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Advocacia Criminal e Ensino do Direito Penal

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APRESENTAÇÃO 
____________________________ 
 
Há quase vinte anos, o Instituto de Ciências Penais do Rio de Janeiro fez 
realizar um debate sobre os problemas da advocacia criminal, de que ELIZABETH 
SUSSEKIND e NILO BATISTA publicaram notícia, a título de comunicação na revista 
Ciência Penal. Impossível a quem conheça essa comunicação – tratando de questões 
que muitos decerto supunham fossem suas, exclusivamente suas, fruto de suas 
idiossincrasias – não exultar diante de trabalhos como o que resolveu produzir e 
publicar o advogado diuturnamente atuante NEY MOURA TELES, que também é, paralela 
ou concomitantemente, professor de Direito. 
É que do advogado criminalista, legal e socialmente, tem-se uma idéia 
mitológica, quase mística: “um trabalho técnico, envolvendo dedicação, persistência, 
habilidade e preparo, tende a ser substituído aqui pela visão de um trabalho misterioso, 
envolvendo dons apenas intuídos pelo resto dos mortais. A advocacia criminal é ainda 
sentida, pelo leigo e pelos estudantes de direito, como um carisma, indecifrável e 
intransmitível”. 
É verdade que os métodos de trabalho do criminalista, conservadoramente 
(embora não o sejam eles próprios), mantêm-se no velho e desconfiado jeito artesanal, 
trabalhando ele solitariamente no atendimento dos casos, de ouvir a história do cliente, 
adaptá-la a freqüentar o foro, realizar as audiências, inteirar-se das novidades nos 
processos, preparar as petições. Resiste a organizar-se empresarialmente, delegando 
atribuições, dedicando-se às ocupações mais gratificantes ou intransferíveis. 
NEY MOURA TELES, pelo fascinante trabalho que oferece, permite deduzir que há 
novidades na advocacia criminal e no ensino do Direito: sua obra mostra que, em vez 
de ter formado conhecimento teórico, dele se aproveitando no exercício da advocacia, 
fez – e bem, muito bem – o contrário: estudou tanto, preparou-se com tal afinco para a 
advocacia que pôde inverter a ordem tradicional do binômio e levou a advocacia – 
misto de preparo técnico e vivência profissional – para as salas de aula: o Direito Penal 
que edita serve aos estudos teóricos e adestra, encaminha pedagógica e 
cuidadosamente, a utilização prática, chã do conhecimento nos fatos da vida, na 
intermediação dos direitos entre os protagonistas do drama e os que o devem 
compreender e resolver. 
De excelente qualidade as informações acadêmicas, eruditas sem eruditismo, 
substanciosas, fundadas, lógicas e respeitosamente conscientes da capacidade de 
discernimento de seus leitores. E responsavelmente atual, moderno, o mundo das 
idéias sobre os temas básicos do Direito Penal e sobre a legislação, com toda a 
pretendida revolução trazida pelos diplomas inovadores recém-editados. 
Que se pode mais dizer de um produto que não depende de ser apresentado? É 
lê-lo, metodicamente, ou abri-lo ao acaso e não conseguir o leitor desligar-se do texto, 
fluente, elegante, substancioso. 
O advogado homenageia o teórico, trazendo-o à compreensão dos que, sem o 
privilégio do conhecimento, precisam, mesmo assim, estar aprestados para exercitar as 
fascinantes lides do Direito Penal com fundamento e inteligência. 
NEY MOURA TELES é credor de nossa admiração, de nosso reconhecimento e de 
nossa gratidão; como disseram ELIZABETH SUSSEKIND e NILO BATISTA, “a advocacia 
pressupõe o conhecimento jurídico, mas não se exaure nele; existe entre um e outro 
mais ou menos a relação que existe entre crítica e estética”. Recebemo-las prontas, 
acessíveis, conciliadas e imbricadas, graças ao jovem estudioso. 
 
 
Wanderley de Medeiros

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