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Alexandre Janotti Medicina Tropical SAE HIV/Aids e HV de Palmas Núcleo de Assistência Henfil 404 Norte Al. 5 Lote 3 Tel. 32185333 MANEJO CLÍNICO DA PESSOA VIVENDO COM HIV HISTÓRICO - Junho 1981 - 5 casos de P.carinii em homossexuais - Outros casos de imunodeficiência em homossexuais - Homo/bissexuais: 90% dos casos (GRID) - 1982 - Centenas de casos semelhantes, mas: - Usuários de drogas injetáveis - Hemofílicos - Pacientes de transfusão - Heterossexuais caribenhos/africanos - Filhos de mães +, parceiros de bissexuais HISTÓRICO - 1982 - grande incidência do sarcoma de Kaposi - Epidemiologia > agente infeccioso - Patologia > agente linfotrópico (TCD4) - Agente relacionado ao HTLV-I (LAV) - França - Agente semelhante isolado nos EUA (HIV) - LAV e HIV eram o mesmo vírus - 1983 - HIV associado aos casos de AIDS HISTÓRICO - HIV - novo agente ? - Casos de imunodeficiência - desde 1979 - Origem: SIV (imunodeficiência de macacos) Possível transmissão zoonótica - 1987 - Primeira droga licenciada (AZT) - Desde 1987 - + de 20 drogas em uso - Análogos de nucleotídeos - Inibidores da protease VÍRUS DA IMUNODEFICIÊNCIA ADQUIRIDA (HIV) - Vírus RNA, ENV - Retroviridae - Infecta LTCD4+ - Tb macrófagos, DCs - Integra o genoma - Variabilidade antigênica - Depleção lTCD4+ - ORIGEM: SIV (chimpanzés) – ZAIRE (1930) Situação mundial: 40 - 50 milhões de infectados - Brasil (2007): aproximadamente 600.000 - Incidência estável (aumentando leve/) - Mortalidade se reduzindo (terapia) - Homem 1:1 mulher (antes era 18:1) - Incidência aumentando em crianças, mulheres, zonas rurais, pequenas cidades. DADOS DO BRASIL (2007) 1980 – 2007: 480.000 casos notificados (est. 600.000) - Norte/nordeste: leve crescimento, Sul/sudeste: leve declínio - Cinco anos depois do diagnóstico: 80-90% ainda estão vivos. - Morrem no primeiro ano: 13 a 20% - Homem 1,5:1 mulher (antes era 18:1) Óbitos: 1980-2006 (192.000) HAART: redução significativa da mortalidade. TRANSMISSÃO - Sexual Mulher para homem (1 em 700) Homem para mulher (1 em 200) Homem para homem (mulher) (1 em 10) Sexo oral (até 6%) Parenteral Transfusão sangüinea (95 em 100) Compartilhar agulhas/seringas (1 em 150) Acidente com agulha (1 em 200) - Vertical (mãe – filho) – sem AZT (25 – 30%) - Com tratamento (2-3%) Fluídos que contém o HIV: Sangue Sêmen Fluído vaginal Leite Outros fluídos que contenham sangue Outros fluídos: Cerebro-espinhal Fluído sinovial Fluído amniótico PATOGENIA “Imunodeficiência causada por depleção acentuada de linfócitos T CD4+ (helper)” Também: manifestações clínicas devidas diretamente à infecção de determinados órgãos/sistemas. Três Fases: Infecção primária ou aguda Infecção crônica (assintomática) – “latência clínica” AIDS (doença avançada) PATOGENIA INFECÇÃO PRIMÁRIA - Clínica em 50 - 70% dos casos - Incubação: 2-3 semanas Febre, faringite, eritemas, linfadenopatia, Mialgias, diarréia, náuseas, vômitos, cefaléia Perda de peso Linfopenia e redução de TCD4+ - Duração média: 3 – 4 semanas - Regride com a resposta imunológica - Valores de TCD4 + voltam quase ao normal INFECÇÃO CRÔNICA Longo período de “latência clínica” Fadiga, linfadenopatia podem ocorrer <1% desenvolvem AIDS em 1 a 2 anos 50% em 10 anos Contagem de CD4+ pode permanecer constante Candidíase, herpes zoster e outras condições dermatológicas podem indicar o início da doença AIDS (doença avançada) Fatores determinantes desconhecidos Contagem de CD4 + carga viral são indicadores - Estágio inicial (CD4 <500/mm3) - candidíase, listeriose, zoster, rodococcus, EBV - Estágio avançado (AIDS)(CD4 <200/mm3) - Imunodeficiência severa - Infecções oportunistas - Pneumocistis carinii, M.Avium, M.Tuberculosis - Reativações de HSV, VZV - HBV, toxoplasma, FLU, SINAIS SUGESTIVOS: Perda de peso Tosse seca Febre recorrente/suores noturnos Fadiga profunda/inexplicada Linfonodos infartados Diarréia prolongada Manchas brancas na língua, boca, garganta, PneumoniaS Manchas vermelhas ou rosadas na pele. Perda de memória, demência. DIAGNÓSTICO LABORATORIAL Ensaios imunoenzimáticos (ELISA, EIA, MEIA) WesternBlot, Imunoblot, IFI: confirmatórios Testes Rápidos (imunocromatografia): triagem e diagnóstico Antes da soroconversão: PCR ou ELISA p/ p24 Em neonatos filhos de mães soropositivas ? Dois testes negativos c/ 30 dias de intervalo Anticorpos passivos duram 12 – 15 meses RT-PCR pode ser usado SIGNIFICADO DE SOROLOGIA POSITIVA DIAGNÓSTICO LABORATORIAL Acompanhamento laboratorial - Carga viral (RNA viral no plasma) - Contagem de linfócitos TCD4+ Determina o PROGNÓSTICO TERAPIA ANTI-RETROVIRAL (TARV) (HAART: HIGHLY ACTIVE ANTI RETROVIRAL THERAPY) DROGAS ANTI-RETROVIRAIS (ARV’s) Suprimem níveis de replicação viral e viremia Reduzem a excreção viral Preservam contagem e função de CD4+ - Principais causas da redução de morbilidade/mortalidade Não conseguem erradicar o vírus Quando iniciar o tratamento? PARA TODAS AS PESSOAS! EM SINTOMÁTICOS E COM CD4< 350: IMEDIATO EM ASSINTOMÁTICOS COM CD4>350: TRABALHAR ADESÃO ANTES. ALVOS DOS ARV’s ENTRADA: maraviroc (MVC) FUSÃO: enfuvirtide (T20): única droga injetável TRANSCRIPTASE REVERSA: INTR e INNTR NUCLEOSÍDEOS: zidovudina (AZT), lamivudina (3TC), Abacavir (ABC), didanosina (DDI), estavudina (D4T) NÃO NUCLEOSÍDEOS: efavirenz (EFZ), nevirapina (NVP), Etravirina (ETV) PROTEASE: IP Lopinavir (LPV), atazanavir (ATV), amprenavir (APV), Fosamprenavir (FPV), saquinavir (SQV), darunavir (DRV). Ritonavir (RTV) é usado como “booster” (reforço): LPV/r; ATV/r, DRV/r. INTEGRASE: raltegravir (RAL) EFEITOS COLATERAIS - Variam com as diferentes drogas - Náuseas, diarréia, vômito - Aumento de colesterol, triglicerídeos - Diabetes Alteração do metabolismo de lipídios Nefrotoxicidade (alguns) Hepatotoxicidade (alguns) CNS sinais – Efavirenz (teratogênico?) Interações medicamentosas (IP) Consenso Brasileiro Esquema preferencial: TDF+3TC+EFZ Formulação única e uma dose diária apenas Esquemas alternativos: TDF+3TC+NVP TDF+3TC+LPV/r TDF+3TC+ATV/r Em caso de comprometimento renal TDF pode ser substituído Por AZT, ABC, DDI ou D4T Profilaxias Assintomáticos e CD4>200: imunização para HBV, HAV, HPV (mulheres), pneumococo e influenza Assintomáticos e CD4<200 e sintomáticos: -SMT+TMP (2cp/dia): para pneumocistose e neurotoxo Azitromicina (1250mg/sem): para MAC Todos: isoniazida para TB (6 meses) se PPD reator (>5mm) CO-INFECÇÕES E INFECÇÕES OPORTUNISTAS Sífilis, HPV, HSV, Hepatites B e C HERPES ZOSTER DIARRÉIAS MONILÍASE ORAL E ESOFAGEANA TUBERCULOSE PNEUMOCISTOSE NEUROTOXOPLASMOSE NEUROCRIPTOCOCOSE LEISHMANIOSE VISCERAL HANSENÍASE, CMV, CHAGAS NEOPLASIAS SARKOMA DE KAPOSI LINFOMAS CARCINOMA DE COLO DE ÚTERO OUTRAS FALHAS NA TERAPIA ANTI-RETROVIRAL - Baixa adesão (complexidade + intolerância à droga) - Interações farmacológicas/baixa adsorção/excreção rápida - Fatores individuais (contagem de CD4 + MHC) - Cepas resistentes adquiridas Resultado: redução parcial da replicação > seleção de mutantes resistentes. Variação das drogas usadas pode dar bons resultados CONDUTA: GENOTIPAGEM GENOTROPISMO (CCR5/CXR4) PREVENÇÃO E REDUÇÃO DE RISCO Educação Modificação de comportamento Uso de preservativos Redução de parceiros Seringas descartáveis Exame pré-natal PREVENÇÃO E REDUÇÃO DE RISCO HAART: instituída em 1997 Redução da carga viral e imunossupressão Diminui transmissão perinatal Maior sobrevivência Custo: US$ 15.000/paciente/ano 50% de não adesão – cepas resistentes VACINAS A maior esperança de terminar a epidemia. Várias em desenvolvimento e testes - Necessidade de impedir a infecção (imunidade esterilizante) - GPs são muito glicosiladas e altamente variáveis Perspectivas – vacinas para bloquear a progressão da doença (resposta por linfócitos T) PERSPECTIVAS PROJETO UNAIDS 90/90/90 CURA DA INFEÇÃO: PACIENTE DE BERLIM ISOLAMENTO DE ANTICORPO NEUTRALIZANTE NOVAS ESTRATÉGIAS TUDO O QUE VOCÊ QUERIA SABER SOBRE AIDS... E TINHA VERGONHA DE PERGUNTAR... Qual o significado de sorologia positiva para o HIV? Existe a possibilidade de uma pessoa ser soropositiva e não ter o vírus? Qual é a resistência do HIV no meio ambiente ? Pega pelo beijo? Porta de entrada? Porquê algumas pessoas são refratárias à doença? Qual a probabilidade de um homem ser infectado após transar com uma mulher soropositiva? E se houver sangramento? O HIV pode ser transmitido por insetos? Pode-se infectar durante a prática de esportes? Como pode se dar a transmissão oral do HIV? Como age o medicamento para impedir que o vírus passe da mãe ao feto? Quando duas pessoas feridas entram em contato (sangue-sangue ou secreções) qual a chance de pegar AIDS? O que determina se um indivíduo portador ficará ou não doente? O HIV se propaga no ar? Que doenças são oportunistas do portador? A camisinha é 100% efetiva na prevenção? Órgãos de portadores podem ser transplantados? O vírus pode ser transmitido pela saliva? Qual o marcador clínico que indica o início da terapia anti-HIV? Qual a forma mais efetiva de transmissão? E qual a mais comum? Quais as condições para uma pessoa soropositiva ter uma vida normal? Qual o risco de transmissão ao recém- nascido pelo aleitamento? Quanto tempo após a infecção aparecem os anticorpos? Nesse período, há outro método? Qual a confiabilidade do teste? Porque ocorre redução de CD4 na infecção pelo HIV? O que é janela imunológica? Pode se adquirir o vírus na manicure, barbeiro, dentista, sanitários, tatuagem, piercing? O homem só pega o vírus se tiver lesão no pênis? A manifestação da doença ocorre em quanto tempo? Se eu tiver relações sexuais hoje e adquirir o vírus, e amanha tiver relações com outra pessoa, posso transmitir? Qual a probabilidade de uma mulher soropositiva ter um filho soro+? Quanto tempo após a infecção é possível identificar o vírus em exame laboratorial? Após entrar em contato com material contaminado e/ou exposição de risco (relação sexual, etc..), qual o procedimento? Qual o melhor método de desinfecção de instrumentos, agulhas, etc...? Qual o tratamento de uma gestante soro+ durante a gestação? Qual a probabilidade de um homem adquirir o vírus após transar UMA VEZINHA SÓ com uma mulher positiva? E se houve sangramento? Risco de transmissão por sexo oral (de novo) ? Porque é tão difícil achar uma cura para a AIDS? Porque é tão difícil desenvolver-se uma vacina para a AIDS? Essa dificuldade já ocorreu com outra doença? Prof. Eduardo Furtado Flores HIV - AIDS
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