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MONOGRAFIA PREGÃO ELETRÔNICO

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ASSOCIAÇÃO EDUCACIONAL E ASSISTENCIAL SANTA LÚCIA 
FACULDADE SANTA LÚCIA 
CURSO DE DIREITO 
 
 
 
 
 
 
 
LICITAÇÕES: PREGÃO ELETRÔNICO E A SEGURANÇA DO PROCEDIMENTO 
LICITATÓRIO 
 
 
 
 
 
 
 
 
Alexandra Fernanda Pego 
 
 
 
 
Mogi Mirim 
2016 
 
Alexandra Fernanda Pego 
 
 
 
 
 
 
LICITAÇÕES: PREGÃO ELETRÔNICO E A SEGURANÇA DO PROCEDIMENTO 
LICITATÓRIO 
 
 
 
 
 
 
 
Monografia apresentada à Faculdade Santa Lúcia, da 
Associação Educacional e Assistencial Santa Lúcia, como 
requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em 
Direito. 
 
 
Orientador: Prof: Mestre Henrique Francisco Seixas 
 
 
Mogi Mirim 
2016 
 
ASSOCIAÇÃO EDUCACIONAL E ASSISTENCIAL SANTA LÚCIA 
Faculdade Santa Lúcia 
 
 
Professor Mestre Jose Marcos Zanella Pinto 
Diretor da Faculdade Santa Lúcia 
 
Professor Mestre Dairson Mendes de Souza 
Coordenador do Curso de Direito 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ficha catalográfica elaborada por Beatriz de Fátima Barbosa CRB/8ª 6982. 
 
Pego, Alexandra Fernanda 
P376L Licitações: pregão eletrônico e a segurança no 
procedimento licitatório./ Alexandra Fernanda Pego -- Mogi 
Mirim: [s.n.], 2016 
 66 p. 
 
 Orientador: Prof. Dr. Henrique Francisco Seixas 
 Monografia (graduação) – Faculdade Santa Lúcia, 
Graduação em Direito. 
1. Licitações. 2. Pregão eletrônico. 3. Segurança. 4. Crimes. 
I. Seixas Francisco, Henrique II. Faculdade Santa Lúcia. III. 
Título. 
 
 CDD 346.096 
 
ASSOCIAÇÃO EDUCACIONAL E ASSISTENCIAL SANTA LÚCIA 
FACULDADE SANTA LÚCIA 
 
Graduação em Direito 
 
 
FOLHA DE APROVAÇÃO 
 
 
Membros da Comissão Julgadora da Monografia de Graduação de Alexandra Fernanda 
Pego apresentada à Faculdade Santa Lúcia Associação Educacional e Assistencial Santa 
Lúcia, em 15/10/2016. 
 
COMISSÃO JULGADORA: 
 
_______________________________________________________________ 
Prof. Ms. Henrique Francisco Seixas 
Faculdade Santa Lúcia 
 
 
 
_______________________________________________________________ 
Prof. Ms. Ricardo de Assis Souza Cordeiro 
Faculdade Santa Lúcia 
 
 
_______________________________________________________________ 
Prof. Ms. Tacilio Alves da Silva 
Faculdade Santa Lúcia 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico esse trabalho a meus pais, pois eu sou uma parte 
de sua história, enquanto eles são toda a minha história. 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
Primeiramente agradeço a Deus, pois me amparou e proporcionou os meios para que eu 
pudesse atingir meus objetivos. Nossa Senhora Aparecida que me auxiliou e me cobriu 
com seu manto atendendo prontamente minhas orações. 
A todos da minha família, em especial minha mãe uma mulher forte e guerreira a minha 
primeira professora e filósofa, quem eu tanto amo. 
Meu pai um homem de honra, meu herói e aos meus irmãos os homens da minha vida. 
Agradeço o apoio de todos os meus colegas da faculdade, e em especial Danilo Paulo 
Dias e Viviane Azevedo, amigos que tenho como irmãos. 
Agradeço ao amigo Rafael Anselmo Viana e seus pais, que durante os primeiros anos da 
minha graduação me apoiaram de diversas formas. 
Meu querido amigo Rafael Trindade Brandão pelo auxílio nos estudos que me levaram a 
obter êxito no exame de ordem. 
Meu Professor e Mestre Henrique Francisco Seixas pela paciência e por ser além de 
Professor, amigo, e um mestre que não ensina apenas o Direito, mas ensina sobre a vida. 
A todos os funcionários da faculdade e em especial as minhas queridas amigas Beatriz 
Barbosa, Ana Leticia Genacki, Ione Tavares e Iraci Cosendey. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Teu dever é lutar pelo Direito, mas se um dia encontrares o Direito 
em conflito com a Justiça, luta pela Justiça. 
Eduardo Juan Couture
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PEGO, A. F. LICITAÇÕES: PREGÃO ELETRÔNICO E A SEGURANÇA DO 
PROCEDIMENTO LICITATÓRIO. Monografia apresentada a Faculdade Santa Lúcia para 
a obtenção do título de bacharel em Direito. 2016 
 
 
RESUMO 
 
 
O Estado trabalha em tese como uma empresa e precisa contratar com particulares para 
manter suas atividades e garantir a busca do interesse público. Para realizar contratações 
é obrigatório que os contratos sejam precedidos de licitação, como disposto no Art. 37 
XXIV da Constituição Federal, com o objetivo de verificar a segurança no procedimento 
eletrônico analisou-se no presente trabalho os princípios aplicáveis às licitações, bem 
como seu procedimento e modalidades no âmbito da lei 8.666/1993 e 10.520/2002. 
Almejou-se através do trabalho verificar o porquê mesmo com a implantação de meios 
que visam garantir a legalidade no âmbito das licitações ainda se diz em fraudes, conluios 
e condutas que afetam de forma negativa a atuação administrativa e, portanto causam 
danos ao interesse público. 
 
Palavras-chave: Direito Administrativo, licitações, pregão eletrônico, procedimento, 
conluio, fraude, uso de robôs, segurança, crimes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ii 
 
 
LISTA DE ABREVIATURAS 
 
 
Art. Artigo 
CF Constituição Federal 
CGU Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas e Suspensas 
CNJ Conselho Nacional de Justiça 
CNPJ Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica 
CPF Cadastro de pessoa física 
Min. Ministro 
Rel. Relator 
SICAF Sistema de Cadastro de fornecedores 
SISG Sistema de Serviços Gerais 
SLTI Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação 
TCU Tribunal de Contas da União 
TI Tecnologia da Informação 
 
 
 
 
 
 
 
1 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
A administração pública trabalha em prol da coletividade e na busca do interesse 
público deve observar a aplicação do princípio da legalidade. O interesse público é à base 
do efetivo trabalho da administração e para trabalhar a administração precisa contratar 
com terceiros. 
Com o intuito de garantir a aplicação dos princípios básicos do direito público, a 
Constituição Federal vinculou a Administração Pública ao procedimento da licitação que é 
o meio utilizado para as compras de bens e serviços, sendo ilegal a contratação de forma 
discricionária. 
Ademais, além da previsão constitucional, a licitação encontra respaldo na lei 
8.666/1993 que durante anos teve suas modalidades como única opção para a 
administração, no entanto, em 2002 com a promulgação da lei 10.520/2002 o pregão 
revolucionou a licitação simplificando o procedimento e tornando mais célere, as 
modalidades pregão presencial e eletrônico são aplicadas para as compras de bens e 
serviços de uso comum. 
 As modalidades de ambas as leis são importantes, no entanto, o administrador 
pode de acordo com o texto legal optar pela modalidade que será mais adequada e que 
garantirá a melhor aplicação do dinheiro público, além da proposta mais vantajosa. 
Sabe-se o peso da tecnologia para a sociedade, e como todos a Administração 
Pública se adequou as necessidades tecnológicas, o que se constata com o grande 
número de pregões eletrônicos realizados diariamente. 
Atualmente a modalidade mais utilizada pela Administração Pública é o pregão 
eletrônico devido à celeridade do seu procedimento. Ocorre que apesar da aceitação do 
pregão eletrônico e da sua utilização em grandeescala, a modalidade como qualquer 
outra esta sujeita a falhas e fraudes que ocorrem mesmo com todo o cuidado despendido 
pela administração, que busca coibir qualquer tipo de ilegalidade e fraudes nos 
procedimentos mesmo nos eletrônicos. Diante disso, esse trabalho tem como foco 
demonstrar que a administração tenta de diversas formas, coibir as fraudes e ilegalidade 
no pregão eletrônico. 
 
2 
 
 
No primeiro e segundo Capítulos será feito um breve histórico sobre licitações no 
direito brasileiro, além da análise conceitual, principiologica e modalidades, pois para 
compreender a lei 10.520/2002 e a aplicação do pregão eletrônico é necessário conhecer 
a lei 8.666/1993, eis que, durante anos a única e principal lei aplicada as compras 
governamentais. Ademais, todos os princípios aplicados a licitação estão embasados 
nessa lei, sendo aplicados de forma subsidiária a lei 10.520/2002. 
No segundo capítulo prossegue-se com a análise das modalidades previstas na 
lei 8.666/1993, enquanto no terceiro Capítulo verificam-se as modalidades da lei 
10.520/2002, pregão eletrônico e presencial. Com foco principal no Pregão eletrônico e 
seu procedimento, analisa-se as formas que a administração tem e busca para coibir a 
fraudes e ilegalidades no procedimento do pregão eletrônico, e como busca melhorar e 
adequar para ter eficiência o que desponta a seguinte indagação: as fraudes ocorrem pelo 
fato do sistema do pregão eletrônico ser considerado frágil, devido às supostas brechas 
apresentadas pela tecnologia ou por motivos alheios a ela. 
Por fim, concluí-se com os crimes e as sanções previstas em lei, e como a 
sociedade cobra uma atuação mais firme da administração e do judiciário, eis que, na 
maioria das vezes é explicito que a aplicação penalidade não esta sendo um meio 
eficiente para coibir a atuação ilegal dos agentes e particulares. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
1. LICITAÇÃO 
 
 
A importância da licitação consiste na necessidade de controlar os gastos públicos 
e da observância dos princípios constitucionais previstos no artigo 37 caput, princípios 
basilares para atuação da Administração Pública, sendo essenciais para a licitação. 
Com a economia atual podemos verificar a importância da diligência em relação 
aos gastos públicos e a necessidade de garantir boa aplicação das verbas públicas 
sempre destinadas à garantia da supremacia do interesse público, ou seja, em prol da 
coletividade. 
Fazendo-se necessário estudar o instituto da licitação e suas modalidades, visto a 
relevância e importância desse instituto bem como o atual desespero do governo em 
busca da economicidade, sendo esse um dos principais motivos para que o procedimento 
licitatório esteja de acordo com o previsto em Lei. 
 
1.1 Breve histórico sobre licitações no Direito Brasileiro 
 
 
Um dos primeiros vestígios da licitação no ordenamento brasileiro foi à cerca de 
cento e quarenta anos no ano de 1862 quando o Ministério da Agricultura Comercio e 
Obras Públicas buscou instituir por meio do Decreto nº. 2.926, de 
14.05.1862.(MAURANO,2010,SP). 
Em síntese tal decreto com 39 Artigos já possuía a previsão de anúncios para 
convite de interessados, possibilidade de apresentação de amostras dos objetos, sorteio 
de local para preenchimento de propostas bem como a apresentação em voz alta das 
mesmas, o presidente da chamada junta que nos dias atuais pode ser comparador com o 
pregoeiro ou autoridade competente, poderia estipular o tempo que achava necessário 
para a apresentação das propostas. 
Os arrematantes deveriam apresentar fiadores, bem como atestados de 
capacidade para a comprovação do fornecimento anterior dos objetos, tudo era reduzido 
a termo em contrato com estipulação de multa em caso de não cumprimento. 
 
4 
 
 
No âmbito federal a licitação inicialmente prevista, pelo Decreto nº. 4.536, de 
28.01.22, que organizou o Código de Contabilidade da União, com 108 artigos com 
previsões de início e fim do exercício financeiro, orçamentos, receitas e despesas 
publicas, aplicações de verbas, inventario dos bens públicos, responsabilidade e 
autoridades responsáveis por bens públicos. 
O procedimento licitatório continuou evoluindo, com o objetivo de conferir maior 
eficiência às contratações públicas, sendo, por fim, sistematizado através do Decreto-Lei 
nº. 200, de 25.02.67 que no titulo XII previa sobre as regras de licitação compras e 
alienações dispondo em seus artigos as modalidades de licitação concorrência, convite e 
tomada de preços, bem como fases do procedimento, licitação dispensada e obrigatória, 
documentação obrigatória, multa e prazos para entrega, posteriormente revogado pelo 
Decreto-Lei 6.946/1981 que veio a ser revogado pelo Decreto-Lei nº. 2.300, de 21.11.86, 
atualizado em 1987, pelos Decretos-Lei 2.348 e 2.360, instituíram, pela primeira vez, o 
Estatuto Jurídico das Licitações e Contratos Administrativos, reunindo normas gerais e 
especiais. 
Verifica-se que as licitações em nosso ordenamento foram se aperfeiçoando para 
chegar ao patamar atual. Com a promulgação da Constituição Federal de 1988 sendo o 
progresso da democratização em nosso país, a licitação foi colocada como princípio 
constitucional e clausula pétrea em nosso ordenamento. E finalmente em 21 de junho de 
1993 a promulgação da Lei 8.666 que regulamentou o Artigo 37 da Constituição Federal e 
estabeleceu modalidades licitatórias: concurso, concorrência, tomada de preços, leilão 
sendo que cada uma delas para finalidade específica e com características próprias. 
Como em qualquer outro ramo do Direito o procedimento licitatório está em 
constante a atualização buscando se adequar e suprir as necessidades da Administração 
Pública, houve o promulgação da Lei 8.883 de 8 de junho de 1994 que alterou diversos 
dispositivos da Lei 8.666/1993. 
E mesmo a Lei 8.666/1993 prevendo modalidades específicas e completas, em 8 
de agosto de 2000 a promulgação do Decreto-Lei 3.555, que regulamentou o pregão em 
âmbito federal como disposto na Medida Provisória nº 2.026-3, de 28 de julho de 2000, a 
Lei 10.520 de 17 de julho e em 2002 estendeu a modalidade pregão para todos as 
esferas federativas. O pregão tornou-se uma das principais modalidades de licitação e 
continuou progredindo com a promulgação do Decreto-Lei n. 5.450, de 31-5-2005, que 
 
5 
 
 
definiu o pregão eletrônico e seu procedimento. Com certeza, um grande progresso para 
licitação e a atuação Administração Pública. 
 
1.1.2 Conceito de licitação 
 
 
Em se tratando da licitação, diversos são os questionamentos do que se trata, qual 
o seu procedimento, a importância para garantia do interesse da coletividade, sua 
previsão constitucional com status de cláusula pétrea e a obrigatoriedade, sua dispensa 
ou inexigibilidade, senão vejamos. 
Entende se por licitação o procedimento pelo qual os entes da Administração 
Pública e aqueles por ela controlados selecionam a melhor proposta entre as oferecidas 
pelos interessados com dois objetivos celebrar contratos ou obter trabalho científico ou 
artístico (OLIVEIRA, 2012). 
 
Di Pietro (2015, p. 350) entende como: 
 
O procedimento administrativo pelo qual um ente público, no exercício da função 
administrativa, abre a todos os interessados, que se sujeitem às condições fixadas 
no instrumento convocatório, a possibilidade de formularem propostas dentre as 
quais selecionará e aceitará a mais conveniente para a celebração de contrato. 
 
Trata-se de procedimento administrativo mediante o qual a administração seleciona 
a proposta mais vantajosa para o contrato de seu interesse Meirelles (2014). A licitação é 
o procedimento previsto pela Constituição Federal artigo 37, inciso XXI, nota-se esta 
inserido no Capítulo VII - Da Administração Pública. 
A AdministraçãoPública direta ou indireta e qualquer dos poderes da União dos 
Estados, Municípios e Distrito Federal, deverá respeitar os princípios da legalidade, 
impessoalidade, publicidade e eficiência. E ressalvados os casos previstos em lei, as 
obras, serviço, compras e alienações serão contratados mediante processo licitatório. 
Licitação é o procedimento administrativo, o qual a administração e seus entes 
devem seguir de forma rigorosa para efetuar compras de produtos e ou serviços visando 
 
6 
 
 
garantir a celebração de contrato vantajoso e de qualidade de acordo com os princípios 
da isonomia, desenvolvimentos sustentável, ademais o artigo 3º da Lei 8.666/1993. 
 
Oliveira (2015, p.26) define sobre licitação: 
 
O processo administrativo utilizado pela Administração Pública e pelas demais 
pessoas indicadas pela lei com o objetivo de selecionar a melhor proposta, por 
meio de critérios objetivos e impessoais, para celebração de contratos. 
 
Por conseguinte, após análises dos conceitos doutrinários entende-se por licitação, 
o procedimento obrigatório pelo qual a Administração, ou seja, a União, Estados, 
Municípios e Distrito Federal, buscam a melhor proposta para a compra de bens produtos 
e ou serviços, visando garantir a supremacia do interesse público, e ainda a melhor 
destinação do dinheiro público, além da aplicabilidade das normas previstas pela 
Constituição Federal e leis específicas. 
 
1.1.3 Dever de licitar 
 
 
Em se tratando do dever de licitar pode-se verificar que nada mais é do que a 
expressão utilizada para garantir a aplicabilidade de preceito previsto pela Constituição 
Federal. O dever de licitar da Administração Pública está constitucionalmente previsto no 
artigo 37, XXI. 
 
Art.37 A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, 
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de 
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao 
seguinte: XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, 
serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação 
pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com 
cláusulas que estabeleçam obrigações pagamento, mantidas as condições 
efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de 
qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das 
obrigações. 
 
 
Concebe Di Pietro (2014) que princípio da obrigatoriedade de licitação pode-se 
concluir que a administração pública direta ou indireta de qualquer dos Poderes, tanto da 
 
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União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, sujeitam-se ao dever de licitar, 
devendo observar a modalidade licitatória adequada a cada contrato administrativo, sendo 
tal regra excepcionada apenas nos casos de dispensa ou inexigibilidade de licitação. A 
licitação é antes de tudo, instrumento de transparência, de isonomia, de zelo com a coisa 
publica, enfim, de respeito à moralidade e assim, devem sempre ser observados seus 
subprincípios em todas as situações nas quais recursos públicos estejam em uso. Assim, 
a contratação licitatória não deixa margem para que maus administradores desviem o 
dinheiro público para propósitos diversos, tendo em vista que possui mecanismos a coibir 
tal prática. 
 
Meirelles (1990, p.242) compreende sobre a obrigatoriedade de licitação: 
 
A expressão obrigatoriedade de licitação tem um duplo sentido, significando não 
só a compulsoriedade da licitação em geral como, também, a da modalidade 
prevista em lei para a espécie, pois atenta contra os princípios de moralidade e 
eficiência da Administração o uso da modalidade mais singela quando se exige a 
mais complexa, ou o emprego desta, normalmente mais onerosa, quando o objeto 
do procedimento licitatório não a comporta. Somente a lei pode desobrigar a 
Administração, quer autorizando a dispensa de licitação, quando exigível, quer 
permitindo a substituição de uma modalidade por outra (art. 23, §§ 3.° e 4.°). 
 
O dever de licitar é a obrigatoriedade do agente e da administração em seguir o 
previsto no texto constitucional e demais leis aplicadas à matéria, desse modo é posto 
em prática o princípio da legalidade, que será abordado adiante no presente trabalho. 
 
1.2 Princípios gerais da licitação 
 
Com a exposição dos princípios gerais faz-se necessário verificar o que é 
princípio. São noções basilares e centrais que fundamentam a atividade administrativa. 
A licitação faz parte do ramo de Direito Administrativo, devendo assim respeitar 
os princípios administrativos previstos no artigo 37 caput da Constituição Federal, 
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, eficiência. 
No entanto, esses não são os únicos princípios a serem respeitados para que o 
processo licitatório siga de acordo com previsto pelo legislador, demais princípios estão 
insculpidos na própria Lei de Licitações, sendo eles além dos já citados no parágrafo 
 
8 
 
 
anterior, probidade administrativa, vinculação do instrumento convocatório, julgamento 
objetivo e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável, senão vejamos: 
 
Art. 3o A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional 
da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a administração e a 
promoção do desenvolvimento nacional sustentável e será processada e julgada 
em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade, da 
impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade 
administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo 
e dos que lhes são correlatos. 
 
 
Em seguida faz-se a análise de cada princípio e os pontos importantes quanto à 
sua aplicação no procedimento licitatório. 
 
1.2.1 Princípio da legalidade 
 
O que é legal, no seu entendimento simples pode-se dizer que legal, é o que esta 
disposto na lei, para tanto o princípio da legalidade é aquele que obriga o agente a fazer 
apenas o que a lei prevê, ao contrário da previsão constitucional para a coletividade 
Artigo 5º, inciso II da Constituição Federal, “Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de 
fazer alguma coisa senão em virtude de lei”. 
A administração poderá exercer apenas o que a lei permite sendo princípio de 
suma importância, tratando da obrigatoriedade da Administração e seus agentes agirem 
de acordo com a lei. 
De acordo com Meirelles (1990) a legalidade, como princípio da administração 
(CF, art. 37, caput), significa que o administrador público está, em toda a sua atividade 
funcional, sujeito aos mandamentos da lei e às exigências do bem comum, e deles não 
se pode afastar ou desviar, sob pena de praticar ato inválido e expor-se a 
responsabilidade disciplinar, civil e criminal, conforme o caso. 
 
Meirelles, (1990, p. 87) entende como: 
 
As leis administrativas são, normalmente, de ordem pública e seus preceitos não 
podem ser descumpridos, nem mesmo por acordo ou vontade conjunta de seus 
aplicadores e destinatários, uma vez que contêm verdadeiros poderes deveres, 
irrelegáveis pelos agentes públicos. 
 
9 
 
 
 
 
Para Di Pietro (2014) o princípio da legalidade esta intimamente ligado ao 
procedimento que esta vinculado diretamente com a lei 8.666/93, como previsto no 
Artigo 4º da referida lei tanto a administração seus agentes e particulares interessados 
como todos os que dela participarem deverão buscar garantir a aplicabilidade do 
princípio da legalidade. 
Art. 4ª Todos quantos participem de licitação promovida pelos órgãos ou entidades 
a que se refere o art. 1º têm direito público subjetivo à fiel observância do 
pertinente procedimento estabelecido nesta lei, podendo qualquer cidadão 
acompanhar o seu desenvolvimento,desde que não interfira de modo a perturbar 
ou impedir a realização dos trabalhos. 
Assim sendo, pode-se dizer que legalidade é o dever fazer da administração o 
seguimento da lei de forma estrita, o bom andamento da administração é garantido pela 
lei sendo assim não há o que se dizer em vontade pessoal do agente público ou da 
própria administração. 
 
1.2.2. Princípio da impessoalidade 
 
O referido princípio esta previsto na Constituição Federal, sendo que este busca 
garantir que o administrador não se beneficie ou beneficie terceiros com suas decisões, 
intimamente ligado com o princípio da isonomia e do julgamento objetivo. 
De acordo com Mello (2014, p. 462) o princípio da impessoalidade: 
 
Encarece ser a proscrição de quaisquer favoritismo ou discriminação 
impertinentes, sublinhando o dever de que, no procedimento licitatório, sejam 
todos os licitantes tratados com absoluta neutralidade.Tal princípio não é senão 
uma forma de designar o princípio da igualdade de todos perante a administração. 
 
 
Meirelles (1990) destaca que o princípio da impessoalidade nada mais é que o 
clássico princípio da finalidade, o qual impõe ao administrador público que só pratique o 
ato para o seu fim legal. E o fim legal é unicamente aquele que a norma de Direito 
indica expressa ou virtualmente como objetivo do ato, de forma impessoal. 
 
10 
 
 
Isso posto, pode-se concluir que o princípio da impessoalidade garante o não 
direcionamento das decisões, verbas, e atos da administração em beneficio senão da 
coletividade. 
 
 
1.2.3 Princípio da igualdade e isonomia 
 
O princípio da igualdade é de suma importância ao bom andamento do 
procedimento licitatório, pois garante que todos os licitantes sejam tratados de forma 
igualitária e sem qualquer distinção que possa ser prejudicial aos interesses da 
administração ou que possa ferir a competitividade sendo prejudicial aos próprios 
licitantes, previsto no Artigo 37 da Constituição Federal, XXI. 
 
Artigo 37. XXI Ressalvados os casos previstos em lei a administração efetuara 
compras e alienações por meio de licitação sendo dever garantir que o 
procedimento licitatório trate os concorrentes com igualdade de condições. 
 
 
A importância de tratamento igualitário encontra amparo também na Lei 8.666/93 
no artigo 3º caput e § 1º inciso I que busca a aplicação da isonomia. 
 
Artigo 3º A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional 
da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a administração. 
§1º É vedado aos agentes públicos, I - admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos 
de convocação, cláusulas ou condições que comprometam, restrinjam ou frustrem 
o seu caráter competitivo, inclusive nos casos de sociedades cooperativas, e 
estabeleçam preferências ou distinções em razão da naturalidade, da sede ou 
domicílio dos licitantes ou de qualquer outra circunstância impertinente ou 
irrelevante para o específico objeto do contrato, ressalvado o disposto nos § 5o a 
12 deste artigo e no art. 3o da Lei no 8.248, de 23 de outubro de 1991. 
 
 
Meirelles (1990, p. 308) cita em relação ao princípio da igualdade: 
 
 A igualdade entre os licitantes é principio impeditivo da discriminação entre os 
participantes do certame, quer através das clausulas, no edital ou convite 
favoreçam um em detrimento de outros quer mediante julgamento faccioso, que 
desiguale os iguais ou iguale os desiguais. 
 
 
No entanto, o referido princípio comporta exceção nos casos necessários 
pertinentes ou relevantes para a contratação do objeto, podendo ocorrer uma 
 
11 
 
 
discriminação que esta definida no artigo 3º § 5º a 12º da lei 8.666/93, sendo aplicáveis 
a produtos de informática fabricados no país, produtos manufaturados e nacionais. 
 
Oliveira (2015 p. 29) ressalta: 
 
O princípio da isonomia tem profunda ligação com o princípio da impessoalidade, 
e significa que a Administração deve dispensar tratamento igualitário (não 
discriminatório) aos licitantes. A licitação deve assegurar “igualdade de condições 
a todos os concorrentes”, conforme dispõe o art. 37, XXI, da Constituição Federal 
Brasileira. 
 
Deve-se lembrar que a própria lei disciplina de forma proporcional o tratamento 
desigual entre pessoas que não possuem a mesma situação jurídica, o que ocorre 
também no procedimento licitatório nesse sentido pode ser citado o tratamento 
diferenciado da lei 123/2006 que esta previsto na Constituição Federal Artigo 170, IX e na 
Lei 8.666/1993 Artigo 3º §14, além da priorização nas compras de produtos nacionais. 
Portanto, a atuação administrativa deve garantir que todos os seus administrados 
tenham tratamento congênere, tanto na prestação de serviços a coletividade como no 
procedimento licitatório. 
 
1.2.4 Princípio da publicidade 
 
A Lei de Licitações prevê, nos artigos 3º e 22 sobre o princípio da publicidade, que 
encontra amparo no Artigo 37 da Constituição Federal, apresentando que a licitação não 
será sigilosa sendo de acesso publico o conteúdo do seu procedimento, exceto o 
conteúdo das propostas até a abertura dos envelopes, ressalvando também o sigilo 
previsto em lei. 
 
Meirelles, (1990 p. 308) entende o princípio da publicidade: 
A publicidade das licitações é principio que abrange desde os avisos de sua 
abertura ate o conhecimento do edital e seus anexos, o exame de documentação 
e das propostas pelos interessados e o fornecimento de quaisquer peças, 
pareceres ou decisões com ela relacionadas. 
 
 
12 
 
 
Entende Di Pietro (2014), o princípio da publicidade diz respeito não apenas a 
divulgação do procedimento para os interessados, mas também para todo e qualquer 
cidadão que tenha interesse em fiscalizar, tal princípio garante a aplicabilidade da busca 
da proposta mais vantajosa e da ampla concorrência, pois com a publicidade mais 
interessados comparecer e contratar com administração. 
A Lei de Informação nº 12.527/2011 estabelece que os órgão e entidades públicas, 
devem disponibilizar quando aos procedimentos licitatórios os instrumentos convocatórios 
e contratos celebrados em local de fácil acesso para que seja verificado por qualquer 
interessado. 
 Justen Filho (2014) destaca que o princípio da publicidade é aquele que visa 
garantir que qualquer interessado fiscalize ou participe de atos administrativos, tendo 
como finalidade o amplo acesso dos interessados ao certame e a análise da regularidade 
dos atos praticados durante o mesmo. 
Constata-se que o princípio da publicidade visa garantir a fiscalização dos atos 
administrativos no certame, com a garantia da publicidade dos atos, todos os cidadãos e 
interessados podem acompanhar a atuação administrativa, e em tese não há o que se 
dizer sobre fraudes ou erros graves e insanáveis no certame. 
 
1.2.5 Princípio da moralidade e probidade administrativa 
Sabe-se que a administração pública só pode fazer o que dispõe a lei de acordo 
com o princípio da legalidade, em vista disso o princípio da moralidade garante que 
administração além de seguir o que é lícito busque garantir que os atos e procedimentos 
administrativos respeitem o que a sociedade entende como moral. 
 
Meirelles (1990, p.87) cita Welter (1929) que entende: 
 A moralidade administrativa não se confunde com a moralidade comum; ela é 
composta por regras de boa administração, ou seja: pelo conjunto das regras 
finais e disciplinares suscitadas não só pela distinção entre o Bem e o Mal, mas 
também pela idéia geral de administração e pela idéia de função administrativa". 
Tal conceito coincide com o de Lacharrière, segundo o qual a moral administrativa, 
"é o conjunto de regras que, para disciplinar o exercício do poder discricionário da 
Administração, o superior hierárquico impõe aos seus subordinados. 
 
 
13O princípio da moralidade encontra respaldo no artigo 37, caput e 5º LXXIII da 
Constituição Federal. Di Pietro (2014) em análise do princípio da moralidade cita o autor 
Manoel de Oliveira Franco Sobrinho “mesmo os comportamentos ofensivos da moral 
comum implicam em ofensa ao princípio da moralidade administrativa”. 
No entanto, o princípio da moralidade deve ser respeitado pelos agentes públicos e 
por particulares que tem interesse em contratar e contratam com a administração. 
 
 Mello (2014, p. 463) refere se a tal princípio: 
 
O princípio da moralidade significa que o procedimento licitatório terá de 
desenrolar na conformidade de padrões éticos, prezáveis, o que impõe para a 
administração e licitantes, um comportamento, escorreito, liso, honesto de parte a 
parte. 
 
 
Para Di Pietro (2014, p 420) a lei 8.666/93 faz referência a moralidade e probidade 
administrativa e em alguns de seus artigos pune infrações, no entanto, o ato de 
improbidade administrativa esta disciplinada CF art.37 § 4º e na Lei de Improbidade 
Administrativa 8.429/192 que dispõe sobre atos e sanções aplicadas a servidores, 
agentes e ocupantes de cargos ligados a administração ou qualquer pessoa que se 
beneficie de atos ora considerados ímprobos. 
Destarte, a probidade administrativa tem como significado o que é íntegro assim 
como a moralidade encontra amparo na Constituição Federal, deixando claro que é dever 
do agente público e da administração atuar com honestidade. 
 
1.2.6 Princípio da vinculação ao instrumento convocatório 
 
A própria administração cria o instrumento convocatório, ou seja, o edital ou carta 
convite devendo constar as especificações do objeto ou serviço a ser contrato e as suas 
necessidades. Por consequência, tanto a administração quanto os particulares 
interessados devem respeitar o estabelecido no instrumento convocatório, o que encontra 
sustentação nos artigos 3º e 41 da Lei Licitações. A administração não pode descumprir 
as normas e condições do edital, ao qual se acha estritamente vinculada. 
 
14 
 
 
Sendo assim, edital é o instrumento pelo qual a administração leva ao 
conhecimento público a abertura de concorrência, de tomada de preços, de concurso e de 
leilão, fixa as condições de sua realização e convoca os interessados para a 
apresentação de suas propostas. Como lei interna da concorrência e da tomada de 
preços, vincula inteiramente a Administração e os proponentes. (MEIRELLES, 1990, 
p.250). 
 A vinculação ao instrumento convocatório pode ser comparada com a expressão 
utilizada no Direito Civil de que o contrato faz lei entre as partes, no procedimento 
licitatório, o edital se faz lei entre as partes. Ressalta-se que mesmo o edital sendo de 
suma importância para o bom andamento do procedimento licitatório, a Administração 
Pública ainda deve priorizar a supremacia do interesse público, princípio que a coloca de 
forma superior na relação vertical contratual, existente entre o ente e o contratado. 
 
Ao passo que entende Meirelles que a toda a licitação é vinculada ao edital: 
A vinculação ao edital é princípio básico de toda a licitação. Nem se 
compreenderia que a administração fixasse no edital a forma e modo de 
participação dos licitantes e no decorrer do procedimento ou na realização do 
julgamento se afasta se do estabelecido ou admitisse documentação ou proposta 
em desacordo com o solicitado. O edital é lei interna da licitação e como tal, 
vincula aos termos tanto os licitantes como a administração que expediu o Art.41. 
(MEIRELLES, 1990, p. 312) 
 
Sustenta Meirelles (1990) que depois de estabelecidas as regras do certame 
tornam-se inalteráveis para aquela licitação, no entanto o formalismo desnecessário não 
deve prejudicar licitantes a não apresentar a propostas. Poderá ocorrer mudanças no 
edital ou carta convite desde que suspenso o prazo, e publicado novamente com as 
devidas correções com um novo prazo para que os interessados não sejam prejudicados 
e administração consiga contratar a proposta mais vantajosa. 
Em casos de alteração do edital que não gera modificação nas propostas, pode-se 
apenas publicar a modificação sem que seja necessária a suspensão do prazo para 
entrega das propostas e documentação. 
A vinculação ao instrumento convocatório é a concretização do princípio da 
legalidade, pois a administração deve fazer o que encontra previsão legal, entende-se o 
 
15 
 
 
edital como lei para a administração e para os licitantes, destaca-se que o edital em 
momento algum pode afrontar a CF ou desrespeitar a Lei de Licitações. 
 
 
1.2.7 Princípio do julgamento objetivo 
 
Trata-se de julgamento objetivo os critérios estabelecidos no instrumento 
convocatório que devem ser seguidos facilitando o procedimento, garantindo a qualidade 
e visando atingir a sua finalidade. 
Justen Filho (2014, p. 448) ao tratar do assunto: 
Em termos amplos, a objetividade significa imparcialidade mais finalidade. O 
julgamento objetivo exclui a parcialidade. Mas isso é insuficiente, alem da 
imparcialidade, o julgamento tem que ser formulado à luz do interesse público. 
 
De acordo com Meirelles (1990) o julgamento objetivo seria basear o edital em 
requisitos concretos pedidos pela administração e fornecidos pelos proponentes. Visando 
afastar o discricionarismo , isto posto, os julgadores também fazem jus a vinculação ao 
instrumento convocatório, conforme nos artigos 44 e 45 da Lei 8.666/93. 
 
Art. 44. No julgamento das propostas, a Comissão levará em consideração os 
critérios objetivos definidos no edital ou convite, os quais não devem contrariar as 
normas e princípios estabelecidos por esta Lei. 
Art. 45. O julgamento das propostas será objetivo, devendo a Comissão de 
licitação ou o responsável pelo convite realizá-lo em conformidade com os tipos de 
licitação, os critérios previamente estabelecidos no ato convocatório e de acordo 
com os fatores exclusivamente nele referidos, de maneira a possibilitar sua 
aferição pelos licitantes e pelos órgãos de controle. 
 
Por conseguinte, o julgamento objetivo é a aplicação dos critérios que facilitam as 
decisões evitando a discricionariedade, para que o instrumento convocatório seja 
respeitado e administração consiga contratar com qualidade e melhor preço. 
É certo que todos os atos administrativos devem seguir todos os princípios 
norteadores da administração previstos no art. 37 caput da Constituição e em se tratando 
do procedimento licitatório, os previstos na Lei 8.666/93. 
Encerra-se a análise dos princípios norteadores da licitação prossegue-se 
verificando as modalidades e tipos de licitações. 
 
16 
 
 
 
2. Modalidades previstas na lei 8.666/1993 
 
Neste Capítulo desenrola-se a análise das modalidades de licitações, uma vez que 
para garantir o bom andamento do procedimento licitatório e facilitar o trabalho dos 
agentes administrativos a Lei 8.666/1993 prevê no Artigo 22, cinco modalidades de 
licitações, concorrência, tomada de preços, convite, concurso e leilão. 
 
2.1 Modalidades e tipos de licitação 
Com o intuito de atender as inúmeras necessidades da administração e com a 
diferença dos valores e objetos de contratados fez se necessário uma divisão de qual 
modalidade de licitação seria a utilizada para suprir as necessidades da atuação 
administrativa. Verifica-se que as modalidades possuem valores específicos, como segue 
Tabela abaixo: 
Tabela 1 
 
Modalidade Prazos mínimos para 
a apresentação de 
propostas 
Compras ou serviços Obras e serviços de 
engenharia 
Dispensa - Até R$ 8.000,00 Até R$ 15.000,00 
Convite 05 dias úteis Acima de R$ 
8.000,00 Até 
80.000,00 
Acima de R$ 
15.000,00 até R$ 
150.000,00 
Tomada de 
Preços 
15 dias corridos Acima de R$ 
80.000,00 Até R$ 
650.000,00 
Acima de R$ 
150.000,00Até R$ 
1.500.000,00 
Concorrência 30 dias corridos Acima de 
R$650.000,00 
Acima de R$ 
1.500.000,00 
Pregão Eletrônico 08 dias úteis Bens e serviços de uso comum 
Pregão Presencial 08 dias úteis Compras e 
serviços 
Não válido 
 
Oliveira (2015 p.76) entende como modalidades: 
 
17 
 
 
 
As modalidades de licitação referem-se aos procedimentos e 
formalidades que deverão ser observados pela Administração 
Pública em cada licitação. 
 
 Portanto, é possível que a administração dentro dos limites previstos em lei possa 
escolher a modalidade que melhor se aplica a licitação, objeto ou serviço que pretende 
contratar. 
 
2.1.1 Modalidade Concorrência 
 
A concorrência é obrigatória nos casos de obras e serviços de engenharia com 
valores superiores a um milhão e quinhentos mil reais, na compras de serviços que não 
sejam de engenharia até seiscentos mil reais, compras e alienações de bens móveis de 
qualquer valor, na fase preliminar os interessados comprovem os requisitos exigidos no 
instrumento convocatório. Prevista no art. 22 § 1º e 23 inciso I, alínea c, da Lei de 
licitações. 
Artigo 22 § 1o Concorrência é a modalidade de licitação entre quaisquer 
interessados que, na fase inicial de habilitação preliminar, comprovem possuir os 
requisitos mínimos de qualificação exigidos no edital para execução de seu objeto. 
Artigo 23 I, c) concorrência: acima de R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos 
mil reais). 
 
Para Di Pietro (2015) a concorrência tem como características básicas a ampla 
publicidade e universalidade, ou seja, a publicidade como previsto na Lei licitações é 
necessário uma publicação previa do edital pelo menos uma vez para que os 
interessados em participar tenham ciência do certame. E a universalidade seria a 
possibilidade de qualquer interessado que atenda aos requisitos do instrumento 
convocatório participar do certame sem cadastramento prévio. 
 
Meirelles, (2014, p.273) cita essa modalidade como sendo: 
 
Concorrência é a modalidade de licitação própria para contratos de grande valor, 
em que se admite a participação de quaisquer interessados, cadastrados ou não, 
 
18 
 
 
que satisfaçam as condições do edital, convocados cota a antecedência mínima 
prevista na lei, com ampla publicidade pelo órgão oficial e pela imprensa 
particular. 
 
 
Os requisitos que devem ser atendidos são os de habilitação, ou seja, será 
analisado se o licitante, não emprega menor de dezoito anos em atividades de risco ou 
insalubre, habilitação jurídica, qualificação econômica financeira, qualificação fiscal e 
qualificação técnica em casos de materiais específicos. 
Em vista disso, a concorrência é a mais complexa modalidade de licitação e não 
deveria ser diferente já que como demonstrado é utilizada para contratos de grande 
valor. 
 
 
2.1.2 Modalidade tomada de preços 
 
A tomada de preços é a modalidade em que participam apenas os licitantes 
previamente cadastrados para aquisição de materiais ou serviços com valores de até 
um milhão e quinhentos mil reais, encontra amparo nos artigos 22 e 23 inciso I alínea b, 
da lei 8.666/1993. 
Artigo 22 § 2º da lei de licitações que dispõe que a tomada de preços é a 
modalidade de licitação entre interessados devidamente cadastrados ou que 
atenderem a todas as condições exigidas para cadastramento até o terceiro dia 
anterior à data do recebimento das propostas, observada a necessária 
qualificação. 
 
 
Nessa modalidade poderá ser feito o cadastro ate três dias antes da data do 
certame o cadastro é de responsabilidade do licitante e dever ser mantido atualizado, 
caso o contrario o licitante não conseguira participar do certame. 
Os requisitos que devem ser atendidos para o cadastramento do licitante são os de 
habilitação, ou seja, será verificado se o licitante, não emprega menor de dezoito anos em 
atividades de risco ou insalubridade, habilitação jurídica, qualificação econômica 
financeira, qualificação fiscal, qualificação técnica em casos de materiais ou serviços 
 
19 
 
 
específicos, caso o licitante não possua qualquer um desses requisitos seu cadastro não 
será feito e o mesmo não poderá participar do certame. 
Pode-se dizer que essa análise prévia facilita o trabalho da comissão de licitação, 
pois não gera desgaste e retrabalho com inabilitações ou desclassificações no curso do 
procedimento licitatório. 
Tendo certa semelhança com a modalidade concorrência, eis que, em ambas a 
documentação é analisada no início do certame, ou seja, antes da apresentação das 
propostas, o que evita a demora no procedimento e também a inabilitação e 
desclassificação dos licitantes que apresentarem a melhor proposta. 
 
2.1.3 Modalidade convite 
 
O convite encontra respaldo no art. 22 § 3º e art. 23 no inciso I, alínea a, da Lei de 
Licitações é a modalidade, onde são convidadas três empresas que podem fornecer o 
objeto em questão, devendo manifestar seu interesse. Nesta modalidade não se publica 
edital, no entanto o edital é disponibilizado na repartição em local visível. Ademais, uma 
carta convite que é enviada a cada licitante para contratações com o valor de até cento e 
cinquenta mil reais. 
Mello 2014, p. 576 esclarece sobre a modalidade convite: 
O convite (art.22 § 3º) é a modalidade licitatória cabível perante relações que 
envolveram os valores mais baixos, na qual a Administração convoca para a 
disputa pelo menos três pessoas que operam no ramo pertinente ao objeto, 
cadastrados ou não, e afixa em local próprio cópia do instrumento convocatório, 
estendendo o mesmo convite aos cadastrados no ramo pertinente ao objeto. 
 
 
Para Di Pietro (2015) o convite é a forma mais simples de contratação da lei de 
licitações, visto que essa modalidade é utilizada para contratos de pequeno valor. 
Caso não seja possível o convite de três licitantes, devera ser agendada nova 
data para o certame como dispõe Artigo 22 § 7 da lei licitações, no entanto, se restar 
 
20 
 
 
comprovado o interesse de outros licitantes nada impede a participação de um número 
maior que três. 
Concluí-se que o convite é uma modalidade simplificada, o número três 
empresas torna o procedimento mais célere quanto à análise de documentação e das 
propostas, facilitando a habilitação do vencedor. 
 
 
2.1.4 Modalidade Concurso 
 
Modalidade de licitação para escolha de trabalho técnico, científico e artístico, 
como prevê o art. 22 § 4º da Lei de Licitações, não deve ser confundido com o concurso 
feito para provimento de cargos já que não existe ligação entre os dois institutos. 
Artigo 22 §4º Concurso é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados 
para escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, mediante a instituição de 
prêmios ou remuneração aos vencedores, conforme critérios constantes de edital 
publicado na imprensa oficial com antecedência mínima de 45 (quarenta e 
cinco) dias. Tal modalidade não possui valor determinado por se tratar de objeto 
de aquisição especifica. 
 
 
O concurso independe de valor previamente estipulado visto à singularidade do 
objeto, é possível a participação de todos os interessados. 
 
 
2.1.5 Modalidade Leilão 
O leilão encontra amparo no Artigo 22 § 5o da Lei de Licitações, seria a inversão 
de papéis, pois nele a administração estará alienando bens inservíveis, desafetados a 
atuação administrativa, tendo como participantes particulares pessoas físicas e jurídicas 
com interesse em adquirir tais bens. 
Artigo 22 § 5o Leilão é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados 
para a venda de bens móveis inservíveis para a administração ou de produtos 
legalmente apreendidos ou penhorados, ou para a alienação de bens imóveis a 
quem oferecer o maior lance, igual ou superior ao valor da avaliação.21 
 
 
 
 
Portanto, o leilão faz jus ao próprio significado da palavra, sendo feito pela 
administração para alienação de bens que os particulares podem adquirir pelo pagamento 
de um valor justo. 
Ressalta-se que em todas as modalidades citadas anteriormente as etapas do 
procedimento licitatório, em regra são a habilitação, julgamento, homologação, 
adjudicação, segue-se com análise de cada um desses atos administrativos. 
 
2.2 Procedimento 
 
O procedimento administrativo é um conjunto de atos concatenados para atingir 
um fim, atos regidos pelo princípio da legalidade, ou seja, o meio pelo qual se busca 
efetivar a vontade da administração em prol do interesse coletivo. 
 
Compreende Di Pietro (2015, p.245) que procedimento no direito administrativo: 
 
Procedimento no direito administrativo é utilizado para designar uma serie de atos 
preparatórios de um ato final objetivado pela administração, a licitação é um 
procedimento que exige uma sucessão de atos e fatos da administração e atos e 
fatos do licitante. 
 
 
Procedimento administrativo é a sucessão ordenada de operações que propiciam a 
formação de um ato final objetivado pela Administração. E o iter legal a ser percorrido 
pelos agentes públicos para a obtenção dos efeitos regulares de um ato administrativo 
principal (MEIRELLES 2012 p. 138). 
 
Meirelles (2012, p. 138) entende como procedimento administrativo: 
 
O procedimento administrativo constitui-se de atos intermediários, preparatórios e 
autônomos, mas sempre interligados, que se conjugam para dar conteúdo e forma 
ao ato principal e final colimado pelo Poder Público. As operações intermediárias, 
à medida que se realizam sem oposição dos interessados, tornam-se definitivas 
para a Administração e para o administrado, porque ocorre, em tal caso, a 
preclusão administrativa dos meios invalidatórios, para que se passe à fase 
seguinte com a certeza da eficácia dos atos anteriores. 
 
 
 
22 
 
 
Por fim, procedimento é o caminho dos atos administrativos em busca de atingir 
um objetivo previamente estabelecido pela lei, tendo que estar de acordo com todos os 
princípios que regem a administração e a licitação, para que todos os atos praticados 
sejam válidos. 
 
2.2.1 Fase interna 
A licitação surge com a abertura de um processo administrativo interno feito pela 
comissão de licitação, a comissão de licitação é formada por no mínimo três servidores 
públicos, sendo que dois devem ser ocupantes de cargo efetivo. A comissão dá 
seguimento aos atos de acordo com a lei na busca da proposta mais vantajosa. 
O processo será enumerado constando a dotação orçamentária e as necessidades 
do objeto ou serviço que será contratado, o Art. 40 da Lei de Licitações preceitua os 
requisitos que devem conter o procedimento e o contrato administrativo, isto é, fixa os 
limites da licitação e do contrato. 
Paulo e Alexandrino (2015, p.180) entendem como fase interna: 
 
O procedimento inicia se dentro do órgão que realizara a licitação, é a 
denominada fase interna descrita no Art. 38 da Lei 8.666/93 o procedimento da 
licitação será iniciado com a abertura de processo administrativo, devidamente 
autuado, protocolado e numerado, contendo a autorização respectiva, a indicação 
sucinta de seu objeto e do recurso próprio para a despesa. 
 
 
Percebe-se, que a fase interna é toda a preparação antes da divulgação do 
instrumento convocatório, sendo todos os atos praticados pelos agentes até a 
publicação do instrumento convocatório. 
 
2.2.2 Fase externa 
 
Ocorre a publicação do edital ou carta convite, tendo que ser publicado no prazo de 
quarenta e cinco dias para concorrência quando se tratar de compras por melhor técnica 
 
23 
 
 
e preço, do mesmo modo a modalidade concurso. O prazo para a publicação no convite e 
pregão será menor, sendo respectivamente de cinco e oito dias, enquanto que para 
concorrência e tomada de preços tem-se o prazo de trinta dias e ainda para as 
modalidades, concurso e leilão a publicação sucederá o prazo de quinze dias. 
 
Oliveira (2015, p. 89) ressalta que: 
 
Com a publicação do instrumento convocatório, inicia-se a fase externa da 
licitação, com a convocação dos eventuais interessados para aderirem ao certame 
e apresentarem suas propostas. São espécies de instrumentos convocatórios: o 
edital e o convite. 
 
 
Por isso, a fase externa se inicia com publicação do edital, os licitantes passam a 
ter acesso às informações pertinentes ao objeto ou serviço e podem analisar se 
atendem a todos os requisitos para previamente estabelecidos para participarem do 
certame em questão. 
 
2.2.3 Instrumento convocatório 
 
O instrumento convocatório é o edital ou carta convite, formulado pela comissão 
de licitações de acordo com a necessidade do material ou serviço a ser contratado pela 
administração, tendo de ser respeitado pela administração e pelos licitantes, de acordo 
com o princípio da vinculação ao instrumento convocatório. 
 
Meirelles (1990, p. 250) entende como instrumento convocatório: 
 
Edital é o instrumento pelo qual a Administração leva ao conhecimento público a 
abertura de concorrência, de tomada de preços, de concurso e de leilão, fixa as 
condições de sua realização e convoca os interessados para a apresentação de 
suas propostas. Como lei interna da concorrência e da tomada de preços, vincula 
inteiramente a Administração e os proponentes. Todavia, o edital não é exaustivo, 
porque normas superiores e anteriores do órgão licitante o complementam, 
embora não reproduzidas em seu texto. 
 
 
 
24 
 
 
O edital terá de ser conciso, claro, objetivo e de forma alguma pode desrespeitar 
os princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, julgamento 
objetivo ou qualquer preceito legal. 
À vista disso, o edital se assemelha a lei tendo preâmbulo, texto e fecho. O 
preâmbulo devera constar órgão que promove a licitação, numero do edital, dotação 
orçamentária, objeto, local e dia para recebimento das propostas. No texto devera 
deverá constar objeto, especificação, prazos de entrega, validade da proposta, 
condições de participação critérios de julgamento das propostas. O fecho é o 
encerramento do edital, com as determinações finais sobre sua divulgação, data e 
assinatura da autoridade responsável pela licitação (MEIRELLES, 2012, p. 252). 
O instrumento convocatório encontra esteio, no art. 40 da Lei de Licitações e de 
forma resumida devera conter data e horário da realização, descrição e quantidade do 
objeto ou serviço a ser adquirido, número da dotação orçamentária ou autorização, 
forma de entrega e de pagamento, valor da multa em caso de atrasos e 
descumprimento do contrato, cópia da minuta contratual, documentação que deve ser 
apresentada pelos licitantes. Prazos para apresentação de recurso no termino do 
certame, ou impugnação administrativa em casos de omissão ou desrespeitos aos 
princípios da impessoalidade, isonomia e os demais que regem o procedimento 
licitatório, a impugnação devera ser feita de acordo com o edital podendo ou não ser 
retificado de acordo com a análise da autoridade competente. 
 
Meirelles (1990, p. 254) entende como impugnação: 
 
 Impugnação administrativa do edital: o edital discriminatório ou omisso em pontos 
essenciais pode ser impugnado por qualquer cidadão e, com maior razão, por 
qualquer interessado em participar do certame. 
 
 
Sendo assim é possível verifica o quanto um edital bem feito que observe os 
requisitos da lei licitações é importante para que o procedimento licitatório seja bem 
sucedido. 
 
 
25 
 
 
2.2.4 Habilitação 
 
A habilitação é a análise de requisitos mínimos necessários para que cada 
proponente participe do certame, seria a análise da documentação da empresa. De 
acordo como Artigo 43 da lei de licitações, a licitação será processada e julgada com 
observância dos seguintes procedimentos, inciso I, a abertura dos envelopes contendo a 
documentação relativa à habilitação dos concorrentes, e sua apreciação. 
Meirelles (1998, p. 258) entende habilitação como: 
 
Habilitação dos licitantes: habilitação ou qualificação é o ato pelo qual o órgão 
competente (geralmente o julgador da licitação, mas pode ser também a 
Comissão de Julgamento do registro cadastral, quando existente na repartição 
interessada), examinada a documentação, manifesta-se sobre os requisitos 
pessoais dos licitantes, habilitando-os ou inabilitando-os. Habilitado ou qualificado 
é o proponente que demonstrou possuir os requisitos mínimos de capacidade 
jurídica, capacidade técnica, idoneidade econômico-financeira e regularidade 
fiscal, pedidos no edital; inabilitado ou desqualificado é o que, ao contrário, não 
logrou fazê-lo. 
 
 
Dessa maneira, na habilitação verifica-se, se o licitante tem condições de 
fornecer ou prestar o serviço para que não ocorra ônus para administração ao contratá-
lo. Nas modalidades da Lei de Licitações é obrigatória a verificação da documentação 
de todos os interessados em participar do certame. 
Documentação é o conjunto dos comprovantes da personalidade jurídica, da 
capacidade técnica, idoneidade financeira, regularidade fiscal que são exigidos dos 
interessados para habilitarem-se na licitação. Deve ser apresentada em envelope 
fechado, distinto do envelope das propostas e sem qualquer referência a estas, cuja 
abertura há de anteceder, necessariamente, o conhecimento das ofertas. (MEIRELLES, 
2012, p. 255). 
A análise da documentação dos licitantes é ato essencial da comissão de 
licitação, deve ser feita de forma cuidadosa para que não seja declarada a nulidade no 
procedimento licitatório, a documentação apresentada deve respeitar o princípio da 
publicidade. 
 
 
26 
 
 
2.2.5 Classificação ou julgamento das propostas 
 
 
A classificação ou julgamento das propostas ocorre após a habilitação, ou seja, às 
propostas ate então sigilosas serão abertas e analisadas pela comissão de licitação. 
O julgamento das propostas deve respeitar os critérios previstos no edital ou carta 
convite, e ainda o art. 45 da lei de licitações, estabelecendo que o julgamento das 
propostas deva ser objetivo e realizado de acordo com os tipos de licitação, e os critérios 
preestabelecidos no instrumento convocatório. 
 
Para Meirelles (1990, p. 253) o julgamento das propostas: 
 
Ato vinculado às normas legais e ao estabelecido no edital, pelo que não pode a 
Comissão desviar-se do critério fixado, desconsiderar os fatores indicados ou 
considerar outros não admitidos, sob pena de invalidar o julgamento. 
Artigo 43 A licitação será processada e julgada com observância dos seguintes 
procedimentos: 
III - abertura dos envelopes contendo as propostas dos concorrentes habilitados, 
desde que transcorrido o prazo sem interposição de recurso, ou tenha havido 
desistência expressa, ou após o julgamento dos recursos interpostos. 
IV - verificação da conformidade de cada proposta com os requisitos do edital. 
V - julgamento e classificação das propostas de acordo com os critérios de 
avaliação constantes do edital. 
 
Para serem apreciadas as propostas devem ser sérias, firmes e concretas, 
ajustadas sempre a condição do edital e da lei, pois em caso de omissão do edital será 
aplicada a condição exigida para a regularidade das propostas. (MELLO, 2014, p, 615) 
Enfim, o julgamento das propostas deve buscar a proposta mais vantajosa para 
administração, que é o principal objetivo da licitação, no entanto a proposta deve ser 
também a de maior qualidade, devendo atender todos os requisitos do edital e os 
previstos em lei. 
 
 
2.2.6 Adjudicação e homologação 
Após a análise da documentação dos licitantes a abertura das propostas e a 
classificação, a autoridade competente deve averiguar os atos da comissão e achando-
 
27 
 
 
se, tudo de acordo com o previsto em lei e no instrumento convocatório, o objeto será 
adjudicado ao vencedor, ou seja, ele será declarado o vencedor e após a homologação 
será firmado um contrato com a administração de acordo com os critérios estabelecidos 
no instrumento convocatório de acordo com o Artigo 43 da lei de licitações. 
Artigo 43. A licitação será processada e julgada com observância dos seguintes 
procedimentos. 
 VI - deliberação da autoridade competente quanto à homologação e adjudicação 
do objeto da licitação. 
 
Na lição de Meirelles (1990, p.270) a adjudicação: 
 Ato pelo qual se atribui ao vencedor o objeto da licitação para a subseqüente 
efetivação do contrato. São efeitos jurídicos da adjudicação: a) a aquisição do 
direito de contratar com a Administração nos termos em que o adjudicatário 
venceu a licitação; b) a vinculação do adjudicatário a todos os encargos 
estabelecidos no edital e aos prometidos na proposta; c) a sujeição do 
adjudicatário às penalidades previstas no edital e normas legais pertinentes se 
não assinar o contrato no prazo e condições estabelecidas; d) o impedimento de a 
Administração contratar o objeto licitado com outrem; e) a liberação dos licitantes 
vencidos de todos os encargos da licitação e o direito de retirarem os documentos 
e levantarem as garantias oferecidas, salvo se obrigados a aguardar a efetivação 
do contrato por disposição do edital ou norma legal. 
Portanto, adjudicação é o ato que vincula o adjudicatário a prestação do objeto ou 
serviço, tendo o licitante a partir desse momento responsabilidade de contratado. 
 Meirelles (2012, p.169) entende que a homologação ocorre quando: 
Estando de acordo com a lei e o edital, a autoridade superior determinará a 
adjudicação do objeto licitado ao proponente classificado em primeiro lugar, mas 
se verificar qualquer ilegalidade deixará de homologar o julgamento e invalidará o 
ato irregular, ou todo o procedimento, conforme o caso, justificando sempre o 
despacho anulatório. 
 
Após a homologação deve-se prosseguir com a adjudicação do objeto, inicia-se 
também a contagem do prazo para a interposição de recurso administrativo. Caso não 
seja interposto nenhum recurso, será assinado o contrato. 
Enfatiza-se que o contrato que vincula o licitante vencedor a fornecer o objeto ou 
serviço, também vincula a administração, pois caso ela precise contratar deve 
obrigatoriamente contratar com o licitante, ora contratado. 
Nos capítulos iniciais do presente trabalho analisou-se um breve histórico da 
licitação, os princípios previstos na Constituição Federal e na lei de licitações, as 
 
28 
 
 
modalidades, bem como as fases do procedimento licitatório necessários para a 
compreensão dos Capítulos a seguir. 
 
3. Pregão presencial e eletrônico 
 
 
As modalidades de licitação pregão eletrônico e presencial estão previstos na lei 
10.520/2002, criadas para as compras de bens de uso comum e serviços independentes 
do valor. Inicialmente as modalidades criadas para a utilização em âmbito federal, no 
entanto devido a sua aceitação e a facilidade no procedimento houve a extensão para 
todos os entes da Administração direta e indireta. 
A principal característica do pregão é a inversão das fases, pois em ambas as 
modalidades inicialmente são verificadas e propostas e posteriormente é feita a 
habilitação. 
 
3.1 Modalidade Pregão 
 
 
Pregão é a modalidade de licitação em que a disputa é feita em sessão pública, 
por meio de propostas de preços escritas e lances verbais, com possibilidade ainda de 
ser realizada por meio da utilização de recursos de tecnologia da informação. (DI 
PIETRO, 2014, p. 822). 
Atualmente o pregão eletrônico e o pregão presencial, são as modalidades de 
licitação mais utilizadas, visto à facilidadee agilidade do seu procedimento diferenciado. 
No âmbito federal foi editado o decreto 5.450/2005 para regulamentar 
principalmente o pregão eletrônico que é obrigatório em âmbito federal e opcional na 
esfera municipal e estadual. Fato é que tanto o pregão eletrônico como o presencial são 
modalidades de licitação e devem respeitar os princípios gerais da administração, em 
casos de omissão na lei 10.520/2002 aplica-se subsidiariamente a lei 8.666/1993. O 
 
29 
 
 
pregão busca garantir a proposta mais vantajosa e isonomia entre os participantes por 
meio do menor preço. 
 
3.1.2 Pregão Eletrônico 
 
No pregão eletrônico todo o procedimento, externo e interno é feito por meio da 
internet, ou seja, a publicação, impugnação ao instrumento convocatório, o cadastro de 
propostas, os lances, a entrega da documentação, a interposição de recurso, habilitação, 
homologação e adjudicação. 
 O que garante a amplitude de participantes e o sigilo das propostas, pois não se 
sabe quem esta oferecendo os lances, ou seja, garantindo a observância do principio da 
ampla concorrência ou competitividade. 
 
Entende Meirelles (2014, p.392): 
 
O pregão eletrônico é aquele efetuado por meio de comunicação por meio de 
recursos da tecnologia, ou seja, por meio de comunicação pela internet. Esta 
previsto no § 1º do art. 2º da lei 10.520/2002. 
 
 
Pregão eletrônico é modalidade de licitação da lei 10.520/2002 para compras de 
produtos e bens de uso comum regulamentado pelo decreto 5.450/2005 o respectivo 
decreto conta com 33 artigos. 
Em síntese, dispõe sobre a utilização do pregão eletrônico para a compra de bens 
de uso e serviços comuns, para o julgamento das propostas serão utilizados critérios 
objetivos especificados no edital. O sistema adota recursos de criptografia e 
autenticação por meio de senha de acesso previamente cadastrada, será conduzido 
pela entidade promotora da licitação pelo pregoeiro e sua equipe de apoio por meio de 
senha individual. 
O decreto prevê ainda prazos de entrega da proposta e da documentação, 
possibilidade de interposição de recursos, fases do procedimento licitatório, cadastro 
prévio no sitio eletrônico e também no SICAF que é o Sistema de Cadastramento 
Unificado de Fornecedores, a obrigatoriedade da aplicação dos princípios constitucionais 
 
30 
 
 
como previsto no Artigo 5º e a preferência da aplicação do pregão eletrônico em face do 
presencial que encontra respaldo no Artigo 4º do decreto 5.450/2005, senão vejamos: 
 
Art. 4o Nas licitações para aquisição de bens e serviços comuns será obrigatória a 
modalidade pregão, sendo preferencial a utilização da sua forma eletrônica. 
Artigo 5o A licitação na modalidade de pregão é condicionada aos princípios 
básicos da legalidade, impessoalidade, moralidade, igualdade, publicidade, 
eficiência, probidade administrativa, vinculação ao instrumento convocatório e do 
julgamento objetivo, bem como aos princípios correlatos da razoabilidade, 
competitividade e proporcionalidade. 
Um dos argumentos em prol da aplicação do pregão na forma eletrônica é a 
amplitude de participantes (FERNANDES 2015, p.156). Como citado o pregão é utilizado 
para as compras de produtos e bens de uso comum previsto na lei 10.520/2002 em rol 
exemplificativo. 
No pregão eletrônico os lances são feitos por meio de sites de acordo com o edital, 
existe um cadastro prévio da entidade ou órgão comprador e dos licitantes. Iniciada a 
sessão é feita a análise das propostas e a classificação dos licitantes com os menores 
preços e os que apresentam propostas até 10% acima do menor preço, em seguida inicia-
se um período randômico tempo estipulado pelo pregoeiro que pode ser de até 30 
minutos para que os licitantes iniciem os lances, logo em seguida abre-se o encerramento 
aleatório que é um aviso de iminente fechamento, ou seja, possibilidade dos itens serem 
fechados para lances a qualquer momento. Como dispõe o art. 24 § 7º do Decreto 5.450, 
vejamos: 
Art. 24. Classificadas as propostas, o pregoeiro dará início à fase competitiva, 
quando então os licitantes poderão encaminhar lances exclusivamente por meio 
do sistema eletrônico. 
§ 7º O sistema eletrônico encaminhará aviso de fechamento iminente dos lances, 
após o que transcorrerá período de tempo de até trinta minutos, aleatoriamente 
determinado, findo o qual será automaticamente encerrada a recepção de lances. 
 
 
Entende-se, que o pregão eletrônico é aquele realizado por meio da utilização de 
tecnologia da informação com conexão de internet, atualmente o mais utilizado na 
administração, devido à facilidade de condução do procedimento e a prévia autorização 
em lei. 
 
3.1.3 Pregão Presencial 
 
31 
 
 
 
O pregão presencial tem a mesma aplicabilidade do eletrônico sendo utilizado 
para bens e serviços comuns, no entanto na data de realização os licitantes devem 
comparecer ao local previamente especificado no instrumento convocatório, 
normalmente em prédios de prefeitura ou órgão públicos que vão efetuar a compra. 
Na data prevista todos os licitantes devem comparecer com os envelopes de 
documentação e proposta previamente lacrados. A comissão de licitação receberá os 
envelopes e os licitantes, em busca da celeridade e da garantia do procedimento, serão 
abertos os envelopes de documentação pelo pregoeiro e pela equipe de apoio. 
Assim como no pregão eletrônico, os licitantes efetuarão lances de acordo com 
as possibilidades do fornecimento, os lances serão feitos pelos licitantes que ofertarem 
a melhor proposta e com valor ate 10% acima da menor proposta apresentada, ou seja, 
nem todos os licitantes que apresentaram as propostas poderão efetuar lances. 
O pregão presencial tem como peculiaridade a presença dos licitantes, sendo 
assim todos podem identificar qual proponente esta efetuando os lances, que são 
verbais na ordem da menor proposta para maior, com tempo especificado pelo 
pregoeiro, o licitante que oferecer o menor valor será o vencedor. 
 
É o que ressalta Justen Filho (2013, p. 208): 
O pregão desborocratizou os processos de contratação de bens e serviços pela 
Administração Publica, tornando-os menos formalistas, bem como ampliou as 
oportunidades de participação dos licitantes garantindo maior transparência aos 
processos licitatórios. 
Logo, o pregão presencial é aquele que ocorre nas dependências da entidade 
compradora, onde são feitos lances verbais e o exame da documentação possui 
características informais, no entanto, sempre de acordo com as normas gerais e 
específicas de licitação. 
 
3.1.4 Bens e serviços comuns 
 
 
 
32 
 
 
Bens e serviços comuns são aqueles de fácil acesso no mercado e que podem 
ser específicos quanto às características, qualidade, quantidade. 
Oliveira (2015, p. 63) aborda em breve análise sobre bem ou serviço comum: 
O conceito (indeterminado) de “bem ou serviço comum” possui as seguintes 
características básicas: disponibilidade no mercado (o objeto é encontrado 
facilmente no mercado), padronização (predeterminação, de modo objetivo e 
uniforme, da qualidade e dos atributos essenciais do bem ou do serviço) e 
casuísmo moderado (a qualidade “comum” deve ser verificada em cada caso 
concreto e não em termos abstratos). 
Justen Filho (2013, p. 504) ressalta que bens e serviços de uso comum: 
A definição de bem comum tem evoluído ao logo do tempo. Em principio, são os 
bens disponíveis no mercado, com características padronizadas, que podem ser 
fornecidos satisfatoriamente por um fornecedor qualquer. Não há impedimento há 
que bens complexos sejam adquiridos mediante pregão. Assim por exemplo 
admiti-se o uso do pregão para aquisição de um helicóptero, pois são reputados 
como objetos comuns pois suas definições são padronizadas. 
Por fim, bens de uso e serviços comuns são aquelesque administração pode 
adquirir por meio de licitação na modalidade pregão eletrônico ou presencial, sendo 
passível de especificação simplificada, fornecimento facilitado e que pode ser feito por 
qualquer licitante, no entanto, como os artigos não trouxeram um rol taxativo cabe a 
análise no caso concreto se ambas as modalidades podem ser utilizadas para objetos 
especifico. 
 
3.1.5 Equipe de apoio e pregoeiro 
 
 
As modalidades pregão eletrônico e presencial serão presididas de acordo com a 
lei 10.520/2002 pelo agente previamente designado pela autoridade competente 
juntamente com a comissão de licitação, sendo que ambos devem ter conhecimento do 
objeto ou serviço que será contratado pela administração. 
 
Artigo 2º - IV - a autoridade competente designará, dentre os servidores do órgão 
ou entidade promotora da licitação, o pregoeiro e respectiva equipe de apoio, cuja 
atribuição inclui, dentre outras, o recebimento das propostas e lances, a análise de 
sua aceitabilidade e sua classificação, bem como a habilitação e a adjudicação do 
objeto do certame ao licitante vencedor. 
 
33 
 
 
§ 1º A equipe de apoio deverá ser integrada em sua maioria por servidores 
ocupantes de cargo efetivo ou emprego da administração, preferencialmente 
pertencentes ao quadro permanente do órgão ou entidade promotora do evento. 
 
Oliveira (2015, p. 84) entende que: 
Pregoeiro a comissão de licitação é substituída no pregão pela figura do pregoeiro, 
que deve ser agente público, e sua equipe de apoio. O pregoeiro tem a 
incumbência de dirigir os trabalhos (art. 3.º, IV, da Lei 10.520/2002). 
 
A equipe de apoio e o pregoeiro serão os responsáveis por todas as fases do 
procedimento licitatório, análise das propostas e documentação, acompanhamento dos 
lances. Devendo agir de acordo com os princípios da licitação e em consonância com as 
leis aplicáveis, bem como o instrumento convocatório, sob pena de anulação do 
procedimento ou em casos de crimes aplicação das penalidades previstas em lei. 
 
3.1.6 Menor preço 
 No pregão eletrônico e presencial as propostas serão classificadas de acordo com 
o menor preço de acordo com as especificações do edital e com o menor valor de 
mercado, o licitante atendendo as exigências dos documentos de habilitação, será 
vencedor. 
 
Oliveira (2015, p.84) entende como menor preço 
 
A seleção da melhor proposta será realizada por meio do critério menor preço, 
“observados os prazos máximos para fornecimento, as especificações técnicas e 
parâmetros mínimos de desempenho e qualidade definidos no edital” (art.4.º, X, da 
Lei 10.520/2002). O tipo de licitação eleito pela Lei é justificável, pois o critério 
técnico não é essencial na contratação de bens e serviços comuns, sem maiores 
complexidades. 
 
 Sendo assim, pode-se concluir que a administração busca garantir a contratação 
da proposta com o menor preço e qualidade dos bens e serviços, e contratando com 
empresas inidôneas que tem a possibilidade de fornecer o objeto ou prestar o serviço sem 
que exista ônus para a Administração. 
 
 
34 
 
 
3.1.7 Procedimento 
 
 
Procedimento é o conjunto de atos dos agentes e dos licitantes, o procedimento em 
se tratando de licitações não é totalmente uniforme, variando de acordo com modalidade 
de licitação. 
 
Meirelles (1990, p.135) procedimento entende como: 
 
O procedimento é o conjunto de operações exigidas para sua perfeição. Assim, 
para uma concorrência há um procedimento que se inicia com o edital e se finda 
com a adjudicação da obra ou do serviço; e há um ato adjudicatório que se 
concretiza, afinal, pela forma estabelecida em lei. O procedimento é dinâmico. 
 
 
O procedimento nos pregões eletrônicos e presenciais serão de acordo com a lei 
10.520/2002 e o decreto 5.450/2005, e em respeito ao princípio da publicidade dos atos 
administrativos, as propostas e a documentação dos licitantes após a abertura dos 
envelopes são publicas, podendo ser acessadas por qualquer pessoa interessada. 
 O procedimento mesmo sendo célere devera respeitar estabelecido nas 
respectivas leis bem como o procedimento de fase interna e externa. 
 
3.1.8 Fase interna e externa 
 
 
As fases interna e externa do pregão eletrônico e presencial seguem praticamente 
o mesmo procedimento da Lei 8.666/1993. A fase interna ou preparatória são todos os 
atos praticados pela administração para que ocorra a publicação do edital de acordo com 
o art. 3º da lei 10.520/2002. 
 
Artigo 3º A fase preparatória do pregão observará o seguinte: 
I - a autoridade competente justificará a necessidade de contratação e definirá o 
objeto do certame, as exigências de habilitação, os critérios de aceitação das 
propostas, as sanções por inadimplemento e as cláusulas do contrato, inclusive 
com fixação dos prazos para fornecimento; 
II - a definição do objeto deverá ser precisa, suficiente e clara, vedadas 
especificações que, por excessivas, irrelevantes ou desnecessárias, limitem a 
competição; 
 
35 
 
 
III - dos autos do procedimento constarão a justificativa das definições referidas no 
inciso I deste artigo e os indispensáveis elementos técnicos sobre os quais 
estiverem apoiados, bem como o orçamento, elaborado pelo órgão ou entidade 
promotora da licitação, dos bens ou serviços a serem licitados; e 
IV - a autoridade competente designará, dentre os servidores do órgão ou 
entidade promotora da licitação, o pregoeiro e respectiva equipe de apoio, cuja 
atribuição inclui, dentre outras, o recebimento das propostas e lances, a análise de 
sua aceitabilidade e sua classificação, bem como a habilitação e a adjudicação do 
objeto do certame ao licitante vencedor. 
 
 
Sendo assim, na fase interna, é necessário fazer o levantamento da requisição real 
necessidade do objeto ou serviço, uma prévia cotação de valores de mercado, busca-se a 
autorização da despesa, designação do pregoeiro e da respectiva equipe de apoio que 
como citado anteriormente é composta por agentes da entidade contratante, e por fim 
ocorre a elaboração do edital que será publicado iniciando a fase externa do 
procedimento. 
A fase externa inicia-se com a publicação do edital, sendo todos os atos do 
pregoeiro e da equipe de apoio até a adjudicação dos itens ao fornecedor vencedor. 
 O artigo 4º da lei 10.520/2002 nos incisos I a XXIII que, em resumo, observam as 
seguintes regras: a publicação do edital e acesso amplo dos interessados ao conteúdo, 
bem como a possibilidade de extrair cópias, agendamento de data e horário para o 
certame, forma de julgamento das propostas que como já analisamos em regra é pelo 
menor preço, regulamentação das fases externas do procedimento sendo a competitiva 
que seria apresentação de lances verbais ou eletrônicos, encerrada a etapa competitiva 
inicia-se a habilitação, ou seja, a entrega da documentação prevista em lei e no 
instrumento convocatório, após a análise e aceitação da documentação ocorre a 
homologação e o envio para a autoridade competente que verifica a conformidade do 
procedimento e em caso positivo é feito a adjudicação dos itens ao vencedor que 
prossegue a assinatura de contrato. 
 
 
3.1.9 Vantagens e desvantagens do pregão eletrônico e presencial 
 
 
Como já exposto o pregão eletrônico e presencial são de extrema importância, para 
a atividade administrativa, além de proporcionar uma forma célere para a celebração de 
 
36 
 
 
contratos administrativos, uma vez que no pregão existe uma inversão das fases do 
procedimento. 
Como vantagens verificam-se, a inversão de fases, que acontece no pregão 
eletrônico e pregão presencial, somente após os lances é feita a análise da 
documentação de habilitação. 
No pregão eletrônico, além da inversão das fases, examina-se apenas a 
documentação do vencedor, ressalta-se como

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