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CCJ0032-WL-B-LC-Penas-01

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Universidade Estácio de Sá 
Direito Penal II 
Aula II 
Introdução 
Pena: A pena é a consequência natural imposta pelo Estado quando alguém pratica uma 
infração penal. 
Luigi Ferrajoli: embora o Estado tenha o dever/poder de aplicar a sanção aquele que, 
violando o ordenamento jurídico-penal, praticou determinada infração, a pena a ser 
aplicada deverá observar os princípios expressos ou mesmo implícitos, previstos em 
nossa Constituição Federal. 
O inciso XLVII do Art. 5º da Constituição da República Federativa do Brasil, diz 
portanto que não haverá penas: a) morte, salvo nos casos de guerra declarada, nos 
termos do Art. 84, XIX; b) de caráter perpétuo; c) de trabalhos forçados; d) de 
banimento; e) cruéis. 
Origem das Penas 
Na verdade, a primeira pena a ser aplicada na história da humanidade ocorrera ainda no 
Paraíso, quando após ser induzida pela serpente, Eva, além de comer do fruto proibido, 
fez também com que Adão o comesse, razão pela qual, além de serem aplicadas outras 
sanções, foram expulsos do Jardim do Éden. 
Depois da primeira condenação aplicada por Deus, o homem a partir do momento em 
que passou a vive em comunidade, também adotou o sistema de aplicação de penas toda 
vez que as regras da sociedade da qual estava inserido eram violadas. 
Verifica-se que desde a antiguidade até, basicamente o século XVIII as penas tinham 
uma característica extremamente aflitiva, uma vez que o corpo do agente é que pagava 
pelo mal por ele praticado. O período Iluminista, principalmente no século XVIII, foi 
um marco inicial para uma mudança de mentalidade no que dizia respeito à cominação 
das penas. 
Dos delitos e das Penas, publicada em 1764, começou-se a ecoar a voz da indignação 
com relação a como os seres humanos estavam sendo tratados pelos seus próprios 
semelhantes, sob a falsa bandeira da legalidade. 
Vários pactos são levados a efeito por entre as nações, visando à preservação da 
dignidade da pessoa humana, buscando afastar de todos os ordenamentos jurídicos os 
tratamentos degradantes e cruéis. Cite-se como exemplo a Declaração Universal dos 
 
Direito Humanos, aprovada pela Assembleia-Geral das Nações Unidas em 10 de 
dezembro de 1948. 
Finalidades das Penas – Teorias Absolutas e Relativas 
Art. 59 do CP, as penas devem ser necessárias e suficientes a reprovação e prevenção do 
crime, assim de acordo com a nossa legislação penal, entende-se que a pena deve 
reprovar o mal produzido pela conduta praticada pelo agente, bem como prevenir 
futuras infrações penais. 
As teorias tidas como absolutas advogam a tese de retribuição, sendo que as teorias 
relativas apregoam a prevenção. 
Teoria Absoluta: reside no caráter retributivo da pena, segundo entendimento o homem 
se regozija com o sofrimento causado pelo aprisionamento do infrator; 
Teoria Relativa: se fundamenta no critério da prevenção, que se biparte em: 
- Prevenção Geral – negativa e positiva; 
- Prevenção Especial – negativa e positiva. 
A prevenção geral pode ser estudada sob dois aspectos. 
Prevenção Geral Negativa, conhecida também pela prevenção pela intimidação, a pena 
aplicada ao autor da infração penal, tende a refletir junto a sociedade, evitando-se assim 
que as demais pessoas, que se encontram com os olhos voltados na condenação de um 
de seus pares, reflitam antes de praticar qualquer infração penal. 
Prevenção Geral Positiva, visa infundir na consciência geral, a necessidade de respeito 
a determinados valores exercitando a fidelidade ao direito, promovendo em ultima 
análise, a integração social. 
Prevenção Especial , também pode ser concebida em seus dois sentidos: 
Prevenção Especial Negativa, existe uma neutralização daquele que praticou a 
infração penal, neutralização que ocorre com a sua segregação no cárcere. 
Prevenção Especial Positiva: segundo Roxin a missão da pena consiste unicamente em 
fazer com que o autor desista de cometer futuros delitos, denota-se aqui o caráter 
ressocializador da pena, fazendo com que o agente medite sobre o crime, sopesando 
suas consequências, inibindo-o ao cometimento de outros. 
Teoria Adotada pela Art. 59 do Codigo Penal 
Em razão da redação contida no caput do Art. 59 do Código Penal, podemos concluir 
pela adoção em nossa lei, de uma teoria mista ou unificadora da pena. Isso porque a 
 
parte final do caput do Art. 59 do Código Penal conjuga a necessidade de reprovação 
com a prevenção do crime, fazendo assim com que se unifiquem as teorias absoluta e 
relativa, que se pautam, respectivamente pelos critérios da retribuição e da prevenção. 
Criticas aos Critérios de Prevenção Geral e Especial 
a) Proteção de bens jurídicos relevantes; 
b) Prevenção por intimidação (prevenção geral); 
c) Ressocialização (prevenção especial). 
Também não escapou as criticas dos juristas o critério de prevenção especial positiva ou 
ressocialização. A finalidade segundo essa concepção, é a de recuperar o condenado, 
fazendo a sua reinserção na sociedade. 
Na verdade, mesmo que passível de críticas, os critérios preventivos ainda poderão 
servir a sociedade, bem como ao agente que cometeu a infração penal, principalmente 
no que diz respeito à prevenção especial ou ressocialização do condenado. 
Sistemas Prisionais 
Segundo Manoel Pedro Pimentel, a pena de prisão “teve sua origem nos mosteiros da 
Idade Média, como punição imposta aos monges ou clérigos faltosos, fazendo com que 
se recolhessem às suas celas para se dedicarem em silencio a meditação e se 
arrependerem da falta cometida, reconciliando-se assim com Deus”. 
Dentre os sistemas penitenciários que mais se destacaram durante sua evolução, 
podemos apontar os sistemas: 
a) Pensilvânico; 
b) Auburniano; 
c) Progressivo. 
- No sistema Pensilvânico ou da Filadelfia, também conhecido com celular, o preso era 
recolhido a sua cela, isolado dos demais, não podendo trabalhar ou mesmo receber 
visitas, sendo estimulado ao arrependimento pela leitura da Bíblia. 
- No sistema Auburniano, em virtude de ter sido a penitenciária construída na cidade de 
Auburn, no Estado de Nova York, no ano de 1818, menos rigoroso que o sistema 
anterior, permitia o trabalho dos presos, o isolamento noturno foi mantido, sendo a 
caraterística principal do sistema, os respeito ao silencio absoluto que era imposto aos 
presos, razão pela qual também ficou conhecido como silent system. 
 
- O sistema progressivo, surgiu inicialmente na Inglaterra, sendo posteriormente 
adotado pela Irlanda, sendo que pelo sistema progressivo inglês, que surgiu no incio do 
século XIX, Alexander Maconochie capitão da Marinha Real, impressionado com o 
tratamento desumano que era destinado aos presos degregados para Austrália resolveu 
mudar o sistema penal. Maconochie cria um sistema progressivo de cumprimento das 
penas, a ser realizado em três estágios: 
Período de Prova, preso mantido totalmente isolado, com a progressão ao primeiro 
estágio, era permitido o trabalho comum, observando-se o silencio absoluto, como 
preconizado pelo sistema Auburniano, e depois de algum tempo determinadas 
vantagens, sendo que no terceiro período era permitido o livramento condicional. 
Princípios da Pena. 
a) humanidade das penas (art.5º, XLVII e XLIX, CRFB/1988); 
“XLVII - não haverá penas: 
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX; 
b) de caráter perpétuo; 
c) de trabalhos forçados; 
d) de banimento; 
e) cruéis;” 
“XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral;” 
b) legalidade (art.5º, XXXIX, CRFB/1988); 
“XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação 
legal;” 
c) personalidade (art.5º, XLV, CRFB/1988); 
“XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar 
o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termosda lei, estendidas aos 
sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido;” 
d) inderrogabilidade; 
e) proporcionalidade (art.5º, XLVI, CRFB/1988 e art.59, Código Penal); 
“XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes: 
 
a) privação ou restrição da liberdade; 
b) perda de bens; 
c) multa; 
d) prestação social alternativa; 
e) suspensão ou interdição de direitos;” 
f) individualização da pena (art.5º, XLVI, CRFB/1988); 
“XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes: 
a) privação ou restrição da liberdade; 
b) perda de bens; 
c) multa; 
d) prestação social alternativa; 
e) suspensão ou interdição de direitos;” 
Espécies de Penas 
De acordo com o Art. 32 do Código Penal, as penas poder ser: 
a) Privativas de Liberdade; 
b) Restritivas de Direitos; e 
c) Multa. 
As penas privativas de liberdade previstas pelo Código Penal, para os crimes ou delitos, 
são as de reclusão e detenção. A Lei das contravenções penais, também prevê sua pena 
privativa de liberdade, que é a prisão simples. 
As penas restritivas de direitos, de acordo com a nova redação dada ao Art. 43 do CP 
pela Lei n. 9.714/98 são: 
a) Prestação pecuniária; 
b) Perda de bens e valores; 
c) Prestação de serviços a comunidade ou entidade pública; 
d) Interdição temporária de direitos; 
 
e) Limitação de fim de semana. 
A multa penal é de natureza pecuniária e o seu cálculo é elaborado considerando-se o 
sistema de dias-multa, que poderá variar entre um mínimo de 10 (dez) ao máximo de 
360 (trezentos e sessenta) dias-multa. 
Poderá o juiz contudo, verificando a capacidade econômica do réu, triplicar o valor do 
dia-multa, segundo a norma contida no parágrafo 1º do Art. 60 do Código Penal. 
Esse raciocínio será levado a efeito quando não houver previsão expressa no preceito 
secundário do tipo penal incriminador, da quantidade mínima e máxima de dias-multa. 
Penas Privativas de Liberdade 
Detenção e Reclusão 
A pena privativa de liberdade, vem prevista no preceito secundário de cada tipo penal 
incriminador. 
Diferença entre a pena de reclusão e detenção: 
a) A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semiaberto ou aberto. 
A detenção em regime aberto, em regime semiaberto, ou aberto, salvo necessidade de 
transferência para o regime fechado (Art. 33 caput do CP); 
b) No caso de concurso material, aplicando-se cumulativamente as pena de 
reclusão e de detenção, executa-se primeiro aquela. (Art. 69 e Art. 76 do CP); 
c) Como efeito da condenação, a incapacidade para o exercício do pátrio poder, 
tutela ou curatela, somente ocorrerá com a pratica de crime doloso, punido com 
reclusão; 
d) Medida de segurança, se o fato praticado pelo inimputável for punível com 
detenção, o juiz poderá submete-lo a tratamento ambulatorial (Art. 97 do CP); 
e) Prisão preventiva, poderá ser decretada nos crimes doloso punidos com reclusão; 
nos casos de detenção, somente se admitirá a prisão preventiva quando se apurar que o 
indiciado é vadio ou havendo dúvida sobre a sua identidade não fornecer ou não indicar 
elementos par esclarece-la (Art. 313, I e II do CPP), ou se o crime envolver violência 
doméstica e familiar contra a mulher, 
f) A autoridade policial poderá conceder fiança nos casos de infração punida com 
detenção (Art. 322 do CPP). 
 
 
 
Regimes de Cumprimento de Pena 
Adotado o critério trifásico pelo Art. 68 do CP, o juiz fixará a pena-base atendendo aos 
critérios do Art. 59 do CP, em seguida, serão consideradas as circunstâncias atenuantes 
e agravantes, e por ultimo as causas de diminuição e aumento de pena. 
Considera-se regime fechado a execução da pena em estabelecimento de segurança 
máxima ou média, regime semiaberto a execução da pena em colônia agrícola, 
industrial ou estabelecimento similar, aberto, a execução da pena em casa de albergado 
ou estabelecimento adequado. 
Fixação Legal do Regime Inicial de Cumprimento de Pena 
Art. 33 parágrafo 2º do CP, estabelece que as penas privativas de liberdade deverão ser 
executadas em forma progressiva, segundo mérito do condenado, e fixa os critérios 
para a escolha do regime inicial de cumprimento de pena, a saber: 
a) o condenado a pena de reclusão superior a oito anos deverá começar a cumpri-la 
em regime fechado; 
b) o condenado não reincidente, cuja pena superior a quatro anos e não exceda a 
oito, poderá, desde o principio, cumpri-la em regime semiaberto; 
c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a quatro anos, 
poderá, desde o início, cumpri-la em regime aberto. 
Segundo o parágrafo 3º do Art. 33 do CP, a determinação do regime inicial de 
cumprimento de pena far-se-á com observância dos critérios previsto no Art. 59 do 
Código Penal. 
Sumula 718 do STF: “A opinião do julgador sobre a gravidade em abstrato do crime 
não constitui motivação idônea para imposição de regime mais severo do que o 
permitido segundo a pena aplicada.”. 
Sumula 719 do STF: “A imposição do regime de cumprimento mais severo do que a 
pena aplicada permitir exige motivação idônea.”. 
 No caso de omissão quanto ao regime inicial de cumprimento da pena, transitada em 
julgado a sentença penal condenatória, o regime a que será submetido inicialmente o 
condenado será aquele de acordo com a quantidade de pena aplicada, não podendo o 
juiz da execução, segundo entende a doutrina, avaliar as circunstâncias judiciais, a fim 
de determinar o cumprimento em regime mais severo. Isso porque o Art. 66 da Lei de 
Execução Penal, que dispõe sobre a competência do juiz da execução, não faz menção a 
fixação do regime inicial, cuja determinação compete ao juiz do processo de 
conhecimento, mas somente para os casos de progressão ou regressão. 
 
A Lei 8.072 e a Imposição do Cumprimento Inicial da Pena em Regime Fechado nos 
Crimes nelas previstos 
Rol de infrações penais, da Lei n. 8.072/90: 
 Homicídio; quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio, ainda 
que cometido por um só agente, e homicídio doloso qualificado; 
 Latrocínio; 
 Extorsão qualificada pela morte; 
 Extorsão mediante seqüestro e na forma qualificada; 
 Estupro; 
 Estupro de vulnerável; 
 Epidemia com resultado morte; 
 Falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a fins 
terapêuticos ou medicinais; 
 Genocídio previsto no Art. 1 e 2º da Lei n. 2.889/56, tratado como se hediondo 
fosse. 
Lei de Tortura e Regime Inicial de cumprimento de pena 
Em virtude da nova redação, que impunha tão somente como inicial o regime fechado, a 
doutrina se levantou no sentido de apregoar que a lei de tortura, posterior a Lei n. 
8.072/90, havia derrogado esta ultima, no que dizia respeito ao regime de cumprimento 
de pena. A partir daquele momento, seria obrigatório o regime inicial fechado. Contudo, 
aberta estaria a possibilidade de progressão já que a Lei n. 9.455/97 determinava que a 
pena seria cumprida inicialmente em regime fechado, dando a entender pela 
possibilidade da progressão ao contrário da Lei n. 8.072/90. Em sentido contrário, outra 
corrente se formou, afirmando que a possibilidade de progressão era específica para os 
crimes de tortura, não se dirigindo as demais infrações penais previstas pela Lei n. 
8.072/90. 
Hoje após a edição da Lei n. 11.464, de 28 de março de 2007, que através da 
modificação dos parágrafos do Art. 2º da Lei n. 8.072/90, determinou que o 
cumprimento da pena para os crimes hediondos, a prática de tortura o tráfico ilícito de 
entorpecentes e drogas afins e terrorismo seria, inicialmente em regime fechado, perdeu 
o sentido a discussão, merecendo o registro, somente para efeitos históricos. 
Sumula Vinculante n. 26: “Para efeito de progressão de regimeno cumprimento de 
pena por crime hediondo, ou equiparado, o juízo da execução observará a 
 
inconstitucionalidade do art. 2º da Lei n. 8.072/90, sem prejuízo de avaliar se o 
condenado preenche, ou não, os requisitos objetivos e subjetivos do beneficio, podendo 
determinar, para tal fim, de modo fundamentado, a realização de exame criminológico”. 
Regras do Regime Fechado 
Transitada em julgado a sentença penal condenatória, tendo sido determinado ao 
condenado o cumprimento de sua pena em regime fechado, será ele encaminhado a 
penitenciaria, nos termos da Art. 87 da Lei de Execução Penal, expedindo-se, por 
conseguinte, guia de recolhimento para e execução, uma vez que, sem ela, ninguém 
poderá ser recolhido para o cumprimento de pena privativa de liberdade (Art. 107 da 
LEP). A guia de recolhimento, extraída pelo escrivão, que a rubricará em todas as folhas 
e assinara com o juiz, será remetida à autoridade administrativa incumbida da execução 
da pena, contendo dados necessários. 
O condenado ao cumprimento da pena privativa de liberdade, em regime fechado, será 
submetido, no inicio do cumprimento da pena, a exame criminológico para obtenção 
dos elementos necessários a uma adequada classificação e com vista a individualização 
da execução. 
 O condenado ao regime fechado fica sujeito a trabalho no período diurno e a 
isolamento durante o repouso noturno. 
No caso de falta de estabelecimento prisional, não havendo possibilidade de trabalho 
para o condenado, em razão de culpa exclusiva do Estado, tal circunstância não 
impedirá a remição de pena. 
O trabalho externo será admissível para os presos em regime fechado somente em 
serviços ou obras públicas realizadas por órgãos da administração direta e indireta, ou 
entidades privadas, desde que tomadas as cautelas contra a fuga e em favor da disciplina 
(Art. 36 da LEP). 
Estabelecimento Penal Federal ou de Segurança Máxima 
A Lei n. 11,671 de 08 de maio de 2008, dispôs sobre a transferência e a inclusão de 
presos em estabelecimentos penais federais de segurança máxima, esclarecendo que tal 
medida se justificaria no interesse da segurança pública, como ocorre nas hipóteses, 
hoje corriqueiras, dos “chefes” de organizações criminosas. 
Condicionou a admissão do preso a decisão previa e fundamentada do juízo federal 
competente, após receber os autos de transferência enviados pelo juízo responsável pela 
execução penal ou pela prisão provisória (Art. 4º), sendo que , uma vez aceita a 
transferência, a execução penal ficaria a cargo do juízo federal da seção ou subseção 
judiciária em que estiver localizado o estabelecimento pena federal de segurança 
máxima ao qual foi recolhido o preso (Art. 2º ). 
 
São legitimados a requerer a transferência do preso para o estabelecimento penal de 
segurança máxima a autoridade administrativa, o Ministério Público e o próprio preso. 
Rejeitada a transferência, o juízo de origem poderá suscitar o conflito de competência 
perante o Tribunal competente que o apreciará em caráter prioritário (Art. 9º). 
A inclusão do preso em estabelecimento penal federal de segurança máxima é de 
natureza excepcional, devendo, ainda, ser determinado o prazo de sua duração que não 
poderá ser superior a 360 ( Trezentos e Sessenta) dias, podendo ser renovado, também 
excepcionalmente, quando solicitado motivadamente pelo juízo de origem. 
Regras do Regime Semiaberto 
O Art. 35 do Código Penal determina que seja aplicada a norma do Art. 34 do CP ao 
condenado que inicie o cumprimento de sua pena em regime semiaberto. Isso quer dizer 
que também nesse regime, poderá ser realizado exame criminológico, nos termos do 
parágrafo único do Art. 8º da Lei de Execução Penal, a fim de orientar a 
individualização da execução. 
Exige-se expedição de guia de recolhimento ao condenado em regime semiaberto. 
É admissível o trabalho externo, freqüência em cursos supletivos profissionalizantes, de 
instrução se segundo grau ou superior. 
O trabalho do condenado em regime semiaberto, também possibilita a remição de sua 
pena, na proporção acima mencionada, ou seja, três por um (três dias de trabalho por um 
dia de pena). 
Sumula n. 269 do STJ: “É admissível a adoção do regime prisional semiaberto aos 
reincidentes condenado a pena igual ou inferior a quatro anos se favoráveis as 
circunstâncias judiciais.) 
Regras do Regime Aberto 
O regime aberto é uma ponte para a completa reinserção do condenado na sociedade. O 
seu cumprimento é realizado em estabelecimento conhecido como Casa do Albergado. 
A guia de recolhimento é também uma exigência para esse regime prisional. 
A peculiaridade do regime aberto, que o difere dos regimes anteriores, diz respeito ao 
trabalho. Nos regimes anteriores – fechado e semiaberto -, o trabalho do preso faz com 
que tenha direito a remição. Aqui no regime aberto, não há previsão legal para remição 
de pena, uma vez que somente poderá ingressar nesse regime o condenado que estiver 
trabalhando ou comprovar a possibilidade de fazê-lo imediatamente. 
 
A Lei de Execução Penal, excepciona a exigência do trabalho nas hipóteses do Art. 117, 
a saber: condenado maior de setenta anos, condenado acometido de doença grave, 
condenada com filho menor ou deficiente físico ou mental e condenada gestante. 
Mesmo que a atividade laboral a ser exercida pelo condenado, for sem o devido registro 
em carteira de trabalho, esta será reconhecida, uma vez que a Lei Penal, declara de 
forma taxativa que será “trabalho” e não “emprego” o qual exige registro em CTPS. 
A atividade indicada pelo condenado deverá ser fiscalizada tanto pelo Ministério 
Público (Art. 67 da LEP), quanto pelo Conselho de Comunidade (Art. 81 da LEP), 
devendo qualquer impropério ser comunicado ao Juízo de Execução. 
Progressão e Regressão de Regime 
O parágrafo 2º do Código Penal determina que as penas privativas de liberdade deverão 
ser executadas em forma progressiva, segundo o mérito do condenado, A progressão é 
um misto de tempo mínimo de cumprimento de pena (critério objetivo) com o mérito do 
condenado (critério subjetivo). 
Apontando o critério de ordem objetiva o Art. 112 da Lei de Execução Penal, diz que a 
pena privativa de liberdade será executada de forma progressiva, com a transferência 
para regime menos rigoroso, a ser determinado pelo juiz, quando o preso tiver cumprido 
ao menos um sexto da pena em regime anterior, em seguida, aponta o critério de ordem 
subjetiva, ou seja, o mérito do condenado, que é verificado mediante seu bom 
comportamento carcerário, comprovado pelo diretor do estabelecimento. 
Ponto que gera duvida em nossa doutrina, diz respeito aos cálculos para segunda 
progressão de regime. Suponhamos que o condenado, após a sua progressão, já esteja 
cumprindo sua pena em regime semiaberto. A partir de quando terá direito a uma nova 
progressão de regime aberto? O calculo relativo a sexta parte da pena cumprida deverá 
ser feito sobre o total da condenação ou sobre o tempo que resta cumprir? 
O período que já foi considerado para efeito da progressão de regime, já é tido como 
tempo de pena efetivamente cumprida. Os futuros cálculos, somente poderão ser 
realizados sobre o tempo restante a cumprir. 
Ressalte-se que a progressão também não poderá ser realizada por “saltos”, ou seja, 
deverá sempre obedecer ao regime legal imediatamente seguinte ao qual o condenado 
vem cumprindo sua pena. 
Sumula n. 716 do STF: “Admite-se a progressão de regime de cumprimento de pena 
ou aplicação imediata de regime menos severo nela determinada, antes do transito em 
julgado da sentença condenatória”. 
 
Sumula n. 717 do STF: “Não impede a progressão de regime de execução da pena, 
fixada em sentença não transitada em julgado, o fato de o réu se encontrar em prisão 
especial”. 
Sumula Vinculante n. 26: “Para efeito de progressão de regime no cumprimentode 
pena por crime hediondo, ou equiparado, o juízo da execução observará a 
inconstitucionalidade do Art. 2º da Lei n. 8.072, de 25 de julho de 1990, sem prejuízo 
de avaliar se o condenado preenche, ou não os requisitos objetivos e subjetivos do 
benefício, podendo determinar para tal fim, de modo fundamentado, a realização de 
exame criminológico”. 
A regressão vem disciplinada no Art. 118 da Lei de Execução Penal, que diz que a 
execução da pena privativa de liberdade ficará sujeita a forma regressiva, com 
transferência para qualquer dos regimes mais rigorosos, quando o condenado: 
a) Praticar fato definido como crime doloso ou falta grave; 
b) Sofrer condenação, por crime anterior, cuja pena somada ao restante da pena em 
execução, torne incabível o regime (conforme Art.111 da LEP). 
Segundo entendimento doutrinário de Greco, este entende que a regressão ocorrerá 
somente quando houver uma decisão definitiva a respeito da infração penal levada a 
efeito pelo condenado. 
No caso de falta grave, a regressão somente poderá ser determinada após ser ouvido o 
condenado, numa audiência de justificação (Art. 118, parágrafo 2º da LEP). 
Decidiu o STJ: Em consequencia da jurisdicionalização da execução penal, por ofensa 
ao princípio do contraditório, nula é a decisão que determina a regressão do condenado 
sem a previa audiência. 
A Lei de Execução Penal também determina a regressão se o condenado sofrer 
condenação por crime anterior cuja pena, somada ao restante da pena em execução torne 
incabível o regime, uma vez que o Art. 111 diz que quando houver condenação por mais 
de um crime, no mesmo processo ou em processo distintos, a determinação do regime 
de cumprimento será feita pelo resultado da soma ou da unificação das penas, 
observada, quando for o caso, a detração ou a remição. 
Nesse caso, a condenação transitada em julgado fará com que ocorra a regressão, 
mesmo que o tempo da pena aplicado, somado ao tempo restante, possibilite, 
objetivamente, a permanência no regime. Aqui ficou demonstrada a falta de aptidão 
para prosseguimento no regime no qual o condenado vinha cumprindo sua pena. 
A diferença na questão, reside portanto no momento da prática do fato definido como 
crime: se antes ou durante a execução da pena no novo regime. 
 
Regime Especial 
Procurando evitar a promiscuidade e a prostituição no sistema carcerário, a lei 
determina que as mulheres cumpram pena em estabelecimento próprio, observando-se 
os direitos e deveres inerentes a sua condição pessoal, bem como, no que couber, o 
disposto no capitulo I do Titulo V do Código Penal, atendendo-se, assim ao disposto no 
Art. 5º, Inciso XLVIII da CRFB, 
A Lei n. 11.942, de 28 de maio de 2009, preocupando-se com a condição da condenada 
gestante, parturiente e mãe, passou a determinar que os estabelecimentos penais 
destinados a mulheres serão dotados de berçário, onde as condenadas possam cuidar de 
seus filhos, inclusive amamenta-los, no mínimo, até 06 (seis) meses de idade. 
Direitos do Preso 
O preso conserva todos os direitos não atingidos pela perda da liberdade, impondo-se a 
todas as autoridades o respeito a sua integridade física e moral (Art. 38 do CP). 
O Estado quando faz valer seu jus puniendi, deve preservar as condições mínimas de 
dignidade da pessoa humana. 
Normas existem com a finalidade de diminuir, se bem aplicadas, o caos carcerário, desta 
forma o Art. 41 da Lei de Execução Penal, estabelece quais os direitos do preso. 
Gestante e Mães presas 
A Lei n. 11.942 de 28 de maio de 2009, fez inserir na LEP novos direitos para as presas 
gestantes, parturientes, bem como para aqueles que tenham filhos com até 07 (sete) anos 
de idade. 
Tal modificação veio ao encontro dos tratados e acordos internacionais de que o Brasil 
faz parte, onde os Estados signatários se comprometem a fazer com que as presas 
tenham uma forma digna de cumprimento da pena que lhe fora imposta, não permitindo 
que seus laços familiares sejam rompidos, principalmente filhos menores e/ ou recém-
nascidos. 
Às presas gestantes, mesmo as provisórias, deverão ser assegurados o acompanhamento 
médico, desde o pré-natal até o pós-parto, extensivo ao recém-nascido. 
Trabalho do Preso e Remição da Pena 
Mais que um direito a Lei de Execução Penal, afirma que o condenado à pena privativa 
de liberdade esta obrigado ao trabalho interno na medida de suas aptidões e capacidade 
(Art. 31). Apenas os presos provisórios (Art. 31 parágrafo único da LEP) e o condenado 
por crime político (Art. 200 da LEP) não estão obrigados ao trabalho. O trabalho do 
 
preso será remunerado, mediante prévia tabela, não podendo ser inferior a três quartos 
do salário-mínimo (Art. 29, caput da LEP). 
Ale da importância psicológico-social que o trabalho traz ao preso, o condenado que 
cumpre a pena em regime fechado ou semiaberto poderá remir, pelo trabalho, parte do 
tempo de execução da pena, nos termos do Art. 126 da Lei de Execução Penal. Não 
caberá a aplicação do instituto da remição a condenado que cumprem sua pena em 
regime aberto. 
Por intermédio do instituto da remição, a contagem do tempo para esse fim será feita à 
razão de um dia de pena por três de trabalho, sendo que o preso que estiver 
impossibilitado de prosseguir no trabalho em virtude de acidente continuará a 
beneficiar-se com a remição (Art. 126, parágrafos 1º e 2º da LEP). 
O condenado que for punido por falta grave perderá o direito ao tempo remido, 
começando o novo período a partir da data da infração disciplinar (Art. 127 da LEP). 
Sumula Vinculante n. 09: “O disposto no Art. 127 da Lei n. 7.210/84 (LEP) foi 
recebido pela ordem constitucional vigente, e não se lhe aplica o limite temporal 
previsto no caput do Art. 58”. 
Poderá o juiz da execução, diante da inércia ou da incapacidade do Estado de 
administrar a coisa pública, conceder a remição aos condenados que não puderem 
trabalhar. 
Entende a doutrina que a recusa ao trabalho caracteriza negação do requisito de natureza 
subjetiva, indispensável à obtenção dos demais benefícios que lhe são ofertados durante 
a execução da pena, a exemplo da progressão do regime (Art. 112 da LEP) e do 
livramento condicional (Art. 83, III do CP). A recusa em trabalhar demonstra a sua 
inaptidão para com o sistema, bem como o seu desejo de não ressocializar. 
Remição pelo Estudo 
Sumula n. 341: A freqüência de curso de ensino formal é causa de remição de parte do 
tempo de execução de pena sob regime fechado ou semiaberto. 
Superveniência de Doença Mental 
Devemos entender, que nos caso em que o agente ao tempo da ação ou da omissão, era 
pessoa imputável, e no decorrer do cumprimento da penam sobreveio-lhe doença 
mental, este deverá ser recolhido a hospital de custódia e tratamento psiquiátrico ou a 
outro estabelecimento que possa administrar-lhe o tratamento adequado a sua doença. 
O Art. 183 da LEP, ainda dispõe que, quando no curso da execução da pena privativa de 
liberdade sobrevier doença mental ou perturbação da saúde mental, o juiz de oficio, a 
 
requerimento do Ministério Público ou da autoridade administrativa, poderá determinar 
a substituição da pena por medida de segurança. 
Detração 
A detração é o instituto jurídico mediante o qual computam-se, na pena privativa de 
liberdade e na medida de segurança, o tempo de prisão provisória, no Brasil ou no 
estrangeiro, o de prisão administrativa e o de internação em qualquer dos 
estabelecimentos referidos no Art. 41 do Código Penal. 
É muito comum acontecer que, mesmo antes do transito em julgado da sentença penal 
condenatória, o agente venha a ser preso provisoriamente. As espécies de prisão 
provisória ou cautelar são as seguintes: a) prisão em flagrante; b) prisão preventiva; c) 
prisão temporária, devendo tais prazos serem computados como dias cumpridos de 
pena. 
O Art. 111 da Lei de ExecuçãoPenal, nos ajuda a entender essa situação dizendo que 
quando houver condenação por mais de um crime, no mesmo processo ou em processo 
distintos, a determinação do regime de cumprimento será feita pelo resultado da soma 
ou da unificação das penas, observada quando for o caso, a detração ou remição. 
Não se pode aplicar a detração de forma antecipada, deve esta ocorrer em processos de 
forma simultânea, pois caso contrário o acusado teria uma “carta de crédito” para 
infrações penais futuras como bem asseverou Damásio de Jesus, sendo que o fato em 
que tiver sido preso cauterlamente em processo no qual fora absolvido, poderá gerar 
direito a uma indenização em face do Estado, e não um credito para prisões futuras. 
Prisão Especial 
O Estado editou a Lei n. 10.258 de 11 de julho de 2001, alterando o Inciso V, bem 
como criando parágrafos para o Art. 295 do Código de Processo Penal, esclarecendo o 
significado da expressão prisão especial, a sua localização no sistema carcerário, os seus 
requisitos físicos, o transporte do preso especial, bem como seus direitos e deveres. 
Em razão da previsão contida no parágrafo 2º do Art. 295 do Código de Processo Penal, 
entende a doutrina, como revogada tacitamente a Lei n. 5.256/67, que por intermédio de 
seu Art. 1º, dispunha: 
“Art. 1º ... 
Isso porque, depois da criação e da introdução do mencionado parágrafo 2º do Art. 295 
do Código de Processo Penal ela Lei n. 10.258 de 11 de junho de 2001, já não mais 
subsiste o argumento da prisão especial na própria residência do réu ou indiciado, pois 
não havendo estabelecimento específico para o preso especial, este será, como diz o 
aludido parágrafo, recolhido em cela distinta das dos demais presos, mas dentro do 
sistema carcerário. 
 
Sumula n. 717: Não impede a progressão de regime de execução da pena, fixada em 
sentença não transitada em julgado, o fato de o réu se encontrar em prisão especial. 
Prisão-Albergue Domiciliar 
O Art. 117 da LEP prevê quatro hipóteses em virtude das quais o condenado que 
cumpre pena em regime aberto poderá cumpri-la em residência particular, desde que 
seja: I – maior de 70 (setenta) anos; II – portado de doença grave, a exemplo do que 
ocorre com os portadores do vírus de HIV; III – condenada com filho menor ou 
deficiente físico ou mental; IV – condenada gestante. 
A doutrina e a jurisprudência, em sua maioria, tem considerado como taxativas tais 
hipóteses, evitando a ampliação do rol acima elencado. 
Entende Rogério Greco, que o condenado não deverá ser prejudicado no cumprimento 
da pena que lhe fora imposta, em virtude da inércia do Estado em cumprir as 
determinações contidas na Lei de Execução Penal, razão pela qual a inexistência de 
Casa do Albergado permitirá que cumpra sua pena em seu domicilio, ampliando assim 
por um motivo justo, o rol do Art. 117 da LEP. 
O STF vem mantendo sua posição quando a taxatividade das hipóteses constantes do 
Art. 117 da LEP. 
A Casa do Albergado tem a função de simular uma residência alheia ao ambiente do 
cárcere, pois conforme determina o Art. 94 da LEP, o prédio deverá situar-se em centro 
urbano, separado dos demais estabelecimentos e caracterizar-se pela ausência de 
obstáculos físicos contra a fuga. Isto quer dizer que tal regime baseia-se na confiança 
que o Estado depositado no condenado. 
Caso o condenado descumpra as regras impostas, aí sim, poderemos falar em regressão 
do regime, impondo-lhe aquele que melhor se adaptar ao caso concreto. 
Uso de Algemas 
Sumula Vinculante n. 11: Só é licito o uso de algemas em caso de resistência e de 
fundado receio de fuga ou de perigo a integridade física própria ou alheia, por parte do 
preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de 
responsabilidade disciplinar civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade da 
prisão ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do 
Estado. 
Paulo Rangel, preleciona o seguinte: “Com a sumula vinculante a Policia só poderá 
algemar o detido quando este oferecer resistência, ameaçar fugir no momento da prisão 
ou tentar agredir os agentes de policia ou a si próprio. Dessa forma, ausentes os 
requisitos acima o suspeito deve ser preso sem algemas, sob pena de o Estado ser 
processado civilmente e os agentes responderem administrativa, civil e penalmente. 
 
Alem disso, o APF ou o ato processual da prisão pode ser anulado. Cria-se, com a 
sumula vinculante, um novo vicio jurídico: o vício do uso de algemas que acarreta a 
sanção de nulidade do ato prisional. A autoridade policial deverá justificar, por escrito, 
o uso de algemas no preso, sob pena da responsabilidade dita na lei. O problema será se 
a justificação da autoridade policial convencerá a autoridade judiciária que é quem 
exercerá o papel fiscalizador da legalidade ou não do seu uso. Em outras palavras, 
inventaram mais uma maneira de anular o APF ou a decisão judicial daquele que não 
podem ser presos, mas se forem que não sejam algemados. Algema e “camburão” são 
para pobre, não para Colarinho-Branco.” 
Segundo a doutrina existiam pessoas “intocáveis”, que acabaram caindo nas malhas da 
Justiça, mesmo que por pouco tempo,. Esse incomodo despertou, de repente, o interesse 
pelo uso de algemas, uma vez que, agora, aquelas pessoas que faziam parte da mais 
“alta sociedade”, estavam conhecendo o cheiro e provando a comida servida nos 
cárceres. 
No entanto, parece a doutrina que a ordem foi subvertida, ou seja, ao invés de se punir o 
abuso, puniu-se a situação de normalidade, obrigando a autoridade policial a justificar 
por escrito o uso de algemas. 
No HC 91.952-9/SP, o STF anulou o julgamento de um acusado por um homicídio 
triplamente qualificado, em concurso com outra infração penal, pelo fato de ter sido 
exposto algemado em Plenário do Júri. 
Penas Restritivas de Direitos 
Como se percebe pelas lições de Louk Hulsman, o doutrinador não se esforça em 
concentrar na busca de penas que substituirão a privação da liberdade daqueles que 
cometem crimes, mas sim a própria derrubada de todo o sistema penal. Ao final de sua 
obra Hulsman propõe resumidamente que os conflitos sejam resolvidos pela própria 
sociedade, ou quando muito, pela aplicação da justiça cível administrativa. 
As penas substitutivas a prisão, apesar das posições em contrário, são uma solução, 
mesmo que parcial, para problema relativo à resposta do Estado quando do 
cometimento deu ma infração penal. Com fundamento nesse pensamento, a parte geral 
do Código Penal, que já tinha previsão de penas substitutivas, teve seu rol ampliado e 
suas condições de cumprimento modificadas pela Lei n. 9.714, de 25 de novembro de 
1998, que veio assim, atender aos anseios da comunidade jurídica. 
Espécies de Penas Restritivas de Direitos 
Segundo a Lei n. 9.714/98, foi ampliado o rol de penas restritivas de direitos, previstas 
junto ao Art. 43 do Código Penal, as quais são: I) prestação pecuniária; II) perda de 
bens e valores; III) prestação de serviço a comunidade ou a entidades públicas; IV) 
interdição temporária de direitos; e V) limitação de fim de semana.

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