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WEB AULA HISTORIA

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Visão geral
	
	Apresentação da disciplina:
	
	Caros alunos
 
            Seja bem-vindo à webaula da disciplina de Introdução aos Estudos Históricos. Esta disciplina é uma das mais importantes do nosso curso, pois apresenta discussões de conceitos que serão fundamentais para todo o seu desenvolvimento profissional. Esta webaula está dividida em duas Unidades de Ensino, que abarcam a nossa ementa. Na Unidade 1 trabalharemos os conceitos relativos ao ofício do historiador, ao fato histórico e as fontes históricas. Já na Unidade 2 abordaremos as discussões sobre os conceitos históricos, os sujeitos históricos, o tempo histórico e o espaço histórico. Desejo bons estudos e vamos ao trabalho!
	
 
	Objetivos:
	
	O objetivo da disciplina de Introdução aos Estudos Históricos e o de capacitar os alunos a entenderem a História enquanto disciplina e campo do conhecimento, além de prepará-los para as discussões que ocorreram durante o curso e a vida profissional, formando um arcabouço teórico-metodológico adequado.
	
	Conteúdo Programático:
	
	Nesta unidade trabalharemos com as perspectivas relativas ao ofício do historiador, ao fato histórico e as fontes históricas.
	
	Metodologia:
	
	
	A webaula é uma ferramenta extremamente interessante no processo de ensino-aprendizagem na modalidade EAD. Nela, nós traremos um texto dialogado, no qual os alunos se sentem conversando com o professor, explicando de maneira clara e objetiva os conceitos propostos.
	
	
 
	Avaliação Prevista:
	
	
	A avaliação desta webaula se dará diretamente através das avaliações virtuais. Todavia a participação nos fóruns da disciplina para realizar as discussões propostas durante o semestre é de suma importância para a formação discente
	
	 
	Critérios para Participação dos Alunos no Fórum:
	
	
	Quando houver fórum de discussão o aluno será avaliado quanto ao conteúdo de sua postagem, onde deverá comentar o tópico apresentando respostas completas e com nível crítico de avaliação pertinente ao nível de pós-graduação. Textos apenas concordando ou discordando de comentários de outros participantes do fórum sem a devida justificativa ou complementação não acrescentam em nada ao debate da disciplina, sendo assim, devem ser evitados. Os textos devem sempre vir acompanhados das justificativas para a opinião do discente sobre o conteúdo discutido, para que assim, possamos dar continuidade ao debate em nível adequado. Além disso, podem ser utilizados citações de artigos, livros e outros recursos que fundamentem a opinião ou deem sustentação a sua posição crítica sobre o assunto. Deve ser respeitado o tópico principal do fórum, evitando debates que não tem relação com o tema selecionado pelo professor.
	
	
	Habilidades e competências
	
	
	Esperamos que, ao final da webaula, os discentes estejam perfeitamente capacitados a entenderem os principais conceitos relativos à História e ao historiador, construindo uma narrativa adequada no que diz respeito ao campo da História.
	
ESTUDOS HISTÓRICOS
 
Unidade 1 – Introdução aos Estudos Históricos 
 
Professor: Julho Zamariam
WEBAULA 1
 
1.0  O OFICIO DO HISTORIADOR
 
História. Esta palavra, que nos cerca a todo momento e que projeta a nossa profissão, tem tantas variáveis, tanta história que é uma árdua tarefa fazer aqui, nesta webaula, sua introdução. Portanto, tentarei ser didático ao conduzi-lo(a) pelos tortuosos caminhos que Clio enveredou há milênios.
Fonte: Disponível em:. Acesso em: 9 nov. 2015.
 
A definição mais clássica da história diz que ela é o estudo das ações humanas no tempo e no espaço, ou seja, tudo o que o homem fez e faz é história. Esta definição é simples e, ao mesmo tempo, assustadora, pois demonstra uma enormidade de possibilidades de análise. Desde um evento esportivo, passando por um pleito eleitoral e até as guerras mundiais, tudo tem a semente da história e, portanto, pode ser analisado. 
É difícil marcar um início para a História enquanto campo de estudo e de conhecimento, mas o mais comum é nos lembramos de Heródoto, pensador grego do século V a.C. e que é considerado o primeiro historiador e o pai da História. Ele fazia narrações, literalmente contava a história sem problematizá-la como fazemos hoje. Eram outros tempos, mas não podemos nos esquecer das importantes contribuições de Heródoto, como a descrição do processo de mumificação, elaborada durante uma de suas viagens ao Egito e que, até hoje, é o relato mais preciso que temos desta prática tão famosa.
Fonte: Disponível em: <http://www.portaltattoo.com/conteudo/tatuagem/herodoto.jpg>. Acesso em: 9 nov. 2015.
 
PARA REFLETIR 
No mundo contemporâneo, como podemos definir a importância do historiador perante as demandas da nossa sociedade?
Aproveitem este questionamento e apresentem o seu ponto de vista, no fórum da disciplina, discutido com os demais colegas.
 
O ofício do historiador, seu trabalho, tem um método específico de construção. Nós não saímos por aí contando histórias sem fundamentação, há um esteio para tudo isso, e ele é a fonte. Se fosse um literato, o historiador simplesmente inventaria os fatos, os processos da história ao seu bel-prazer. Na história, tecemos análises críticas de fatos e processos históricos com base nas fontes históricas que temos a nossa disposição. Mais à frente faremos uma melhor definição de alguns termos que estamos utilizando, como fonte, fato e processo histórico, mas agora, o que é importante é definir o ofício do historiador. Para isso, vamos ler a citação de Marc Bloch, um dos maiores historiadores do século XIX, precursor da Escola dos Annales:
 
"Há muito tempo, com efeito, nossos grandes precursores, Michelet, Fustel de Coulanges, nos ensinaram a reconhecer: o objeto da história é, por natureza, o homem. Digamos melhor: os homens. Mais que o singular, favorável à abstração, o plural, que é o modo gramatical da relatividade, convém uma ciência da diversidade. Por trás dos grandes vestígios sensíveis da paisagem, [os artefatos ou máquinas] por trás dos escritos aparentemente mais insípidos e as instituições aparentemente mais desligadas daqueles que a criaram, são os homens que a história quer capturar. Quem não conseguir isso será apenas, no máximo, um serviçal da erudição. Já o bom historiador se parece com o ogro da lenda. Onde fareja carne humana, sabe que ali está a sua caça. (BLOCH, 2001, p. 54 e 55)."
 
É fascinante perceber como historiadores do gabarito de Bloch conseguem escrever um texto que é, ao mesmo tempo erudito e fácil de interpretar, com certa dose de beleza poética. Nesta citação, ele deixa claro que o objeto do historiador é o homem, ou mais ainda, os homens, a humanidade. 
Mas, afinal de contas, como conseguiremos estudar a humanidade? Quais são os cuidados e diretrizes que deveremos ter neste caminho?
Alguns de vocês já devem ter ouvido que o historiador busca a verdade, contudo, sabemos na história que a verdade não existe. Tudo é interpretativo.
A verdade na história não tem a mesma definição que aparece nas ciências da natureza, como a Física e a Química. Mesmo quando analisamos as fontes em busca dos acontecimentos passados, não temos um objeto de comparação, pois o passado não existe mais, e mesmo que existisse, não teríamos a verdade, mas sim milhares de interpretações sobre determinado fato histórico. Cada uma destas interpretações tem a sua verdade, mas este conceito nunca terá na história a mesma definição do que em outros campos do conhecimento, uma vez que a história é subjetiva.
O que tentamos fazer é, através das fontes, compreender como os homens do passado viviam, como tomavam suas decisões, o que pensavam, o que os influenciava, mesmo sabendo que, jamais teremos a nossa disposição todas as interpretações do passado e que, mesmo que tivéssemos uma máquina do tempo e retornássemos ao Império Romano, teríamos apenas uma impressão do passado, uma interpretação particular, nunca a verdade.Neste sentido, vamos ler agora a citação de outro grande historiador, Lucien Febvre, para entendermos um pouco melhor sobre o ofício do historiador:
 
"É assim que, em primeiro lugar, qualifico a história como um estudo cientificamente conduzido, e não como uma ciência [...] a necessidade de recomeçar, de refazer, de repensar quando é preciso e desde que seja preciso, os resultados adquiridos, para os readaptar às concepções, e, por aí, às novas condições de existência que os homens não deixam de forjar no quadro do tempo. (FEBVRE, 1989, p. 30)."
 Apesar de não estabelecermos a verdade, temos um trabalho de pensar e repensar os fatos históricos, dialogando constantemente com as fontes e buscando novas referências neste movimento da história. 
 Mas afinal de contas, para que estudar História? Se os fatos históricos já estão dados, qual é o sentido de tudo isso? Construir um senso crítico político e entendermos melhor a sociedade em que vivemos são algumas das respostas-padrão que encontramos, mas quando pensamos especialmente na docência, temos um conceito muito interessante: o da Consciência histórica. Este termo, debatido por Jorn Rüsen (2006), em seu livro Didática da história, é muito importante para nós professores. Segundo ele, a razão de aprender história está ligada à tarefa de se reconhecer no tempo. Entender como a sua história de vida se cruza com a História oficialmente estudada, desenvolvendo um sentimento de pertencimento à História, ou seja, a consciência histórica.
 
         
Este conceito parece e é um tanto quanto complexo, mas felizmente tenho um exemplo para compartilhar com vocês. Em uma manhã, ministrava aulas para uma turma de 7º ano do ensino fundamental, abordando o tema da Reforma Religiosa. Durante a explicação, uma aluna levantou a mão e me questionou:
- Professor! Minha avó é alemã e eu frequento a Igreja Luterana. Isso tem alguma relação com a Reforma?
Depois desta sua fala, respondi que havia sim uma possível relação. Depois de algumas conversas com a aluna e com alguns de seus familiares constatamos que a sua família tinha origens muito antigas na Alemanha e que seus ascendentes que imigraram para o Brasil trouxeram a religião protestante com eles. Depois desta aula e desta explicação, entendi melhor o que era a consciência histórica. Quando esta aluna percebeu que a História que eu estava ensinando em sala de aula era a mesma que a sua avó lhe contava, que não existiam duas histórias diferentes e que ela fazia para da História, mesmo sem perceber, ela entendeu e vivenciou a consciência histórica.
 
É claro que esta epifania não é cotidiana, mas devemos enquanto professores buscar ensinar a história com o mínimo de sentido para nossos alunos, tentando sempre alcançar esta consciência histórica. 
 PARA REFLETIR 
Quais são as estratégias que o professor pode utilizar em sala de aula para que os alunos alcancem a consciência histórica?
Aproveitem este questionamento e apresentem o seu ponto de vista, no fórum da disciplina, discutido com os demais colegas.
O FATO HISTÓRICO
 
 
 
 
Definir o fato histórico é tão difícil quanto definir a própria história. Mas temos que ter em mente que não existe uma única definição e que há várias interpretações sobre este tema. Para começar esta discussão, vamos ler a seguinte citação:
 "O historiador não é um escravo humilde nem um senhor tirânico de seus fatos. A relação entre o historiador e seus fatos é de igualdade e de reciprocidade. Como qualquer historiador ativo sabe, o historiador entra num processo contínuo de moldar seus fatos segundo sua interpretação e sua interpretação segundo seus fatos. É impossível determinar a primazia de um sobre o outro. O historiador começa com uma seleção provisória de fatos e uma interpretação também provisória, a partir da qual a seleção foi feita – tanto pelos outros quanto por ele mesmo. Enquanto trabalha, tanto a interpretação e a seleção quanto a ordenação de fatos passam por mudanças sutis e talvez parcialmente inconscientes, através da ação recíproca de uma ou da outra. Essa ação mútua também envolve a reciprocidade entre presente e passado, uma vez que o historiador faz parte do presente e os fatos pertencem ao passado. O historiador e os fatos históricos são necessários um ao outro. O historiador sem seus fatos não tem raízes e inútil; os fatos sem seu historiador são mortos e sem significado. Portanto, minha primeira resposta à pergunta ‘Que é história? É que ela se constitui de um processo contínuo de interação entre o historiador e seus fatos, um diálogo interminável entre o presente e o passado. (CARR, 1978, p. 28-29)."
Carr é um grande historiador, entre outros motivos, porque seu texto é fácil e bastante didático. Não dá para definir quem é mais importante, o historiador ou o fato, pois um depende e dialoga eternamente com o outro. Segundo Lucien Febvre “Os factos históricos, mesmo os mais humildes, é o historiador que os chama à vida”. Mas como os historiadores escolhem os fatos a serem estudados? Há uma série de fatores que definem o que pode e deve ser estudado ou não pelos historiadores. Vejamos a seguir alguns destes fatores:
 
Relevância: um fato histórico comum se distingue daquele que será estudado pelos historiadores pelo impacto que ele proporcionou no seu tempo e pelas consequências que este fato promoveu.
Singularidade: o fato histórico não se repete.
Complexidade: um fato histórico importante nunca é isolado, há uma série de fatores e atores sociais envolvidos.
Irreversibilidade: o “se” na história não existe. Os dados jogados não voltam. Podemos estudar, analisar, lamentar, mas nunca voltar atrás.
Temporalidade: o fato é fruto do seu tempo e por ele influenciado. Não podemos cometer o maior pecado do historiador: o anacronismo, ou seja, ignorar o contexto histórico em que o fato está inserido.
Portanto, podemos definir o fato histórico como um acontecimento que é único, envolve um grande contexto histórico, é irreversível e de extrema relevância. Talvez o maior problema desta definição seja a relevância. O historiador tem a árdua tarefa de perceber quais fatos são marcantes no sentido de que transformam a realidade em que estão inseridos e causam muitas consequências posteriores. A Revolução Francesa, por exemplo. Foi um fato de extrema importância, pois definiu algumas das bases mais importantes do nosso mundo atual, como nosso sistema republicano democrático. Este é um fato histórico clássico, ninguém discute a importância da Revolução Francesa. Contudo, muitas vezes há fatos que não têm uma definição tão fácil.
 
 A decisão de definir se o fato é ou não digno de estudo e rememoração parte do historiador, mas ele não tem total controle sobre ele posteriormente. Vejamos o que Carr (1982, p. 47) nos diz a este respeito:
"[...] é o historiador quem decide por suas próprias razões que o fato de César atravessar aquele pequeno riacho, o Rubicão, é um fato da história, ao passo que a travessia do Rubicão, por milhares de outras pessoas antes ou desde então não interessa a ninguém em absoluto."    
No exemplo apresentado por Carr (1982), temos um fato que aparentemente pode ser cotidiano transformar-se em histórico pela relevância e pelo significado a ele atrelado. Contudo, os demais historiadores, os pares, devem aceitar e acatar a importância de tal fato. Se um historiador afirma que a travessia do Rubicão é um marco da busca pelo poder de César, mas seus pares não concordarem, este fato será esquecido, considerado acessório. Mas, como de fato ocorreu, tal travessia foi amplamente aceita e acabou virando um símbolo de uma pessoa que toma uma decisão difícil e crucial. Outra frase mais conhecida que é atribuída a César sobre esta passagem é "a sorte está lançada".
Agora que já dialogamos um pouco sobre a definição de fato histórico, podemos pensar em outra vertente. Vejamos outra citação para introduzirmos esta discussão: “o passado é, por definição, um dado que nadamais modificará. Mas o conhecimento do passado é uma coisa em progresso, que incessantemente se transforma e aperfeiçoa”. (BLOCH, 2001, p. 75). Portanto, o que nós temos como fatos históricos hoje podem não ser os mesmos daqui a 50 anos. O passado é imutável, mas a descoberta de novas fontes históricas, por exemplo, pode mudar a interpretação que temos do passado.
Já citamos várias vezes as fontes históricas. No próximo tópico vamos finalmente abordá-las.
PARA REFLETIR 
Com podemos justificar para nossos alunos os motivos que levam alguns conteúdos a estarem presentes nos livros didáticos e outros não?
Aproveitem este questionamento e apresentem o seu ponto de vista, no fórum da disciplina, discutido com os demais colegas.
 
AS FONTES HISTÓRICAS
    O que são fontes históricas? Elas são vestígios do passado. Rastros deixados pelos homens. Pistas que nos ajudam a descobrir o que ocorreu tempos atrás. Elas são a matéria-prima do historiador, o que o diferencia de um escritor que cria uma história de ficção. Gosto de pensar que as fontes são pequenas máquinas do tempo que conseguiram realizar uma difícil tarefa de resistir às vicissitudes da jornada desde o passado até os dias atuais. Vamos ler a citação de Henri-Irenée Marrou (1978, p. 62-63) e analisar suas considerações sobre as fontes:
 
"Constitui um documento toda fonte de informação de que o espírito do historiador sabe extrair alguma coisa para o conhecimento do passado humano, considerado sob o ângulo da questão que lhe foi proposta. É perfeitamente óbvio que é impossível dizer onde começa e onde termina o documento; pouco a pouco a noção se alarga e acaba por abranger textos, monumentos observações de todo o gênero. “[...] em síntese, tudo aquilo que, na herança subsistente do passado, pode ser interpretado como um indício que revela alguma coisa da presença, da atividade, dos sentimentos, da mentalidade do homem de outrora, entrará em nossa documentação. Definida desse modo, essa noção aparece como uma função de duas variáveis independentes: na medida em que pertence ao passado (representado pelo material de todo o gênero que chegou até nós), ela depende do historiador, da sua iniciativa, da sua habilidade em utilizar os seus instrumentos de trabalho e os seus conhecimentos, mas antes de tudo daquilo que ele realmente é, da sua inteligência, abertura de espírito, cultura."
Até o início do século XX, quando o paradigma da Escola Positivista da história ainda estava em uso, só se consideravam fontes históricas documentos escritos oficiais. Tal fato motivava os estudos da história sempre com uma vertente política, desconsiderando a história cultural e social. No entanto, a partir do surgimento da Escola dos Annales, esta história mudou bastante.
 
 
Com origem em uma revista intitulada Annales d’Histoire Économique et Sociale, fundada por Lucien Febvre e Marc Bloch em 1929, a chamada Escola dos Annales foi, aos poucos, tomando corpo. Estes pensadores lançaram as bases atuais do nosso campo do conhecimento, especialmente quando pensamos na metodologia de trabalho do historiador. Comumente divide-se a Escola dos Annales em três gerações. A 1ª geração que vai de aproximadamente de 1930 a 1950 teve como principais representantes Marc Bloch e Lucien Febvre. A 2ª geração, a partir de 1950, cunhou o termo “Nova História” e nela destacou-se Fernand Braudel e seu intenso trabalho sobre as temporalidades que veremos na Webaula 2. A 3ª geração, que abrange as décadas de 1960 a 1980, também reconhecida como Nova História Cultural, tem como grandes representantes Philippe Ariès, Jacques Le Goff, George Duby, entre outros.
 Vejamos agora algumas das mudanças propostas a partir desta escola, que para Peter Burke foi a Revolução Francesa da historiografia:
 Rompimento com a escola metódica francesa (Langlois e Seignobos) e alemã (Leopold von Ranke).
Crítica à visão tradicional da História, que estuda somente os acontecimentos políticos.
Substituição da narrativa tradicional de acontecimentos por uma história-problema. Os historiadores metódicos se limitavam a narrar a história. Segundo este paradigma, o historiador deveria estudar os fatos da história e narra a história tal como ela aconteceu, sendo imparcial para reproduzir a verdade. Por isso havia a preocupação tão grande com as fontes. Para os discípulos de Ranke as fontes oficiais garantiam a veracidade da história. Com a escola dos Annales, esta perspectiva desaparece. Os historiadores se dão conta de que a busca pela verdade é impossível, pois a verdade na história não existe. O que temos é a interpretação/problematização da história através das fontes disponíveis. Novas fontes ou novas perspectivas sobre as mesmas fontes podem transformar e ressignificar a visão sobre determinado fato histórico. O campo da história se agiganta.
A colaboração com outras disciplinas, tais como a antropologia social, a psicologia, a economia, entre outras.
Ampliação da área de estudo do historiador, proporcionado principalmente pela nova visão sobre as fontes. Segundo (BLOCH, 2001), A diversidade dos testemunhos históricos é quase infinita. Tudo o que o homem diz ou escreve, tudo o que constrói, tudo o que toca, pode e deve fornecer informações sobre eles. 
 
Conforme vimos nestes tópicos, temos hoje uma diversidade absurda de fontes. Isto é extremamente positivo para os historiadores, pois possibilita uma grande diversidade de trabalhos e interpretações da história. A dificuldade ou o diferencial entre o trabalho de um bom ou mau historiador não está na fonte em si mesma, mas na metodologia de pesquisa deste historiador. Por conta de toda esta diversidade, costuma-se fazer uma classificação com relação à origem das fontes:
Fontes primárias:
      As fontes primárias são materiais originais nos quais outras pesquisas são baseadas.
      Exemplos: Documentos governamentais, leis em geral, atas de reuniões, cartas e correspondência, objetos de cultura material, entre outros.
Fontes secundárias:
      As fontes secundárias são interpretações e avaliações de fontes primárias.
      Exemplos: teses e dissertações, livros, museus, arquivos e coleções, artigos de revisão, entre outros.
Fontes terciárias:
      As fontes terciárias são as mais difíceis de definir. Raramente encontra-se a distinção entre fontes secundárias e terciárias.
Exemplos: revisões de trabalhos historiográficos.
 
 
Os trabalhos no campo da história geralmente fazem uso de fontes primárias, que ainda não receberam análise e, portanto, guardam certa dose de curiosidade e ineditismo e com fontes secundárias, por conta das facilidades para consultá-las. Um trabalho que utiliza “fontes bibliográficas” é considerado um trabalho com fontes secundárias, pois analisa trabalhos já realizados com fontes primárias. Este trabalho não é, de forma alguma, menor do que o realizado com as fontes primárias, apenas tem um viés diferente. Já os trabalhos com fontes terciárias são mais difíceis de se encontrar e realizar. Geralmente necessitam de certa experiência por parte do historiador, uma vez que ele se propõe a analisar, por exemplo, a produção acadêmica dos últimos dez anos sobre determinado tema. Não faz um levantamento bibliográfico, mas analisa os trabalhos já realizados. 
 
 
PARA REFLETIR 
Com a ampliação dos horizontes da História feito pela Escola dos Annales, há limites para definir o que são fontes históricas?
Aproveitem este questionamento e apresentem o seu ponto de vista, no fórum da disciplina, discutido com os demais colegas.
Concluindo o estudo da unidade
 Nesta primeira unidade da nossa webaula conseguimos discutir de forma bastante interessante alguns dos conceitos mais importantes e caros ao historiador. Não se esqueça de sempre acessar os materiais complementares a esta webaula, como links e vídeos, que são parte integrante e fundamental desta material. As questões lançadas para reflexão devem ser comentadas nós fóruns.
 
ReferênciasBLOCH, Marc. Apologia da história ou o ofício de historiador. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2001.
BURKE, Peter. A escola dos Annales (1929-1989): a Revolução Francesa da historiografia. São Paulo: Fundação Editora da UNESP, 1997. Tradução Nilo Odalia.
FEBVRE, Lucien. Combates pela história. Lisboa: Editorial Presença, 1989.
CARR, Edward Hallet. Que é história? Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1978.
RÜSEN, J. Didática da história: Passado, presente e perspectivas a partir do caso alemão. In: Práxis Educativa. Ponta Grossa, PR. V.1, n. 2, p. 7, 2006.
MARROU, Henri-Irenée. Sobre o conhecimento histórico. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1978.
ESTUDOS HISTÓRICOS
 
Professor: Julho Zamariam
Unidade 2 – Introdução aos Estudos Históricos 
 
CONCEITOS HISTÓRICOS
Algumas palavras na história têm um significado mais amplo, maior do que aquele presente no dicionário. Chamamos estas palavras de conceitos. Há vários conceitos importantes para um historiador e, por consequência, para um professor. Estes conceitos têm um significado mais profundo, mas não é por isso que eles são estáticos. Dependendo da época, do contexto histórico, um conceito pode ter várias interpretações. A realidade pode mudar de aparência dependendo de como e de onde se olha. Observe a Figura 2.1:
 
 
Vejamos a seguinte citação:
Quando alguém [...] conta-nos que está vendo uma “casa”, esta pessoa não está comunicando uma experiência real, e sim uma versão largamente simplificada e generalizada dela – uma interpretação que reflete o consenso cultural em torno dos atributos essenciais (específicos e identificadores) de “casa”. A experiência consciente real do evento é infinitamente mais pormenorizada com respeito a tamanho, forma, estilo, cor, beleza e custo provável do que a mensagem comunicativa pelo indivíduo através do uso genérico do termo “casa”. Se a pessoa tentasse realmente comunicar sua experiência cognitiva detalhada, levaria metade de um dia e, mesmo assim, não seria ainda completamente capaz de expressar em palavras muitas de suas nuanças mais sutis. (AUSUBEL, 1980, p. 74).
 O que Ausubel (1980) nos diz nesta citação é que o conceito da palavra casa é muito maior do que a definição de um dicionário comum sobre a mesma palavra. Contudo, acabamos no dia a dia não aprofundando tanto este tipo de discussão. Porém, no campo da história, a definição clara e precisa destes termos faz-se necessária, principalmente para tornar nosso texto cada vez mais inteligível.
 
A suástica é o símbolo de boa sorte e fortuna em diversas culturas milenares, como a maia, a bizantina e a hindu. A palavra em si vem do sânscrito svastika, que significa "condutora do bem-estar". Contudo, foi tomada pelo Nazismo, e hoje remete ao racismo e aos horrores desse regime.
 Para tornar esta nossa explicação sobre os conceitos históricos mais fácil, vejamos o exemplo da definição do conceito de Revolução. Para o dicionário Michaelis esta palavra significa:
 1 Ato ou efeito de revolver (o que estava sereno).
2 Ação ou efeito de revolucionar-se; revolta, sublevação.
3 Movimento súbito e generalizado, de caráter social e político, por meio do qual uma grande parte do povo procura conquistar, pela força, o governo do país, a fim de dar-lhe outra direção.
4 Mudança completa; reforma, transformação.
5 Mudança violenta nas instituições políticas de uma nação.
6 Modificação em qualquer ramo do pensamento humano, abandonando ideias, sistemas e métodos tradicionais para adotar novas técnicas.  
Agora, vejamos a mesma palavra, com a definição de um dicionário de conceitos históricos:
"A palavra surgiu durante o Renascimento como referência ao movimento dos corpos celestes, ganhando um significado político apenas no século XVIII, com a Revolução Inglesa. Nesse período, revolução significava retorno à ordem política anterior que tinha sido alterada por turbulências. Assim, naquele momento, a Revolução Inglesa não foi entendida como a guerra civil e a ascensão de Cromwell, mas a volta à monarquia. Somente com a Revolução Francesa o termo ganhou o significado que tem hoje: o de uma mudança estrutural, convulsiva e insurrecional. (SILVA & SILVA, 2009, p. 362)."
Percebam que, na primeira citação foram selecionados apenas os quatro primeiros significados de uma lista de catorze. Muitas definições do termo Revolução não nos interessam aqui e não têm a menor relação com o campo da História. Apesar de expressarem a mesma essência, a definição de Revolução enquanto conceito histórico é muito maior e focada naquilo que interessa ao historiador do que a definição do dicionário linguístico. Seu grau de aprofundamento também é muito maior. 
 
 
Conceitos são visões diferentes sobre o mesmo objeto.
Apesar de importante, a discussão sobre os conceitos históricos é relativamente recente. Marrou (s.d.) é um dos primeiros a discutir sobre o que são e a importância destes conceitos. Ele cria algumas definições interessantes sobre eles:
"Jean-Irineé Marrou foi um dos primeiros historiadores – na verdade historiador e filósofo –, da segunda metade do século XX, a discutirem o objeto conceito histórico em um manual de introdução à história. No livro Do conhecimento histórico (1954), ele reconhece o papel mediador dos conceitos com duas máximas, que serão repetidas por vários historiadores e psicólogos: “ninguém se pode contentar em dizer que existiu [...] sem precisar de alguma maneira o que foi”. A este princípio, extraído de Benedetto Crocce, ele acrescenta: “não apreendemos diretamente as coisas tal como elas na realidade se passaram [...] apreendemo-las por meio de conceitos”. Partindo, então, da necessidade de qualificar e da imprescindibilidade do conceito na comunicação humana, ele anuncia a principal tarefa do historiador: “determinar a validade destes conceitos, a sua adaptação ao real, a sua verdade”. (MARROU, s.d., p. 131-132 apud FREITAS, 2014, p. 8)."
Quando Marrou (apud FREITAS, p.8) afirma que “ninguém se pode contentar em dizer que existiu [...] sem precisar de alguma maneira o que foi” ele ressalta a importância da definição do conceito, a explicação sobre o que já foi um dia é fundamental para se definir o que se está retratando hoje. Na sua segunda máxima, Marrou (apud FREITAS, p.8) afirma que “não apreendemos diretamente as coisas tal como elas na realidade se passaram [...] apreendemo-las por meio de conceitos” ele nos informa sobre a necessidade de entendermos a complexidade dos conceitos e a sua importância para o entendimento da própria história. Conforme sua fala, não precisamos recriar uma Revolução para entendermos o seu conceito. Nós não ensinamos a Revolução, nós ensinamos o conceito de Revolução. Se partirmos desta ideia, todo o trabalho do historiador está baseado em conceitos, e a sua definição é, portanto, fundamental.
Os conceitos para a História são muito importantes. Muitas vezes temos auxílio de conceitos de outros campos do conhecimento, como a Antropologia. Este vídeo faz uma definição bem didática e interessante sobre o conceito de cultura, fundamental para o historiador.
 
 
A imagem mostra que, assim como na História, não há uma única versão dos fatos, mas várias, dependendo da perspectiva do observador.
PARA REFLETIR 
Qual seria a maneira mais didática para trabalhar a questão dos conceitos históricos em sala de aula?
Aproveitem este questionamento e apresentem o seu ponto de vista, no fórum da disciplina, discutido com os demais colegas.
SUJEITOS HISTÓRICOS
 Quem são os sujeitos históricos? Todos nós por definição somos sujeitos históricos, pois todos temos e fazemos história. Mas, se todos temos história e fazemos história, porque a nossa história não aparece nos livros? A resposta é simples: relevância. Nós já trabalhamos esta perspectiva quando falamos dos fatos históricos. Há uma seleção para definir os fatos históricos que devem ou não ser estudados, e assim como no que foi abordado com os fatos históricos, quando falamos dos sujeitos históricosacabamos por privilegiar aqueles que tiveram uma importância e relevância maior na definição da nossa sociedade atual.
 
"A charge possibilita uma discussão importante a respeito da historiografia que estimula o culto aos heróis. Afinal, ao lado de consagradas personagens da História oficial do Brasil como D. Pedro I, Princesa Isabel, Getúlio Vargas e Duque de Caxias aparecem heróis das histórias em quadrinhos como Batman e Supermann, numa provocação explícita à História oficial, fundada no mito do herói e no personalismo. E não é sem propósito que os homens e mulheres comuns (ou seja, todos aqueles que não são heróis e não estão, portanto, na galeria) são representados por ovelhas, animais conhecidos pela sua docilidade, pela sua sujeição à vontade de outrem. Na charge, as caricaturas de Karl Marx e Lênin na galeria dos heróis representam uma clara alusão aos heróis produzidos também em interpretações consideradas mais críticas. Desta maneira, a interpretação da charge permite concluir que qualquer interpretação histórica fundamentada pelo mito do herói, numa abordagem maniqueísta, faz com que homens e mulheres comuns sejam excluídos da história e vistos como espectadores e não como sujeitos históricos. (MEC, PORTAL DO PROFESSOR, 2009)."
Esta definição parece ser um pouco determinista demais, mas não é bem assim. Durante muito tempo na história, antes do surgimento da Escola dos Annales, a história privilegiava o estudo dos grandes vultos, dos grandes homens da história, aquilo que Hegel já definiu como indivíduos histórico-cósmicos, seres dotados de uma força quase que sobrenatural e que nasceram para escrever a História com “H” maiúsculo. Napoleão Bonaparte, Júlio César, Hitler, Lincoln, D. João VI são alguns exemplos destes grandes sujeitos históricos. Hoje, após a Revolução Francesa da Historiografia, não nos prendemos mais a esta visão de sujeitos históricos. Sabemos que os mais humildes soldados do exército de Napoleão tiveram a sua importância nas suas vitórias. Valorizamos a história dos derrotados nas guerras, tentamos dar vozes àqueles que muitas vezes foram silenciados no passado. Esta discussão sobre os sujeitos na história é bastante complexa. Vejamos a citação a seguir para dimensionar melhor esta problemática:
 "A história, então, em ambos os sentidos da palavra – significando tanto o exame conduzido pelo historiador quanto os fatos do passado que ele examina –, é um processo social em que os indivíduos estão engajados como seres sociais; a antítese imaginária entre a sociedade e o indivíduo nada mais é do que uma pista falsa atravessada no nosso caminho para confundir nosso pensamento. O processo recíproco de interação entre o historiador e seus fatos, o que denominei diálogo entre presente e passado, é um diálogo não entre indivíduos abstratos e isolados, mas entre a sociedade de hoje e a sociedade de ontem. (CARR, 1982, p. 74)."
Temos, portanto, indivíduos sociais, dotados de história e influenciados e influenciadores da sociedade em que vivem. Os indivíduos (sujeitos) na história segundo Carr (1982) não são seres abstratos e isolados, incapazes de perceber a história fora da sociedade, mas estão inseridos nela e por isso, participantes dos processos históricos.
 
 
Na figura percebem-se vários rostos de trabalhadores sem destaque, mas todos com um papel na construção da História.
 Quando pensamos nos sujeitos históricos, na maioria das vezes, imaginamos os individuais. Todavia, os sujeitos da história também podem ser coletivos, tais como comunidades, escolas, entidades, como a maçonaria, entre outros. É fascinante pensar como um grupo de pessoas que, individualmente não conseguiriam se sobressair nos percalços da história, coletivamente ganham uma importância singular.
Portanto, concluímos que os sujeitos históricos se configuram na relação complexa, duradoura e contraditória das identidades sociais e pessoais, ou seja, a História não é apenas construída por heróis ou vilões, mas consequência das ações paulatinas e sutis de todos os agentes sociais, individuais e coletivos.
 
PARA REFLETIR 
Sempre refletimos sobre os sujeitos históricos individuais. Que exemplo poderíamos apresentar de sujeitos históricos coletivos? A importância de cada um destes atores sociais para a História é a mesma?
Aproveitem este questionamento e apresentem o seu ponto de vista, no fórum da disciplina, discutido com os demais colegas.
O TEMPO HISTÓRICO
“O homem é fruto do seu tempo”. (Hegel)
 
A definição de tempo, ou melhor, as definições de tempo para a História são fundamentais para o entendimento do próprio campo do conhecimento histórico, uma vez que tempo, espaço e homem completam a própria definição de História.
 
Definir o que é tempo não é um desafio apenas da atualidade. Os gregos antigos tinham três concepções distintas de tempo: chronos, kairós e Aeon. Chronos é o tempo linear, cronológico, marcado pela rigidez matemática, que não admite variações. O kairos é um tempo indeterminado pelo cronológico. É uma época, como por exemplo um momento de seca constante, ou de muitas chuvas, ou uma época de prosperidade. Já o Aeon é o tempo sagrado, também sem uma marcação precisa do cronômetro. Este tempo também tem algumas referências com relação ao movimento dos astros.
Durante a Antiguidade, a ideia principal de tempo era o cíclico. Os pensadores desta época viam o tempo como uma repetição do que já havia acontecido, a repetição geração após geração. Essa repetição tirava dos historiadores da antiguidade a visão do futuro. Ele era praticamente ignorado, pois o futuro seria apenas a repetição do passado. Esta última concepção era mais respeitada, pois era a observação do passado que, concretamente, poderia instruir os homens para se precaverem contra os acontecimentos do por vir, uma vez que ele era cíclico. 
 
Outra importante definição de tempo e a ideia de um tempo cronológico, baseada no deus grego Chronos, é bem simples, mas ao mesmo tempo trouxe muitas consequências para a História. Essa concepção nos mostra o tempo como linear, ou seja, com um começo, meio e fim. Todas as disposições da História aparecem com este ideal desde o fim da antiguidade, passando pela Idade Média e chegando até mesmo à modernidade, quando, graças à Revolução Francesa e aos ideais do Iluminismo, ganha também a característica do progresso. Um tempo linear e progressivo que levaria o homem ao desenvolvimento.
 
 
Na figura acima se percebe a ampulheta, em sua mão direita, que simboliza a passagem cronológica do tempo e a foice, na esquerda, remete à morte, da qual o tempo está encarregado.
O tempo linear sofreu muita influência da Igreja. O tempo com um início e um fim vem da ideia bíblica do livro de Gêneses e do Apocalipse. Ou seja, o fim da história não é o seu objetivo, mas um fim de verdade. Um dos grandes pensadores da Idade Média, Santo Agostinho, nos traz uma visão interessante sobre o tempo.
Agostinho elabora uma explicação que é ao mesmo tempo simples e genial para estabelecer relações entre passado, presente e futuro: Para ele, tanto passado como o futuro só existem em função do presente. O passado é somente rememorando no presente e o futuro só é projetado também no presente. Sabemos o que está ou não está distante de nós temporalmente através da comparação com a nossa realidade atual.
Saindo da Idade Média, vamos comentar um pouco sobre a visão de tempo para os pensadores do Iluminismo, que no campo das ideias, proporcionaram nada mais nada a menos do que a Revolução Francesa e são, portanto, grosso modo, a base do pensamento contemporâneo.
 São do Iluminismo algumas das concepções mais interessantes sobre o tempo e consequentemente, sobre a própria história. Vejamos, por exemplo, o que Kant pensava a este respeito:
 "[...] mesmo agindo de acordo com suas vontades e isoladamente, operam, sem saber, e não importaria muito se soubessem, de acordo com os desígnios da natureza, avançando como que, por um fio condutore trabalhando para a realização de um propósito em uma marcha contínua. (KANT, 1784, p. 4)."
 Veja, nesta citação de Kant percebemos o tempo como algo soberano, inatingível. Os homens são conduzidos por uma força superior para um objetivo melhor, maior e pré-determinado. Temos, portanto, o tempo linear, progressivo e ao mesmo tempo pré-determinado.
A concepção de Hegel para o tempo é parecida com a de Kant:
 "[...] a história se desenvolve em fases determinadas, estando cada fase intimamente relacionada com a precedente [...] há um fim mais alto e vasto [...] do qual os homens nada ou pouco conseguem perceber, desse modo, realizam-no inconscientemente. (HEGEL, 1992, p. 25)."
 Percebemos, novamente em Hegel, aquilo que constatamos em Kant. A linearidade da história, o progresso e ainda, algo a mais. Hegel acredita no fim da história, um estágio último, o Estado.
Atualmente, não é correto afirmar que o tempo é linear, progressivo ou cíclico. Talvez, um tempo em uma espiral confusa, ora progressiva ora regressiva, que às vezes, é cíclica e, às vezes, parece perdida. Enfim, os historiadores, atualmente, não tentam descrever o movimento do tempo, pois ele, ao que parece, é totalmente imprevisível.
A historiadora Raquel Glezer nos traz uma definição bastante abrangente sobre o que é tempo para História. Creio que esta sua definição, abarca corretamente boa parte do pensamento historiográfico sobre o tempo
"Para historiadores, tempo é tanto o elemento de articulação da/na narrativa historiográfica como é vivência civilizacional e pessoal. Para cada civilização e cultura, há uma noção de tempo, cíclico ou linear, presentificado ou projetado para o futuro, estático ou dinâmico, lento ou acelerado, forma de apreensão do real e do relacionamento do indivíduo com o conjunto de seus semelhantes, ponto de partida para a compreensão da relação Homem – Natureza e Homem – Sociedade na perspectiva ocidental. (GLEZER, 2002)."
Percebam que nessa citação a autora resume consideravelmente as discussões que nós fizemos anteriormente sobre o tempo. A autora fala em tempos diferentes para cada cultura, ora, se a cultura é peculiar a cada povo, com certeza, a passagem do tempo também o é. Imaginem se é possível afirmar que o tempo é sentido da mesma maneira pelo índio amazônico e o executivo de Manhattan.
 
 
 
Também é interessante pensar sobre as medidas de tempo que a autora nos apresenta: “estático ou dinâmico, lento ou acelerado”. Todas essas sensações dependem, invariavelmente, de um ponto de comparação. Ou seja, a medida de tempo não perceptível em si mesma.
 
 
Ciro Flamarion Cardoso (2004), no artigo “Tempo e história”, comenta sobre estas medidas de tempo, mas de uma forma um pouco diferente. Ele percebe uma mudança no tempo, como se ele estivesse na atualidade acelerado pelos fatos históricos:
"Na segunda metade do século XX, teria ocorrido uma aceleração da história. O passado se torna história, em nossa época, a um ritmo alucinante: a história corre atrás de nós, está em nossos calcanhares. Por história, Augé entende os eventos ou séries de eventos que numerosas pessoas reconhecem como tal: os Beatles, 1968, a Argélia, o Vietnã, o muro de Berlim, a guerra do Golfo, a desintegração da União Soviética... Há uma superabundância de eventos considerados relevantes, de que somos informados simultaneamente a seu acontecimento, acumulando-se em ritmo rápido demais para sua assimilação ou sua consideração em perspectiva. (CARDOSO, 2004, p. 3)."
Apesar de ser do senso comum, todos parecem concordar com a ideia de que o tempo está passando muito depressa, como aparece na música de Cazuza, “O tempo não para”. Mas por que, afinal de contas temos essa sensação? Uma hora continua equivalendo a sessenta minutos, um minuto a sessenta segundos, e assim por diante. Portanto, cronologicamente, o tempo permanece o mesmo. Contudo, Cardoso nos traz na sua própria citação uma explicação lógica para isso: ele afirma que os acontecimentos estão se acumulando em um ritmo alucinante, ou seja, não há como acompanhar, digerir, analisar e refletir sobre todos estes acontecimentos.
Apesar das dificuldades que temos para estudar e trabalhar com as dimensões temporais, temos várias teorias e metodologias que tentam dar conta desta discussão tão complexa, viabilizando o trabalho do historiador.
Segundo Nascimento (2002), as principais concepções de tempo percebidas nos professores de História estão sempre ligadas e três grandes ideologias: o Positivismo, o Marxismo e os Annales. Vejamos a seguir as considerações desta autora sobre essas concepções.
Na concepção de tempo segundo os historiadores positivistas, o tempo é, basicamente, aquele tripartite: passado, presente e futuro. Esses historiadores, que, muitas vezes, se denominavam profissionais, dão muito mais ênfase no fato histórico em si do que nas suas demais análises. Para eles, o fato histórico é sempre único. Cabe ao historiador, através das fontes, contar os fatos tais como eles aconteceram.
 "Distanciando-se, o sujeito se retira do evento e o observa do exterior, como se o evento não o afetasse, como se fosse uma coisa aí sem qualquer relação com o seu próprio vivido. A narração histórica separa-se do vivido e se refere a ele objetivamente, narrando-o e descrevendo-o do exterior. Trata-se de uma racionalização da tensão, da ameaça da dispersão, da fragmentação do vivido. (REIS, 1999, p. 13 apud NASCIMENTO, 2002, p. 29)."
 Percebemos na citação acima o desejo impossível do historiador de analisar os fatos históricos com total imparcialidade, como se o historiador tivesse nenhum tipo de conceito implícito na sua formação que poderia “atrapalhar” essa narração da verdade histórica.
O historiador, segundo esta escola histórica, trabalha primordialmente com o passado. Mas ele não usa o passado como dimensão temporal. Esse passado é catalogado, organizado pelo historiador através da cronologia
No mesmo século XIX, no qual o positivismo foi concebido, surgiu uma ideologia oposta a seus princípios. O marxismo. A princípio, a maior diferença que temos com relação a estas duas formas de ver o mundo, é o fato de que os positivistas focavam sua análise de mundo segundo a política e os discípulos de Karl Marx vão filtrar a história com olhos econômicos. As duas vertentes querem se distanciar da filosofia da História, concebida, principalmente por Kant e Hegel, mas concordam com o caráter científico da História.
 "A historiografia econômica já explorou detidamente os mecanismos pelos quais estas eras, que são nomeadas pelos respectivos sistemas de produção, ganharam uma fisionomia própria, uma identidade, entraram em crise, sendo enfim substituídas implacavelmente em escala mundial. O feudalismo foi dissolvido pelo capital mercantil, e este, passado o processo de acumulação, deu lugar ao capitalismo industrial. O imperialismo é o ápice do processo capitalista e, até bem pouco, o pensamento de esquerda ancorava-se na certeza de que o socialismo universalizado tomaria o lugar dos imperialismos em luta de morte. (BOSI (1992, p. 21) apud NASCIMENTO, 2002, p. 33)."
 
O tempo para os marxistas continua com uma visão muito próxima aquela encontrada pelos positivistas. Se os adeptos da teoria de Ranke veem o tempo como linear e progressivo, os descendentes de Marx não refutam esta Ideia. Ao invés disso, lançam mão de uma nova interpretação: o tempo é visto como evolutivo, uma sucessão de sistemas econômicos que sempre, invariavelmente, vão melhorando e progredindo um após o outro.
A partir dos Annales que temos realmente uma mudança considerável quando analisamos as ideias de tempo para História. O tempo deixa de ser apenas cronológico e voltado às angústias das almas e passa a ser social. É uma mudança na referência: se antes as ciências “duras” como a física, influenciavam o trabalho do historiador, como é o caso da física social de Auguste Comte, que queria trazer o método científico empírico para a história, agoratemos a influência das ciências sociais sobre o trabalho do historiador, conforme percebemos na citação a seguir:
 "[...] estruturas onde os eventos são tratados como meros sinais reveladores e em posição secundária. Bloch faz um estudo objetivo dos homens em grupos, retirando a ênfase das iniciativas individuais, da consciência de sujeitos atuantes. Seu tempo não é o tempo da alma ou da consciência, de indivíduos capazes de uma reflexão mais profunda, mas o tempo inconsciente de coletividades. Entretanto, pode-se supor que este tempo inconsciente coletivo é ainda o tempo da consciência em um momento de irreflexão, embora passível de reflexão. Mas, enquanto tempo irrefletido, ele está submetido à necessidade e possibilita o seu estudo pela aplicação das características do tempo físico. (REIS, 1994, p. 119 apud NASCIMENTO, 2004, p. 35)."
 Desde a época do Idealismo alemão, o pensamento sobre a História sempre teve um caráter objetivo de progresso: o fim. A História teria um objetivo final, em uma marcha linear que estava conduzindo todos a um mesmo objetivo. Os Annales vão romper com esta ideia. O tempo deixa de ser uma linha, e passar a ser um emaranhado de linhas múltiplas. O tempo é plural e não individual. Não se sabe onde ele vai acabar e não se tem a ideia de que ele chegará a um fim.
 utra definição importante para a história que se refere à concepção de tempo é a duração. Neste sentido, não há outro historiador mais usado e aclamado nesta discussão do que Fernando Braudel, na obra O Mediterrâneo e o Mundo Mediterrânico na época de Felipe II (1949).
 
Entre outras considerações, o autor afirma que a duração “refere-se ao ritmo, ao modo e à velocidade como se dá uma transformação no tempo”. Portanto, é como pensar que o tempo é uma esteira na qual a história passa, e que a velocidade dos acontecimentos nesta esteira depende não só do movimento da esteira, mas também da quantidade e variedade destes acontecimentos históricos. Vejamos agora alguns exemplos que nos ajudaram a entender melhor as concepções relativas as três durações propostas por Braudel, a curta, a média e a longa.    
 Vejamos uma interessante definição da chamada curta duração:
"Trata-se, como disse Braudel, do tempo na medida do indivíduo e de suas experiências imediatas. Assim, um terremoto que destrói uma cidade, um golpe de Estado que derruba um regime democrático, a assinatura de um tratado econômico de livre comércio ou a publicação de um novo livro são diversos acontecimentos da história no breve tempo, de ordem geográfica, política, econômica ou cultural, entre outras. (AGUIRRE ROJAS 2013, p. 21)"
 Vejamos agora a definição do mesmo autor sobre a média duração de Braudel:
 "Em segundo lugar, o tempo da média duração constitui as distintas “conjunturas” econômicas, políticas, sociais, culturais, etc., em referência às realidades reiteradas durante vários anos, até na perspectiva de décadas. Este é o tempo dos fenômenos característicos das diferentes “gerações” humanas, o tempo dos ciclos econômicos de ascensão e queda do ciclo de Kondratiev, o tempo de vida entre o nascimento e a substituição de uma geração literária, política ou cultural, ou a duração própria na memória dos protagonistas de uma experiência traumática, como a da segunda guerra mundial. (ROJAS, 2013, p. 21)."
 É exatamente na média duração que se concentram a maioria dos trabalhos historiográficos na atualidade. Essa temporalidade não é extensa demais, no sentido de inviabilizar a análise do historiador ou mesmo de dificultá-la em excesso, mas nem tão curta, a ponto de estigmatizar o historiador, dificultando sua análise por conta da falta de fontes históricas ou de não conseguir perceber uma mudança muito grande nas estruturas analisadas. Por fim, tempo a longa duração:
 "Finalmente, os processos e estruturas do tempo longo ou da longa duração histórica percorrem curvas superiores a um século. Eles correspondem às realidades persistentes dentro da história e fazem sentir efetivamente sua presença no decurso dos processos humanos. Constituem-se em verdadeiros protagonistas determinantes do devir das sociedades. A título de exemplo, podemos arrolar: [...] as influências de uma alternância climática, ditando os ritmos da paz e da guerra na atividade militar. (ROJAS, 2013, p. 22)"
 Essa é, sem dúvida, a duração mais difícil de ser estudada atualmente. Se num estudo de média duração, no qual analisamos algumas fontes em um espaço de tempo de aproximadamente 10 anos, demoramos três, muitas vezes quatro anos para produzir um trabalho acadêmico de qualidade, imagine o desafio de analisar a catalogar fontes históricas sobre um tema que remonta mais de 100 anos de história!
 PARA REFLETIR 
Qual é o lugar das discussões sobre o tempo sagrado e profano quando refletimos sobre as temporalidades de Braudel?
Aproveitem este questionamento e apresentem o seu ponto de vista, no fórum da disciplina, discutido com os demais colegas.
O ESPAÇO HISTÓRICO
 
De maneira bastante simplória, podemos definir o espaço histórico como o local onde o evento histórico é concebido. No entanto, podemos partir para uma reflexão mais profunda do que somente situar o fato em si. Por exemplo, é extremamente importante refletir sobre a localidade como um todo, ou seja, se determinado fato ocorre em uma cidade, devemos contextualizar esta cidade em relação ao seu papel do estado e na nação como um todo, entendendo suas particularidades.
Neste caminho do conceito de espaço histórico, não podemos deixar de citar o papel fundamental da Geografia como disciplina auxiliar, não no sentido de menosprezo, mas com contribuições fundamentais para o entendimento de determinados conceitos que acabamos emprestando deste campo do conhecimento, como os de “território”, “região” e “fronteira”.      A própria concepção de História Regional fundamenta-se na delimitação geográfica da sua área de atuação.
 
 
 
Também é necessário pensar o espaço para além da delimitação dos mapas. Afinal de contas, os mapas são construções históricas, não são dados pela natureza. Um exemplo clássico das dificuldades que podemos encontrar quando analisamos as concepções espaciais com o viés da história é no estudo da História da África. Ora, sabemos que as fronteiras atuais do continente africano foram em sua maioria impostas pelos colonizadores europeus e não respeitam as “fronteiras” culturais e étnicas dos povos africanos. Este é um claro confronto que não é perceptível apenas quando trabalhamos com o mapa, mas ele surge com força e importância ao contextualizarmos este espaço histórico.
Além disso, devemos ter em mente que as delimitações sociais, culturais e econômicas podem e devem ser consideradas na atuação do historiador. Se o historiador se propõe a analisar o Nordeste brasileiro, ele tem que ter em mente que esta definição “nordeste” não significa apenas uma delimitação geográfica, mas que a uma série de considerações e variáveis dentro desta macrorregião “nordeste” que devem ser consideradas, tais como aspectos populacionais, culturais, econômicos e sociais.
 
Também temos que ter em mente que há novos espaços nos dias de hoje, principalmente para nós que estamos ligados por esta webaula através de um lugar que fisicamente não existe.
PARA REFLETIR 
Apesar da proximidade entre História e Geografia, perceptível nos estudos das questões espaciais na História, por que a fusão destes dois campos nos “Estudos Sociais” é tão criticada?
Aproveitem este questionamento e apresentem o seu ponto de vista, no fórum da disciplina, discutido com os demais colegas.
 Nesta unidade tivemos um importante diálogo sobre tópicos fundamentais para a formação do historiador e do professor de História. Espaço, tempo, sujeitos e conceitos históricos são uma espécie de pedra angular da formação do historiador. Lembre-se de comentar as questões para reflexão no fórum da disciplina. A todos bons estudos e não esqueçam de aprofundar seus estudos, partindodos materiais extras proporcionados nesta webaula.
REFERÊNCIAS
 
AGUIRRE ROJAS, Carlos Antonio. Fernand Braudel e as ciências humanas [livro eletrônico] / Carlos Antonio Aguirre Rojas; tradução: Jurandir Malerba. – Londrina: Eduel, 2013.
AUSUBEL, P. David; NOVAK, Joseph D.; HANESIAN, Helen. A aquisição dos conceitos. In: Psicologia educacional. 2. ed. Rio de Janeiro: Interamericana, 1980.
CARDOSO, Ciro Flamarion. Tempo e história. Universidad de Costa Rica, Escuela de História. Costa Rica: Cuardenos Digitales, 2004. Disponível em: <http://historia.fcs.ucr.ac.cr/cuadernos/c-24his.htm>. Acesso em: 25 nov. 2015.
CARR, Edward Hallet. Que é história? Rio de Janeiro: Paz e Terra, 3. ed. 1982.
FREITAS, Itamar. O que são conceitos históricos? In: Aprender e ensinar história nos anos finais da escolarização básica. Aracaju: Criação, 2014. p. 61-100.
GLEZER, Raquel. Tempo e história. In: ciência e cultura.  São Paulo, v. 54, n. 2, out. 2002. Disponível em:. Acesso em:  31 mar.  2014.
HEGEL, GWF. A fenomenologia do espírito. Petrópolis: Vozes, 1992.
HIMMELFARB, Gertrude. The new history and the old: critical essays and reappraisals. Cambridge (Mass.): Harvard University Press, 1987.
KANT, Immanuel. Ideia de uma história universal de um ponto de vista cosmopolita, Lisboa: Luso Sofia: press, 1784. Disponível em: <http://www.lusosofia.net/textos/kant_ideia_de_uma_historia_universal.pdf>. Acesso em: 9 nov. 2015.
LIMA, Carlos Augusto. Espaço e tempo: implicações no ensino de história. ANPUH – XXIII SIMPÓSIO NACIONAL DE HISTÓRIA – Londrina, 2005. Disponível em: <http://anpuh.org/anais/wp-content/uploads/mp/pdf/anpuh.s23.0177.pdf>. Acesso em: 23 nov. 2015.
MEC, PORTAL DO PROFESSOR, 2009. Disponível em: <http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=5455>. Acesso em: 02 dez. 2015
NASCIMENTO, Regina M. L. Oliveira. O conceito de tempo histórico na formação inicial do professor de história. Dissertação de Mestrado. Florianópolis: UFSC, 2002.
SILVA, Kalina Vanderlei; SILVA, Maciel Henrique. Dicionário de conceitos históricos. 2. ed. São Paulo: Contexto, 2009.

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