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cap 9 Fernando Cardim

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A TEORIA DA POLÍTICA
MONETÁRIA DO MODELO
MONETARISTA
INTRODUÇÃO
Em oposição à velha tradição keynesiana, Milton Friedman, o maior expoente
do monetarismo, tentou demonstrar durante as décadas de 1950 e 1960 que a
moeda importa. Segundo Friedman, é possível reduzir a taxa de desemprego
com políticas monetárias expansionistas, ainda que apenas temporariamente.
Daí vem a denominação dessa corrente, o monetarismo, em oposição ao fisca-
lismo keynesiano. Friedman apoia suas ideias no tripé: taxa natural de desem-
prego, curva de Phillips e expectativas adaptativas.
Inicialmente, este capítulo apresenta a teoria que sustenta a hipótese da
existência de uma taxa natural de desemprego na economia que é o ponto de
partida para a construção da teoria da política monetária friedmaniana. Poste-
riormente, apresenta-se a teoria da curva de Phillips com expectativas adaptati-
vas, isto é, expectativas em que os agentes levam em conta somente as informa-
ções sobre o passado. Uma versão especial da curva de Phillips, chamada de
aceleracionista, também é tratada no capítulo. Por último, apresentam-se duas
proposições friedmanianas. A primeira é que apesar de a política monetária ser
eficaz para alterar variáveis reais, ela não deve ser utilizada para este fim. A se-
gunda, que todo processo inflacionário tem causa monetária e que, portanto,
uma política monetária contracionista é a única solução desinflacionista, a qual
terá como efeito, necessariamente, o aumento do desemprego.
9.1. A TAXA NATURAL DE DESEMPREGO
A hipótese da existência de uma taxa natural de desemprego é o ponto de par-
tida para a construção da teoria da política monetária friedmaniana. Quando a
economia está em repouso, isto é, não está sob o efeito de nenhuma interven-
ção de política macroeconômica, a sua taxa corrente de desemprego é igual à
taxa natural. O termo natural foi usado, por Friedman, no sentido wicksellia-
no: separar as causas de natureza estrutural e institucional das causas interven-
cionistas-monetárias. Portanto, a taxa natural é aquela taxa de desemprego que
incorpora as características estruturais e institucionais do mercado de trabalho
CAPÍTULO
9
e do mercado de bens, tais como a tecnologia, as imperfeições, as variações sazonais na demanda e oferta,
o custo e o tempo de coletar informações sobre vagas disponíveis e o custo e o tempo de mobilidade de
um emprego para outro – entre outras características. Quando a economia possui uma taxa de desem-
prego igual à sua taxa natural, somente vigoram o desemprego friccional e o desemprego voluntário.
Em seguida, o significado desses dois tipos de desemprego é explicado.
O desemprego friccional é aquele em que os trabalhadores estão apenas temporariamente de-
sempregados, isto é, estão em transição entre um emprego e outro. Por um lado, os trabalhadores
possuem diferentes habilidades e anseios salariais, por outro, para os diversos postos de trabalho
são exigidos diferentes conhecimentos e são oferecidas diferenciadas remunerações. Contudo, as
informações entre os candidatos e os empresários que estão oferecendo as vagas com determinadas
características não são instantâneas. Há ainda que se considerar que a mobilidade geográfica dos
trabalhadores e os processos de admissão das empresas não são imediatos. Assim, o desemprego
existente em função de incompatibilidades passageiras entre os trabalhadores e as vagas é chamado
de desemprego friccional.
O desemprego voluntário é aquele em que os trabalhadores estão decididamente desempregados
porque consideram que não vale a pena trabalhar pelo salário real que lhes é oferecido. Tanto as horas
livres para o lazer proporcionado pelo desemprego quanto os bens adquiridos com o salário pago pelo
trabalho proporcionam satisfação. Os trabalhadores cujas preferências indicam que a satisfação das
horas livres é maior que aquela que poderia ser proporcionada pelo salário real em vigor decidem vo-
luntariamente por não trabalhar. Os trabalhadores que estão empregados têm preferências inversas.
Eles avaliam que os bens-salário geram uma satisfação superior às horas de lazer devido à condição
de desemprego voluntário. Enfim, quando a taxa de desemprego da economia é igual à sua taxa natu-
ral, todos estão satisfazendo as suas preferências, empregados ou não. Não existe, então, desemprego
involuntário.
Tanto Friedman quanto os novos clássicos (cujas ideias serão discutidas no próximo capítulo) enfa-
tizam que a taxa natural não é imutável, nem inalterável. Muitas das características estruturais ou insti-
tucionais de uma economia, incluindo as preferências dos agentes, podem mudar com o passar do tem-
po, assim, mudando a taxa natural de desemprego. E muitas das características institucionais podem ser
alteradas, por exemplo, podem ser melhorados os processos de informação sobre a oferta de vagas dis-
poníveis, alterando dessa forma a taxa natural de desemprego.
De acordo com o arcabouço teórico monetarista, a taxa corrente de desemprego corresponde à taxa
natural de desemprego quando o conjunto de trabalhadores (empregados ou não) está obtendo satisfa-
ção plena. A hipótese da taxa natural pode ser resumida na noção de que existe um único ponto de de-
semprego (friccional e voluntário) de equilíbrio na economia em que os agentes têm as suas preferên-
cias satisfeitas. Será visto que quando a economia se encontra em posição de desequilíbrio, isto é, a sua
taxa corrente de desemprego é diferente da taxa natural, existirão trabalhadores cujas preferências não
estão sendo satisfeitas.
Como o ponto de equilíbrio econômico é único, diz-se que o equilíbrio possui a propriedade da
unicidade. Diz-se ainda que o equilíbrio é estável ou, equivalentemente, que possui a propriedade
da estabilidade, porque a taxa corrente de desemprego converge em direção à taxa natural na ausência
de intervenções monetárias. Tal propriedade vigora, dado que o monetarismo considera que os merca-
dos se equilibram via variações em preços e salários, que são considerados plenamente flexíveis. Todos
os detalhes sobre esse processo de convergência serão discutidos nas duas próximas seções.
O Gráfico 9.1 resume algumas das ideias até aqui expostas sobre a taxa natural de desemprego. A
taxa natural de desemprego muda ao longo do tempo em função, por exemplo, de mudanças nas prefe-
rências dos trabalhadores entre lazer e trabalho e de melhorias em outras condições, entre elas uma mo-
bilidade geográfica maior dos trabalhadores ou a busca de empregos e empregados via Internet. O grá-
fico mostra também que somente existe, para cada período t, um único ponto de equilíbrio econômico,
o ponto em que existe a coincidência entre a taxa natural e a taxa corrente de desemprego. E, por último,
pode-se perceber que a taxa corrente de desemprego gravita em torno da taxa natural de desemprego, o
que indica que vigora a propriedade da estabilidade.
114 A Teoria da Política Monetária do Modelo Monetarista ELSEVIER
9.2. A CURVA DE PHILLIPS COM EXPECTATIVAS ADAPTATIVAS
No modelo monetarista, os trabalhadores formam expectativas de preços utilizando-se exclusivamente
de infomações sobre o passado. A fórmula apresentada a seguir é um dos exemplos de processos de for-
mação de expectativas consistentes com o modelo, que são chamadas genericamente de expectativas
adaptativas:
� �P Pt
e
t� �1 (1)
Na equação 1, a expectativa de inflação para o período t é exatamente a inflação do período imedia-
tamente anterior. No Apêndice deste capítulo, é desenvolvida uma fórmula, também compatível com o
modelo monetarista, em que o agente forma suas expectativas de inflação com base na expectativa que
teve para o período anterior e no erro que cometeu, isto é, faz uma média ponderada entre a sua expecta-
tiva de inflação para o período anterior e a inflação efetiva nesse período.
Partindo-se de uma situação de equilíbrio, em que o estoque de moeda tenha sido mantido constan-te por vários períodos, uma expansão monetária provocará uma redução da taxa corrente de desempre-
go em relação à taxa natural, se as expectativas são formadas tal como na equação 1. Caso haja uma ex-
pansão monetária, os empresários podem oferecer um salário nominal mais elevado aos trabalhadores
que estão voluntariamente desempregados. Estes, por sua vez, pensarão que um salário nominal mais
elevado representa um salário real mais elevado. Suas expectativas são de que não haverá inflação por-
que os preços estavam constantes no passado, já que o estoque de moeda não foi alterado por vários pe-
ríodos. No modelo monetarista, o nível de preços é função direta do estoque de moeda. Dessa forma, al-
guns trabalhadores, antes ociosos, aceitarão trabalhar pelo novo salário esperado. Outros ainda conti-
nuarão considerando que o salário real esperado mais elevado não proporcionará mais satisfação que as
horas de lazer e, então, continuarão a manter a sua condição de desemprego voluntário.
Dentre aqueles trabalhadores que até então estavam na condição de desempregados voluntariamen-
te, alguns pensarão que o salário esperado gerará mais satisfação do que as horas de lazer que têm des-
frutado, e, por isso, preferirão trabalhar, abandonando a condição de desempregados. A consequência é
que a taxa corrente de desemprego torna-se menor do que a taxa natural. Entretanto, o salário nominal
mais elevado não representará um salário real mais elevado porque os preços estão aumentando em fun-
ção da expansão do estoque de moeda. Haverá uma decepção de expectativas – afinal, não havia expec-
tativas de qualquer inflação, tal como mostra a equação 1.
A Teoria da Política Monetária do Modelo Monetarista 115
t
Un
Un
Ut
Ut
= Taxa Natural de Desemprego
= Taxa Corrente de Desemprego
U
GRÁFICO 9.1
A Taxa Natural de Desemprego e a Taxa Corrente de Desemprego
Os trabalhadores, contudo, somente perceberão que estavam sofrendo de ilusão monetária quando
estiverem realizando suas compras. Nesse momento, irão perceber que o salário que receberam não pode
adquirir os bens e serviços que gerariam mais satisfação do que o lazer que estavam desfrutando enquanto
estavam ociosos. A elevação de preços, somente percebida a posteriori, fez com que o aumento nominal
de salários não representasse um aumento real. Desfeita a ilusão monetária, os trabalhadores decidem re-
tornar ao desemprego voluntário que lhes proporcionava um nível mais elevado de satisfação do que o
emprego é capaz de proporcionar. Em suma, uma expansão monetária (tal como esta que foi descrita) re-
duz o desemprego. Entretanto, reduz também o nível de satisfação dos trabalhadores que estavam mone-
tariamente iludidos. Por isso, quando a ilusão se desfaz, o desemprego se recompõe.
A chamada curva de Phillips versão Friedman, apresentada no Gráfico 9.2, pode expressar os resul-
tados de uma política monetária expansionista em que se parte de uma situação de equilíbrio sem de-
cepção de expectativas – o ponto A, onde a taxa corrente de desemprego é igual à taxa natural de de-
semprego. Neste ponto, a inflação esperada é igual à inflação efetiva; portanto, a inflação do presente é
igual à inflação do passado. Quando os trabalhadores subestimam a inflação futura em razão de uma polí-
tica monetária expansionista, o desemprego se reduz, por exemplo, para o ponto B, onde a taxa corrente
de desemprego é menor do que a taxa natural. A curva de Phillips indica que quanto maior for a decepção
de expectativas, maior será a diferença entre a taxa corrente e a taxa natural de desemprego.
9.3. A CURVA DE PHILLIPS ACELERACIONISTA
Pode-se perceber que, após ter sido implementada uma política monetária que aumenta a taxa de inflação
e reduz o desemprego, os trabalhadores sempre acabam percebendo que foram iludidos e retornam à con-
dição original de desempregados voluntariamente em que sua satisfação era maximizada. Percebe-se que,
de fato, este equilíbrio é estável. O desemprego aumenta novamente e a taxa corrente volta a igualar-se à
taxa natural. Para que o desemprego permaneça abaixo da taxa natural é necessário que os trabalhadores
sejam iludidos continuamente. Para tanto, é necessário que seja implementada uma política de aumento
das variações positivas do estoque de moeda. Tal política aumentará continuamente a taxa de inflação,
isto é, irá acelerar a velocidade de crescimento do preços. Somente assim os trabalhadores subestimarão a
inflação futura de forma permanente. A inflação presente será sempre maior do que a inflação passada e a
taxa corrente de desemprego permanecerá em um nível inferior à taxa natural de desemprego.
A curva de Phillips versão Friedman aceleracionista, apresentada no Gráfico 9.3, é capaz de descre-
ver a situação em que o desemprego permanece abaixo do desemprego natural. Na curva de Phillips K,
116 A Teoria da Política Monetária do Modelo Monetarista ELSEVIER
P – P
e• •
Un Ut
A
B
GRÁFICO 9.2
A Curva de Phillips Versão Friedman
os trabalhadores possuem uma determinada expectativa inflacionária que é � ’P e � 0. A economia está,
inicialmente, no ponto A, em que a inflação efetiva confirma as expectativas e a taxa de desemprego é
igual à taxa natural. Se uma expansão monetária provoca uma taxa de inflação superior à inflação espe-
rada, a economia se desloca, por exemplo, para o ponto B, em que a taxa corrente de desemprego (U*) é
menor do que a taxa natural e a taxa de inflação efetiva é � �’ ’P P e� � 0.
Ainda no ponto B, os trabalhadores percebem que a variação de preços superou as suas expectati-
vas. Assim, a economia se deslocaria do ponto B para o ponto C, em que a taxa corrente de desemprego
seria novamente igual à taxa natural de desemprego. A política monetária implementada deslocaria a
curva de Phillips da economia de K para L. O novo ponto de equilíbrio da economia seria subótimo por-
que os agentes teriam que conviver com uma taxa constante de inflação � ’P . Na curva L, as expectativas
inflacionárias incorporaram a inflação que ocorreu no período em que a economia se deslocou de A
para B. A expectativa inflacionária da curva L é � ”P e .
Para que a taxa de desemprego permaneça no nível U*, antes que a economia retorne ao ponto de
equilíbrio C, uma nova política com uma taxa de expansão monetária superior à taxa da política que fez
a economia se deslocar de A para B deve ser implementada. A política monetária deve ter essa caracte-
rística expansionista porque é necessário que uma inflação superior a � ’P ocorra já que, agora, no ponto
B, a expectativa inflacionária é a mesma do ponto C, isto é, � �” ’P Pe � .
Se, então, uma política monetária que provoque aceleração da inflação é implementada, a econo-
mia se deslocará, por exemplo, para o ponto D (e não para o ponto C) em que a taxa de desemprego é in-
ferior à taxa natural. Ainda no ponto D, os trabalhadores percebem que a variação de preços superou as
suas expectativas. Assim, a economia se deslocaria do ponto D para o ponto E, em que a taxa corrente
de desemprego seria novamente igual à taxa natural de desemprego. Na curva M, a nova curva de Phil-
lips da economia, as expectativas inflacionárias incorporaram a inflação que ocorreu no período em que
a economia se deslocou de B para D. A expectativa inflacionária da curva M é � ’”P e . É importante ressal-
tar que � � �’” ” ’P P Pe e e� � = 0. Se o mesmo procedimento monetário, isto é, uma política que torne a infla-
ção crescente é implementado diante da situação expectacional do ponto D, a economia se deslocará
deste ponto para o ponto F e não para o ponto E.
Em resumo, para que a taxa corrente de desemprego (U*) seja mantida é necessário que os trabalha-
dores sejam, de forma permanente, iludidos. Para tanto, o governo deveria ampliar a variação do esto-
que de moeda que realizou no período anterior. Sendo assim, as expectativas dos trabalhadores subesti-
mariam a inflação futura eo desemprego permaneceria abaixo da taxa natural.
A Teoria da Política Monetária do Modelo Monetarista 117
A
C
E
B
D
U
M(
•
P
e' ' ')
L(
•
P
e' ')
K(
•
P = 0)
e'
•
P'
•
P' '
•
P' ' '
•
P
U* Un
F
GRÁFICO 9.3
A Curva de Phillips Versão Friedman Aceleracionista
9.4. FRIEDMAN E O ATIVISMO MONETÁRIO
Como já visto, no modelo de Friedman, a variação do nível de preços é função direta da expansão mo-
netária. Assim, salários reais esperados superiores aos vigentes seriam apenas uma ilusão passageira
para os trabalhadores. Estes abandonariam o desemprego voluntário porque estavam iludidos. Se ob-
servaram alguma variação de preços, avaliaram que tal variação (decorrente do expansionismo monetá-
rio) era relativa, mas em realidade era absoluta. Então, uma política monetária eficaz em relação ao
nível de emprego seria aquela capaz de iludir os trabalhadores. Mais ainda, a política monetária somen-
te seria eficaz em relação ao desemprego durante o período de ilusão. Desfeita esta sensação, os traba-
lhadores que foram iludidos retornariam à condição de desempregados voluntários, isto é, a economia
retornaria à posição original única de equilíbrio em que a taxa corrente de desemprego se igualaria à
taxa natural. Portanto, costuma-se dizer que, no modelo monetarista, a política monetária somente é efi-
caz no curto prazo. No longo prazo, seria neutra, somente alteraria o valor nominal das variáveis preço,
salário e outras. Como a política monetária não é capaz de alterar em definitivo a situação da economia,
Friedman se opõe ao seu uso.
Para manter a taxa corrente de desemprego abaixo da taxa natural, como visto na seção anterior, os
dirigentes do Banco Central deveriam manter os trabalhadores em permanente estado de ilusão mone-
tária. Dado que no modelo friedmaniano os agentes econômicos formam expectativas do tipo adaptati-
vas, isto somente seria possível se a inflação fosse crescente. Somente uma inflação em aceleração im-
pediria a adaptação dos trabalhadores às variações de preços registradas – criando, consequentemente,
um contexto de contínua ilusão monetária. Em tal contexto, os trabalhadores teriam suas preferências
individuais não satisfeitas em virtude dos cálculos incorretos que realizam quando comparam a satisfa-
ção que os salários esperados podem oferecer e a satisfação proporcionada pelas horas de lazer. Já que
uma política de expansionismo monetário pode reduzir o nível de satisfação individual dos trabalhado-
res, Friedman se opõe ao seu uso.
Ademais, o monetarismo identificou dois tipos de defasagens, na condução da política monetária,
que formam a base de outros de seus argumentos contrários à sua utilização. A primeira defasagem,
também chamada de defasagem interna, refere-se ao intervalo de tempo que transcorre entre um cho-
que econômico (que aumenta o desemprego, por exemplo) e a ação das autoridades monetárias em res-
posta ao distúrbio. Tal defasagem ocorre porque há uma demora no reconhecimento do problema e na
implementação das medidas corretivas. A segunda, chamada de defasagem externa, é decorrente do in-
tervalo que ocorre entre a implementação das medidas e os seus efeitos sobre a economia. Esta última
acontece porque as políticas monetárias não exercem um impacto imediato sobre as variáveis reais da
economia. Tais defasagens podem transformar a política monetária em uma fonte desestabilizadora.
Por exemplo, em uma fase recessiva, implementa-se uma política monetária expansionista. Suponha-
mos que as condições econômicas sejam favoráveis à recuperação da economia exatamente no momen-
to em que os efeitos da política monetária começam a se tornar reais. O resultado é um superaquecimen-
to. Nesse caso, segundo Friedman, a tentativa de estabilizar teria sido malsucedida: apenas teria inverti-
do o sentido do desequilíbrio.
Enfim, “tarde demais e em demasia tem sido a prática geral” quanto à política monetária, segun-
do Friedman, no seu célebre artigo intitulado The Role of Monetary Policy, publicado na American
Economic Review, em março de 1968. Portanto, ele concluiu no mesmo texto que, apesar de eficaz, a
política monetária pode ser perigosamente desestabilizadora. Friedman resumiu sua posição na se-
guinte passagem:
“... a razão da propensão ao exagero parece clara: a falha das autoridades em não levar em conta o hia-
to entre suas ações e os efeitos subsequentes sobre a economia. Elas tendem a determinar as suas
ações pelas condições de hoje – mas suas ações afetarão a economia unicamente seis, nove, doze ou
quinze meses mais tarde. Então, elas se sentem impelidas a pisar no freio, ou no acelerador, confor-
me o caso, de forma violenta.”
118 A Teoria da Política Monetária do Modelo Monetarista ELSEVIER
Alternativamente ao ativismo monetário (isto é, ao discricionarismo), a proposição de Friedman é
que a autoridade adote regras para a gestão da moeda. Seu receituário é uma meta de expansão monetá-
ria publicamente pré-anunciada, algo em torno de 3% a 5% a.a. Isto porque seria melhor ter uma taxa
fixa, que produziria, segundo Friedman, uma inflação ou uma deflação moderadas – desde que fossem
constantes – do que sofrer perturbações amplas e irregulares, que são uma decorrência inevitável do
discricionarismo monetário.
9.5. OS CUSTOS DA DESINFLAÇÃO E A TAXA DE SACRIFÍCIO
Como os monetaristas acreditam que a inflação é um fenômeno essencialmente monetário, isto é, que a
taxa de inflação é proporcional à taxa de variação do estoque de moeda da economia, sugerem que a infla-
ção deve ser eliminada por intermédio da redução da taxa de crescimento do estoque monetário. Contudo,
uma redução da taxa de expansão monetária resulta em aumento da taxa corrente de desemprego em rela-
ção à taxa natural. O dilema enfrentado pelas autoridades monetárias é que quanto maior a contração mo-
netária visando a uma redução drástica da inflação, maior será o desemprego corrente em relação ao
desemprego expresso pela taxa natural. Se as autoridades desejarem combater a inflação com menores
custos sociais, terão que reduzir a inflação gradualmente. Esse problema é apresentado no Gráfico 9.4.
A seguir são apresentados dois exemplos de políticas anti-inflacionárias compatíveis com o modelo
monetarista. No primeiro caso, é descrita uma política de redução drástica da inflação e em curto espaço
de tempo e, no segundo, é dado um exemplo de redução gradual da inflação que consome um tempo
maior. Cabe ressaltar que outras inúmeras políticas poderiam ser apresentadas, inclusive aquelas que ti-
vessem como consequência uma redução de salários nominais e preços, pois é a plena flexibilidade des-
sas variáveis que permite que tais políticas sejam bem-sucedidas.
A economia está, inicialmente, no ponto A com uma taxa de inflação � ’”P e com sua taxa corrente de
desemprego coincidindo com a sua taxa natural. Se as autoridades desejarem eliminar a inflação, terão
que estancar integralmente a variação do estoque de moeda que causa a variação do nível de preços � ’”P .
Se isto é feito, os salários nominais não poderão ser reajustados. Esta variação nula dos salários nomi-
nais será interpretada pelos trabalhadores como uma redução dos salários reais, já que suas expectativas
são � ’”P e > 0. Isto provocará uma redução da oferta de trabalho e um aumento do desemprego, que terá
uma taxa B que é muito maior do que o desemprego natural.
Se o governo decide, contudo, baixar gradualmente a inflação (reduzindo a variação do estoque mo-
netário em relação ao período imediatamente anterior) de � ’”P para � ”P a economia se deslocará inicialmen-
te para o ponto C’, onde o desemprego resultante dessa política terá taxa D que é maior que a taxa natural
(mas é inferior a B). Posteriormente, a economia se deslocará para o ponto C. Se as autoridades desejarem
eliminar a inflação, terão que estancar integralmente a variação do estoque de moeda que causa avariação
do nível de preços � ”P . Se isto é feito, os salários nominais não poderão sofrer qualquer reajuste. Esta
variação nula dos salários nominais será interpretada pelos trabalhadores como uma redução dos salários
reais, já que suas expecativas são � ”P e > 0. Isto provocará uma redução da oferta de trabalho e um aumento
do desemprego, que retornará à taxa D. Finalmente, a economia se deslocará para o ponto E de equilíbrio
ótimo, com o desemprego coincidindo com o desemprego natural e em que a taxa de inflação é zero.
Comparando-se o tratamento de choque com o tratamento gradualista, percebe-se que este último
provoca uma taxa de desemprego bastante inferior à política de choque monetário. Contudo, a transição
da economia que segue a sequência de pontos A-C’-C-D-E consome um tempo muito superior à se-
quência A-B-E. Esse é o dilema que as autoridades monetárias têm que enfrentar: se desejam eliminar
rapidamente a inflação, causarão um enorme desemprego; inversamente, se não desejam criar um ele-
vado desemprego terão que aceitar a cura da inflação em tempo maior. Do que foi visto até o momento,
pode-se escrever a seguinte equação:
� � ( )P P U Ut t t n� � � � ��1 0� � (2)
A Teoria da Política Monetária do Modelo Monetarista 119
A equação 2 diz que a desinflação somente pode ser alcançada com o aumento do desemprego em
relação a taxa natural. Se α for igual a 1 (um), t o período de um ano e a taxa natural de desemprego
igual a 6%, pode-se dizer que, por exemplo, se a taxa de inflação é de 12%, então, a taxa corrente de de-
semprego alcançará a taxa de 18%, caso o governo queira reduzir a taxa de inflação para 0% em único
período, isto é, de um ano para o outro. Esses cálculos são apresentados a seguir:
0% – 12% = –1(Ut – 6%)
– 12% = – (Ut – 6%)
12% = Ut – 6%
Ut = 18%
Caso as autoridades monetárias desejassem reduzir gradualmente a variação do nível de preços, po-
deriam reduzir no primeiro ano a inflação, por exemplo, para 8%. O desemprego atingiria, então, nesta
primeira fase, 10%. No segundo ano, poderia reduzir de 8% para 4%; o desemprego atingiria novamen-
te a taxa de 10%. No terceiro ano, poderia eliminar a inflação, e a taxa de desemprego voltaria a atingir
10%. O dilema é exatamente esse. O governo pode acabar com a inflação de um ano para o outro, mas
faria a taxa de desemprego crescer de 6% para 18%. Alternativamente, poderia zerar a inflação em três
anos, somente provocando um desemprego de 10%, somente 4% além da taxa natural de 6%.
O que foi visto é precisamente o que é chamado de taxa de sacrifício (TS) que é a taxa que mede
quanto de desemprego além da taxa natural será necessário para se reduzir a inflação em um determinado
montante. Se no exemplo apresentado, com tratamento de choque, era necessário aumentar o desemprego
em 12 pontos percentuais (além da taxa natural) para reduzir a inflação em 12 pontos percentuais, diz-se
que a TS é igual a 1 (um). No exemplo visto, com tratamento gradualista – onde para se reduzir a inflação
em 4 pontos percentuais por ano é necessário criar um desemprego de 4 pontos percentuais acima da taxa
natural – diz-se que a TS também é igual a 1 (um). Logo, pode-se escrever a seguinte equação:
TS P P
U U
t t
t n
�
�
�
�
�1
�
ou seja, a taxa de sacrifício é sempre igual a α se as expectativas são adaptativas.
120 A Teoria da Política Monetária do Modelo Monetarista ELSEVIER
D
J(
•
P
e'
= 0)
L(
•
P
e' ' ')
K(
•
P
e' ')
•
P
'
•
P
' '
•
P
' ' '
Un
C’C
A
UE
B
•
P
GRÁFICO 9.4
A Curva de Phillips Versão Friedman: gradualismo e choque
RESUMO
1. A hipótese da existência de uma taxa natural de desemprego é o ponto de partida para a construção da teoria da
política monetária friedmaniana. Quando a economia está em repouso, isto é, não está sob o efeito de nenhu-
ma intervenção de política macroeconômica, a sua taxa corrente de desemprego é igual à taxa natural. Quando
a economia possui uma taxa de desemprego igual à sua taxa natural somente vigoram o desemprego friccional
e o desemprego voluntário.
2. No modelo monetarista, os trabalhadores formam expectativas de preços utilizando-se exclusivamente de in-
fomações sobre o passado. A fórmula apresentada a seguir é um dos exemplos de processos de formação de
expectativas consistentes com o modelo, que são chamadas genericamente de expectativas adaptativas:
� �P Pt
e
t� �1 .
3. A curva de Phillips com expectativas adaptativas pode mostrar por que a moeda não é neutra durante um de-
terminado período de tempo. Se há uma expansão monetária, os empresários podem oferecer um salário no-
minal mais elevado aos trabalhadores que estão voluntariamente desempregados. Estes, por sua vez,
considerarão que um salário nominal mais elevado representa um salário real mais elevado. Dessa forma, par-
te dos trabalhadores aceitará trabalhar pelo novo salário esperado.
4. Como os efeitos reais da política monetária somente permanecem durante o período em que os trabalhadores
estão sofrendo de ilusão monetária, para que o desemprego permaneça abaixo da taxa natural é necessário que
os trabalhadores sejam iludidos continuamente. Para tanto, é necessário que a política monetária aumente
continuamente a taxa de inflação, isto é, deve acelerar a velocidade de crescimento dos preços. Somente assim
os trabalhadores subestimarão a inflação futura permanentemente. A inflação presente será sempre maior do
que a inflação passada e a taxa corrente de desemprego permanecerá em um nível inferior à taxa natural de de-
semprego.
5. Em um contexto de contínua ilusão monetária, os trabalhadores teriam suas preferências individuais não
satisfeitas, em virtude dos cálculos incorretos que realizam quando comparam a satisfação que os salários
esperados podem oferecer e a satisfação proporcionada pelas horas de lazer. Já que uma política de expansio-
nismo monetário pode reduzir o nível de satisfação individual dos trabalhadores, Friedman opõe-se ao seu
uso.
6. Como os monetaristas acreditam que a inflação é um fenômeno essencialmente monetário, isto é, que a taxa
de inflação é proporcional à taxa de variação do estoque de moeda da economia, sugerem que a inflação deve
ser eliminada por intemédio da redução da taxa de crescimento do estoque monetário. Contudo, uma redução
da taxa de expansão monetária resulta em aumento da taxa corrente de desemprego em relação à taxa natural.
O dilema enfrentado pelas autoridades monetárias é que quanto maior a contração monetária visando a uma
redução drástica da inflação, maior será o desemprego em relação ao desemprego expresso pela taxa natural.
Caso as autoridades desejem combater a inflação com menores custos sociais, terão que reduzir a inflação gra-
dualmente.
TERMOS-CHAVE
� Taxa Natural de Desemprego � Taxa Corrente de Desemprego � Desemprego Friccional
� Desemprego Voluntário � Unicidade do Equilíbrio � Estabilidade do Equilíbrio
� Expectativas Adaptativas � Curva de Phillips � Aceleracionismo
� Neutralidade Monetária � Discricionarismo e Regras � Taxa de Sacrifício
BIBLIOGRAFIA COMENTADA
Friedman, M. (1968). The Role of Monetary Policy. American Economic Review, março, p. 1-17.
Esse é o texto mais importante para o entendimento da teoria monetarista da política monetária. Nele, Fried-
man apresenta a hipótese da taxa natural de desemprego, critica as políticas keynesianas de cunho intervencionis-
ta e mostra o que a política monetária pode fazer e o que ela não pode fazer.
A Teoria da Política Monetária do Modelo Monetarista 121
Friedman, M. (1988). Inflação e desemprego: a novidade da dimensão política. In: Clássicos de Literatura
Econômica. Rio de Janeiro: Ipea-Inpes.
Parkin, M. (1992). Adaptative Expectations. In: The New Palgrave Dictionary of Money and Finance. New-
man, P., Milgate, M. & Eatwell (editors). London: Macmillan.
Snowdon, B., Vane, H. & Wynarczyk(1994). A Modern Guide to Macroeconomics. Cheltenhan: Edward
Elgar.
Esse livro é bastante interessante porque dedica cada um de seus capítulos a uma escola de pensamento ma-
croeconômico. Como reconhecem seus autores no prefácio, “... a moderna macroeconomia é um tema excitante e
controverso”. O capítulo 4 do livro é dedicado a apresentar a corrente monetarista. A apresentação é feita a partir
de três tópicos que são centrais para o monetarismo: (i) a curva de Phillips com expectativas, (ii) a teoria quantita-
tiva da moeda e (iii) a abordagem do balanço de pagamentos e a determinação da taxa de câmbio.
122 A Teoria da Política Monetária do Modelo Monetarista ELSEVIER
APÊNDICE
A MATEMÁTICA DAS EXPECTATIVAS
ADAPTATIVAS
As expectativas adaptativas que caracterizam o modelo friedmaniano podem assumir uma forma mais
geral do que aquela apresentada neste capítulo. Os trabalhadores podem corrigir suas expectativas le-
vando em consideração o erro que cometeram no último período. Em outras palavras, as expectativas
podem ser formadas com base em uma média ponderada entre a expectativa e a inflação efetiva do últi-
mo período, tal como indicado a seguir:
� � ( )( � – � )P P P Pte te t te� � � � �� � �1 1 11 0 1� �
� � �
� �
( ) � �1 1 1� �P Pt te
(2)
(2’)
Quando α = 0, os trabalhadores somente levam em conta a inflação do período anterior para for-
mar suas expectativas de preço. Então, tem-se que � �P Pt
e
t� �1 , a equação 1. O parâmetro α não pode ser
igual 1. Neste caso, os trabalhadores teriam uma expectativa de inflação constante, o que é bastante
irrealístico.
Como mostram as equações 2 e 2’, os trabalhadores em cada período formam as suas expectativas
corrigindo a expectativa que formaram no período anterior por uma fração do erro que cometeram neste
mesmo período. Então, por repetidas substituições das expectativas de inflação em cada período, ob-
tém-se das equações 2 e 2’, o seguinte resultado:
� �( )P Pte
j
� �
�
	
1
1
� �
j
t jP
–
–
�1 (3)
Para se obter a equação 3, basta substituir a equação 4 (abaixo) que representa as expectativas que
os agentes tiveram no período t–1 em 2’. Então, substituindo-se 4, que é
� � ( )( � � )P P P Pte te t te� � � �� � � �1 2 2 21 � (4)
em 2’, obtém-se:
� ( ) � [ � ( )( � � ]P P P P Pte t te t te� � � � � �� � � �1 11 2 2 2� � �
� � � � � � �
� � � �
( ) � � ( ) � ( ) �1 1 11 2 2 2� � � � � �P P P Pt te t te
� � � � � � �
� ( ) � ( ) � ( ) �P P P Pte te t t� � � �� � � � � �1 2 2 2 11 1
� � � � �
2
2 2 11 1� ( ) � ( ) �P P Pte t t� � �� � � �
(5)
A Teoria da Política Monetária do Modelo Monetarista 123
Com mais um passo a equação 3 será facilmente deduzida. Agora, basta substituir a equação 6 (abai-
xo) que representa as expectativas que os agentes tiveram no período t–2 em 5. Então, substituindo-se
6, que é
� � ( )( � � )P P P Pte te t te� � � �� � � �2 3 3 31 � (6)
em 5, obtém-se:
� [ � ( )( � � ] ( )( � �P P P P P Pte te t te t� � � � � � �� � � �� � � �2 3 3 3 21 1 t�1 )
= � � � � � � � � � �
2
3
2
3
2
3 21 1 1� ( ) � ( ) � ( )( � �P P P Pte te t t� � � �� � � � Pt�1 )
� ( )( � � � ) �P P P P Pte t t t te� � � �� � � �1 2 3 2 1 3 3� � � � �
Realizando-se mais uma substituição, tais como as duas anteriores, obter-se-ia:
� ( )( � � � � ) �P P P P P Pte t t t t t� � � � �� � � � �1 3 4 3 2 1 4� � � � � �� � .
Então, se infinitas substituições são realizadas, obtém-se:
� ( ) �P Pte j
j
t j� �
�
�
	
�
1 1
1
� �
que é a equação 3.
124 A Teoria da Política Monetária do Modelo Monetarista ELSEVIER
	9 - A teoria da política monetária do modelo monetarista
	Introdução
	A taxa natural de desemprego
	A curva de phillips com expectativas adaptativas
	A curva de phillips aceleracionista
	Friedman e o ativismo monetário
	Os custos da desinflação e a taxa de sacrifício
	Apêndice: a matemática das expectativas adaptativas

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