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Prática_Jurídica_IV-vol_2

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ROTEIRO DE CURSO
2010.1
Parte II
PRÁTICA JURÍDICA IV
Autora: Cláudia Ribeiro Pereira Nunes
Sumário
PRÁTICA JURÍDICA IV
Programa Prática Jurídica IV vol II ................................................................................................ 3
Plano de Aulas – PJ IV 2010.1 – Direito Empresarial: ......................................................... 3
Dicário e exemplos da sua aplicação ............................................................................................... 4
Direito Empresarial ...........................................................................................................4
1. Ação Monitória ................................................................................................................ 4
2. Sustação de Protesto com Pedido Liminar ........................................................................... 8
3. Ação de Responsabilidade Civil de Administrador ou 
Conselheiro Fiscal ....................................................................................................... 17
4. Ação de Responsabilidade Civil de Acionista Controlador .................................................. 22
5. Ação de Dissolução Parcial de Sociedade Fundada 
em Retirada de Sócio ................................................................................................... 23
6. Requerimentos de Falências .............................................................................................. 31
7. Ação Revocatória ............................................................................................................. 42
8. Ação de Restituição ......................................................................................................... 44
Anexos: ........................................................................................................................................ 48
A) Ação de Busca e Apreensão com Pedido Liminar ............................................................... 48
Repositório de Peças em Falência e Recuperação .......................................................................... 49
Apostila dos informativos do STJ em Direito Empresarial .......................................................... 129
Informativo do STJ 415 .................................................................................................... 129
Informativo do STJ 414 .................................................................................................... 131
Informativo do STJ 413 .................................................................................................... 134
Informativo do STJ 412 .................................................................................................... 138
Informativo do STJ 411 .................................................................................................... 140
Informativo do STJ 409 .................................................................................................... 143
Informativo do STJ 408 .................................................................................................... 148
Informativo do STJ 407 .................................................................................................... 149
Provas da OAB – 1ª fase ............................................................................................................. 151
40º Exame de Ordem ........................................................................................................ 151
39º Exame de Ordem ........................................................................................................ 152
38º Exame de Ordem ........................................................................................................ 154
37º Exame de Ordem ........................................................................................................ 156
36º Exame de Ordem ........................................................................................................ 157
35º Exame de Ordem ........................................................................................................ 159
34º Exame de Ordem ........................................................................................................ 160
33º Exame de Ordem ........................................................................................................ 163
PRÁTICA JURÍDICA IV
FGV DIREITO RIO 3
PROGRAMA PRÁTICA JURÍDICA IV VOL II
PLANO DE AULAS – PJ IV 2010.1 – DIREITO EMPRESARIAL:
• 30/04/2010 Apresentação do curso e explicação da metodologia de 
aula. Demonstração do material a ser utilizado. Estabelecer o conte-
údo programático e a forma de avaliação. Analisar as regras impostas 
pela CESPE.  Procedimentos Especiais–Ação Monitória
• 07/05/2010  Medidas Cautelares–Sustação de Protesto
• 14/05/2010 Entrega de Peça Simulada e Ação de Responsabilidade 
dos Administradores
• 21/05/2010 Ação de Dissolução Parcial de Sociedade
• 28/05/2010 Entrega de Peça Simulada e Requerimentos de Falências 
(Impontualidade, Execução Frustrada e Insolvência)
• 04/06/2010 FERIADO
• 11/06/2010 Ação Renovatória e Ação de Restituição
• 18/06/2010 P2–Prova
• 25/06/2010 P2 – Vista de Prova
PRÁTICA JURÍDICA IV
FGV DIREITO RIO 4
DICÁRIO E EXEMPLOS DA SUA APLICAÇÃO
DIREITO EMPRESARIAL
1. AÇÃO MONITÓRIA
LEGISLAÇÃO • CÓDIGO PROCESSO CIVIL
ARTIGOS • 1102-A ; 1102-B e 1102-C
VARA • Cível do domicílio do devedor
LEGITIMIDADE AD 
CAUSAM ATIVA
 • Credor de título não exigível
LEGITIMIDADE AD 
CAUSAM PASSIVA
 • Devedor
PRELIMINAR • NÃO HÁ
DISTR. POR DEPEND • NÃO HÁ.
FUNDAMENTAÇÃO
 • Destacar os motivos pelo qual escolheu esta ação, 
utilizando os artigos 1102-A ao 1102-C, do CPC.
 • Explicar qual é a prova escrita que apesar de não 
possuir a efi cácia de título executivo, permite a iden-
tifi cação de um crédito, gozando de valor probante, 
sendo merecedor de fé, quanto à sua autenticidade e 
efi cácia probatória.
 • Escolher jurisprudências pertinentes ao caso concreto 
e justifi car o pedido (Súmulas do STJ)
PEDIDO
 • a intimação do réu para realizar o pagamento, no 
endereço supra mencionado, expedindo-se o com-
petente mandado, para no prazo de 15 dias, efetuar 
o pagamento no valor de R$, acrescido de correção 
monetária e juros até a data do efetivo pagamento ou 
oferecer embargos;
 • o julgamento procedente do pedido visando o paga-
mento ou entrega da coisa, e no caso de não ofereci-
mento dos embargos ou de sua rejeição, constituir-se 
título executivo judicial e prosseguir-se a execução, na 
forma prevista no Livro I, Título VIII, Capítulo X, do CPC;
 • a condenação do réu aos ônus da sucumbência, nos 
termos do art. 1102c, do CPC, ou seja, só em caso de 
apresentação de Embargos à Monitória.
VALOR DA CAUSA • valor da planilha contábil
PRÁTICA JURÍDICA IV
FGV DIREITO RIO 5
QUESTÃO 1: (agosto de 2005)
A instituição fi nanceira Banco Empresta Fácil S/A, sediada no Rio de Ja-
neiro, detém importante crédito em face de Cia. Decorações Bizarras, tam-
bém no Rio, originado de contrato ilíquido de abertura de crédito em conta-
corrente, no valor de cem mil reais. De posse do instrumento de contrato, 
acompanhado do demonstrativo do débito, o diretor da referida instituição 
lhe procura e solicita que seja feita a ação judicial cabível, para garantir o mais 
célere recebimento da dívida.
Prepare a peça pertinente assinando Napoleão da Silva, OAB/RJ 00.000.
Resposta e comentários:
Nota: Para ter certeza da peça a redigir, o candidato pode fazer as seguintes 
perguntas, antes de iniciar a resposta da prova:
a) Quem é o cliente (autor)?
b) Quem é o réu(s)?
c) O que aconteceu no problema?
d) O que o cliente/autor quer do réu(s)?
e) Quais os dispositivos legais que fundamenta(m) o(s) direito(s)do cliente?
PRÁTICA JURÍDICA IV
FGV DIREITO RIO 6
Modelo de peça aceita com nota máxima no gabarito do Exame de Ordem:
Exmo. Sr. Dr. Juiz de Direito da __º Vara Cível da Comarca Capital:
(espaço aproximado de 10 linhas)
Instituição fi nanceira Banco Empresta Fácil S/A, sediada no Rio de Janeiro 
(qualifi cado nos termos do art. 282 do CPC), representado nos termos do 
documento societário (qualifi cado nos termos do art. 282 do CPC), vem à 
presença de V. Exa., por seu advogado infra-assinado, com escritório estabe-
lecido no endereço __________ propor
AÇÃO MONITÓRIA
com base nos artigos 1102ª, 1102b, 1102c todos do CPC E DOS ENUN-
CIADOS DAS SÚMULA 233C/C247 DO STJ, em face da Cia. Decora-
ções Bizarras, também no Rio (qualifi cada nos termos do art. 282 de CPC), 
representada nesta ato na forma da lei (qualifi cado nos termos do art. 282 do 
CPC), pelos fatos e fundamentos abaixo expostos:
DOS FATOS:
A AUTORA sediada no Rio de Janeiro, detém importante crédito em face 
RÉU, também no Rio, originado de contrato ilíquido de abertura de crédito 
em conta-corrente, no valor de cem mil reais.
De posse do instrumento de contrato, acompanhado do demonstrativo do 
débito, o diretor da referida instituição fi nanceira, ora AUTORA, não obten-
do acordo com o RÉU é obrigada a propor esta medida judicial cabível, para 
garantir o mais célere recebimento da dívida.
DOS FUNDAMENTOS:
A ação monitória compete a quem pretender, com base em prova escrita sem 
efi cácia de título executivo, pagamento de soma em dinheiro, o que é o caso 
sub judice.
PRÁTICA JURÍDICA IV
FGV DIREITO RIO 7
Nos termo das Súmulas 233 c/c 247do STJ, o instrumento de contrato, acompa-
nhado do demonstrativo do débito de uma conta corrente representa prova escrita 
sem efi cácia de título executivo, o que permite a propositura da Ação Monitória.
Além de ser a peça processual cabível para defender os interesses do RÉU, o 
AUTOR está comprovado pelos documentos e planilha contábil, em anexo, 
que o Réu encontra-se em inadimplência, o que comprova que tem direito o 
Autor à devolução do bem descrito acima.
DO PEDIDO
Do exposto, requer a V. Exa o que se segue:
a) a intimação do Réu, por meio de mandato de pagamento, para vir, queren-
do, pagar (valor estabelecido conforme planilha contábil) ou defender-se no 
prazo de 15 (quinze) dias, sob as penas de revelia;
b) o julgamento procedente do pedido para receber os valores devidos;
c) o pagamento dos honorários advocatícios e o reembolso das custas e taxa 
judiciária, se não houver o pagamento imediato, nos termos do art. 1102B;
Protesta por todas as provas admitidas em direito, em especial a documental, 
a testemunhal e a pericial.
Dá-se a causa o valor de R$ .. (valor da planilha contábil).
Local e data.
Termos em que
Pede e espera deferimento.
Napoleão da Silva, OAB/RJ 00.000.
PRÁTICA JURÍDICA IV
FGV DIREITO RIO 8
2. SUSTAÇÃO DE PROTESTO COM PEDIDO LIMINAR
LEGISLAÇÃO • Lei nº 9492/97
ARTIGOS • art. 16 e 17
VARA
 • Cível ou Empresarial (dependendo da qualidade do tí-
tulo), sempre no domicílio do devedor, onde se realizou 
o cumprimento da obrigação ou o protesto
REQUERENTE • Devedor de título protestado indevidamente
REQUERIDO • Quem protestou o título
PRELIMINAR • Não há obrigação legal
PEDIDO LIMINAR
 • Requerer a sustação do protesto justifi cando a presen-
ça dos dois requisitos: fumus boni iuris e o periculum in 
mora.
FUNDAMENTAÇÃO 
 • Destacar os motivos pelo qual escolheu esta ação, utili-
zando os artigos16 e 17, da Lei nº 9492/97.
 • Explicar qual é a prova escrita que apesar de não 
possuir a efi cácia de título executivo, permite a iden-
tifi cação de um crédito, gozando de valor probante, 
sendo merecedor de fé, quanto à sua autenticidade e 
efi cácia probatória.
 • Escolher jurisprudências pertinentes ao caso concreto e 
justifi car o pedido (Súmulas do STJ e jurisprudências)
PEDIDO
 • a intimação do réu para realizar o pagamento, no 
endereço supra mencionado, expedindo-se o com-
petente mandado, para no prazo de 15 dias, efetuar 
o pagamento no valor de R$, acrescido de correção 
monetária e juros até a data do efetivo pagamento ou 
oferecer embargos;
 • o julgamento procedente do pedido visando o paga-
mento ou entrega da coisa, e no caso de não ofereci-
mento dos embargos ou de sua rejeição, constituir-se 
título executivo judicial e prosseguir-se a execução, na 
forma prevista no Livro I, Título VIII, Capítulo X, do CPC;
 • a condenação do réu aos ônus da sucumbência, nos 
termos do art. 1102c, do CPC, ou seja, só em caso de 
apresentação de Embargos à Monitória.
VALOR DA CAUSA
 • colocar apenas a existência de indicação de valor do 
título protestado conforme o que for estabelecido no 
problema
PRÁTICA JURÍDICA IV
FGV DIREITO RIO 9
Peça prático-profissional –CESPE 2006.2:
No ano de 2003, na cidade de Recife, iniciou-se a construção do “Praiano 
Business Center Apart Hotel”. A fi nalidade principal do respectivo empreende-
dor, Praiano Business Center Apart Hotel Ltda., era construir um condomínio 
edilício situado à beira da praia de Boa Viagem, vender as unidades autônomas 
a terceiros e, a seguir, constituir, com estes, sociedade em conta de participação 
para a exploração de atividade hoteleira. O arranjo societário tinha a seguin-
te conformação: i) a Praiano Business Center Apart Hotel Ltda. seria a sócia 
ostensiva, única responsável pela administração do negócio e pelas obrigações 
perante terceiros, e, por isso, receberia parte do lucro da conta em participação; 
ii) os proprietários das unidades autônomas seriam sócios-participantes, que 
permitiriam o uso dos correlatos bens imóveis pelo negócio, sem responsabili-
dade perante terceiros, e concorreriam, também, no lucro. Alienadas todas as 
unidades e encerrada a construção do prédio, em fi nal de 2005, deu-se início às 
atividades do “Praiano Business Center Apart Hotel”. Entretanto, às vésperas 
de começar a exploração do negócio, a Praiano Business Center Apart Ho-
tel Ltda. adquiriu, da Ximenes Móveis Funcionais S.A., vasto mobiliário para 
guarnecer os apartamentos. Todos os bens comprados foram entregues na data 
aprazada. Contudo, o Apart Hotel não pagou por eles. Após várias tratativas, a 
Ximenes percebeu que havia sido ludibriada e não viria a receber o valor acer-
tado. Nesse contexto, descobriu que Lucas de Jesus, grande empresário local, 
era dono de três unidades do “Praiano” e, contra ele, emitiu uma duplicata, no 
valor de R$ 28.000,00, correspondentes ao mobiliário que ocupou seus apar-
tamentos. Lucas se recusou a pagar o título, o qual foi apresentado a protesto. 
Desesperado, Lucas, que não deseja ter o seu nome vinculado à pecha de mau 
pagador, procurou um advogado, para que fosse ajuizada medida judicial obs-
tativa do registro do protesto. Na qualidade de advogado procurado, diante dos 
fatos hipotéticos acima narrados e atento ao exíguo prazo que a lei estabelece na 
espécie, elabore a petição inicial para atender ao cliente.
Resposta e comentários:
Nota: Para ter certeza da peça a redigir, o candidato pode fazer as seguintes 
perguntas, antes de iniciar a resposta da prova:
a) Quem é o cliente (autor)?
b) Quem é o réu(s)?
c) O que aconteceu no problema?
d) O que o cliente/autor quer do réu(s)?
e) Quais os dispositivos legais que fundamenta(m) o(s) direito(s) 
do cliente?
PRÁTICA JURÍDICA IV
FGV DIREITO RIO 10
Modelo de peça aceita com nota máxima no gabarito do Exame de Ordem:
Exmo. Sr. Dr. Juiz de Direito da ..... Vara Empresarial da Comarca de Reci-
fe–PE.
Lucas de Jesus, grande empresário local...... , qualifi cação e endereço na for-
ma do art. 282, inciso I do CPC, vem à presença de V. Exa., por seu advo-
gado infra-assinado (proc., em anexo), com escritório no endereço ....... (art. 
39, I, doCPC), com base no artigo 17 da Lei 9492/97, requerer:
SUSTAÇÃO DE PROTESTO COM PEDIDO LIMINAR
em face de Ximenes Móveis Funcionais S.A., sociedade anônima, represen-
tado na forma da lei (documentos societários e ata de assembléia, em anexo), 
qualifi cação e endereço na forma do art. 282 inciso I, do CPC. 282, I CPC, 
pelos fatos e fundamentos abaixo expostos:
DOS FATOS:
A requerente recebeu, no dia ...., notifi cação expedida pelo ....º Cartório de 
Protesto de Títulos de Recife, noticiando a existência de duplicata apontada 
para protesto, no valor correspondente a R$ 28.000,00, tendo como credor 
o Requerente (doc. , em anexo).
A ausência de pagamento do título implicará na realização do protesto, no 
dia de hoje, .... de .... de 2003.
O título de crédito apontado a protesto consiste em uma duplicata mercantil, 
que se originou de um ajuste entre o sócio ostensivo e administrador da so-
ciedade em conta de participação, Praiano Business Center Apart Hotel Ltda. 
que adquiriu, da Requerida, vasto mobiliário para guarnecer os apartamentos 
do empreendimento.
Naquela ocasião, combinou-se o preço que seria pago pelo Praiano no dia .... 
de .... de 2003, mediante a apresentação de nota de entrega das mercadorias 
(cópia da nota fi scal no valor integral, em anexo).
PRÁTICA JURÍDICA IV
FGV DIREITO RIO 11
Nesse contexto, a Requerida ilegalmente emitiu contra o Requerente, que 
não é parte da relação jurídica, uma duplicata, no valor de R$ 28.000,00 
(cópia da duplicata, em anexo) correspondentes ao mobiliário que ocupou 
três unidades que são de propriedade do Requerente (RGI, em anexo).
O Requerente se recusou a pagar o título, o qual foi apresentado a protesto. 
O Requerente não deseja ter o seu nome vinculado à pecha de mau pagador 
e tem como única alternativa ajuizar a presente medida judicial obstativa do 
registro do protesto, já que está sendo ameaçado pela Requerida.
DOS FUNDAMENTOS:
A) Ilegitimidade da cobrança ao Autor e a responsabilidade pela administra-
ção na Sociedade em Conta de Participação:
No caso sub judice, a construção do “Praiano Business Center Apart Hotel” 
– “Praiano”, em 2003, ocorreu na modalidade de sociedade em conta de par-
ticipação para a exploração de atividade hoteleira.
O arranjo societário tem a seguinte conformação: o “Praiano” é o sócio os-
tensivo e administradora da sociedade; e os proprietários das unidades au-
tônomas, como é o caso do Requerente, que é dono de três unidades do 
“Praiano”, são os sócios-participantes.
A sociedade em conta de participação é aquela formada por dois tipos 
de sócios:
a) sócio ostensivo; e
O sócio ostensivo desenvolve a atividade da sociedade, em seu nome e sob 
sua exclusiva responsabilidade, cabendo aos sócios ocultos a participação nos 
resultados correspondentes, como prevê o art. 991 do Código Civil.
b) sócio participante.
O sócio participante não participa da administração da sociedade em conta de 
participação, conferindo-lhe a lei, porém, o direito de fi scalização, com a ressalva 
de que não poderá tomar parte nas relações do sócio ostensivo com terceiros
Os sócios participantes não mantêm qualquer relação jurídica com os credo-
res, logo, respondem apenas regressivamente perante os sócios ocultos.
PRÁTICA JURÍDICA IV
FGV DIREITO RIO 12
Assim sendo:
Com essa conformidade social, garante-se privacidade aos investidores, pois 
seu contrato social não deverá ser averbado perante a Junta Comercial e a 
constituição de uma sociedade em conta de participação independe de maio-
res formalidades e pode provar-se por todos os meios em direito admitidos, 
como esclarece o art. 992 do Código Civil.
Por este motivo, o Requerente traz aa colação documentação na qual com-
prova que a administração da sociedade da qual fi gura na qualidade de sócio 
participante é realizada pelo “Praiano” (doc em anexo).
Conseqüentemente, nessa sociedade em conta de participação, o “Praiano” é o 
sócio ostensivo e é “quem se obriga para com terceiros pelo resultado das tran-
sações e das obrigações sociais, realizadas ou empreendidas em decorrência da 
sociedade, mas nunca, o sócio participante, que não é conhecido de terceiros 
nem como eles trata ou se obriga em nome da sociedade” (RT 797/212).
Destarte, a responsabilidade civil pelos negócios jurídicos realizados pela socie-
dade é exclusivamente do sócio ostensivo, por ser este o administrador da socie-
dade. Por este motivo a Requerida deve ajuizar a competente ação em face do 
“Praiano” que é sócio ostensivo e que responde ilimitadamente pelas obrigações 
assumidas em nome próprio para o desenvolvimento do empreendimento.
Desta forma, requer que os efeitos do título objeto da presente medida caute-
lar apresentado a protesto sejam suspensos de efi cácia por força da ilegitimi-
dade da cobrança realizada ao Requerente.
B) Da expedição de Duplicata Simulada pela Requerida:
Ainda tem-se outro vício na relação jurídica, pois, a duplicata é espécie de 
título de crédito, distinguindo-se das demais por pertencer à categoria dos 
títulos causais, o que signifi ca dizer que não devem ser emitidos sem que haja 
efetivamente a transação que lhe deu origem.
No caso específi co, pode ser a nota fi scal de venda e a prova da regular entrega 
do objeto da transação, o que geralmente consta da própria nota fi scal, que 
como se observa nada tem haver com a cobrança realizada contra o Reque-
rente, pois, o contrato da Requerida com a “Praiano” é de valor superior ao 
valor estabelecido na duplicata apresentada ao Requerente e tem objeto dis-
tinto daquele que está sendo exigido na duplicata apresentada para protesto 
e que é objeto da presente medida proposta.
PRÁTICA JURÍDICA IV
FGV DIREITO RIO 13
A emissão de tal documento usa, evidentemente, de má-fé para cobrar inde-
vidamente um empresário local que não contratou qualquer compra e venda 
de móveis com a Requerida.
Essa prática de emissão de duplicatas “frias” ou “simuladas” é fonte de dor 
de cabeça para o Requerente, que se vê ameaçado de ter o desgosto de ver o 
título em seu nome protestado indevidamente, com graves prejuízos para o 
seu fundo de comércio e sua vida empresarial.
E, com o advento da Lei nº 8.137/90, o artigo 172 do Código Penal passou 
a tipifi car como crime de duplicata simulada a seguinte conduta: “emitir 
fatura, duplicata ou nota de venda que não corresponda a mercadoria ven-
dida, em quantidade ou qualidade, ou a serviço prestado” e esta conduta foi 
praticada pela Requerida.
Assim sendo, requer que seja ofi ciado ao MP para que as medidas penais 
cabíveis sejam determinadas contra a Requerida por ter praticado um tipo 
penal e, com isso, justifi ca o requerimento para que os efeitos do título objeto 
da presente medida cautelar apresentado a protesto sejam suspensos de efi cá-
cia por força da ilegitimidade da cobrança realizada ao Requerente.
C) Protesto indevido do título objeto dessa Medida Cautelar e o deferimento 
da Sustação do Protesto:
Assim, a gravidade do protesto indevido e da sua atuação executiva e de suas 
conseqüências práticas reclama, por si só, a preeminência da cognição sobre a 
existência do direito do credor, o que, de ordinário, se faz através do processo 
de conhecimento. Somente com a observância dessa prioridade é que se pode 
evitar o risco de se chegar a agressão patrimonial executiva sem controle da 
efetiva existência da relação que se há de fazer atuar, como se esclarece nas 
jurisprudências abaixo transcritas:
CAUTELAR INOMINADA. SUSTAÇÃO DE PROTESTO DE TÍTULOS. 
LIMINAR. DEFERIMENTO. A postulação para que o credor seja impedido 
de levar a protesto títulos referentes à dívida ilegal autoriza o deferimento da cau-
telar de sustação de protesto, constitui ofensa ao exercício de direito do credor. 
Agravo de instrumento a que se dá seguimento, porque manifestamente proce-
dente (art. 557,caput, do CPC). (Agravo de Instrumento Nº 70024584559, 
Décima Primeira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Voltaire de 
Lima Moraes, Julgado em 03/06/2008).
PRÁTICA JURÍDICA IV
FGV DIREITO RIO 14
AGRAVO DE INSTRUMENTO – Processual civil ação cautelar de sustação 
de protesto provado, documentalmente, que alguns títulos levados a aponte não 
tem lastro em documentos hábeis, a saber, notas fi scais e os correspondentes 
comprovantes de entrega de mercadorias ilegítimos impõe-se a manutenção par-
cial da liminar concedida, autorizando o protesto das demais cártulas. Agravo 
provido em parte. (TJRS – AGI 70003570967 – 5ª C.Cív. – Relª Desª Ana 
Maria Nedel Scalzilli – J. 21.02.2002)
O título executivo, portanto, é fi gura complexa, que engloba em seu conteú-
do elementos formais e substanciais, e cuja efi cácia precípua é a de constituir 
para o credor o direito subjetivo à execução forçada (direito de ação). Mas, 
para que o título tenha essa força não basta a sua denominação legal. É indis-
pensável que, por seu conteúdo, se revele um título certo, líquido e exigível, 
como dispõe textualmente o artigo 586 do nosso Código de Processo Civil. 
Só assim terá o Cartório Alfa elementos prévios que lhe assegurem a abertura 
da atividade executiva, em situação de completa defi nição da existência e dos 
limites objetivos e subjetivos do direito a realizar.
No caso sob análise, a duplicata objeto da apresentação de protesto não é 
nem causal, logo como pode ser um título certo, líquido e exigível, como 
dispõe textualmente o artigo 586 do nosso Código de Processo Civil e dever 
ser determinada a sustação do protesto por ser este indevido na forma da lei 
de duplicatas (art. 1º e § 1º da Lei nº 5474/68)
DO PEDIDO LIMINAR
No dizer de Pedro Vieira Mota, in Sustação de Protesto Cambial, Ed. Saraiva, 
1984, p. 125:
”A sustação como medida cautelar impõe em geral nas ações onde se discuta a 
validade ou a efi cácia obrigacional do título protestado ... Em suma, a sustação 
do protesto há de conceder-se como medida cautelar (preparatória ou inciden-
tal) sempre que, sem essa cautela afi gure-se provável a inexequibilidade ou a 
inefi cácia prática da sentença de mérito da ação principal.”
Verifi ca-se, ainda, a presença de “fumus boni juris”, que na lição de Calaman-
drei, está caracterizado:
”O fi m do processo cautelar é a antecipação dos efeitos da providência defi nitiva; 
antecipação que se faz para prevenir o dano que pode advir da demora natural 
da solução do litígio.”
PRÁTICA JURÍDICA IV
FGV DIREITO RIO 15
De outro lado, o “fumus boni juris” fi ca evidenciado, no entendimento 
de Ronaldo Cunha Campos, in Estudos de Direito Processual, Ed. 74, p. 
128/133:
”... corresponder, não propriamente à probabilidade de existência do direito na-
tural, pois qualquer exame a respeito só é a própria ação principal, mas a efetiva 
verifi cação de que, realmente, a parte dispõe do direito de ação, direito ao pro-
cesso principal ser tutelado.”
Ainda, o “periculum in mora”, evidencia-se através do fato de que se o pro-
testo for concretizado, acarretará dano de difícil e incerta reparação, vez que 
o Autor necessita, constantemente, de certidões negativas de protestos para 
efetuar contratos com seus fornecedores, nas compras a prazo, bem como 
para participar de concorrências públicas, o que tem feito com freqüência.
Sendo assim, ao Requerente restou apenas ingressar com esse pedido liminar, 
pois, está na iminência de ser gravemente lesado e não obter reparação a tempo 
pela atitude abusiva do Requerido em ameaçar realizar o protesto indevido.
Para comprovar que tem o direito ao presente pedido liminar, na forma do art. 
804 do CPC, caracteriza o fumus boni iuris no fato do documento creditício 
não ter sido assinado pelas partes, pois, trata-se de duplicata simulada e o prei-
culum in mora no fato do Requerente poder ser prejudicado nos seus negócios 
empresariais, particularmente, porque é empresário na região onde esta fraude 
está acontecendo e sua imagem de mercado pode fi car abalada para sempre.
Isto posto, provados os requisitos para o deferimento da liminar visando sustar 
ou obstar o referido protesto que está sendo apresentado no Cartório, requer-se 
que seja concedida, “inaudita altera pars”, LIMINARMENTE a sustação do 
protesto e, se for exigido, a concessão do prazo de 05 (cinco) dias para a pres-
tação de caução, expedindo-se, para tanto, ofício ao .... Cartório de Protesto de 
Títulos desta cidade de ...., sustando-se, assim, o protesto dos títulos descritos, 
informando-se ao Sr. Ofi cial a concessão de liminar, inclusive através do telefo-
ne ...., para que não leve a contento o protesto do título noticiado.
DA AÇÃO PRINCIPAL A SER PROPOSTA:
Por fi m, para atender ao contido no artigo 806 do Código de Processo Civil, 
informa o Autor que proporá, no prazo legal, ação visando a declarar a inexis-
tência de vínculo jurídico e de ressarcimento de danos patrimoniais e morais.
PRÁTICA JURÍDICA IV
FGV DIREITO RIO 16
DO PEDIDO
Desta forma, requer à V. Exa. o que se segue:
a) o deferimento do pedido liminar por estarem presentes o fumus boni iuris 
e o periculum in mora nos termos do art. 804;
b) a citação do réu para vir querendo defender-se da presente, no prazo de 3 
dias, sob as penas da lei;
c) indicar que em cumprimento com o art. 806 do CPC, proporá oportuna-
mente dentre os 30 dias após o deferimento da liminar, a Ação Anulatória de 
Título de Duplicata e Indenizatória;
d) o pagamento dos ônus sucumbênciais; e
e) a expedição de ofício ao Cartório visando sustar ou obstar o protesto da 
nota promissória, objeto da cobrança indevida.
Protesta por todos os tipos de provas admitidas em direito, em especial 
a documental.
Dá-se à causa o valor de R$ 28.000,00.
Termos em que
Pede e espera deferimento.
Local e data.
Nome e OAB do advogado
PRÁTICA JURÍDICA IV
FGV DIREITO RIO 17
3. AÇÃO DE RESPONSABILIDADE CIVIL DE ADMINISTRADOR OU 
CONSELHEIRO FISCAL
LEI • Lei 6404/76
ARTIGO • Art. 159 ou 165 LSA
VARA • EMPRESARIAL
AUTOR
 • Sociedade, representada na forma do documento socie-
tário
RÉU
 • Administradores: diretores, membros do Conselho de 
Administração ou do Conselho Fiscal
PRELIMINAR • Legitimidade do Autor
DISTR. POR 
DEPEND.
 • NÃO HÁ.
FUNDAMENTAÇÃO
 • Art. 153 ao 157
 • Art 165, se houver membro do Conselho fi s-
cal envolvido.
 • Importante : possibilidade de propositura da ação por 
acionistas, mesmo se não houver a deliberação favorá-
vel em assembléia geral – art. 159, § 4º .
 • Se cabível, aplicar Súmula 227 do STF – dano moral 
pessoa jurídica. 
DO PEDIDO 
 • a citação do(s) réu(s) para querendo defender-se na 
presente sob às penas da lei;
 • o julgamento procedente do pedido visando a indeni-
zação, em valores não inferiores a _______, pelo dano 
material e _______ pelo dano moral (se houver);
 • a condenação do réu aos ônus da sucumbência.
VALOR DA CAUSA • valor do prejuízo
QUESTÃO 1: (março de 2002)
Na Companhia de Navegação Fluvial da Amazônia, empresa privada, o 
Diretor Financeiro Josemar Almeida, em colusão com o Diretor-Presidente 
Pedro Paulo Lopes Mancuso, adquiriu, agindo como representante legal da 
empresa e sob a justifi cativa de que esta necessitava ampliar suas instalações, 
construindo estaleiros de reparo, cinco terrenos em região pantanosa com-
ponente de área de preservação ambiental. A aquisição foi feita pelo preço 
certo e irreajustável de R$ 1.200.000,00, pago à vista. Um grupo de sócios 
da empresa, após desenvolver sindicâncias privadas, verifi cou que os terre-
nos pertenciam à mãe de Josemar, e que haviam sido adquiridos por preço 
equivalente ao décuplo da avaliação feita por empresa especializada, avaliação 
essa que datava de antes da publicação do Decreto que havia transforma-PRÁTICA JURÍDICA IV
FGV DIREITO RIO 18
do a área em zona de preservação ambiental. Notifi cados por esse grupo de 
sócios para prestar contas de seus atos, já que o orçamento de capital não 
contemplava investimento congênere no exercício social em curso, ambos os 
administradores ignoraram o questionamento. Nem sequer se justifi caram, 
porque entendiam que apenas necessitavam prestar contas à assembléia geral 
que os havia eleito. O grupo de sócios, à vista da omissão dos administra-
dores em responder, houve por bem questioná-los sobre esse mesmo tema, 
durante a assembléia geral extraordinária convocada para o mês seguinte, e 
de cuja ordem do dia constava a destituição dos administradores e a possi-
bilidade de propositura da ação ressarcitória competente e a apreciação da 
renúncia do Diretor de Controle, Edmar Florestan de Albuquerque. Duran-
te a assembléia, esse mesmo grupo de sócios, que detém no Capital Social 
um percentual equivalente a 9%, expondo aos demais sócios a conduta dos 
dois administradores e insatisfeito com as frágeis explicações dadas, propôs a 
respectiva destituição, que contou com a concordância da maioria dos pre-
sentes, tendo então sido eleitos três novos administradores para a empresa, e 
autorizadas as medidas judiciais necessárias ao ressarcimento à empresa, dos 
valores indevidamente utilizados pelos Diretores destituídos. Você foi procu-
rado em seu escritório de advocacia pelo novo Diretor Presidente, no dia 10 
de julho de 2002, exatamente dois meses após a deliberação assemblear, e foi 
contratado para adotar as medidas cabíveis. Elabore a petição inicial da ação, 
embasando-a na legislação societária em vigor e datando-a; não se esqueça 
dos demais aspectos técnicos atinentes ao contencioso judicial.
Advogado: Orides Júnior–OAB/RJ Nº. 0001
Resposta e comentários:
Nota: Para ter certeza da peça a redigir, o candidato pode fazer as seguintes 
perguntas, antes de iniciar a resposta da prova:
a) Quem é o cliente (autor)?
b) Quem é o réu(s)?
c) O que aconteceu no problema?
d) O que o cliente/autor quer do réu(s)?
e) Quais os dispositivos legais que fundamenta(m) o(s) direito(s) 
do cliente?
PRÁTICA JURÍDICA IV
FGV DIREITO RIO 19
Modelo de peça aceita com nota máxima no gabarito do Exame de Ordem:
Exmo. Sr. Dr. Juiz de Direito da ___ª Vara Empresarial da Comarca ________:
(espaço aproximado de 10 linhas)
A Companhia de Navegação Fluvial da Amazônia, empresa privada (quali-
fi cada nos termos do art. 282 do CPC) representada, na forma do estatuto 
social e da ata de assembléia, pelo novo diretor presidente (qualifi cado nos 
termos do art. 282 do CPC), vem à presença de V. Exa., por seu advogado 
infra-assinado com endereço na Rua ___ para cumprir o art. 39, inciso I do 
CPC, vem à presença de V. Exa. propor
AÇÃO DE RESPONSABILIDADE CIVIL DOS ADMINISTRADORES
com base nos artigos 153 e 159 da LSA, em face de Josemar Almeida, ex-
diretor fi nanceiro da Autora e Pedro Paulo Lopes Mancuso ex-diretor presi-
dente da Autora, (ambos qualifi cados nos termos do art. 282 de CPC), pelos 
fatos e fundamentos abaixo expostos:
DOS FATOS:
Os Réus adquiriram cinco terrenos em região pantanosa componente de área 
de preservação ambiental, agindo como representantes legais da primeira Au-
tora e sob a justifi cativa de que esta necessitava ampliar suas instalações cons-
truindo estaleiros de reparo.
A Autora, após desenvolver sindicâncias privadas, verifi cou que os terrenos 
pertenciam à mãe do primeiro Réu, e que haviam sido adquiridos pelo preço 
certo e irreajustável de R$ 1.200.000,00, pago à vista, que equivale ao décu-
plo da avaliação feita por empresa especializada (avaliação essa que datava de 
antes da publicação do Decreto que havia transformado a área em zona de 
preservação ambiental).
Os Réus foram notifi cados por um grupo de sócios para prestar contas de 
seus atos, já que o orçamento de capital não contemplava investimento con-
gênere no exercício social em curso; os réus sequer se justifi caram, porque 
PRÁTICA JURÍDICA IV
FGV DIREITO RIO 20
entendiam que apenas necessitavam prestar contas à assembléia geral que os 
havia eleito.
À vista da omissão dos réus em responder, houve por bem questioná-los sobre 
esse mesmo tema, durante a assembléia geral extraordinária convocada para o 
mês seguinte, na forma da lei.
Durante a assembléia, um grupo de acionistas expondo aos demais sócios a 
conduta dos Réus, e insatisfeito com as frágeis explicações dadas, propôs a 
respectiva destituição, que contou com a concordância da maioria dos pre-
sentes, tendo então sido eleitos três novos administradores para a empresa, e 
autorizadas as medidas judiciais necessárias ao ressarcimento à empresa, dos 
valores indevidamente utilizados pelos Réus, ex-diretores destituídos.
DOS FUNDAMENTOS:
Preliminarmente,
Faz-se mister ressaltar que a Autora tem legitimidade ad causam facultativa 
ativa para propor a presente ação, na forma da lei.
Nada é mais justo e legal do que a Autora, mediante prévia deliberação da 
assembléia-geral, possa propor a ação de responsabilidade civil contra os ad-
ministradores, ora Réus, pelos prejuízos causados ao patrimônio da primei-
ra Autora.
No mérito,
Estabelece a LSA, no art. 153, que o administrador da companhia deve em-
pregar, no exercício de suas funções, o cuidado e diligência que todo homem 
ativo e probo costuma empregar na administração dos seus próprios negócios.
De modo contrário agiram os Réus, sendo que os administradores devem 
servir com lealdade à companhia. A ética e a legislação estabelecem que o 
administrador deve exercer as atribuições que a lei e o estatuto lhe confe-
rem para lograr os fi ns, no interesse da companhia, satisfeitas as exigências 
do bem público e da função social da empresa, o que não foi atendido 
pelos Réus.
Aos administradores, ora Réus, sempre foi vedado, sem prévia autorização da 
assembléia-geral ou do conselho de administração, usar, em proveito próprio, 
ou de terceiros, os seus créditos da sociedade, ora Autora.
PRÁTICA JURÍDICA IV
FGV DIREITO RIO 21
Ademais, nos termos da LSA, no art. 156 é vedado aos administradores inter-
virem em qualquer operação social em que tiverem interesse confl itante com 
o da companhia, bem como na deliberação que a respeito tomarem os demais 
administradores, cumprindo-lhe cientifi cá-los do seu impedimento e fazer 
consignar, em ata de reunião do conselho de administração ou da diretoria, a 
natureza e extensão do seu interesse.
Os administradores, ora Réus, são solidariamente responsáveis pelos prejuí-
zos causados em virtude do não cumprimento dos deveres impostos por lei 
para assegurar o funcionamento normal da companhia, ainda que, pelo esta-
tuto, tais deveres não caibam a todos eles. Por isso, responde solidariamente 
com o administrador quem, com o fi m de obter vantagem para si ou para 
outrem, concorrer para a prática de ato com violação da lei ou do estatuto.
DO PEDIDO
Do exposto, requer a V. Exa o que se segue:
a) a citação dos Réus para virem, querendo, defenderem-se no prazo de 15 
dias, sob as penas de revelia;
b) o julgamento procedente do pedido com a fi nalidade de obter o ressarci-
mento à empresa, dos valores indevidamente utilizados pelos ora Réus por 
força de fraude ou conluio, e
c) o pagamento dos honorários advocatícios e o reembolso das custas e 
taxa judiciária.
Protesta por todas as provas admitidas em direito, em especial a documental, 
a testemunhal e a pericial.
Dá-se a causa o valor de R$ . (valor do prejuízo).
Local e data.
Termos em que
Pede e espera deferimento.
Advogado: Orides Júnior
OAB/RJ Nº. 0001
PRÁTICA JURÍDICA IV
FGV DIREITO RIO 22
4. AÇÃO DE RESPONSABILIDADE CIVIL DE ACIONISTA CONTROLADOR
LEI • Lei 6404/76
ARTIGO • Art. 117 LSA
VARA • EMPRESARIAL
AUTOR
 • Acionista minoritário,que responde, no mínimo, por 5% 
do capital votante.
RÉU • Acionista controlador.
PRELIMINAR • Legitimidade do Autor
DISTR. POR 
DEPEND.
 • NÃO HÁ.
FUNDAMENTAÇÃO
 • Art. 117, § 1º–uma das alíneas deve enquadrar o abuso 
de poder.
DO PEDIDO 
 • a citação do réu para querendo defender-se na presente 
sob às penas da lei;
 • o julgamento procedente do pedido visando a indeni-
zação, em valores não inferiores a _______, pelo dano 
material e _______ pelo dano moral;
 • a condenação do réu aos ônus da sucumbência.
VALOR DA CAUSA • valor do prejuízo
PRÁTICA JURÍDICA IV
FGV DIREITO RIO 23
5. AÇÃO DE DISSOLUÇÃO PARCIAL DE SOCIEDADE FUNDADA 
EM RETIRADA DE SÓCIO
LEI • Código Civil
ARTIGO • Art. 1030 e 1031 ou 1004 e 1058 CC
VARA • EMPRESARIAL
AUTOR • Sócios que vão progredir com a sociedade
RÉU • Sócio que se pretende excluir.
PRELIMINAR • NÃO HÁ
DISTR. POR 
DEPEND.
 • NÃO HÁ
FUNDAMENTAÇÃO
 • Art 1031 CC e Súm. 265, do STF
 • Fazer prova que houve infração e pagamento de com-
pensação ; tem que levar o contrato social e provar que 
há sociedade regularmente inscrita.
DO PEDIDO 
 • a citação do réu para vir querendo defender-se na pre-
sente sob as penas da lei;
 • o julgamento procedente do pedido visando a exclusão 
do sócio FULANO DE TAL;
 • a condenação do réu aos ônus da sucumbência.
VALOR DA CAUSA • HÁ
OBS.: Esta ação não é cabível quando as partes forem participantes em 
sociedades por ações. O instrumento processual é adequado quando tratar de 
sociedades contratuais, estabelecidas no Código Civil.
PEÇA PROFISSIONAL – CESPE 2007.2
João e José, amigos de longa data, constituíram a sociedade Souza & Silva 
Comércio e Indústria de Móveis. O primeiro sócio aludido detém 49% das 
quotas da sociedade e ambos a administravam. As afi nidades eram muitas, 
mas, com o passar dos anos, as diferenças vieram à tona. As difi culdades do 
mercado acabaram contaminando a relação entre os sócios, que freqüente-
mente passaram a brigar. No ápice de uma discussão, chegou a haver agressão 
física: João desferiu dois socos na face de José. A manutenção da sociedade 
tornou-se insustentável. Tentou-se chegar a um consenso acerca de eventual 
compra das quotas de José por João, o que não foi possível. Tentou-se também 
a alienação das quotas de José a um terceiro, o que não contou com a anu-
ência de João. José, por fi m, não querendo permanecer no empreendimento, 
procurou um advogado para promover ação de dissolução da sociedade.
PRÁTICA JURÍDICA IV
FGV DIREITO RIO 24
Considerando a situação hipotética acima, elabore, de forma fundamenta-
da, a petição inicial que benefi cie José.
Resposta e comentários:
Nota: Para ter certeza da peça a redigir, o candidato pode fazer as seguintes 
perguntas, antes de iniciar a resposta da prova:
a) Quem é o cliente (autor)?
b) Quem é o réu(s)?
c) O que aconteceu no problema?
d) O que o cliente/autor quer do réu(s)?
e) Quais os dispositivos legais que fundamenta(m) o(s) direito(s) 
do cliente?
PRÁTICA JURÍDICA IV
FGV DIREITO RIO 25
Modelo de peça aceita com nota máxima no gabarito do Exame de Ordem:
Exmo. Sr. Dr. Juiz de Direito da Vara Empresarial da Comarca da.............
(espaço de 10 linhas)
JOSÉ … , na qualidade de sócio majoritário da sociedade Souza & Silva 
Comércio e Indústria de Móveis, (qualifi cação), portador da Cédula de Iden-
tidade/RG nº. .... e CPF nº …. , com residência e domicílio na Rua .... nº ...., 
na Cidade de ...., vem, perante V. Exa., com o devido respeito, por seu advo-
gado adiante assinado e cumprindo o art. 39, I, do CPC, “ut” instrumento 
procuratório, em anexo, assina, com a fi nalidade de propor
AÇÃO DE DISSOLUÇÃO PARCIAL DE SOCIEDADE COM PEDIDO DE TUTELA 
ANTECIPADA
contra JOÃO … , na qualidade de sócio da sociedade Souza & Silva 
Comércio e Indústria de Móveis, (qualificação), portador da Cédula de 
Identidade/RG nº .... e CPF nº …. , com residência e domicílio na Rua 
.... nº ...., e a sociedade Souza & Silva Comércio e Indústria de Móveis 
(qualificação e endereço na forma do art. 282, inciso I do CPC), com 
base no art. 1029 c/c 1031, ambos do CC, apresentando as seguintes 
razões de fato e de direito:
DOS FATOS
As partes do processo eram amigos de longa data, constituíram a sociedade 
Souza & Silva Comércio e Indústria de Móveis há muitos anos atrás.
As afi nidades eram muitas, mas, com o passar dos anos, as diferenças vieram à 
tona. Entretanto, as difi culdades do mercado acabaram contaminando a relação 
entre os sócios, que freqüentemente passaram a brigar. No ápice de uma discus-
são, chegou a haver agressão física: João desferiu dois socos na face de José.
Tentou-se chegar a um consenso acerca de eventual compra das quotas de 
José por João, o que não foi possível. Tentou-se também a alienação das quo-
tas de José a um terceiro, o que não contou com a anuência de João, con-
PRÁTICA JURÍDICA IV
FGV DIREITO RIO 26
seqüentemente, só resta ao Autor propor a presente ação para se retirar da 
sociedade e apurar os seus haveres.
DOS FUNDAMENTOS
A manutenção da sociedade tornou-se insustentável, pois, o aff ectio socie-
tatis, elemento específi co do contrato de sociedade comercial, caracteriza-se 
como uma vontade de união e aceitação das áleas comuns do negócio.
Quando este elemento não mais existe em relação a algum dos sócios, cau-
sando a impossibilidade da consecução do fi m social, sendo plenamente pos-
sível a sua retirada.
Toda sociedade empresária tem por objetivo imediato, do ponto de vista das 
pessoas que a compõem, aos sócios-cotistas interessa, o lucro. Contudo, há 
interesses outros, de cunho social, de ordem pública e econômica, que devem 
ser considerarados, como, por exemplo, os empregos gerados, a produção ou 
transformação econômica de bens úteis, a geração de divisas, etc, etc.. Sobre-
levam, portanto, pelo alcance do bem comum, estes interesses, àqueles dos 
sócios, individualmente, considerados.
Por tais razões, a doutrina e a jurisprudência se fi rmaram pela primazia da 
preservação da empresa. E, a partir deste entendimento, se construiu, preto-
riamente, a chamada “ação de dissolução parcial da sociedade”, com o que se 
permite a retirada do sócio dissidente, apurando-se seus haveres e preservan-
do a sociedade com os outros sócios, o que se pretende com a propositura da 
presente ação.
Exatamente. Cuida-se, na hipótese, de uma possibilidade de dissolução par-
cial de sociedade, composta apenas de dois sócios, em face do desaparecimen-
to da aff ectio societatis entre ambos.
O que, na verdade, retrata a questão é a velha discussão de que, sendo a socie-
dade composta apenas de dois sócios, com a saída de um deles, teria ela de ser 
dissolvida e liquidada ou se ela pode continuar a existir com a pessoa do sócio 
remanescente, apurando-se apenas os haveres do sócio retirante.
A questão foi, primitivamente, muito debatida, chegando a predominar o en-
tendimento de que teria, a empresa, de ser dissolvida e liquidada, na medida 
em que não se concebia, à luz do Direito Comercial, sociedade apenas com 
uma pessoa, o que seria um contradictio in terminis.
PRÁTICA JURÍDICA IV
FGV DIREITO RIO 27
Mas, na verdade, o Direito Empresarial evoluiu, para receber a aragem dos 
novos ventos que as novas realidades sociais, comerciais e econômicas sopra-
vam e foi, assim, evoluindo para o fi rme entendimento de que deve predo-
minar, tanto quanto possível, a sociedade comercial, facultando-se, num caso 
de sociedade de apenas dois sócios, que, com a saída de um deles, perdure a 
sociedade, apurando-se apenas os haveres do sócio dissidente, na forma do at. 
1033, inciso IV do CC.
Dentro, pois, desta nova aragem do Direito Empresarial, é plenamente sus-
tentável a tese de que, com a saída de um sócio, a sociedade continua com o 
remanescente,devendo-se apenas apurar os haveres do sócio retirante, con-
forme a tendência de nossos tribunais:
SOCIEDADE LIMITADA–DISSOLUÇÃO PARCIAL–ADMISSIBILIDA-
DE. Ainda quando composta de apenas dois sócios, admissível é a dissolução 
parcial da sociedade por cotas de responsabilidade limitada, aplicando-se sub-
sidiariamente o art. 206, inc. I, d, da Lei das Sociedades Anônimas, e em aten-
dimento ao princípio da preservação da sociedade e da utilidade social desta, 
apurando-se os haveres do sócio retirante, devendo, entretanto, ser recomposta 
a sociedade no prazo de 1 ano, sob pena de dissolução de pleno direito (TA-
MG–Ac. da 5ª Câm. Cív. publ. no DJ de 16-6-92–Ap. 103.219-3-BH–Rel. Juiz 
Marino Costa–José Roberto Castilho vs. Neyda Maria Campos Amaral)
SOCIEDADE COMERCIAL–DISSOLUÇÃO PARCIAL–PROCESSA-
MENTO- Tratando-se de dissolução parcial de sociedade, deve-se agir como se 
de dissolução total se tratasse, embora apenas em relação ao sócio que sai, por-
que, para esse, o vínculo social se extingue, continuando, assim, normalmente a 
sociedade. A dissolução, portanto, não implica a perda do objeto da sociedade e 
não enseja a sua dissolução total, pois compete aos sócios remanescentes tocar o 
negócio (TJ-SP–Ac. unân. da 16ª Câm. Cív. julg. em 3-5-94–Ap. 226.149-2/5-
São José dos Campos–Rel. Des. Pires de Araújo)
SOCIEDADE COMERCIAL–FIM DA “AFFECTIO SOCIETATIS”–DISSO-
LUÇÃO PARCIAL A aff ectio societatis, elemento específi co do contrato de so-
ciedade comercial, caracteriza-se como uma vontade de união e aceitação das áleas 
comuns do negócio. Quando este elemento não mais existe em relação a algum dos 
sócios, causando a impossibilidade da consecução do fi m social, plenamente possível 
a dissolução parcial, com fundamento no art. 336, I, do Código Comercial, permi-
tindo a continuação da sociedade com relação aos sócios remanescentes (STJ–Ac. 
unân. da 3ª T. publ. no DJ de 15-4-96, pág. 11.531–Agr. Reg. no Agr. 90.995-
RS–Rel. Min. Cláudio Santos–Advs.: Cláudio Leite Pimentel e Luiz Carlos E. Piva )
PRÁTICA JURÍDICA IV
FGV DIREITO RIO 28
SOCIEDADE COMERCIAL–Dissolução parcial. Empresa constituída por 
apenas dois sócios. Rompimento da aff ectio societatis. Possibilidade de o réu, 
quotista majoritário e remanescente, admitir novo sócio ou tocar o negócio in-
dividualmente. Dissolução com apuração de haveres do autor determinada. Re-
curso provido para esse fi m. (TJSP–AC 172.398-2–14 ª C.–Rel. Des. Franciulli 
Netto–J. 20.08.91) (RJTJESP 132/224)
SOCIEDADE COMERCIAL – Dissolução parcial. Discórdia grave entre os sócios. 
Rompimento da aff ectio societatis. Cabimento da dissolução pela impossibilidade de 
execução dos fi ns sociais. Arts. 336, I, do CCo., e 1.399, III, do CC. Apuração de 
haveres dos excluídos de forma mais ampla possível, em face dos fatos trazidos para os 
autos. Aplicabilidade, ademais,do art. 5º, XX, da CF. Ação procedente. ( TJSP – AC. 
160.235–2 – 19ª C – Rel. Des. Mohamed Amaro – J. 18.03.91). (RJ 180/103)
Sob o tema, comenta Rubens Requião:
”A dissolução parcial passou a ser, em último caso, a regra indicada para solu-
ção dos problemas cruciais da sociedade nos seus momentos críticos. Em nossa 
tese de concurso para a cátedra de direito comercial, numa de suas conclusões, 
expunha-mos a nossa convicção de que “consideramos obsoleto o instituto da 
dissolução da sociedade comercial na extensão adotada pelo Código. O prin-
cípio preservativo da sociedade ou da empresa impõe a necessidade de novas 
fórmulas, que o direito comercial encontrou na exclusão do sócio.
Para encaminhar nossos estudos, vamos partir, pois, de outra classifi cação mais 
moderna e lógica. Propomos então a classifi cação, em duas espécies, da disso-
lução social: a) dissolução total e b) dissolução parcial. É bem verdade que essa 
expressão dissolução parcial é contestada por alguns autores, e entre nós pelo 
professor Hernani Estrela, que não se conforma com essa linguagem. Mas a 
imposição de seu uso tornou-a correntia, não só nas decisões judiciais como nos 
livros de doutrina de autores de grande tomo, motivo por que não vemos incon-
veniente em usá-la desembaraçadamente.”
No entanto, importantíssimo ressaltar que há de se resguardar a integralidade 
do patrimônio do sócio retirante, consubstanciado no seu capital e lucros in-
serido na sociedade. Isto signifi ca estabelecer que somente a forma pactuada 
no contrato social – para os casos de retirada–não satisfaz, com efi cácia, a 
apuração dos haveres do sócio excluído da referida sociedade, nos termos do 
art. 1031, do CC.
Deve-se observar in casu, o enunciado da Súmula 265 do Eg. STF:
PRÁTICA JURÍDICA IV
FGV DIREITO RIO 29
”Na apuração de haveres, não prevalece o balanço não aprovado pelo sócio fale-
cido, excluído ou que se retirou.”
É conveniente, assim, assegurar ao sócio, que se retira da sociedade receba 
o valor de sua cota com base em apuração de haveres que encontre valores 
reais e tudo o mais o que constituir o fundo de comércio e não apenas valores 
históricos ou contábeis.
Como referido pelo Desembargador Fernandes Filho, em caso análogo:
”Em outras palavras: a apuração dos haveres se fará com base em valores reais, 
e não apenas em valores contábeis ou históricos, sob pena de enriquecimento 
ilícito dos réus, ao indireto confi sco da propriedade dos autores, pois a tanto 
equivaleria sua exclusão da sociedade sem o efetivo e integral recebimento do va-
lor do patrimônio que nela tem.” (In Jurisprudência Mineira, vol. 82, pág. 40).
Vem, também, muito a propósito o seguinte acórdão:
SOCIEDADE–DISSOLUÇÃO PARCIAL–SÓCIO RETIRANTE–APURA-
ÇÃO DOS HAVERES. Na apuração dos haveres para determinação daqueles 
do sócio que se retira devem ser considerados os seus valores reais e não aqueles 
do último balanço (TJ-RJ–Ac. unân. da 2ª Câm. Cív. reg. em 26-8-93–Ap. 
1.485–Rel. Des. Murillo Fábregas).
DA CONCLUSÃO E DO PEDIDO
Primeiramente, com fulcro no artigo 273 do CPC, § 7º, – que instituiu a fungibi-
lidade das tutelas de urgência, postula a parte autora ao insigne Juízo se digne con-
ceder a antecipação dos efeitos da tutela pretendida com escopo de ensejar requer 
que seja ofi ciado a Junta Comercial onde a sociedade mantém o arquivamento dos 
documentos societários, documento deste juízo para que seja determinada a regu-
larização, DE PLANO, da retirada do Autor da sociedade, pois desde a proposi-
tura da presente não tem interesse em integrar o quadro social da sociedade Souza 
& Silva Comércio e Indústria de Móveis, para que não seja lesado pelo outro sócio 
que se encontra na administração isolada da sociedade e poderá realizar negócios 
que prejudiquem o Autor nos termos do art. 1032 , do CC.
Por conta de todo o exposto, postula a parte autora ao descortino Juízo se 
digne ordenar a citação do Réu para comparecer à audiência de conciliação 
a ser designada, se lhe aprouver, mas sob pena de revelia, quando pode con-
testar a presente ação de dissolução de sociedade por retirada de sócio, cujo 
pedido deve ser julgado procedente com escopo de declarar a dissolução 
PRÁTICA JURÍDICA IV
FGV DIREITO RIO 30
parcial da sociedade com a retirada do sócio, Autor da presente e condenar 
a 2ª Ré a pagar à parte autora, a título de apuração de haveres.
Ainda, para garantir o pagamento dos valores devidos ao Autor, que seja deter-
minada a penhora na renda da sociedade dos valores sob a epígrafe apuração 
de haveres aos quais tem direito ao Autor, nos termos do art. 1031, do CC c/c 
Súmula 265, do STF, a partir da sentença de 1º grau, sob pena de multa diária 
de R$ 500,00 (quinhentos reais), se houver o descumprimento do deferimento 
da antecipação da tutela, para que os valores fi quem disponibilizados em Juízo.
Lastreada no princípio da causalidade e sucumbência, requer a autora, ou-
trossim, a condenação do ré ao pagamento dos ônus sucumbenciais, em que 
a verba honoráriadeve ser fi xada em sua dosimetria máxima.
De todos os modos, propugna os fatos articulados por meio de todas as 
modalidades de prova em direito permitidas, em especial a documen-
tal superveniente.
Termos em que, atribuindo-se à causa o valor provisório de R$ 10.000,00 
(dez mil reais), sujeito à alteração ao fi nal, nos termos do artigo 258 do CPC,
Pede deferimento.
Local e data.
Nome e OAB do Advogado
PRÁTICA JURÍDICA IV
FGV DIREITO RIO 31
6. REQUERIMENTOS DE FALÊNCIAS
LEGISLAÇÃO • Lei nº 11.101/05
ARTIGOS
 • art. 105 a 107 (se for autofalência); art. 94, inciso I § 1º 
a 3º (falência motivada por impontualidade); art. 94, 
inciso I, § 4º (falência motivada por execução frustrada) 
ou art. 94, inciso III, § 5º (falência motivada por insolvên-
cia presumida)
VARA • Empresarial do local onde se empreendimento é gerido
AUTOR
 • Devedor (se for caso de autofalência) e os sujeitos de 
direito do art. 97, II a IV (nos demais casos)
RÉU
 • Não há réu na autofalência.
 • Devedor (falido)
PRELIMINARES • Não há
PEDIDO LIMINAR • Não há
FUNDAMENTAÇÃO
 • Destacar os motivos pelo qual escolheu esta ação, utili-
zando os artigos da Lei nº11.101/05.
 • Explicar como se apresentam em documentos anexos as 
provas escritas conforme o que a lei estabelece.
 • Escolher jurisprudências pertinentes ao caso concreto 
e justifi car o pedido (Súmulas do STJ e jurisprudências, 
se houver)
PEDIDO
 • a intimação do réu para realizar o pagamento, no 
endereço supra mencionado, expedindo-se o compe-
tente mandado, para no prazo assinalado na lei, efetuar 
o pagamento no valor de R$, acrescido de correção 
monetária e juros até a data do efetivo pagamento ou 
oferecer defesa;
 • o julgamento procedente do pedido visando a decreta-
ção da falência ;
 • a condenação do réu aos ônus da sucumbência.
 • a oitiva do MP
VALOR DA CAUSA
 • colocar apenas a existência de indicação de valor do 
título protestado conforme o que for estabelecido no 
problema ou se for autofalência estabelecer o valor da 
massa de ativos
1. (Exame de Ordem MG – 2007) João Pedro e Antônio Manoel cons-
tituíram sociedade limitada (JPAM Telefonia Ltda.), que tem por objeto a 
compra e venda para revenda de aparelhos de telefonia celular. O negócio 
prosperou até 2005, quando, em razão de mudança na política da operadora 
a que estava vinculada, a sociedade passou a enfrentar difi culdades fi nancei-
ras. Apesar dos planos e tentativas de estabilizar suas relações de crédito, não 
PRÁTICA JURÍDICA IV
FGV DIREITO RIO 32
houve sucesso, o que levou João e Antônio à constatação de que o empre-
endimento não é viável e à sua decisão de encerrar a atividade econômica. A 
JPAM Telefonia Ltda. possui as instalações de sua loja, cento e dez aparelhos 
em estoque, cheques pré-datados de clientes, o direito à devolução de tribu-
tos indevidamente recolhidos (ainda em fase de reconhecimento em processo 
de conhecimento) e o registro de marca no INPI. De outro lado, a sociedade 
deve as verbas rescisórias dos empregados demitidos na semana passada, di-
versos tributos declarados e não recolhidos, o saldo devedor de dois contratos 
de abertura de crédito em conta-corrente, duas duplicatas mercantis vencidas 
há um mês no valor de vinte mil reais, já protestadas e que se fazem acom-
panhar dos comprovantes de entrega das respectivas mercadorias, além de 
obrigações assumidas perante outros fornecedores. A JPAM Telefonia Ltda., 
através de seus sócios, procura o seu Escritório de Advocacia, pedindo que, 
a partir do exame da atual legislação que regula a matéria, o Advogado deve 
propor a medida judicial cabível.
Resposta e comentários:
Nota: Para ter certeza da peça a redigir, o candidato pode fazer as seguintes 
perguntas, antes de iniciar a resposta da prova:
a) Quem é o cliente (autor)?
b) Quem é o réu(s)?
c) O que aconteceu no problema?
d) O que o cliente/autor quer do réu(s)?
e) Quais os dispositivos legais que fundamenta(m) o(s) direito(s) 
do cliente?
PRÁTICA JURÍDICA IV
FGV DIREITO RIO 33
Modelo de peça
Exmo. Sr. Dr. Juiz de Direito da ____ Vara de Empresarial da Comarca de
(pular 10 linhas)
JPAM Telefonia Ltda (ou Autor, Demandante, Suplicante), representado pe-
los sócios João Pedro e Antônio Manoel (Estado Civil), portador da Carteira 
de Identidade nº (xxx), inscrito no CPF sob o nº (xxx), com estabelecimento 
comercial (xxx), inscrito no CNPJ sob o nº (xxx), localizado à Rua (xxx), nº 
(xxx), Bairro (xxx), Cidade (xxx), Cep. (xxx), no Estado de (xxx), por seu 
procurador infra-assinado, mandato anexo (doc.1, nos termos do art. 39, I 
CPC), vem à presença de V. Exa., propor
AUTOFALÊNCIA
nos termos do art.105 da Lei nº 11.101/05, pelos motivos que passa a expor:
A Requerente tem por objeto a compra e venda para revenda de aparelhos 
de telefonia celular. O negócio prosperou até 2005, quando, em razão de 
mudança na política da operadora a que estava vinculada, a sociedade passou 
a enfrentar difi culdades fi nanceiras. Apesar dos planos e tentativas de esta-
bilizar suas relações de crédito, não houve sucesso, o que levou os sócios à 
constatação de que o empreendimento não é viável e à sua decisão de encerrar 
a atividade econômica.
A Requerente possui as instalações de sua loja, cento e dez aparelhos em 
estoque, cheques pré-datados de clientes, o direito à devolução de tributos 
indevidamente recolhidos (ainda em fase de reconhecimento em processo de 
conhecimento) e o registro de marca no INPI.
De outro lado, a sociedade deve as verbas rescisórias dos empregados 
demitidos na semana passada, diversos tributos declarados e não recolhi-
dos, o saldo devedor de dois contratos de abertura de crédito em conta-
corrente, duas duplicatas mercantis vencidas há um mês no valor de vin-
te mil reais, já protestadas e que se fazem acompanhar dos comprovantes 
de entrega das respectivas mercadorias, além de obrigações assumidas 
PRÁTICA JURÍDICA IV
FGV DIREITO RIO 34
perante outros fornecedores, o que a torna a Requerente uma socieda-
de inadimplente.
Em cumprimento ao art. 105 da Lei n.11.101/05, o Requerente, ora deve-
dor em completa crise econômico-fi nanceira, julga não atender aos requi-
sitos para pleitear a recuperação judicial, logo, por obrigação legal requer a 
este Juízo sua falência, acompanhando o pedido dos seguintes documentos:
        I – demonstrações contábeis referentes aos 3 (três) últimos exercícios 
sociais e as levantadas especialmente para instruir o pedido, confeccionadas 
com estrita observância da legislação societária aplicável e compostas obriga-
toriamente de:
        a) balanço patrimonial;
        b) demonstração de resultados acumulados;
        c) demonstração do resultado desde o último exercício social;
        d) relatório do fl uxo de caixa;
        II – relação nominal dos credores, indicando endereço, importância, 
natureza e classifi cação dos respectivos créditos;
        III – relação dos bens e direitos que compõem o ativo, com a respectiva 
estimativa de valor e documentos comprobatórios de propriedade;
        IV – prova da condição de empresário, contrato social ou estatuto em 
vigor ou, se não houver, a indicação de todos os sócios, seus endereços e a 
relação de seus bens pessoais;
        V – os livros obrigatórios e documentos contábeis que lhe forem exigidos 
por lei;
        VI – relação de seus administradores nos últimos 5 (cinco) anos, com os 
respectivos endereços, suas funções e participação societária.
Restando cumpridos os requisitos legais e dada a impossibilidade para a con-
tinuação do empreendimento econômico, é seu direito obter o deferimento 
do pedido.
Ex positis, a Requerente requer:
PRÁTICA JURÍDICA IV
FGV DIREITO RIO 35
a) a citação dos credores, por edital, para virem, querendo, habilitarem-se sob 
a formada lei;
b) seja julgado procedente o presente pedido de decretação da falência;
c) a intimação do ilustre Representante do Ministério Público e das Fazen-
das Públicas.
Protesta por toda a produção de provas em Direito admitidas, em especial, 
a documental.
Dá-se à causa o valor de R$............ (valor da indenização).
Nestes Termos,
P. Deferimento.
(local e data)
(assinatura e n.° da OAB do advogado)
PRÁTICA JURÍDICA IV
FGV DIREITO RIO 36
(Exame de Ordem ES – 2007)
O Banco Disa S/A celebrou contrato de mútuo com a Cia. Itaúna de Dra-
gagem, o qual tinha como garantia um contrato acessório de arrendamento 
mercantil (Lease Back), fi rmando pelas mesmas partes e assinado por duas 
testemunhas, na forma do art. 585, II do CPC.
Tendo-se notícia da difi culdade fi nanceira da devedora arrendatária, o ad-
vogado José Soares foi procurado pelo Banco para tomar as medidas judiciais 
necessárias para defender os direitos do credor. Partindo da premissa de que 
o Arrendante já recebeu os bens que lhe pertencem, entretanto o inadimple-
mento da devedora é de R$ 42.000,00 e o administrador não pagou ou ten-
tou realizar um acordo porque se encontra insolvente, redija a petição inicial 
cabível, atendendo aos requisitos legais.
Resposta e comentários:
Nota: Para ter certeza da peça a redigir, o candidato pode fazer as seguintes 
perguntas, antes de iniciar a resposta da prova:
a) Quem é o cliente (autor)?
b) Quem é o réu(s)?
c) O que aconteceu no problema?
d) O que o cliente/autor quer do réu(s)?
e) Quais os dispositivos legais que fundamenta(m) o(s) direito(s) 
do cliente?
PRÁTICA JURÍDICA IV
FGV DIREITO RIO 37
Modelo de peça
Exmo. Sr. Dr. Juiz de Direito da Vara Empresarial da Comarca de .......
(pular 10 linhas)
(Nome, qualifi cação e endereço), por seu procurador ao fi nal assinado (doc. 
anexo), com escritório profi ssional estabelecido à rua......, na cidade de......., 
onde recebe intimações e avisos, vêm,à presença de V. Exa., baseado nos arti-
gos 94 e 97, IV da Lei n°. 11.101/05, requerer, o processamento do presen-
te PEDIDO DE FALÊNCIA da empresa:.........., com sede nesta cidade, à 
rua......, inscrita no CNPJ sob o n°. ....., em vista das seguintes razões de fato 
e de direito abaixo:
1. O autor é credor da ré, pela quantia de R$......., representado pelo contrato 
de leasing n°. ....., no valor de R$......., que ultrapassa o valor equivalente a 
quarenta salários mínimos nesta data, de acordo com a exigência do art. 94, 
I da Lei de Falências.
(ATENÇÃO: Permite-se que mais de um credor em litisconsórcio, reúnam-
se para se atender tal requisito, conforme o parágrafo 1° do artigo 94).
2. Tal contrato fora devidamente protestado por falta de pagamento (docs. 
anexo), sem que a ré nada alegasse acerca dos títulos, líquidos, certos e exigí-
veis fi rmados pela mesma.
3. De forma amigável, tornou-se impossível o recebimento de tais quantias.
4. Nos termos do art. 94 da lei citada, considera-se falido o devedor que, sem 
relevante razão de direito, não paga no vencimento obrigação líquida, mate-
rializada em título ou títulos executivos protestados.
5. A vista do exposto, requer-se na forma do artigo 98 da Lei de Falência, a 
citação da ré, na pessoa de um de seus representantes legais, a saber:
- para no prazo de 10 (dez) dias, apresentar contestação acompanhando a 
presente, até fi nal decisão e decreto da falência ora requerida.
PRÁTICA JURÍDICA IV
FGV DIREITO RIO 38
6. No caso de a ré pretender no prazo da contestação depositar a quantia 
correspondente ao crédito reclamado, para elidir o pedido de falência (art. 
98 parágrafo único), fi ca requerida a inclusão da correção monetária, juros 
de mora desde o vencimento, além das custas processuais, despesas com 
os protestos no valor de R$..... e honorários advocatícios. (Súm. N°. 29 
do STJ).
Requer, outrossim, após o decurso do prazo para defesa, que seja dado pros-
seguimento ao feito, com o decreto da falência da ré por decisão declaratória 
da falência (art. 99 da Lei 11.101/05), e a tomada de todas as providências 
previstas na mencionada legislação.
Protesta-se por provar o alegado por todos os meios de provas admitidas 
em Direito.
Dá-se a causa o valor de R$ ........(valor do débito)
Nestes Termos,
P. Deferimento.
(local e data)
(assinatura e n°. da OAB do advogado).
(ATENÇÃO: O pedido poderá ser fundado em quaisquer das hipóteses elen-
cadas no artigo 94 da Lei de Falência. A legitimidade para o presente pedido 
está prevista no art. 97 da mesma lei).
PRÁTICA JURÍDICA IV
FGV DIREITO RIO 39
(Exame de Ordem ES – 2006)
O Sr. Armando Kano é um devedor empresário que foi executado em função 
de uma dívida representada por um título de crédito (Nota Promissória), de sua 
emissão, em valor total de R$ 10.000,00 (dez mil reais). No prazo de 24 (vinte 
quatro) horas contados a partir da citação, o Sr. Armando não pagou nem no-
meou bens à penhora. Cariacica equipamentos industriais LTDA., credor do em-
presário, o procura o seu escritório para que proponha a medida judicial cabível.
Resposta e comentários:
Nota: Para ter certeza da peça a redigir, o candidato pode fazer as seguintes 
perguntas, antes de iniciar a resposta da prova:
a) Quem é o cliente (autor)?
b) Quem é o réu(s)?
c) O que aconteceu no problema?
d) O que o cliente/autor quer do réu(s)?
e) Quais os dispositivos legais que fundamenta(m) o(s) direito(s) 
do cliente?
PRÁTICA JURÍDICA IV
FGV DIREITO RIO 40
Modelo de peça
Exmo. Sr. Dr. Juiz de Direito da Vara Empresarial da Comarca de .......
(pular 10 linhas)
(Nome, qualifi cação e endereço), por seu procurador ao fi nal assinado (doc. 
anexo), com escritório profi ssional estabelecido à rua......, na cidade de......., 
onde recebe intimações e avisos, vêm,à presença de V. Exa., baseado nos arti-
gos 94, II e 97, IV da Lei n°. 11.101/05, requerer, o processamento do pre-
sente PEDIDO DE FALÊNCIA da empresa:.........., com sede nesta cidade, 
à rua......, inscrita no CNPJ sob o n°. ....., em vista das seguintes razões de 
fato e de direito abaixo:
1. O autor é credor da ré, pela quantia de R$......., representado pela Certi-
dão de Trânsito em Julgado ....., emitida na data de ...... pela .... Vara Cível 
desta Comarca, cumprindo, desta forma, a exigência do § 5º do art. 94 da 
Lei de Falências.
2. Tal Certidão nos termos da Lei não necessita do devido protesto por falta de 
pagamento por ser um instrumento revestido por fé pública e a ré nada pode 
alegar acerca dos títulos, líquidos, certos e exigíveis fi rmados pela mesma.
3. De forma amigável, tornou-se impossível o recebimento da quantia.
4. Nos termos do art. 94, II da lei citada, considera-se falido o devedor que, 
sem relevante razão de direito, executado por qualquer quantia líquida, não 
paga, não deposita e não nomeia à penhora bens sufi cientes dentro do pra-
zo legal.
5. A vista do exposto, requer-se na forma do artigo 98 da Lei de Falência, a 
citação da ré, na pessoa de um de seus representantes legais, a saber:
- para no prazo de 10 (dez) dias, apresentar contestação acompanhando a 
presente, até fi nal decisão e decreto da falência ora requerida.
6. No caso de a ré pretender no prazo da contestação depositar a quantia 
correspondente ao crédito reclamado, para elidir o pedido de falência (art. 
PRÁTICA JURÍDICA IV
FGV DIREITO RIO 41
98 parágrafo único), fi ca requerida a inclusão da correção monetária, juros 
de mora desde o vencimento, além das custas processuais, despesas com os 
protestos no valor de R$..... e honorários advocatícios. (Súm. N°. 29 do STJ).
Requer, outrossim, após o decurso do prazo para defesa, que seja dado pros-
seguimento ao feito, com o decreto da falência da ré por decisão declaratória 
da falência (art. 99, da Lei 11.101/05), e a tomada de todas as providênciasprevistas na mencionada legislação.
Protesta-se por provar o alegado por todos os meios de provas admitidas 
em Direito.
Dá-se a causa o valor de R$ .. (valor do débito)
Nestes Termos,
P. Deferimento.
(local e data)
(assinatura e n°. da OAB do advogado).
(ATENÇÃO: O pedido poderá ser fundado em quaisquer das hipóteses elen-
cadas no artigo 94 da Lei de Falência. A legitimidade para o presente pedido 
está prevista no art. 97 da mesma lei).
PRÁTICA JURÍDICA IV
FGV DIREITO RIO 42
7. AÇÃO REVOCATÓRIA
LEGISLAÇÃO • Lei nº 11.101/05
ARTIGOS • 130 e ss
VARA • Empresarial
AUTOR • Credor de título não exigível
RÉU • Devedor
PRELIMINARES • Não há obrigação legal
PEDIDO LIMINAR • Não há
FUNDAMENTAÇÃO
 • Destacar os motivos pelo qual escolheu esta ação, utili-
zando os artigos 1102-A ao 1102-C, do CPC.
 • Explicar qual é a prova escrita que apesar de não pos-
suir a efi cácia de título executivo, permite a identifi ca-
ção de um crédito, gozando de valor probante, sendo 
merecedor de fé, quanto à sua autenticidade e efi cá-
cia probatória.
 • Escolher jurisprudências pertinentes ao caso concreto e 
justifi car o pedido (Súmulas do STJ e jurisprudências)
PEDIDO
 • a intimação do réu para realizar o pagamento, no 
endereço supra mencionado, expedindo-se o com-
petente mandado, para no prazo de 15 dias, efetuar 
o pagamento no valor de R$, acrescido de correção 
monetária e juros até a data do efetivo pagamento ou 
oferecer embargos;
 • o julgamento procedente do pedido visando o paga-
mento ou entrega da coisa, e no caso de não ofereci-
mento dos embargos ou de sua rejeição, constituir-se 
título executivo judicial e prosseguir-se a execução, na 
forma prevista no Livro I, Título VIII, Capítulo X, do CPC;
 • a condenação do réu aos ônus da sucumbência, nos 
termos do art. 1102c, do CPC, ou seja, só em caso de 
apresentação de Embargos à Monitória.
VALOR DA CAUSA • colocar apenas a existência de indicação de valor
(Exame de Ordem – CESPE UNIFICADA – 2009.2)
Amin e Carla são sócios da A&C Engenharia Ltda., pessoa jurídica que, 
em 26/11/2008, teve falência decretada pela Vara de Falências e Concorda-
tas do Distrito Federal, tendo o juízo competente fi xado o termo legal da 
falência em 20/11/2007. Pedro, administrador judicial da massa falida da 
A&C Engenharia Ltda., tomou conhecimento que Amin, à época em que 
este praticava atos concernentes à administração da sociedade, transferira, 
em 5/12/2007, a título gratuito, um automóvel, de propriedade da sociedade 
PRÁTICA JURÍDICA IV
FGV DIREITO RIO 43
empresária, a sua irmã, Fabiana, o que causou prejuízos à massa falida. Em 
face dos referidos fatos, Pedro decidiu promover medida judicial visando à 
revogação da doação praticada por Amin, com o objetivo de preservar os 
interesses da sociedade e dos credores.
Considerando a situação hipotética apresentada, na qualidade de 
advogado(a) contratado(a) por Pedro, redija a medida judicial cabível para a 
referida revogação, com fundamento na matéria de direito aplicável ao caso, 
apresentando todos os requisitos legais pertinentes.
Gabarito Oficial da CESPE/OAB extraído do site: www.oabac.org.br
Espera-se que o(a) examinando(a) elabore ação revocatória, com fulcro no 
art. 130 e ss. da Lei nº 11.101/2005: “São revogáveis os atos praticados com 
a intenção de prejudicar credores, provando-se o conluio fraudulento entre 
o devedor e o terceiro que com ele contratar e o efetivo prejuízo sofrido pela 
massa falida. (...)
Art. 133. “A ação revocatória pode ser promovida: I – contra todos os que 
fi guraram no ato ou que por efeito dele foram pagos, garantidos ou benefi -
ciados; II – contra os terceiros adquirentes, se tiveram conhecimento, ao se 
criar o direito, da intenção do devedor de prejudicar os credores;”. A ação 
deve ser proposta no juízo da falência (art. 134 da Lei n.º 11.101/2005), ou 
seja, perante a Vara de Falências e Concordatas do Distrito Federal. Deve 
abordar, ainda:
a) legitimidade ativa: o administrador judicial tem legitimidade para pro-
por a demanda. Art. 132. “A ação revocatória, de que trata o art. 130 desta 
Lei, deverá ser proposta pelo administrador judicial, por qualquer credor ou 
pelo Ministério Público no prazo de 3 (três) anos contado da decretação da 
falência”;
b) inefi cácia do ato de doação praticado por Amin.
Art. 129. “São inefi cazes em relação à massa falida, tenha ou não o con-
tratante conhecimento do estado de crise econômico-fi nanceira do devedor, 
seja ou não intenção deste fraudar credores:
(...) IV – a prática de atos a título gratuito, desde 2 (dois) anos antes da 
decretação da falência” (Lei 11.101/05).
PRÁTICA JURÍDICA IV
FGV DIREITO RIO 44
8. AÇÃO DE RESTITUIÇÃO
LEGISLAÇÃO • CPC
ARTIGOS • 1102-A ; 1102-B e 1102-C
VARA • Cível do domicílio do devedor
AUTOR • Credor de título não exigível
RÉU • Devedor
PRELIMINARES • Não há obrigação legal
PEDIDO LIMINAR • Não há
FUNDAMENTAÇÃO
 • Destacar os motivos pelo qual escolheu esta ação, utili-
zando os artigos 1102-A ao 1102-C, do CPC.
 • Explicar qual é a prova escrita que apesar de não pos-
suir a efi cácia de título executivo, permite a identifi ca-
ção de um crédito, gozando de valor probante, sendo 
merecedor de fé, quanto à sua autenticidade e efi cá-
cia probatória.
 • Escolher jurisprudências pertinentes ao caso concreto e 
justifi car o pedido (Súmulas do STJ e jurisprudências)
PEDIDO
 • a intimação do réu para realizar o pagamento, no 
endereço supra mencionado, expedindo-se o com-
petente mandado, para no prazo de 15 dias, efetuar 
o pagamento no valor de R$, acrescido de correção 
monetária e juros até a data do efetivo pagamento ou 
oferecer embargos;
 • o julgamento procedente do pedido visando o paga-
mento ou entrega da coisa, e no caso de não ofereci-
mento dos embargos ou de sua rejeição, constituir-se 
título executivo judicial e prosseguir-se a execução, 
na forma prevista no Livro I, Título VIII, Capítulo X, 
do CPC;
 • a condenação do réu aos ônus da sucumbência, nos 
termos do art. 1102c, do CPC, ou seja, só em caso de 
apresentação de Embargos à Monitória.
VALOR DA CAUSA • colocar apenas a existência de indicação de valor
(OAB/RJ–Prova de Dezembro de 1999)
Alexandre Corrêa deixou seu automóvel Vectra na Concessionária Mesbla 
Veículos S/A, para a revisão anual. No dia seguinte, foi surpreendido com a 
notícia da falência da concessionária, tendo, ainda, sido informado de que 
esse bem fora arrecadado pelo síndico da massa falida.
PRÁTICA JURÍDICA IV
FGV DIREITO RIO 45
Alexandre, então, procurou seu advogado, Dr. Guilhermo Ricques, para 
tomar as medidas cabíveis para reaver seu automóvel. Ajuíze a ação cabível, 
na forma da lei.
Advogado: GUILHERMO RICQUES
OAB/RJ nº 1000
Rua da Cancela, 20–Rio de Janeiro
Resposta e comentários:
Nota 1: Para ter certeza da peça a redigir, o candidato pode fazer as seguin-
tes perguntas, antes de iniciar a resposta da prova:
a) Quem é o cliente (autor)?
b) Quem é o réu(s)?
c) O que aconteceu no problema?
d) O que o cliente/autor quer do réu(s)?
e) Quais os dispositivos legais que fundamenta(m) o(s) direito(s) 
do cliente?
PRÁTICA JURÍDICA IV
FGV DIREITO RIO 46
Modelo de peça aceita com nota máxima no gabarito do Exame de Ordem:
Exmo. Sr. Dr. Juiz de Direito da ___º Vara Empresarial da Comarca 
da __________l:
(espaço aproximado de 10 linhas)
Alexandre Corrêa (qualifi cado nos termos do art. 282 do CPC), vem à pre-
sença de V. Exa., por seu advogado infra-assinado, com endereço para inti-
mações na Rua da Cancela, 20–Rio de Janeiro, propor
AÇÃO DE RESTITUIÇÃO
com base nos artigos 85 a 90 do LRF, em face da Massa Falida da Conces-
sionária Mesbla Veículos S/A (qualifi cada nos termos do art. 282 de CPC), 
pelos fatos e fundamentos

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