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MEIOS DE PERSUASÃO CARACTERÍSTICAS DO BOM ORADOR: • Saber argumentar bem; • Perspicácia psicológica. • Ao se estudarem os fatores psicológicos da persuasão, deve-se começar pelo caráter do orador → ÉTHOS • O poder de convencimento do orador não advém somente das premissas e dos argumentos que utiliza!!! • Seu êxito não depende só do que disser, mas da imagem que passa ao auditório. • Não se trata da necessidade de um conhecimento prévio do orador por parte do ouvinte nem de seu caráter real, mas daquilo que apresenta no momento em que se dirige a um auditório. • Esse caráter percebido lhe atribuirá ou não CREDIBILIDADE. Ex: vendedor de dicionário de inglês. • Para despertar confiança no ouvinte, é preciso que ele reconheça três qualidades no orador: racionalidade (senão, configura-se como incapaz de descobrir as melhores soluções), excelência e benevolência. logos (discurso) ↗ ↘ éthos → pathos (caráter do orador) (emoção do auditório) O caráter do orador é fundamental: • Uma personalidade íntegra é digna de confiança, portanto aduz à maior predisposição para se persuadir: • //impressão que o orador dá de si e que pode ser diferente de um caráter real. Essa impressão é gerada por opiniões pré- concebidas. • A emoção despertada pode ser determinante na decisão: alegria e tristeza, amor e ódio, compaixão ou irritação (caso da D. Solange) • O discurso é o espaço da aplicação das técnicas e regras argumentativas. O orador deve influenciar ativamente o estado de ânimo do auditório, provocando as emoções ou paixões (pathos) que mais convenham à causa //convencimento. A ordem dos argumentos no discurso: • Para se obter adesão, é necessário considerar a ordem dos argumentos, pois ela pode modificar as condições de aceitação da tese. Perelman destaca: • Ordem de força crescente: pode causar letargia no auditório, fazendo o orador perder prestígio e atenção; • Ordem de força decrescente: a última e a mais recente impressão na memória será uma argumentação mais fraca; Ordem nestoriana: • Começa e acaba com argumentos fortes e os demais no meio. • Não considera que o auditório mudar ao longo da argumentação, pois a eficácia de um discurso muda com seu próprio desenrolar. • Ex: segundo Perelman, “Se a argumentação do adversário impressionou o auditório, interessa refutá-la de início, em aplanar, por assim dizer, o terreno, antes de se apresentarem os próprios argumentos” (p. 173) • O sucesso do orador depende não só de sua intuição psicológica e comunicativa, mas também de seu conhecimento e uso de recursos argumentativos suscetíveis de aumentar a força dos argumentos. • Às vezes, é necessário diminuir o alcance cognitivo (extensão das conclusões) para reforçar no auditório a predisposição à confiança. Existem técnicas específicas para favorecer a aceitação dos argumentos, como: • Elogiar o adversário, realçando-lhe o talento como orador → insinuação de argumentação insuficiente ou falsa; • Usar o argumento do adversário para se voltar contra ele, o qual ficará sem possibilidade de defesa (ver texto de Marco Antônio); • Mostrar que vários testemunhos coincidem no essencial; • Na dúvida, pode-se recorrer a várias argumentações, como a dupla defesa. Ex: “o fato x não ocorreu e, se tivesse ocorrido, não configuraria qualquer ilicitude”. (ver análise de Nelson Hungria no material)
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