 
Iniciativa privada 
Propriedade privada dos meios de 
produção 
Planeamento individual 
 
 
 
 13 
b) entender qual é o papel do Estado para o D 
 
“Há, em particular, enorme diferença entre criar deliberadamente um sistema no qual a 
concorrência produza os maiores benefícios possíveis, e aceitar passivamente as 
instituições tais como elas são.”(HAYEK, 2013, p. 48) 
 
Portanto, é necessário uma intervenção do Estado para que a Liberdade seja ampliada. 
 
“Mas esse progresso só seria alcançado à medida que conquistássemos um crescente 
domínio intelectual das forças que teríamos de empregar. Muitas eram as tarefas 
evidentes, como o aperfeiçoamento do sistema monetário e a prevenção ou o controle do 
monopólio, e eram ainda mais numerosas as tarefas menores, mas nem por isso menos 
importantes, em outros campos em que o governo sem dúvida possuía enormes poderes 
para o bem e para o mal; tudo levava a esperar que, com uma melhor compreensão dos 
problemas, algum dia teríamos condições de empregar com êxito esses poderes.” 
(HAYEK, 2013, p. 49) 
 
 
RESUMINDO: 
“Os princípios básicos do liberalismo não contêm nenhum elemento que o faça um credo 
estacionário, nenhuma regra fixa e imutável. O princípio fundamental segundo o qual 
devemos utilizar ao máximo as forças espontâneas da sociedade e recorrer o menos 
possível à coerção pode ter uma infinita variedade de aplicações.”(HAYEK, 2013, p. 48) 
 
 14 
 
o AMARTYA SEM [Nobel de economia de 1998] 
 
Livro: ―Desenvolvimento como Liberdade‖ publicado no Brasil em 2000. 
Elogiado pela The Economist 
 
 O caminho do Meio 
 Vídeo 
o D não é apenas Crescimento e nem um simples Mito. 
o D = Liberdade de: 
 Participação política 
 Nutrição satisfatória 
 Saúde 
 Moradia, 
 Vestuário 
 Saneamento básico 
 Serviços de assistência médica e previdência 
 Segurança, paz e ordem 
 Fazer intercâmbio econômico: 
 Entrar nos mercados de trabalho e consumidor 
 
 A liberdade é o principal fim e meio para o D. 
 É preciso eliminar tudo o que limita as oportunidades e a liberdade de escolha 
 A Liberdade depende de 
 Crescimento econômico [o meio para aumentar a liberdade] 
 Educação 
 Saúde 
 Direitos civis 
 Contribuem para a Liberdade: 
 15 
 Industrialização 
 Desenvolvimento Tecnológico 
 Modernização social 
 Limitam a Liberdade 
 Tirania 
 Falta de oportunidades: 
o Investimento 
o Emprego 
 Destituição social [falta de dignidade] 
 Falta de serviços públicos, programas epidemiológicos, segurança 
 Falta de água potável, remédios, vestuário dignos 
 Repressão e interferências estatais 
 
 Dois caminhos para redução rápida da mortalidade 
o Mediado pelo crescimento 
 Crescimento deve ser: 
 Amplo 
 Gerador de grande número de empregos 
 Uso da política fiscal para investir em saúde, educação e seguridade social 
 
o Conduzido pelo custeio público mesmo com crescimento econômico lento. Precisa de 
 Eficiente infraestrutura de serviços de saúde, educação e seguridade social 
 Aproveitando o baixo custo da mão de obra 
 
 16 
 
o ROSTOW e as CINCO ETAPAS do DESENVOLVIMENTO 
 
Walt Whitman Rostow, economic historian and presidential aide, born October 7 1916; died February 13 
2003. http://www.theguardian.com/news/2003/feb/17/guardianobituaries.usa 
 
 17 
http://lankareporter.com/lr/2013/11/21/secret-white-house-memo-president-jfks-relations-with-ceylon-a-hot-potato-in-1963/ 
 
 
 
 
ROSTOW, Walt Whitman. As etapas do desenvolvimento econômico. Rio de Janeiro: Zahar, 1974. 
―É possível enquadrar todas as sociedades, em suas dimensões econômicas, dentro de uma das cinco seguintes 
categorias: a sociedade tradicional, as pré-condições para o arranco, o arranco, a marcha para a 
maturidade e a era do consumo em massa.‖ [Rostow, 1974, p. 16] 
 
 18 
 
http://pt.slideshare.net/geographyalltheway/ib-geography-develpent-rostow-model 
 
 
 19 
 
 
 Etapa 1 – A sociedade tradicional 
o ―é aquela cuja estrutura se expande dentro de funções de produção baseadas em uma ciência e 
tecnologia pré-newtonianas, assim como em atitudes pré-newtonianas diante do mundo físico‖ 
[Rostow, 1974, p. 16] 
 Não é uma sociedade estática porque 
 Área do comércio, agricultura e produção podem ↑ 
 Surgem inovações ―rendosas‖ no comércio, agricultura e indústria 
 A produtividade pode ↑ 
o Existe um teto para o volume de produção pq não são aplicadas C&T 
 20 
o Depende de turbulências nos ambientes sociais e políticos, das colheitas, guerras e 
pragas 
 
 A grande parte da população dedicada à agricultura 
 Estrutura social hierarquizada 
 Sistemas de valores sincronizados com o fatalismo: a vida do neto será igual à vida do avô 
 É possível melhorar a vida através do esforço individual 
 Centro do poder político com os proprietários de terras. 
―englobamos todo o mundo pré-newtoniano; as dinastias da China; a civilização do Oriente Médio e do 
Mediterrâneo; o mundo da Europa medieval e (...) as sociedades pós-newtonianas que, por certo tempo, 
permaneceram intatas ou indiferentes à nova capacidade do homem para manipular regularmente o meio 
ambiente tendo em vista seu proveito econômico‖ [Rostow, 1974, p. 16] 
 
 
STARNINA, Gherardo di Jacopo. Italian painter, Florentine school (b. ca. 1354, Firenze, d. 1409/13, Firenze) 
Thebaid (detail) c. 1410. Tempera on wood Galleria degli Uffizi, Florence 
 
 21 
 
LORENZETTI, Ambrogio. Italian painter, Sienese school (b. ca. 1290, Siena, d. 1348, Siena). The Effects of Good Government 
in the Countryside (detail). 1338-40. Fresco. Palazzo Pubblico, Siena. http://www.wga.hu/frames-
e.html?/html/s/starnina/index.html 
 
 22 
 
Pietro de' Crescenzi.(1230–1305), born in Bologna where he studied natural history, law, and medicine. 
http://www.oxfordreference.com/view/10.1093/oi/authority.20110803095647352. http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Crescenzi_calendar.jpg 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 23 
 Etapa 2 – As precondições para o Arranco ou Decolagem [Europa Ocidental fim do XVII 
e início do XVIII] Grã-Bretanha. 
 
BROWN, Ford Madox. English painter (b. 1821, Calais, d. 1893, London) Work. 1852-63. Oil on canvas, 137 
x 197 cm. City Art Gallery, Manchester. http://www.wga.hu/support/viewer/z.html 
 
 24 
 
BROWN, Ford Madox. English painter (b. 1821, Calais, d. 1893, London). The Last of England. 1852-55. Oil 
on panel, 83 x 75 cm. City Art Gallery, Birminghamhttp://www.wga.hu/support/viewer/z.html 
 
o Taxa de investimento de 5% 
o Exploração da C&T como ―fatores de produção‖ para eliminar os ―rendimentos decrescentes‖ 
[Rostow, 1974, p. 18] na Agricultura, indústria, serviços, 
 25 
 Coincide com expansão comercial mundial e concorrência internacional 
―O caso mais geral da história moderna, entretanto, viu a fase das pré-condições surgir, não endogenamente, 
mas provindo de uma intromissão externa por sociedades mais adiantadas‖ [Rostow, 1974, p. 19] 
 Invasões 
o Gera centralização do Estado 
o Disseminam a ideia de progresso, lucro, dignidade nacional, bem-estar social. 
o Surgem empresários, bancos, transporte, comunicações, m-p 
o Surgem ilhas de alta produtividade 
 
 Etapa 3 – O arranco (take off) – Grã-Bretanha, USA, Canadá, etc. 
==================================================================== 
GOGH, Vincent van. Dutch painter (b. 1853, Groot Zundert, d. 1890, Auvers-sur-Oise) 
 
The Factory at Asnières. Summer, 1887. The Barnes Foundation, Merion Station, PA (F318) 
 26 
 
http://www.vangoghgallery.com/catalog/Painting/119/Factories-at-Asnieres-Seen-from-the-Quai-de-Clichy.html 
 
 
http://www.vangoghgallery.com/catalog/Painting/120/Factories-Seen-from-a-Hillside-in-Moonlight.html 
Factories Seen from a Hillside in Moonlight 
 27 
 
Weaver Facing Left, with Spinning Wheel. March 1884, Nuenen. Oil on canvas, 63 x 84 cm. Museum of 
Fine Arts, Boston. http://www.wga.hu/art/g/gogh_van/02/nuenen02.jpg 
 
o Difusão das Forças que estavam gerando ↑ produtividade na etapa anterior 
 Evolução tecnológica na indústria e agricultura 
 ↑Nova classe empresarial 
 Acesso ao poder político de uma classe preparada para modernizar a economia 
 Taxa de investimento salta de 5% para 10% 
 ↑uso de RN 
 Surgem métodos de produção mais eficientes 
 Expansão de novas indústrias que reinvestem o lucro: 
 ↑mão-de-obra 
 ↑serviços industriais 
 ↑urbanização 
 ↑Renda 
 A Agricultura se transforma em agroindústria 
 28 
 Mudanças revolucionárias na produtividade 
Exemplo: 
Grã-Bretanha 1800 a 1810 
França e USA – 1800 aos 1860 
Alemanha – 1875 
Japão – pós 1875 
Rússia e Canadá – 1890 a 1914 
Índia e China - 1950 
 
 
 Etapa 4 – A marcha para a maturidade 
 
 
 29 
 
http://wirednewyork.com/forum/showthread.php?t=5010 
o ↑Produção > ↑População 
 Novas indústrias 
 Substituição de importações 
 Exportações de novos artigos 
 Pode ocorrer 
 Substituição do carvão, ferro e indústria pesada [ferrovia] por máquinas-ferramenta, 
químicos, equipamentos elétricos 
 Taxa de investimento salta de 10% para 20% 
 
―Podemos definir essencialmente a maturidade como a etapa em que a economia 
demonstra capacidade de avançar para além das indústrias que inicialmente lhe 
impeliram o arranco e para absorver e aplicar eficazmente num campo bem amplo de 
 30 
seus recursos – se não a todos eles - os frutos mais adiantados da tecnologia (então) 
moderna. Esta é a etapa em que a economia demonstra que possui as aptidões técnicas e 
organizacionais para produzir não tudo, mas qualquer coisa que decida produzir. Pode 
carecer (como a Suécia e a Suíça contemporânea, por exemplo) das matérias-primas ou de 
outros fatores de suprimento necessários para produzir economicamente um determinado 
tipo de produção; sua dependência, todavia, é antes uma questão de opção econômica ou 
de prioridade política do que uma carência tecnológica ou institucional. (...) 
Historicamente, pareceria que cerca de 60 anos são necessários para uma sociedade 
avançar do início do arranco até a maturidade‖ [Rostow, 1974, p. 22 e 23] 
 
 Etapa 5 – A era do consumo de massa 
 
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http://blogs.estadao.com.br/reclames-do-estadao/category/politicamente-incorretas/ 
 
o Liderança do Setores de Bens de Consumo Duráveis e Serviços [máquina de costura, bicicleta, 
aparelhos elétricos e, o principal, automóvel] 
 ↑Geral da renda 
 ↑Geral do consumo além das necessidades mínimas [alimentação, habitação e vestuário] 
 ↑produção urbana 
 ↑trabalhadores de escritórios e operários especializados 
 Opção social pelo Welfare State 
Ex: Europa Ocidental, Japão e Rússia nos 1960’s 
 
―Para os Estados Unidos, o ponto crítico foi, quiçá, a linha de montagem móvel de Henry Ford em 1913-1914‖ 
[Rostow, 1974, p. 24] 
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―E depois vem a época mais além, uma época de que a História só nos dá por enquanto fragmentos esparsos: o 
que fazer quando a própria elevação da renda real perder seu fascínio? Mais filhos, tédio, fins de semana de três 
dias, a Lua, ou a criação de novas fronteiras humanas interiores em substituição aos imperativos da escassez?‖ 
[Rostow, 1974, p. 30] 
PRÓXIMA AULA 
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