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CCJ0032-WL-A-RA-03-Direito Penal II-Penas Privativas de Liberdade

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Turma A – Manhã - 2012.1�� HYPERLINK "http://portal.estacio.br/" \o "Estácio" �� INCLUDEPICTURE "http://portal.estacio.br/img/logo.png" \* MERGEFORMATINET ������Direito Penal II
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	Plano de Aula: A PENA CRIMINAL
DIREITO PENAL II
Título
A PENA CRIMINAL.
Número de Aulas por Semana
Número de Semana de Aula
3.
Tema
A Pena Criminal.
Objetivos
O aluno deverá ser capaz de:
● Compreender a relevância da subsunção das normas penais aos preceitos constitucionais e fundamento e finalidade da aplicação da sanção penal como forma de controle social.
● Reconhecer a necessidade de adoção de medidas alternativas às penas privativas de liberdade como instrumento de efetividade da intervenção estatal penal.
● Identificar as espécies de medidas alternativas às penas privativas de liberdade.
● Diferenciar as penas alternativas e substitutivas às penas privativas de liberdade no que concerne aos seus requisitos e consectários quando descumpridas.
● Aplicar os institutos previstos na parte geral do Código Penal aos crimes em espécie de modo a analisar a possibilidade de aplicação de pena restritiva de direitos e/ou pena de multa como penas alternativas ou substitutivas à pena privativa de liberdade e as respectivas conseqüências no caso de seu descumprimento.
Estrutura do Conteúdo
1 - Medidas Alternativas à Pena Privativa de Liberdade:
 Introdução. Desenvolvimento Histórico. A Penalogia e a falha da Pena Privativa de Liberdade.
 Penas Substitutivas - Código Penal.
 1.3 Penas Alternativas - Lei n. 9099/1995.
2 - Penas Restritivas de Direitos:
2.1 Espécies:
a) Prestação Pecuniária.
b) Perda de Bens e Valores.
c) Prestação de Serviços à Comunidade ou a Entidades Públicas.
d) Interdição Temporária de Direitos.
e) Limitação de Fim de Semana.
2.2. Substituição de Pena:
a) Pressupostos.
b) Conversão.
2.3. Questões Controvertidas
a) A Substituição de Pena e os Crimes Hediondos e Equiparados.
b) A Substituição de Pena e a Violência Doméstica.
3 - A Pena de Multa
3.1 Conceito. Natureza Jurídica.
3.2 Espécies.
3.3 Cabimento.
3.4 Sistemas de Cominação.
3.5 Execução.
Indicação Bibliográfica
-Leia os Arts. 43 a 58, do Código Penal.
-Lei n. 9099/95, art.76.
-Leia o Verbete de Súmula n. 439, do Superior Tribunal de Justiça, disponível em http://www.stj.jus.br.
-Leia o Verbete de Súmula n. 693 do Supremo Tribunal Federal, disponível em http://www.stj.jus.br.
Aplicação Prática Teórica
Questão n. 1
Homem é flagrado usando apenas calcinhas em Maracaju, MS (Arquivo/Maracaju Speed)
Um homem de 28 anos, flagrado pela Polícia Militar usando apenas duas calcinhas pelas ruas de Maracaju, a 160 quilômetros de Campo Grande, terá de doar R$ 300 ao Conselho da Comunidade pela prática do ato obsceno, ocorrida em julho. Segundo o acordo judicial assinado em 12 de dezembro, o pagamento será feito em três parcelas, a serem depositadas todo dia 30 a partir de janeiro de 2012. O acusado terá ainda de comprovar o depósito perante o cartório do fórum local. A medida foi solicitada pelo Ministério Público e aceita pela Defensoria Pública. Na madrugada de 31 de julho, o homem foi abordado pela polícia após denúncias de moradores. Agentes da PM constataram que o homem estava seminu e perambulando próximo a uma pizzaria. Questionado pelos agentes sobre o motivo, ele alegou que foi expulso da casa da namorada e que ela teria ficado com todas as suas roupas. O homem apresentava escoriações no joelho e no cotovelo e foi conduzido à delegacia da Polícia Civil para prestar esclarecimentos. Ele foi interrogado pelos responsáveis do plantão e, em seguida, foi liberado depois de assinar um termo circunstanciado de ocorrência. Ele só deixou a delegacia de Maracaju após conseguir uma bermuda emprestada.
Ante a notícia de jornal acima descrita, com base nos estudos realizados sobre a Pena Criminal, responda de forma objetiva e fundamentada: a sanção imposta configura-se como pena alternativa ou substitutiva à pena privativa de liberdade? Diferencie as duas medidas a partir da análise de seus requisitos e das conseqüências no caso de seu descumprimento.
RESPOSTA: A questão versa sobre a aplicação de pena alternativa, que no caso exposto acima é caracterizado pela aplicação de multa. Segundo Capez as penas alternativas podem ser classificadas em penas restritivas de direito (em sentido estrito – prestação de serviços a comunidade, limitação de finais de semana, etc...) ou pecuniário – (prestação pecuniária em favor da vítima; prestação inominada; perda de bens e valores) Como o ocorreu no caso exposto, pelo motivo do infrator ter cometido um ílicito de baixo potencial ofensivo, o julgador de acordo com a lei aplicou pena pecuniária conforme o art. 45 § 1o A prestação pecuniária consiste no pagamento em dinheiro à vítima, a seus dependentes ou a entidade pública ou privada com destinação social, de importância fixada pelo juiz, não inferior a 1 (um) salário mínimo nem superior a 360 (trezentos e sessenta) salários mínimos. O valor pago será deduzido do montante de eventual condenação em ação de reparação civil, se coincidentes os beneficiários. LEI Nº 9.714 - DE 25 DE NOVEMBRO DE 1998.
Ato obsceno é definido como crime no Art. 233 do Código Penal brasileiro. Consiste na prática de obscenidade em lugar público, ou aberto ou exposto ao público. A pena é de detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou multa.
Como já citado na lei 9,714 art 44 § 2° “Na condenação igual ou inferior a um ano, a substituição pode ser feita por multa ou por uma pena restritiva de direitos; se superior a um ano, a pena privativa de liberdade pode ser substituída por uma pena restritiva de direitos e multa ou por duas restritivas de direitos.”
De acordo com o caso em voga o ilícito é cominado com pena de até 1 ano de reclusão, e doravante, executado sem violência ou grave ameaça. Possibilitando a adoção da pena alternativa e desprezando nessa caso pena de privação de liberdade.
Questão n. 2
(OAB. EXAME DE ORDEM UNIFICADO JULHO/2011. TIPO 1. BRANCO. QUESTÃO 59)
Com relação aos critérios para substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos, assinale a alternativa correta:
A substituição nunca poderá ocorrer se o réu for reincidente em crime doloso.
Somente fará jus à substituição o réu que for condenado a pena não superior a 4 (quatro) anos.
Em caso de descumprimento injustificado da pena restritiva de direitos, esta será convertida em privativa de liberdade, reiniciando-se o cumprimento da integralidade da pena fixada em sentença.
Se superior a um ano, a pena privativa de liberdade pode ser substituída por uma pena restritiva de direitos e multa ou por duas restritivas de direitos.
RESPOSTA: D. Se superior a um ano, a pena privativa de liberdade pode ser substituída por uma pena restritiva de direitos e multa ou por duas restritivas de direitos.
Questão n.3
(JUIZ DE DIREITO. MG/2005) É correto afirmar que é possível a substituição da pena privativa de liberdade quando:
A pena privativa de liberdade não for superior a 4 (quatro)anos. Mesmo se o crime tiver sido cometido com violência ou grave ameaça à pessoa ou, qualquer que seja a pena aplicada, se o crime for culposo.
O condenado for reincidente, desde que, em face da condenação anterior, a medida seja socialmente recomendável e a reincidência não se tenha operado em virtude da prática do mesmo crime.
A condenação for igual ou inferior a 1 (um) ano substituindo-se a pena privativa de liberdade por prestação pecuniária ou por uma restritiva de direitos.
A condenação for superior a 1 (um) ano, substituindo-se a pena privativa de liberdade por uma pena restritiva de direitos e prestação pecuniária ou por duas restritivas de direitos.
RESPOSTA: B. O condenado for reincidente, desde que, em face da condenação anterior, a medida seja socialmente recomendável e a reincidência não se tenha operado em virtude da prática do mesmo crime.
==XXX==
Resumo de Aula (Waldeck Lemos)
	
	3ª AULA – Penas Privativas de Liberdade
	
	Penas Privativas de Liberdade
Introdução
-Consequência Jurídica.
-Espécies de Penas.
-Privativa de Liberdade.
-Reclusão.
-Detenção.
-Prisão Simples.
-Restritiva de Direito.
-Multa.
≠ Medida de Segurança.
-Falência X Crise.
Espécies
Espécies
Gravidade
Regime
Estabelecimento
M. Segurança
Fiança
A-Reclusão
Maior
F/SA/A
Maior
Internamento
Juiz
B-Detenção
Média
SA/A
Média
Ambulatorial
Delegado
C-Prisão Simples
-Contravenções.
-Regime.
-Estabelecimento.
-Pena Máxima.
Individualização
-Fixação X Generalização.
-Pessoa Jurídica?
-Mínimo e Máximo.
Fixação da Pena
1-Modelo Trifásico (Art. 68)
-Pena Base => Análise dos Tipos simples e qualificados.
-Pena Provisória => Análise das Agravantes e Atenuantes.
-Pena Definitiva => Causas de Aumento e Diminuição.
Cálculo da pena
Art. 68 – A pena-base será fixada atendendo-se ao critério do art. 59 deste Código; em seguida serão consideradas as circunstâncias atenuantes e agravantes; por último, as causas de diminuição e de aumento. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984).
Parágrafo único - No concurso de causas de aumento ou de diminuição previstas na parte especial, pode o juiz limitar-se a um só aumento ou a uma só diminuição, prevalecendo, todavia, a causa que mais aumente ou diminua. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984).
Diferenças:
Agravantes/Atenuantes (Parte Geral)
Causas de Aumento/Diminuição (Parte Geral e Parte Especial) => 1/3, 1/2, 2X.
Qualificadoras/Privilegiadoras (Parte Especial) => Parâmetro mínimo e máximo.
2-Fixação da Pena Base (Art. 59)
Fixação da pena
Art. 59 – O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e conseqüências do crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984).
I - as penas aplicáveis dentre as cominadas; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984).
II - a quantidade de pena aplicável, dentro dos limites previstos; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984).
III - o regime inicial de cumprimento da pena privativa de liberdade; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984).
IV - a substituição da pena privativa da liberdade aplicada, por outra espécie de pena, se cabível. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984).
-Introdução
-Não faz parte do crime.
-Anterior.
-Culpabilidade
-Elemento X Princípio.
-Grau de Reprovabilidade (Medida da Pena).
-Antecedentes
-Fatos Anteriores.
-Fatos não objeto de investigação?
-Inquéritos e Processos Arquivados ou em Grau de Recurso.
-Antecedência X Reincidência.
-Conduta Social
-Estilo de vida.
-DP do Fato?
-Personalidade
-Como Valorar?
-DP do Fato?
-Motivos
-Circunstâncias e Consequências
-Comportamento da Vítima
	P/P/Aula
	Ler: Dos Delitos e das Penas - Beccharia
==XXX==
Resumo de Aula (Professor - Aula Mais - Estácio)
	
	5ª AULA – Teoria da Sanção Penal
	
	Direito Penal II
Professora Daniela Duque Estrada
Aula 05
TEORIA DA SANÇÃO PENAL
OBJETIVOS DA SEMANA DE AULA
● Analisar as Teorias da Pena, sua evolução histórica, fundamentos e validade no Estado Democrático de Direito.
● Compreender a relevância da subsunção das normas penais aos preceitos constitucionais e fundamento e finalidade da aplicação da sanção penal como forma de controle social.
CONTEÚDO
A Sanção Penal.
Evolução Histórica.
Finalidade e Fundamento das Penas.
O sistema Penal Brasileiro: A Pena Criminal - Teorias absolutistas e relativas. Teoria adotada pelo art. 59 do CP.
Princípios da Pena.
A Sanção Penal
A Missão Garantista:
► Criminalização Primária – definição legal de crimes e penas (Dogmática Jurídico-penal).
► Criminalização Secundária – sistema de justiça Criminal – polícia, justiça e prisão.
(...) sem pena criminal não seria necessária nenhuma teoria da lei penal, nem teoria do crime ou da pena. A pena criminal, seus regimes de execução e substitutivos penais, explicam a teoria da do Direito Penal e, consequentemente, a dogmática penal: como a existência da pena pressupõe a existência do crime, segundo as definições do poder constituído em determinada sociedade, é necessário saber se existe crime para decidir quando e contra quem aplicar a pena (...) (SANTOS, Juarez Cirino. Direito Penal. Parte Geral. Curitiba:ICPC Lumen Juris,2006).
1. Evolução Histórica
Do corpo dos condenados, da ostentação dos suplícios, da reserva às das execuções, às sanções como vistas hoje - “Do Direito Penal do Autor ao Direito Penal do Fato”.
A idéia de sanções menos físicas surgiu no final do século XVIII e início do século XIX. Na verdade, o que houve foi um deslocamento do objeto sobre o qual recai a sanção, ou seja, deixa de ser uma sanção física para ser uma sanção moral.
A prisão vai ganhando o “status” de sanção ao longo do século XIX, a partir das mudanças das organizações sócio-produtivas das sociedades ocidentais.
2. Finalidade e Fundamento das Penas
“O ponto nodal acerca da Finalidade e Fundamento das Penas no Estado Democrático de Direito é a legitimação do Controle Social”.
Prevenção Geral e Prevenção Especial
Por Prevenção Geral se entende a eficácia que a pena exerce sobre a generalidade a fim de impedir a prática dos delitos e deve ser pautada nos limites impostos pelos princípios norteadores do Estado Democrático de Direito... De outro lado, a Prevenção Especial volta-se ao indivíduo que praticou a conduta típica, ilícita e culpável para fins de coibi-lo a praticá-la novamente por meio de seu caráter retributivo, bem como ressocializá-lo.
Momentos da Pena
1. Cominação pelo Legislador - prevenção geral.
2. Aplicação pelo Estado-Juiz no exercício da atividade jurisdicional e, observados os princípios norteadores, limitadores e garantidores – prevenção especial (retribuição).
3. Execução – prevenção especial (positiva => ressocialização; negativa => cárcere).
3. O Sistema Penal Brasileiro:
A Pena Criminal - Teorias absolutistas e relativas. Teoria adotada pelo art. 59 do CP.
I - Teorias Absolutas. Século XIX. Retributivas.
“Fundamentam a existência da pena unicamente no delito praticado.” (PRADO, Luiz Regis. op.cit. pp.513).
Para Hegel a pena é a negação da negação do Direito.
II – Teorias Relativas (Utilitárias).
Têm por finalidade a prevenção geral e especial.
Tem por efeitos “aprendizagem, efeito de confiança e pacificação social” (PRADO, idem).
III - Teorias Mistas (Unitárias) – ART.59, do Código Penal.
Há a conciliação entre as finalidades de prevenção geral e especial e o caráter retributivo da pena.
Fixação da Pena
Art. 59. O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente, aos motivos,às circunstâncias e consequências do crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime:
(...)
Consequências jurídico-penais do delito: Penas e Medidas de Segurança.
Efeitos da Condenação:
1. Principais: cominação e cumprimento de pena.
2. Secundários: reincidência e maus antecedentes, lançamento do nome do réu no rol dos culpados, dentre outros.
Consequências extrapenais – efeitos da condenação
1. Automáticos: responsabilidade civil (material ou moral), reparação do dano pelo agente.
2. Específicos: perda de cargo, função ou emprego público, mandato eletivo, poder familiar, dentre outros.
4. Princípios da Pena.
a) Humanidade das penas (art.5º, XLVII e XLIX, CRFB/1988);
b) Legalidade (art.5º, XXXIX, CRFB/1988);
c) Personalidade das penas (art.5º, XLV, CRFB/1988);
d) Inderrogabilidade;
e) Proporcionalidade (art.5º, XLVI, CRFB/1988 e art.59, Código Penal);
f) Individualização da pena (art.5º, XLVI, CRFB/1988);
Espécies de Pena - Art.32, do Código Penal.
1. Pena Privativa de Liberdade => Arts. 33 a 42 e 53 do Código Penal.
2. Pena Restritiva de Direitos => Arts. 43 a 48, 54 a 57, do Código Penal.
3. Pena de Multa => Arts. 49 a 52 e 58 , do Código Penal.
CASO CONCRETO
(OAB/CESPE – 2009.1) Com relação à finalidade das sanções penais, assinale a opção correta.
O ordenamento jurídico brasileiro não reconheceu somente a função de retribuição da pena, sendo certo que a denominada teoria mista ou unificadora da pena é a mais adequada ao regime adotado pelo CP.
As medidas de segurança têm finalidade essencialmente retributiva.
Segundo entendimento doutrinário balizador das normas aplicáveis à espécie, as teorias tidas por absolutas advogam a tese da aplicação das penas para a prevenção de futuros delitos.
As teorias tidas por relativas advogam a tese da retribuição do crime, justificada por seu intrínseco valor axiológico, que possui, em si, seu próprio fundamento.
RESPOSTA: A. O ordenamento jurídico brasileiro não reconheceu somente a função de retribuição da pena, sendo certo que a denominada teoria mista ou unificadora da pena é a mais adequada ao regime adotado pelo CP.
Comentários à questão:
Conhecimento a respeito das “teorias da pena”, as quais acabam por direcionar toda a dogmática penal.
A respeito da pena, em apertada síntese, há quem diga que a sua função é apenas de retribuir o mal causado pelo crime (teoria absoluta da pena). De outro lado, outros enxergam uma função utilitarista na pena (teoria relativa), já que entendem que sua finalidade seria preventiva, pois com a punição se evitaria que novas pessoas se animassem a cometer o mesmo delito (prevenção geral) ou que o próprio infrator reincidisse na prática criminosa (prevenção especial).
Por fim, há a teoria mista ou unitária, para quem a pena englobaria todas as finalidades aludidas, já que seria a retribuição de um mal causado (teoria absolutista) e almejaria a prevenção geral e especial (teorias relativas).
Assim, o item “A” é correto, porque o art. 59 do CP, determina que a pena seja fixada de forma necessária à “reprovar” (teoria absolutista) e “prevenir” (teoria relativa) o crime.
Do que fora exposto, forçoso se reconhecer o erro da assertiva “C”.
O item “D” também é incorreto porque a teoria relativa não defende a “retribuição” do crime e nem se justifica pelo seu valor intrínseco. Com efeito, à luz dessa teoria a pena se justificaria não por ela mesma, e sim à medida que atingisse suas finalidades (prevenção geral e especial).
No tocante a “B”, não poderia ser assinalada porque as medidas de segurança têm finalidade essencialmente preventiva. Com base na periculosidade do agente de cometer novos delitos, aplica-se a medida de segurança.
==XXX==
Resumo de Aula (Professor - Aula Mais - Estácio)
	
	6ª AULA – Teoria da Sanção Penal - Continuação
	
	Direito Penal II
Professora Daniela Duque Estrada
Aula 06
DAS PENAS PRIVATIVAS DE LIBERDADE
OBJETIVOS DA SEMANA DE AULA
● Compreender, no sistema de justiça criminal garantista, a sistemática de execução pena, regimes prisionais, direitos e deveres do condenado e do preso provisório.
● Aplicar os institutos previstos na parte geral do Código Penal aos crimes em espécie de modo a diferenciar as espécies de sanções penais e consectários relativos aos regimes prisionais e cumprimento de pena.
CONTEÚDO
As Penas Privativas de Liberdade => Arts. 33 a 42 e 53 do Código Penal.
1. Conceito.
2. Espécies e Regimes de cumprimento de Pena.
3. Progressão e Regressão de Regimes.
4. Detração Penal.
5. Remição Penal.
1. Conceito:
A Reforma Penal Brasileira de 1984 manteve a Pena Privativa de Liberdade como gênero e, a reclusão e detenção, como espécies. Ontologicamente não há distinção entre estas, mas, na verdade, estas residem nas conseqüências da adoção destes regimes de execução de penas.
Art. 33 do Código Penal. A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semi-aberto ou aberto. A de detenção, em regime semi-aberto ou aberto, salvo necessidade de transferência a regime fechado.
Obs. A pena de prisão simples e o Dec. Lei. n.3688/1941.
2. Espécies e Regimes de cumprimento de Pena:
Principais distinções.
2.1. Incidência e gravidade do delito.
2.2. Início de cumprimento de pena.
2.3. A reclusão pode acarretar, como efeito principal da condenação, a incapacidade para o exercício do poder familiar (art.92, II, CP).
2.4. Medida de segurança (art.97, CP)
2.5. Prioridade na ordem da execução (art.69 e 76, ambos do Código Penal).
Regimes de cumprimento de Pena:
-Fechado.
-Semi-aberto.
-Aberto.
► São determinados pela espécie e quantidade de pena, à reincidência, bem como ao mérito do condenado, de forma progressiva, sendo admitida, todavia, em casos expressos em lei, a regressão para o regime mais gravoso de pena. (Art. 33 a 37, do Código Penal; art. 110 a 119, da Lei n.7210/1984).
► Fixação de regime Inicial de Cumprimento de Pena – ART 59, III, do CP.
Lei n. 7210/1984 => Art. 110. “O Juiz, na sentença, estabelecerá o regime no qual o condenado iniciará o cumprimento da pena privativa de liberdade, observado o disposto no artigo 33 e seus parágrafos do Código Penal”.
Verbete de Súmula n. 718, do Supremo Tribunal Federal => “A opinião do julgador sobre a gravidade em abstrato do crime não constitui motivação idônea para a imposição de regime mais severo que o permitido segundo a pena aplicada”.
Exame Criminológico - Aplicabilidade do art. 8º, da Lei n.7210/1984.
FECHADO – Características:
I. Estabelecimentos de segurança máxima ou média (Art. 33, §1º, a, CP);
II. Condenação à pena superior a 8 anos (Art. 33, §2º, a, CP);
III. Condenado reincidente, cuja pena seja superior a 4 anos;
► Verbete de Súmula n. 269, do Superior Tribunal de Justiça => “é admissível a adoção do regime prisional semi-aberto aos reincidentes condenados a pena igual ou inferior a 4 (quatro) anos se favoráveis as circunstâncias judiciais”.
► Regras do Regime Fechado - Art. 34, caput, §§ 1º, 2º e 3º, do Código Penal, art. 87 e 88 da Lei n.7210/1984.
► Regime Disciplinar Diferenciado – Análise e Constitucionalidade.
Lei n. 10792/2003 – Art. 52, caput, §1º e 2º, da Lei n.7210/1984.
Art. 52. A prática de fato previsto como crime doloso constitui falta grave e, quando ocasione subversão da ordem ou disciplina internas, sujeita o preso provisório, ou condenado, sem prejuízo da sanção penal, ao regime disciplinar diferenciado, com as seguintes características:
I - duração máxima de trezentos e sessenta dias, sem prejuízo de repetição da sanção por nova falta grave de mesma espécie, até o limite de um sexto da pena aplicada;
II - recolhimento em cela individual;
III - visitas semanais de duas pessoas, sem contar as crianças, com duração de duas horas;
IV - o preso terá direito à saída da cela por2 horas diárias para banho de sol.
§ 1o O regime disciplinar diferenciado também poderá abrigar presos provisórios ou condenados, nacionais ou estrangeiros, que apresentem alto risco para a ordem e a segurança do estabelecimento penal ou da sociedade.
§ 2o Estará igualmente sujeito ao regime disciplinar diferenciado o preso provisório ou o condenado sob o qual recaiam fundadas suspeitas de envolvimento ou participação, a qualquer título, em organizações criminosas, quadrilha ou bando.
SEMI-ABERTO – Características:
I. Execução da pena em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar; (Art. 33, §1º, b, CP);
II. Condenado não reincidente, cuja pena seja superior a quatro anos e não exceda a oito, poderá, desde o princípio, cumpri-la em regime semi-aberto (Art. 33, §2º, b, CP);
► Regras do regime semi-aberto - Art. 35, caput, §§ 1º e 2º, do Código Penal, art. 91 e 92 da Lei n.7210/1984.
ABERTO – Características:
I. Execução da pena em casa de albergado ou estabelecimento adequado (Art. 33, §1º,c, CP);
II. o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a quatro anos, poderá, desde o início, cumpri-la em regime aberto. (Art. 33, §2º, c, CP);
III. baseia-se na autodisciplina e senso de responsabilidade do condenado. (Art. 36, caput, CP);
► Regras do regime aberto - Art. 36, caput, §§ 1º e 2º, do Código Penal, art. 93 a 95 e 113 a 115 da Lei n.7210/1984.
3. Progressão e Regressão de Regimes:
a) Conceito. Hipóteses de Incidência.
“Ampliação ou redução do status libertatis do condenado”.
► ART.33,§2º, do CP e art.112, da lei n.7210/1984.
§ 2º - As Penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma progressiva, segundo o mérito do condenado, observados os seguintes critérios e ressalvadas as hipóteses de transferência a regime mais rigoroso (...).
Art. 112. A pena privativa de liberdade será executada em forma progressiva com a transferência para regime menos rigoroso, a ser determinada pelo juiz, quando o preso tiver cumprido ao menos um sexto da pena no regime anterior e ostentar bom comportamento carcerário, comprovado pelo diretor do estabelecimento, respeitadas as normas que vedam a progressão.
§ 1o A decisão será sempre motivada e precedida de manifestação do Ministério Público e do defensor.
b) A Progressão de Regimes e a Lei de Crimes Hediondos – Lei n. 8072/1990.
► Verbete de Súmula 471 do Superior Tribunal de Justiça.
“Os condenados por crimes hediondos ou assemelhados cometidos antes da vigência da Lei n. 11.464/2007 sujeitam-se ao disposto no art. 112 da Lei n. 7.210/1984 (Lei de Execução Penal) para a progressão de regime prisional”.
► Súmula Vinculante n. 26.
“Para efeito de progressão de regime no cumprimento de pena por crime hediondo, ou equiparado, o juízo da execução observará a inconstitucionalidade do art. 2º da lei n. 8.072, de 25 de julho de 1990, sem prejuízo de avaliar se o condenado preenche, ou não, os requisitos objetivos e subjetivos do benefício, podendo determinar, para tal fim, de modo fundamentado, a realização de exame criminológico.
► Progressão de Regimes e Antecipação dos Efeitos da Condenação.
Verbete de Súmula 716 do Supremo Tribunal Federal.
“Admite-se a progressão de regime de cumprimento de pena ou a aplicação imediata de regime menos severo nela determinada, antes do trânsito em julgado da sentença condenatória”.
► Critérios para a regressão a regime mais rigoroso de cumprimento de pena – Lei n.7210/1984.
Art. 111. Quando houver condenação por mais de um crime, no mesmo processo ou em processos distintos, a determinação do regime de cumprimento será feita pelo resultado da soma ou unificação das penas, observada, quando for o caso, a detração ou remição.
Art. 118. A execução da pena privativa de liberdade ficará sujeita à forma regressiva, com a transferência para qualquer dos regimes mais rigorosos, quando o condenado:
I - praticar fato definido como crime doloso ou falta grave;
II - sofrer condenação, por crime anterior, cuja pena, somada ao restante da pena em execução, torne incabível o regime (artigo 111).
4. Detração Penal:
► Art. 42, do Código Penal e art.111, da lei n.7210/1984.
“Art. 42 - Computam-se, na pena privativa de liberdade e na medida de segurança, o tempo de prisão provisória, no Brasil ou no estrangeiro, o de prisão administrativa e o de internação em qualquer dos estabelecimentos referidos no artigo anterior.”
5. Remição Penal:
► Conceito: “É o resgate da pena pelo trabalho, permitindo-se o abatimento do montante da condenação, periodicamente, desde que se constate estar o preso em atividade laborativa” (NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de Direito Penal. 6.ed, pp.412).
► Art. 39, CP. “O trabalho do preso será sempre remunerado, sendo-lhe garantidos os benefícios da Previdência Social”.
► Art.126, LEP. “Art. 126. O condenado que cumpre a pena em regime fechado ou semiaberto poderá remir, por trabalho ou por estudo, parte do tempo de execução da pena. (Redação dada pela Lei nº 12.433, de 2011).
§ 1o A contagem de tempo referida no caput será feita à razão de: (Redação dada pela Lei nº 12.433, de 2011) 
I - 1 (um) dia de pena a cada 12 (doze) horas de frequência escolar - atividade de ensino fundamental, médio, inclusive profissionalizante, ou superior, ou ainda de requalificação profissional - divididas, no mínimo, em 3 (três) dias; (Incluído pela Lei nº 12.433, de 2011).
II - 1 (um) dia de pena a cada 3 (três) dias de trabalho. (Incluído pela Lei nº 12.433, de 2011).
§ 2o As atividades de estudo a que se refere o § 1o deste artigo poderão ser desenvolvidas de forma presencial ou por metodologia de ensino a distância e deverão ser certificadas pelas autoridades educacionais competentes dos cursos frequentados. (Redação dada pela Lei nº 12.433, de 2011) 
§ 3o Para fins de cumulação dos casos de remição, as horas diárias de trabalho e de estudo serão definidas de forma a se compatibilizarem. (Redação dada pela Lei nº 12.433, de 2011).
► Verbete de Súmula n.341, do Superior Tribunal de Justiça.
“A freqüência a curso de ensino formal é causa de remição de parte do tempo de execução de pena sob regime fechado ou semi-aberto.
CASOS CONCRETOS
1) Ângela das Dores, foi condenada a uma pena unificada de onze anos, um mês e quinze dias de reclusão, em regime fechado, pela prática do delito de tráfico de entorpecentes tipificado no artigo 12, por duas vezes, e artigo 18, ambos da Lei n. 6.368/76, na data de 22 de novembro de 2005. Do feito, permaneceu presa no período de 31 de outubro de 2002 a 22 de outubro de 2007, tendo cumprido mais de um terço da pena imposta, razão pela qual pleiteou, face ao juízo de execuções penais a concessão para a progressão de regimes, o que foi negado sob o fundamento da entrada em vigor da Lei n.11464/2007, segundo a qual, o requisito temporal de cumprimento de pena para fins de progressão de regimes ao condenado pela prática de crimes hediondos e assemelhadas seria de, no mínimo, dois quintos de cumprimento de pena, no caso de réu primário. Inconformada com a decisão impetra habeas corpus e pugna pela concessão da ordem sob o argumento de que o requisito temporal estabelecido na nova redação da Lei 8.072/90 não pode retroagir aos casos ocorridos antes da edição da Lei 11.464/07, pois não é benéfico.
Ante o exposto, com base nos estudos realizados sobre a Lei Penal no Penal e os regimes de cumprimento de pena privativa de liberdade, deverá a ordem ser concedida?
Acerca do tema, vide decisão proferida, em sede de HC, pela Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça, in verbis: 
“os novos prazos para progressão de regime não se aplicam aos crimes cometidos antes da Lei 11.464/2007, posto que não se admite a retroatividade da lei penal, salvo para beneficiar o réu (art. 5º, XL, da CF)”... “Se o crime hediondo foi cometido antes da Lei 11.464/2007, a progressão de regime de cumprimento da pena se faz depois de efetivamente cumprido um sexto da punição privativa de liberdadeno regime anterior, desde que presentes os demais requisitos objetivos e subjetivos. (STJ, HC 100154 /TO, Sexta Turma, Rel. Min. Jane Silva, julgado em 04/03/2008).
RESPOSTA: SIM. Pois conforme súmula 471 do STJ de fevereiro de 2011 os condenados por crimes hediondos ou assemelhados cometidos antes da vigência da Lei 11.464/2007 sujeitam-se ao disposto no art. 112 da Lei n. 7.210/1984 (Lei de Execução Penal) para a progressão de regime prisional.
Art. 112. A pena privativa de liberdade será executada em forma progressiva com a transferência para regime menos rigoroso, a ser determinada pelo juiz, quando o preso tiver cumprido ao menos um sexto da pena no regime anterior e ostentar bom comportamento carcerário, comprovado pelo diretor do estabelecimento, respeitadas as normas que vedam a progressão. 
No caso em comento, a LEP tornou-se a regra aplicável e estabeleceu que a progressão para os hediondos e assemelhados dar-se-ia com o cumprimento de um sexto da pena no regime anterior – observados os mais requisitos exigíveis – sendo o sentenciado reincidente ou não. A Lei 11.464/07, por requerer o cumprimento de prazo maior de pena e por fazer diferença entre reincidentes e primários, é mais gravosa em relação àquela outra, tornando-se pois, inaplicável a situações anteriores à sua entrada em vigor.
Cabe lembrar que Lei 8.072/90, em sua redação original, proibiu que houvesse progressão de regime de cumprimento da pena privativa de liberdade para os crimes hediondos e assemelhados, em visível obediência ao movimento de recrudescimento das normas penais que frequentava o pensamento criminológico do início dos anos de 1990.
Com o julgamento do HC 82.959/SP, o STF mudou o posicionamento que vinha adotando, declarando inconstitucional o dispositivo do parágrafo 1º, do artigo 2º, da Lei de Crimes Hediondos, por violar a garantia da individualização da pena, insculpida no artigo 5º, inciso XLVI, da Constituição, que requer uma análise concreta das situações específicas do caso, quando da aplicação e da execução da sanção penal.
Súmula 698: Não se estende aos demais crimes hediondos a admissibilidade de progressão no regime de execução da pena aplicada ao crime de tortura
Entretanto, a partir do julgamento do Habeas Corpus 82.959-7/SP, de que foi relator o Ministro Marco Aurélio Mello, o STF entendeu pela inconstitucionalidade do parágrafo 1º, do artigo 2º, da Lei 8.072/90. Naquela oportunidade, o Ministro Relator Marco Aurélio, afirmou que:
Diz-se que a pena é individualizada porque o Estado-Juiz, ao fixá-la, está compelido, por norma cogente, a observar as circunstâncias judiciais, ou seja, os fatos objetivos e subjetivos que se fizeram presentes à época do procedimento criminalmente condenável. Ela o é não em relação ao crime considerado abstratamente, ou seja, ao tipo definido em lei, mas por força das circunstâncias reinantes à época da prática. (...).
§ 1° A pena por crime previsto neste artigo será cumprida inicialmente em regime fechado. (Redação dada pela Lei nº 11.464, de 2007) CONSIDERADO INCONSTITUCIONAL STF HC 82.959/SP.
A partir daí, passou-se a utilizar, para a progressão de regime de cumprimento de pena privativa de liberdade, a regra insculpida na Lei de Execução Penal, no seu artigo 112, qual seja, a necessidade de cumprimento de um sexto da pena no regime anterior para que o réu pudesse fazer jus ao benefício mencionado.
Assim, STJ pôs fim à discussão interna ao próprio tribunal com a edição da Súmula 471, estatuindo que, aos crimes praticados antes de 29 de março de 2007 – momento em que a Lei 11.464/07 entrou vigor – aplica-se o disposto no artigo 112, da LEP e que a lex gravior tem aplicabilidade, apenas e tão-somente, para os crimes perpetrados a partir da data antes citada.
Fonte:
http://www.conjur.com.br/2011-abr-23/crime-hediondo-lei-execucoes-penal-benefica-reu
2) Antônio, réu primário, sofreu condenação já transitada em julgado pela prática do crime previsto no art. 273 do CP, consistente na falsificação de produto destinado a fins terapêuticos, praticado em janeiro de 2009. Em face dessa situação hipotética e com base na legislação e na jurisprudência aplicáveis ao caso, assinale a opção correta: (Exame OAB/ Cespe-UnB – 2009.2.).
Antônio cometeu crime hediondo e, portanto, não poderá progredir de regime.
Antônio não cometeu crime hediondo e poderá progredir de regime de pena privativa de liberdade após o cumprimento de um sexto da pena, caso ostente bom comportamento carcerário comprovado pelo diretor do estabelecimento prisional, mediante decisão fundamentada precedida de manifestação do MP e do defensor.
Antônio cometeu crime hediondo, mas poderá progredir de regime de pena privativa de liberdade após o cumprimento de um sexto da pena, caso ostente bom comportamento carcerário comprovado pelo diretor do estabelecimento prisional.
Antônio cometeu crime hediondo, de forma que só poderá progredir de regime de pena privativa de liberdade após o cumprimento de dois quintos da pena, caso atendidos os demais requisitos legais.
RESPOSTA: D. Antônio cometeu crime hediondo, de forma que só poderá progredir de regime de pena privativa de liberdade após o cumprimento de dois quintos da pena, caso atendidos os demais requisitos legais.
Comentários à questão:
A. Antônio cometeu crime hediondo e, portanto, não poderá progredir de regime.
Comentário: de fato, trata-se de crime hediondo. O erro consiste na impossibilidade de progressão de regime. Os crimes hediondos, em razão do que dispõe a Lei n. 11.464/2007, admitem progressão de regime em prazos diferenciados dos demais crimes, ou seja, de 2/5 para o réu primário e 3/5 para o réu reincidente (art. 2º, § 2º da Lei 8.072/90).
B. Antônio não cometeu crime hediondo e poderá progredir de regime de pena privativa de liberdade após o cumprimento de um sexto da pena, caso ostente bom comportamento carcerário comprovado pelo diretor do estabelecimento prisional, mediante decisão fundamentada precedida de manifestação do MP e do defensor.
Comentário: o crime de falsificação ou adulteração de medicamentos é crime hediondo, pois consta da lista prevista no art. 1º da Lei 8.072/90.
C. Antônio cometeu crime hediondo, mas poderá progredir de regime de pena privativa de liberdade após o cumprimento de um sexto da pena, caso ostente bom comportamento carcerário comprovado pelo diretor do estabelecimento prisional.
Comentário: vide explicação da alternativa “A”.
Obs.: Como ele cometeu o crime em Janeiro de 2009, deve cumprir 2/5 (dois quintos) da pena.
LEI Nº 11.464, DE 28 DE MARÇO DE 2007.
§ 2° A progressão de regime, no caso dos condenados aos crimes previstos neste artigo, dar-se-á após o cumprimento de 2/5 (dois quintos) da pena, se o apenado for primário, e de 3/5 (três quintos), se reincidente. 
Art. 1° São considerados hediondos os seguintes crimes, todos tipificados no Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, consumados ou tentados:
VII-B - falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais (art. 273, caput e § 1o, § 1o-A e § 1o-B),
==XXX==
MD/Direito/Estácio/Período-03/CCJ0032/Aula-003/WLAJ/DP
MD/Direito/Estácio/Período-03/CCJ0032/Aula-003/WLAJ/DP

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