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Mesa da Câmara dos Deputados 55ª Legislatura | 2015-2019 2ª Sessão Legislativa Presidente Rodrigo Maia 1º Vice-Presidente Waldir Maranhão 2º Vice-Presidente Giacobo 1º Secretário Beto Mansur 2º Secretário Felipe Bornier 3ª Secretária Mara Gabrilli 4º Secretário Alex Canziani Suplentes de Secretário 1º Suplente Mandetta 2º Suplente Gilberto Nascimento 3ª Suplente Luiza Erundina 4º Suplente Ricardo Izar Diretor-Geral Lucio Henrique Xavier Lopes Secretário-Geral da Mesa Wagner Soares Padilha Câmara dos Deputados LEGISLAÇÃO ELEITORAL 8ª edição Normas constitucionais, Código Eleitoral e legislação correlata. Atualizada até 8/9/2016. Centro de Documentação e Informação Edições Câmara Brasília | 2016 CÂMARA DOS DEPUTADOS Diretoria Legislativa Diretor: Afrísio de Souza Vieira Lima Filho Consultoria Legislativa Diretor: Eduardo Fernandez Silva Centro de Documentação e Informação Diretor: André Freire da Silva Coordenação Edições Câmara Diretora: Heloísa Helena S. C. Antunes Coordenação de Organização da Informação Legislativa Diretor: Frederico Silveira dos Santos Projeto gráfico de capa: Janaina Coe Diagramação: Thiago Gualberto Revisão e pesquisa: Felipe Sampaio Wense Organização: Consultoria Legislativa 1998, 1ª edição; 2000, 2ª edição; 2002, 3ª edição; 2006, 4ª edição; 2010, 5ª edição; 2012, 6ª edição; 2014, 7ª edição. A pesquisa de atualização das normas presentes nesta publicação foi realizada em 8/9/2016. Câmara dos Deputados Centro de Documentação e Informação – Cedi Coordenação Edições Câmara – Coedi Anexo II – Praça dos Três Poderes Brasília (DF) – CEP 70160-900 Telefone: (61) 3216-5809 editora@camara.leg.br SÉRIE Legislação n. 235 Dados Internacionais de Catalogação-na-publicação (CIP) Coordenação de Biblioteca. Seção de Catalogação. Brasil. [Leis etc.]. Legislação eleitoral [recurso eletrônico] / Câmara dos Deputados. – 8. ed. – Brasília : Câmara dos Deputados, Edições Câmara, 2016. – (Série legislação ; n. 234) Versão EPUB. Atualizado até 8/9/2016. Modo de acesso: http://livraria.camara.leg.br Disponível, também, em formato impresso e digital (PDF). ISBN 978-85-402-0499-7 1. Legislação eleitoral, Brasil. 2. Sistema eleitoral, legislação, Brasil. I. Brasil. Congresso Nacional. Câmara dos Deputados. II. Série. CDU 342.8(81)(094) ISBN 978-85-402-0473-7 (papel) | ISBN 978-85-402-0474-4 (PDF) | ISBN 978-85-402-0499-7 (EPUB) SUMÁRIO SUMÁRIO DE ARTIGOS .......................................................................................................................................................................... 8 APRESENTAÇÃO ...................................................................................................................................................................................... 9 NORMAS CONSTITUCIONAIS CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL .......................................................................................................... 11 [Dispositivos constitucionais referentes a direito eleitoral.] CÓDIGO ELEITORAL LEI Nº 4.737, DE 15 DE JULHO DE 1965 ......................................................................................................................................... 20 Institui o Código Eleitoral. Parte Primeira – Introdução ........................................................................................................................................................... 20 Parte Segunda – Dos Órgãos da Justiça Eleitoral .................................................................................................................... 21 Título I – Do Tribunal Superior .................................................................................................................................................. 21 Título II – Dos Tribunais Regionais .......................................................................................................................................... 23 Título III – Dos Juízes Eleitorais ................................................................................................................................................ 26 Título IV – Das Juntas Eleitorais ............................................................................................................................................... 26 Parte Terceira – Do Alistamento ................................................................................................................................................... 27 Título I – Da Qualificação e Inscrição ..................................................................................................................................... 27 Capítulo I – Da Segunda Via .................................................................................................................................................. 29 Capítulo II – Da Transferência .............................................................................................................................................. 30 Capítulo III – Dos Preparadores ........................................................................................................................................... 31 Capítulo IV – Dos Delegados de Partido Perante o Alistamento .............................................................................. 31 Capítulo V – Do Encerramento do Alistamento .............................................................................................................. 31 Título II – Do Cancelamento e da Exclusão .......................................................................................................................... 32 Parte Quarta – Das Eleições ........................................................................................................................................................... 33 Título I – Do Sistema Eleitoral .................................................................................................................................................. 33 Capítulo I – Do Registro dos Candidatos .......................................................................................................................... 33 Capítulo II – Do Voto Secreto ................................................................................................................................................ 35 Capítulo III – Da Cédula Oficial ............................................................................................................................................. 35 Capítulo IV – Da Representação Proporcional ................................................................................................................ 36 Título II – Dos Atos Preparatórios da Votação..................................................................................................................... 36 Capítulo I – Das Seções Eleitorais ....................................................................................................................................... 37 Capítulo II – Das Mesas Receptoras ................................................................................................................................... 37 Capítulo III – Da Fiscalização Perante as Mesas Receptoras ..................................................................................... 39 Título III – Do Material para a Votação .................................................................................................................................. 39 Título IV – Da Votação ................................................................................................................................................................. 40 Capítulo I – Dos Lugares da Votação ..................................................................................................................................40 Capítulo II – Da Polícia dos Trabalhos Eleitorais ............................................................................................................ 40 Capítulo III – Do Início da Votação ...................................................................................................................................... 41 Capítulo IV – Do Ato de Votar................................................................................................................................................ 41 Capítulo V – Do Encerramento da Votação ...................................................................................................................... 43 Título V – Da Apuração ................................................................................................................................................................ 44 Capítulo I – Dos Órgãos Apuradores .................................................................................................................................. 44 Capítulo II – Da Apuração nas Juntas ................................................................................................................................. 44 Seção I – Disposições Preliminares .............................................................................................................................. 44 Seção II – Da Abertura da Urna...................................................................................................................................... 45 Seção III – Das Impugnações e dos Recursos ........................................................................................................... 46 Seção IV – Da Contagem dos Votos .............................................................................................................................. 46 Seção V – Da Contagem dos Votos pela Mesa Receptora ..................................................................................... 49 Capítulo III – Da Apuração nos Tribunais Regionais ...................................................................................................... 50 Capítulo IV – Da Apuração no Tribunal Superior ............................................................................................................ 52 Capítulo V – Dos Diplomas..................................................................................................................................................... 53 Capítulo VI – Das Nulidades da Votação ........................................................................................................................... 53 Capítulo VII – Do Voto no Exterior ....................................................................................................................................... 54 Parte Quinta – Disposições Várias ................................................................................................................................................ 55 Título I – Das Garantias Eleitorais ........................................................................................................................................... 55 Título II – Da Propaganda Partidária ...................................................................................................................................... 56 Título III – Dos Recursos ............................................................................................................................................................. 58 Capítulo I – Disposições Preliminares ............................................................................................................................... 58 Capítulo II – Dos Recursos Perante as Juntas e Juízos Eleitorais .............................................................................. 58 Capítulo III – Dos Recursos nos Tribunais Regionais .................................................................................................... 59 Capítulo IV – Dos Recursos no Tribunal Superior ........................................................................................................... 61 Título IV – Disposições Penais .................................................................................................................................................. 61 Capítulo I – Disposições Preliminares ............................................................................................................................... 61 Capítulo II – Dos Crimes Eleitorais ...................................................................................................................................... 62 Capítulo III – Do Processo das Infrações .......................................................................................................................... 66 Título V – Disposições Gerais e Transitórias ........................................................................................................................ 67 LEGISLAÇÃO CORRELATA LEI Nº 1.207, DE 25 DE OUTUBRO DE 1950 .................................................................................................................................. 70 (Lei João Mangabeira) Dispõe sobre o direito de reunião. LEI Nº 4.410, DE 24 DE SETEMBRO DE 1964 ................................................................................................................................ 70 Institui prioridade para os feitos eleitorais, e dá outras providências. LEI Nº 5.782, DE 6 DE JUNHO DE 1972 .......................................................................................................................................... 71 Fixa prazo para filiação partidária, e dá outras providências. LEI Nº 6.091, DE 15 DE AGOSTO DE 1974 ..................................................................................................................................... 71 (Lei Etelvino Lins) Dispõe sobre o fornecimento gratuito de transporte, em dias de eleição, a eleitores residentes nas zonas rurais, e dá outras providências. LEI Nº 6.236, DE 18 DE SETEMBRO DE 1975 ................................................................................................................................ 73 Determina providências para cumprimento da obrigatoriedade do alistamento eleitoral. LEI Nº 6.996, DE 7 DE JUNHO DE 1982 .......................................................................................................................................... 74 Dispõe sobre a utilização de processamento eletrônico de dados nos serviços eleitorais e dá outras providências. LEI Nº 6.999, DE 7 DE JUNHO DE 1982 .......................................................................................................................................... 76 Dispõe sobre a requisição de servidores públicos pela Justiça Eleitoral e dá outras providências. LEI Nº 7.444, DE 20 DE DEZEMBRO DE 1985 ................................................................................................................................ 77 (Lei do Processamento Eletrônico do Eleitorado) Dispõe sobre a implantação do processamento eletrônico de dados no alistamento eleitoral e a revisão do eleitorado e dá outras providências. LEI COMPLEMENTAR Nº 64, DE 18 DE MAIO DE 1990 ............................................................................................................... 78 (Lei da Inelegibilidade) Estabelece, de acordo com o art. 14, § 9º da Constituição Federal, casos de inelegibilidade, prazos de cessação, e determina outras providências. LEI COMPLEMENTAR Nº 78, DE 30 DE DEZEMBRO DE 1993..................................................................................................... 86 Disciplina a fixação do número de deputados, nos termos do art. 45, § 1º, da Constituição Federal. LEI Nº 9.096, DE 19 DESETEMBRO DE 1995 ................................................................................................................................ 86 (Lei Orgânica dos Partidos Políticos) Dispõe sobre partidos políticos, regulamenta os arts. 17 e 14, § 3º, inciso V, da Constituição Federal. LEI Nº 9.504, DE 30 DE SETEMBRO DE 1997 ................................................................................................................................ 96 (Lei das Eleições) Estabelece normas para as eleições. LEI Nº 9.709, DE 18 DE NOVEMBRO DE 1998 ............................................................................................................................. 137 (Lei da Soberania Popular) Regulamenta a execução do disposto nos incisos I, II e III do art. 14 da Constituição Federal. LEI Nº 11.300, DE 10 DE MAIO DE 2006 ...................................................................................................................................... 138 Dispõe sobre propaganda, financiamento e prestação de contas das despesas com campanhas eleitorais, alterando a Lei nº 9.504, de 30 de setembro de 1997. LEI Nº 12.034, DE 29 DE SETEMBRO DE 2009 ........................................................................................................................... 138 Altera as Leis nos 9.096, de 19 de setembro de 1995 (Lei dos Partidos Políticos), 9.504, de 30 de setembro de 1997, que estabelece normas para as eleições, e 4.737, de 15 de julho de 1965 (Código Eleitoral). LEI COMPLEMENTAR Nº 135, DE 4 DE JUNHO DE 2010 ........................................................................................................... 139 (Lei da Ficha Limpa) Altera a Lei Complementar nº 64, de 18 de maio de 1990, que estabelece, de acordo com o § 9º do art. 14 da Constituição Federal, casos de inelegibilidade, prazos de cessação e determina outras providências, para incluir hipóteses de inelegibilidade que visam a proteger a probidade administrativa e a moralidade no exercício do mandato. LEI Nº 13.165, DE 29 DE SETEMBRO DE 2015 ........................................................................................................................... 139 (Minirreforma Eleitoral) Altera as Leis nos 9.504, de 30 de setembro de 1997, 9.096, de 19 de setembro de 1995, e 4.737, de 15 de julho de 1965 (Código Eleitoral), para reduzir os custos das campanhas eleitorais, simplificar a administração dos partidos políticos e incentivar a participação feminina. DECRETO Nº 4.199, DE 16 DE ABRIL DE 2002 ............................................................................................................................ 140 Dispõe sobre a prestação de informações institucionais relativas à administração pública federal a partidos políticos, coligações e candidatos à Presidência da República até a data da divulgação oficial do resultado final das eleições. LISTA DE OUTRAS NORMAS E INFORMAÇÕES DE INTERESSE ��������������������������������������������������������������������������������������������� 142 SUMÁRIO DE ARTIGOS (CÓDIGO ELEITORAL) 1º, 2º, 3º, 4º, 5º, 6º, 7º, 8º, 9º, 10, 11, 12, 13, 14, 15, 16, 17, 18, 19, 20, 21, 22, 23, 24, 25, 26, 27, 28, 29, 30, 31, 32, 33, 34, 35, 36, 37, 38, 39, 40, 41, 42, 43, 44, 45, 46, 47, 48, 49, 50, 51, 52, 53, 54, 55, 56, 57, 58, 59, 60, 61, 62, 63, 64, 65, 66, 67, 68, 69, 70, 71, 72, 73, 74, 75, 76, 77, 78, 79, 80, 81, 82, 83, 84, 85, 86, 87, 88, 89, 90, 91, 92, 93, 94, 95, 96, 97, 98, 99, 100, 101, 102, 103, 104, 105, 106, 107, 108, 109, 110, 111, 112, 113, 114, 115, 116, 117, 118, 119, 120, 121, 122, 123, 124, 125, 126, 127, 128, 129, 130, 131, 132, 133, 134, 135, 136, 137, 138, 139, 140, 141, 142, 143, 144, 145, 146, 147, 148, 149, 150, 151, 152, 153, 154, 155, 156, 157, 158, 159, 160, 161, 162, 163, 164, 165, 166, 167, 168, 169, 170, 171, 172, 173, 174, 175, 176, 177, 178, 179, 180, 181, 182, 183, 184, 185, 186, 187, 188, 189, 190, 191, 192, 193, 194, 195, 196, 197, 198, 199, 200, 201, 202, 203, 204, 205, 206, 207, 208, 209, 210, 211, 212, 213, 214, 215, 216, 217, 218, 219, 220, 221, 222, 223, 224, 225, 226, 227, 228, 229, 230, 231, 232, 233, 233-A, 234, 235, 236, 237, 238, 239, 240, 241, 242, 243, 244, 245, 246, 247, 248, 249, 250, 251, 252, 253, 254, 255, 256, 257, 258, 259, 260, 261, 262, 263, 264, 265, 266, 267, 268, 269, 270, 271, 272, 273, 274, 275, 276, 277, 278, 279, 280, 281, 282, 283, 284, 285, 286, 287, 288, 289, 290, 291, 292, 293, 294, 295, 296, 297, 298, 299, 300, 301, 302, 303, 304, 305, 306, 307, 308, 309, 310, 311, 312, 313, 314, 315, 316, 317, 318, 319, 320, 321, 322, 323, 324, 325, 326, 327, 328, 329, 330, 331, 332, 333, 334, 335, 336, 337, 338, 339, 340, 341, 342, 343, 344, 345, 346, 347, 348, 349, 350, 351, 352, 353, 354, 355, 356, 357, 358, 359, 360, 361, 362, 363, 364, 365, 366, 367, 368, 368-A, 369, 370, 371, 372, 373, 374, 375, 376, 377, 378, 379, 380, 381, 382, 383 APRESENTAÇÃO Este livro da Série Legislação, da Edições Câmara, traz o texto atualizado das normas que dispõem sobre direito eleitoral no Brasil: dispositivos constitucionais, leis e decretos. Ao final, apresenta uma lista de outras normas também relacionadas ao tema. Com a publicação da legislação federal brasileira em vigor, a Câmara dos Deputados vai além da função de criar normas: colabora também para o seu efetivo cumprimento ao torná-las conhecidas e acessíveis a toda a população. Os textos legais compilados nesta edição são resultado do trabalho dos parlamentares, que represen- tam a diversidade do povo brasileiro. Da apresentação até a aprovação de um projeto de lei, há um extenso caminho de consultas, estudos e debates com os variados segmentos sociais. Após criadas, as leis fornecem um arcabouço jurídico que permite a boa convivência em sociedade. A Câmara dos Deputados disponibiliza suas publicações na Livraria da Câmara (livraria.camara.leg.br) e na Biblioteca Digital (bd.camara.leg.br/bd/). Alguns títulos também são produzidos em formato audioli- vro e EPUB. O objetivo é democratizar o acesso a informação e estimular o pleno exercício da cidadania. Dessa forma, a Câmara dos Deputados contribui para levar informação sobre direitos e deveres aos principais interessados no assunto: os cidadãos. Deputado Rodrigo Maia Presidente da Câmara dos Deputados NORMAS CONSTITUCIONAIS 11 LEGISLAÇÃO ELEITORAL - 8ª EDIÇÃO CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL1 [Dispositivos constitucionais referentes a direito eleitoral.] TÍTULO I – DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos estados e municípios e do Dis- trito Federal, constitui-se em Estado democrático de direito e tem como fundamentos: [...] V – o pluralismo político. Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou direta- mente, nos termos desta Constituição. [...] TÍTULO II – DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS [...] CAPÍTULO III – DA NACIONALIDADE Art. 12. São brasileiros: I – natos: a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país; b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil; 2c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira; [...] § 3º São privativos de brasileiro nato os cargos: I – de presidente e vice-presidente da República; II – de presidente da Câmara dos Deputados; III – de presidente do Senado Federal; [...] CAPÍTULOIV – DOS DIREITOS POLÍTICOS 3Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante: I – plebiscito; 1. Publicada no Diário Oficial da União, Seção 1, de 5-10-1988. 2. Alínea com nova redação dada pela Emenda Constitucional nº 54, de 20-9-2007. 3. § 5º com nova redação dada pela Emenda Constitucional nº 16, de 4-6-1997; § 9º com nova redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 4, de 7-6-1994. II – referendo; III – iniciativa popular. § 1º O alistamento eleitoral e o voto são: I – obrigatórios para os maiores de dezoito anos; II – facultativos para: a) os analfabetos; b) os maiores de setenta anos; c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos. § 2º Não podem alistar-se como eleitores os estrangei- ros e, durante o período do serviço militar obrigatório, os conscritos. § 3º São condições de elegibilidade, na forma da lei: I – a nacionalidade brasileira; II – o pleno exercício dos direitos políticos; III – o alistamento eleitoral; IV – o domicílio eleitoral na circunscrição; V – a filiação partidária; VI – a idade mínima de: a) trinta e cinco anos para presidente e vice-presi- dente da República e senador; b) trinta anos para governador e vice-governador de estado e do Distrito Federal; c) vinte e um anos para deputado federal, deputado estadual ou distrital, prefeito, vice-prefeito e juiz de paz; d) dezoito anos para vereador. § 4º São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos. § 5º O presidente da República, os governadores de estado e do Distrito Federal, os prefeitos e quem os houver sucedido ou substituído no curso dos mandatos poderão ser reeleitos para um único período subsequente. § 6º Para concorrerem a outros cargos, o presidente da República, os governadores de estado e do Distrito Federal e os prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até seis meses antes do pleito. § 7º São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes consanguíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do presidente da Repú- blica, de governador de estado ou território, do Distrito Federal, de prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição. § 8º O militar alistável é elegível, atendidas as se- guintes condições: I – se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se da atividade; II – se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela autoridade superior e, se eleito, passará automa- ticamente, no ato da diplomação, para a inatividade. 12 LEGISLAÇÃO ELEITORAL - 8ª EDIÇÃO § 9º Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de proteger a probidade administrativa, a moralidade para o exercício do mandato, considerada a vida pre- gressa do candidato, e a normalidade e legitimidade das eleições contra a influência do poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na administração direta ou indireta. § 10. O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Justiça Eleitoral no prazo de quinze dias contados da diplomação, instruída a ação com provas de abuso do poder econômico, corrupção ou fraude. § 11. A ação de impugnação de mandato tramitará em segredo de justiça, respondendo o autor, na forma da lei, se temerária ou de manifesta má-fé. Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos casos de: I – cancelamento da naturalização por sentença tran- sitada em julgado; II – incapacidade civil absoluta; III – condenação criminal transitada em julgado, en- quanto durarem seus efeitos; IV – recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII; V – improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º. 4Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até um ano da data de sua vigência. CAPÍTULO V – DOS PARTIDOS POLÍTICOS Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos, resguardados a soberania na- cional, o regime democrático, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais da pessoa humana e observados os seguintes preceitos: I – caráter nacional; II – proibição de recebimento de recursos financeiros de entidade ou governo estrangeiros ou de subordi- nação a estes; III – prestação de contas à Justiça Eleitoral; IV – funcionamento parlamentar de acordo com a lei. 5§ 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura interna, organização e funciona- mento e para adotar os critérios de escolha e o regime de suas coligações eleitorais, sem obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em âmbito nacional, 4. Artigo com nova redação dada pela Emenda Constitucional nº 4, de 14-9-1993. 5. Parágrafo com nova redação dada pela Emenda Constitucional nº 52, de 8-3-2006. estadual, distrital ou municipal, devendo seus estatutos estabelecer normas de disciplina e fidelidade partidária. § 2º Os partidos políticos, após adquirirem persona- lidade jurídica, na forma da lei civil, registrarão seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral. § 3º Os partidos políticos têm direito a recursos do Fundo Partidário e acesso gratuito ao rádio e à televi- são, na forma da lei. § 4º É vedada a utilização pelos partidos políticos de organização paramilitar. TÍTULO III – DA ORGANIZAÇÃO DO ESTADO [...] CAPÍTULO II – DA UNIÃO [...] Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: I – direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho; [...] CAPÍTULO III – DOS ESTADOS FEDERADOS [...] Art. 27. O número de deputados à assembleia legislativa corresponderá ao triplo da representação do estado na Câmara dos Deputados e, atingido o número de trinta e seis, será acrescido de tantos quantos forem os deputados federais acima de doze. § 1º Será de quatro anos o mandato dos deputados es- taduais, aplicando-se-lhes as regras desta Constituição sobre sistema eleitoral, inviolabilidade, imunidades, remuneração, perda de mandato, licença, impedimentos e incorporação às Forças Armadas. [...] 6Art. 28. A eleição do governador e do vice-governador de estado, para mandato de quatro anos, realizar-se-á no primeiro domingo de outubro, em primeiro turno, e no último domingo de outubro, em segundo turno, se houver, do ano anterior ao do término do mandato de seus antecessores, e a posse ocorrerá em 1º de janeiro do ano subsequente, observado, quanto ao mais, o disposto no art. 77. § 1º Perderá o mandato o governador que assumir outro cargo ou função na administração pública direta ou indireta, ressalvada a posse em virtude de concurso público e observado o disposto no art. 38, I, IV e V. 6. Caput do artigo com nova redação dada pela Emenda Constitucional nº 16, de 4-6- 1997; parágrafo único primitivo renumerado para § 1º pela Emenda Constitucional nº 19, de 4-6-1998, que também acrescentou o § 2º. 13 LEGISLAÇÃO ELEITORAL - 8ª EDIÇÃO § 2º Os subsídios do governador, do vice-governador e dos secretários de estado serão fixados por lei de iniciativa da assembleia legislativa, observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I. CAPÍTULO IV – DOS MUNICÍPIOS 7Art. 29. O município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, com o interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da câmara municipal, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição, na constituição do respectivo estado e os seguintes preceitos: I – eleição do prefeito, do vice-prefeito e dos vereadores,para mandato de quatro anos, mediante pleito direto e simultâneo realizado em todo o país; II – eleição do prefeito e do vice-prefeito realizada no primeiro domingo de outubro do ano anterior ao tér- mino do mandato dos que devam suceder, aplicadas as regras do art. 77 no caso de municípios com mais de duzentos mil eleitores; III – posse do prefeito e do vice-prefeito no dia 1º de janeiro do ano subsequente ao da eleição; IV – para a composição das câmaras municipais, será observado o limite máximo de: a) 9 (nove) vereadores, nos municípios de até 15.000 (quinze mil) habitantes; b) 11 (onze) vereadores, nos municípios de mais de 15.000 (quinze mil) habitantes e de até 30.000 (trinta mil) habitantes; c) 13 (treze) vereadores, nos municípios com mais de 30.000 (trinta mil) habitantes e de até 50.000 (cinquenta mil) habitantes; d) 15 (quinze) vereadores, nos municípios de mais de 50.000 (cinquenta mil) habitantes e de até 80.000 (oitenta mil) habitantes; e) 17 (dezessete) vereadores, nos municípios de mais de 80.000 (oitenta mil) habitantes e de até 120.000 (cento e vinte mil) habitantes; f) 19 (dezenove) vereadores, nos municípios de mais de 120.000 (cento e vinte mil) habitantes e de até 160.000 (cento e sessenta mil) habitantes; g) 21 (vinte e um) vereadores, nos municípios de mais de 160.000 (cento e sessenta mil) habitantes e de até 300.000 (trezentos mil) habitantes; h) 23 (vinte e três) vereadores, nos municípios de mais de 300.000 (trezentos mil) habitantes e de até 450.000 (quatrocentos e cinquenta mil) habitantes; 7. Inciso II com nova redação dada pela Emenda Constitucional nº 16, de 4-6-1997; inciso IV com nova redação dada pela Emenda Constitucional nº 58, de 23-9-2009. i) 25 (vinte e cinco) vereadores, nos municípios de mais de 450.000 (quatrocentos e cinquenta mil) habitantes e de até 600.000 (seiscentos mil) habitantes; j) 27 (vinte e sete) vereadores, nos municípios de mais de 600.000 (seiscentos mil) habitantes e de até 750.000 (setecentos e cinquenta mil) habitantes; k) 29 (vinte e nove) vereadores, nos municípios de mais de 750.000 (setecentos e cinquenta mil) habitantes e de até 900.000 (novecentos mil) habitantes; l) 31 (trinta e um) vereadores, nos municípios de mais de 900.000 (novecentos mil) habitantes e de até 1.050.000 (um milhão e cinquenta mil) habitantes; m) 33 (trinta e três) vereadores, nos municípios de mais de 1.050.000 (um milhão e cinquenta mil) habitantes e de até 1.200.000 (um milhão e du- zentos mil) habitantes; n) 35 (trinta e cinco) vereadores, nos municípios de mais de 1.200.000 (um milhão e duzentos mil) habitantes e de até 1.350.000 (um milhão e trezentos e cinquenta mil) habitantes; o) 37 (trinta e sete) vereadores, nos municípios de 1.350.000 (um milhão e trezentos e cinquenta mil) habitantes e de até 1.500.000 (um milhão e quinhentos mil) habitantes; p) 39 (trinta e nove) vereadores, nos municípios de mais de 1.500.000 (um milhão e quinhentos mil) habitantes e de até 1.800.000 (um milhão e oitocentos mil) habitantes; q) 41 (quarenta e um) vereadores, nos municípios de mais de 1.800.000 (um milhão e oitocentos mil) habitantes e de até 2.400.000 (dois milhões e quatrocentos mil) habitantes; r) 43 (quarenta e três) vereadores, nos municípios de mais de 2.400.000 (dois milhões e quatrocentos mil) habitantes e de até 3.000.000 (três milhões) de habitantes; s) 45 (quarenta e cinco) vereadores, nos municípios de mais de 3.000.000 (três milhões) de habitantes e de até 4.000.000 (quatro milhões) de habitantes; t) 47 (quarenta e sete) vereadores, nos municípios de mais de 4.000.000 (quatro milhões) de habitantes e de até 5.000.000 (cinco milhões) de habitantes; u) 49 (quarenta e nove) vereadores, nos municípios de mais de 5.000.000 (cinco milhões) de habitantes e de até 6.000.000 (seis milhões) de habitantes; v) 51 (cinquenta e um) vereadores, nos municípios de mais de 6.000.000 (seis milhões) de habitantes e de até 7.000.000 (sete milhões) de habitantes; 14 LEGISLAÇÃO ELEITORAL - 8ª EDIÇÃO w) 53 (cinquenta e três) vereadores, nos municípios de mais de 7.000.000 (sete milhões) de habitantes e de até 8.000.000 (oito milhões) de habitantes; e x) 55 (cinquenta e cinco) vereadores, nos municípios de mais de 8.000.000 (oito milhões) de habitantes; [...] CAPÍTULO V – DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS Seção I – Do Distrito Federal Art. 32. O Distrito Federal, vedada sua divisão em mu- nicípios, reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos com interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços da Câmara Legislativa, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição. [...] § 2º A eleição do governador e do vice-governador, observadas as regras do art. 77, e dos deputados dis- tritais coincidirá com a dos governadores e deputados estaduais, para mandato de igual duração. § 3º Aos deputados distritais e à Câmara Legislativa aplica-se o disposto no art. 27. [...] Seção II – Dos Territórios Art. 33. [...] § 1º Os territórios poderão ser divididos em municípios, aos quais se aplicará, no que couber, o disposto no Capítulo IV deste título. [...] § 3º Nos territórios federais com mais de cem mil habitan- tes, além do governador, nomeado na forma desta Cons- tituição, haverá órgãos judiciários de primeira e segunda instâncias, membros do Ministério Público e defensores públicos federais; a lei disporá sobre as eleições para a câmara territorial e sua competência deliberativa. CAPÍTULO VI – DA INTERVENÇÃO Art. 34. A União não intervirá nos estados nem no Dis- trito Federal, exceto para: [...] VII – assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais: a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático; [...] CAPÍTULO VII – DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Seção I – Disposições Gerais [...] 8Art. 38. Ao servidor público da administração direta, autárquica e fundacional, no exercício de mandato eletivo, aplicam-se as seguintes disposições: I – tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, ficará afastado de seu cargo, emprego ou função; II – investido no mandato de prefeito, será afastado do cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração; III – investido no mandato de vereador, havendo com- patibilidade de horários, perceberá as vantagens de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e, não havendo compatibilidade, será aplicada a norma do inciso anterior; IV – em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício de mandato eletivo, seu tempo de serviço será contado para todos os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento; V – para efeito de benefício previdenciário, no caso de afastamento, os valores serão determinados como se no exercício estivesse. [...] TÍTULO IV – DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES CAPÍTULO I – DO PODER LEGISLATIVO Seção I – Do Congresso Nacional Art. 44. O Poder Legislativo é exercido pelo Congresso Nacional, que se compõe da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. Parágrafo único. Cada legislatura terá a duração de quatro anos. Art. 45. A Câmara dos Deputados compõe-se de repre- sentantes do povo, eleitos, pelo sistema proporcional, em cada estado, em cada território e no Distrito Federal. § 1º O número total de deputados, bem como a re- presentação por estado e pelo Distrito Federal, será estabelecido por lei complementar, proporcionalmente à população, procedendo-se aos ajustes necessários, no ano anterior às eleições, para que nenhuma daquelas unidades da Federação tenha menos de oito ou mais de setenta deputados. § 2º Cada território elegerá quatro deputados. Art. 46. O Senado Federal compõe-se de representantes dos estados e do DistritoFederal, eleitos segundo o princípio majoritário. § 1º Cada estado e o Distrito Federal elegerão três senadores, com mandato de oito anos. 8. Caput do artigo com nova redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 4-6-1998. 15 LEGISLAÇÃO ELEITORAL - 8ª EDIÇÃO § 2º A representação de cada estado e do Distrito Federal será renovada de quatro em quatro anos, al- ternadamente, por um e dois terços. § 3º Cada senador será eleito com dois suplentes. [...] Seção II – Das Atribuições do Congresso Nacional [...] Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional: [...] XV – autorizar referendo e convocar plebiscito; [...] Seção V – Dos Deputados e dos Senadores 9Art. 53. Os deputados e senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos. § 1º Os deputados e senadores, desde a expedição do diploma, serão submetidos a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal. § 2º Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão remetidos dentro de vinte e quatro horas à Casa respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão. § 3º Recebida a denúncia contra senador ou deputado, por crime ocorrido após a diplomação, o Supremo Tribunal Federal dará ciência à Casa respectiva, que, por iniciativa de partido político nela representado e pelo voto da maioria de seus membros, poderá, até a decisão final, sustar o andamento da ação. § 4º O pedido de sustação será apreciado pela Casa respectiva no prazo improrrogável de quarenta e cinco dias do seu recebimento pela Mesa Diretora. § 5º A sustação do processo suspende a prescrição, enquanto durar o mandato. § 6º Os deputados e senadores não serão obrigados a testemunhar sobre informações recebidas ou prestadas em razão do exercício do mandato, nem sobre as pessoas que lhes confiaram ou deles receberam informações. § 7º A incorporação às Forças Armadas de deputados e senadores, embora militares e ainda que em tempo de guerra, dependerá de prévia licença da Casa respectiva. § 8º As imunidades de deputados ou senadores subsisti- rão durante o estado de sítio, só podendo ser suspensas mediante o voto de dois terços dos membros da Casa respectiva, nos casos de atos praticados fora do recinto 9. Caput e §§ 1ª a 7º com nova redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 20- 12-2001, que também acrescentou o § 8º. do Congresso Nacional, que sejam incompatíveis com a execução da medida. Art. 54. Os deputados e senadores não poderão: I – desde a expedição do diploma: a) firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de direito público, autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista ou empresa con- cessionária de serviço público, salvo quando o contrato obedecer a cláusulas uniformes; b) aceitar ou exercer cargo, função ou emprego remunerado, inclusive os de que sejam demis- síveis ad nutum, nas entidades constantes da alínea anterior; II – desde a posse: a) ser proprietários, controladores ou diretores de empresa que goze de favor decorrente de contrato com pessoa jurídica de direito público, ou nela exercer função remunerada; b) ocupar cargo ou função de que sejam demissíveis ad nutum, nas entidades referidas no inciso I, a; c) patrocinar causa em que seja interessada qual- quer das entidades a que se refere o inciso I, a; d) ser titulares de mais de um cargo ou mandato público eletivo. 10Art. 55. Perderá o mandato o deputado ou senador: I – que infringir qualquer das proibições estabelecidas no artigo anterior; II – cujo procedimento for declarado incompatível com o decoro parlamentar; III – que deixar de comparecer, em cada sessão legisla- tiva, à terça parte das sessões ordinárias da Casa a que pertencer, salvo licença ou missão por esta autorizada; IV – que perder ou tiver suspensos os direitos políticos; V – quando o decretar a Justiça Eleitoral, nos casos previstos nesta Constituição; VI – que sofrer condenação criminal em sentença tran- sitada em julgado. § 1º É incompatível com o decoro parlamentar, além dos casos definidos no regimento interno, o abuso das prerrogativas asseguradas a membro do Congresso Nacional ou a percepção de vantagens indevidas. § 2º Nos casos dos incisos I, II e VI, a perda do mandato será decidida pela Câmara dos Deputados ou pelo Senado Federal, por maioria absoluta, mediante provocação da respectiva Mesa ou de partido político representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa. 10. § 2º com nova redação dada pela Emenda Constitucional nº 76, de 28-11-2013; § 4º acrescido pela Emenda Constitucional de Revisão nº 6, de 7-6-1994. 16 LEGISLAÇÃO ELEITORAL - 8ª EDIÇÃO § 3º Nos casos previstos nos incisos III a V, a perda será declarada pela Mesa da Casa respectiva, de ofício ou mediante provocação de qualquer de seus membros ou de partido político representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa. § 4º A renúncia de parlamentar submetido a processo que vise ou possa levar à perda do mandato, nos ter- mos deste artigo, terá seus efeitos suspensos até as deliberações finais de que tratam os §§ 2º e 3º. Art. 56. Não perderá o mandato o deputado ou senador: I – investido no cargo de ministro de Estado, governador de território, secretário de estado, do Distrito Federal, de território, de prefeitura de capital ou chefe de missão diplomática temporária; II – licenciado pela respectiva Casa por motivo de doença, ou para tratar, sem remuneração, de interesse particular, desde que, neste caso, o afastamento não ultrapasse cento e vinte dias por sessão legislativa. § 1º O suplente será convocado nos casos de vaga, de investidura em funções previstas neste artigo ou de licença superior a cento e vinte dias. § 2º Ocorrendo vaga e não havendo suplente, far-se-á eleição para preenchê-la se faltarem mais de quinze meses para o término do mandato. § 3º Na hipótese do inciso I, o deputado ou senador poderá optar pela remuneração do mandato. [...] Seção VIII – Do Processo Legislativo [...] Subseção II – Da Emenda à Constituição Art. 60. [...] [...] § 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: [...] II – o voto direto, secreto, universal e periódico; [...] Subseção III – Das Leis Art. 61. [...] [...] § 2º A iniciativa popular pode ser exercida pela apre- sentação à Câmara dos Deputados de projeto de lei subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado nacional, distribuído pelo menos por cinco estados, com não menos de três décimos por cento dos eleitores de cada um deles. [...] Art. 68. [...] § 1º Não serão objeto de delegação os atos de compe- tência exclusiva do Congresso Nacional, os de compe- tência privativa da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal, a matéria reservada à lei complementar, nem a legislação sobre: [...] II – nacionalidade, cidadania, direitos individuais, po- líticos e eleitorais; [...] CAPÍTULO II – DO PODER EXECUTIVO Seção I – Do Presidente e do Vice- Presidente da República [...] 11Art. 77. A eleição do presidente e do vice-presidente da República realizar-se-á, simultaneamente, no primeiro domingo de outubro, em primeiro turno, e no último domingo de outubro, em segundo turno, se houver, do ano anterior ao do término do mandato presidencial vigente. § 1º A eleição do presidente da República importará a do vice-presidente com ele registrado. § 2º Será considerado eleito presidente o candidato que, registrado por partido político, obtiver a maioria absoluta de votos, não computados os em branco e os nulos. § 3º Se nenhum candidato alcançar maioria absoluta na primeira votação, far-se-á nova eleição em até vinte dias após a proclamação do resultado, concorrendoos dois candidatos mais votados e considerando-se eleito aquele que obtiver a maioria dos votos válidos. § 4º Se, antes de realizado o segundo turno, ocorrer morte, desistência ou impedimento legal de candidato, convocar-se-á, dentre os remanescentes, o de maior votação. § 5º Se, na hipótese dos parágrafos anteriores, rema- nescer, em segundo lugar, mais de um candidato com a mesma votação, qualificar-se-á o mais idoso. Art. 78. O presidente e o vice-presidente da República tomarão posse em sessão do Congresso Nacional, pres- tando o compromisso de manter, defender e cumprir a Constituição, observar as leis, promover o bem geral do povo brasileiro, sustentar a união, a integridade e a independência do Brasil. Parágrafo único. Se, decorridos dez dias da data fixada para a posse, o presidente ou o vice-presidente, salvo 11. Caput do artigo com nova redação dada pela Emenda Constitucional nº 16, de 4-6-1997. 17 LEGISLAÇÃO ELEITORAL - 8ª EDIÇÃO motivo de força maior, não tiver assumido o cargo, este será declarado vago. Art. 79. Substituirá o presidente, no caso de impedi- mento, e suceder-lhe-á, no de vaga, o vice-presidente. Parágrafo único. O vice-presidente da República, além de outras atribuições que lhe forem conferidas por lei complementar, auxiliará o presidente, sempre que por ele convocado para missões especiais. Art. 80. Em caso de impedimento do presidente e do vice-presidente, ou vacância dos respectivos cargos, serão sucessivamente chamados ao exercício da Pre- sidência o presidente da Câmara dos Deputados, o do Senado Federal e o do Supremo Tribunal Federal. Art. 81. Vagando os cargos de presidente e vice-pre- sidente da República, far-se-á eleição noventa dias depois de aberta a última vaga. § 1º Ocorrendo a vacância nos últimos dois anos do período presidencial, a eleição para ambos os cargos será feita trinta dias depois da última vaga, pelo Con- gresso Nacional, na forma da lei. § 2º Em qualquer dos casos, os eleitos deverão com- pletar o período de seus antecessores. 12Art. 82. O mandato do presidente da República é de quatro anos e terá início em primeiro de janeiro do ano seguinte ao da sua eleição. Art. 83. O presidente e o vice-presidente da República não poderão, sem licença do Congresso Nacional, au- sentar-se do país por período superior a quinze dias, sob pena de perda do cargo. [...] CAPÍTULO III – DO PODER JUDICIÁRIO [...] Seção VI – Dos Tribunais e Juízes Eleitorais Art. 118. São órgãos da Justiça Eleitoral: I – o Tribunal Superior Eleitoral; II – os tribunais regionais eleitorais; III – os juízes eleitorais; IV – as juntas eleitorais. Art. 119. O Tribunal Superior Eleitoral compor-se-á, no mínimo, de sete membros, escolhidos: I – mediante eleição, pelo voto secreto: a) três juízes dentre os ministros do Supremo Tri- bunal Federal; b) dois juízes dentre os ministros do Superior Tri- bunal de Justiça; 12. Artigo com nova redação dada pela Emenda Constitucional nº 16, de 4-6-1997. II – por nomeação do presidente da República, dois juízes dentre seis advogados de notável saber jurí- dico e idoneidade moral, indicados pelo Supremo Tribunal Federal. Parágrafo único. O Tribunal Superior Eleitoral elegerá seu presidente e o vice-presidente dentre os ministros do Supremo Tribunal Federal, e o corregedor eleitoral dentre os ministros do Superior Tribunal de Justiça. Art. 120. Haverá um tribunal regional eleitoral na capital de cada estado e no Distrito Federal. § 1º Os tribunais regionais eleitorais compor-se-ão: I – mediante eleição, pelo voto secreto: a) de dois juízes dentre os desembargadores do tribunal de justiça; b) de dois juízes, dentre juízes de direito, escolhidos pelo tribunal de justiça; II – de um juiz do tribunal regional federal com sede na capital do estado ou no Distrito Federal, ou, não havendo, de juiz federal, escolhido, em qualquer caso, pelo tribunal regional federal respectivo; III – por nomeação, pelo presidente da República, de dois juízes dentre seis advogados de notável saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo tribunal de justiça. § 2º O tribunal regional eleitoral elegerá seu presidente e o vice-presidente dentre os desembargadores. Art. 121. Lei complementar disporá sobre a organização e competência dos tribunais, dos juízes de direito e das juntas eleitorais. § 1º Os membros dos tribunais, os juízes de direito e os integrantes das juntas eleitorais, no exercício de suas funções, e no que lhes for aplicável, gozarão de plenas garantias e serão inamovíveis. § 2º Os juízes dos tribunais eleitorais, salvo motivo jus- tificado, servirão por dois anos, no mínimo, e nunca por mais de dois biênios consecutivos, sendo os substitutos escolhidos na mesma ocasião e pelo mesmo processo, em número igual para cada categoria. § 3º São irrecorríveis as decisões do Tribunal Superior Eleitoral, salvo as que contrariarem esta Constituição e as denegatórias de habeas corpus ou mandado de segurança. § 4º Das decisões dos tribunais regionais eleitorais somente caberá recurso quando: I – forem proferidas contra disposição expressa desta Constituição ou de lei; II – ocorrer divergência na interpretação de lei entre dois ou mais tribunais eleitorais; III – versarem sobre inelegibilidade ou expedição de diplomas nas eleições federais ou estaduais; 18 LEGISLAÇÃO ELEITORAL - 8ª EDIÇÃO IV – anularem diplomas ou decretarem a perda de mandatos eletivos federais ou estaduais; V – denegarem habeas corpus, mandado de segurança, habeas data ou mandado de injunção. [...] CAPÍTULO IV – DAS FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA Seção I – Do Ministério Público [...] Art. 128. [...] [...] § 5º Leis complementares da União e dos estados, cuja iniciativa é facultada aos respectivos procuradores- -gerais, estabelecerão a organização, as atribuições e o estatuto de cada Ministério Público, observadas, relativamente a seus membros: [...] II – as seguintes vedações: [...] 13e) exercer atividade político-partidária; [...] TÍTULO V – DA DEFESA DO ESTADO E DAS INSTITUIÇÕES DEMOCRÁTICAS [...] CAPÍTULO II – DAS FORÇAS ARMADAS Art. 142. [...] [...] 14§ 3º Os membros das Forças Armadas são denomina- dos militares, aplicando-se-lhes, além das que vierem a ser fixadas em lei, as seguintes disposições: [...] V – o militar, enquanto em serviço ativo, não pode estar filiado a partidos políticos; [...] TÍTULO IX – DAS DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS GERAIS [...] Art. 234. É vedado à União, direta ou indiretamente, assumir, em decorrência da criação de estado, encar- gos referentes a despesas com pessoal inativo e com encargos e amortizações da dívida interna ou externa da administração pública, inclusive da indireta. Art. 235. Nos dez primeiros anos da criação de estado, serão observadas as seguintes normas básicas: 13. Alínea com nova redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 30-12-2004. 14. Parágrafo acrescido pela Emenda Constitucional nº 18, de 5-2-1998. I – a assembleia legislativa será composta de dezessete deputados se a população do estado for inferior a seis- centos mil habitantes, e de vinte e quatro se igual ou superior a esse número, até um milhão e quinhentos mil; [...] CÓDIGO ELEITORAL 20 LEGISLAÇÃO ELEITORAL - 8ª EDIÇÃO LEI Nº 4.737, DE 15 DE JULHO DE 196515 Institui o Código Eleitoral. O presidente da República Faço saber que sanciono a seguinte lei, aprovada pelo Congresso Nacional, nos termos do art. 4º, caput, do Ato Institucional, de 9 de abril de 1964. PARTE PRIMEIRA – INTRODUÇÃO Art. 1º Este código contém normas destinadas a asse- gurar a organização e o exercício de direitos políticos, precipuamente os de votar e ser votado. Parágrafo único. O Tribunal Superior Eleitoral expedirá instruções para sua fiel execução. Art.2º Todo poder emana do povo e será exercido, em seu nome, por mandatários escolhidos, direta e secretamente, dentre candidatos indicados por parti- dos políticos nacionais, ressalvada a eleição indireta nos casos previstos na Constituição e leis específicas. Art. 3º Qualquer cidadão pode pretender investidura em cargo eletivo, respeitadas as condições constitucionais e legais de elegibilidade e incompatibilidade. Art. 4º São eleitores os brasileiros maiores de dezoito16 anos que se alistarem na forma da lei. Art. 5º Não podem alistar-se eleitores: 17I – os analfabetos; II – os que não saibam exprimir-se na língua nacional; III – os que estejam privados, temporária ou definiti- vamente, dos direitos políticos. Parágrafo único. Os militares são alistáveis, desde que oficiais, aspirantes a oficiais, guardas-marinha, subte- nentes ou suboficiais, sargentos ou alunos das escolas militares de ensino superior para formação de oficiais. Art. 6º O alistamento e o voto são obrigatórios para os brasileiros de um e outro sexo, salvo: I – quanto ao alistamento: a) os inválidos; b) os maiores de setenta anos; c) os que se encontrem fora do país; II – quanto ao voto: a) os enfermos; b) os que se encontrem fora do seu domicílio; 15. Publicada no Diário Oficial da União, Seção 1, de 19-7-1965, e retificada no Diário Oficial da União, Seção 1, de 30-7-1965. 16. O voto é facultativo aos maiores de dezesseis e menores de dezoito anos, de acordo com o art. 14, § 1º, II, c, da Constituição Federal de 1988. 17. Inciso prejudicado pelo art. 14, § 1º, II, a, da Constituição Federal de 1988, que estendeu o direito de voto aos analfabetos. c) os funcionários civis e os militares, em serviço que os impossibilite de votar. 18Art. 7º O eleitor que deixar de votar e não se justificar perante o juiz eleitoral até trinta dias após a realização da eleição, incorrerá na multa de três a dez por cento sobre o salário mínimo da região, imposta pelo juiz eleitoral e cobrada na forma prevista no art. 367. § 1º Sem a prova de que votou na última eleição, pagou a respectiva multa ou de que se justificou devidamente, não poderá o eleitor: I – inscrever-se em concurso ou prova para cargo ou função pública, investir-se ou empossar-se neles; II – receber vencimentos, remuneração, salário ou proventos de função ou emprego público, autárquico ou paraestatal, bem como fundações governamentais, empresas, institutos e sociedades de qualquer nature- za, mantidas ou subvencionadas pelo governo ou que exerçam serviço público delegado, correspondentes ao segundo mês subsequente ao da eleição; III – participar de concorrência pública ou administrativa da União, dos estados, dos territórios, do Distrito Federal ou dos municípios, ou das respectivas autarquias; IV – obter empréstimos nas autarquias, sociedades de economia mista, caixas econômicas federais ou esta- duais, nos institutos e caixas de previdência social, bem como em qualquer estabelecimento de crédito mantido pelo governo, ou de cuja administração este participe, e com essas entidades celebrar contratos; V – obter passaporte ou carteira de identidade; VI – renovar matrícula em estabelecimento de ensino oficial ou fiscalizado pelo governo; VII – praticar qualquer ato para o qual se exija quitação do serviço militar ou imposto de renda. § 2º Os brasileiros natos ou naturalizados, maiores de dezoito anos, salvo os excetuados nos arts. 5º e 6º, I, sem prova de estarem alistados não poderão praticar os atos relacionados no parágrafo anterior. § 3º Realizado o alistamento eleitoral pelo processo eletrônico de dados, será cancelada a inscrição do eleitor que não votar em três eleições consecutivas, não pagar a multa ou não se justificar no prazo de seis meses, a contar da data da última eleição a que deveria ter comparecido. § 4º O disposto no inciso V do § 1º não se aplica ao eleitor no exterior que requeira novo passaporte para identificação e retorno ao Brasil. 18. Caput do artigo com nova redação dada pela Lei nº 4.961, de 4-5-1966; § 3º acrescido pela Lei nº 7.663, de 27-5-1988; § 4º acrescido pela Lei nº 13.165, de 29-9-2015. 21 LEGISLAÇÃO ELEITORAL - 8ª EDIÇÃO 19Art. 8º O brasileiro nato que não se alistar até os de- zenove anos ou o naturalizado que não se alistar até um ano depois de adquirida a nacionalidade brasileira incorrerá na multa de três a dez por cento sobre o valor do salário mínimo da região, imposta pelo juiz e cobrada no ato da inscrição eleitoral através de selo federal inutilizado no próprio requerimento. Parágrafo único. Não se aplicará a pena ao não alistado que requerer sua inscrição eleitoral até o centésimo primeiro dia anterior à eleição subsequente à data em que completar dezenove anos. Art. 9º Os responsáveis pela inobservância do disposto nos arts. 7º e 8º incorrerão na multa de um a três salários mínimos vigentes na zona eleitoral ou de suspensão disciplinar até trinta dias. Art. 10. O juiz eleitoral fornecerá aos que não votarem por motivo justificado e aos não alistados nos termos dos arts. 5º e 6º, I, documento que os isente das san- ções legais. Art. 11. O eleitor que não votar e não pagar a multa, se se encontrar fora de sua zona e necessitar documento de quitação com a Justiça Eleitoral, poderá efetuar o pagamento perante o juízo da zona em que estiver. § 1º A multa será cobrada no máximo previsto, salvo se o eleitor quiser aguardar que o juiz da zona em que se encontrar solicite informações sobre o arbitramento ao juízo da inscrição. § 2º Em qualquer das hipóteses, efetuado o pagamento através de selos federais inutilizados no próprio re- querimento, o juiz que recolheu a multa comunicará o fato ao da zona de inscrição e fornecerá ao requerente comprovante do pagamento. PARTE SEGUNDA – DOS ÓRGÃOS DA JUSTIÇA ELEITORAL Art. 12. São órgãos da Justiça Eleitoral: I – o Tribunal Superior Eleitoral, com sede na capital da República e jurisdição em todo o país; II – um tribunal regional, na capital de cada estado, no Distrito Federal e, mediante proposta do Tribunal Superior, na capital de território; III – juntas eleitorais; IV – juízes eleitorais. Art. 13. O número de juízes dos tribunais regionais não será reduzido, mas poderá ser elevado até nove, 19. Caput do artigo com nova redação dada pela Lei nº 4.961, de 4-5-1966; parágrafo único acrescido pela Lei nº 9.041, de 9-5-1995. mediante proposta do Tribunal Superior, e na forma por ele sugerida. 20Art. 14. Os juízes dos tribunais eleitorais, salvo motivo justificado, servirão obrigatoriamente por dois anos, e nunca por mais de dois biênios consecutivos. § 1º Os biênios serão contados, ininterruptamente, sem o desconto de qualquer afastamento, nem mesmo o decorrente de licença, férias, ou licença especial, salvo no caso do § 3º. § 2º Os juízes afastados por motivo de licença, férias e licença especial, de suas funções na Justiça comum, ficarão automaticamente afastados da Justiça Eleito- ral pelo tempo correspondente, exceto quando, com períodos de férias coletivas, coincidir a realização de eleição, apuração ou encerramento de alistamento. § 3º Da homologação da respectiva convenção par- tidária até a diplomação e nos feitos decorrentes do processo eleitoral, não poderão servir como juízes nos tribunais eleitorais, ou como juiz eleitoral, o cônjuge ou o parente consanguíneo ou afim, até o segundo grau, de candidato a cargo eletivo registrado na circunscrição. § 4º No caso de recondução para o segundo biênio, observar-se-ão as mesmas formalidades indispensáveis à primeira investidura. Art. 15. Os substitutos dos membros efetivos dos tri- bunais eleitorais serão escolhidos, na mesma ocasião e pelo mesmo processo, em número igual para cada categoria. TÍTULO I – DO TRIBUNAL SUPERIOR 21Art. 16. Compõe-se o TribunalSuperior Eleitoral: I – mediante eleição, pelo voto secreto: a) de três juízes, dentre os ministros do Supremo Tribunal Federal; e b) de dois juízes, dentre os membros do Tribunal Federal de Recursos22; II – por nomeação do presidente da República, de dois dentre seis advogados de notável saber jurídico e ido- neidade moral, indicados pelo Supremo Tribunal Federal. § 1º Não podem fazer parte do Tribunal Superior Elei- toral cidadãos que tenham entre si parentesco, ainda que por afinidade, até o quarto grau, seja o vínculo legítimo ou ilegítimo, excluindo-se neste caso o que tiver sido escolhido por último. 20. §§ 1º a 4º acrescidos pela Lei nº 4.961, de 4-5-1966; § 3º com nova redação dada pela Lei nº 13.165, de 29-9-2015. 21. Artigo com nova redação dada pela Lei nº 7.191, de 4-6-1984. 22. O art. 119, I, b, da Constituição Federal de 1988 substituiu “membros do Tribunal Federal de Recursos” por “ministros do Superior Tribunal de Justiça”. 22 LEGISLAÇÃO ELEITORAL - 8ª EDIÇÃO § 2º A nomeação de que trata o inciso II deste artigo não poderá recair em cidadão que ocupe cargo público de que seja demissível ad nutum; que seja diretor, proprie- tário ou sócio de empresa beneficiada com subvenção, privilégio, isenção ou favor em virtude de contrato com a administração pública; ou que exerça mandato de caráter político, federal, estadual ou municipal. Art. 17. O Tribunal Superior Eleitoral elegerá para seu presidente um dos ministros do Supremo Tribunal Federal, cabendo ao outro a vice-presidência, e para cor- regedor-geral da Justiça Eleitoral um dos seus membros. § 1º As atribuições do corregedor-geral serão fixadas pelo Tribunal Superior Eleitoral. § 2º No desempenho de suas atribuições o correge- dor-geral se locomoverá para os estados e territórios nos seguintes casos: I – por determinação do Tribunal Superior Eleitoral; II – a pedido dos tribunais regionais eleitorais; III – a requerimento de partido deferido pelo Tribunal Superior Eleitoral; IV – sempre que entender necessário. § 3º Os provimentos emanados da Corregedoria-Geral vinculam os corregedores regionais, que lhes devem dar imediato e preciso cumprimento. Art. 18. Exercerá as funções de procurador-geral, junto ao Tribunal Superior Eleitoral, o procurador-geral da República, funcionando, em suas faltas e impedimentos, seu substituto legal. Parágrafo único. O procurador-geral poderá designar outros membros do Ministério Público da União, com exercício no Distrito Federal, e sem prejuízo das respec- tivas funções, para auxiliá-lo junto ao Tribunal Superior Eleitoral, onde não poderão ter assento. Art. 19. O Tribunal Superior delibera por maioria de votos, em sessão pública, com a presença da maioria de seus membros. Parágrafo único. As decisões do Tribunal Superior, assim na interpretação do Código Eleitoral em face da Cons- tituição e cassação de registro de partidos políticos, como sobre quaisquer recursos que importem anulação geral de eleições ou perda de diplomas, só poderão ser tomadas com a presença de todos os seus membros. Se ocorrer impedimento de algum juiz, será convocado o substituto ou o respectivo suplente. Art. 20. Perante o Tribunal Superior, qualquer interessado poderá arguir a suspeição ou impedimento dos seus membros, do procurador-geral ou de funcionários de sua secretaria, nos casos previstos na lei processual civil ou penal e por motivo de parcialidade partidária, mediante o processo previsto em regimento. Parágrafo único. Será ilegítima a suspeição quando o excipiente a provocar ou, depois de manifestada a causa, praticar ato que importe aceitação do arguido. Art. 21. Os tribunais e juízes inferiores devem dar ime- diato cumprimento às decisões, mandados, instruções e outros atos emanados do Tribunal Superior Eleitoral. 23Art. 22. Compete ao Tribunal Superior: I – processar e julgar originariamente: a) o registro e a cassação de registro de partidos polí- ticos, dos seus diretórios nacionais e de candidatos à presidência e vice-presidência da República; b) os conflitos de jurisdição entre tribunais regionais e juízes eleitorais de estados diferentes; c) a suspeição ou impedimento aos seus membros, ao procurador-geral e aos funcionários da sua secretaria; d) os crimes eleitorais e os comuns que lhes forem conexos cometidos pelos seus próprios juízes e pelos juízes dos tribunais regionais; e) o habeas corpus ou mandado de segurança24, em matéria eleitoral, relativos a atos do presidente da República, dos ministros de Estado e dos tribunais regionais; ou, ainda, o habeas corpus, quando houver perigo de se consumar a violência antes que o juiz competente possa prover sobre a impetração; f) as reclamações relativas a obrigações impostas por lei aos partidos políticos, quanto à sua conta- bilidade e à apuração da origem dos seus recursos; g) as impugnações à apuração do resultado geral, proclamação dos eleitos e expedição de diploma na eleição de presidente e vice-presidente da República; h) os pedidos de desaforamento dos feitos não decididos nos tribunais regionais dentro de trinta dias da conclusão ao relator, formulados por partido, candidato, Ministério Público ou parte legitimamente interessada; i) as reclamações contra os seus próprios juízes que, no prazo de trinta dias a contar da conclusão, não houverem julgado os feitos a eles distribuídos; 23. Alínea h do inciso I com nova redação dada pela Lei nº 4.961, de 4-5-1966, que também acrescentou a alínea l ao mesmo inciso; alínea j do inciso I acrescida pela Lei Complementar nº 86, de 14-5-1996. 24. A expressão “ou mandado de segurança” teve a execução suspensa pela Resolução do Senado Federal nº 132, de 5-12-1984, “por inconstitucionalidade, nos termos da de- cisão definitiva proferida pelo Supremo Tribunal Federal em sessão plenária realizada em 31 de agosto de 1983”. 23 LEGISLAÇÃO ELEITORAL - 8ª EDIÇÃO j) a ação rescisória, nos casos de inelegibilidade, desde que intentada dentro do prazo de cento e vinte dias de decisão irrecorrível, possibilitan- do-se o exercício do mandato eletivo até o seu trânsito em julgado; II – julgar os recursos interpostos das decisões dos tribunais regionais nos termos do art. 276 inclusive os que versarem matéria administrativa. Parágrafo único. As decisões do Tribunal Superior são irrecorríveis, salvo nos casos do art. 281. Art. 23. Compete, ainda, privativamente, ao Tribunal Superior: I – elaborar o seu regimento interno; II – organizar a sua secretaria e a Corregedoria-Geral, propondo ao Congresso Nacional a criação ou extinção dos cargos administrativos e a fixação dos respectivos vencimentos, provendo-os na forma da lei; III – conceder aos seus membros licença e férias, assim como afastamento do exercício dos cargos efetivos; IV – aprovar o afastamento do exercício dos cargos efetivos dos juízes dos tribunais regionais eleitorais; V – propor a criação de tribunal regional na sede de qualquer dos territórios; VI – propor ao Poder Legislativo o aumento do número dos juízes de qualquer tribunal eleitoral, indicando a forma desse aumento; VII – fixar as datas para as eleições de presidente e vice-presidente da República, senadores e deputados federais, quando não o tiverem sido por lei; VIII – aprovar a divisão dos estados em zonas eleitorais ou a criação de novas zonas; IX – expedir as instruções que julgar convenientes à execução deste código; X – fixar a diária do corregedor-geral, dos corregedores regionais e auxiliares em diligência fora da sede; XI – enviar ao presidente da República a lista tríplice organizada pelos tribunais de justiça nos termos do art. 25; XII – responder, sobre matéria eleitoral, às consultas que lhe forem feitas em tese por autoridade com jurisdição federal ou órgão nacional departido político; XIII – autorizar a contagem dos votos pelas mesas receptoras nos estados em que essa providência for solicitada pelo tribunal regional respectivo; 25XIV – requisitar força federal necessária ao cumprimento da lei, de suas próprias decisões ou das decisões dos tribunais regionais que o solicitarem, e para garantir a votação e a apuração; 25. Inciso com nova redação dada pela Lei nº 4.961, de 4-5-1966. XV – organizar e divulgar a súmula de sua jurisprudência; XVI – requisitar funcionários da União e do Distrito Federal quando o exigir o acúmulo ocasional do serviço de sua secretaria; XVII – publicar um boletim eleitoral; XVIII – tomar quaisquer outras providências que julgar convenientes à execução da legislação eleitoral. Art. 24. Compete ao procurador-geral, como chefe do Ministério Público Eleitoral: I – assistir às sessões do Tribunal Superior e tomar parte nas discussões; II – exercer a ação pública e promovê-la até final, em todos os feitos de competência originária do tribunal; III – oficiar em todos os recursos encaminhados ao tribunal; IV – manifestar-se, por escrito ou oralmente, em todos os assuntos submetidos à deliberação do tribunal, quando solicitada sua audiência por qualquer dos juízes, ou por iniciativa sua, se entender necessário; V – defender a jurisdição do tribunal; VI – representar ao tribunal sobre a fiel observância das leis eleitorais, especialmente quanto à sua aplicação uniforme em todo o país; VII – requisitar diligências, certidões e esclarecimentos necessários ao desempenho de suas atribuições; VIII – expedir instruções aos órgãos do Ministério Público junto aos tribunais regionais; IX – acompanhar, quando solicitado, o corregedor-geral, pessoalmente ou por intermédio de procurador que designe, nas diligências a serem realizadas. TÍTULO II – DOS TRIBUNAIS REGIONAIS 26Art. 25. Os tribunais regionais eleitorais compor-se-ão: I – mediante eleição, pelo voto secreto: a) de dois juízes, dentre os desembargadores do tribunal de justiça; b) de dois juízes de direito, escolhidos pelo tribunal de justiça; II – do juiz federal e, havendo mais de um, do que for escolhido pelo Tribunal Federal de Recursos27; e III – por nomeação do presidente da República, de dois dentre seis cidadãos de notável saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo tribunal de justiça. 26. Caput do artigo e incisos I a III com nova redação dada pela Lei nº 7.191, de 4-6- 1984; § 2º com nova redação dada pela Lei nº 4.961, de 4-5-1966; §§ 8º e 9º primitivos renumerados para §§ 6º e 7º, respectivamente, pelo Decreto-Lei nº 441, de 29-1-1969, que também revogou os §§ 6º e 7º primitivos. 27. O art. 120, § 1º, da Constituição Federal de 1988 substituiu “Tribunal Federal de Recursos” por “tribunal regional federal respectivo”. 24 LEGISLAÇÃO ELEITORAL - 8ª EDIÇÃO 28§ 1º A lista tríplice organizada pelo tribunal de justiça será enviada ao Tribunal Superior Eleitoral. § 2º A lista não poderá conter nome de magistrado aposentado ou de membro do Ministério Público. § 3º Recebidas as indicações, o Tribunal Superior divul- gará a lista através de edital, podendo os partidos, no prazo de cinco dias, impugná-la com fundamento em incompatibilidade. § 4º Se a impugnação for julgada procedente quanto a qualquer dos indicados, a lista será devolvida ao tribunal de origem para complementação. § 5º Não havendo impugnação, ou desprezada esta, o Tribunal Superior encaminhará a lista ao Poder Executivo para a nomeação. § 6º Não podem fazer parte do tribunal regional pes- soas que tenham entre si parentesco, ainda que por afinidade, até o quarto grau, seja o vínculo legítimo ou ilegítimo, excluindo-se neste caso a que tiver sido escolhida por último. § 7º A nomeação de que trata o nº II deste artigo não poderá recair em cidadão que tenha qualquer das in- compatibilidades mencionadas no art. 16, § 2º. Art. 26. O presidente e o vice-presidente do tribunal regional serão eleitos por este dentre os três desem- bargadores do tribunal de justiça; o terceiro desembar- gador será o corregedor regional da Justiça Eleitoral. § 1º As atribuições do corregedor regional serão fixadas pelo Tribunal Superior Eleitoral e, em caráter supletivo ou complementa, pelo tribunal regional eleitoral pe- rante o qual servir. § 2º No desempenho de suas atribuições o corregedor regional se locomoverá para as zonas eleitorais nos seguintes casos: I – por determinação do Tribunal Superior Eleitoral ou do tribunal regional eleitoral; II – a pedido dos juízes eleitorais; III – a requerimento de partido, deferido pelo tri- bunal regional; IV – sempre que entender necessário. Art. 27. Servirá como procurador regional junto a cada tribunal regional eleitoral o procurador da República no respectivo estado e, onde houver mais de um, aquele que for designado pelo procurador-geral da República. 28. “A Lei nº 7.191/1984, ao alterar o art. 25, não fez nenhuma referência aos parágrafos constantes do artigo modificado. Segundo decisões do TSE (Res.-TSE nos 12.391/1985 e 18.318/1992, e Ac.-TSE nº 12.641/1996) e do STF (Ac.-STF, de 15-12-1999, no RMS nº 23.123), os referidos parágrafos não foram revogados pela lei citada.” (Brasil. Tribunal Superior Eleitoral. Código eleitoral anotado e legislação complementar. 10. ed., Brasília: TSE/Secretaria de Gestão da Informação, 2012, p. 43) § 1º No Distrito Federal, serão as funções de procurador regional eleitoral exercidas pelo procurador-geral da Justiça do Distrito Federal. § 2º Substituirá o procurador regional, em suas faltas ou impedimentos, o seu substituto legal. § 3º Compete aos procuradores regionais exercer, perante os tribunais junto aos quais servirem, as atribuições do procurador-geral. § 4º Mediante prévia autorização do procurador-ge- ral, podem os procuradores regionais requisitar, para auxiliá-los nas suas funções, membros do Ministério Público local, não tendo estes, porém, assento nas sessões do tribunal. 29Art. 28. Os tribunais regionais deliberam por maioria de votos, em sessão pública, com a presença da maioria de seus membros. § 1º No caso de impedimento e não existindo quórum, será o membro do tribunal substituído por outro da mesma categoria, designado na forma prevista na Constituição. § 2º Perante o tribunal regional, e com recurso voluntário para o Tribunal Superior, qualquer interessado poderá arguir a suspeição dos seus membros, do procurador regional, ou de funcionários da sua secretaria, assim como dos juízes e escrivães eleitorais, nos casos previs- tos na lei processual civil e por motivo de parcialidade partidária, mediante o processo previsto em regimento. § 3º No caso previsto no parágrafo anterior será obser- vado o disposto no parágrafo único do art. 20. § 4º As decisões dos tribunais regionais sobre quaisquer ações que importem cassação de registro, anulação geral de eleições ou perda de diplomas somente poderão ser tomadas com a presença de todos os seus membros. § 5º No caso do § 4º, se ocorrer impedimento de algum juiz, será convocado o suplente da mesma classe. Art. 29. Compete aos tribunais regionais: I – processar e julgar originariamente: a) o registro e o cancelamento do registro dos diretórios estaduais e municipais de partidos políticos, bem como de candidatos a governa- dor, vice-governador, e membro do Congresso Nacional e das assembleias legislativas; b) os conflitos de jurisdição entre juízes eleitorais do respectivo estado; c) a suspeição ou impedimentos aos seus mem- bros, ao procurador regional e aos funcionários da sua secretaria, assim como aos juízes e escrivães eleitorais; 29. § 3º acrescido pela Lei nº 4.961, de 4-5-1966; §§ 4º e 5º acrescidos pela Lei nº 13.165, de 29-9-2015. 25 LEGISLAÇÃO ELEITORAL - 8ª EDIÇÃO d) os crimes eleitorais cometidos
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