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02 Previdência Social

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Faculdade de Tecnologia e Ciência (FTC) 
Direito da Seguridade Social 
João Xavier dos Santos 
 
 
 
 
 
1. Previdência social – Tem sua previsão no artigo 201 da 
Constituição federal. 
 
 
 
 
2. Conceito – Tem o seu conceito indefinido, mas podemos dizer que 
a Previdência Social é um seguro de filiação obrigatória para os regimes 
básicos (RGPS e RPPS) além de coletivo, contributivo e de organização 
estatal, protegendo os seus beneficiários contra os riscos (contingências) 
sociais, que são as adversidades da vida 
 
3. Natureza Jurídica – A previdência social tem natureza jurídica 
institucional ou estatutário, já que o Estado por meio de lei estabelece 
as regras para o sistema previdenciário de filiação compulsória para os 
regimes básicos (RGPS e RPPS), além de coletivo, contributivo 
amparando os seus segurados contra os chamados riscos sociais. 
 
4. Características – 
→ Segurado (desenvolve atividade remunerado) 
→ Depende de Contribuição (contributiva) 
→ Compulsório 
→ Mantido pela união (Vinculado ao Ministério da Previdência Social) 
 
O regime geral é a regra, e vincula todos aos trabalhadores da iniciativa 
privada (RGPS) e também aqueles servidores públicos que não estão 
vinculados ao regime próprio (RPPS). Esta vinculação se dá por meio 
das contribuições mensais, que são denominadas contribuições 
previdenciárias. 
Seguridade Social 
 
Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma de regime geral, de caráter 
contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro 
e atuarial, e atenderá, nos termos da lei: 
 
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Direito da Seguridade Social 
João Xavier dos Santos 
 
 
 
Existe também o regime complementar, tendo como característica a 
autonomia frente aos regimes básicos, e facultativo de ingresso, sendo 
igualmente contributivo. 
A previdência social é a técnica protetiva mais moderna que os antigos 
seguros sociais, em razão de sua maior abrangência e flexibilização. 
Os Riscos Sociais cobertos pelo regime protetivo são as adversidades 
da vida que qualquer pessoa esta submetida como doença ou acidente, 
ou então os fenômenos previsíveis como a idade avançada, que impede 
ou limita o segurado de prover a sua manutenção. O conceito de riscos 
sociais. 
Existe uma crítica doutrinaria quanto a expressão Riscos Sociais, pois 
nem sempre é vista como adversidade ou infortúnios da vida, como é o 
caso da maternidade. Por isto a doutrina melhor denomina como 
Necessidade Social. Logo, o risco ou a necessidade social deve ser 
interpretado como todo evento coberto pelo sistema protetivo, com o 
intuito de fornecer para o segurado algum rendimento, como 
indenização por seqüela ou encargos familiares. 
 
5. Histórico. 
Inicia-se na Alemanha no período da revolução industrial com o 
proletariado que preocupado com as condições futuras, onde o 
trabalhador perdia a sua condição de trabalho, ou seja, a idéia de 
previdência social era fazer a substituição da renda do trabalhador. 
No Brasil seguiu a seguinte evolução: 
1543 – Surgiam as Santas Casas de Misericórdia, que não tinha uma 
vinculação com o Estado, e se dedicava a atender e socorrer os pobres e 
necessitados quando precisavam de ajuda médica. É a primeira 
manifestação de cuidado a saúde. E não tínhamos idéia de seguridade e 
previdência social. 
1824 – Constituição do Império – inicialmente surge o termo ajuda 
mutua utilizado entre os particulares que tinham profissões e 
religiões afins, e depois com o nome de socorro mútuo a constituição 
utilizou essa expressão da Revolução Francesa. 
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Direito da Seguridade Social 
João Xavier dos Santos 
 
 
 
1835 – MONGERAL (Montepio Geral de Economia dos servidores do 
estado) surge a primeira idéia de previdência privada, onde os 
servidores contribuíam para um fundo com a finalidade um retorno no 
momento futuro e no sentido de um auxilio e uma aposentadoria. 
1888 – MONTEPIO DOS CORREIOS regulou o direito a aposentadoria 
dos seus empregados, porém de forma limitada, pois versava apenas 
sobre a aposentadoria por invalidez e por idade dos funcionários 
dos correios. 
1891 – Nesta oportunidade tivemos a primeira constituição a conter 
a expressão de aposentadoria dos seus empregados, também de 
forma limitada, pois continha apenas aposentadoria por invalidez e por 
idade. 
1892 – Sob a influência dos militares, é instituía, para os operários da 
marinha, a aposentadoria por invalidez, por idade e pensão por morte. 
1919 – É criado no Brasil (decreto 3.724/19) o seguro acidente de 
trabalho, sob a responsabilidade do empregador de custear uma 
indenização para o empregado acidentado. O valor era pago em cota 
única, ou seja, uma indenização. 
1923 – Publicada a lei Eloy Chaves (decreto de 24 de janeiro 4.682/23) 
que determinou a criação de caixas de aposentadoria e pensões para 
todas as empresas ferroviários. Apesar de não ser o primeiro diploma 
legal ficou conhecida como o marco inicial da previdência social. 
Naturalmente outras categorias buscaram a extensão da Técnica 
protetiva da lei Eloy Chaves pelo país. Não era mantida pelo poder 
publico e sim por particulares, pois eram as empresas que 
gerenciavam essas caixas, Entretanto era o estado quem determinava 
as empresas a instituírem essas caixas de aposentadoria e pensão. 
1930 As caixas de aposentadoria e pensão foram gradativamente 
sendo substituídas por institutos de aposentadoria e pensão que 
passou a ser organizados por categorias. Com Vargas no poder 
tivemos uma ampla reforma previdenciária e trabalhista e entre os anos 
de 1930 ate 1960 tivemos a criação de institutos de cuidado com o 
trabalhador assegurando a criação de caixas de aposentadorias e 
pensões. 
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1934 – A constituição de 1934 foi a primeira e estabelecer o modelo 
tríplice de fonte de custeio previdenciário com contribuições do 
Estado, das empresas e empregados. 
1960 – Houve uma uniformização legislativa, ou seja, a unificação das 
leis sobre previdência com a edição da LOPS (lei orgânica da 
previdência social). 
1966 – A criação do INPS (instituto nacional de previdência social) 
pessoa jurídica de natureza autárquica. Nota-se que nesse momento, 
com a criação dessas caixas de aposentadorias e pensões veio momento 
adequado, pois era de interesse do estado exercer o seu controle e 
gerenciar esses recursos. 
1977 – A lei 6.439/77 institui o Sistema Nacional de Previdência e 
Assistência Social (SINPAS) que buscava reorganizar todos os órgãos 
que tratava de alguma forma da previdência social. 
 INPS (Instituto Nacional de Previdência Social) 
 INAMPS (Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência 
Social), que cuidava da saúde 
 IAPAS (Instituto de Administração Financeira da Previdência e 
Assistência Social) arrecadação e cobrança 
 LBA (Legião Brasileira de Assistência), prestar assistência social a 
população Carente 
 FUNABEM (Fundação Nacional do Bem Estar do Menor) 
 DATAPREV (Empresa de Processamento de Dados da Previdência 
Social) 
 CEME (Central de Medicamentos) fornecendo medicamentos 
 
1988 – Constituição Cidadã, sendo a primeira a tratar de Seguridade 
Social entendida como um conjunto de ações destinadas a área de 
saúde, assistência e previdência social. 
 
1990 – fusão entre o INPS e o IAPAS resultou o INSS, com a lei 
8.029/90 tratava as ações de concessões e manutenção de beneficio e 
arrecadação, vinculado aoMinistério da Previdência Social e deixando a 
previdência social nos moldes que temos hoje e tem a obrigação de fazer 
a concessão a manutenção, arrecadação, fiscalização e cobranças. 
Reafirmou a idéia tripla de custeio da previdência social com o Poder 
público, empregadores e empregados. 
 
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1991 – lei 8.212/91 (Regra Geral de Custeio e Organização da 
Seguridade Social) e 8.213/91 (plano de benefícios benéficos, segurados, 
forma de pagamentos). 
1998 – Emenda Constitucional 20 mudança legislativa significativa 
1999 – Decreto 3.048/99 regulamento o plano de custeio lei 8.212 e o 
plano de beneficio lei 8.213.

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