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1 
 
 
 
 
FACULDADE INTERAMERICANA DE PORTO VELHO - UNIRON 
ISADORA SOUZA CARVALHO DA SILVA 
JAWA LACERDA 
JOIMA CARLA XIMENES 
MATEUS DE SOUZA OLIVEIRA 
TEREZA ALVES DE OLIVEIRA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIREITO PROCESSUAL PENAL 
 
 
 
 
 
PORTO VELHO/RO 
2016 
 
2 
 
 
 
 
 
ISADORA SOUZA CARVALHO DA SILVA 
JAWA LACERDA 
JOIMA CARLA XIMENES 
MATEUS DE SOUZA OLIVEIRA 
TEREZA ALVES DE OLIVEIRA 
 
 
 
 
DIREITO PROCESSUAL PENAL 
 
(Trabalho, para obtenção de nota parcial, 
apresentada à disciplina de Direito Processual 
Penal, do Curso de Direito da Faculdade 
Interamericana de Porto Velho – UNIRON.) 
 
 
 
 
 
ORIENTADOR: JULIO UGALDE 
 
 
 
 
Porto Velho/RO 
2016 
 
3 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 4 
1. RECURSO ESPECIAL ............................................................................................ 5 
1.1 HIPÓTESES DE CABIMENTO .............................................................................. 5 
1.2 REQUISITOS DO RECURSO ESPECIAL ............................................................. 5 
1.3 CARACTERÍSTICAS E PRESSUPOSTOS ........................................................... 5 
1.4 SÚMULAS DO STJ APLICÁVEIS AO RESP ......................................................... 5 
2. RECURSO EXTRAORDINÁRIO ............................................................................. 7 
2.1 HIPÓTESES DE CABIMENTO .............................................................................. 7 
2.2 LEGITIMIDADE ..................................................................................................... 8 
2.3 PRAZO .................................................................................................................. 8 
2.4 EFEITOS ............................................................................................................... 8 
3. RELAÇÕES JURISDICIONAIS COM AUTORIDADES ESTRANGEIRAS ............. 9 
3.1 CARTA ROGATÓRIA ............................................................................................ 9 
3.1.1 Conceito .......................................................................................................... 10 
3.1.2 Carta Rogatória para Inquirição de Testemunhas ....................................... 11 
3.1.3 Carta Rogatória para Citação do Réu ........................................................... 11 
3.2 HOMOLAÇÃO DE SENTENÇAS ESTRANGEIRAS............................................ 12 
8. CONCLUSÃO ....................................................................................................... 16 
9. REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 17 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
Este trabalho visa o estudo, bem como a apresentação, dos temas Recurso 
Especial, Recurso Extraordinário bem como a Relação Jurisdicional com 
Autoridades Estrangeiras no Direito Processual Penal tem em atenção à 
importância que o desenvolvimento destes assuntos e as divergências acerca dos 
temas têm para o aprimoramento de conhecimentos acadêmicos. 
Quanto à homologação de sentença estrangeira se trata de dispositivo de 
direito público interno, cujo fundamento é coibir ao crime como objeto universal 
mediante aos compromissos ora assumidos pelo Brasil em convenções e tratados 
internacionais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
 
 
 
1 RECURSO ESPECIAL 
 O Recurso Especial (Resp) é de competência do Superior tribunal de Justiça 
(STJ), conforme previsto no artigo 105, III, da Constituição Federal, tendo seu 
procedimento descrito na Lei 8.038/90. 
1.1 HIPÓTESES DE CABIMENTO 
 O Recurso Especial é utilizado nas causas decididas, em única ou última 
instancia, pelos Tribunais de Justiça dos Estados ou do Distrito Federal, ou nos 
Tribunais Regionais Federais, quando: 
A decisão contrariar tratado ou lei federal, ou ainda negar-lhes vigência; 
A decisão julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal; 
A decisão que der à lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído 
outro tribunal. 
1.2 REQUISITOS DO RECURSO ESPECIAL 
 Existência de uma decisão de um Tribunal da Justiça Comum; esgotamento 
das vias ordinárias; existência de uma questão jurídica federal. 
 Não cabe para discutir matéria fática. Também não cabe para reexame de 
provas (Súmula 7 do STJ);prequestionamento. 
 A questão deve ser discutida no acórdão recorrido. Se houve omissão no 
acórdão, deve-se entrar com Embargos de Declaração. 
1.3 CARACTERÍSTICAS E PRESSUPOSTOS 
Necessariamente a decisão recorrida deve ter sido proferida por tribunal, 
não sendo possível nem admitido contra decisão de juízo de primeiro grau de 
jurisdição, logo não há Recurso Especial contra decisão emanada de Turma 
Recursal do Juizado Especial Criminal. 
Nesse sentido o STJ editou a súmula 203 1 que menciona: ―Não cabe 
recurso especial contra decisão proferida por órgão de segundo grau dos juizados 
especiais.‖ 
 
1
RAMOS Oliveira: disponível em: https://ww2.stj.jus.br/.../stj-revista-sumulas-
2010_15_capSumula203alteradapdf.pdf. Acessado em 24 de maio de 2016. 
6 
 
 
 
 
 No entanto cabe salientar que o STJ admite reclamação para impugnação de 
decisões dos juizados especiais que contrariam a jurisprudência consolidada do 
próprio STJ. 
 Para que seja possível a interposição do recurso especial é exigido que, 
somente poderão ser alegadas matérias de direito e a parte sucumbente deve ter 
esgotado os recursos ordinários, além da previsão de que a matéria objeto do 
recurso deve ter sido pré questionada, com palavras instrui Pacelli2: ―Prequestionar 
é discutir anteriormente a matéria na decisão recorrida, quando se demonstra a 
tese que será utilizada posteriormente no Resp.‖ 
Assim o juiz que dá a decisão combatida deve antes ter se manifestado 
sobre o tema e somente se ele se manifestar é que cabível o Resp (se ele não se 
manifestar cabe embargos de declaração). 
 Nas Razões do Recurso Especial, deve estar devidamente indicado o 
dispositivo Legal Federal violado, logo, pode-se notar que a regularidade 
procedimental é cansativa e rígida. 
Por fim quanto ao prazo para interposição do Recurso Especial, este é de 15 
dias, sendo que deverá ser interposto perante o Presidente do Tribunal “a 
quo”, sendo este responsável pelo juízo de admissibilidade do recurso, e caso esse 
juízo seja negativo, caberá Agravo de instrumento desta decisão que negar 
seguimento ao Recurso. 
O Recorrido terá o prazo de 15 dias para apresentar as contrarrazões, o 
procedimento mencionado está previsto na lei 8038/90 em seus artigos 26 e 27. 
1.4 SÚMULAS DO STJ APLICÁVEIS AO RESP 
 211- (Inadmissível recurso especial quanto à questão que, a despeito da oposição 
de embargos declaratórios, não foi apreciada pelo Tribunal a quo); 
207- (É inadmissível recurso especial quando cabíveis infringentes contra o 
acórdão proferido no Tribunal de origem); 
203- (Não cabe recurso especial contra decisão proferida por órgão de segundo 
grau dos Juizados Especiais); 
 
2
OLIVEIRA, Eugênio Pacelli de. Curso de Processo Penal. 15.ed. Rio de Janeiro: Lumen Júris,. 2011. 
Pág. 773. 
7126- (É inadmissível recurso especial, quando o acórdão recorrido assenta em 
fundamentos constitucionais e infraconstitucionais, qualquer deles suficiente, por si 
só, para mantê-lo, e a parte vencida não manifesta recurso extraordinário); 
123- (A decisão que admite, ou não, o recurso especial, deve ser fundamentada, 
com o exame dos seus pressupostos gerais e constitucionais). 
2 RECURSO EXTRAORDINÁRIO 
O Recurso Extraordinário é um recurso em que é destinado a impugnar 
contra qualquer decisão de única ou última instância que viole a Constituição 
Federal. Tendo como seu objetivo principal garantir primordialmente a ordem 
Constitucional. 
 Este recurso é encaminhado ao Supremo Tribunal Federal para combater 
decisão judicial contra a qual não caiba outro recurso.3 
2.1 HIPÓTESES DE CABIMENTO 
As Hipóteses de cabimento são taxativas, ou seja, só o que está previsto 
nos termos do artigo 102, III da Constituição Federal4. 
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda 
da Constituição, cabendo-lhe: III - julgar, mediante recurso extraordinário, as 
causas decididas em única ou última instância, quando a decisão 
recorrida:a) contrariar dispositivo desta Constituição;b) declarar a 
inconstitucionalidade de tratado ou lei federal;c) julgar válida lei ou ato de 
governo local contestado em face desta Constituição.d) julgar válida lei local 
contestada em face de lei federal. 
 
O Recurso Extraordinário só é cabível quando nenhum outro recurso pode 
ser interposto, para tanto, a parte já deverá ter utilizado de todas outras vias 
recursais possíveis. Conforma versa Reis5 
O recurso extraordinário só tem cabimento quando nenhum outro recurso 
pode ser interposto e desde que a parte tenha se utilizado de todas as vias 
recursais possíveis. Exige-se também o que se denomina 
prequestionamento, ou seja, que o acórdão recorrido tenha apreciado, 
explicitamente, a questão que constitui objeto de recurso extraordinário. Por 
essa razão, se a corte recorrida tiver se omitido em apreciar, a matéria 
constitucional controvertida, a parte interessada em recorrer 
 
3
AVENA, Norberto. PROCESSO PENAL: Versão Universitária 2. Ed. Ver. atual e ampl. – Rio de 
Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO. 2013, p. 770. 
4
BRASIL CÓDIGO CIVIL, disponível 
em::http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm Acessado em 24 de 
maio de 2016. 
5
 REIS, Alexandre Cebrian Araújo. DIREITO PROCESSUAL PENAL ESQUEMATIZADO. 4ª Edição. 
São Paulo: Saraiva 2015, p. 702. 
8 
 
 
 
 
extraordinariamente deverá opor embargos de declaração, sob pena de 
inviabilizar instância excepcional. 
 
Ao que tange o prequestionamento, neste recurso é exigido, pois, se a corte 
que foi recorrida não apreciar a matéria constitucional impugnada, a parte que está 
interessada em recorrer extraordinariamente deve impetrar embargos de 
declaração. 
2.2 LEGITIMIDADE 
No Recurso Extraordinário a parte sucumbente tem a legitimidade para 
recorrer, sendo atribuído ao Ministério Público, querelante ou defesa. 
Quando ao Ministério Público, sua concessão é do órgão cuja sua atuação 
perante o Tribunal a quo, para que o assistente de acusação tenha o direito de 
recorrer, devem ser respeitados os limites de seu procedimento. 
2.3 PRAZO 
O prazo para a interposição do recurso extraordinário é de 15 dias contados 
da intimação da decisão recorrida. Deve ser interposto por petição, sendo 
endereçada ao Presidente do Tribunal a quo.6 
Uma vez os autos estando de posse ao Supremo Tribunal Federal, serão 
distribuídos a uma das turmas, exceto se for de origem do TSE, STM e o STJ, que 
nestas hipóteses a competência será do Plenário. Diante o exposto, o autor Reis7 
entende que: 
Chegando os autos ao Supremo Tribunal Federal, o recurso extraordinário 
será distribuído a uma das turmas, salvo se o processo provier Tribunal 
Superior Eleitoral, Superior Tribunal Militar ou Superior Tribunal de Justiça 
(tribunais superiores), quando a competência será do plenário, feita a 
distribuição, os autos serão encaminhados à Procuradoria – Geral da 
República para manifestação, no prazo de 5 dias. Retornando os autos, 
será designada data para julgamento. No início deste, na data marcada, 
será novamente apreciada a admissibilidade do recurso, agora pelos 
Ministros do Supremo Tribunal Federal. Se aceito, será realizado o 
julgamento de mérito pelo órgão colegiado (Turma ou Plenário). 
2.4 EFEITOS 
 
6
SALDANHA Luciene. Disponível em: http/ blogspot.com/2010/07/recurso-extraordinario-conceito-e-
o.html Acessado em 24 de maio de 2016. 
7
 REIS, Alexandre Cebrian Araújo. DIREITO PROCESSUAL PENAL ESQUEMATIZADO. 4ª Edição. 
São Paulo: Saraiva 2015, p 705. 
9 
 
 
 
 
Em regra, o recurso extraordinário tem efeito apenas devolutivo, mas em 
casos excepcionais, ele também poderá obter efeito suspensivo e regressivo (juízo 
de retratação). Quanto aos efeitos deste recurso, o autor REIS8 menciona: 
Assim, a interposição de recurso extraordinário impede, em caso de decisão 
condenatória, que o acusado que respondeu ao processo solto seja preso. 
Nada obsta, porém, que continue preso cautelarmente se persistir os 
motivos que ensejaram a decretação de sua prisão preventiva, sendo 
possível, nesse caso, a execução provisória da pena. 
 
Diante o texto supracitado, uma vez que o acusado respondeu o processo 
solto, ele não pode ser preso, entretanto, nada impede sua prisão cautelar, porém 
se houver necessidade pode ser decretada sua prisão preventiva. 
3 RELAÇÕES JURISDICIONAIS COM AUTORIDADES ESTRANGEIRAS 
Com a emenda constitucional nº 45 de 2004 transferiu-se a competência 
para homologação de sentença estrangeira e concessão de exequatur em carta 
rogatória ao Superior Tribunal de Justiça. Competência que pertencia ao 
Supremo Tribunal Federal desde a Constituição de 1934. 
O Código de Processo Penal9 disciplina nos artigos 780 a 782 a tramitação 
dos pedidos jurisdicionais relativos às relações jurídicas com autoridades 
estrangeiras, quanto à expedição e cumprimento de cartas rogatórias, bem como à 
homologação de sentenças estrangeiras. 
 Art. 780. Sem prejuízo de convenções ou tratados, aplicar-se-á o disposto 
neste Título à homologação de sentenças penais estrangeiras e à 
expedição e ao cumprimento de cartas rogatórias para citações, inquirições 
e outras diligências necessárias à instrução de processo penal. 
Art. 781. As sentenças estrangeiras não serão homologadas, nem as cartas 
rogatórias cumpridas, se contrárias à ordem pública e aos bons costumes. 
Art. 782. O trânsito, por via diplomática, dos documentos apresentados 
constituirá prova bastante de sua autenticidade. 
 
Como refere Mirabete10: "são dispositivos de direito público interno que têm 
como fundamento o combate ao crime como objetivo universal, diante dos 
compromissos assumidos pelo Brasil em convenções e tratados internacionais". 
3.1 CARTA ROGATÓRIA 
 
8
REIS, Alexandre Cebrian Araújo. DIREITO PROCESSUAL PENAL ESQUEMATIZADO. 4ª Edição. 
São Paulo: Saraiva 2015, p 705. 
9
BRASIL CODIGO CIVIL, disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del3689.htm. 
Acessado em 24 de maio de 2016. 
10
AVENA, Norberto Cláudio Pâncaro. PROCESSO PENAL ESQUEMATIZADO. 6º edição – Rio de 
Janeiro: Forense: São Paulo: Método 2014, p.1251. 
10 
 
 
 
 
O artigo. 222-A do CPP foi acrescentado pela lei 11.900/0911, cujo caput 
tem a seguinte redação: ―As cartas rogatórias só serão expedidas se 
demonstrada previamente a sua imprescindibilidade, arcando a parte requerentecom os custos de envio." 
3.1.1Conceito 
As cartas rogatórias são instrumentos de cooperação jurídica internacional 
por excelência, são meios através do qual se realizam as comunicações de atos 
processuais entre autoridades judiciais, sendo ativas ou passivas, conforme o 
interesse imediato, nacional ou estrangeiro, na efetividade da prestação 
jurisdicional. Normalmente tem por objeto ato não decisório: citação, intimação, 
inquirição de testemunhas e demais diligências de mero expediente, não 
permitindo que através dela realize solicitação de extradição. 
Para Pontes de Miranda12, 
―Carta rogatória é o ato de solicitação do juiz de um Estado à justiça de 
outro, para que tenha efeitos no território estrangeiro algum ato seu, ou que 
algum ato se pratique, como parte da seqüência de atos que é o processo. 
A citação, por exemplo, faz-se no Estado estrangeiro, mediante acolhida 
legislativa ou judicial do Estado estrangeiro; mas para figurar no processo 
como ato do juiz do Estado que rogou fosse feita‖. 
 
O recebimento da carta rogatória é por via diplomática, no Ministério das 
Relações Exteriores, sendo em seguida traduzida em língua nacional por tradutor 
juramentado e encaminhadas ao Presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ). 
O Presidente do Superior Tribunal de Justiça deverá ouvir o Procurador-Geral da 
República, que poderá impugnar o cumprimento se lhe faltar autenticidade, 
contrariar a ordem pública ou a soberania nacional, podendo ou não conceder 
o exequatur. 
Exequatur significa ordem de execução ou cumprimento, é uma autorização 
dada pelo Presidente do Superior Tribunal de Justiça para que possam, 
validamente, ser executados, na jurisdição do juiz competente, a diligência ou atos 
processuais solicitados por autoridade judiciária estrangeira. 
 
11
BRASIL CODIGO CIVIL, disponível em:http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-
2010/2009/Lei/L11900.htm. Acessado em 24 de maio de 2016. 
12
MIRANDA, Francisco Cavalcanti Pontes TRATADO DAS AÇÕES, Tomo III — Ações Constitutivas, 
São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 1972. p. 183 
11 
 
 
 
 
Trata-se, portanto, de um instrumento de intercâmbio processual que 
viabiliza medidas judiciais entre diferentes países. 
Nas palavras do então Ministro do STJ, Luiz Fux, em seu voto, na Carta 
Rogatória13: 
 "é um meio de cooperação judicial entre Nações, fundamentada no Direito 
Internacional, representando instrumento de intercâmbio internacional para 
o cumprimento extraterritorial de medidas processuais provenientes de 
outra Nação. Lastreia-se, igualmente, no princípio da reciprocidade, 
denominado pela doutrina de "Teoria da Cortesia Internacional". 
 
3.1.2 Carta Rogatória para Inquirição de Testemunhas 
Visando a inquirição de testemunha, o artigo 222-A CPP14, demonstra que 
somente será expedida a carta rogatória se demonstrada previamente a sua 
imprescindibilidade, cabendo, ainda à parte arcar com os custos de envio. 
O envio da carta rogatória não suspende e nem impede que o juiz prossiga 
com a instrução criminal, mas o juiz rogante fixará o prazo para o seu 
cumprimento. 
O juízo rogante ao fixar o prazo de cumprimento da carta rogatória ao juízo 
rogado, objetiva evitar que a expedição da carta rogatória eternize o andamento do 
processo, neste sentido, alguns Tribunais do país disciplinam em suas 
consolidações normativas ou provimentos sobre a necessidade dessa fixação. 
3.1.3 Carta Rogatória para Citação do Réu 
A citação válida é ato imprescindível para o processo, sob pena de 
nulidade (conforme art. 564, inciso III, alínea e do CPP 15 ). Assim, possui 
relevância inquestionável para o processo penal. 
A citação por carta rogatória 16é utilizada para citar o réu que se encontra 
em lugares estrangeiros (sedes de consulados ou de embaixadas) - artigo 369 do 
Código de Processo Penal - ou em lugar certo e sabido, porém fora do território 
 
13
 BRASIL Carta Rogatória Nº 438 - BE (2005/0015196-0) 
14
 AVENA, Norberto Cláudio Pâncaro. PROCESSO PENAL ESQUEMATIZADO. 6º edição – Rio de 
Janeiro: Forense: São Paulo: Método 2014, p. 1355. 
15
 VADE Mecum/ compacto obra coletiva de autoria da Editora Saraiva com a colaboração de Luiz 
ROBERTO Cúria, Lívia Céspedes e Fabiana Dias da Rocha- 15.Ed – São Paulo: Saraiva 2016.p, 
617. 
16
 AVENA, Norberto Cláudio Pâncaro. PROCESSO PENAL ESQUEMATIZADO. 6º edição – Rio de 
Janeiro: Forense: São Paulo: Método 2014.p, 1356. 
12 
 
 
 
 
nacional - artigo 368 do Código de Processo Penal, suspendendo o curso de prazo 
de prescrição até o seu cumprimento. 
A carta rogatória é cumprida por via diplomática, caso o acusado esteja no 
exterior, porém em lugar incerto e não sabido, será citado por meio de edital. 
3.2 HOMOLOGAÇÃO DE SENTENÇAS ESTRANGEIRAS 
A princípio uma decisão proferida pelo Poder Judiciário de um país não 
produz efeitos em outro Estado soberano, pois uma das manifestações de 
soberania é o fato do Poder Judiciário do próprio país ser o responsável pela 
resolução dos conflitos de interesses. 
Para que uma decisão proferida pelo Judiciário de outro país possa ser 
executada no Brasil é necessário que passe por um processo de ―reconhecimento‖ 
ou ―ratificação‖ feito pela Justiça brasileira. Uma vez homologada, a sentença 
poderá produzir os mesmos efeitos de uma sentença nacional. 
A sentença estrangeira a ser homologada no Brasil deverá ser legalizada 
no Consulado Brasileiro no país que proferiu a sentença. Para a autenticação ou 
legalização, faz-se igualmente necessário que a sentença venha revestida das 
formalidades exteriores, segundo a legislação do país em que foi prolatada. 
O STJ 17passou a ser competente para homologar sentenças estrangeiras 
por força da EC 45/2004. Antes a competência era do STF. A homologação de 
sentença estrangeira é regulamentada pela Resolução n.º 9/2005, STJ. 
Embora disponha o art. 787 do CPP que as sentenças estrangeiras devem 
ser previamente homologadas pelo Supremo Tribunal Federal, a partir da 
Emenda Constitucional 45/2004 essa competência passou a ser do 
Supremo Tribunal de Justiça, conforme se infere do art.105, I, i da Carta 
Republicana. 
 
Após esta homologação, caso seja necessária a execução da sentença 
estrangeira, isso será de competência da Justiça Federal de 1ª instância (art. 109, 
X, da CF/88). 
Para a homologação no Brasil 18é necessário: sentença proferida no exterior 
por autoridade competente; partes citadas ou revelia de forma legal; trânsito em 
 
17
 AVENA, Norberto Cláudio Pâncaro. PROCESSO PENAL ESQUEMATIZADO. 6º edição – Rio de 
Janeiro: Forense: São Paulo: Método 2014.p, 1358. 
13 
 
 
 
 
julgado da sentença; sentença estrangeira autenticada por cônsul brasileiro e 
acompanhada de tradução por tradutor oficial ou juramentado no Brasil; e sentença 
estrangeira não violar soberania nacional, bons costumes e ordem pública 
(sentença estrangeira também não poderá violar sentença brasileira transitada em 
julgado). Art. 788 do CPP. 
Art. 788. A sentença penal estrangeira será homologada, quando a 
aplicação da lei brasileira produzir na espécie as mesmas conseqüências e 
concorrem os seguintes requisitos: I - estar revestida das formalidades 
externas necessárias, segundo a legislação do país de origem; II - haver 
sido proferida por juiz competente, mediante citação regular, segundo a 
mesma legislação; III - ter passado em julgado; IV - estar devidamente 
autenticada por cônsul brasileiro; V - estar acompanhada de tradução, feita 
por tradutor público. 
 
Enquanto está sentençaestrangeira não for homologada pelo STJ, a Justiça 
brasileira pode julgar a mesma questão proferindo, inclusive, veredicto contrário ao 
que foi deliberado na Justiça estrangeira. Isso porque esta sentença estrangeira 
ainda não produz efeitos no Brasil. 
Havendo duas sentenças (uma no Brasil e outra no exterior) sobre a mesma 
causa valerá a decisão em que primeiro tiver ocorrido o trânsito em julgado. 
Se a sentença brasileira transitar em julgado antes da homologação da 
sentença estrangeira, o STJ não poderá mais homologá-la já que havia ofensa à 
coisa julgada. 
 Se a sentença brasileira ainda não tiver sido transitada em julgado, não há 
empecilho em se homologar sentença estrangeira que tenha o mesmo objeto. É, 
pois, hipótese de competência concorrente, inexistindo ofensa à soberania 
nacional. 
Súmula 420-STF19: Não se homologa sentença proferida no estrangeiro sem 
prova do trânsito em julgado. 
A sentença estrangeira terá eficácia no Brasil somente após a sua 
homologação pelo Superior Tribunal de Justiça – STJ. 
 
18
 VADE Mecum/ compacto obra coletiva de autoria da Editora Saraiva com a colaboração de Luiz 
Roberto Cúria, Lívia Céspedes e Fabiana Dias da Rocha- 15. Ed – São Paulo: Saraiva 2016.p, 651. 
19
 BRASIL STF, disponível em: 
www.stf.jus.br/portal/cms/verTexto.asp?servico=jurisprudenciaSumula&pagina=sumula_401_500, 
acessado em 24 de maio de 2016. 
14 
 
 
 
 
Ao homologar uma sentença estrangeira, o STJ faz apenas um ―juízo de 
delibação‖, ou seja, limita-se a analisar se os requisitos formais da sentença 
estrangeira foram atendidos. Não faz juízo de mérito. 
O pedido de homologação será indeferido apenas se não houver 
cumprimento de algum dos requisitos exigidos pela legislação ou caracterizar-se 
afronta à ordem pública, soberania nacional e bons costumes. 
O artigo 17 da LINDB20 estabelece um limite que deve ser observado pelo 
STJ, à ordem pública: 
Art. 17. As leis, atos e sentenças de outro país, bem como quaisquer 
declarações de vontade, não terão eficácia no Brasil, quando ofenderem 
a soberania nacional, a ordem pública e os bons costumes. 
 
Neste sentido, a homologação de sentenças estrangeiras, o sistema 
brasileiro não admite a discussão acerca do meritum causae. 21A apreciação do 
juízo nacional cingir-se-á a competência, a observância do contraditório e a 
adaptação do julgado à nossa ordem pública, aos bons costumes e à soberania 
nacional. 
Pelo sistema brasileiro, o meritum causae é intocável. Apreciar-se-á 
questões de ordem formal que, verdadeiramente refletem no devido 
processo legal para o reconhecimento homologatório do ato sentencial 
estrangeiro, tais como a competência, a observância do contraditório e a 
adaptação do julgado à nossa ordem pública, aos bons costumes e à 
soberania nacional. 
 
De acordo com o artigo 9º, do Código Penal22, a sentença estrangeira pode 
ser homologada no Brasil quando a aplicação da lei brasileira produz na espécie as 
mesmas conseqüências, isto para obrigar o condenado à reparação do dano, a 
restituições e a outros efeitos civis, neste caso a homologação depende de pedido 
da parte interessada; e para sujeitar o indivíduo a medida de segurança. 
Art. 9º - A sentença estrangeira, quando a aplicação da lei brasileira produz 
na espécie as mesmas conseqüências, pode ser homologada no Brasil 
para: 
 
20
BRASIL CODIGO CIVIL, disponível em; www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-
lei/Del4657compilado.htm. Acessado em 24 de maio de 2016. 
21
 
JÚNIOR, Márcio Mateus Barbosa, disponível em: www.egov.ufsc.br/.../homologação-de-sentenças-
estrangeiras-e-o-sistema-difuso.acessado em 31 de maio 2016 
22
 MEDEIROS Leomar Barros, disponível em: http//Penalemresumo.blogspot.com/2010/06/art-9-
eficacia-da-sentenca-estrangeira.htm: acessado em 31 de maio 2016. 
15 
 
 
 
 
I - obrigar o condenado à reparação do dano, a restituições e a outros 
efeitos civis; II - sujeitá-lo a medida de segurança. Parágrafo único - A 
homologação depende: a) para os efeitos previstos no inciso I, de pedido da 
parte interessada; b) para os outros efeitos, da existência de tratado de 
extradição com o país de cuja autoridade judiciária emanou a sentença, ou, 
na falta de tratado, de requisição do Ministro da Justiça. 
 
Nas sentenças condenatórias estrangeiras existem determinados efeitos 
secundários, não destinados a execução e que dispensam a homologação como 
condição para sua eficácia. 
 É o caso de algum desses efeitos gerarem reincidência no Brasil, não 
sendo necessário que a condenação no estrangeiro seja homologada pelo STJ 
para gerar efeito no Brasil. O mesmo pode ser dito em relação aos sursis e ao 
livramento condicional, que podem ser obstados em face de condenação proferida 
por juiz de outro país. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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CONCLUSÃO 
Após análise do Recurso Especial é possível concluir que este se assemelha 
com o Recurso Extraordinário, quanto à matéria que cuidam, ou seja, matéria 
federal, e também quanto aos obstáculos à interposição de ambos. 
Mesmo levando-se em conta o volume de processos que circulam em nosso 
judiciário, os obstáculos recursais em suma acabam por estreitar a possibilidade de 
uma análise mais profunda dos casos, fazendo com que na maioria das vezes as 
sentenças transitem em julgado em segunda instância dado a dificuldade de se 
alcançar os tribunais superiores. 
Em um Estado democrático de direito, o que de certo ainda só 
experimentamos o nome, dada a deficiência de formação escolar de nossa 
numerosa população, não se deve tornar tão dificultoso o acesso aos grandes 
pilares da justiça. 
Em se tratando de carta rogatória e homologações de sentenças estrangeiras 
nos deparáramos diante de um instrumento a fim de que reconheça e permita a sua 
eficácia em solo brasileiro, uma vez que o Brasil é signatário da convenção 
internacional das cartas rogatórias. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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REFERÊNCIAS 
AVENA, Norberto. Processo penal: Versão Universitária 2. Ed. Ver. atual e ampl. – 
Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO. 2013 
 
 
BRASIL CODIGO CIVIL, disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-
lei/Del3689.htm. Acessado em 24 de maio de 2016. 
 
 
BRASIL STF, disponível em 
www.stf.jus.br/portal/cms/verTexto.asp?servico=jurisprudenciaSumula&pagina=sum
ula_401_500. Acessado em 24 de maio de 2016. 
 
 
 BRASIL CARTA ROGATÓRIA Nº 438 - BE (2005/0015196-0). 
 
 
JÚNIOR, Márcio Mateus Barbosa, disponível em: www.egov.ufsc.br/.../homologação-
de-sentenças-estrangeiras-e-o-sistema-difuso.acessado em 31 de maio 2016. 
 
 
MEDEIROS Leomar Barros, disponível em: 
http//Penalemresumo.blogspot.com/2010/06/art-9-eficacia-da-sentenca-
estrangeira.htm: acessado em 31 de maio 2016. 
 
 
RAMOS Oliveira: disponível em: https://ww2.stj.jus.br/.../stj-revista-sumulas-
2010_15_capSumula203alteradapdf.pdf. Acessado em 24 de maio de 2016. 
 
REIS, Alexandre Cebrian Araújo. Direito processual penal Esquematizado. 4ª 
Edição. São Paulo: Saraiva 2015. 
 
 
OLIVEIRA, Eugênio Pacelli de. Curso de processo penal. 15.ed. Rio de Janeiro: 
Lumen Júris,. 2011. 
 
 
SALDANHA Luciene. Disponível em: http/ blogspot.com/2010/07/recurso-
extraordinario-conceito-e-o.html Acessado em 24 de maio de 2016. 
 
 
VADE Mecum/ compacto obra coletiva de autoria da Editora Saraiva com a 
colaboração de LuizRoberto Cúria, Lívia Céspedes e Fabiana Dias da Rocha- 15.Ed 
– São Paulo: Saraiva 2016. 
 
 
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