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Extinção do contrato de trabalho 1 EXTINÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO GRUPO: - Robson - Tunay - Ailandson - Rogério - Guilherme Extinção do contrato de trabalho 2 1. CAUSAS EXTINTIVAS DO CONTRATO DE EMPREGO a) morte do empregado – considerando que o contrato de emprego é do tipo “intuitu personae”, em relação ao empregado, que celebra contrato personalíssimo, a morte do trabalhador tem o condão de por fim ao pacto laboral. b) morte do empregador – quando o empregador for pessoa física, é facultado ao empregado rescindir o contrato de trabalho (art. 483, § 2º, da CLT). Extinção do contrato de trabalho 3 1. CAUSAS EXTINTIVAS DO CONTRATO DE EMPREGO c) Força Maior – o Código Civil conceitua caso fortuito ou de força maior como aqueles cujos efeitos não era possível evitar ou impedir (parágrafo único do artigo 393). Essa definição abrange os fatos naturais, independentes da vontade do homem (ciclone, maremoto, tempestade, inundação etc.) – força maior e, situação que decorre de fato alheio à vontade da parte, mas proveniente de fatos humanos, como guerra, incêndio etc.) – caso fortuito. Fica caracterizada a inevitabilidade e irreversibilidade. Extinção do contrato de trabalho 4 1. CAUSAS EXTINTIVAS DO CONTRATO DE EMPREGO No Direito do Trabalho, considerando que a regra é a da continuidade do vínculo laboral, a força maior somente se caracteriza por absoluta impossibilidade de continuidade do vínculo em razão da inevitabilidade do evento (elemento objetivo) e da inexistência de culpa do empregador (elemento subjetivo) – art. 501 da CLT. s planos econômicos do governo. Extinção do contrato de trabalho 5 1. CAUSAS EXTINTIVAS DO CONTRATO DE EMPREGO A falência do empregador não será considerada como força maior, pois está inserida nos riscos do empreendimento. O mesmo ocorre com os planos econômicos do governo. Extinção do contrato de trabalho 6 1. CAUSAS EXTINTIVAS DO CONTRATO DE EMPREGO d) Fato do Príncipe ou “Factum Principis” – (aplicação da teoria da reparação equitativa do dano causado por iniciativa alheia). Essa teoria tem origem no Direito Administrativo, pois o ‘príncipe’ significa a Administração Pública, o Estado. É o ato do governo, em qualquer grau, que impede o prosseguimento de qualquer atividade particular. Extinção do contrato de trabalho 7 1. CAUSAS EXTINTIVAS DO CONTRATO DE EMPREGO No Direito do Trabalho, a hipótese é cuidada no artigo 486 da CLT, o qual é interpretado de forma rigorosa: o ato do governo tem de surgir de forma absolutamente imprevisível, uma vez que a imprevidência do empresário elimina a responsabilidade governamental. Extinção do contrato de trabalho 8 1. CAUSAS EXTINTIVAS DO CONTRATO DE EMPREGO Tal qual a força maior, supõe-se que seja um caso específico, que não haja culpa, direta ou indiretamente, de quem o alega. O fato do príncipe ocorrerá tanto por ato da Administração Pública municipal, como estadual ou federal. A circunstância poderá ser decorrente de um ato comum, de lei ou de ato administrativo. Extinção do contrato de trabalho 9 1. CAUSAS EXTINTIVAS DO CONTRATO DE EMPREGO Para que haja a responsabilidade da Administração Pública é preciso que venha a ocorrer o fechamento da empresa. Se isso não ocorrer, não haverá responsabilidade da Fazenda Pública. A Administração Pública somente responderia pelo pagamento da indenização de 40% (sobre o saldo do FGTS). O aviso prévio e demais verbas rescisórias devem ser pagas pelo empregador, que assume os riscos do negócio. Extinção do contrato de trabalho 10 1. CAUSAS EXTINTIVAS DO CONTRATO DE EMPREGO Não caracteriza factum principis o cancelamento de concessão a título precário de transporte coletivo, planos econômicos, dificuldades financeiras da empresa, cassação de licença de funcionamento por irregularidades, intervenção em decorrência de atividades ilícitas da empresa. Entende-se que desapropriação é risco do negócio e não fato do príncipe. Extinção do contrato de trabalho 11 1. CAUSAS EXTINTIVAS DO CONTRATO DE EMPREGO e) Extinção pela execução – embora o contrato de trabalho seja, regra geral, sem determinação de prazo, podem as partes celebrá-lo subordinando sua duração a um termo final. Em decorrência, a execução normal do contrato de trabalho ocorre com a execução do termo prefixado. Extinção do contrato de trabalho 12 1. CAUSAS EXTINTIVAS DO CONTRATO DE EMPREGO f) Declaração unilateral das partes – é a declaração de vontade de o empregado ou o empregador encerrar o contrato de emprego. Em relação ao empregador, a sua manifestação de vontade não é absoluta, pois há situações que a lei não aceita a dissolução da relação de emprego. Ex.: nos casos de estabilidade definitiva (decenal), ou provisória, bem como nos casos de suspensão ou interrupção do contrato. Extinção do contrato de trabalho 13 1. CAUSAS EXTINTIVAS DO CONTRATO DE EMPREGO g) Distrato – é o mútuo interesse devidamente manifestado pelas partes. Extinção do contrato de trabalho 14 2. CAUSAS DE EXTINÇÃO DO CONTRATO INDIVIDUAL DE EMPREGO POR ATO DE VONTADE DAS PARTES a) Resilição do contrato – é a dissolução do contrato de trabalho por uma das partes, sem nenhuma intervenção de autoridade judicial, que somente poderá vir a interferir, quando chamada, para o exame dos efeitos que a licitude ou ilicitude do ato de resilição possa produzir no contrato de emprego. Produz efeitos “ex nunc”. Extinção do contrato de trabalho 15 2. CAUSAS DE EXTINÇÃO DO CONTRATO INDIVIDUAL DE EMPREGO POR ATO DE VONTADE DAS PARTES b) Resolução do contrato – no Direito Civil, a resolução contratual por inexecução do contrato, dá direito à parte lesada de se ressarcir por perdas e danos. No Direito do Trabalho, acontece quando a dissolução do contrato depende do prévio pronunciamento judicial no sentido de reconhecer ao interessado o fim do vínculo jurídico, o justo motivo para romper o pacto. Extinção do contrato de trabalho 16 2. CAUSAS DE EXTINÇÃO DO CONTRATO INDIVIDUAL DE EMPREGO POR ATO DE VONTADE DAS PARTES Tem aplicação no âmbito trabalhista, nas situações de estabilidade do empregado ou nas hipóteses de despedida indireta. Igualmente, tem aplicação nas situações de dispensa por justa causa. Extinção do contrato de trabalho 17 2. CAUSAS DE EXTINÇÃO DO CONTRATO INDIVIDUAL DE EMPREGO POR ATO DE VONTADE DAS PARTES c) Rescisão - alguns consideram a rescisão como forma de resilição unilateral. Outros entendem que ela corresponde à dissolução por motivo de nulidade do contrato (Délio Maranhão* entendia pela segunda definição). *Magistrado, Autor de várias obras jurídicas e Professor. Extinção do contrato de trabalho 18 3. TÉRMINO DO CONTRATO INDIVIDUAL POR ATO LÍCITO DAS PARTES Dispensa do empregado – ocorre quando o empregador utiliza de sua declaração unilateral de vontade, despedindo (ou dispensando) o empregado. O empregador tem o direito potestativo (revestido de poder) de resilir o contrato de emprego, arcando com os ônus decorrentes. Extinção do contrato de trabalho 19 3. TÉRMINO DO CONTRATO INDIVIDUAL POR ATO LÍCITO DAS PARTES Demissão do empregado – é a ruptura do contrato por iniciativa do empregado. Ou seja, quem pede demissão é o empregado Extinção do contrato de trabalho 20 3. TÉRMINO DO CONTRATO INDIVIDUAL POR ATO LÍCITO DAS PARTES Pressupostos de validade da demissão – O pedido de demissão do empregado com mais de 01 ano de serviço, somente será válido quando contar com a assistência sindical – previsão do art. 477, § 1º, da CLT. Na falta da assistência, presume-se, com base no princípio da continuidadeda relação jurídica, que a dissolução se deu por dispensa e não por demissão. Extinção do contrato de trabalho 21 3. TÉRMINO DO CONTRATO INDIVIDUAL POR ATO LÍCITO DAS PARTES Nos casos de empregado estável, o pedido de demissão deve contar com a assistência do Sindicato Profissional, e se não houver, com a assistência do Ministério do Trabalho ou da Justiça do Trabalho – art. 500 da CLT. Extinção do contrato de trabalho 22 4. TÉRMINO DO CONTRATO DE EMPREGO POR ATO CULPOSO DO EMPREGADO Também conhecida como dispensa por justa causa (artigo 482 da CLT). Extinção do contrato de trabalho 23 4. TÉRMINO DO CONTRATO DE EMPREGO POR ATO CULPOSO DO EMPREGADO Princípios norteadores do exercício do Poder Disciplinador: Princípios – é o conjunto de regras ou de preceitos, que servem de normas a toda espécie de ação jurídica. Extinção do contrato de trabalho 24 4. TÉRMINO DO CONTRATO DE EMPREGO POR ATO CULPOSO DO EMPREGADO a) Princípio da proporcionalidade ou razoabilidade – a pena a ser aplicada ao ato faltoso deve ser proporcional à gravidade da falta cometida. Por isso, deve ser levado em conta o passado funcional do empregado. Extinção do contrato de trabalho 25 4. TÉRMINO DO CONTRATO DE EMPREGO POR ATO CULPOSO DO EMPREGADO b) Princípio da exaustão ou do “non bis in idem” – quando se aplica a pena ao empregado encerra-se o poder punitivo em relação àquele ato faltoso já punido, ou seja, não há possibilidade de substituição de uma pena por outra quando já aplicada com base no mesmo ato faltoso. Extinção do contrato de trabalho 26 4. TÉRMINO DO CONTRATO DE EMPREGO POR ATO CULPOSO DO EMPREGADO Admite-se a conversão da pena na hipótese de erro de conhecimento, ou seja, o empregador quando puniu o empregado com uma pena mais leve não sabia de fatos reveladores de uma conduta dolosa do empregado, ou não sabia da extensão do prejuízo que ele lhe causou. Entretanto, a conversão da pena deve ser adotada concomitante ao conhecimento da nova situação. Extinção do contrato de trabalho 27 4. TÉRMINO DO CONTRATO DE EMPREGO POR ATO CULPOSO DO EMPREGADO A conversão benéfica da pena, chamada de comutação da pena, é admitida na doutrina e jurisprudência. O empregador pode substituir uma suspensão por uma advertência; reduzir o tempo de suspensão etc. Extinção do contrato de trabalho 28 4. TÉRMINO DO CONTRATO DE EMPREGO POR ATO CULPOSO DO EMPREGADO c) Princípio da Relatividade – na aferição da gravidade da falta caracterizadora da justa causa, o empregador deve considerar vários elementos: a intenção, o resultado, o agente, o ambiente ou o local da falta, a extensão do prejuízo. Esse princípio de confunde com o da proporcionalidade. Extinção do contrato de trabalho 29 4. TÉRMINO DO CONTRATO DE EMPREGO POR ATO CULPOSO DO EMPREGADO d) Princípio da Imediatidade ou da Atualidade – a falta grave deve ser punida tão logo o empregador tome conhecimento dela. Por esse princípio, falta não punida é considerada falta perdoada (perdão tácito). Extinção do contrato de trabalho 30 4. TÉRMINO DO CONTRATO DE EMPREGO POR ATO CULPOSO DO EMPREGADO e) Princípio da Extensão – consiste na possibilidade de a justa causa abranger uma ou mais faltas disciplinares. Extinção do contrato de trabalho 31 4. TÉRMINO DO CONTRATO DE EMPREGO POR ATO CULPOSO DO EMPREGADO f) Princípio da Gravidade – é considerada justa causa os atos provocados pelo empregado que se opõem à continuidade da relação de emprego, de forma mais expressiva (natureza objetiva). Por outro lado, a apuração da justa causa está ligada à circunstância, medidora da gravidade, conforme o ato do empregado haja sido praticado com culpa ou dolo (natureza subjetiva). Extinção do contrato de trabalho 32 4. TÉRMINO DO CONTRATO DE EMPREGO POR ATO CULPOSO DO EMPREGADO Tipos de justa causa (artigo 482, alíneas “a” a “i” da CLT) Caracterização das infrações trabalhistas: critério genérico e taxativo. Extinção do contrato de trabalho 33 4. TÉRMINO DO CONTRATO DE EMPREGO POR ATO CULPOSO DO EMPREGADO Critério genérico: por ele a legislação não prevê, de modo expresso, os tipos jurídicos de infrações trabalhistas, ou seja, a ordem jurídica não realiza previsão exaustiva e formalística. Critério taxativo (ou da tipicidade legal): por ele a legislação prevê, de modo expresso, os tipos jurídicos de infrações trabalhistas. A ordem jurídica realiza previsão exaustiva e formalística das infrações, fiel ao princípio de que inexistiriam ilícitos. Extinção do contrato de trabalho 34 4. TÉRMINO DO CONTRATO DE EMPREGO POR ATO CULPOSO DO EMPREGADO A doutrina abraça o entendimento de que a ordem jurídica brasileira inspira-se no critério taxativo. Nessa linha a legislação prevê, de modo expresso, as figuras de infrações trabalhistas. Extinção do contrato de trabalho 35 4. TÉRMINO DO CONTRATO DE EMPREGO POR ATO CULPOSO DO EMPREGADO Tipos de Infrações: a) ato de improbidade – ímprobo, é a pessoa desonesta, árdua, difícil. É a conduta culposa pela qual o empregado provoca dano ao patrimônio do empregador ou de terceiro, em razão do contrato de trabalho, com o objetivo de alcançar vantagem para si ou para outrem. Exemplos: furto, roubo, extorsão, falsificação de documentos, apropriação indébita de valores da empresa etc. Extinção do contrato de trabalho 36 4. TÉRMINO DO CONTRATO DE EMPREGO POR ATO CULPOSO DO EMPREGADO b) Incontinência de conduta (aliena b) – consiste na conduta irregular do empregado que atinja a moral, do ponto de vista sexual. “A falta está vinculada à conduta sexual imoderada, desregrada, destemperada ou até mesmo, inadequada, desde que afete o contrato de trabalho ou o ambiente de trabalho” (Maurício Godinho Delgado, pág. 1.169). Exemplos: assédio sexual; manter amante no recinto de trabalho; conjunção carnal dentro do ambiente de trabalho, etc. Extinção do contrato de trabalho 37 4. TÉRMINO DO CONTRATO DE EMPREGO POR ATO CULPOSO DO EMPREGADO c) Mau procedimento (alínea b, segunda parte) – conduta irregular do empregado que atinja a moral (modo de falar, agir), sob o ponto de vista geral, excluído o sexual. Amaury Mascaro* define essa falta, como o comportamento irregular do empregado, incompatível com as normas exigidas pelo senso comum do homem médio. *Magistrado aposentado, Professor e Autor de vários livros. Extinção do contrato de trabalho 38 4. TÉRMINO DO CONTRATO DE EMPREGO POR ATO CULPOSO DO EMPREGADO Exemplo: dirigir veículo da empresa sem habilitação ou sem autorização; utilizar tóxicos na empresa ou ali traficá-lo; danificar equipamentos da empresa etc. Extinção do contrato de trabalho 39 4. TÉRMINO DO CONTRATO DE EMPREGO POR ATO CULPOSO DO EMPREGADO d) Negociação habitual por conta própria ou alheia, sem permissão do empregador e quando constituir ato de concorrência à empresa para a qual trabalha o empregado, ou for prejudicial ao serviço (alínea c) – é a conduta irregular do empregado que pratica por conta própria atos de comércio de forma desleal concorrendo com o empregador, ou pratique a mesma conduta irregular por meio de terceiros que seriam concorrentes do empregador. Extinção do contrato de trabalho 40 4. TÉRMINO DO CONTRATO DE EMPREGO POR ATO CULPOSO DO EMPREGADO Tratando-se de falta que exige o elemento objetivo habitualidade, é necessária a repetição do ato (pluralidade significativa). Exemplo: o técnico da empresa de manutenção de aparelhagem de clientela da empresa que trabalha, mantém à parte com esses mesmos clientes a prestação pessoal desses mesmos serviços. Extinção do contrato de trabalho 41 4.TÉRMINO DO CONTRATO DE EMPREGO POR ATO CULPOSO DO EMPREGADO Essa negociação deve ser feita sem a permissão do empregador e com habitualidade. Se houver permissão do empregador, evidente que a justa causa estará descaracterizada. O mesmo ocorre se não houver habitualidade. Extinção do contrato de trabalho 42 4. TÉRMINO DO CONTRATO DE EMPREGO POR ATO CULPOSO DO EMPREGADO e) Condenação criminal do empregado, passada em julgado, caso não tenha havido suspensão da execução da pena (alínea “d”): A pena privativa de liberdade, resultante de sentença transitada em julgado, mesmo que o ato ilícito cometido não tenha relação com o contrato de emprego, inviabiliza o cumprimento do contrato por culpa do próprio trabalhador. E, em decorrência, a lei exime o empregador do ônus quanto à continuidade do vínculo de emprego, resolvendo o contrato por culpa do empregado. Extinção do contrato de trabalho 43 4. TÉRMINO DO CONTRATO DE EMPREGO POR ATO CULPOSO DO EMPREGADO Extinção do contrato de trabalho 44 4. TÉRMINO DO CONTRATO DE EMPREGO POR ATO CULPOSO DO EMPREGADO Por outro lado, se o crime cometido tiver relação com o contrato de emprego, a absolvição no processo penal, por exemplo, não inviabiliza o reconhecimento da justa causa. Extinção do contrato de trabalho 45 4. TÉRMINO DO CONTRATO DE EMPREGO POR ATO CULPOSO DO EMPREGADO f) Desídia no desempenho das respectivas funções (alínea “e”) – trata-se de figura jurídica que remete à ideia de trabalhador negligente, relapso. É a desatenção reiterada, o desinteresse contínuo, o desleixo contumaz com as obrigações decorrentes do contrato. Extinção do contrato de trabalho 46 4. TÉRMINO DO CONTRATO DE EMPREGO POR ATO CULPOSO DO EMPREGADO Esse tipo jurídico exige, regra geral, que a conduta irregular seja reiterada e habitual, para a dispensa do empregado por justa causa. Assim, a conduta desidiosa deve merecer exercício pedagógico do poder disciplinar pelo empregador com gradação de penalidades (advertência, suspensão) em busca de uma ressocialização do trabalhador. Extinção do contrato de trabalho 47 4. TÉRMINO DO CONTRATO DE EMPREGO POR ATO CULPOSO DO EMPREGADO Uma só falta não vai caracterizar a desídia. As faltas anteriores devem, porém, ter sido objeto de punição ao empregado, ainda que sob a forma de advertência verbal. A configuração da justa causa se dará com a última falta. Extinção do contrato de trabalho 48 4. TÉRMINO DO CONTRATO DE EMPREGO POR ATO CULPOSO DO EMPREGADO g) Embriaguez habitual ou em serviço (alínea “f”) – Esse tipo legal se aplica à embriaguez alcoólica. Entretanto, poderá haver a embriaguez pelo uso de outras substâncias tóxicas. Extinção do contrato de trabalho 49 4. TÉRMINO DO CONTRATO DE EMPREGO POR ATO CULPOSO DO EMPREGADO Desdobra-se em duas situações: Embriaguez habitual e embriaguez em serviço. A habitual seria aquela embriaguez que ocorre mesmo sem relação com o ambiente de trabalho, repetidas vezes dentro de curto espaço de tempo. A segunda, dentro do ambiente de trabalho, ainda que eventualmente. Extinção do contrato de trabalho 50 4. TÉRMINO DO CONTRATO DE EMPREGO POR ATO CULPOSO DO EMPREGADO Extinção do contrato de trabalho 51 4. TÉRMINO DO CONTRATO DE EMPREGO POR ATO CULPOSO DO EMPREGADO Extinção do contrato de trabalho 52 4. TÉRMINO DO CONTRATO DE EMPREGO POR ATO CULPOSO DO EMPREGADO Se a embriaguez for habitual, fora do ambiente de trabalho, mas produzir efeitos no ambiente de trabalho, possibilita a ruptura por justa causa. A embriaguez em serviço, mesmo que por uma ou poucas vezes, no ambiente de trabalho, autoriza a dispensa por justa causa. Extinção do contrato de trabalho 53 4. TÉRMINO DO CONTRATO DE EMPREGO POR ATO CULPOSO DO EMPREGADO Registra-se, entretanto, a tendência atual de se considerar o alcoolismo uma doença, que deve ensejar o tratamento médico, com a suspensão do contrato de trabalho e o encaminhamento do trabalhador à Previdência Social para tratamento da patologia. Extinção do contrato de trabalho 54 4. TÉRMINO DO CONTRATO DE EMPREGO POR ATO CULPOSO DO EMPREGADO h) Violação de segredo da empresa (alínea “g”) – o segredo está ligado ao aspecto jurídico, e que venha a significar algo de privativo da empresa. Portanto, comete justa causa o empregado que, em razão do contrato de trabalho, e sem autorização do empregador, revele a situação financeira da Empresa, uma estratégia de marketing, uma descoberta de fórmula por meio da qual a empresa pretenda colocar produto inédito no mercado. Extinção do contrato de trabalho 55 4. TÉRMINO DO CONTRATO DE EMPREGO POR ATO CULPOSO DO EMPREGADO i) Ato de Indisciplina ou de insubordinação (alínea “h”) Indisciplina – é o descumprimento de ordens gerais, dadas a todos os empregados indistintamente. Portanto, é a desobediência às determinações contidas em regimentos internos, circulares, portarias, ou mesmo instruções gerais, sejam escritas ou verbais. A indisciplina, para ser caracterizada, não exige reiteração do ato. Extinção do contrato de trabalho 56 4. TÉRMINO DO CONTRATO DE EMPREGO POR ATO CULPOSO DO EMPREGADO Insubordinação – é o descumprimento de ordens pessoais de serviço. A distinção entre a indisciplina e a subordinação decorre do seguinte: a primeira a ordem descumprida é geral, para todos os empregados e a segunda é pessoal, ou seja, foi dada somente para determinado trabalhador. Extinção do contrato de trabalho 57 4. TÉRMINO DO CONTRATO DE EMPREGO POR ATO CULPOSO DO EMPREGADO j) Abandono de emprego (alínea “i”) – é a ausência continuada com a intenção de não mais trabalhar. Dois requisitos o caracterizam – primeiro o decurso do tempo (elemento objetivo), segundo a intenção de não mais trabalhar (elemento subjetivo – animus dereliquendi). Extinção do contrato de trabalho 58 4. TÉRMINO DO CONTRATO DE EMPREGO POR ATO CULPOSO DO EMPREGADO A jurisprudência firmou o entendimento de que o prazo mínimo de 30 dias, expressa a intenção de abandonar (súmula 32 do TST). Porém, a intenção pode existir em tempo bem menor. Extinção do contrato de trabalho 59 4. TÉRMINO DO CONTRATO DE EMPREGO POR ATO CULPOSO DO EMPREGADO l) Ato lesivo da honra ou da boa fama praticado no serviço contra qualquer pessoa, ou ofensas físicas, nas mesmas condições, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem (alínea “j”) Extinção do contrato de trabalho 60 4. TÉRMINO DO CONTRATO DE EMPREGO POR ATO CULPOSO DO EMPREGADO m) Ato lesivo da honra e boa fama ou ofensas físicas praticadas contra o empregador e superiores hierárquicos, salvo em caso de legítima defesa própria ou de outrem (alínea “k”) Extinção do contrato de trabalho 61 4. TÉRMINO DO CONTRATO DE EMPREGO POR ATO CULPOSO DO EMPREGADO Lesões à honra ou boa fama – é a ofensa a honra da pessoa por meio da injúria (ofensa à dignidade ou decoro), calúnia (imputação de fato definido como crime) e difamação (imputação de fato ofensivo à sua reputação). Extinção do contrato de trabalho 62 4. TÉRMINO DO CONTRATO DE EMPREGO POR ATO CULPOSO DO EMPREGADO Segundo Russomano*, “tudo que por gestos ou palavras importar em expor outrem ao desprezo de terceiros, será considerado lesivo da boa fama, e, tudo quanto, por qualquer meio magoá-lo em sua dignidade pessoal, será ato contra a honra”. *Mozart Victor Russomano, foi Jurista e Professor Universitário, faleceu no ano de 2010 aos 88 anos. Extinção do contrato de trabalho 63 4. TÉRMINO DO CONTRATO DE EMPREGO POR ATO CULPOSO DO EMPREGADO Ofensas físicas – serão consideradas ofensas físicas caracterizadoras todas as agressões,tentada ou consumada, contra o superior hierárquico, empregadores, colegas ou terceiros, no local de trabalho. Observação: a legítima defesa própria ou de outrem é excludente de justa causa para a dispensa do empregado. Extinção do contrato de trabalho 64 4. TÉRMINO DO CONTRATO DE EMPREGO POR ATO CULPOSO DO EMPREGADO Extinção do contrato de trabalho 65 4. TÉRMINO DO CONTRATO DE EMPREGO POR ATO CULPOSO DO EMPREGADO 0) Prática constante de jogos de azar – é a quebra da obrigação geral de conduta do empregado, praticada fora do ambiente de trabalho, com reflexo no contrato de trabalho, pois o jogador não inspira confiança e sem esta não há contrato de trabalho. Jogos de azar são as apostas com repercussão pecuniária, em atividades ilegais ou proibidas. Se o empregado se dedica costumeiramente aos jogos de azar estará praticando justa causa. A habitualidade é necessária para a configuração da falta. Extinção do contrato de trabalho 66 4. TÉRMINO DO CONTRATO DE EMPREGO POR ATO CULPOSO DO EMPREGADO Extinção do contrato de trabalho 67 4. TÉRMINO DO CONTRATO DE EMPREGO POR ATO CULPOSO DO EMPREGADO Art. 158, parágrafo único da CLT – recusa injustificada à observância das instruções sobre medida e segura do trabalho, expedidas pelo empregador e também ao uso de equipamentos de proteção individual fornecidos pela Empresa. Extinção do contrato de trabalho 68 5. TÉRMINO DO CONTRATO DE EMPREGO POR ATO CULPOSO DO EMPREGADOR Despedida indireta ou rescisão indireta Os atos faltosos do empregador surgem da violação de três (03) direitos fundamentais do empregado: Extinção do contrato de trabalho 69 5. TÉRMINO DO CONTRATO DE EMPREGO POR ATO CULPOSO DO EMPREGADOR 1º - do direito ao respeito à pessoa física e moral (decoro e prestígio); 2º - da tutela das condições essenciais do contrato; 3º - da observância pelo empregador das obrigações que constituem a contraprestação do trabalho (Délio Maranhão). Extinção do contrato de trabalho 70 5. TÉRMINO DO CONTRATO DE EMPREGO POR ATO CULPOSO DO EMPREGADOR De acordo com a CLT, em seu artigo 483, são estas as situações que podem ensejar a despedida indireta: a) forem exigidos serviços superiores às suas forças, defesos por lei, contrários aos bons costumes ou alheio ao contrato Extinção do contrato de trabalho 71 5. TÉRMINO DO CONTRATO DE EMPREGO POR ATO CULPOSO DO EMPREGADOR Serviços superiores às suas forças: é considerado serviço superior às forças do empregado, aquele que provoque esgotamento físico ou mental. Portanto, é considerado serviço superior às forças do empregado, além do serviço físico, superior aos limites previstos em lei, qualquer outra atividade que revele trabalho estressante, penoso etc. Extinção do contrato de trabalho 72 5. TÉRMINO DO CONTRATO DE EMPREGO POR ATO CULPOSO DO EMPREGADOR Extinção do contrato de trabalho 73 5. TÉRMINO DO CONTRATO DE EMPREGO POR ATO CULPOSO DO EMPREGADOR Exemplo: emprego de força muscular superior a 60 quilos, se homem (art. 198 da CLT); emprego de força muscular superior a 20 quilos para o trabalho contínuo ou 25 quilos para o trabalho ocasional, se mulher (art. 390 da CLT) etc. Serviços defesos por lei – são aqueles proibidos pela legislação vigente, inclusive a penal. Contrário aos bons costumes – é aquele que ofende a moral pública. Extinção do contrato de trabalho 74 5. TÉRMINO DO CONTRATO DE EMPREGO POR ATO CULPOSO DO EMPREGADOR b) For tratado pelo empregador ou por seus superiores hierárquicos com rigor excessivo - o tratamento adequado, baseado no respeito, na urbanidade é obrigação das partes. Entretanto, o rigor excessivo no tratamento para com o empregado, não passa pelo crivo do princípio da proporcionalidade. Extinção do contrato de trabalho 75 5. TÉRMINO DO CONTRATO DE EMPREGO POR ATO CULPOSO DO EMPREGADOR Extinção do contrato de trabalho 76 5. TÉRMINO DO CONTRATO DE EMPREGO POR ATO CULPOSO DO EMPREGADOR Assim, a não observância do princípio da proporcionalidade entre a natureza da falta e a penalidade imposta, possibilita a rescisão indireta do contrato de emprego. Exemplo: suspender o empregado por 10 dias somente porque chegou atraso alguns minutos uma única vez. Extinção do contrato de trabalho 77 5. TÉRMINO DO CONTRATO DE EMPREGO POR ATO CULPOSO DO EMPREGADOR c) Correr manifesto de mal considerável: ocorre quando o empregado é obrigado a trabalhar em condições perigosas sem que a empresa adote as medidas de segurança recomendadas pelas normas de proteção, objetivando protegê-lo de eventual perigo. Extinção do contrato de trabalho 78 5. TÉRMINO DO CONTRATO DE EMPREGO POR ATO CULPOSO DO EMPREGADOR Extinção do contrato de trabalho 79 5. TÉRMINO DO CONTRATO DE EMPREGO POR ATO CULPOSO DO EMPREGADOR Extinção do contrato de trabalho 80 5. TÉRMINO DO CONTRATO DE EMPREGO POR ATO CULPOSO DO EMPREGADOR d) Não cumprir o empregador as obrigações do contrato – os casos mais comuns são: falta de pagamento dos salários (retenção salarial), alteração da prestação de serviços (colocar o empregado na ociosidade), não pagar certas vantagens concedidas com habitualidade (redução salarial), alteração da jornada de trabalho pré-fixada etc. Extinção do contrato de trabalho 81 5. TÉRMINO DO CONTRATO DE EMPREGO POR ATO CULPOSO DO EMPREGADOR Sobre o assunto: v. Decreto–Lei 368, de 19/12/68 (dispõe sobre efeitos de débitos salariais) e artigo 7º, inciso X da Constituição Federal. Extinção do contrato de trabalho 82 5. TÉRMINO DO CONTRATO DE EMPREGO POR ATO CULPOSO DO EMPREGADOR e) Praticar o empregador, ou seus prepostos, contra ele ou pessoas de sua família, ato lesivo da honra e boa fama: São atos lesivos da honra ou da boa fama a injúria, a calúnia e a difamação. Novamente vamos citar Russomano, que entende que, são considerados atos lesivos à honra ou a boa fama “tudo quanto, por gestos ou palavras, importar expor outrem ao desprezo de terceiros será considerado lesivo da boa fama, e, tudo quanto, por qualquer meio, magoá-lo em sua dignidade pessoal, será ato contra a honra”. Exemplo: Assédio Sexual. Extinção do contrato de trabalho 83 5. TÉRMINO DO CONTRATO DE EMPREGO POR ATO CULPOSO DO EMPREGADOR Extinção do contrato de trabalho 84 5. TÉRMINO DO CONTRATO DE EMPREGO POR ATO CULPOSO DO EMPREGADOR Extinção do contrato de trabalho 85 5. TÉRMINO DO CONTRATO DE EMPREGO POR ATO CULPOSO DO EMPREGADOR f) O empregador ou seus prepostos ofenderem-no fisicamente, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem - é motivo para a rescisão indireta, o empregador ou seu preposto (poderes próprios de empregador), que ofender fisicamente o trabalhador. Extinção do contrato de trabalho 86 5. TÉRMINO DO CONTRATO DE EMPREGO POR ATO CULPOSO DO EMPREGADOR Extinção do contrato de trabalho 87 5. TÉRMINO DO CONTRATO DE EMPREGO POR ATO CULPOSO DO EMPREGADOR g) O empregador reduzir o seu trabalho, sendo este por peça ou tarefa, de forma a afetar sensivelmente a importância dos salários - redução do trabalho de forma a reduzir os ganhos, de forma significativa. Extinção do contrato de trabalho 88 6. EXERCÍCIO DA FACULDADE ASSEGURADAS NO ARTIGO 483, § 1º, 2º E 3º DA CLT Art. 483, § 1º da CLT - o empregado poderá suspender a prestação dos serviços ou rescindir o contrato, quando tiver de desempenhar obrigações legais incompatíveis com a continuidade do vínculo. Extinção do contrato de trabalho 89 6. EXERCÍCIO DA FACULDADE ASSEGURADAS NO ARTIGO 483, § 1º, 2º E 3º DA CLT Duas são as opções: PRIMEIRA: o contrato de trabalho fica suspenso até o cumprimentodas obrigações legais. Ex.: cumprimento do mandato no executivo, no legislativo, serviço militar (artigo 472 da CLT). Extinção do contrato de trabalho 90 6. EXERCÍCIO DA FACULDADE ASSEGURADAS NO ARTIGO 483, § 1º, 2º E 3º DA CLT SEGUNDA opção: o empregado poderá resilir o contrato de trabalho, devendo pré-avisar o empregador. Art. 483, § 2º da CLT - é facultado ao empregado resilir o contrato em caso de morte do empregador (pessoa física). Extinção do contrato de trabalho 91 6. EXERCÍCIO DA FACULDADE ASSEGURADAS NO ARTIGO 483, § 1º, 2º E 3º DA CLT Art. 483, § 3º da CLT – nos casos das alíneas “d” e “g” o empregado poderá pleitear a rescisão do contrato de trabalho e pleitear as reparações legais, permanecendo, ou não, no emprego até final decisão do processo. Extinção do contrato de trabalho 92 7. TÉRMINO DO CONTRATO DE EMPREGO POR CULPA RECÍPROCA É indispensável para a configuração da culpa recíproca, que as culpas do empregado e do empregador sejam simultâneas e guardem entre si a mesma intensidade. Em caso de culpa recíproca a indenização reduzirá pela metade da que seria devida em caso de culpa exclusiva do empregador (Súmula 14 do TST). Extinção do contrato de trabalho 93 7. TÉRMINO DO CONTRATO DE EMPREGO POR CULPA RECÍPROCA “Culpa recíproca. Configuração – Comprovado nos autos, de um lado, o pleno conhecimento das normas de trabalho e o seu descumprimento por parte do empregado, que deliberadamente alterou a senha de acesso ao programa por meio do qual era emitido relatório diário de produção e custos, impedindo que outros colegas o fizessem, e, de outro lado, a falta praticada pela empresa que, mesmo depois de haver punido o reclamante com advertência por tal ato, deixou-o praticamente... Extinção do contrato de trabalho 94 7. TÉRMINO DO CONTRATO DE EMPREGO POR CULPA RECÍPROCA ...por uma semana sem qualquer atividade, impedindo-o de executar o trabalho para o qual fora contratado, fica caracterizada a culpa recíproca prevista no art. 484 da CLT, o que autoriza o pagamento da indenização que seria em caso de dispensa imotivada, pela metade, inclusive no que toca à multa incidente sobre o FGTS, esta consoante o § 22 do art. 18 da Lei 8.036/90”. TRT, 3ª Reg., RO 00449-2003-060-03- 00-6 – (Ac. 1ª T.) – Rel. Juiz Marcus Moura Ferreira. DJMG 19.12.03, p. 8. Extinção do contrato de trabalho 95 CONSIDERAÇÕES FINAIS A dissolução de contrato de trabalho, em qualquer dos casos apresentados, podem gerar verbas trabalhistas, porém, esse será tema de outro grupo! Extinção do contrato de trabalho 96 OBRIGADO!!!! 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