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AULA 17 JUSNATURALISMO MODERNO E A QUESTÃO DA JUSTIÇA (1)

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20/09/12
Fátima Medina Lucena
01
Filosofia Geral e do Direito
Curso de Direito
Prof.ª Bruna Pellegrini
20/09/12
Fátima Medina Lucena
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Jusnaturalismo moderno e a questão da justiça 
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20/09/12
Fátima Medina Lucena
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Direito Natural
1ª fase: ANTIGA
- Tem início na Cidade-estado Grega e usa a natureza como fonte da lei que “tem a mesma força em toda parte e independe da diversidade das opiniões.”(Bittar, 2011)
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Fátima Medina Lucena
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2ª fase: MODERNA
- Nova concepção de Direito Natural inaugurada por Grócio.
- O princípio último de todas as coisas não seria mais Deus, nem a natureza, mas a razão.
Direito Natural
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Fátima Medina Lucena
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O jusnaturalismo moderno elege a reta razão como guia das ações humanas. O Direito Natural nasce das ideias do século XVI, de que a verdade estava confinada à razão matemática e geométrica. 
Jusnaturalismo
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Fátima Medina Lucena
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Hugo Grotius ou Hugo van Groot foi jurista, escritor e poeta holandês.
Retrato de Michiel Jansz van Mierevelt, 1631.
Hugo Grócio (1583-1645) 
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Segundo o filósofo e advogado do século XVII, o Direito seria assim conduzido:
 “O mandamento da reta razão que indica a lealdade moral ou a necessidade moral inerente a uma ação qualquer, mediante o acordo ou o desacordo desta com a natureza racional.”
“Conjunto de normas ditadas pela razão e sugeridas pelo appetitus societatis.”
Hugo Grócio
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Fátima Medina Lucena
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Hugo Grócio
O Direito Natural seria acessível ao conhecimento mediante dois caminhos:
a) com o método a priori, ao verificar-se que a máxima se encontra de acordo com a natureza racional ou social;
b) pelo posteriori, com a constatação de que os povos civilizados adotam idêntico critério ou solução de justiça.
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Não há possibilidade de uma sanção religiosa. O Direito Natural não mudaria seus ditames na hipótese da inexistência de Deus, nem poderia ser modificado por ele. 
“Portanto, não há nada de arbitrário no direito natural, como não há arbitrariedade na aritmética. Os ditames da reta razão são o que a natureza humana e a natureza das coisas ordenam.”
Direito Natural
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Ao defender sua ideia, Hugo Grócio passa a contribuir com a base da construção da Declaração dos Direitos Humanos elaborada em 1948. Portanto, contribui para a criação do Direito Internacional ao afirmar que a lei natural que regula a convivência das diversas nações é o Direito das Gentes e esse direito é um fragmento destacado da lei natural.
Direito Natural
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Hugo Grócio
Considerando que o Direito visa a garantir as condições de sociabilidade, Hugo Grócio esposou a ideia de que o Estado se origina do contrato social, mas em sua compreensão o pacto primitivo não seria simplesmente presumido, porém fato histórico.
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Pacta sunt servanda
Grócio defendeu o princípio da inviolabilidade dos contratos – pacta sunt servanda -, sem o qual a sociedade não subsistiria, pois só cumprindo os acordos se poderia determinar a ordem jurídica e elaborar o conjunto dos direitos civis.
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ESCOLA CLÁSSICA DO DIREITO NATURAL
- Representantes: 
 * Hugo Grócio * Samuel Pufendorf
 * Jonh Locke * Tomas Hobbes
-Muitos não concordavam entre si. Coccejo e Leibiniz e Von Wolf adotaram posição antirracionalista afirmando que Deus é a fonte última do Direito Natural, contrariando Grócio, que disse: 
“O Direito Natural existiria mesmo que Deus não existisse, ou ainda que Deus não cuidasse das coisas humanas.”
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Jusnaturalismo e a Escola Clássica do Direito Natural
A natureza humana, por sua dimensão social, seria o fundamento do Direito Natural.
Foi a partir desta visão racionalista que se originou a Escola Clássica do Direito Natural, da qual Grócio foi seu primeiro corifeu e que se estendeu até o século XVIII, quando atingiu o apogeu com a filosofia de Rousseau. 
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Escola Clássica do Direito Natural
O Jus Naturae já não seria identificado como a natureza cósmica (Id. Antiga), nem imaginado como produto da vontade divina (Id. Média).
A valorização da pessoa, que se registrou na Renascença (Id. Moderna), atingiu a Filosofia Jurídica, fazendo com que o Direito Natural passasse a ser reconhecido como emanação da natureza humana.
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Pontos fundamentais da Escola Natural
1º) o reconhecimento de que a natureza humana seria fonte do Direito Natural;
2º) a admissão da existência, em épocas remotas, do estado de natureza;
3º) o contrato social como origem da sociedade;
4º) a existência de direitos naturais inatos. 
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Escola Clássica do Direito Natural
Promoveu a laicização do Direito Natural, ao indicar a natureza humana como a sua fonte e apontar a razão como via cognoscitiva.
Excessos: pretendeu a criação de verdadeiros códigos de Direito Natural, onde se alcançavam pormenores de regulamentação da vida social, em vez de limitar-se à análise dos princípios norteadores desse Direito. 
O Direito Natural seria 
eterno, imutável e universal.
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Jurista alemão que negou que o Direito Natural se fundasse na religião, pois enquanto esta variava entre os povos, aquele era universal por natureza. Constitui um elo comum a todas as nações, pois todas elas formam a humanidade.
Samuel Pufendorf 
(1632 - 1694) 
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“O Direito Natural regula as ações e relações entre os homens não enquanto cristãos, senão enquanto homens”.
Distinguiu direitos inatos de direitos adquiridos:
INATOS: antecediam o ingresso dos homens na sociedade.
ADQUIRIDOS: manifestavam-se durante a vida social.
Samuel Pufendorf (1632-1694)
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Samuel Pufendorf 
(1632-1694)
Direito Natural x Direito Positivo
O Direito Natural não apenas antecedia ao Estado como ainda subordinava a ordem positiva, traçando-lhe diretrizes. 
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Diferente do estado de natureza, a condição social traz compensações ao homem.
 “Em um estado de natureza todo homem deve contar apenas com sua própria força; enquanto, em uma comunidade, todos estão do seu lado.”
Estado de natureza
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“Às vezes e tanto legítimo quanto necessário ir à guerra, quando devido à injustiça de outrem, não podemos, sem o uso da força, preservar o que é nosso nem desfrutar os direitos que são propriamente nossos.”
Estado de natureza
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As leis da natureza fazem do homem um animal social, as de cada cidade fazem do homem um cidadão, e, as divinas, determinam a condição do cristão parente de Deus.
Concepção jusnaturalista
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Jusnaturalismo é o nome dado ao conjunto de perspectivas caracterizadas pelo fato de defenderem a existência de alguns princípios universalmente válidos, que formariam o chamado direito natural: um direito cuja validade não dependeria de convenções sociais, mas decorreria da própria natureza das coisas.
Jusnaturalismo
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Os jusnaturalistas reconhecem que o direito positivo é uma criação humana e justificam a validade das normas socialmente criadas mediante sua conexão com as normas naturais, que são consideradas válidas em si mesmas. 
Jusnaturalismo
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Quem observa os seus preceitos atua justamente. Estes preceitos, isto é, as normas da conduta justa, são imanentes à natureza. Por isso, eles podem ser deduzidos da natureza através de uma cuidadosa análise, ou
seja, podem ser encontrados ou, por assim dizer, descobertos na natureza - o que significa que podem ser conhecidos. 
Jusnaturalismo
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Não são, portanto, normas que - como as normas do direito positivo - sejam postas por atos da vontade humana, arbitrárias e, portanto, mutáveis, mas normas que já nos são dadas na natureza anteriormente à sua possível fixação por atos da vontade humana, normas por sua própria essência invariáveis e imutáveis. (Hans Kelsen)
Jusnaturalismo
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Fátima Medina Lucena
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As concepções jusnaturalistas partem do pressuposto de que uma análise cuidadosa da natureza permite aos homens identificar alguns princípios naturais de comportamento, cuja validade deve ser reconhecida por toda e qualquer organização social. 
Exemplos: as regras segundo as quais os pais devem cuidar dos filhos, as penas devem ser proporcionais aos delitos e os pactos devem ser cumpridos.
Jusnaturalismo
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Não devemos perder de vista, porém, que o termo jusnaturalismo não designa um conjunto harmônico de doutrinas. 
Como observou o jurista italiano Norberto Bobbio, "não há ideia que já não tenha encontrado apoio em alguma lei natural”. 
Jusnaturalismo
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Sempre que um escritor, uma facção, uma seita, um partido, um político poderoso quis justificar o seu direito e recorreu para isso ao direito natural, não teve dificuldade em encontrar na natureza complacente algum fundamento" (Bobbio)
Jusnaturalismo
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O que os diversos Jusnaturalismos (político, religioso, etc.) têm em comum não é a afirmação consensual de um conjunto de valores, mas apenas a defesa de que existem princípios que são justos por natureza. 
Jusnaturalismo
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E os variados entendimentos acerca do que significa natureza conduzem os jusnaturalistas a buscar o direito natural nas mais diferentes fontes: na vontade dos deuses, na essência do homem, na razão, no consenso, nos instintos. 
Jusnaturalismo
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De cada um desses elementos, os jusnaturalistas conseguem extrair as mais diversas regras, mostrando-se a natureza "generosa o bastante” para contentar, se solicitada com habilidade, o patrão e o empregado, o soberano e os súditos, o rico e o pobre, o opressor e o oprimido.
Jusnaturalismo
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Fátima Medina Lucena
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Dessa forma, as teorias jusnaturalistas sempre articulam os conceitos de direito positivo e direito natural, e não se encontrará nenhuma teoria jusnaturalista que não dedique bastante atenção ao direito positivo.
Jusnaturalismo
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Fátima Medina Lucena
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Portanto, seria um enorme equívoco pensar que os jusnaturalistas são aqueles que consideram que só o direito natural tem relevância, ou que eles recusam o direito positivo. Pelo contrário: os defensores mais ardorosos da obediência à lei são precisamente os jusnaturalistas, pois enxergam na submissão à norma positiva válida uma exigência indeclinável, derivada do respeito ao direito natural.
Jusnaturalismo
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20/09/12
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Assim, para saber se uma pessoa é naturalista, não se deve perguntar a ela se as leis devem ser observadas, mas os motivos pelos quais devemos obedecer a elas. Frente a essa questão, o jusnaturalista dirá que o dever de obediência deriva de alguma lei, ou fato ou autoridade natural.
Jusnaturalismo
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BITTAR, Eduardo C.B. ALMEIDA, Guilherme Assis de. Curso de Filosofia do Direito. 6ªed. São Paulo: Atlas, 2012.
REALE, Miguel. Filosofia do Direito. 20ª ed. São Paulo: Saraiva, 2002.
NADER, Paulo. Filosofia do Direito. Rio de Janeiro: Forense, 2011.
Referência Bibliográfica
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Legiferante 
Refere-se ao ato de legiferar, legislar. A função legiferante consiste no poder de estabelecer leis. Tem função legiferante o órgão competente para criar leis.
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