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CCJ0032-WL-B-LC-Livramento Condicional-01

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Universidade Estácio de Sá 
Direito Penal II 
Introdução 
O Livramento Condicional permite que o condenado abrevie sua reinserção no convívio 
social, cumprindo parte da pena em liberdade, desde que presentes os requisitos de 
ordem subjetiva e objetiva, mediante o cumprimento de determinadas condições. 
O pedido de livramento condicional deverá ser dirigido ao juiz da execução, que, depois 
de ouvidos o Ministério Público e o Conselho Penitenciário, deverá concedê-lo, se 
presentes os requisitos do Art. 83, Incisos e parágrafo único do Código Penal, pois trata-
se de direito subjetivo do condenado, e não uma faculdade do julgador, como induz a 
redação contida no caput do Art. 83 do Estatuto Repressivo. 
Requisitos do Livramento Condicional 
O Art. 83, Incisos e parágrafo único do Código Penal, traçam os requisitos necessários à 
concessão do livramento condicional. 
 Pena Privativa de Liberdade igual ou superior a dois anos – O primeiro 
requisito de natureza objetiva diz respeito ao tempo mínimo de pena aplicada ao 
condenado. Suponhamos que o juiz tenha aplicado ao condenado uma pena de 
um ano e onze meses de reclusão pela prática do delito. Sendo o condenado 
reincidente em crime doloso, foi-lhe negada a suspensão condicional da pena, 
bem como a substituição da pena privativa de liberdade pela restritiva de 
direitos. Sendo assim, pergunta-se: Teria a defesa interesse em recorrer, a fim de 
pleitear junto ao tribunal responsável pelo julgamento do recurso o aumento da 
pena do condenado em um mês, a fim de preencher o requisito objetivo previsto 
no caput do Art. 83 do Código Penal? A resposta deve ser afirmativa, com a 
finalidade de que este tenha o direito de poder utilizar do benefício do 
livramento condicional, sob pena de ter de cumprir a pena integralmente. 
 Cumprida mais de um terço da pena se o condenado não for reincidente em 
crime doloso e tiver bons antecedentes – Se o agente tiver sido condenado 
anteriormente por um crime culposo ou por contravenção penal, tal fato não 
impedirá a concessão do benefício após cumpridos mais de um terço da pena, 
uma vez que a lei penal, nessa hipótese, somente veda o livramento condicional 
se for ele reincidente em crime doloso. O cumprimento de mais de um terço da 
pena é o requisito objetivo exigido pelo inciso, sendo a não-reincidência em 
crime doloso e os bons antecedentes os de natureza subjetiva. 
 
 
 Cumprida mais da metade se o condenado for reincidente em crime doloso 
– A segunda hipótese do livramento condicional esta destinada aos condenados 
reincidentes em crimes dolosos. 
 Comprovado comportamento satisfatório durante a execução da pena, bom 
desempenho no trabalho que lhe foi atribuído e aptidão para prover a 
própria subsistência mediante trabalho honesto – O condenado deverá 
comprovar que durante a execução de sua pena cumpriu as obrigações que lhe 
são determinadas pelo Art. 39 da LEP, bem como ter tido um comportamento 
disciplinado, obedecendo e respeitando os servidores responsáveis pelo serviço 
de carceragem, opondo-se aos movimentos individuais ou coletivos de fuga ou 
subversão da ordem ou da disciplina, executando os trabalhos, as tarefas e as 
ordens recebidas, enfim, demonstrando que a pena estava cumprindo a sua 
função ressocializadora. 
Para tanto, embora, não são raras as vezes, que os juizes se valham de meras certidões 
emitidas pelo sistema penitenciário, que tem por finalidade certificar sobre esse 
requisito de natureza subjetiva, dependendo do caso, deverá o juiz antes de negar o 
livramento condicional, ouvir as razões pelas quais o condenado deixou de cumprir as 
obrigações que lhe eram exigidas, a fim de não produzir uma revolta ainda maior. O 
condenado deverá, também, comprovar sua aptidão para prover a própria subsistência 
mediante trabalho honesto. 
 Tenha reparado, salvo efetiva impossibilidade de fazê-lo, o dano causado 
pela infração – Os requisitos de ordem subjetiva elencados pelo Art. 83 do 
Código Penal. A simples ausência de propositura de ação de indenização por 
parte da vítima não supre a necessidade de o condenado comprovar que não 
reparou o dano por absoluta impossibilidade de fazê-lo tendo, tendo o STF já 
decidido neste sentido. 
 Cumprido mais de dois terços da pena, nos casos de condenação por crime 
hediondo, prática de tortura, tráfico ilicito de entorpecentes e drogas afins, 
e terrorismo, se o apenado não for reincidente específico em crimes dessa 
natureza – O inciso V foi introduzido no Art. 83 do Código Penal pela Lei n. 
8.072/90, aumentando o tempo de cumprimento de pena para fins de livramento 
condicional para os crimes por ela previstos. Reincidência Específica: Agora um 
novo estágio para cumprimento da pena foi introduzido ao Art. 83 do Código 
Penal, vale dizer, mais de dois terços se o agente vier praticar qualquer das 
infrações penais previstas pela Lei n. 8.072/90, desde que não seja reincidente 
específico em crimes em crimes dessa natureza. 
O que significa a expressão reincidência em crimes dessa natureza? A Lei n. 
8.072/90, ao inserir o inciso V ao Art. 83 do Código Penal, expressou de forma diversa 
 
 
daquela mencionada pela Parte Geral do Código Penal de 1940, ao impossibilitar o 
livramento condicional ao apenado reincidente específico em crime dessa natureza. O 
texto diz que o condenado não deve ser reincidente específico “em crimes dessa 
natureza”, referindo-se aos anteriormente mencionados: crime hediondo, prática de 
tortura, tráfico ilicito de entorpecentes e drogas afins e terrorismo. De modo que 
reincidente específico, para efeito da Lei, é o sujeito que comete crime hediondo, 
terrorismo, de drogas ou tortura depois de transitar em julgado sentença que, no Pais ou 
no estrangeiro, o tenha condenado por um desses mesmos crimes. E dentro do elenco 
pode haver diversificação: o primeiro delito pode referir-se a drogas, o segundo poder 
ser hediondo; o anterior poder ser a tortura, o segundo terrorismo. 
Greco entende que a expressão reincidência específica em crimes dessa natureza, deve 
ser analisada sob dois aspectos: 1º) Somente se fala em reincidência específica nas 
infrações previstas pela Lei n. 8.072/90; 2º) O bem juridicamente protegido deve ser 
idêntico, não havendo necessidade de ser, exatamente, o mesmo tipo pena, seja na 
modalidade simples ou qualificada. 
 Crimes cometidos com violência ou grave ameaça a pessoa – O parágrafo 
Único do Art. 83 do Código Penal, prevê pela sua redação, que estão 
dispensados desse prognostico de que não voltarão a delinquir os condenados 
por crimes culposos, bem como, por aqueles cometidos sem violência ou grave 
ameaça a pessoa. Se demonstra como sendo adequada a realização de exame 
criminológico. 
Condições para o cumprimento do livramento condicional 
Se o condenado preencher os requisitos objetivos e subjetivos previstos pelo Art. 83 do 
Código Penal, o juiz da execução deverá concedê-lo, pois trata-se de um direito 
subjetivo do condenado, mediante o cumprimento de determinados requisitos, no caso 
os do Art. 85 do Código Penal. 
Nos termos do parágrafo 1º do Art. 132 da LEP, serão sempre impostas ao liberado 
condicional as seguintes obrigações: a) obter ocupação licita, dentro de prazo razoavel, 
se for apto ao trabalho; b) comunicar periodicamente ao juiz sua ocupação; c) não 
mudar do território da comarca do juízo da execução sem previa autorização deste. 
Além destas, é facultado ao juiz adotar ainda as seguintes medidas ao liberado: a) não 
mudar de residência sem previa comunicação ao juízo ou ainda autoridade incumbida da 
observação cautelar e de proteção; b) recolher-se à habitação em hora fixada; c) não 
frequentar determinados lugares. 
O juiz de ofício, ou a requerimento do Ministério Público ou mediante representação do 
Conselho Penitenciário e ouvido o liberado, poderá modificar as condiçõesespecificadas na sentença. 
 
 
Procedimento do Livramento Condicional 
Após concedido o livramento condicional especificadas as condições ou obrigações a 
que terá que se submeter o liberado, será expedida a carta de livramento com cópia 
integral da sentença em duas vias, remetendo-a autoridade administrativa incumbida da 
execução e outra ao Conselho Penitenciário (Art. 136 da LEP). 
Em seguida será designada data para a cerimonia do livramento, que será realizada 
solenemente no dia marcado pelo presidente do Conselho Penitenciário, no 
estabelecimento onde esta sendo cumprida a pena, cuja sentença será lida ao liberando, 
na presença dos demais condenados, pelo presidente do Conselho Penitenciário ou 
membro por ele designado ou na sua falta pelo Juiz (Art. 137 da LEP). 
A autoridade administrativa chamará a atenção do liberando para as condições impostas 
na sentença de livramento, perguntando-lhe se as aceita, devendo o liberando expressar 
sua vontade (Art. 137, II e III da LEP). De tudo, em livro próprio será lavrado termo 
subscrito por quem presidir a cerimonia e pelo liberando, ou alguém a seu rogo, se não 
souber ou não puder escrever (Art. 137, parágrafo 1º da LEP). Cópia desse termo deverá 
ser remetida ao juiz da execução (Art. 137, parágrafo 2º da LEP). 
Ao sair o liberando, receberá além do saldo de seu pecúlio e do que lhe pertence, uma 
caderneta que exibirá a autoridade judiciária ou administrativa quando lhe for exigida. A 
caderneta conterá: a) identificação do condenado; b) o texto impresso da seção V, do 
Capítulo I, do Titulo V da LEP, que cuida dos dispositivos legais relativos ao 
livramento condicional; c) as condições imposta (Art. 138 parágrafo 1º, alineas a, b e c 
da LEP). 
Na falta da caderneta, será entregue ao liberado um salvo-conduto em que constem as 
condições do livramento. 
Na hipótese de o condenado mudar-se de comarca, será remetida cópia da sentença do 
livramento ao juízo do lugar par onde ele se houver transferido e à autoridade incumbida 
da observação cautelar e de proteção (Art. 133 da LEP), devendo o liberado ser 
advertido da obrigação de apresentar-se imediatamente as aludidas autoridades (Art. 134 
da LEP). 
Necessidade de ser Ouvido o Conselho Penitenciário para a Concessão do 
Livramento 
O Art. 131 da LEP, diz que o livramento condicional poderá ser concedido pelo juiz da 
execução, presentes os requisitos do Art. 83, incisos e paragrafo único do CP, ouvidos o 
Ministério Público, o Conselho Penitenciário, e também o defensor constituído. 
Mesmo anteriormente a edição da Lei n. 10.792/03, Greco já se posicionava no sentido 
de afastar a necessidade de parecer do Conselho Penitenciário para efeito de concessão 
 
 
do livramento condicional, uma vez que a demora na sua confecção atingia o status 
libertatis daquele que pretendia retornar ao convívio social depois de cumprir parte de 
sua pena. Agora, após a edição do diploma legal acima mencionado, a discussão perdeu 
o sentido, sendo que tribunais superiores tem decidido, reiterada e acertadamente no 
tocante a questão. 
Revogação do Livramento Condicional 
Os Arts. 86 e 87 do Código Penal preveem, respectivamente, as duas hipóteses de 
revogação do livramento condicional, sendo obrigatória no primeiro caso e facultativa 
no segundo. 
A primeira hipótese de revogação, tida como obrigatória, ocorre em virtude de ter o 
agente cometido novo crime após ter sido colocado em liberdade, quando já havia 
iniciado o cumprimento das condições aplicadas ao livramento condicional. 
A inaptidão para cumprir o restante da pena anterior em liberdade. Como penalidade por 
ter praticado o crime após o inicio do livramento condicional, o liberado perderá todo o 
período em que permaneceu livre. 
No caso do inciso II do Art. 86 do Código Penal, se o liberado vier a ser condenado por 
crime anterior, se a soma do tempo que resta a cumprir com a nova condenação não 
permitir sua permanência e, liberdade, deverá ser revogado o benefício. 
O Art. 87 do CP, a seu turno prevê a revogação facultativa do livramento condicional, 
dizendo: “O juiz poderá, também revogar o livramento se o liberado deixar de cumprir 
qualquer das obrigações constantes da sentença, ou for irrecorrivelmente condenado, por 
crime ou contravenção, a pena que não seja privativa de liberdade. O mencionado Art. 
87, também deverá ser analisado juntamente com os Arts. 141 e 142 da LEP. 
Na hipótese de revogação facultativa em virtude da prática de infração penal cometida 
anteriormente a vigência do livramento, será computado como tempo de cumprimento 
de pena o período de prova, sendo permitida para a concessão de novo livramento, a 
soma do tempo das duas penas (Art. 141 da LEP). 
Antes de revogar o livramento, pelo fato de não estar o liberado cumprindo as condições 
impostas na sentença, deverá o julgador ouvi-lo em audiência própria, permitindo que se 
justifique. 
No caso de revogação do benefício, deverá o liberado perder todo o período de prova 
em que permaneceu em liberdade, uma vez que voltando o liberado a praticar nova 
infração penal, demonstra sua inaptidão para cumprir o restante da sua pena em 
liberdade. 
Praticada pelo liberado outra infração penal, o juiz poderá ordenar sua prisão, ouvidos o 
Conselho Penitenciário e o Ministério Público, suspendendo o curso do livramento 
 
 
condicional, cuja revogação entretanto ficará dependendo da decisão final (Art. 145 da 
LEP) 
A revogação será decretada a requerimento do Ministério Público, mediante 
representação do Conselho Penitenciário ou de oficio pelo juiz.

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