Buscar

CCJ0051-WL-A-RA-07-TP Argumentação Jurídica -Texto Argumentativo-03

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 9, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

� INCLUDEPICTURE "http://t0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcTlzEsfAOs7FECPBSYbP4fZ1u_R0PVj8ClaiZWCstsE3GSAzZYC" \* MERGEFORMATINET ����Curso de Direito
Turma A – Manhã - 2012.1�� HYPERLINK "http://portal.estacio.br/" \o "Estácio" �� INCLUDEPICTURE "http://portal.estacio.br/img/logo.png" \* MERGEFORMATINET ������Teoria e Prática da Argumentação Jurídica
Prof.: Renan Gonçalves Pinto Marques�Disciplina:
CCJ0051��Aula:
007�Assunto:
Texto Argumentativo - Continuação�Folha:
�PAGE \* MERGEFORMAT �1� de �NUMPAGES \* MERGEFORMAT �10��Data:
21/03/2013��
� INCLUDEPICTURE "http://t0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcTlzEsfAOs7FECPBSYbP4fZ1u_R0PVj8ClaiZWCstsE3GSAzZYC" \* MERGEFORMATINET ����Curso de Direito
Turma A – Manhã - 2012.1�� HYPERLINK "http://portal.estacio.br/" \o "Estácio" �� INCLUDEPICTURE "http://portal.estacio.br/img/logo.png" \* MERGEFORMATINET ������Teoria e Prática da Argumentação Jurídica
Prof.: Renan Gonçalves Pinto Marques�Disciplina:
CCJ0051��Aula:
007�Assunto:
Texto Argumentativo - Continuação�Folha:
�PAGE \* MERGEFORMAT �10� de �NUMPAGES \* MERGEFORMAT �10��Data:
21/03/2013��
	Plano de Aula: Teoria e prática da Argumentação Jurídica
TEORIA E PRÁTICA DA ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA
Título
Teoria e Prática da Argumentação Jurídica.
Número de Aulas por Semana
Número de Semana de Aula
7.
Tema
Tipos de argumento: seleção e combinação (continuação).
Objetivos
● - Reconhecer estrutura e aspectos persuasivos dos argumentos de oposição, de causa e efeito e de analogia.
● - Compreender que a quebra de expectativas como estratégia discursiva do argumento de oposição, apoiada no uso dos operadores argumentativos de concessão e adversidade.
● - Identificar o uso da jurisprudência como importante fonte argumentativa.
Estrutura do Conteúdo
1. Relação entre fontes do Direito e tipos de argumento
2. Argumento de oposição:
2.1. Estrutura, características e informações lingüísticas relevantes
3. Argumento de causa e efeito:
3.1. Estrutura, características e informações lingüísticas relevantes
4. Argumento de senso comum:
4.1. Estrutura, características e informações lingüísticas relevantes
Aplicação Prática Teórica
O ARGUMENTO DE OPOSIÇÃO serve ao profissional do Direito como uma estratégia discursiva eficiente para a redação de uma boa fundamentação. Compõe-se da introdução de uma perspectiva oposta ao ponto de vista defendido pelo argumentador, admitindo-o como uma possibilidade de conclusão, para depois apresentar, como argumento decisivo, a perspectiva contrária.
Apoiada no uso dos conectores argumentativos concessivos e adversativos, essa estratégia permite antecipar as possíveis manobras discursivas que formarão a argumentação da outra parte durante a busca de solução jurisdicional para o conflito, enfraquecendo, assim, os fundamentos mais fortes da parte oposta.
Para ficar clara essa estrutura, desenvolvemos adiante esses parágrafos. Compreenda que as estruturas sugeridas não são, de forma alguma, instrumentos que impedem a liberdade redacional do argumentador; ao contrário, a partir delas novas informações podem ser acrescidas - sem descaracterizar a estratégia.
Argumento de oposição concessiva
Embora haja quem argumente ser impossível pensar a afetividade como valor jurídico, pois não existe lei que obrigue alguém a ser pai, nem garanta reaproximações indesejadas, a Justiça pode, sim, fazer valer o direito de um filho em relação aos cuidados paternais, por meio de uma reparação afetiva. Essa reparação André Júlio deve a Alexandre, por sua luta inglória desde quase os sete anos de idade, a fim de reaver o afeto do pai. Falta de carinho, de atenção e de presença não se quantifica, mas pode ser compensada para amenizar o sofrimento de Alexandre, por ter tido um pai ausente.
Também podemos redigir o argumento desta maneira:
Argumento de oposição restritiva
Há quem argumente ser impossível pensar a afetividade como valor jurídico, ou seja, que não existe lei que obrigue alguém a ser pai, nem garanta reaproximações indesejadas, mas a Justiça pode, sim, fazer valer o direito de um filho em relação aos cuidados paternais, por meio de uma reparação afetiva. Essa reparação André Júlio deve a Alexandre, por sua luta inglória desde quase os sete anos de idade, a fim de reaver o afeto do pai. Falta de carinho, de atenção e de presença não se quantifica, mas pode ser compensada para amenizar o sofrimento de Alexandre, por ter tido um pai ausente.
Além do argumento de oposição, outro que também se mostra de grande eficiência na prática argumentativa é o ARGUMENTO DE CAUSA E EFEITO, que estabelece uma relação de causalidade, ou seja, são apresentadas as causas e as consequências jurídicas de um ato praticado.
Com relação ao ARGUMENTO DE ANALOGIA, a obra principal adotada para esta disciplina - Lições de Gramática aplicadas ao Texto Jurídico - menciona que é importante discutir se é possível usar a jurisprudência com fonte. Antes de enfrentar qualquer questão, tomemos como conceito de jurisprudência, em sentido estrito, o conjunto de decisões uniformes, sobre uma determinada questão jurídica, prolatadas pelos órgãos do Poder Judiciário.
O próprio conceito atribuído à fonte aqui discutida sugere que sua autoridade advém do órgão que a profere (jurisdição). Isso é inegável. O que se questiona é que, independentemente da autoridade que a reveste, o que faculta verdadeiramente seu uso - e a torna eficiente - é a proximidade do caso analisado com os outros cujas decisões são tomadas como referência.
Isso implica dizer que, em última instância, o que faz do uso da jurisprudência uma estratégia interessante para a argumentação é o raciocínio de que casos semelhantes devem receber tratamentos análogos por parte do Judiciário, para que não sejam observadas injustiças ou discrepâncias. É a semelhança entre o caso concreto analisado e o processo já transitado em julgado que autoriza o uso da jurisprudência.
Tanto é assim que se ambos os conflitos versarem sobre direito possessório, por exemplo, mas as circunstâncias em que cada um deles ocorreu não forem as mesmas, a simples proximidade temática não autoriza o uso da jurisprudência pela autoridade de que é revestida. Por essa razão, preferimos elencar as decisões judiciais reiteradas como motivadoras de argumentos por analogia.
Uma observação se faz necessária, neste ponto: para o acadêmico de Direito importa, muitas vezes, mais o domínio das estratégias argumentativas e dos tipos de argumento, do ponto de vista prático, que a própria classificação desses elementos, pois esta é uma preocupação prioritariamente didática.
CASO CONCRETO
Cliente baleado diz que vigia disparou após discussão em porta giratória:
O cabeleireiro João Adriano Santos, de 29 anos, foi baleado por um vigia de uma agência bancária em São Mateus, na Zona Leste de São Paulo, após ser parado na porta giratória e discutir com o funcionário. O tiro atingiu João nas costas, mas não causou ferimentos graves. Ele está consciente e foi liberado após receber tratamento no Hospital São Mateus.
A Polícia Militar foi acionada pouco depois das 14h para ir até o banco, na Avenida Mateo Bei. O vigia, de 37 anos, está detido. João Adriano relatou que havia ido ao banco pagar uma conta e foi parado na entrada. O segurança teria pedido que ele retirasse todos os objetos de metal do bolso, mas João disse que não carregava nenhum objeto desse tipo. Houve uma discussão e João conta ter sido insultado pelo vigia.
Após entrar, João Adriano ficou ao lado do segurança, esperando que o amigo que o acompanhava passasse pela porta giratória. Nesse momento, afirma ter levado uma rasteira e, em seguida, o tiro. Ele foi levado para o hospital e, às 19h, estava no 49º Distrito Policial, em São Mateus, prestando depoimento. “Acho que todas as portas giratórias de banco tinham que ser retiradas porque não há funcionários preparados para trabalhar com elas”, afirmou. A agência bancária foi fechada logo após o incidente.
O Banco disseestar acompanhando a recuperação do cliente e lamentou o ocorrido. Em nota oficial, a instituição afirmou que "colabora com as investigações sobre o incidente até o total esclarecimento dos fatos".
(Disponível em: <http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2012/03/cliente-baleado-diz-que-vigia-disparou-apos-discussao-em-porta-giratoria.html>. Acesso em: 12 fev. 2012.
QUESTÃO DISCURSIVA
Leia o caso concreto indicado para esta aula e recorra, se desejar, às fontes indicadas. Redija um texto argumentativo que contenha, além dos argumentos já trabalhados este semestre, três parágrafos: um argumento de oposição, um argumento de causa e efeito e um argumento de analogia. O caso concreto desta aula tem repercussão civil e criminal. Escolha apenas uma dessas linhas para teu texto.
Se julgar adequado, recorra às polifonias adiante:
Lesão corporal
Art. 129 do CP: Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem:
Pena - detenção, de três meses a um ano.
Lesão corporal de natureza grave
§ 1º Se resulta:
I - Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias;
II - perigo de vida;
III - debilidade permanente de membro, sentido ou função;
IV - aceleração de parto:
Pena - reclusão, de um a cinco anos.
§ 2° Se resulta:
I - Incapacidade permanente para o trabalho;
II - enfermidade incurável;
III - perda ou inutilização do membro, sentido ou função;
IV - deformidade permanente;
V - aborto:
Pena - reclusão, de dois a oito anos.
Lesão corporal seguida de morte
§ 3° Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o agente não quis o resultado, nem assumiu o risco de produzi-lo:
Pena - reclusão, de quatro a doze anos.
Art. 14 do CP: Diz-se o crime:
II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente.
Pena de tentativa
Parágrafo único - Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois terços.
Homicídio simples
Art. 121 do CP: Matar alguém:
Pena - reclusão, de seis a vinte anos.
Homicídio qualificado
§ 2° Se o homicídio é cometido:
I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe;
II - por motivo fútil;
III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum;
IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido;
V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime:
Pena - reclusão, de doze a trinta anos.
Art. 6º do CDC: São direitos básicos do consumidor:
I - a proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos provocados por práticas no fornecimento de produtos e serviços considerados perigosos ou nocivos;
Art. 14 do CDC: O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.
RESPOSTA: É bem verdade que é dever obrigacional de um vigia tomar as medidas necessárias a fim de manter a segurança no estabelecimento no qual mantém vínculo empregatício. E, embora o segurança, a princípio, tenha agido dentro do que a sua função lhe exige, qual seja: solicitar a retirada de todos os objetos de metal que se porte após ser parado diante de uma porta giratória, sua atitude fora desproporcional frente a uma mera discussão, situação que exigia do funcionário enquanto profissional devidamente treinado e, principalmente pelo fato de portar arma de fogo, um autocontrole condizente a sua função.
Ocorreu que João Adriano Santos, 29 anos, cabeleireiro, após ser parado na porta giratória de uma agência bancaria e ter discutido com o vigilante da referida agência tomou do mesmo uma rasteira que o levou ao chão, e em seguida foi baleado covardemente pelas costas após ter sido insultado pelo vigilante. Fato que lhe ocasionou felizmente apenas uma lesão corporal de natureza leve.
É certo que a sociedade diante de tanta violência espera daqueles que tem o dever de zelar pela segurança uma conduta responsável, fato claramente não evidenciado e que, portanto, não pode ser aceito como uma atitude aceitável diante de um conflito tão banal. Do mesmo modo como não foi no caso decidido pela Suprema Corte quando do policial militar a paisana que incidiu no crime de lesão corporal de natureza grave contra dono de estabelecimento noturno por motivo fútil.
Argumento de oposição concessiva e restritiva em favor do vigia na área criminal fazendo uso do artigo 25 do Código Penal:
Argumento de Oposição Concessiva
RESPOSTA: Embora a primeira vista possa parecer que o vigia tenha atingido o cabeleireiro João Adriano Santos com um tiro pelas costas. Na verdade o ocorrido foi que o vigia agiu em legítima defesa (PUTATIVA). de todos os presentes no estabelecimento bancário, ao impedir que um sujeito que poderia estar armado, após ter sido parado na porta giratória e ter discutido com o mesmo, invadi-se o local sem saber quais eram as suas intenções. O vigia agindo de forma hábil, usando moderadamente dos meios necessários, repele a injusta agressão, atual e iminente, a direito de outros, ao imobilizar o suspeito, efetuando um tiro nas costas, em uma área não vital, fato que apenas ocasionou uma lesão corporal de natureza leve.
Ainda que há quem argumente que o vigilante tenha efetuado covardemente um tiro pelas costas do cabeleireiro João Adriano Santos. Vale salientar que um tiro nas costas não é o mesmo que um tiro pelas costas, um tiro pelas costas é um ato de covardia, já o que ocorreu na realidade é que o vigilante no intuito de manter a segurança dos presentes no estabelecimento bancário, agindo de forma hábil, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem, ao imobilizar o suspeito, efetuando um tiro nas costas, em uma área não vital, fato que apenas ocasionou uma lesão corporal de natureza leve.
Conector sintático que põe em foco a evidência contrária.
Evidência que apóia a argumentação contrária à tese em defesa.
Argumento decisivo, contrário à perspectiva anterior.
Argumento de Oposição Restritiva
RESPOSTA: A primeira vista pode parecer que o vigia tenha atingido o cabeleireiro João Adriano Santos com um tiro pelas costas, mas na verdade o ocorrido foi que o vigia agiu em legítima defesa (PUTATIVA) de todos os presentes no estabelecimento bancário, ao impedir que um sujeito que poderia estar armado, após ter sido parado na porta giratória e ter discutido com o mesmo, invadi-se o local sem saber quais eram as suas intenções. O vigia agindo de forma hábil, usando moderadamente dos meios necessários, repele a injusta agressão, atual e iminente, a direito de outros, ao imobilizar o suspeito, efetuando um tiro nas costas, em uma área não vital, fato que apenas ocasionou uma lesão corporal de natureza leve.
Há quem argumente que o vigilante tenha efetuado covardemente um tiro pelas costas do cabeleireiro João Adriano Santos, por outro lado, vale salientar que um tiro nas costas não é o mesmo que um tiro pelas costas, um tiro pelas costas é um ato de covardia, já o que ocorreu na realidade é que o vigilante no intuito de manter a segurança dos presentes no estabelecimento bancário, agindo de forma hábil, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem, ao imobilizar o suspeito, efetuando um tiro nas costas, em uma área não vital, fato que apenas ocasionou uma lesão corporal de natureza leve.
Evidência que apóia a argumentação contrária à tese em defesa
Conector sintático que permite uma manobra discursiva, que desarticula o argumento introdutório
Argumento que anula a proposição inicial do parágrafo, gerando uma quebra de expectativa
Argumento de causa e efeito em favor do clientebaleado
RESPOSTA: Em virtude de João Adriano Santos, ter sido agredido moralmente e fisicamente pelo vigilante do estabelecimento bancário, fato que ocasionou uma lesão corporal ao ser atingido injustamente com um tiro nas costas. É certa e pacífica a tese de que quando alguém viola um interesse de outrem, juridicamente protegido, fica obrigado a reparar o dano daí decorrente. Daí que, o fato de um cliente ao tentar adentrar agência bancaria e ter seu direito podado em virtude de uma falha no sistema de segurança e, por esse motivo vir a ser constrangido por meio de insultos e lesionado fisicamente lhe é assegurado o direito de pleitear uma indenização por danos morais e pessoais uma vez que veio a sofrer uma lesão injusta, além de uma lesão corporal.
Pois bem, adentrando na análise legal do tema, inicialmente é oportuno fazer referência à Constituição Federal de 1988, que foi muito clara ao dispor, no seu art. 5º, inciso X, "in verbis":
"X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação".
No mesmo sentido, o legislador não deixou de pronunciar esta garantia no Código de Defesa do Consumidor que em seu artigo 6º deixa claro que são direitos básicos do consumidor:
I - a proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos provocados por práticas no fornecimento de produtos e serviços considerados perigosos ou nocivos;
VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e difusos;
E em seu artigo 14 (CDC), que:
Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.
Além de incansáveis decisões as quais asseguraram o direito líquido e certo de quem se encontrava lesado por fato alheio a sua vontade.
==XXX==
Resumo de Aula (Waldeck Lemos)
	
	7ª AULA – Texto Argumentativo - Continuação
	
	Estrutura e Linguagem do Texto Argumentativo
2-Elementos Estruturais da Argumentação
2.3 – Contextualização do Real
-A Argumentação Jurídica difere especialmente de outros tipos de argumentação por algumas razões, dentre elas destacam-se:
1-Está limitada por Sistema Normativo.
2-Embora limitada por esse sistema normativo, admite a assunção do critério da razoabilidade.
3-Baseia-se em fatos, provas e indícios.
Fatos
-Conceito => O Fato é uma ocorrência baseada em uma realidade objetiva que deve ser aferida no caso concreto.
-Tipos => O fato pode ser um acontecimento natural, não volitivo, que pode trazer consequências jurídicas a depender. Fato pode ser um acontecimento resultante da vontade humano, sendo considerado um Ato jurídico, que é um comportamento em que a norma confere consequências de Direito.
Provas
-Conceito => A prova consiste na demonstração de existência ou de veracidade daquilo que se alega como fundamento de direito, que se defende ou se contesta. E no sentido processual designa também os meios indicados pela lei para realização desta demonstração. A prova pode fundar-se na afirmação ou na negação dos fatos.
-Tipos
1-Prova Testemunhal
-Conceito => A Prova Testemunhal é aquela formulada mediantes depoimentos ou declarações de pessoas que tiveram conhecimento direto ou indireto dos fatos apresentados na Causa.
-Eficácia > A eficácia da prova testemunhal se restringe a dois aspectos; a) O grau de idoneidade da testemunha, de envolvimento com as parte e de firmeza de sua declaração acerca do gato apresentado. B) número de testemunhas, via de regra uma testemunha é insuficiente para a produção de uma Prova Perfeita e Plena.
-Obs.: A prova Testemunhal somente é admitida, como meio de prova de acordo com a regra legal, quando for produzida diante do Juiz e com o conhecimento da parte contraria, ela representa em fim, a reconstituição do fato tal qual existiu no processo (passado). Art. 202 ao 225 do CC.
2-Prova Documental
-Conceito => A Prova Documental é representada por documentos, ou pela demonstração do fato alegado por meio de documentos, isto é um papel escrito onde o mesmo se mostra materializado.
-Art. 383 CPC.
-Art. 232 CPP.
-Finalidade => representar o fato, e surtirá o efeito pretendido de acordo com a sua autenticidade, legitimidade e conteúdo.
3-Prova Pericial
-Considerações Iniciais => A Prova Pericial se concretiza mediante o trabalho de um perito, por meio de exames, vistorias ou arbitramentos. Esta prova descreve a forma atual dos fatos e exige a presença de pessoas com incontestável indoneidade e com formação técnica referente a especificidade de cada caso.
-Objetivos:
1 - Cumprir uma inspeção determinada judicialmente para verificação de qualquer circunstância ou fato alegado por uma parte, cuja veracidade não pode ser comprovada sem ser por esse meio.
2 – Apreciar o valor de determinados fatos ou coisas de que não se tem elementos certos de avaliação.
-Importância => Representa um instrumento persuasivo, uma vez que se utiliza de conhecimento científico
-Obs.-01: Art. 158 e 159 CPP.
-Obs.-02: O Código de Processo Penal adota o Sistema do Livre Convencimento. (Persuasão Racional).
-Art. 155, CPP
-Consequências da Adoção do Sistema do CPP:
1-Ausência de limitação quanto aos meios de prova.
2-Ausência de Hierarquia.
-A liberdade valorativa do juiz não é absoluta, havendo as seguintes restrições:
- Necessidade de motivação das decisões judiciais. (Art. 93, IC, da C.F).
- A provas deverão constar nos autos do processo judicial.
- Produção sob o crivo do contraditório.
Indícios
-Conceito => São considerados uma prova indireta, e é compreendido como um sinal, um vestígio, um rastro extraído de um fato que proporciona a criação de provas circunstanciais conciliáveis ou conexas, para que se torne evidente o fato que se quer demonstrar.
-Valor Probante; é o mesmo das provas testemunhais, documentais e periciais.
-Art. 289 CPP.
==XXX==
Resumo de Aula (Professor - Aula Mais - Estácio)
	
	7ª AULA – Tipos de Argumento (continuação)
	
	Teoria e Prática da Argumentação Jurídica
Professor Nelson Tavares
Aula 07
Tipos de Argumento (continuação)
Para a semana 6, sugerimos a leitura dos capítulos 4.3.4 e 4.3.5 de FETZNER, Néli Luiza Cavalieri; TAVARES Jr., Nelson Carlos; VALVERDE, Alda da Graça Marques. Lições de Argumentação Jurídica. Rio de Janeiro: Forense, 2011.
OBJETIVOS DA AULA
●- Reconhecer estrutura e aspectos persuasivos dos argumentos de oposição, de causa e efeito e de analogia.
●- Compreender que a quebra de expectativas como estratégia discursiva do argumento de oposição, apoiada no uso dos operadores argumentativos de concessão e adversidade.
●- Identificar o uso da jurisprudência como importante fonte argumentativa.
CASO CONCRETO
Trata-se de ação de ressarcimento proposta por Marta Gomes em face de Supermercados Zona Norte, na qual pretende a autora obter a reparação de danos morais e materiais sofridos em virtude de ter escorregado no piso molhado de um dos supermercados da ré, fato esse que lhe provocou lesões em seu pé direito e acarretou a sua inatividade por cerca de vinte dias.
Alega a demandante ter tropeçado em uma funcionária da empresa requerida, a qual se encontrava abaixada lavando o piso do estabelecimento em que a primeira, no dia 14 de junho de 2010, fazia compras.
Afirma a autora não ter visto a referida trabalhadora do supermercado e, pelo fato de estar o piso molhado e com sabão, não foi possível se equilibrar. Em razão da queda, sustenta que foi levada por empregados da ré a uma clínica conveniada ao plano de saúde oferecido pela empresa a seus funcionários, onde lhe foi recomendado que se dirigisse a um ortopedista, pois não havia na clínica profissional especializado naquele momento.
A autora, então, foi encaminhada ao Centro de Reumatologiae Ortopedia, no qual foi diagnosticada tendinite na face dorsal de seu pé direito; o que ensejou a imobilização de seu pé direito por 21 (vinte e um) dias; tendo ficado afastada de seu trabalho e de suas atividades esportivas por todo esse tempo.
Pretendeu a autora, de forma subsequente, obter ante a requerida o reembolso das despesas efetuadas com sua recuperação; o que foi negado pela ré, ante a fundamentação de que a autora havia declarado que, alguns anos antes do fato em referência, sofrera uma lesão no tornozelo direito, pelo que o diagnóstico realizado no Centro de Reumatologia e Ortopedia referir-se-ia a esse evento.
Requer judicialmente a autora, portanto, a condenação da ré ao pagamento de R$ 865,99 (oitocentos e sessenta e cinco reais e noventa e nove centavos) a título de danos materiais, bem como de compensação pecuniária pelos alegados danos morais sofridos em virtude do mesmo fato. Acompanham a inicial os documentos comprobatórios das despesas médicas realizadas pela autora.
Argumento de Oposição
O ARGUMENTO DE OPOSIÇÃO serve ao profissional do Direito como uma estratégia discursiva eficiente para a redação de uma boa fundamentação e de uma boa argumentação sobre temas polêmicos, controvertidos. Compõe-se da introdução de uma perspectiva oposta ao ponto de vista defendido pelo argumentador, admitindo-o como uma possibilidade de conclusão, para depois apresentar, como argumento decisivo, a perspectiva contrária.
Apóia-se no uso de conectores argumentativos concessivos e adversativos, essa estratégia permite antecipar as possíveis manobras discursivas que formarão a argumentação da outra parte durante a busca de solução jurisdicional para o conflito, enfraquecendo, assim, os fundamentos mais fortes da parte oposta.
Observe os quadros abaixo:
Estrutura do Argumento de Oposição Concessiva
Operador Argumentativo Concessivo
Ponto de vista contrário
à tese defendida
Ponto de vista favorável
à tese defendida
Embora ...
...não exista lei que obrigue alguém a ser pai, nem que garanta reaproximações indesejadas, ...
... a Justiça pode, sim, fazer valer o direito de um filho em relação aos cuidados paternais, por meio de uma reparação afetiva.
Conector sintático que põe em foco a evidência contrária
Evidência que apóia a argumentação contrária à tese em defesa
Argumento decisivo, contrário à perspectiva anterior
Estrutura do Argumento de Oposição Restritiva
Ponto de vista contrário
à tese defendida
Operador Argumentativo Adversatiivo
Ponto de vista favorável
à tese defendida
Não existe lei que obrigue alguém a ser pai, nem que garanta reaproximações indesejadas, ...
... mas ...
... a Justiça pode, sim, fazer valer o direito de um filho em relação aos cuidados paternais, por meio de uma reparação afetiva.
Evidência que apóia a argumentação contrária à tese em defesa
Conector sintático que permite uma manobra discursiva, que desarticula o argumento introdutório
Argumento que anula a proposição inicial do parágrafo, gerando uma quebra de expectativa
Para ficar ainda mais clara essa estrutura, os parágrafos anteriores foram desenvolvidos. Compreenda que as estruturas sugeridas não são, de forma alguma, instrumentos que impedem a liberdade redacional do argumentador; ao contrário, a partir delas novas informações podem ser acrescidas – sem descaracterizar a estratégia.
Argumento de oposição concessiva
Embora haja quem argumente ser impossível pensar a afetividade como valor jurídico, pois não existe lei que obrigue alguém a ser pai, nem garanta reaproximações indesejadas, a Justiça pode, sim, fazer valer o direito de um filho em relação aos cuidados paternais, por meio de uma reparação afetiva. Essa reparação André Júlio deve a Alexandre, por sua luta inglória desde quase os sete anos de idade, a fim de reaver o afeto do pai. Falta de carinho, de atenção e de presença não se quantifica, mas pode ser compensada para amenizar o sofrimento de Alexandre, por ter tido um pai ausente.
Também podemos redigir o argumento desta maneira:
Argumento de oposição restritiva
Há quem argumente ser impossível pensar a afetividade como valor jurídico, ou seja, que não existe lei que obrigue alguém a ser pai, nem garanta reaproximações indesejadas, mas a Justiça pode, sim, fazer valer o direito de um filho em relação aos cuidados paternais, por meio de uma reparação afetiva. Essa reparação André Júlio deve a Alexandre, por sua luta inglória desde quase os sete anos de idade, a fim de reaver o afeto do pai. Falta de carinho, de atenção e de presença não se quantifica, mas pode ser compensada para amenizar o sofrimento de Alexandre, por ter tido um pai ausente.
Outro Exemplo de Oposição Concessiva
Ainda que eventualmente venha a fomentar a indústria do dano moral, não se pode deixar de indenizar com altos valores as vítimas de empresas poderosas em flagrante desrespeito aos consumidores, porque essa providência estimularia ainda mais a sistemática violação dos direitos básicos dos consumidores.
Outro Exemplo de Oposição Restritiva
É recorrente a polêmica sobre a constitucionalidade da realização de provas de concursos públicos em dia de sábado. A controvérsia existe porque certas pessoas, por princípio religioso, não realizam atividades seculares entre o pôr-do-sol de sexta-feira e o pôr-do-sol de sábado. Para esses, o art. 5º, VIII da CRFB garante a não realização de provas nesse dia. Por outro lado, há quem entenda que oferecer condições especiais de prova aos sabatistas feriria a isonomia, porque colocaria esse grupo em vantagem frente aos demais concorrentes. Nessa linha, argumenta-se que o Estado seria laico e, portanto, indiferente a qualquer opção religiosa.
Além do argumento de oposição, outro que também se mostra de grande eficiência na prática argumentativa é o ARGUMENTO DE CAUSA E EFEITO, que estabelece uma relação de causalidade, ou seja, são apresentadas as causas e as conseqüências jurídicas de um ato praticado.
Argumento de causa e efeito
Argumento que estabelece uma relação de causalidade, ou seja, apresenta as causas e as consequências jurídicas de um ato praticado.
É importante para promover a busca de soluções para problemas sociais relevantes.
Em uma prova de concurso, a banca perguntava sobre a possibilidade de redução da maioridade penal para imputar responsabilidade aos adolescentes. Quando se fala em aumento no número de atos infracionais cometidos por crianças e adolescentes na cidade do Rio de Janeiro, pode-se estar querendo discutir quais as causas de tal fenômeno. Qual seria a relação entre a prática desses “delitos” e a pobreza, por exemplo, ou o grau de escolaridade desses menores, ou o tráfico ilícito de entorpecentes? Somente será possível avaliar adequadamente como coibir as consequências desse fenômeno, ao localizar a sua causa.
Antes de mais nada, entretanto, é necessário distinguir causa de fator, coisas diferentes, mas que por muitos são confundidas. Por causa entende-se aquilo que determina a experiência de uma coisa: a circunstância sem a qual o fenômeno não existe. É, pois, o agente causador do fenômeno social, sua origem, princípio, motivo ou razão de ser. Eliminada a causa, o fenômeno haverá de desaparecer.
Já o fator, embora não dê causa ao fenômeno, concorre para a sua maior ou menor incidência. É a circunstância que, de qualquer forma, concorre para o resultado. Pode-se dizer, por exemplo, que a pobreza, a miséria, é um fator de criminalidade, porque, segundo as estatísticas, 90% ou mais da população carcerária são constituídas de pessoas provenientes de classes sociais mais humildes. Mas não é certamente a causa do crime, porque há um número muito grande de pobres que não delinquem. [...] (Desembargador Sérgio Cavalieri Filho).
Perelman assinala que “essa argumentação, para ser eficaz, requer um acordo entre os interlocutores sobre os motivos de ação e sua hierarquização”. Exemplifica que se um jogador ganha sucessivas vezes no jogo de azar,torna-se menos verossímil que a causa de seu sucesso seja a sorte; a tendência é julgar que ele está trapaceando. Da mesma maneira, se não há contradição entre a fala de testemunhas, supõe-se que a causa de tal coincidência de explicações seja a veracidade de suas falas.
==XXX==
MD/Direito/Estácio/Período-03/CCJ0051/Aula-007/WLAJ/DP
MD/Direito/Estácio/Período-03/CCJ0051/Aula-007/WLAJ/DP

Outros materiais