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DIREITO PENAL II AULA 14 AULA 14. DIREITO PENAL II. PRESCRIÇÃO PENAL. ENCONTRO I. AULA 14 AULA 14 OBJETIVOS AULA ►Reconhecer, nos casos concretos apresentados, a ocorrência do instituto da prescrição penal, nas suas diversas modalidades. ► Identificar, nos casos concretos apresentados, as espécies de prescrição penal, termos inicial e final, aplicação, causas interruptivas e suspensivas e respectivos efeitos. AULA 14 CONTEÚDO 1. Introdução. 1.1 Conceito e Natureza Jurídica. 1.2. Espécies de Prescrição – distinção e efeitos. 2. Prescrição da Pretensão Punitiva. 2.1 Conceito. 2.2 Oportunidade da Declaração. 2.3 Termo Inicial e Regras para Contagem do Prazo. 2.4. Espécies. 2.5 Causas Suspensivas e Interruptivas 1.1 Conceito e Natureza Jurídica. “Perda do direito-poder-dever de punir do Estado em face do não exercício da pretensão punitiva (interesse em aplicar a pena) ou da pretensão executória (interesse em executá-la) durante certo tempo.” (CAPEZ, Fernando. Material Didático, pp. 611/612). Configura-se como causa extintiva de punibilidade elencada no rol do art.107, do Código Penal. Diferencia-se da Decadência, pois, enquanto nesta é atingido o próprio direito de ação, a prescrição atinge o direito de punir do Estado. Extinção da punibilidade. Art. 107 - Extingue-se a punibilidade: IV - pela prescrição, decadência ou perempção; AULA 14 AULA 14 Infrações Penais Imprescritíveis: A Prescrição é direito público subjetivo previsto constitucionalmente a todo acusado, haja vista, face ao Sistema Penal Garantista, o fato do poder de punir do Estado não ser ilimitado e eterno. Entretanto, para fins de efetividade dos direitos e garantias fundamentais, a própria Constituição da República de 1988 selecionou, em caráter excepcional e imutável (art.60,§4º, IV, CRFB/88), infrações penais imprescritíveis, a saber: crimes de racismo (art.5º, XLVII, CRFB/88 e Lei n. 7716/1989) e as ações de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático (art.5º, XLIV, CRFB/88 e Lei n. 7170/1983 – Lei de Segurança Nacional) 1.2. Espécies de Prescrição: Prescrição da Pretensão Punitiva: Prescrição da Pretensão Executória. Distinção. A Prescrição da Pretensão Punitiva, por atingir o interesse em aplicar a pena somente pode ocorrer em momento anterior ao trânsito em julgado da sentença; por outro lado, a Prescrição da Pretensão Executória, afeta ao interesse em executar a pena, somente ocorre após o trânsito em julgado da sentença condenatória. AULA 14 Efeitos. ► Prescrição da Pretensão Punitiva impede o início ou interrompe a persecução penal em juízo; afasta todos os efeitos da condenação; ► Prescrição da Pretensão Executória: apenas extingue a pena principal; desta forma, permanecem os efeitos secundários da condenação – penais e extrapenais. AULA 14 AULA 14 2. Prescrição da Pretensão Punitiva. 2.1 Conceito: perda do direito de punir do Estado antes do trânsito em julgado da sentença condenatória. 2.2 Oportunidade da Declaração: seu reconhecimento configura verdadeiro exame de mérito; desta forma pode ser declarada a qualquer tempo, de ofício ou mediante requerimento das partes (art. 61, caput, CPP) 2.3. Termo inicial da prescrição antes de transitar em julgado a sentença final Art. 111 - A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, começa a correr: I - do dia em que o crime se consumou; II - no caso de tentativa, do dia em que cessou a atividade criminosa; III - nos crimes permanentes, do dia em que cessou a permanência; IV - nos de bigamia e nos de falsificação ou alteração de assentamento do registro civil, da data em que o fato se tornou conhecido. AULA 14 A contagem do prazo prescricional é feita de acordo com o disposto no art.10, do CP, sendo tal prazo improrrogável. Contagem de prazo Art. 10 - O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os dias, os meses e os anos pelo calendário comum. O prazo prescricional deve ser calculado com base na maior pena abstratamente aplicável. O art.109, CP estabelece os respectivos prazos. AULA 14 As circunstâncias judiciais, as circunstâncias agravantes e atenuantes genéricas, salvo o disposto no art.115, do CP, não influem no cálculo da PPP. No que concerne à reincidência o Superior Tribunal de Justiça já pacificou este entendimento por meio do Verbete de Súmula n. 220: “ a reincidência não influi no prazo da prescrição da pretensão punitiva”. Cuidado! Art. 115, CP - Redução dos prazos de prescrição Art. 115 - São reduzidos de metade os prazos de prescrição quando o criminoso era, ao tempo do crime, menor de 21 (vinte e um) anos, ou, na data da sentença, maior de 70 (setenta) anos. AULA 14 Com relação às causas de aumento ou diminuição, por terem o condão de alterar as penas de modo a extrapolarem os parâmetros legais (aquém ou além), alteram o prazo prescricional da PPP – neste caso, deverá o juiz considerar sempre a pior possibilidade. Segundo Damásio de Jesus (Prescrição Penal. 17 ed., pp 34-35), os prazos prescricionais da pretensão punitiva podem decorrer segundo os seguintes período nos crimes que não forem de competência do Tribunal do Júri: a) Entre a data da consumação do crime e a do recebimento da denúncia ou queixa. b) Entre a data do recebimento da denúncia ou queixa e da publicação da sentença final. c) a partir da publicação da sentença condenatória. AULA 14 AULA 14 PENA PRAZO PRESCRICIONAL Menor que 1 ano 3 anos De 1 a 2 anos 4 anos Mais de 2 até 4 anos 8 anos Mais de 4 até 8 anos 12 anos Mais de 8 até 12 anos 16 anos Mais de 12 anos 20 anos 2.4. Espécies a) propriamente dita: é calculada com base na maior pena prevista abstratamente. Art.109, caput, CP. A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, salvo o disposto no § 1o do art. 110 deste Código, regula-se pelo máximo da pena privativa de liberdade cominada ao crime(...) b) intercorrente ou superveniente à sentença condenatória: é calculada com base na pena efetivamente aplicada pelo juiz sendo aplicável após a condenação em primeira instância. “tem por base o período que medeia a sentença condenatória, com trânsito em julgado para a acusação (ou se improvido seu recurso), e o trânsito em julgado da defesa”.(NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de Direito Penal. 6 ed. pp, 612). AULA 14 Art. 110,§1º, CP. Prescrição depois de transitar em julgado sentença final condenatória Art. 110 - A prescrição depois de transitar em julgado a sentença condenatória regula-se pela pena aplicada e verifica-se nos prazos fixados no artigo anterior, os quais se aumentam de um terço, se o condenado é reincidente. § 1o A prescrição, depois da sentença condenatória com trânsito em julgado para a acusação ou depois de improvido seu recurso, regula-se pela pena aplicada, não podendo, em nenhuma hipótese, ter por termo inicial data anterior à da denúncia ou queixa. AULA 14 AULA 14 Neste caso, ainda é possível levar-se em consideração o prazo entre a publicação da sentença condenatória e a publicação do acórdão condenatório para fins de cômputo de prazo prescricional da pretensão punitiva intercorrente (art.110, §1º, CP) – tendo por base a pena concreta aplicada. c) antecipada ou virtual: “é reconhecida antecipadamente, com base na provável pena fixada na futura condenação”. d) retroativa : art.110, §2º, CP – revogada pela lei n. 12234 de 05 de maio de 2010. 2.5 Causas Suspensivas e Interruptivas As causas interruptivas da prescrição obstam seu curso e fazem com o seu período de contagem reinicie do zero. Por outro lado, as causas suspensivas, são aquelas que “sustam o prazo prescricional, fazendo com que recomece a correr apenas pelo que restar, aproveitando o tempoanteriormente decorrido”. Causas interruptivas da prescrição Art. 117 - O curso da prescrição interrompe-se: I - pelo recebimento da denúncia ou da queixa; II - pela pronúncia; III - pela decisão confirmatória da pronúncia; IV - pela publicação da sentença ou acórdão condenatórios recorríveis; AULA 14 V - pelo início ou continuação do cumprimento da pena; VI - pela reincidência. § 1º - Excetuados os casos dos incisos V e VI deste artigo, a interrupção da prescrição produz efeitos relativamente a todos os autores do crime. Nos crimes conexos, que sejam objeto do mesmo processo, estende-se aos demais a interrupção relativa a qualquer deles. § 2º - Interrompida a prescrição, salvo a hipótese do inciso V deste artigo, todo o prazo começa a correr, novamente, do dia da interrupção. AULA 14 Causas impeditivas da prescrição Art. 116 - Antes de passar em julgado a sentença final, a prescrição não corre: I - enquanto não resolvida, em outro processo, questão de que dependa o reconhecimento da existência do crime; II - enquanto o agente cumpre pena no estrangeiro. Parágrafo único - Depois de passada em julgado a sentença condenatória, a prescrição não corre durante o tempo em que o condenado está preso por outro motivo. Hipótese de suspensão parlamentar do processo (Art. 53,§§ 3º a 5º, CRFB/1988, com a redação dada pela EC n. 35/2001) – “ a suspensão do processo suspenderá a prescrição, enquanto durar o mandato”. AULA 14
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