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Filosofia da Libertação – Enrique Dussel

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Filosofia da Libertação – Enrique Dussel
Os níveis para concreção da liberdade na América Latina 
Anderson C. Sampaio
Pedagógica é a proximidade pai-filhos, mestre discípulos onde convergem a política e a erótica. A criança que nasce no lar é educada para à comunidade política e a que nasce na cultura cresce para formar um lar. A pedagógica transmite a educação ideológica e cultural.
Segundo édipo: O jovem na adolescência sente pulsão pela mãe (ancestral), pois o pai (Estado) está em decadência e assim o jovem se rebela pela repressão política e erótica.
 A transmissão das mediações que constituem o mundo é histórica. Esssa transmissão transfere-se pelos sistemas pedagógicos (desde o simples ao complexo),
Sistema pedagógico erótico ou doméstico: educação dentro do ethos tradicional do povo, da tradição da família. Sistema uroricida ou filicida. Seu caráter como futuro cidadão depende da formação de sua personalidade no lar (pai-mãe)
Sistema pedagógico político ou social: educação dentro do ethos social (Instituições) sistema de escolaridade ou dos meios de comunicação coletiva.
O filho ( o novo) é aquele que vem selar a realidade na união erótica
Com a liberdade procriadora é dado à luz do mundo, o filho que é o futuro real e a ele será destinada uma crítica utópica, pois é contrário ao já dado.
A fecundidade e a justiça são as que dão origem a ordem nova, a um homem novo.
O filho é distinto mas não é diferente do casal, é ele quem trará a revelação nova de uma história passada como tradição.
O filho é escatológico, para ouvi-lo manifestar a boa nova é necessário silenciar.
O filho possuí um pai e uma mãe, não é órfão, mas filho de um povo.
Falo em potência
A cultura periférica ( latino-americana, africana, asiática) é exterior ao sistema cultural vigente, a do centro (europeia).
Há uma provocação da exterioridade cultural à cultura imperante, mas dentro da periférica, existem as classes oprimidas, marginalizadas que desempenham o papel de exterioridade cultural. (âmbito próprio que não foi compreendido, nem incluso, mas foi desprezado como inocultura).
O sistema próprio, ou cultura exterior não foi compreendido como tal, mas como algo impróprio, como um nada, não-ser, irracionalidade.
O desprezo é análogo ao que o pai de Édipo tem por ele.
Pai de Édipo
H. Dussel, vê a cultura popular, a dos três continentes, como aquela que conserva melhor o nosso mundo, e será dela o surgimento das alternativas novas de cultura mundial futura, e esta não será mera repetição das estruturas do centro.
A exterioridade da cultura popular é a melhor garantia e o núcleo mais incontaminado do homem novo. 
A autenticidade está na cultura popular e até mesmo na tradicional.
O filicídio ou a morte física ou cultural do filho, ocorrerá pela alienação pedagógica e pela repressão cultural.
A cultura periférica é medida através da cultura de centro.
A cultura de centro se mantém através da nações menosprezadas e esta admira e repete fascinada, a cultura de centro.
Esta cultura ignora sua cultura e raça.
A cultura de centro oculta os sofrimentos causados pela dominação aos países dependentes, propaga o projeto imperial, produzindo ingenuamente um mercado para seus produtos.
A pedagógica tem como objetivo libertar o pai e o filho, pois ambos não devem morrer.
O casal deve gerar o filho no amor, deve ser responsável por sua alteridade, não havendo pai e mãe castradores, o filho não deve ser visto como inimigo, mas como uma boca-mãos-pés que se agarra para sugar seu alimento, assim não é oposto ao pai e nem acede à mulher, mas inicia lenta e seguramente seu caminho de alteridade que o levará à erótica adulta e política.
A libertação deve partir do povo e ser realizada pelo povo, e a partir da cultura popular. 
Mas o povo sozinho não pode libertar-se, pois o sistema lhe introjetou a cultura de massas. É por isso que se tem a necessidade da consciência crítica do intelectual orgânico, dos grupos críticos, das comunidades ou partidos críticos para que o povo assuma uma consciência crítica e possa discernir aquilo que tem de pior e também o melhor desde tempos passados. (uso da filosofia)
Esse projeto pedagógico de libertação, não é formulado pelo mestre, pois já está na consciência do povo, é a priori metafísico, o qual já se tem de longa luta popular. Projeto que pode ser tentado pelos colonizados convertidos (inteligência que descobriu o seu povo).
Três processos para a libertação
O intelectual colonizado prova que assimilou a cultura do ocupante (imperial)
O colonizado estremece e decide recordar
Chamado de luta – o colonizado depois de ter tentado perder-se no povo, perde-se com o povo, sacudindo-o. (desperta o povo)
O ethos da libertação exige que o mestre saiba ouvir o jovem, o povo, e deste modo, da sua paciência é que emergirá o juízo adequado da realidade, na qual o povo se encontra, onde o povo reconhecerá seus valores já existentes.
 Fetichismo é o processo pelo qual uma totalidade se absolutiza, se fecha, se diviniza.
Quando ela se fetichiza?
1- A totalidade erótica: Quando é constituída pela fascinação do falo perverso da ideologia machista.
2- A totalidade Cultural: quando a ideologia imperial ou ilustrada elitista aliena a cultura popular ou castra o filho.
3- A totalidade política: quando se adora a si mesma no império ou no totalitarismo nacionalista.
Para H. Dussel, Fetichismo é a morte da totalidade, do sistema, do discurso.
Fetichismo
É a garantia da perene dialética da história, da destotalização que a libertação produz no sistema fossilizado.
A descrença no sistema vigente é condição para a práxis inovadora, procriadora, libertadora.
Fetiche: que pretende aparecer como divino, digno de culto, fascinante. Todo sistema tende a fetichizar-se, totalizar-se.
Antifetichismo
Quando um sistema político chega ao poder central, geopolítica, econômica e militarmente, então se diviniza.
Assim também, o sistema erótico, quando chega à sua vigência histórica, aceito primeiro pelo próprio oprimido, diviniza-se.
O sistema pedagógico, quando se identifica com a própria divindade, a própria verdade absoluta, a ideologia acaba reinando.
É preciso negar a divindade do sistema fetichizado, para poder orientar as coisas para seu devido lugar, ou seja, para a verdade.
Mas é impossível negar a divindade do sistema atual, é esse reconhecimento que possibilita a revolução contra o sistema fetichizado. Quando não é admitido o Outro, então se permite a fetichização de um sistema futuro.
 sem a sistema o que transcende é o não-ser, o outro que não é dado. Abrir-se ao nada, niilismo radical, é expor-se pela liberdade que o sistema não condiciona.
 O centro ( Europa, Estados Unidos, etc., uns como ideia, outros como matéria) se auto – afirmaram como divino, negando a exterioridade antropológica (índio, africano e asiático).
 O antifetichismo é negar a Exterioridade e sua afirmação é fechar-se para o caminho da liberdade.
Podemos através da ação negar o fetiche, agindo de forma responsável pelo oprimido é que se afirma a Exterioridade.
No fetichismo é valorizado aquilo que tem utilidade, os usos, as instituições. Assim o todo e as partes são divinizadas.
Criar significa por na realidade sem antecedentes, a partir daquilo que ainda não está constituído, desde fora de todo sistema ou formação social.
Para H. Dussel, a teoria metafísica da criação é a base teórica da revolução libertadora; é a formulação mais acabada de que nenhum sistema é eterno, por que tudo, mesmo o sol e a terra, é contingente.
A contingência, destitui o Estado opressor de sua Eternidade, coloca-o em movimento dialético, libertador.
Para H. Dussel a única realidade existente é a Exterioridade absoluta, o restante das coisas tudo é criação e nada é consequentemente divino.
A cultura libertada será aquela que produzirá a partir da necessidade do outro, será aquela que fará festa infinita, após a libertação, que
continuará medindo a outra alegria.
Obrigado!!!!!!!!!!!!!!!!

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