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INTRODUÇÃO DE ESPÉCIES EXÓTICAS Tipos de introdução: ªintencional ªacidental Objetivos da importação de espécies de interesse: ªalimentação ªlazer ªprodução de celulose e papel ªoutros (às vezes acompanhadas de espécies não desejadas) ESPÉCIES EXÓTICAS - BRASIL Origem: Austrália Globalmente: em 1990, plantações ocupavam 10 milhões de hectares Provavelmente: crescendo em praticamente todos países das regiões tropical e temperada quente Sudeste do Brasil: combustível para usinas de aço – fator importante no declínio da Mata Atlântica Aracruz Celulose: seca de 156 riachos e do Rio São Domingos Eucalyptus globulus Fonte: Brigth (1998) INTRODUÇÃO DE ESPÉCIES EXÓTICAS Problema: espécie introduzida pode se tornar invasora Quando se observa a invasão de continentes, ilhas e mares por plantas e animais, e seus parasitas microscópicos, tem-se a impressão de ruptura, conseqüências inesperadas e … um monte de novas dificuldades para os homens”(Elton ,1958) INTRODUÇÃO DE ESPÉCIES EXÓTICAS Problema: espécie introduzida pode se tornar invasora Espécies Invasoras e Ultrapassagem de Barreiras (Belz, 2004 / LACTEC) Barreira Geográfica ⇒ INTRODUÇÃO Barreira Ambiental ⇒ ESTABELECIMENTO Barreira de Dispersão ⇒ INVASÃO INTRODUÇÃO DE ESPÉCIES EXÓTICAS O sucesso da espécie como invasora depende de: I. Potencial invasivo da espécie (invasiveness) II. Vulnerabilidade do sistema à invasão (invasibility) INTRODUÇÃO DE ESPÉCIES EXÓTICAS POTENCIAL INVASIVO DA ESPÉCIE: ªdinâmica populacional do invasor (número grande de descendentes, períodos juvenis curtos) ªcapacidade de dispersão (alta taxa de reprodução e crescimento populacional) ªresiliência do invasor a mudanças das condições climáticas (alta plasticidade ecológica, ampla tolerância ambiental) INTRODUÇÃO DE ESPÉCIES EXÓTICAS VULNERABILIDADE DO SISTEMA À INVASÃO : ªpresença de microhabitats a serem ocupados ªpresença de agentes controladores (ex: predadores, competidores) INTRODUÇÃO DE ESPÉCIES EXÓTICAS Vulnerabilidade de um ecossistema à invasão Grau de alteração do ecossistema (Elton, 1958) X Taxa de inoculação (Groves e Birdon, 1986; Monney e Drake, 1989) INTRODUÇÃO DE ESPÉCIES EXÓTICAS Introdução de Cichla ocellaris (tucunaré) no lago Gatun (Panamá) Esquema da teia alimentar no Lago Gatun, antes da introdução de Cichla ocellaris (Modificado de Paine, 1986) Esquema da teia alimentar no Lago Gatun, após a introdução de Cichla ocellaris (Modificado de Paine, 1986) INTRODUÇÃO DE ESPÉCIES EXÓTICAS Introdução de Lates niloticus (perca do Nilo) no lago Victoria (África) (Fonte: www.paparoka.com) Esquema simplificado da teia alimentar da zona sublitoral do Golfo Mwanza (Lago Victoria) nos anos 70. (em preto: haplocromíneos) (Modificado de Witte et al., 1992) Esquema simplificado da teia alimentar da zona sublitoral do Golfo Mwanza (Lago Victoria) em 1980. (Modificado de Witte et al., 1992) (Fonte: www.ittiofauna.org/.../lates_niloticus03-500.jpg) INTRODUÇÃO DE ESPÉCIES EXÓTICAS Introdução de Pomacea canaliculata (caramujo maçã dourada) na Ásia – o caso das Filipinas Agricultores deveriam estar informados sobre a importância de conservar os ovos dos predadores como o gafanhoto de chifre longo. Fonte: http://pestalert.applesnail.net/ Controle natural de Pomacea canaliculata Solenopsis geminata Preda os ovos ⇒ poderia ser usada no controle biológico Mas: cuidado para que a formiga de fogo não se torne praga Conocephalous longipennis ESPÉCIES EXÓTICAS - BRASIL Origem: África Introduzidas como forrageiras Reserva Pé de Gigante (SP) - alto valor de importância - negativamente associadas com a maioria das graminóides nativas, sugerindo: Brachiaria decumbens Melinis minutiflora forte pressão competitiva sobre a comunidade de herbáceas nativas Fonte: Pivello et al. (1999) INTRODUÇÃO DE ESPÉCIES EXÓTICAS ªobjetivo: produção de leite ⇒ desenvolvimento de comunidades carentes) ªRondônia: introdução de 30 cabeças originárias da Ilha de Marajó, na década de 50 Bubalus bubalis (búfalo doméstico) (http://www.portaldoagronegocio.com.br/ conteudo.php?id=10037) ª projeto não obteve sucesso ⇒ os 30 indivíduos foram soltos na floresta em 1953 ªatingiram áreas alagáveis do Vale do Guaporé ⇒ superpopulação ⇒ problemas!!! ESPÉCIES EXÓTICAS - BRASIL Achatina fulica Fonte: http://www.ibama.gov.br/sp/index.php?id_menu=111 Nome popular: caramujo-gigante africano Origem: Leste e Nordeste da África Introdução: no Paraná, por volta de 1988 Motivo da introdução: alternativa viável para o escargot verdadeiro (reprodução intensa, cresce mais depressa e oferece mais carne) Impactos: meio ambiente, agricultura e saúde pública (hospedeiro intermediário de dois vermes, presentes no interior do caramujo ou no muco) IBAMA: plano piloto de ação para controle e monitoramento do Achatina fulica (a partir de 2004) ESPÉCIES EXÓTICAS - BRASIL Corbicula fluminea Origem: Extremo Oriente Introdução: no Rio da Prata, entre 1965 e 1975 Dispersão em direção ao Norte, através dos Rios Uruguai e Paraná, e ao Sul Argentina: primeiro registro fora da Bacia do Prata: 1992 Brasil: Rio Paraná Impactos: obstrução de encanamentos e filtros (ETAs), contaminação de água por substâncias utilizadas para seu controle, contaminação de materiais de construção (areia) Fontes: Darrigran (1997) Martín e Estebenet (2001) Takeda et al. (http://www.peld.uem.br/Relat2002/peld-reltec02-Comp_Biotico.htm) Ocorrência de Corbicula fluminea no Estado de São Paulo ESPÉCIES EXÓTICAS - BRASIL ESPÉCIES EXÓTICAS - BRASIL (Modificado de Karatayev et al., 2007) Alteração do ciclo de nutrientes Cobertura de macrófitas Comunidade planctônica Estrutura da teia alimentar Estabilidade da comunidade Abundância de peixes bentófagos Penetração de luz Aumento de sedimentação Decréscimo do conteúdo orgânico do sedimento Acúmulo de conchas mortas Aumento da rugosidade do fundo Efeito no nível sistêmico Efeito local Retroalimentação Efeito positivo Efeito negativo ESPÉCIES EXÓTICAS - BRASIL Limnoperna fortunei Nome popular: mexilhão-dourado Origem: Extremo Oriente Dezembro de 2003: criação da FTN para o controle do mexilhão-dourado Impactos: aparecimento de fauna incrustante antes não existente, redução de abrigos naturais de alevinos, mortandade de espécies autóctones por colonização/incrustação, odor desagradável do material em decomposição, redução de diâmetro e obstrução de tubulações, entupimento de filtros, etc Fontes: Darrigran (1997) Martín e Estebenet (2001) Takeda et al. (http://www.peld.uem.br/Relat2002/peld-reltec02-Comp_Biotico.htm) Cronologia da invasão de Limnoperna fortunei ESPÉCIES EXÓTICAS - BRASIL Fonte: MMMA (Secretaria de Qualidade Ambiental nos Assentamentos Humanos) (2004) 1991 – Primeiros exemplares detectados no estuário do Rio da Prata 1995 – Registros em pontos de captação de água na Argentina 1997 – Registros no Rio Paraguai 1998 – Nova invasão: Estuário do Rio Guaíba; Alcança a região de Corumbá 2001 – Primeira ocorrência no Uruguai e na Usina de Itaipu (Rio Paraná) 2002 – Ocorrência na Usina de Porto Primavera (Rio Paraná) 2003 – Usina São Simão (Rio Paranaíba) 2004 – Usina Engenheiro de Souza Dias – Jupiá (Rio Paraná) INTRODUÇÃO DE ESPÉCIES EXÓTICAS Problemas potenciais: ªdegradação ambiental ªruptura da comunidade (descontinuidade) ªdegradação genética ªintrodução de parasitas e doenças ªefeitos sócio-econômicos INTRODUÇÃO DE ESPÉCIES EXÓTICAS Problemas potenciais: ªruptura da comunidade: perda de espécies recuperaçãodo ecossistema? funcionamento do ecossistema? PERDA DE ESPÉCIES Influência sobre o funcionamento do ecossistema Hipóteses (Covich, 1996): ªNenhum padrão: aumento do número de espécies não leva a aumento do número de processos do ecossistema PERDA DE ESPÉCIES Influência sobre o funcionamento do ecossistema Hipóteses (Covich, 1996): ªNenhum padrão ªIdiossincrática (Lawton, 1994) - algum padrão: quando a diversidade é alterada, há uma mudança detectável no funcionamento do ecossistema, mas a magnitude e a direção desta mudança é imprevisível porque os papéis de cada espécie são complexos e variáveis PERDA DE ESPÉCIES Influência sobre o funcionamento do ecossistema Hipóteses (Covich, 1996): ªNenhum padrão ªIdiossincrática (algum padrão) ªExistência de pouca redundância: poucas espécies podem ser perdidas antes que seja atingido um limiar, a partir do qual a resposta do ecossistema é alterada (Ehrlich e Ehrlich, 1981) PERDA DE ESPÉCIES Influência sobre o funcionamento do ecossistema Hipóteses (Covich, 1996): ªNenhum padrão ªIdiossincrática (algum padrão) ªExistência de pouca redundância ªExistência de muita redundância: muitas espécies podem substituir a perdida ⇒ taxas dos processos não são alteradas até que muitas espécies sejam perdidas (Walker, 1992; Lawton, 1994). - a importância da espécie depende dela ser determinante para o ecossistema (“motorista”, “condutora”) ou “passageira”, sendo que este papel varia temporalmente. INTRODUÇÃO DE ESPÉCIES EXÓTICAS Problemas potenciais: ªruptura da comunidade: perda de espécies recuperação do ecossistema? funcionamento do ecossistema? espécies mutualistas? espécies indicadoras x redução da qualidade do habitat INTRODUÇÃO DE ESPÉCIES EXÓTICAS ª não necessariamente vai causar impactos ambientais negativos (Ricciardi e Cohen, 2007) Espécie com alto potencial invasor: ª uma vez no novo ambiente, pode demorar anos para se tornar invasora ª dependendo do ambiente pode ou não se tornar invasora INTRODUÇÃO DE ESPÉCIES EXÓTICAS s a t u r a ç ã o d e i n v a s ã o regulação educação controle declínio da qualidade da água (Modificado de Karatayev et al., 2007) construção de canais para navegação construção de reservatórios alteração das fronteiras políticas migração humana comércio internacional melhora da qualidade da água Invasão inicial tempo INTRODUÇÃO DE ESPÉCIES EXÓTICAS (Modificado de Parker et al., 1999) B a i x o A l t o F a c i l i d a d e d e R e m o ç ã o o u R e s t a u r a ç ã o Impacto Atual Baixo Alto Média Baixa Alta A l t a B a i x a Média A) PRIORIDADE PARA ERRADICAÇÃO INTRODUÇÃO DE ESPÉCIES EXÓTICAS (Modificado de Parker et al., 1999) A l t o B) PRIORIDADE PARA PREVENÇÃO Potencial de Impacto Futuro B a i x a Baixo Alto Média Média Alta F a c i l i d a d e d e R e m o ç ã o o u R e s t a u r a ç ã o A l t a Baixa INTRODUÇÃO DE HÍBRIDOS – NOVA AMEAÇA Fonte: Folha de São Paulo (09/09/05)
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