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Aulas 3, 4 e 5: teoria do consumidor 1 Teoria do Consumidor Bibliografia: Pindyck & Rubinfeld (2010), cap.3 AULAS 3 e 4 Aulas 3, 4 e 5: teoria do consumidor 2 0. Escolha dos agentes: premissas • Vamos começar estudando o lado da demanda. • Nós queremos chegar no fenômeno agregado que é a demanda de mercado (a ser vista no próximo capítulo). • Pelos critérios metodológicos da microeconomia, todo comportamento agregado deve ser explicado a partir de ações dos indivíduos (individualismo metodológico). • A demanda de mercado é uma combinação (“soma”) das demandas individuais. • Portanto, precisamos ver antes como se forma a demanda de cada indivíduo por cada um dos bens existentes. Aulas 3, 4 e 5: teoria do consumidor 3 1. Hipóteses da teoria do consumidor - I a) Existem mercados de diferentes bens, homogêneos e perfeitamente definidos. b) Os agentes são racionais e querem maximizar sua utilidade. c) Os agentes entram no mercado com preferências definidas. d) As pessoas dispõem de uma certa quantidade de dinheiro. e) Os preços dos bens estão dados. f) Dadas suas preferências, os preços dos bens e o seus recursos, as pessoas comprarão a combinação de bens que lhes permita maximizar sua utilidade. Aulas 3, 4 e 5: teoria do consumidor 4 1. Hipóteses da teoria do consumidor - II • Este problema tem duas partes: a) O que é que o consumidor pode comprar? b) O que ele escolhe dentro das alternativas possíveis? • Para isso, vamos dividir o problema em duas partes diferentes: a) Primeiro, vamos ver o que ele pode comprar, independentemente do que ele gosta. b) Depois, vamos ver o que ele gostaria de comprar, independentemente dos seus recursos. • Finalmente, juntaremos ambas partes: veremos o que ele comprará, dados seus gostos e seus recursos. Aulas 3, 4 e 5: teoria do consumidor 5 2. A restrição orçamentária (RO) - I • Vamos supor que estamos num mundo com apenas dos bens, X e Y. • Denominamos cesta de bens qualquer combinação de X e Y, com X ≥ 0 e Y ≥ 0. • O consumidor tem um orçamento M. Logo, dados os preços dos bens, sabemos que: M = px . X + py . Y • Isto permite definir um conjunto de cestas acessíveis, aos recursos do consumidor, dadas pela reta RO. • O consumidor poderia comprar uma quantidade menor de bens, mas não faria sentido: o que faria com esses recursos? • Os interceptos da RO correspondem às situações em que o consumidor compra apenas um dos bens. • A inclinação da RO está dada pela relação entre os preços dos bens: Y = M/Py + (P/Py). X Aulas 3, 4 e 5: teoria do consumidor 6 2. A restrição orçamentária (RO) - I • Vamos supor que estamos num mundo com apenas dos bens, X e Y. • Denominamos cesta de bens qualquer combinação de X e Y, com X ≥ 0 e Y ≥ 0. • O consumidor tem um orçamento M. Logo, dados os preços dos bens, sabemos que: M = px . X + py . Y • Isto permite definir um conjunto de cestas acessíveis, aos recursos do consumidor, dadas pela reta RO. • O consumidor poderia comprar uma quantidade menor de bens (no interior do triângulo), mas não faria sentido: o que faria com esses recursos? • Portanto, só escolherá cestas que fiquem na própria RO. Aulas 3, 4 e 5: teoria do consumidor 7 2. A restrição orçamentária (RO) - II • Os interceptos da RO correspondem às situações em que o consumidor compra apenas um dos bens. • A inclinação da RO está dada pela relação entre os preços dos bens: Y = M/Py - (P/Py). X • Quando há uma alteração no preço de um dos bens, a RO rota. • Quando há uma mudança na renda, mantidos os preços, a RO se desloca. Aulas 3, 4 e 5: teoria do consumidor 8 3. As preferências do consumidor - I • Vamos partir de um mundo com os mesmos dois bens, X e Y. • A posse de cada cesta da um certo grau de satisfação (utilidade) ao consumidor. • Três hipóteses da escolha: • As preferências são completas: o consumidor consegue avaliar a satisfação que lhe da qualquer cesta de bens, e sabe comparar esta com as outras. • Vale o princípio de não-saciedade: o consumidor sempre prefere mais coisas a menos. • As preferências são transitivas: se o consumidor prefere a cesta A à cesta B, e a cesta B à cesta C, ele preferirá a cesta A mais do que a C. Aulas 3, 4 e 5: teoria do consumidor 9 3. As preferências do consumidor - II • Veja-se este exemplo: • Sem precisar perguntar, sabemos que para todos os consumidores, as cestas B, C e D são preferidas em relação a A. • Mas a escolha entre B, C e D depende dos gostos de cada consumidor. • O que podemos afirmar é que se o consumidor H disse que para ele AⱣB, e BⱣC, nem precisamos perguntar para saber que ele acha AⱣC. Cesta Qtde X Qtde Y A 2 2 B 3 11 C 10 8 D 27 5 Aulas 3, 4 e 5: teoria do consumidor 10 3. As preferências do consumidor - III • Tomando duas cestas A e B quaisquer, dadas as preferências de cada consumidor, ele pode estabelecer três relações: • AⱣB, ou seja, ele consegue maior satisfação com a cesta A do que com a B. • BⱣA, o oposto. • AIB, o consumidor é indiferente: ambas as cestas trazem a mesma utilidade para ele. • Isto permite definir, para qualquer cesta A, um conjunto de cestas que trazem a mesma utilidade para o consumidor. • Essas curvas são chamadas curvas de indiferença (CI). • Cada consumidor tem um conjunto infinito de CIs. Aulas 3, 4 e 5: teoria do consumidor 11 3. As preferências do consumidor - IV • Nessas curvas sempre há um trade-off: aceito a redução de uma certa quantidade de X, se for compensado por uma acréscimo de Y. • A proporção em que aceito essa troca de bens em em cada ponto da CI é chamada de Taxa Marginal de Substituição de um bem pelo outro (TMgSx,y). • Estas CIs são convexas em relação à origem, e portanto a TMgSx,y é decrescente • Considerando variações infinitesimais, a TMgSx,y num certo ponto é a tangente nesse ponto. • Obs.: lembre-se que as CIs de um mesmo consumidor são paralelas entre si, logo nunca podem se cruzar. Aulas 3, 4 e 5: teoria do consumidor 12 3. As preferências do consumidor - V • Casos especiais: a) Bens perfeitamente substitutos. b) Bens perfeitamente complementares. • A questão da utilidade: utilidade cardinal e utilidade ordinal. • Utilidade Marginal (UM): em qualquer ponto de uma CI verifica-se que (UMx/UMy) = TMgSx,y Aulas 3, 4 e 5: teoria do consumidor 13 4. O equilíbrio do consumidor - I • Agora vamos juntar as duas metades do nossa análise: aquilo que o consumidor quer com aquilo que ele pode. • Essa situação, na qual o consumidor escolhe o que ele deseja entre as infinitas opções disponíveis, é o que denominamos equilíbrio do consumidor, ou também escolha do consumidor; • Isso ocorre quando o consumidor maximiza a utilidade dada sua RO, ou seja, quando uma CI tangencia a RO. • Veja-se que há uma única CI que tangencia uma determinada RO; qualquer outra CI ou corta duas vezes a RO, ou fica acima dela (inatingível). • Nesse ponto, a inclinação da CI e da RO são iguais, logo a condição de equilíbrio é que: (Px/Py) = TMgSx,y Aulas 3, 4 e 5: teoria do consumidor 14 4. O equilíbrio do consumidor - II • Chama-se solução de canto àquela situação na qual o consumidor escolhe apenas um dos bens. Nas soluções de canto essa igualdade não se verifica. • No ponto de equilíbrio do consumidor, verifica-se que UMx/Px = UMy/Py • Isso significa que o consumidor obtém a mesma utilidade marginal de cada centavo que gasta. • A abordagem das preferências reveladaspermitiria determinar empiricamente as CIs. • É bastante discutível pensar que as preferências reveladas tenham aumentado o conteúdo empírico da teoria ortodoxa da escolha.
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