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INTRODUÇÃO HISTÓRIA DA PD NO BRASIL E MÉTODO LANCASTER

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Aula Introdutória sobre História da Profissão Docente no Brasil
No Brasil, a diversidade era característica do sistema educacional: formas e locais diversos de aprendizagem, propriedades rurais, espaços urbanos, igrejas, corporações. Os padres mais os familiares, preceptores particulares e os proprietários de escravos eram os responsáveis pelo ensino, destinado apenas aos filhos de fazendeiros, agregados e escravos.
Isso porque a iniciação à cultura letrada não era responsabilidade do Estado e a formação de professores não assumia um caráter institucional; os primeiros professores se “formavam” enquanto se alfabetizavam nas escolas de primeiras letras por meio do método de Lancaster.
Somente com a Lei Geral de 15/10/1827 (Decreto Imperial de D. Pedro I), foi determinado que “todas as cidades, vilas e lugarejos tivessem suas escolas de primeiras letras”. É por causa desse Decreto, que o Dia do professor é comemorado no dia 15 de Outubro. Essa data, contudo, só foi oficializada em 1963 (mais de um século depois).
O acesso à educação, porém, ainda era muito restrito no império. Apenas famílias ricas tinham condições de contratar professores para educar seus filhos (em escolas privadas ou de forma independente).
Também em 1827, D. Pedro I instituiu que a educação superior seria de responsabilidade do governo imperial. O Ensino superior era destinado exclusivamente à formação das elites do país e foi assim até a 1ª metade do século XX. Temos como exemplos de cursos mais antigos e tradicionais: Direito, Medicina e Engenharia.
Apenas com D. João VI, no início do século XIX, a educação terá controle por parte do Estado com as primeiras iniciativas para organizar um sistema de instrução primária, a exemplo da nomeação de 120 professores e da aposentadoria de cerca de 30 a 40 professores.
Apenas a partir dos anos 30(século XX) com o surgimento dos grupos escolares, foi que o ensino público gratuito passou a se responsabilizar efetivamente pela educação das crianças. Também surgiram os primeiros cursos de licenciatura, mesmo assim apenas nos grandes centros urbanos da época.
Se a Lei das Escolas de 1ª Letras tivesse viabilizado de fato a instalação de escolas elementares em todas as cidades e vilas, como se propunha, teria dado origem a um sistema nacional de instrução pública. Entretanto, isso não aconteceu. Em 1834 (Ato Adicional à Constituição do Império) o governo central desobrigou-se de cuidar das escolas primárias e secundárias transferindo essa incumbência para os governos provinciais.
Também em 1834, com a criação das Escolas Normais, por meio do ato adicional citado acima e da política de transferência da responsabilidade com a formação de professores para as províncias, houve as primeiras iniciativas com a institucionalização docente, onde a primeira Escola Normal surgiu em Niterói-RJ, no ano de 1835.
No Brasil as Escolas Normais surgem com o objetivo de embutir valores morais aos cidadãos do Império; mas do que ensinar a ler e a escrever, seu objetivo era disseminar valores de uma classe dominante sobre as classes dominadas; com esse objetivo, a formação docente passou a ser uma prioridade.
Portanto, o processo de formação docente é caracterizado por avanços e retrocessos, por muitas reformas e pela criação e extinção de Escolas Normais. O Estado institui os meios de formação e ao mesmo tempo, os mecanismos de conformação através de concurso e do controle por meio da inspeção e vigilância.
O Método de Lancaster/SAVIANI
Até a primeira metade do século XIX perdurou o “ensino mutuo” também chamado de monitorial ou de Lancasteriano: aproveitamento dos alunos mais adiantados como auxiliares do professor no ensino de classes numerosas. Tais alunos eram elevados à posição de monitores e investidos na função docente. O método impunha regras predeterminadas, rigorosa disciplina e a distribuição hierarquizada dos alunos sentados em bancos dispostos em um salão único e bem amplo; de uma das extremidades do salão, o mestre, sentado numa cadeira alta, supervisionava toda a escola e, em especial, os monitores.
Os objetivos principais eram: disciplina (não se admitia conversas), memorização, severas punições, castigos com constrangimentos morais.
As principais críticas: falta de instalações físicas adequadas; em nenhum momento aparecem elogios a parte pedagógica do método (seu potencial de instruir bem). Seu aspecto quantitativo é sempre enaltecido ou a possibilidade de “instruir” muitas pessoas ao mesmo tempo e a um baixo custo.
Desde a antiguidade o método já era utilizado por judeus e gregos. Posteriormente, Comênios (autor de Didática Magna) e o francês Jean Baptiste de La Salle (pioneiro na organização dos seminários de formação docente) o empregavam ou aconselhavam: o professor tomava um ou mais alunos (em estágio mais avançado de aprendizagem) para monitorá-los e estes aprendiam o ofício ajudando nas tarefas com os demais (daí advém o uso de monitores no ensino). Estes recebiam instrução à parte pelo mestre. Cada monitor era responsável por um grupo de cerca de dez alunos. Tal método surgiu quando ainda não existia uma consistência no processo de formação docente (onde o preparo dos professores reduzia-se à competência deles).

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