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DIREITO PENAL II AULA 11 SEMANA 6. AULA 11. DIREITO PENAL II. Sursis e Livramento Condicional AULA 11 OBJETIVOS AULA ► Compreender os institutos da suspensão condicional da execução da pena e livramento condicional no contexto da aplicação da Sanção Penal. ► Analisar a necessidade de efetiva execução de sanção penal privativa de liberdade e a possibilidade da suspensão de sua execução por determinado período de tempo, desde que, preenchidas determinadas condições como forma eficaz de controle social. ►Identificar a correta aplicação da sanção penal com vistas à ressocialização e reinserção gradativa do apenado à convivência em sociedade, utilizando-se, para tanto, do instituto do livramento condicional como instrumento voltado à consecução destas funções. AULA 11 CONTEÚDO Suspensão Condicional da Execução da Pena. Art.77 a 82, do CP. Conceito. Requisitos. Espécies. Condições. Prazos. Revogação. Extinção. Livramento Condicional. Art. 83 a 90, do Código Penal Conceito. Requisitos. Concessão. Revogação . Efeitos.Extinção. Término. AULA 11 I. SUSPENSÃO CONDICIONAL DA EXECUÇÃO DA PENA. Art.77 a 82, do CP. 1.1. Conceito: Suspensão parcial da execução da pena privativa de liberdade de curta duração imposta, por determinado período de tempo e mediante o cumprimento de determinadas condições, observados os requisitos do art.77, do Código Penal. ♦ Obs. Período de Prova: Prazo durante o qual fica suspensa a execução da pena privativa de liberdade mediante o cumprimento de determinadas condições. ♦ Obs. (In)admissibilidade de detração penal. AULA 11 Art. 77 - A execução da pena privativa de liberdade, não superior a 2 (dois) anos, poderá ser suspensa, por 2 (dois) a 4 (quatro) anos, desde que: I - o condenado não seja reincidente em crime doloso; II - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias autorizem a concessão do benefício; III - Não seja indicada ou cabível a substituição prevista no art. 44 deste Código. AULA 11 1.2.Requisitos. Qualidade da pena;(art.77, caput, e art.80, CP) Quantidade da pena; (art.77, caput, exceto no Objetivoscaso do §2º) Impossibilidade de aplicação da substituição prevista no art.44, CP. Condenado não reincidente em crime doloso; Circunstâncias judiciais – art.59 c/c art.77, II, CP Subjetivos AULA 11 1.3. Espécies. - Simples: Art.78,§1º c/c art.46 e 48, CP. - Etário: Art.77,§2º,CP. - Humanitário: Art.77,§2º,CP. - Especial : Art.78,§2º c/c art.59, CP. no caso de reparação do dano; AULA 11 1.4.Condições. Legais – art.78,§1º (simples) e art. 78,§2º (sursis especial). Judiciais – art.79, CP. Indiretas – causas de revogação do sursis. AULA 11 Art.77........................................................................................ § 2o A execução da pena privativa de liberdade, não superior a quatro anos, poderá ser suspensa, por quatro a seis anos, desde que o condenado seja maior de setenta anos de idade, ou razões de saúde justifiquem a suspensão. Art. 78 - Durante o prazo da suspensão, o condenado ficará sujeito à observação e ao cumprimento das condições estabelecidas pelo juiz. § 1º - No primeiro ano do prazo, deverá o condenado prestar serviços à comunidade (art. 46) ou submeter-se à limitação de fim de semana (art. 48). AULA 11 § 2° Se o condenado houver reparado o dano, salvo impossibilidade de fazê-lo, e se as circunstâncias do art. 59 deste Código lhe forem inteiramente favoráveis, o juiz poderá substituir a exigência do parágrafo anterior pelas seguintes condições, aplicadas cumulativamente: a) proibição de freqüentar determinados lugares; b) proibição de ausentar-se da comarca onde reside, sem autorização do juiz; AULA 11 1.5.Revogação. - condenação irrecorrível pela prática de crime doloso (art.81,I, CP) Obrigatória. - não reparação do dano injustificadamente; - descumprimento de quaisquer das condições legais do art.78,§1º, CP. Revogado o sursis, a pena privativa de liberdade inicialmente suspensa será integralmente executada pelo condenado.(PRADO, Luiz Regis. pp, 604) AULA 11 Revogação obrigatória Art. 81 - A suspensão será revogada se, no curso do prazo, o beneficiário: I - é condenado, em sentença irrecorrível, por crime doloso; II - frustra, embora solvente, a execução de pena de multa ou não efetua, sem motivo justificado, a reparação do dano; III - descumpre a condição do § 1º do art. 78 deste Código. Revogação facultativa § 1º - A suspensão poderá ser revogada se o condenado descumpre qualquer outra condição imposta ou é irrecorrivelmente condenado, por crime culposo ou por contravenção, a pena privativa de liberdade ou restritiva de AULA 11 direitos. Facultativa - condenação irrecorrível pela prática de crime culposo ou contravenção penal. - descumprimento de quaisquer das condições judiciais do art.78,§2º. No caso da revogação facultativa, o juiz pode prorrogar o período de prova até o máximo ou exacerbar as condições impostas (art.81, §§1º e 3º, CP). Prorrogação automática do período de Prova – recebimento de denúncia ou queixa (art.8,§2º, CP). AULA 11 1.6. Extinção. “Art. 82 - Expirado o prazo sem que tenha havido revogação, considera-se extinta a pena privativa de liberdade”. II - LIVRAMENTO CONDICIONAL. Art. 83 a 90, do Código Penal 2.1Conceito. Liberação do condenado após o cumprimento de parte da sanção penal aplicada, desde que observados determinados pressupostos sob condições previamente estabelecidas. AULA 11 ais de um terço da pena se o condenado não for reincidente em crime doloso e tiver bons antecedentes; mais da metade se o condenado for reincidente em crime doloso; do comportamento satisfatório durante a execução da pena, bom desempenho no trabalho que lhe foi atribuído e aptidão para prover à própria subsistênci rado, salvo efetiva impossibilidade de fazê-lo, o dano causado pela infração; 2.2 Requisitos. - pena aplicada; art.83, caput Objetivos - tempo de cumprimento de pena: art.83, I, II, V - reparação do dano, salvo efetiva impossibilidade. Art. 83 - O juiz poderá conceder livramento condicional ao condenado a pena privativa de liberdade igual ou superior a 2 (dois) anos, desde que: I - cumprida mais de um terço da pena se o condenado não for reincidente em crime doloso e tiver bons antecedentes; II - cumprida mais da metade se o condenado for reincidente em crime doloso; AULA 11 III - comprovado comportamento satisfatório durante a execução da pena, bom desempenho no trabalho que lhe foi atribuído e aptidão para prover à própria subsistência mediante trabalho honesto; IV - tenha reparado, salvo efetiva impossibilidade de fazê-lo, o dano causado pela infração; 2.3. Condições. Art. 85 - A sentença especificará as condições a que fica subordinado o livramento. Obrigatórias: Art. 132, §1º, LEP. Facultativas: Art. 132, §2º, LEP. AULA 11 Art. 132. Deferido o pedido, o Juiz especificará as condições a que fica subordinado o livramento. § 1º Serão sempre impostas ao liberado condicional as obrigações seguintes: a) obter ocupaçãolícita, dentro de prazo razoável se for apto para o trabalho; b) comunicar periodicamente ao Juiz sua ocupação; c) não mudar do território da comarca do Juízo da execução, sem prévia autorização deste. § 2° Poderão ainda ser impostas ao liberado condicional, entre outras obrigações, as seguintes: a) não mudar de residência sem comunicação ao Juiz e à autoridade incumbida da observação cautelar e de proteção; AULA 11 b) recolher-se à habitação em hora fixada; 2.4 Revogação. Obrigatória: Art. 86, CP e art.141 e142, LEP. Facultativa: Art.87, CP . Revogação do livramento. Art. 86 - Revoga-se o livramento, se o liberado vem a ser condenado a pena privativa de liberdade, em sentença irrecorrível: I - por crime cometido durante a vigência do benefício; II - por crime anterior, observado o disposto no art. 84 deste Código. AULA 11 Revogação facultativa Art. 87 - O juiz poderá, também, revogar o livramento, se o liberado deixar de cumprir qualquer das obrigações constantes da sentença, ou for irrecorrivelmente condenado, por crime ou contravenção, a pena que não seja privativa de liberdade. Efeitos da revogação. Art. 88 - Revogado o livramento, não poderá ser novamente concedido, e, salvo quando a revogação resulta de condenação por outro crime anterior àquele benefício, não se desconta na pena o tempo em que esteve solto o condenado. AULA 11 LEI N.7210/1984. Art. 141. Se a revogação for motivada por infração penal anterior à vigência do livramento, computar-se-á como tempo de cumprimento da pena o período de prova, sendo permitida, para a concessão de novo livramento, a soma do tempo das 2 (duas) penas. Art. 142. No caso de revogação por outro motivo, não se computará na pena o tempo em que esteve solto o liberado, e tampouco se concederá, em relação à mesma pena, novo livramento. AULA 11 2.5 Extinção. Art. 89, CP - O juiz não poderá declarar extinta a pena, enquanto não passar em julgado a sentença em processo a que responde o liberado, por crime cometido na vigência do livramento. Art. 90, CP - Se até o seu término o livramento não é revogado, considera-se extinta a pena privativa de liberdade. Verbete de Súmula n.441, do Superior Tribunal de Justiça. A falta grave não interrompe o prazo para obtenção de livramento condicional. AULA 11 CASO CONCRETO Admite-se a suspensão condicional da pena: (Exame OAB/CESPE –Um B. 20101) a) para o condenado em estado de saúde grave ou portador de doença incurável, desde que ele tenha reparado o dano. b) em casos de condenação a pena restritiva de direito ou privativa de liberdade, desde que não superior a quatro anos. c) a reincidente em crime doloso, desde que a condenação anterior tenha sido exclusivamente à pena de multa. d) para o condenado que, na data do fato, tenha idade acima de setenta anos, desde que a pena não seja superior a AULA 11 dois anos.
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