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* Contas econômicas integradas por setores institucionais (Aula 4) Cap. 4, Feijó et al.(2008) * * CEI e setores institucionais A análise da CEI por setores institucionais é mais rica e detalhada e permite visualizar o mecanismo pelo qual empresas, administração pública, famílias e resto do mundo contribuem no processo de geração, apropriação, distribuição e uso da Renda Nacional. A abordagem das Contas Nacionais pela ótica dos setores institucionais foi originalmente criada por Keynes nos anos 40, a qual deu origem à primeira versão do Manual de Contas Nacionais das Nações Unidas em 1953. * * Setores institucionais: definição Setores Institucionais são unidades institucionais capazes de possuir bens e ativos; contrair responsabilidades e de se envolver em atividades econômicas e operações com outras unidades econômicas, sejam estas residentes ou não residentes no território nacional. * * Classificação dos Setores Institucionais (1) Empresas Não-financeiras: produzem bens e serviços através da transformação de insumos e da contratação de mão-de-obra. Empresas Financeiras: criam meios de pagamentos e/ou fazem intermediação de recursos de setores superavitários para os setores demandantes de recursos financeiros. * * Classificação dos Setores Institucionais (2) Administrações Públicas: prestam serviços de natureza pública e obtêm recursos via taxação de seus serviços ou cobrança de impostos; Famílias: têm por objetivo adquirir bens de consumo. São as unidades de produção não incluídas no setor empresas não-financeiras, como unidades rurais, algumas microempresas, IPSFL; Resto do Mundo: corresponde às transações econômicas de um país com as demais nações. * * Unidades institucionais As unidades institucionais podem ser: • Pessoas físicas ou grupos de pessoas agrupadas em famílias. As famílias podem compreender unidades de consumo, ou unidades produtivas sem a necessária constituição legal de uma empresa. • Pessoas jurídicas ou sociedades legalmente constituídas. As pessoas jurídicas compõem as empresas, administrações públicas, ou instituições sem fins lucrativos. * * Famílias: informações adicionais Se uma unidade produtiva pertencente à família não é legalmente (formalmente) constituída em empresa (sociedade, ou pessoa jurídica), é considerada como parte integrante do setor institucional família. Embora sejam primordialmente unidades consumidoras, as famílias também realizar qualquer tipo de atividade econômica: podem oferecer mão-de-obra e capital às empresas, e podem gerir as suas próprias unidades de produção na forma de empresas não constituídas legalmente. Nas Contas Nacionais do Brasil, a produção familiar compreende o setor informal. * * Empresas não-financeiras privadas Âmbito - Cadastro de empresas do IBGE x SRF, exceto empresas públicas, APU’s, empresas financeiras e de seguros; Fonte de dados - IRPJ, pesquisas do IBGE (indústria, comércio e serviços) e balanços. * * Empresas não-financeiras públicas Âmbito - empresas não-financeiras em nível federal, estadual e municipal, cujo controle acionário pertence ao governo Fonte de dados: Pesquisa Estatísticas Econômicas das Empresas Públicas Não-Financeiras - EPU Empresas reclassificadas como APU * * CEI com SI empresa não-financeira * * Conta Operações de Bens e Serviços e Operações Correntes com o Resto do Mundo São apresentadas como duas colunas no lado direito e esquerdo. Conta de Bens e Serviços: lado esquerdo: recursos ou a oferta de bens e serviços - importação e produção, juntamente com os impostos líquidos de subsídios sobre produtos. lado direito: usos do total da economia e do resto do mundo - exportações, consumo intermediário. Conta Resto do Mundo, do lado esquerdo (recurso) estão registradas as importações e do lado direito (uso) as exportações. Ver Planilha em Excel. * * CEI com setores institucionais Plan1 QUADRO 3.1 Bens e Serv. Resto do Mundo Operações, Saldos, Ativos e Passivos Resto do Mundo Bens e Ser. (Rec) (Rec.) Total da Economia Setores Institucionais Setores Institucionais Total da Economia (Usos) (Usos) Contas Correntes Usos Recursos Contas de Acumulação Variação de ativos Variação de passivos e patrimônio líquido Contas de Patrimônio Ativos Passivos e Patrimônio Líquido Plan2 Plan3 * * CEI com SI: Conta de Produção Plan1 Quadro 4. 3: Conta de Alocação da Renda EOB + ( W + Wr) + (Im – Sb) + RLP = RNB Brasil, 1995 – (R$ 1.000.000) Recurso Saldo das Rendas Líquidas de Propriedade (recebimentos – pagamentos). Saldo da Conta Setores Institucionais Excedente Operacional Bruto Remunerações Outros Impostos Líquidos sobre a Produção Renda Nacional Bruta Total da Economia EOB (W + Wr ) (Im – Sb) RLP RNB 298.374 247.133 100.54 -10.01 636.038 SIFIM -35.889 35.889 Empresas Não Financeiras1 EOB1 RLP1 RPrB1 159.93 -114.402 45.528 Empresas Financeiras 2 EOB2 RLP2 RPrB2 14.625 -3.784 10.841 Administrações Públicas 3 (Im – Sb )* 3 RLP3 RPrB3 100.54 -18.754 81.787 Famílias4 EOB4 (W + Wr )4 RLP4 RPrB4 159.708 247.133 91.041 497.882 Plan2 Setores Institucionais Recurso Uso Saldo da Conta Valor da Produção Impostos sobre Produtos Consumo Intermediário Total da Economia VPpb Ip Cipc PIB Emp. Não Financeiras1 VPpb 1 CIpc 1 PIB1 Empresas Financeiras2 VPpb 2 CIpc 2 PIB2 Administrações Públicas3 VPpb 3 CIpc 3 PIB3 Famílias4 VPpb 4 CIpc 4 PIB4 Plan3 Recurso PIB e Conta Corrente Setores Institucionais Recurso Uso Saldo da Conta PIB Remunerações Outros Imp. Líq. S/ a Produção* Excedente Operacional Bruto Total da Economia PIB (W + Wnr ) (Im – Sb) EOB SIFIM (-) SIFIM (-) SIFIM Imposto s/ Produto e Importação Ip Ip Emp. Não Financeiras1 PIB1 (W + Wnr )1 (Im – Sb ) 1 EOB1 Empresas Financeiras 2 PIB2 (W + Wnr )2 (Im – Sb ) 2 EOB2 Adm. Públicas3 PIB3 (W + Wnr )3 (Im – Sb ) 3 Famílias4 PIB4 (W + Wnr )4 (Im – Sb ) 4 EOB4 CONTA DE ALOCAÇÃO DA RENDA No Quadro 4.3 estão os valores para 1995 da conta de Alocação da Renda (2.1.2) por setor institucional. Nessa conta são feitos os ajustes entre os setores institucionais referentes ao pagamento e recebimento de rendas de propriedade (remuneração do capita Quadro 4. 3: Conta de Alocação da Renda EOB + ( W + Wr) + (Im – Sb) + RLP = RNB Brasil, 1995 – (R$ 1.000.000) Recurso Saldo das Rendas Líquidas de Propriedade (recebimentos – pagamentos). Saldo da Conta Setores Institucionais Excedente Operacional Bruto Remunerações Outros Impostos Líquidos sobre a Produção Renda Nacional Bruta Total da Economia EOB (W + Wr ) (Im – Sb) RLP RNB 298.374 247.133 100.54 -10.01 636.038 SIFIM -35.889 35.889 Empresas Não Financeiras1 EOB1 RLP1 RPrB1 159.93 -114.402 45.528 Empresas Financeiras 2 EOB2 RLP2 RPrB2 14.625 -3.784 10.841 Administrações Públicas 3 (Im – Sb )* 3 RLP3 RPrB3 100.54 -18.754 81.787 Famílias4EOB4 (W + Wr )4 RLP4 RPrB4 159.708 247.133 91.041 497.882 * * Conta de Geração da Renda com SI Plan1 Setores Recurso Uso Saldo da Conta: Institucionais Excedente Operacional Bruto PIB Remunerações Outros Impostos Líquidos sobre a Produção** Total da Economia PIB* (W + Wnr) (Im – Sb) EOB* Sociedades Não-Financeiras (1) VAB1 (W + Wnr)1 (Im – Sb) 1 EOB1 Sociedades Financeiras (2) VAB2 (W + Wnr)2 (Im – Sb) 2 EOB2 Administrações Públicas (3) VAB3 (W + Wnr)3 (Im – Sb) 3 Famílias (4) VAB4 (W + Wnr)4 (Im – Sb) 4 EOB4 Plan2 Plan3 Recurso Uso Saldo da Conta Setores Institucionais PIB Remunerações Outros Impostos Líquidos sobre a Produção Excedente Operacional Bruto Total da Economia PIB (W + Wnr ) (Im – Sb) EOB Imposto sobreProduto e Importação Ip Ip Empresas Não Financeiras1 PIB1 (W + Wnr )1 (Im – Sb ) 1 EOB1 Empresas Financeiras 2 PIB2 (W + Wnr )2 (Im – Sb ) 2 EOB2 Administrações Públicas3 PIB3 (W + Wnr )3 (Im – Sb ) 3 Famílias4 PIB4 (W + Wnr )4 (Im – Sb ) 4 EOB4 * * Conta de Geração da Renda PIB – ( W + Wnr) + (Im – Sb) = EOB Remunerações e Impostos sobre a Atividade são lançados como uso. Excedente Operacional Bruto obtido por diferença. Administrações Públicas têm Excedente Operacional Bruto nulo. Impostos sobre Produtos não são identificados por setor institucional. * * Conta de Alocação da Renda Plan1 Recurso Saldo das Rendas Líquidas de Propriedade (recebimentos – pagamentos). Saldo da Conta Setores Institucionais Excedente Operacional Bruto Remunerações Outros Impostos Líquidos sobre a Produção Renda Nacional Bruta Total da Economia EOB (W + Wr ) (Im – Sb) RLP RNB Emp. Não Financeiras1 EOB1 RLP1 RPrB1 Empresas Financeiras 2 EOB2 RLP2 RPrB2 Adm. Públicas 3 (Im – Sb ) 3 RLP3 RPrB3 Famílias4 EOB4 (W + Wr )4 RLP4 RPrB4 Plan2 Plan3 * * Rendimentos de propriedade (RLP) Juros efetivos (contratos); Juros imputados (famílias): FGTS, PIS/Pasep; Rendas recebidas pelo aluguel da terra; Dividendos; Participação nos lucros; Prêmios de seguro e indenizações. * * Conta de Alocação da Renda EOB + ( W + Wr) + (Im – Sb) + RLP = RNB Conta de ajustes entre os setores institucionais referentes ao pagamento e recebimento de rendas de propriedade. O saldo desta conta é a Renda Nacional Bruta ou Renda Primária dos setores institucionais (RPrB). Considera-se o somatório das rendas primárias (como recurso) mais o saldo dos rendimentos referentes à remuneração do capital. * * Conta de Distribuição Secundária da Renda Plan1 Recurso Saldo das Rendas Líquidas de Propriedade (recebimentos – pagamentos). Saldo da Conta Setores Institucionais Excedente Operacional Bruto Remunerações Outros Impostos Líquidos sobre a Produção Renda Nacional Bruta Total da Economia EOB (W + Wr ) (Im – Sb) RLP RNB SIFIM (-) SIFIM SIFIM Emp. Não Financeiras1 EOB1 RLP1 RPrB1 Empresas Financeiras 2 EOB2 RLP2 RPrB2 Adm. Públicas 3 (Im – Sb ) 3 RLP3 RPrB3 Famílias4 EOB4 (W + Wr )4 RLP4 RPrB4 Plan2 Set. Instituc. Recurso SaldoIR e Pat. Saldo Cont.S. Saldo Ben. S. Saldo de Outras Transf. Saldo da Conta Renda Nac. Br. (IReP) (CS) (BS) Tot. Econ. RNB 0 0 0 Tr RDB Emp. Não Fin.1 RPrB1 IReP1 Tr1 RDB1 Emp.Fin2 RPrB2 IReP2 CS2 BS2 Tr2 RDB2 Adm. Púb.3 RPrB3 IReP3 CS3 BS3 Tr3 RDB3 Famílias4 RPrB4 IReP4 CS4 BS4 Tr4 RDB4 Plan3 * * Conta de Distribuição Secundária da Renda RNB + Tr = RDB Conta mostra como a renda é redistribuída para se chegar ao agregado Renda Nacional Disponível. Agregados de interesse: RDB1 + RDB2 = Renda Bruta Disponível das Empresas. RDB1+ RDB2 + RDB4 = Renda Disponível Privada RDB3 = Renda Líquida do Governo Renda Disponível Bruta Privada - impostos diretos = Renda Pessoal Disponível Bruta. * * Conta de Uso da Renda Plan1 Setores Instituc. Recurso Uso Saldo da Conta: RDB Consumo Final Poupança Bruta Total da Economia RDB C Sr Emp.Não Fin1 RDB1 S 1 Empresas Financeiras2 RDB2 S 2 Administrações Públicas3 RDB3 C3 S 3 Famílias4 RDB4 C4 S 4 Plan2 Set. Instituc. Recurso Saldo do IR e Pat. Saldo Cont. Sociais Saldo Ben. Sociais Saldo de Outras Transf. Saldo da Conta Renda Nac. Br. (IReP) (CS) (BS) Tot. Econ. RNB 0 0 0 Tr RDB Emp. Não Fin.1 RPrB1 IReP1 Tr1 RDB1 Emp.Fin2 RPrB2 IReP2 CS2 BS2 Tr2 RDB2 Adm. Púb.3 RPrB3 IReP3 CS3 BS3 Tr3 RDB3 Famílias4 RPrB4 IReP4 CS4 BS4 Tr4 RDB4 Plan3 * * Conta de Uso da Renda RDB – C = Sr OBSERVAÇÃO: Ajuste à Renda Disponível dos setores institucionais = a parcela equivalente ao Ajustamento pela Variação das Participações Líquidas das Famílias em Fundos de Pensões, FGTS e PIS/PASEP (não são transferências). Ver item D8 da planilha. Contribuições aos fundos privados de pensões e Receitas de pensões são aquisição e cessão de ativos. São adicionadas à renda antes de subtrair os gastos com consumo. * * Conta de Acumulação: Conta de Capital Plan1 Setores Institucionais Recurso Uso Saldo da Conta Transferências líquidas de capital (4): Capacidade/necessidade de financiamento[(1)+(4)]-[(2)+(3)] Poupança Bruta Formação de Capital (2) Variação de Estoques (3) Total da Economia Sr FBCFpc VE -+ Sext Empresas não Financeiras1 S 1 FBCFpc 1 VE1 -+ Sext 1 Empresas Financeiras2 S 2 FBCFpc 2 0 -+ Sext 2 Administrações Públicas3 S 3 FBCFpc 3 0 -+ Sext 3 Famílias4 S 4 FBCFpc 4 VE4 -+ Sext 4 Plan2 Plan3 * * Conta de Acumulação: Conta de Capital Sr - (FBCFpc + VE ) = -+ Sext OBSERVAÇÃO: Na Conta de Capital são identificadas as transferências de capital que apresentam a variação do patrimônio líquido resultante das operações financeiras como contrapartida dos empréstimos e das dívidas contraídas. Por convenção, os lançamentos das transferências de capital a receber e a pagar aparecem ambas no lado dos recursos Recursos da Poupança são recursos à disposição da aquisição de bens de capital, através de operações no mercado financeiro. * * Conta de Capital: Administrações Públicas A necessidade de financiamento das Administrações Públicas corresponde ao déficit do governo, segundo as Contas Nacionais. Método “acima da linha”* (diferença entre recursos e usos): -Sext 3 = Déficit do Governo = (FBCF3) – (RDB3 - C3) + Saldo das Transferências Líquidas de Capital * Só em CN. No BC é abaixo da linha, com o endividamento líquido do governo. * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *
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