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Trabalho Pós Seabra Análise dos Textos

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MBA EM GESTÃO EMPRESARIAL – 2016.2
ESTÁCIO ALEXANDRINO
TRABALHO DE MATEMÁTICA FINANCEIRA – ANÁLISE DOS TEXTOS SOBRE AS OLÍMPIADAS RIO-2016
   
ALUNO: DAYVES LUCENA 
NATAL
2016
ANÁLISE DOS TEXTOS:
- Texto 01: “Orçamento da Olimpiada do Rio ainda vai demorar um ano” - Cecília Ritto.
- Texto 02: “O Rio inteiro vai ser sacudido” - João Marcelo Erthal.
- Texto 03: “Como funciona o BRT, principal transporte da Olimpiada de 2016”
Os três textos que são o escopo deste exercício, tem um tema central: as Olimpiadas Rio-2016, as dificuldades para promover o evento e o legado que ela poderia gerar para a cidade do Rio de Janeiro. 
O texto 02 - “O Rio Inteiro Vai Ser Sacudido”, ao trazer uma entrevista com a Sra. Marília Silvia Bastos Marques, presidente da Empresa Olímpica Municipal é o texto que mais apresenta este enfoque. Isto porque ele traduz toda a complexidade do evento, que envolvia o planejamento de três esferas do governo e do setor privado, bem como o desafio que era planejar não apenas para garantir a realização do evento sem maiores transtornos, mas também visando um legado duradouro para a cidade. Neste sentido, ressalta-se as mudanças que o evento promoveria no Rio de Janeiro e na qualidade de vida de sua população em geral, sobretudo com a requalificação urbana, principalmente da região portuária e do centro, com o investimento para trazer mais habitações para a região central do Rio e a implantação de soluções duradouras de transporte, como o BRT - Bus Rapid Transit.
Este último, aliás, é o tema do texto 03 - “Como funciona o BRT, principal transporte da Olimpiada de 2016”.  Neste texto, por sua vez, relata-se o início do serviço do  BRT na cidade, em junho de 2012, e os benefícios que esta obra, feita a princípio com intuito de facilitar o acesso aos locais onde ocorreriam os Jogos Olímpicos,  já estava trazendo à população carioca, com redução significativa do tempo de deslocamento nas regiões atendidas, localizadas sobretudo na parte oeste da cidade.
Só que apesar dos benefícios que os Jogos poderam trazer para aquela cidade, um tema recorrente que precisa ser analisado é precisamente a falta de planejamento na execução das obras dos órgãos. O texto 01 - “Orçamento da Olimpiada do Rio ainda vai demorar um ano”, basicamente trata desta questão, ao expor que em Agosto/2012 a prefeitura do Rio, ao ser inquirida pelo Comitê Olímpico Internacional - COI, alegou que não tinha como fornecer os custos precisos daquele evento, tendo em vista que não tinham sido feitas, ainda, àquela data todas as licitações necessárias. Neste mesmo sentido, no texto 02, a Presidente da Empresa Olímpica Municipal detalha este problema, ao expor a complexidade do evento, dependente de mudanças de traçados, locais para instalações e da incorporação de módulos não previstos no orçamento inicial.
Tendo em vista que os três textos tratam da organização dos Jogos ainda no ano de 2012, fica a questão do panorama que se desenhou posteriormente àquela época e depois do acontecimento dos Jogos. 
O que se viu foi, resumidamente, problemas com o prazo de entrega da obra, denúncias de corrupção, custos maiores do que os previstos e a ocorrência do evento em meio a obras ainda inacabadas. 
Às vésperas do evento a prefeitura do Rio enfrentava problemas para conclusão das obras de importantes espaços, como o centro de hipismo e o centro de tênis, advindos nestes últimos dois casos de problemas contratuais com a empresa contratada através de licitação (Construtora IBEG). Restavam indefinidos pontos como a aprovação da Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro de isenção de ICMS requerida pela Light, concessionária de energia carioca, para instalação de geradores em áreas de competição. Além disso, a linha 4 do metrô do Rio, não foi entregue a tempo dos jogos, além de a obra ter extrapolado excessivamente a previsão de custo inicial, saltando de 5 bilhões para 8,5 bilhões de reais. Outro exemplo dos problemas foram os questionamentos acerca da qualidade das obras que vinham sendo feitas, sobretudo após a queda, no dia 21.04.2016, de um trecho de uma ciclovia incluída no pacote de obras dos Jogos e inaugurada pouco meses antes.[1: Conforme consulta ao site: http://globoesporte.globo.com/olimpiadas/noticia/2016/01/rio-2016-enfrenta-atrasos-em-obras-falta-de-voluntarios-e-corte-de-custos.html. Acesso em 14.12.2016.][2: Conforme consulta ao site: http://blogdogarotinho.com.br/lartigo.aspx?id=20713. Acesso em 14.12.2016.][3: Conforme consulta ao site: http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2016/04/21/ciclovia-inaugurada-em-janeiro-em-sao-conrado-desaba-no-rio.htm. Acesso em 14.12.2016.]
Até o presente momento não houve uma consolidação definitiva do montante gasto no evento e em seu legado. O último valor fornecido pelo comitê dos Jogos Olímpicos em conjunto com o Tribunal de Contas da União - TCU foi de 37,5 bilhões de reais. Valor este bem acima do estimado no momento da candidatura olímpica, o qual tinha sido de 28,8 bilhões de reais. Segundo o TCU, cerca de 58% deste montante advieram de parcerias público-privadas e o restante (42%) foi composto de investimentos públicos. Segundo os técnicos daquele tribunal, a Olímpiada foi um exemplo de “baixa governança”, diante da falta de transparência na prestação de contas e da perigosa participação de empreiteiras investigadas na operação Lava-Jato nas obras.[4: Conforme consulta ao site: http://br.blastingnews.com/brasil/2016/08/veja-quantos-bilhoes-foram-gastos-na-olimpiada-rio-2016-segundo-o-tcu-001059639.html. Acesso em 14.12.2016.][5: Conforme consulta ao site: http://economia.estadao.com.br/noticias/governanca,para-tcu-olimpiada-e-exemplo-de-baixa-governanca,10000068065. Acesso em 14.12.2016.]
Neste último ponto, como exemplo, citemos a recente delação do diretor da construtora Odebrecht, Leandro Azevedo, apontando a existência de um esquema de fraude de licitações em obras olímpicas, mais especificamente na obra do complexo lagunar da Barra da Tijuca, envolvendo empresa que realizou pagamento de propina ao Governador do Estado do Rio à época, Sérgio Cabral.[6: Conforme consulta ao site: http://veja.abril.com.br/blog/radar-on-line/odebrecht-foi-obrigada-a-ajudar-empresa-que-dava-mesada-a-cabral/. Acesso em 14.12.2016.]
Neste mesmo sentido, a Controladoria Geral da União – CGU apontou superfaturamento de cerca de R$ 9,5 milhões em um contrato celebrado entre e o Ministério do Esporte e a Fundação Getúlio Vargas, com escopo de que a fundação pagasse consultores que eram responsáveis por levantar preços para os itens que seriam necessários aos Jogos.[7: Conforme consulta ao site: http://esportes.ne10.uol.com.br/olimpiada-2016/noticia/2016/07/21/olimpiadas-relatorio-aponta-que-contrato-para-apoio-tem-superfaturamento-de-r-95-milhoes-627346.php. Acesso em 14.12.2016.]
Nota-se, assim, que apesar do legado que os jogos trouxeram a cidade do Rio de Janeiro, cujos melhores exemplos foram a requalificação da área portuária e implantação e ampliação de modais de transporte como o BRT e o metrô, foi um evento maculado pela falta de planejamento. Esta deixou sequelas seja no custo final aos cofres públicos, bastante alto e ainda não fechado seja na qualidade daquilo que foi construído. Isso sem falar que a falta de planejamento colaborou, também, para os problemas de superfaturamento, desvio de dinheiro e corrupção que envolveu parte das obras.

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